quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Os Bad Boys

A fórmula é baseada no sucesso de Eddie Murphy, "Um Tira da Pesada". Basicamente um filme policial com muito humor, mas também com bem elaboradas cenas de ação. Entre uma gracinha e outra novas explosões, carros voando para todos os lados e um vilão unidimensional, algumas vezes bem caricatural, que deseja apenas fazer todo o mal possível para toda a sociedade (e como convém a esse tipo de personagem sem uma boa razão plausível para isso). O que garante a diversão é realmente a dupla central. Will Smith, ainda colhendo os frutos de seu sucesso na TV americana com a série "Um Maluco no Pedaço" (que acredite, ainda é reprisada pelo SBT), tenta levantar uma nova carreira no cinema. Como se sabe a transição TV - Cinema nunca é muito fácil e apenas poucos atores conseguiram fazer essa travessia com êxito (entre eles o próprio Will Smith e Bruce Willis, que também virou uma espécie de superstar dos filmes de verão tal como Smith).

No geral é um filme divertido, do tipo blockbuster descartável, que você deve assistir com muita pipoca e refrigerante, ou seja, cinema fast food por excelência. Depois de algum tempo você esquecerá tudo o que viu, afinal esse não é aquele tipo de filme que veio para marcar em nada. Dirigido pelo cabeça de vento Michael Bay o filme obviamente caiu no gosto do público, gerando uma nova sequência em 2003. E como se isso não fosse o bastante recentemente foram anunciadas duas novas sequências para a franquia, a primeira em 2017 e a outra em 2019. Durma-se com um barulho desses.

Os Bad Boys (Bad Boys, Estados Unidos, 1995) Direção: Michael Bay / Roteiro: George Gallo, Michael Barrie / Elenco: Will Smith, Martin Lawrence, Lisa Boyle / Sinopse: Dupla de policiais enfrenta a criminalidade e traficantes de drogas de um jeito todo próprio! Filme indicado ao Grammy Awards (pela canção original "Someone to Love") e ao MTV Movie Awards nas categorias de "Melhor Dupla" e "Melhor Sequência de Ação".

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Uma Nova Tocaia

Eu fiquei bem aborrecido com essa continuação simplesmente porque gostei tanto de "Tocaia", o filme original, que ver algo tão caça-niqueis como isso me deixou realmente chateado. Do primeiro filme não há muito o que criticar, eu o considero uma pequena obra prima policial dos anos 80. Um thriller com um roteiro muito bem bolado e uma dupla protagonista simplesmente impagável. Infelizmente em Hollywood o que vale mesmo muitas vezes é o lado puramente comercial do cinema. Não havia necessidade de existir uma sequência já que o primeiro filme tinha uma trama que se fechava muito bem em si mesma. Mesmo assim os produtores ignoraram isso e realizaram um segundo filme que é praticamente uma cópia mal feita do primeiro. Imaginem que coisa equivocada!

Tentar realizar um remake disfarçado já é ruim, agora um de qualidade nitidamente ruim é bem pior do que qualquer outra coisa que se possa imaginar. Nem os personagens resistiram... Richard Dreyfuss e Emilio Estevez apenas batem o ponto, preguiçosamente... como se isso não fosse ruim o bastante ainda escalaram a comediante (completamente sem graça, em minha opinião) Rosie O'Donnell. Ela estava fazendo muito sucesso na TV na época e por isso foi escalada, mas ficou deslocada, desenturmada, com uma personagem que não diz a que veio. Deveria ter ficado no mundo da telinha mesmo, até porque nem acrescentou nada ao filme e nem esse trouxe nada para sua carreira (pelo contrário, foi um tremendo fracasso comercial). O quadro geral assim não ficou nada bom. Nem a presença de John Badham (um bom diretor, sem dúvida) conseguiu evitar o fiasco. Então é isso, "Another Stakeout" não passa de uma continuação ruim, bem ruim, de um filme tão bom.

Uma Nova Tocaia (Another Stakeout, Estados Unidos, 1993) Direção: John Badham / Roteiro:  Jim Kouf / Elenco: Richard Dreyfuss, Emilio Estevez, Rosie O'Donnell, Dennis Farina, Marcia Strassman / Sinopse: Continuação do filme policial de sucesso dos anos 80 denominado "Tocaia".

Pablo Aluísio.

Corina

Comédia bem bobinha, mas que tem duas coisas que valem ao menos a pena conferir. A primeira é a trilha sonora, cheia de hits e sucessos dos anos 1960. Uma época particularmente deliciosa em termos musicais. A segunda é o elenco, com o providencial carisma da atriz Whoopi Goldberg, novamente em um papel leve e divertido e é claro Ray Liotta, em raro momento cômico na carreira, logo ele que se notabilizou e ficou conhecido justamente por interpretar mafiosos e criminosos na tela (basta lembrar do Henry Hill de "Os Bons Companheiros").

Para quem estava acostumado a estourar os miolos de seus inimigos com tacos de beisebol foi realmente uma mudança e tanto. Curiosamente por causa dessa imagem cinematográfica demorou um pouco para que eu o levasse à sério no papel de paizão suburbano. Ele fica por ali, com sorriso no rosto e não pude deixar de pensar que ele poderia estar tramando algum crime... Enfim, bobagens à parte "Corina" é bem isso, um filme inofensivo que não procura em nenhum momento polemizar, nem mesmo levantando seriamente a questão dos direitos civis da população negra naquele período histórico particularmente complicado nos Estados Unidos. É tudo mesmo muito leve, colorido e divertido, como se fosse um chiclete. Nada mais do que isso.

Corina, uma Babá Perfeita (Corrina, Corrina, Estados Unidos, 1994) Direção: Jessie Nelson / Roteiro: Jessie Nelson / Elenco: Ray Liotta, Whoopi Goldberg, Tina Majorino. / Sinopse: Comédia que se passa nos anos 60 com uma babá maravilhosa. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Debi & Lóide

É óbvio que eu jamais indicaria esse filme para pessoas mais sofisticadas que gostem de um tipo de humor mais refinado, como o britânico, por exemplo. "Debi & Lóide" é produto de massa, nada sutil, totalmente escrachado e debochado, uma produção que não tem vergonha de apelar para literalmente tudo - sim, vale tudo nesse roteiro para fazer o espectador rir, sem constrangimentos. Dito isso, é bom frisar que essa comédia é mais indicada mesmo para o público adolescente. É um tipo de humor que apesar de em muitos momentos ser bem vulgar beira a infantilidade completa. Talvez por essa razão tenha feito tanto sucesso. Curiosamente ao longo dos anos o ator Jim Carrey tentaria se afastar desse tipo de comédia mais visceral para abraçar projetos mais artísticos e pretensiosos, afinal seu sonho sempre foi ser levado à sério como ator em Hollywood. Após sucessivos fracassos comerciais ele parece ter voltado ao mesmo ponto de antes em sua carreira, já que recentemente estrelou uma sequência tardia desse filme (que inclusive ainda não conferi).

Vinte anos depois ele retorna ao mesmo lugar! Do outro lado sempre achei muito interessante o timing para o humor de Jeff Daniels! Ele nunca foi um comediante de ofício, apesar de sua cara de bobão. Aqui ele conseguiu se sair excepcionalmente bem, mas mesmo assim jamais abraçou a comédia como o ponto focal de sua carreira. Para falar a verdade sempre deu prioridade para filmes mais dramáticos até! Então é isso, eis aqui um filme que não tem nenhum receio de ser completamente idiota. Se você procura por algo assim, boa sorte!

Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (Dumb & Dumber, Estados Unidos, 1994) Direção: Peter Farrelly, Bobby Farrelly / Roteiro: Peter Farrelly, Bobby Farrelly / Elenco: Jim Carrey, Jeff Daniels, Lauren Holly / Sinopse: Dois idiotas se envolvem nas maiores confusões. Filme vencedor do MTV Movie Awards na categoria de Melhor Comédia.

Pablo Aluísio.

O Diário de Carson Phillips

O filme conta a história de Carson Phillips (Chris Colfer), um jovem de 17 anos que ainda está na escola secundária. Ele sonha em se tornar um dia um grande escritor e jornalista, deixando para trás sua vidinha tediosa na cidadezinha de Clover. Para isso porém ele precisa ser aceito em uma boa universidade e para chegar lá precisa ter um bom currículo escolar, o que significa participar de atividades extra-curriculares na escola. Uma saída seria escrever uma revista literária, mas o problema é que nenhum aluno parece disposto a colaborar. Assim ele encontra uma forma de forçar eles a participarem, descobrindo seus podres para depois os chantagear, para que assim finalmente escrevam textos para o seu projeto, caso contrário ele revelaria todos os segredos mais obscuros da turma. Esse filme é um draminha escolar que conta em seu elenco com vários atores de séries.

O próprio personagem principal é interpretado por Chris Colfer de "Glee". Ele inclusive escreveu o roteiro, mostrando que tem talento também nessa area. Christina Hendricks de "Mad Men" também está no elenco e interpreta uma jovem que fica grávida do pai de Carson, um sujeito ausente em sua vida. Fica até divertido encontrar todos esses atores em um filme como esse. No geral é apenas bacaninha. A primeira cena mostra logo a morte de Carson - atingido por um raio no estacionamento da escola - e a partir daí ele próprio, em uma narração em off, vai contando sua história de vida, seus sonhos e seus planos de futuro ao espectador. Talvez se eu tivesse 17 anos o filme funcionaria melhor, mesmo assim em momento algum me deixou aborrecido ou chateado. A trama é redondinha e se fecha bem, mostrando que ter um sonho pode ser o grande segredo para a felicidade.

O Diário de Carson Phillips (Struck by Lightning, Estados Unidos, 2012) Direção: Brian Dannelly / Roteiro: Chris Colfer / Elenco: Chris Colfer, Rebel Wilson, Christina Hendricks / Sinopse: Filme de comédia. Filme vencedor do Key West Film Festival.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de outubro de 2015

Jack

Outro filme de um grande diretor que de certa maneira foi esquecido com o tempo. "Jack" foi dirigido por Francis Ford Coppola, um dos maiores diretores de cinema da história. O enredo é pueril. Um garoto tem uma estranha síndrome que faz com que seu corpo envelheça quatro vezes mais rápido do que a de um ser humano normal. Assim quando ele finalmente vai para a escola ele está com a aparência de um homem de 40 anos (interpretado por Robin Williams). Coppola optou por fazer uma comédia leve, divertida e nada mais, sem espaço para explorar dramas ou qualquer coisa parecida. O resultado não poderia ser diferente.

Tudo é muito sem importância, nada marcante e sendo bem sincero até chato. É aquele tipo de filme que você levava para casa na época das locadoras VHS e depois de uma semana esquecia completamente, o que é bem anormal em se tratando de um filme assinado por esse excelente diretor. A única coisa que se salva no meio da irrelevância geral é justamente a atuação de Robin Williams que, carismático como sempre, consegue até mesmo convencer o espectador de que ele é na realidade apenas um garotinho preso no corpo de um adulto. Fora isso o filme é tão descartável como um saco de pipocas ou uma lata de Coca-Cola.

Jack (Jack, Estados Unidos, 1996) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: James DeMonaco, Gary Nadeau / Elenco: Robin Williams, Diane Lane, Jennifer Lopez, Fran Drescher, Brian Kerwin / Sinopse: O filme conta a história de um garoto em corpo de adulto. Filme indicado ao Kids' Choice Awards na categoria de Melhor Ator (Robin Williams).

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de outubro de 2015

O Segredo

Baseado no romance escrito por John Grisham, especialista em tramas jurídicos, o filme narra a luta de um jovem advogado, Adam Hall (Chris O'Donnell), em defender seu velho avô, Sam Cayhall (Gene Hackman), das acusações de ter assassinado um negro no passado, tudo fruto de um aparente crime de ódio racial. Conhecido por ser uma pessoa racista e intolerante, Sam não parece disposto a abrir mão de suas opiniões, nem que para isso acabe pagando um preço muito caro nos tribunais, com risco até mesmo de ser condenado a pena capital. O roteiro assim explora o conflito interior que nasce em Adam, tendo que defender alguém que no fundo acredita em tudo aquilo que ele mesmo despreza. Como se pode perceber o argumento é mesmo dos mais interessantes.

Com um tema tão relevante era de se supor que o filme virasse uma pequena obra prima, mas infelizmente isso não aconteceu. O problema aqui é até fácil de encontrar. Embora conte com as presenças maravilhosas de dois veteranos talentosos, o grande Gene Hackman e a preciosa Faye Dunaway, o filme acaba afundando no quesito interpretação por causa de Chris O'Donnell. Naquela época Hollywood estava disposta a transformar o jovem ator em um astro do porte de um novo Tom Cruise. Não deu certo. Tudo o que O'Donnell conseguiu em muitos filmes foi ser apenas inexpressivo. Quando era uma produção sem importância, ao estilo pipoca de verão, isso não chegava a incomodar, mas quando começou a estragar bons roteiros como esse, a coisa toda começou a ficar irritante e constrangedora. Assim "O Segredo" acabou sendo prejudicado pela falta de talento dramático do rapaz. Se houvesse um ator melhor em seu papel tenho certeza que o filme teria se tornado uma das melhores preciosidades do cinema americano nos anos 1990. Só que isso definitivamente não aconteceu.

O Segredo (The Chamber, Estados Unidos, 1990) Direção: James Foley / Roteiro: William Goldman / Elenco: Chris O'Donnell, Gene Hackman, Faye Dunaway / Sinopse: Jovem advogado tenta livrar seu avô do corredor da morte. Ele foi condenado por racismo e outros crimes de ódio.

Pablo Aluísio.

Caravana da Coragem

O diretor George Lucas ficou tão encantando com os Ewoks (aqueles bichinhos de pelúcia guerreiros do filme "O Retorno de Jedi") que resolveu escrever o roteiro e produzir esse filme focado apenas neles. A verdade é que apesar de Lucas ser um dos cineastas mais celebrados da história do cinema por causa de sua maior criação, a saga "Star Wars", ele também deu vários tropeços ao longo da carreira. Um deles foi justamente esse filme. Tudo bem, os ursinhos eram legais, divertidos e tudo mais, porém não havia razão e nem conteúdo para fazer um filme todo apenas contando a estorinha deles. Ficou bobo, vazio, infantil demais e completamente descartável. Como Lucas sempre foi um péssimo diretor de atores ele resolveu escalar o veterano diretor de TV John Korty para dirigir.

Esse fez um filme nada marcante, bem cheio de clichês e cenas de dar sono. Provavelmente apenas a garotada - até 12 anos - poderá curtir a produção. Hoje em dia a situação ainda é bem pior porque os efeitos especiais ficaram velhos e datados e a meninada para falar a verdade nem conhece mais muito bem os filmes "Star Wars" originais. Provavelmente com o lançamento da nova franquia o interesse volte a surgir entre os mais jovens, até lá não tem para onde ir, "Caravana da Coragem" ficou velho e esquecido. Filme vencedor do Emmy Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Caravana da Coragem - Uma Aventura Ewok (The Ewok Adventure, Estados Unidos, 1984) Direção: John Korty / Roteiro: George Lucas, Bob Carrau/ Elenco: Eric Walker, Warwick Davis, Fionnula Flanagen / Sinopse: Uma aventura no universo de Star Wars com os ursinhos Ewoks.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Meu Querido Presidente

A premissa desse filme era até promissora. Michael Douglas interpreta Andrew Shepherd, presidente dos Estados Unidos. Tudo vai bem em sua vida até que ele cai de amores por uma lobista, algo que poderá colocar na berlinda até mesmo sua presidência. O que estraga mesmo nesse "The American President" é o ufanismo de seu roteiro. O presidente interpretado por Michael Douglas é o máximo em integridade moral e ética, um homem tão correto e bondoso que mal parece ser de verdade. Sinceramente... os americanos possuem essa visão meio boba de seus presidentes e isso não é de hoje. Mesmo políticos notoriamente corruptos que ocuparam a Casa Branca ganham uma certa áurea de nobreza! O curioso é que o presidencialismo em si foi criado para ser um contraponto à monarquia, mas o povo americano, sendo herdeiro de certo modo das tradições políticas dos ingleses, acabaram transferindo para o cargo de presidente, mesmo que de forma indireta, um certo sentimento nesse sentido. Assim com tanto ufanismo e falta de realismo o filme de certo modo afunda.

Em termos de elenco todos se mostram corretos, até mesmo Douglas, que demonstra uma impensada elegância em cena. Mesmo que seja complicado de ver Douglas como o chefe do executivo, ainda sim ele consegue convencer a todo momento. Sua atuação fez com que ele até mesmo pensasse seriamente em um dia ser candidato a algum cargo, vejam só vocês! Como é padrão na filmografia do diretor Rob Reiner, você não vai encontrar nada de muito ousado ou instigante no filme. Ele é bem morno mesmo, feito para a família, onde até os supostos pontos dramáticos são amenizados. Mesmo assim, com todo esses pontos fracos, ainda vale uma matinê preguiçosa no sofá. Como se pode perceber tudo não passa de um passatempo bem inofensivo.

Meu Querido Presidente (The American President, Estados Unidos, 1995) Direção: Rob Reiner / Roteiro: Rob Reiner / Elenco: Michael Douglas, Annette Bening, Martin Sheen, Michael J. Fox, Richard Dreyfuss / Sinopse: O filme mostra a vida de um presidente dos Estados Unidos. Um presidente de pura ficção, é bom salientar. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música Original (Marc Shaiman). Também indicado ao Globo de Ouro em outras cinco categorias, entre elas Melhor Filme - Comédia ou Musical.

Pablo Aluísio.

O Professor Aloprado

Na realidade se trata de um remake do famoso filme de Jerry Lewis. Naquele original o comediante Lewis interpretava dois personagens bem distintos, um professor nerd (em brilhante atuação) e um galã metido a conquistador (Buddy Love, claramente inspirado no parceiro de Lewis, o cantor Dean Martin). Considerado um dos grandes filmes da carreira de Jerry Lewis ele ganhou após muitos anos esse remake, agora com o comediante Eddie Murphy. Com muitos mais recursos em mãos - como a tecnologia digital e o avanço da maquiagem no cinema, Eddie sem dúvida realizou um bom trabalho, principalmente no tocante a dar vida a inúmeros personagens, algo que ele já havia feito em filmes anteriores como "Um Príncipe em Nova York" ainda nos anos 80. A transformação de Eddie Murphy ficou tão bem realizada que garantiu mais um Oscar para o expert Rick Baker (especializado em monstros de filmes de terror). 

Além da mudança física do protagonista o roteiro também trouxe outras surpresas. Algumas modificações pontuais foram feitas e o resultado se mostrou muito bom. O antigo visual baseado em um professor de química desastrado de Lewis foi trocado por um tipo de professor bonachão, bem de acordo com a nova proposta de Eddie. Sucesso de público e crítica esse novo "O Professor Aloprado" daria origem a uma sequência quatro anos depois chamada "O Professor Aloprado 2 - A Família Klump", algo que não havia acontecido com o primeiro filme de Lewis. Esse segundo filme era nitidamente inferior e sem novidades, se tornando apenas um caça-níquel sem muita razão de ser. De qualquer forma fica a dica de um remake que apesar de não ser tão bom como o filme que lhe deu origem pelo menos não se tornou um desastre completo.

O Professor Aloprado (The Nutty Professor, Estados Unidos, 1996) Direção: Tom Shadyac / Roteiro: Jerry Lewis, Bill Richmond / Elenco: Eddie Murphy, Jada Pinkett Smith, James Coburn / Sinopse: O filme conta a divertida história de um professor atrapalhado que acaba se transformando em um galã ao tomar uma nova substância química.

Pablo Aluísio.  

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O Morro dos Ventos Uivantes

Título no Brasil: O Morro dos Ventos Uivantes
Título Original: Wuthering Heighs
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Peter Kosminsky
Roteiro: Anne Devlin, baseado em livro de Emily Brontë
Elenco: Juliette Binoche, Ralph Fiennes, Janet McTeer, Sophie Ward, Simon Sheperd

Sinopse:
O enredo se passa no apagar das luzes do século XVIII em uma região rural e isolada da Inglaterra. É lá que vivem Catherine Earnshaw (Juliette Binoche) e Heathcliff (Ralph Fiennes). São irmãos adotivos. Embora tenham sido criados juntos um sentimento maior cresce entre eles. Os sentimentos porém não irão aflorar sem antes que eles passem por inúmeras experiências de vida.

Comentários:
Mais uma adaptação do famoso livro "O Morro dos Ventos Uivantes". São mais de vinte filmes explorando o universo dessa grande obra romântica. A primeira versão foi realizado em 1920 e a última há pouco, em 2011. Ao que tudo indica a estória de um amor que resiste a tudo e a todos bateu fundo no lado mais sentimental das pessoas. E curiosamente não importa a  geração pois o enredo de fato parece eterno. Essa versão dos anos 90 sempre é lembrada, embora não possa ser comparada ao clássico de 1939 que tinha no elenco atores maravilhosos como Laurence Olivier. Para se ter uma ideia até mesmo Charlton Heston interpretou o papel de Heathcliff na TV durante a década de 1950. Ainda prefiro a versão clássica de 1939. Via de regra eu sempre prefiro os clássicos. Não sei exatamente a razão mas me parece que o romantismo puro soava melhor há décadas atrás. Hoje em dia tem muito cinismo no ar, vira e mexe cai no piegas mas nos tempos dourados de Hollywood isso não acontecia. Aqui os destaques vão para a bela fotografia, pelo casal principal que realmente passa muita paixão na tela e principalmente pela inspirada trilha sonora. Não é a melhor versão do livro mas satisfaz plenamente quem ainda não viu nenhum dos filmes baseados no texto original. Fica então a dica desse romântico "O Morro dos Ventos Uivantes", cuja estória de amor é de fato atemporal.

Pablo Aluísio.

Apóstolo Pedro e a Última Ceia

Título no Brasil: Apóstolo Pedro e a Última Ceia
Título Original: Apostle Peter and the Last Supper
Ano de Produção:
País: Estados Unidos
Estúdio: Scott White Productions
Direção: Gabriel Sabloff
Roteiro: Timothy Ratajczak, Gabriel Sabloff
Elenco: Robert Loggia, Bruce Marchiano, Laurence Fuller

Sinopse:
Durante o império de César Nero (54 – 68) o apóstolo de Jesus Cristo e um dos seus principais seguidores, aquele conhecido como Pedro (1 a.C – 67 d.C), chega ao coração do império, Roma. Pregando a palavra de um judeu morto por autoridades romanas na Judéia, ele afirma estar espalhando a boa nova, o evangelho. Sua atitude logo desperta a reação das autoridades. Levado a uma masmorra ele chama a atenção de um dos soldados que fazem a vigília em sua cela. Condenado, sua execução é marcada para acontecer em apenas três dias.

Mesmo com a iminência de sua morte na cruz o apóstolo não se desespera e nem suplica por perdão, pelo contrário, mantém a serenidade, dizendo-se feliz por reencontrar seu mestre Jesus. Intrigado o legionário de Roma lhe pede explicações sobre Jesus, cuja doutrina religiosa está se espalhando cada vez mais na cidade eterna e berço do grande império. De forma humilde e ponderada então Pedro começa a lembrar de seu messias, de suas histórias, suas pregações e milagres, causando uma profunda comoção no soldado que começa a enxergar uma nova realidade, uma nova filosofia de vida baseada na paz e no amor – algo completamente diferente do que lhe foi ensinado nas fileiras do exército de Roma.

Comentários:
Assistir a esse filme foi uma bela surpresa. Não pela produção que é bem modesta mas sim pelo seu texto, muito rico e bem escrito. Usando de fatos históricos permeados com pura dramaturgia o filme consegue manter o interesse baseado apenas no impacto da conversa de Pedro na prisão com um romano legionário que começa sua conversão nos últimos momentos de vida do apóstolo. Entre os principais aspectos positivos que vi aqui estão a sua estrutura teatral (que só conta pontos a favor) e a forma como Jesus é retratado nas memórias de Pedro. O Cristo que surge em cena é um figura radiante, sorridente, feliz, em boa interpretação do ator Bruce Marchiano. Na cena da última ceia outro recurso dramático de que gostei muito foi a apresentação da personalidade de cada um dos apóstolos em pensamentos íntimos, após Jesus revelar que um deles o trairia ainda naquela noite. Robert Loggia que interpreta Pedro é outro achado. Seu olhar, ora melancólico, ora contemplativo e glorioso traz muito significado ao grande homem da história do cristianismo. Embora nem tudo que apareça no filme esteja de acordo com as escrituras vale a pena ao cristão conhecer mais a fundo essa figura tão importante, aquele onde Cristo fundou as bases de sua igreja. Não é nada parecido com aqueles antigos épicos milionários do passado em Hollywood, mas sim uma produção muito simples e modesta que é salva pela grandeza de seu texto e sua mensagem. Um pequeno e belo filme que merece ser conhecido. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Toy Story

Título no Brasil: Toy Story
Título Original: Toy Story                          
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Pixar Animation Studios
Direção: John Lasseter
Roteiro: John Lasseter, Pete Docter
Elenco: Tom Hanks, Tim Allen, Don Rickles

Sinopse:
Um grupo de brinquedos ganha a vida quando estão longe de seu dono, um típico garoto americano. Agora ele acaba de ganhar um novo presente, um brinquedo moderno de um astronauta espacial chamado Buzz Lightyear (na voz de Tim Allen). O novo toy despertará ciúmes no velho cowboy de pano Woody (Tom Hanks).

Comentários:
Após ser demitido da própria empresa que ajudou a criar e a transformar numa das maiores do mundo, a Apple, Steve Jobs resolveu abraçar um velho projeto: produzir animações em computação gráfica para o cinema. "Toy Story" foi produzido por ele justamente por essa razão. Para falar a verdade poucas pessoas ligam hoje em dia o nome de Jobs à essa animação, tão cultuada, mas a verdade dos fatos é que "Toy Story" jamais existiria sem o dedo de Jobs por trás de tudo. A Pixar foi mais uma ideia que brotou na mente do genial mestre da informática e o pequeno estúdio deu tão certo que começou a rivalizar com a gigante e toda poderosa Disney (anos depois o estúdio do Mickey Mouse finalmente incorporaria a Pixar em troca de alguns milhões de dólares). Tirando essas questões de bastidores de lado não há como negar que "Toy Story" realmente foi um marco e não apenas do ponto de vista técnico mas de roteiro também. A estorinha é cativante, os personagens carismáticos e tudo parece se encaixar perfeitamente bem. Palmas para John Lasseter que dirigiu a animação e depois iria se tornar um dos maiores expoentes do verdadeiro renascimento do mundo da animação no cinema. Se artisticamente temos um material de primeira, do ponto de vista puramente técnico esse primeiro "Toy Story" resistiu muito bem ao teste do tempo até agora. Claro que o mundo da computação gráfica avançou muito nos últimos anos mas nada que deixe esse primeiro filme datado ou algo que o valha. Sendo bem sincero ao revê-lo hoje em dia o achei tão cativante quanto na primeira vez que o assisti. É uma das animações mais bem realizadas de todos os tempos, não há como negar.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Um Bom Partido

Um filme meramente mediano com um elenco muito bom. Assim de maneira simples poderíamos definir esse “Um Bom Partido”, nova comédia romântica que está chegando nas telas de cinema em todo o Brasil. Jessica Biel, Gerard Butler, Uma Thurman, Dennis Quaid e Catherine Zeta-Jones estão em cena mas o filme não consegue empolgar. Na estória Gerard Butler interpreta um jogador de futebol aposentado e arruinado financeiramente que tenta dar a volta por cima. Nos anos de glória ele se distanciou da família, embriagado pela fama e sucesso e agora tem que reconstruir todos os seus relacionamentos familiares que destruiu quando era rico e famoso. Em relação a sua ex-esposa (Jessica Biel) e seu filho a questão é ainda mais delicada pois ele tem que provar que é um bom sujeito apesar dos erros cometidos no passado. Como se vê é mais um filme Made in Hollywood que investe no velho argumento da redenção pessoal de seus personagens.

O filme tenta se segurar na base dos diálogos e interpretação dos bons atores mas a direção preguiçosa não avança. O cineasta Gabriele Muccino não parece estar muito empenhado em tirar proveito do enredo, preferindo apostar no elenco como chamariz de público. Gerard Butler investe novamente no gênero mas não consegue emplacar. É curioso saber que ele tenha tentado de novo mesmo com o relativo fracasso de “Caçador de Recompensas”. Já as atrizes Jessica Biel, Uma Thurman e Catherine Zeta-Jones parecem estar numa situação bem parecida com o personagem principal do filme. Depois de vários sucessos encontram-se em um impasse na carreira, se contentando em ser meras coadjuvantes de um filme como esse. A pior situação é a de Zeta-Jones que desde “Chicago” não conseguiu mais bons papéis. No saldo final “Um Bom Partido” se torna apenas uma boa premissa que poderia render muito mas que se contenta em ser apenas uma comédia romântica de rotina, sem grandes atrativos. 

Um Bom Partido (Playing for Keeps, Estados Unidos, 2012) Direção: Gabriele Muccino / Roteiro: Robbie Fox / Elenco: Jessica Biel, Gerard Butler, Uma Thurman, Judy Greer, Dennis Quaid, Catherine Zeta-Jones, James Tupper / Sinopse: Ex-jogador de futebol (Gerard Butler) tenta recomeçar a vida após a aposentadoria. Sem dinheiro tenta reconquistar o amor de seu filho e de sua ex-esposa treinando o time do garoto.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Meu Gigante Preferido

Esse tipo de filme não me agrada muito. Sempre que um roteiro apela para características físicas das pessoas para fazer graça algo me soa como vulgar e apelativo. Esse aqui é um exemplo disso. Muitas das situações se apoiam no fato do personagem ser absurdamente alto em relação ao papel interpretado pelo Bllly Crystal, que até é um cara que eu simpatizo, mas que de vez em quando entra em cada filme bomba que vou te contar.
    
Esse é outro daqueles filmes esquecíveis. Você assiste e quando vira a esquina, se esquece que um dia o assistiu. No meu caso vi por canal a cabo - provavelmente HBO. É curioso ocmo certos filmes você jamais esquece, enquanto outros são tragados pelos vazios da memória. Se você não anotar em algum lugar vai ficar com a impressão de que nunca viu. Essa comédia que tenta tirar humor da altura desproporcional do personagem é um desses filmes. Pensando bem, era melhor eu ter esquecido que um dia o vi.

Meu Gigante Preferido (My Giant, Estados Unidos, 1998) Direção: Michael Lehmann / Roteiro: Billy Crystal / Elenco: Billy Crystal, Gheorghe Muresan, Kathleen Quinlan / Sinopse: Billy Crystal interpreta um agente de Hollywood que se depara com Max, um gigante que vive na Romênia, e tenta colocá-lo no cinema.

Pablo Aluísio.

Desafio no Gelo

O Hóquei é um esporte bem popular nos países do norte, da América do Norte em especial, Canadá e Estados Unidos. No Brasil ninguém dá muita bola para esse esporte que é muito pouco conhecido em nosso país. Por isso não é de se admirar que um filme como esse não tenha feito qualquer sucesso em nossos cinemas (isso se ele ficou pelo menos 1 semana em cartaz). No meu caso assisti na TV a cabo, muito provavelmente no canal HBO. È um filme até interessante, mas esquecível demais.

O fato é que o tempo passa. O Kurt Russell foi herói de filmes de ação nos anos 80. Mas aí chegou a idade e ele precisou se readaptar. Nesse filme aqui ele interpreta um técnico de um time de hóquei, já bem velho e gordo. Nada parecido com o Cobra Prinski de "Fuga em Nova Iorque" ou outros filmes de ação que fizeram sucesso com o Kurt Russell estrelando. Sobrou mesmo esses filmes de pouca expressão para ele seguir trabalhando como ator. É a vida, meus caros.

Desafio no Gelo (Miracle, Estados Unidos, 2004) Direção: Gavin O'Connor / Roteiro: Eric Guggenheim / Elenco: Kurt Russell, Patricia Clarkson, Nathan West / Sinopse: A verdadeira história de Herb Brooks, o jogador que virou treinador que liderou o time de hóquei olímpico dos EUA em 1980 à vitória sobre o aparentemente invencível time soviético.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de outubro de 2015

Procura-se um Amor que Goste de Cachorros

Título no Brasil: Procura-se um Amor que Goste de Cachorros
Título Original: Must Love Dogs
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Gary David Goldberg
Roteiro: Claire Cook, Gary David Goldberg
Elenco: Diane Lane, John Cusack, Elizabeth Perkins

Sinopse:
Sarah Nolan (Diane Lane) é uma mulher de trinta e tantos anos de idade, recém-divorciada, que tem uma família que está seguindo seus próprios rumos sem se importar necessariamente com a sua vida afetiva e emocional. Como Sarah acaba se tornando uma solitária sua irmã coloca um anúncio em um site de encontros na internet para ela. Uma das poucas exigências é que o eventual parceiro goste da companhia de cães, como ela. O anúncio acaba chamando a atenção de um jovem professor que também está em busca de um novo romance. Será que dará certo?

Comentários:
"Must Love Dogs" é uma desses filmes românticos bem leves com clima indie que certamente agradará ao público feminino acima dos trinta anos. Esse tive inclusive a oportunidade de assistir no cinema com uma grande amiga que não vejo há anos. O interesse para cinéfilos em geral virá certamente do bom elenco e da direção mais caprichada. John Cusack está muito adequado em seu papel. Ele sempre fica muito bem nesse tipo de personagem, a do bom sujeito, levemente tímido mas cheio de boas intenções que geralmente acaba ficando sozinho por se envolver demais com as mulheres erradas para seu perfil. Diane Lane, sempre elegante, acrescenta um charme a mais nessa equação. Assim indico o filme para quem gosta de romances na maturidade, sem aquelas bobagens típicas de namoricos adolescentes, afinal de contas duas pessoas na faixa dos trinta e tanto já sabem muito bem o que querem na vida e o relacionamento entre elas é sempre muito mais rico e consistente do que as bobocas paixões entre jovenzinhos.

Pablo Aluísio.

Amor em Jogo

A atriz Drew Barrymore surgiu em Hollywood ainda garotinha, no clássico "ET - O Extraterrestre". Depois de uma fase com muitas drogas e bebidas, ela conseguiu se reinventar, surgindo em comédias românticas das mais bobinhas. Vender a imagem de uma loirinha apaixonada e inocente, no caso da Drew Barrymore, realmente foi um feito e tanto, até porque ela sempre foi uma "porra louca" em Hollywood, conhecida por suas farras e bebedeiras. Mas cinema é aquela coisa, terra das ilusões.

Esse filme aqui até fez um certo sucesso, mas no geral é mais uma comédia romântica das mais tolinhas. E ela faz par romântico com um sujeito improvável, o comediante Jimmy Fallon, que hoje em dia é mais conhecido por causa de seu programa de entrevistas na TV americana. Longe de ser um galã ao estilo Tom Cruise, até que o tal sujeito não se deu mal. Até porque o filme em si também nunca foi grande coisa, vamos convir.

Amor em Jogo (Fever Pitch, Estados Unidos, 2005) Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly / Roteiro: Lowell Ganz / Elenco: Drew Barrymore, Jimmy Fallon, Jason Spevack / Sinopse: Lindsay está presa no meio de seu relacionamento com Ben e sua paixão pelo Boston Red Sox, um time de beisebol dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de outubro de 2015

P.S. Eu Te Amo

Título no Brasil: P.S. Eu Te Amo
Título Original: P.S. I Love You
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Alcon Entertainment, Grosvenor Park Productions
Direção: Richard LaGravenese
Roteiro: Richard LaGravenese, Steven Rogers
Elenco: Hilary Swank, Gerard Butler, Harry Connick Jr.

Sinopse:
Holly Kennedy (Hilary Swank) é uma mulher feliz, casada com um irlandês muito carismático chamado Gerry (Gerard Butler). Seus dias ao seu lado são de muito amor e afeto. Sua felicidade porém não dura muito. O marido acaba sendo vítima de uma doença fatal. Falecido precocemente a vida de Holly parece também finalmente ter chegado numa encruzilhada. Tudo parece perdido quando ela finalmente descobre que ele deixou uma série de cartas para guiá-la em sua vida. Isso irá lhe trazer um sentimento de presença do marido morto que lhe ajudará a passar pelas adversidades da vida.

Comentários:
Talvez as mulheres venham a gostar - eu achei um pouco piegas e chatinho além do normal. O casal não teve química em cena suficiente para sustentar um amor dessa magnitude. Tudo soa fake, até mesmo as tais cartas. Hilary Swank é uma atriz talentosa mas ela sempre desenvolve melhores trabalhos quando interpreta personagens femininas fortes, em dramas pesados. Sua personagem aqui é levemente destituída de maior interesse pois no fundo não passa de uma heroína romântica de livros açucarados de romance, daquelas bem exageradas, cuja paixão sobrevive por longos anos até mesmo à morte do marido. Gerard Butler também me pareceu mal escalado para seu papel. Não encaixou bem sua atuação. Se o personagem principal do livro que originou o filme era um irlândes cheio de vida, extrovertido e alegre, aqui temos um Butler apenas pagando mico, exagerado também, beirando à simples bobeira. Em conclusão é um romance que parece ter tido uma escolha de elenco equivocada. Mesmo assim se você é uma romântica inveterada, arrisque, possa ser que venha a gostar, quem sabe.

Pablo Aluísio.

Eu Te Amo, Beth Cooper

Título no Brasil: Eu Te Amo, Beth Cooper
Título Original: I Love You, Beth Cooper
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Larry Doyle
Elenco:  Hayden Panettiere, Paul Rust, Jack Carpenter

Sinopse:
Durante a vida colegial jovem tímido passa por longos anos apaixonado por uma das garotas mais bonitas da escola, Beth Cooper. No dia de sua formatura ele decide desabafar, colocando para fora todos os seus sentimentos escondidos e reprimidos, falando na frente de todos os presentes na cerimônia em alto e bom som a frase: "Eu te Amo, Beth Cooper"!

Comentários:
Filme fraquinho, do tipo Sessão da Tarde. Só prova que não se fazem mais comédias românticas adolescentes como antigamente. O enredo trata daquilo que conhecemos como paixão platônica. Um rapaz ou uma garota se apaixonam perdidamente mas o objeto de seus desejos mal sabe que eles existem. No filme temos a paixão platônica de um cara que no dia da festa de formatura, na frente de todo mundo, resolve se declarar para a linda Beth Cooper (interpretada pela atriz Hayden Panettiere, uma gatinha!). Depois disso a garota resolve dar ao menos a chance dele se tornar seu amigo. Pois é meus caros, é a tal Friendzone, algo muito perigoso para quem está apaixonado, principalmente os mais jovens. Para sentir saudades dos bons filmes jovens dos anos 80 o filme tem em seu elenco o ator  Alan Ruck (o eterno amigo de Ferris Bueller em "Curtindo a vida Adoidado"). A direção é de Chris Columbus de "Harry Potter e a Pedra Filosofal" e "Esqueceram de Mim". Bobinho sim, mas com um pouco de boa vontade até que se torna assistível.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O Sorriso de Mona Lisa

Título no Brasil: O Sorriso de Mona Lisa
Título Original: Mona Lisa Smile
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio:  Columbia Tristar Pictures
Direção: Mike Newell
Roteiro: Lawrence Konner e Mark Rosenthal
Elenco: Julia Roberts, Kirsten Dunst, Julia Stiles, Maggie Gyllenhaal

Sinopse:
Katharine Watson (Julia Roberts) se torna professora na luxuosa e elegante escola Wellesley. Sua disciplina, História da Arte, é ideal para que Watson procure abrir a mente de suas alunas, fugindo um pouco do conservadorismo e rigidez das normas escolares. Sua atitude porém acaba atraindo rivalidades e conflitos, não apenas entre a direção do estabelecimento mas também com algumas de suas próprias alunas.

Comentários:
"O Sorriso de Mona Lisa" é uma espécie de "Sociedade dos Poetas Mortos" versão feminina dos anos 50. Eu confesso que gostei da direção de arte do filme (toda e qualquer produção passada nos anos dourados tem essa caracteristica). O roteiro é bem escrito e acerta em se apoiar bastante nas garotas, contendo assim o estrelismo natural da tia Julia Roberts. Há inclusive claramente por parte dela um esforço em agradar os membros da Academia de Hollywood mas pela reação bastante morna do público adulto ao filme em seu lançamento isso acabou não dando muito certo. Apesar do argumento quadrado e da falta de ousadia da direção não podemos negar que não deixa de ser um filme interessante. Além disso tem a ótima canção "The Heart of Every Girl" de Elton John que compôs a música especialmente para o filme, recebendo uma indicação no Globo de Ouro de Melhor Canção Original (essa aliás foi a única indicação do filme ao prêmio, algo que frustrou os produtores que esperavam muito mais, inclusive uma indicação para Julia Roberts que não veio). Na verdade a produção fez mais barulho entre as adolescentes americanas, uma prova disso foi a febre criada em torno das atrizes Kirsten Dunst e Julia Stiles que disputavam entre si quem iria estampar o maior número de capas das mais populares revistas jovens da América. As duas inclusive foram indicadas no Teen Choice Awards, uma prova de sua popularidade entre a garotada. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Kramer Vs Kramer

O grande vencedor do último Oscar da década de 70 mostrava o desmoronamento de um relacionamento, os problemas advindos de um divórcio complicado e sofrido e as tentativas de uma família em tentar juntar os pedaços de tudo ao redor. O título do filme já dá bem uma idéia do que se trata, na verdade o roteiro realista e pé no chão (típico do cinema daquela época) procura enfocar os novos desafios que o núcleo familiar enfrentava naquele momento. No Brasil o filme foi ainda mais marcante porque a Lei do Divórcio entrou em vigor poucos anos antes do filme estrear por aqui e certamente isso fez com que muitos se identificassem com o que se passava na tela. A luta pela guarda dos filhos, as pequenas e grandes desavenças, o sentimento de fracasso e frustração, o arrependimento, a raiva, a ira, tudo foi captado com extremo talento pelo cineasta  Robert Benton que procurou acima de tudo passar para as telas um momento que certamente era vivenciado por centenas de milhares de casais nos EUA e fora dele.

Como não poderia deixar de ser o grande destaque do elenco era realmente o ator Dustin Hoffman. Aqui ele interpreta o marido que não sabe direito como agir diante daquela variedade de sentimentos conflitantes que surgiram da noite para o dia com seu divórcio. Ao mesmo tempo em que tenta lidar com a guarda do pequeno filho não tem certeza absoluta se isso seria mesmo a melhor decisão. Sua mulher simplesmente abandona a casa e deixa tudo em suas mãos. Quando retorna exigindo a guarda do filho encontra a resistência do marido. A briga acaba indo parar nos tribunais, Kramer contra Kramer, como o título sugere. Outro nome que se destaca é Mery Streep, que interpreta a esposa, Joanna. O que falar dessa atriz tão consagrada? Streep tem uma das filmografias mais ricas da história do cinema americano e esse é certamente outro de seus grandes filmes. obrigatório para seus fãs.
 
Kramer Vs Kramer (Idem, Estados Unidos, 1979) Direção: Robert Benton / Roteiro: Robert Benton / Elenco: Dustin Hoffman, Meryl Streep, Justin Henry, June Alexander / Sinopse: Casal em processo de divórcio resolve ir ao tribunal para lutar pela guarda do único filho. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Filme, Direção, Ator (Dustin Hoffman), Roteiro e Atriz Coadjuvante (Meryl Streep). Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias Melhor Filme – Drama, Direção, Ator (Dustin Hoffman), Atriz Coadjuvante (Meryl Streep) e Roteiro.

Pablo Aluísio. 

Eternamente Jovem

Título no Brasil: Eternamente Jovem
Título Original: Forever Young
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Steve Miner
Roteiro: Jeffrey Abrams, Bruce Davey
Elenco: Mel Gibson, Jamie Lee Curtis, Elijah Wood

Sinopse:
Homem fica 50 anos congelado. Ele havia participado de uma experiência inovadora em razão do estado de saúde delicado de sua namorada, que havia entrado em coma por tempo indeterminado. Agora terá que enfrentar a nova realidade.

Comentários:
No começo da década de 1990 o ator Mel Gibson resolveu dar um tempo em seus filmes de ação e no seu devaneio Shakesperiano “Hamlet” para investir em um filme pequeno, de produção bem modesta, feito especialmente para o público feminino. Depois de “Máquina Mortífera 3” Mel queria mesmo era mudar um pouco de ares, investir em algo realmente diferente. “Eternamente Jovem” veio bem a calhar para o que ele estava procurando. Era basicamente um romance nostálgico com pequenas nuances de ficção. A estória começava em 1939 quando Daniel (Mel Gibson) se via na frente de uma grande tragédia em sua vida ao ver sua namorada sofrer um grave acidente de carro, entrando em coma profundo, sem perspectivas de um dia voltar à consciência. Desesperado ele resolve então partir para uma solução radical ao aceitar participar de uma experiência cientifica em que ele sofreria um processo de congelamento por um tempo determinado. Esse procedimento poderia de alguma forma ajudar no estado em que sua querida amada se encontrava. Os problemas porém começam a acontecer quando o projeto é cancelado de forma inesperada e Daniel completamente esquecido em seu estado de hibernação artificial.

Passam-se 50 anos até Daniel finalmente ser redescoberto por dois garotos que o encontram em um depósito abandonado. Após tanto tempo ele finalmente consegue retornar ao mundo – e está perfeitamente preservado, com a mesma aparência e estado de quando foi congelado há cinco décadas. O mundo porém é outro, cinqüenta anos depois tudo surge para Daniel como se fosse um novo mundo, uma nova realidade. Agora ele tentará entender os acontecimentos ao seu redor e nesse processo espera descobrir o que aconteceu com sua amada do passado, mesmo após tantos anos. O filme investe na idéia de que o amor não tem fronteiras de tempo e espaço e consegue sobreviver a tudo, inclusive a separações traumáticas. O personagem de Mel Gibson é um dândi romântico, um ilustre apaixonado por sua inesquecível namorada. Ele tenta se adaptar ao novo mundo mas nada consegue apagar o seu amor atemporal. Obviamente que os fãs tradicionais de Gibson, os mesmos que lotavam os cinemas para assistir aos seus filmes de ação, estranharam bastante “Eternamente Jovem”. Já as mulheres adoraram e garantiram um bom resultado nas bilheterias. O marketing do filme não tinha receios de investir no lado mais galã do ator e no final essa publicidade surtiu bastante efeito. Não há como negar que o argumento é charmoso e a produção bem realizada mas Gibson parece levemente desconfortável em seu papel que é muito romântico e passional – algo que nunca fez parte da personalidade do ator em sua carreira cinematográfica. De qualquer modo vale pelas boas intenções e pelo clima ameno e lírico. "Eternamente Jovem" é praticamente uma fábula moderna, com muitos closes nos olhos azuis de Gibson. As mulheres certamente não terão do que reclamar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Uma Equipe Muito Especial

Título no Brasil: Uma Equipe Muito Especial
Título Original: A League of Their Own
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Penny Marshall
Roteiro: Kim Wilson, Kelly Candaele
Elenco: Tom Hanks, Geena Davis, Madonna, Rosie O'Donnell, Bill Pullman

Sinopse:
Durante a II Guerra Mundial a liga de beisebol cria um campeonato disputado apenas por mulheres, uma vez que os homens estavam  lutando na Europa, no esforço de Guerra. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias Melhor Atriz (Geena Davis) e Melhor Canção Original ("This Used To Be My Playground" de Madonna e Shep Pettibone). Indicado ao Grammy na categoria Melhor Canção Original ("Now and Forever" de Carole King).

Comentários:
Durante a Segunda Guerra Mundial a liga americana de beisebol ficou suspensa por causa do esforço de guerra. Com os homens lutando na Europa e no Pacífico não sobraram jogadores suficientes para compor os quadros das equipes. Sem alternativas tentou-se criar uma liga feminina de beisebol para substituir a ala masculina do esporte. Eu nunca tinha assistido a esse filme na íntegra, só cenas avulsas, uma parte aqui, outra acolá. Finalmente agora resolvi assistir de forma completa. Dentro da proposta do cinema convencional e familiar de Penny Marshall até que não é um filme ruim ou chato, muito pelo contrário. Muita gente torce o nariz ao tema, principalmente no Brasil, por causa do esporte retratado, o beisebol. Como os brasileiros não entendem bulhufas dele o filme naufragou nas bilheterias em nosso país. Devo dizer que isso não é empecilho para gostar ou não de "Uma Equipe Muito Especial", pois o roteiro centra muito mais na história das duas irmãs, que são as personagens principais, do que no esporte em si.

O elenco de apoio é muito bom, contando com Madonna (ainda com um visual que me lembrou muito sua carreira nos anos 80) e Rosie O'Donnell (antes de assumir publicamente que era lésbica, o que de certa forma afundaria sua carreira anos depois). A grandalhona Geena Davis, que hoje anda sumida, era um nome badalado no comecinho dos anos 90. Por fim temos ainda uma atuação um pouco destemperada e exagerada de Tom Hanks. Super premiado na época, ele aqui relaxa um pouco, chegando inclusive a lembrar seus personagens mais escrachados da década de 80. Seu personagem é a de um treinador beberrão e rabugento que no fim da carreira se vê na complicada missão de treinar um time de garotas! Outro ponto positivo dessa produção é saber que tudo foi baseado em fatos reais, como se pode ver nas cenas finais do filme, onde as verdadeiras jogadoras são homenageadas. Enfim, é uma boa diversão, tem seus problemas mas no final diverte. mesmo que você não entenda nada do que está acontecendo nos jogos.

Pablo Aluísio.

Rapaz Solitário

Título no Brasil: Rapaz Solitário
Título Original: The Lonely Guy
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Arthur Hiller
Roteiro: Bruce Jay Friedman, Neil Simon
Elenco: Steve Martin, Charles Grodin, Judith Ivey

Sinopse:
Quando o tímido Larry Hubbard (Martin) encontra sua namorada na cama com outro homem, ele é forçado a começar uma nova vida como solteiro. Mas como que ele não consegue suportar ficar sozinho ele tenta cortejar a bela Iris, que não é, contudo, interessada nele. Larry começa então a escrever um livro sobre sua experiência como um homem solitário, que torna-se inesperadamente um best-seller da noite para o dia!

Comentários:
Eu falei pouco do Steve Martin até hoje aqui no blog, o que foi um erro de minha parte pois ele sempre foi um comediante genial. É verdade que de uns tempos pra cá a qualidade de seus filmes decaiu bastante mas isso não tira o mérito de seu talento como humorista e showman. A melhor fase do Martin aconteceu justamente nos anos 80 quando ele estrelou uma série de comédias muito criativas e divertidas. Conheci Martin não no cinema daquela época mas sim através de suas fitas que eram lançadas no mercado de VHS. Sempre que havia algo novo dele levava para casa para conferir. Raramente me decepcionava ou não gostava do filme. Martin era realmente um diferencial. Esse "Rapaz Solitário" considero simplesmente genial. Esse é um daqueles filmes que foram injustamente subestimados e acabaram sendo esquecidos. O humor aqui nasce da melancolia da situação em que vive o personagem de Steve Martin que apresenta as dificuldades pelos quais passa um homem solitário nos dias atuais. Tem um roteiro muito bem escrito, tocante mesmo, e consegue arrancar lágrimas e risos na mesma proporção. Também com a assinatura de Neil Simon no texto não poderia ser diferente. "The Lonely Guy" é realmente uma pequena obra prima.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

A Feiticeira

Título no Brasil: A Feiticeira
Título Original: Bewitched
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Nora Ephron
Roteiro: Nora Ephron, Delia Ephron
Elenco: Nicole Kidman, Will Ferrell, Shirley MacLaine

Sinopse:
Isabel Bigelow (Nicole Kidman) tem poderes especiais mas prefere a todo custo levar uma vida normal. Seus dias de tranquilidade acabam quando ela é escolhida pelo ator decadente Jack Wyatt (Will Ferrell) para ser a nova estrela de um remake da antiga série "A Feiticeira". O que parecia inicialmente uma boa ideia acaba causando uma série de confusões para Isabel, Jack e todos os envolvidos no novo programa.

Comentários:
Eu não sei como um filme dirigido pela talentosa Nora Ephron, estrelada pela gracinha Nicole Kidman e com um material tão simpático como a do antigo seriado cult "A Feiticeira" consegue ser tão ruim! Por falar na série original ela foi um sucesso e tanto, inclusive no Brasil. Ficou no ar de 1964 a 1972 e foi cancelada não por falta de audiência mas sim por puro esgotamento pois não havia mais como levar aquele enredo em frente. Oito temporadas depois e a carismática atriz Elizabeth Montgomery ficou marcada para sempre como a dona de casa e "feiticeira" Samantha Stephens. O projeto de levar a personagem para o cinema durou muitos anos, com idas e vindas até que em 2005 finalmente saiu do papel e... decepcionou todo mundo! Esse filme é muito ruim e credito essa ruindade toda ao sem noção do Will Ferrell! Que sujeito chato, pelo amor de Deus... é complicado de aguentar o mala em cena. Nem o mito Shirley MacLaine conseguiu escapar do buraco negro que é o filme. Desista de ver, caso não tenha assistido. Corra atrás das temporadas da série original que já foram lançadas em DVD nos Estados Unidos e Europa. Esse aqui nem reza braba salva!

Pablo Aluísio.

Todo Mundo em Pânico 3

Esse foi o curioso caso de uma franquia de filmes de comédia, ao estilo besteirol, que destruiu uma das franquias de terror de maior sucesso comercial. Sim, porque depois que vários filmes dessa série "Todo Mundo em Pânico" foram lançados, não sobrou pedra sobre pedra para a franquia de horror "Pânico" de Wes Craven. Ninguém mais conseguiu levar à sério os filmes originais. O humor besteirol acabou com o terror visceral teen dos filmes que lhe deram material de sátira.

E como tirar onda apenas de "Pânico" iria limitar os roteiros, os criadores decidiram atirar para todos os lados, satirizando os filmes que estavam na crista da onda naquele momento. Uma fórmula seguida por praticamente todos os filmes dessa franquia. E de bônus, no meio da avacalhação total, havia os belos peitos da canadense Pamela Anderson. Ver aquela obra de arte de silicone pulando de um lado para o outro até que não foi uma má iideia dos roteiristas.

Todo Mundo em Pânico 3 (Scary Movie 3, Estados Unidos, 2003) Direção: David Zucker / Roteiro: Craig Mazin / Elenco: Anna Faris, Charlie Sheen, Regina Hall, Pamela  Anderson / Sinopse: Cindy deve investigar círculos misteriosos nas plantações e fitas de vídeo e ajudar o presidente a prevenir uma invasão alienígena.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Prenda-Me Se For Capaz

Qual é a história contada no filme? Frank Abagnale Jr. (Leonardo DiCaprio) resolve se passar por médico, advogado, piloto de avião comercial e tudo mais que conseguir convencer para as pessoas ao seu redor. Para isso usa sua lábia, seu conhecimento básico das profissões que finge exercer e muito carisma. Com apenas 18 anos coleciona uma série de pequenos golpes que acabam lhe trazendo muitos benefícios, inclusive acesso amplo a ambientes que lhe seriam negados caso não inventasse todas as suas lorotas. Após participar de um roubo milionário o FBI resolve seguir seus passos. É justamente isso que faz o agente Carl Hanratty (Tom Hanks) ir em seu encalço. A tentativa de capturá-lo porém não será das mais fáceis.

Esse é um filme leve, divertido, alto astral mesmo que o personagem seja no fundo apenas um estelionatário. Steven Spielberg no fundo não quis fazer um filme sobre um criminoso e seus crimes. Ele na verdade quis explorar o absurdo das situações, sempre com um largo sorriso na face. Funciona? Certamente sim, só que não é dos melhores filmes do diretor. Considero uma obra menor dentro da vasta e importante filmografia de Spielbeg, que alterou várias coisas da história real (sim, o filme é baseado numa história real). O personagem de Tom Hanks, por exemplo, nunca existiu de fato, foi uma criação para ajudar a tocar a história, já que na vida real foram vários agentes diferentes. Já o personagem vivido pelo Di Caprio era um escroque pé de chinelo que o FBI colocou as mãos e depois foi trabalhar com a agência para capturar outros meliantes. Então é isso. Um filme menor do diretor, porém divertido.

Prenda-Me Se For Capaz (Catch Me If You Can, Estados Unidos, 2002) Estúdio: DreamWorks SKG / Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Jeff Nathanson / Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hanks, Christopher Walken, Amy Adams, Martin Sheen / Sinopse: A história real de um criminoso que enganou todo mundo nos Estados Unidos durante os anos 60. Baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

O Comboio da Carga Pesada

Título no Brasil: O Comboio da Carga Pesada
Título Original: Breaker! Breaker!
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Paragon Films
Direção: Don Hulette
Roteiro: Terry Chambers
Elenco:  Chuck Norris, George Murdock, Terry O'Connor

Sinopse:
John David 'J.D.' Dawes (Chuck Norris) é um motorista de caminhão durão que procura seu irmão, que desapareceu misteriosamente em uma cidade administrada por um juiz corrupto.

Comentários:
"O Comboio da Carga Pesada" foi um dos primeiros filmes em que Chuck Norris apareceu como protagonista. Ele chegou ao mundo do cinema como coadjuvante de Bruce Lee. Aqui, nessa produção, ele já aparece como protagonista. O filme, claro, não é grande coisa, mas tem suas momentos interessantes. Eu sempre achei que era meio imitação de "Comboio", outro filme de ação famoso na época, mas na verdade há diferenças. Esse aqui é um filme B assumido, que usa todas as ferramentas narrativas, como humor. Um filme legal, mas só indicado para quem viveu os anos 80 e sabe muito bem quem foi Chuck Norris.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de outubro de 2015

A Múmia

Título no Brasil: A Múmia
Título Original: The Mummy
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Stephen Sommers
Roteiro: Stephen Sommers, Lloyd Fonvielle
Elenco: Brendan Fraser, Rachel Weisz, John Hannah

Sinopse:
Egito, 1923. Um grupo de pesquisadores e arqueólogos descobrem uma tumba que estava há mais de três mil anos enterrada sob as areias escaldantes do deserto. O que eles não sabem é que sarcófago guarda a múmia de Imhotep, um sacerdote amaldiçoado do Egito que deseja ganhar a vida novamente.

Comentários:
O primeiro filme era charmoso, um clássico dos anos 1930 que conquistava pelas boas ideias e direção de arte inspirada. Pois bem, o tempo passa, os filmes de Indiana Jones se tornam enormes sucessos de bilheteria e então o que era para ser o remake de um filme de terror virou um caldeirão de misturas, onde se tenta realizar uma aventura com o sabor de Indiana Jones e seres sobrenaturais, tudo amparado em uma overdose de efeitos digitais de última geração. E para completar o que já era bem equivocado ainda inventaram de escalar o ator fanfarrão Brendan Fraser para liderar o elenco. O resultado? Uma panqueca indigesta que certamente não agradou aos fãs de terror e nem muito menos os fãs veteranos do Dr. Indy. No geral o que temos aqui é uma tentativa de ganhar o público apenas pela proliferação de efeitos especiais e nada mais. O roteiro, atuação e argumento se tornam meros coadjuvantes. O pior é saber que a coisa toda, pois mais picareta que seja, conseguiu gerar uma bilheteria e tanto a ponto inclusive de dar origem a novos filmes! Todos aliás seguindo a mesma receita requentada. Durma-se com um barulho desses.

Pablo Aluísio.

Cobras

Título no Brasil: Cobras
Título Original: Snake Island
Ano de Produção: 2002
País: África do Sul
Estúdio: VCR
Direção: Wayne Crawford
Roteiro: Wayne Crawford, Arthur Payne
Elenco: William Katt, Wayne Crawford, Kate Connor

Sinopse:
Um grupo de americanos fazendo turismo na exótica e distante África do Sul acaba indo parar numa ilha remota do mapa. Não se vislumbra qualquer presença humana no local, o que acaba encantando os turistas. O que eles nem desconfiam é que existe um motivo para ninguém ir por lá - pois o local é repleto das cobras mais venenosas existentes na natureza. Agora sentirão o que é lutar pela sobrevivência no meio selvagem.

Comentários:
"Cobras" joga com o medo que todos temos desses seres rastejantes cuja presença geralmente significa morte e desespero. Em relação a esse filme temos boas e más notícias. A boa é que ele foi produzido na África do Sul e como filmes desse país quase nunca chegam até nós não deixa de ser interessante conferir uma produção filmada por lá. A má notícia é que o roteiro realmente pouco inova, apelando o tempo todo para fórmulas batidas e muitos clichês. Como sempre temos em cena um grupo de desavisados que vão parar numa ilha repleta de serpentes e cobras venenosas. Curiosamente existe um lugar assim em nossa costa, uma ilha chamada justamente de ilha das cobras que é repleta desses perigosos répteis. Mas deixemos isso de lado. O que importa é manter o registro desse filme, que agradará alguns e não fará diferença para outros. Certamente não é nenhuma obra prima do terror mas com um pouquinho de boa vontade o espectador poderá até mesmo tomar alguns sustos pontuais, principalmente se tiver fobia de cobras.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de outubro de 2015

A Volta dos Mortos Vivos

Título no Brasil: A Volta dos Mortos Vivos
Título Original: The Return of the Living Dead
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Hemdale Film, Fox Films
Direção: Dan O'Bannon
Roteiro: Dan O'Bannon, Rudy Ricci
Elenco: Clu Gulager, James Karen, Miguel A. Núñez Jr., Don Calfa Thom

Sinopse: 
Por simples acaso empregados de uma empresa de drogas medicinais acabam encontrando nos porões da empresa um conjunto de barris de propriedade das forças armadas americanas. Apesar de estarem lacradas e com avisos de contaminação os funcionários acabam liberando o gás dos compartimentos na atmosfera. A estranha fumaça gasosa acaba chegando em um cemitério próximo, fazendo com que todos os mortos se levantem de suas tumbas!

Comentários:
Hoje em dia filmes sobre zumbis são rotineiros. Quase toda semana temos um título novo. Na década de 80 não era bem assim. Havia a referência óbvia dos filmes de George Romero e só. Então causou certo impacto esse "The Return of the Living Dead" quando chegou aos cinemas. O grande diferencial era o humor. Ao contrário dos antigos filmes sobre o tema esse aqui usava muitas cenas de puro sarcasmo com os mortos-vivos que voltavam de suas sepulturas. Nada é levado muito à sério e talvez por isso o filme tenha ganho tantos fãs quando foi lançado. Bem humorado (mas sem deixar as cenas sangrentas de lado) "A Volta dos Mortos-Vivos" foi um grande sucesso, chegando inclusive a ganhar várias continuações, nenhuma delas tão bom quanto essa.

Pablo Aluísio

O Conde Drácula

Título no Brasil: O Conde Drácula
Título Original: Scars of Dracula
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra
Estúdio: EMI Films, Hammer Film Productions
Direção: Roy Ward Baker
Roteiro: Anthony Hinds, baseado na obra de Bram Stoker
Elenco: Christopher Lee, Dennis Waterman, Jenny Hanley

Sinopse:
Um jovem, Paul Carlson (Christopher Matthews), está em uma viagem a negócios e acaba indo parar no sinistro castelo de um nobre, o Conde Drácula (Christopher Lee). Depois disso nunca mais é visto. Seu irmão, Simon (Dennis Waterman), resolve ir atrás do paradeiro de Paul e acaba indo parar na região onde o misterioso Drácula tem seu domínio. O que afinal terá acontecido com Paul Carlson?

Comentários:
Mais uma adaptação do imortal Conde Drácula. Só o simples fato de ser estrelado por Christopher Lee e o filme ter sido produzido pela ótima Hammer já desperta o interesse. Some-se a isso ainda a curiosidade de ter sido um dos últimos de Lee na capa do vampiro e você entenderá porque a produção ainda é tão reverenciada pelos fãs do gênero. Talvez o filme revisto hoje em dia soe um tanto datado principalmente por causa dos primitivos efeitos especiais (como o morcego de borracha que parece ter encantado o diretor, que o utiliza em muitos momentos do filme) mas mesmo assim "Scars of Dracula" mantém seu charme nostálgico intacto. Uma das curiosidades é que pela primeira vez Drácula surge com uma espada para dar continuidade a suas queridas sessões de tortura. Essa ideia de um vampiro usando espadas ninjas seria aproveitada pelo mundo dos quadrinhos décadas depois quando o personagem Blade foi criado. Mas de uma forma ou outra deixe esses detalhes de lado e curta o filme. Lee nunca esteve tão bem em seu caixão.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Piranha 3D

Título no Brasil: Piranha 3D
Título Original: Piranha 3D
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Alexandre Aja
Roteiro: Pete Goldfinger, Josh Stolberg
Elenco: Elisabeth Shue, Jerry O'Connell, Richard Dreyfuss

Sinopse:
O lago Victoria é um centro de férias e esportes aquáticos, muito apreciado por jovens em busca de muito sol e diversão. O que eles não contavam é que um tremor de terra liberasse um grupo de vorazes piranhas pré-históricas que voltam para devorar a moçada em busca apenas de namoricos, praia e amor. Salvem suas vidas!

Comentários:
Remake de "Piranha", um primo pobre de "Tubarão" que tentou pegar carona no grande sucesso de Steven Spielberg. Se o primeiro filme, o original, já não era grande coisa, imagine esse! Na verdade o que salva tudo mesmo é a própria atitude dos produtores que resolveram abraçar a galhofa e a auto paródia para tornar tudo ainda mais divertido. O argumento por si só já parece uma piada de besteirol, vamos convir. Em termos de elenco duas participações chamam a atenção do cinéfilo. O primeiro é a presença de Richard Dreyfuss que nos anos 1970 se notabilizou justamente por estar no filme "Tubarão". Provavelmente como agora é um veterano deve estar com problemas financeiros e anda topando tudo. A outra presença ilustre é a da atriz Elisabeth Shue que parece ter vindo diretamente dos anos 80. Ela, para quem não sabe, ficou muitos anos em dúvida entre se formar na prestigiada universidade de Harvard ou assumir sua carreira cinematográfica de vez. Bom, se depender desse "Piranha 3D" era melhor ela ter ficado em Harvard mesmo!

Pablo Aluísio.

Piranha

Título no Brasil: Piranha
Título Original: Piranha
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Joe Dante
Roteiro: Richard Robinson, John Sayles
Elenco: Bradford Dillman, Heather Menzies-Urich, Kevin McCarthy

Sinopse:
Quando piranhas carnívoras são acidentalmente lançadas nos rios de um resort de verão, os convidados se tornam sua próxima refeição, causando um banho de sangue nos incautos turistas que só queriam desfrutar de um belo final de semana nas lindas paisagens da região.

Comentários:
"Piranha" era de certa forma uma cópia descarada de "Tubarão". Curioso é que transformava essa espécie de peixe em vampiros canibais da água doce. Certamente uma bobagem mas que serviu para mostrar que o diretor Joe Dante (que iria virar pupilo de Steven Spielberg anos depois) tinha jeito para a coisa, sabia realizar filmes trash com muita classe (ou falta dela)! Não adianta procurar por roteiro ou atuações aqui, é tudo mero pretexto para que o espectador da época presenciasse uma série de mortes dentro dos rios infestados de piranhas. Pelo menos o filme, que não é nenhuma maravilha, nem de longe consegue ser tão ruim como uma das suas continuações onde as piranhas ganhavam asas (sim, isso mesmo) e saiam por aí caçando suas vítimas - e olha que "Piranhas Assassinas Voadoras" foi dirigida por James Cameron, sim, aquele mesmo, o tão elogiado e premiado diretor de "Titanic" e outros grandes sucessos do cinema. Por falar em trash a onda de peixes assassinos acabaria dando origem até mesmo ao vagabundo "Bacalhau", produção brasileira classe Z onde mulheres bonitonas eram atacadas por um bacalhau de plástico ultra fajuto nas areias das praias cariocas - coisa de louco! Mas voltemos às piranhas americanas... De uma forma até irônica o filme serve hoje em dia para duas coisas, a primeira para nos demonstrar que americanos em geral não possuem a menor ideia da fauna alheia e segundo para nos convencer que no fundo os gringos são mesmo bem bobocas. Assista e se divirta em dobro.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Sr. Holmes

Título no Brasil: Sr. Holmes
Título Original: Mr. Holmes
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: BBC Films, Miramax
Direção: Bill Condon
Roteiro: Jeffrey Hatcher, baseado no livro de Mitch Cullin
Elenco: Ian McKellen, Laura Linney, Hiroyuki Sanada
  
Sinopse:
Aos 93 anos o detetive Sherlock Holmes (Ian McKellen) está aposentado, vivendo em uma casa de campo onde passa o tempo todo com seu hobbie preferido, a apicultura, criação de abelhas. Ao seu lado na casa vive a governanta, a senhora Munro (Laura Linney), e seu jovem filho, o garoto Roger (Milo Parker), que acaba se afeiçoando a Holmes. Para o veterano detetive a velhice porém é um tempo difícil. Sua outrora brilhante mente, tão afiada, que lhe ajudou a desvendar inúmeros casos e mistérios no passado, está falhando, apresentando lapsos por causa da idade. Além disso Holmes apresenta dificuldades para lembrar o que teria acontecido em seu último caso, algo que o fez largar a profissão, se aposentando definitivamente. Para ajudar em suas lembranças ele então começa a escrever suas memórias o que lhe abrirá novamente os caminhos obscuros de um passado há muito esquecido. Filme indicado aos prêmios Seattle International Film Festival e Sydney Film Festival.

Comentários:
Achei a premissa desse filme simplesmente genial. Imagine se Sherlock Holmes fosse uma pessoa real e não apenas um personagem de literatura. Agora pense nele como alguém que teria que enfrentar todos os desafios de um sujeito comum, como os problemas decorrentes da velhice. Para piorar ele teria ainda que conviver com a fama indesejada nascida de uma série de livros de mistério escritos por seu fiel escudeiro, o Dr. Watson. A maioria do que se leu nesses livros não passou de pura ficção, sendo apenas romances de investigação policial. Grande parte do público leitor porém jamais foi informado sobre isso e por essa razão acredita que tudo o que foi escrito aconteceu de fato. Para um velho Sherlock Holmes isso acaba virando um fardo a mais em sua vida. Para desmistificar grande parte desses escritos ele então resolve já na velhice escrever suas próprias memórias, a verdade sobre os fatos. O problema é que sua mente já não é mais a mesma. Ele tem problemas de memória causadas pela idade avançada e outros desafios impostos pela senilidade. Assim o espectador acaba sendo presenteado com um filme muito humano. Não espere encontrar pela frente mais um daqueles casos mirabolantes como o que nos acostumamos a ver em filmes com o famoso detetive. O enfoque aqui é completamente outro, bem mais sutil.

Sim, existe um pequeno mistério a desvendar, mas esse serve muito mais para explorar o lado mais humano e sensível do personagem do que sua incrível capacidade de dedução. Ian McKellen está perfeito como o velho Holmes. Usando uma maquiagem discreta para aparentar mais idade (o Sherlock do filme está com mais de 90 anos) ele imprime sofisticação e elegância em sua atuação. O roteiro, que foi baseado no livro escrito por Mitch Cullin (que também recomendo bastante), se desdobra em basicamente três linhas narrativas. A primeira se passa no presente, com Holmes envelhecido e aposentado, tentando lembrar do passado, muitas vezes sem sucesso. A segunda é embasada nas memórias dele, de seu último caso. A terceira linha, também em flashback, explora uma viagem que Sherlock teria feito ao distante Japão. No final todas as três histórias se entrecruzam, tornando a narrativa fragmentada um dos pontos altos de todo a película. Ao final de sua longa jornada o velho detetive descobre que nem sempre a razão é suficiente para explicar o modo de ser e agir dos seres humanos. Há sempre algo que lhe escapa completamente das mãos, como essas três linhas de narração demonstram muito bem. Sherlock, um homem racional e equilibrado, muitas vezes não consegue entender completamente as motivações das pessoas justamente por causa desse pequeno porém importante detalhe. "Mr. Holmes" assim acaba se revelando um dos melhores filmes do ano, uma produção elegante, inteligente e muito perspicaz sob o ponto de vista da humanidade do famoso personagem. Uma pequena obra prima.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A Dama Dourada

Título no Brasil: A Dama Dourada
Título Original: Woman in Gold
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Simon Curtis
Roteiro: Alexi Kaye Campbell, E. Randol Schoenberg
Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Katie Holmes, Elizabeth McGovern
  
Sinopse:
O roteiro trata de uma das chagas abertas da Segunda Guerra Mundial, o roubo de obras de artes por tropas da Alemanha Nazista. Como se sabe Hitler era um apaixonado admirador de arte - a ponto inclusive de ter sido um artista frustrado na juventude. Quando a guerra chegou aos países vizinhos da Alemanha ele imediatamente ordenou que as mais maravilhosas obras de arte fossem levadas até o coração do Reich, principalmente as que pertenciam a famílias de judeus ricos. Foi exatamente isso que aconteceu no passado de Maria Altmann (Helen Mirren). Praticamente todos os seus familiares foram mortos no holocausto, sendo a riqueza familiar roubada abertamente pelos nazistas. Agora, muitos anos depois desses acontecimentos, ela tenta recuperar a propriedade de vários quadros que eram de seus pais. Infelizmente acaba esbarrando na inflexibilidade do governo austríaco que começa a lutar nos tribunais pela propriedade definitiva das pinturas, dando início a um longo e penoso processo judicial que acaba se arrastando por anos a fio.

Comentários:
Uma produção demasiadamente interessante que discute através de um caso concreto judicial verídico o direito de propriedade dos bens que foram usurpados (na realidade roubados) pela Alemanha Nazista de Hitler. A protagonista é uma dona de casa humilde que vive de sua pequenina lojinha de roupas em Los Angeles. Ela é uma imigrante austríaca chamada Maria Altmann (Helen Mirren). Durante a ocupação da Áustria por tropas do III Reich ela viu sua vida desmoronar ainda na juventude. Os parentes foram presos e enviados para campos de concentração. O dinheiro, obras de arte e bens em geral de sua família foram todos roubados pelos chacais do nazismo. Agora, já na velhice, ela decide lutar judicialmente por aquilo que entende ser seu de direito, inclusive um famoso quadro cujo valor atual seria estimado em mais de cem milhões de dólares! Para isso ela resolve contratar não um grande escritório de advocacia de Nova Iorque, mas sim os serviços do jovem e inexperiente advogado chamado Randy Schoenberg (Ryan Reynolds). Ele certamente não pode ser considerado um advogado de renome, porém é inteligente, tem fibra e abraça a causa com uma paixão e dedicação fora do normal. A luta de Maria e Randy se torna assim o tema principal do filme. 

Dito isso é bom avisar que de certa maneira "A Dama Dourada" vai agradar mais aos profissionais da área jurídica do que ao público em geral. Isso decorre do fato de que o filme explora um caso judicial cheio de detalhes que acabou dando origem a vários precedentes jurisprudenciais no direito internacional - muitos deles ainda em vigor, principalmente no que se refere ao chamado direito de restituição de obras de artes roubadas pelos nazistas. Certamente por ter esse viés técnico o tema se tornará mais interessante para advogados e profissionais do mundo do direito. Esse aspecto abre outra questão importante. Em filmes de tribunal o elenco precisa estar sempre afiado. Felizmente é o que acontece aqui. O grande destaque, como era de se esperar, vai mesmo para a maravilhosa dama dos palcos e das telas Helen Mirren. Ela consegue imprimir suavidade e garra à sua personagem de uma maneira muito equilibrada e feliz. Contando com seu talento ao lado até mesmo o apenas mediano Ryan Reynolds consegue superar suas já conhecidas deficiências dramáticas. Seu advogado é um misto de doce ingenuidade e sincera capacidade de luta, mesmo diante de tribunais superiores francamente hostis como a Suprema Corte dos Estados Unidos. Apenas Katie Holmes surge muito apagada, mas isso é decorrente de sua própria personagem (a esposa do advogado) do que por qualquer outra coisa. No final ela acaba não fazendo a menor diferença dentro da trama. Então é isso, temos aqui um filme inegavelmente bom, nada extraordinário, mas realmente bom e eficiente, que conta da maneira mais honesta possível a sua relevante história.

Pablo Aluísio

A Travessia

Título no Brasil: A Travessia
Título Original: The Walk
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Entertainment
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Christopher Browne
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Ben Kingsley, Charlotte Le Bon
  
Sinopse:
Em 1974 com a construção das torres do World Trade Center um equilibrista francês chamado Philippe Petit (Joseph Gordon-Levitt) acaba tendo um ideia ousada. Ele planeja ir até os Estados Unidos para atravessar os dois arranha-céus em seu cabo de aço, sem qualquer tipo de equipamento de segurança e proteção. Com a ajuda de um grupo de amigos, da namorada Annie (Charlotte Le Bon) e dos conselhos preciosos do veterano de circo Papa Rudy (Ben Kingsley), Petit parte para a realização de seus sonhos. Filme baseado em uma história real.

Comentários:
Esse novo filme do cineasta Robert Zemeckis me deixou surpreso por causa do tema. Nunca foi a praia de Zemeckis realizar filmes desse estilo. Na realidade não consigo visualizar nada em sua filmografia no passado que se pareça com isso. Ponto para ele que resolveu mudar, ir por outros caminhos, afinal de contas nunca é tarde demais para se reinventar. A história real, que inclusive já tinha sido tema de um excelente documentário sobre o próprio Philippe Petit no passado chamado "O Equilibrista", surge também com uma pitada de nostalgia patriótica para os americanos por causa do que aconteceu com o próprio World Trade Center naqueles ataques terroristas que ocorreram em 2001. Assim Zemeckis e sua equipe tiveram que recriar as famosas torres em um trabalho visual magnífico, completamente verossímil, que nos deixam surpreendidos com o avanço da computação gráfica. Em nenhum momento você irá duvidar que os imensos prédios estão lá, na sua frente novamente. Um trabalho digno de Oscar. Em termos de roteiro temos dois atos básicos. O primeiro apresenta ao público o próprio Philippe Petit. Desde criança apaixonado pelas artes circenses ele decide dedicar sua vida ao equilibrismo, para desespero de seus pais. 

Depois de brigar com os velhos e deixar a velha casa paterna ele parte rumo a Paris em busca de seus sonhos. Acaba virando artista de rua e aos poucos vai melhorando cada vez mais na sua arte. Nesse meio tempo acaba conhecendo também outra artista de rua talentosa, Annie, que terá grande importância em sua aventura. O segundo ato começa quando Petit resolve realizar a maior façanha de sua vida - ao tentar atravessar se equilibrando em um cabo de aço as duas torres do World Trade Center. Tudo realizado de forma ilegal, contra as leis, na surdina para não serem presos. A história em si é tão incrível que custa para acreditarmos que ela foi real - e de fato aconteceu mesmo nos anos 1970. Não precisa ser cinéfilo para perceber que é justamente no segundo ato que Zemeckis aposta todas as suas fichas - e acerta em cheio em seus objetivos! As cenas de Petit na corda bamba são fantásticas, valorizadas enormemente por um 3D de extrema qualidade técnica. Não se admire pois em certo sentido você vai acabar se sentindo ao lado do próprio Petit naquele imenso vão vazio entre os dois arranha-céus. Um belo filme em suma, daqueles que valem o preço do ingresso no cinema.

Pablo Aluísio.