sábado, 17 de junho de 2023
A Era dos Gângsteres
sábado, 21 de maio de 2022
Na Hora da Zona Morta
Título Original: The Dead Zone
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Dino de Laurentiis Company
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Jeffrey Boam
Elenco: Christopher Walken, Martin Sheen, Brooke Adams, Tom Skerritt, Herbert Loam, Anthony Zerbe
Sinopse:
Com roteiro baseado na obra de Stephen King, o filme "Na Hora da Zona Morta" conta a história de um homem que após alguns anos em coma acorda e recupera a sua consciência. E para sua surpresa, ele agora apresenta estranhos poderes de origem psíquica.
Comentários:
Dos filmes que foram adaptados dos livros de Stephen King nos anos 80 eu sempre considerei esse "Na Hora da Zona Morta" como um dos melhores. O grande diferencial aqui não vem da produção, de efeitos especiais ou até mesmo do elenco, embora ele seja muito bom, contando com um Christopher Walken mais estranho do que o habitual e um Martin Sheen bem focado em seu papel. O que diferença mesmo nesse filme é o roteiro, com uma trama muito interessante e inteligente, além da preciosa direção do talentoso David Cronenberg, aqui em um de suas fases mais criativas e originais. O clima do filme de forma geral é bem perturbante, o que cai como uma luva para a intenção do texto. Sem sombra de dúvida um dos melhores filmes dos anos 80, sem favor algum!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 22 de abril de 2021
O Nimitz Volta ao Inferno
Título Original: The Final Countdown
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Bryna Productions
Direção: Don Taylor
Roteiro: Thomas Hunter, Peter Powell
Elenco: Kirk Douglas, Martin Sheen, Katharine Ross, James Farentino, Ron O'Neal, Charles Durning
Sinopse:
Rompendo as barreiras que separam o tempo e o espaço, o USS Nimitz, Um porta-aviões moderno da Marinha dos Estados Unidos é lançado no tempo até 1941, perto do Havaí, poucas horas antes do ataque japonês a Pearl Harbor.
Comentários:
Muita gente ficou surpresa com esse filme em seu lançamento original nos cinemas, no começo da década de 1980. Isso porque o público em geral pensava que iria assistir a um filme de guerra convencional. Afinal era estrelado pelo veterano Kirk Douglas. A história se passava em um porta-aviões da US Navy. Porém na realidade não era disso que o filme tratava. Era uma ficção, muito fora dos padrões da época, envolvendo viagem no tempo, noções de física quântica e tudo o mais que ninguém tinha a menor ideia em ver nesse tipo de filme. E assim esse estranho "O Nimitz Volta ao Inferno" virou uma peça rara dentro do cinema americano. Claro que os antigos fãs de Kirk Douglas não gostaram da proposta do filme. Porém os mais jovens curtiram, livrando o filme de se tornar um fracasso de bilheteria. Embora não tenha sido sucesso, se pagou e gerou um pequeno lucro para o estúdio. E, apesar de tudo, não podemos deixar de reconhecer a coragem de Kirk Douglas. Naquela fase da carreira ele teve ousadia em atuar aqui. Mostrou que não tinha receios de inovar, procurar por novos rumos em sua filmografia.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
Spawn - O Soldado do Inferno
Sempre haverá alguém para reclamar. As pessoas precisam entender que é simplesmente impossível realizar um filme de meras duas horas de duração que sequer consiga chegar aos pés da complexidade do que se lê nas revistas mensais do herói (ou anti-herói, dependendo do ponto de vista). Por isso assim que chegou aos cinemas Spawn levou bordoadas de todos os lados e em especial dos leitores de seus quadrinhos. Penso de forma diferente. Acredito que é uma boa adaptação para as telas. O roteiro procura apresentar o personagem para os frequentadores de cinema (um público que nem sempre acompanha quadrinhos) ao mesmo tempo em que não pareça vazia ou infantil demais. Também tenta da melhor forma possível não decepcionar aos fãs de longa data do Spawn das comics. O resultado é sim muito bom, diria até eficiente. Claro que muita coisa ficou de fora, mas fazer um filme que fosse completo seria realmente uma tarefa que nem o mais poderoso super-herói poderia realizar.
Spawn - O Soldado do Inferno (Spawn, Estados Unidos, 1997) Direção: Mark A.Z. Dippé / Roteiro: Alan B. McElroy / Elenco: John Leguizamo, Michael Jai White, Martin Sheen / Sinopse: Homem morto faz pacto com o diabo para retornar ao mundo dos vivos como uma criatura com poderes especiais. De volta ao plano de existência onde viveu ele tenta reencontrar sua esposa ao mesmo tempo em que enfrenta um ser monstruoso que busca sua destruição completa. Filme vencedor do Sitges - Catalonian International Film Festival na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao Saturn Award na categoria de Melhor Maquiagem (Cindy J. Williams).
Pablo Aluísio.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Adoradores do Diabo
Quem acaba se saindo muito bem em cena é o veterano ator Martin Sheen, que empresta todo o seu talento dramático para tornar ainda mais verdadeira a agonia pela qual seu personagem passa. Sempre fui um admirador da obra do cineasta inglês John Schlesinger que no passado dirigiu várias obras primas como por exemplo "Perdidos na Noite" e "Maratona da Morte". Sua sensibilidade cinematográfica apurada acaba trazendo grande força a esse filme que lida com um assunto tão complicado. Vale a indicação para os fãs de filmes de horror que estejam em busca de algo mais diferente do que geralmente se vê no gênero.
Adoradores do Diabo (The Believers, Estados Unidos , 1987) Direção: John Schlesinger / Roteiro: Mark Frost, Nicholas Conde / Elenco: Martin Sheen, Helen Shaver, Harley Cross / Sinopse: Pessoas de má índole se envolvem com cultos ao sobrenatural.
Pablo Aluísio.
domingo, 4 de setembro de 2016
Alerta Vermelho
Título Original: Hostile Waters
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: David Drury
Roteiro: Troy Kennedy-Martin
Elenco: Rutger Hauer, Martin Sheen, Max von Sydow, Colm Feore, Rob Campbell, Peter Guinness
Sinopse:
Outubro de 1986. Auge da Guerra Fria. Estados Unidos e União Soviética lutam pela supremacia nos mares. Na ponta de lança de suas esquadras se encontram poderosos submarinos nucleares. Durante manobras militares na costa das ilhas Bermudas, duas dessas embarcações colidem, causando uma série crise diplomática entre as duas super potências da época. Filme com roteiro baseado em em fatos reais.
Comentários:
Esse é um dos primeiros filmes produzidos pelo canal HBO para ser exibido exclusivamente em sua grade de programação. Como o canal ainda não era exibido no Brasil durante aquela época (estamos falando dos anos 90) a produção acabou sendo lançada em nosso mercado de vídeo VHS. Por se tratar de um telefilme feito para a TV a cabo muitos poderiam pensar que ele não tem grande produção ou um roteiro mais caprichado. Essa visão é bem equivocada pois o filme, além de contar com um excelente elenco (onde se destacam os veteranos Martin Sheen e Max von Sydow), ainda se destacava justamente por trazer essa história real que havia acontecido uma década antes. Os submarinos são bem realizados, assim como as cenas recriando com o máximo de realismo o interior dessas embarcações. O clima sufocante, claustrofóbico até, torna tudo ainda mais interessante. O ator Rutger Hauer que havia se tornado famoso por causa de filmes (que hoje em dia são considerados verdadeiros clássicos modernos) como "Blade Runner, o Caçador de Andróides" e "Ladyhawke - O Feitiço de Áquila" acabou tendo aqui uma de suas melhores interpretações, algo que foi muito bem-vindo em sua carreira, já que ele vinha de uma sucessão de filmes ruins. Então é isso. Vale o resgate de relembrar esse bom filme de guerra do canal HBO. Uma história pouco conhecida do grande público, algo que colocou nosso mundo até mesmo em risco durante aqueles tensos anos de rivalidades entre americanos e soviéticos.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
Meu Querido Presidente
Em termos de elenco todos se mostram corretos, até mesmo Douglas, que demonstra uma impensada elegância em cena. Mesmo que seja complicado de ver Douglas como o chefe do executivo, ainda sim ele consegue convencer a todo momento. Sua atuação fez com que ele até mesmo pensasse seriamente em um dia ser candidato a algum cargo, vejam só vocês! Como é padrão na filmografia do diretor Rob Reiner, você não vai encontrar nada de muito ousado ou instigante no filme. Ele é bem morno mesmo, feito para a família, onde até os supostos pontos dramáticos são amenizados. Mesmo assim, com todo esses pontos fracos, ainda vale uma matinê preguiçosa no sofá. Como se pode perceber tudo não passa de um passatempo bem inofensivo.
Meu Querido Presidente (The American President, Estados Unidos, 1995) Direção: Rob Reiner / Roteiro: Rob Reiner / Elenco: Michael Douglas, Annette Bening, Martin Sheen, Michael J. Fox, Richard Dreyfuss / Sinopse: O filme mostra a vida de um presidente dos Estados Unidos. Um presidente de pura ficção, é bom salientar. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música Original (Marc Shaiman). Também indicado ao Globo de Ouro em outras cinco categorias, entre elas Melhor Filme - Comédia ou Musical.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Prenda-Me Se For Capaz
Esse é um filme leve, divertido, alto astral mesmo que o personagem seja no fundo apenas um estelionatário. Steven Spielberg no fundo não quis fazer um filme sobre um criminoso e seus crimes. Ele na verdade quis explorar o absurdo das situações, sempre com um largo sorriso na face. Funciona? Certamente sim, só que não é dos melhores filmes do diretor. Considero uma obra menor dentro da vasta e importante filmografia de Spielbeg, que alterou várias coisas da história real (sim, o filme é baseado numa história real). O personagem de Tom Hanks, por exemplo, nunca existiu de fato, foi uma criação para ajudar a tocar a história, já que na vida real foram vários agentes diferentes. Já o personagem vivido pelo Di Caprio era um escroque pé de chinelo que o FBI colocou as mãos e depois foi trabalhar com a agência para capturar outros meliantes. Então é isso. Um filme menor do diretor, porém divertido.
Prenda-Me Se For Capaz (Catch Me If You Can, Estados Unidos, 2002) Estúdio: DreamWorks SKG / Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Jeff Nathanson / Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hanks, Christopher Walken, Amy Adams, Martin Sheen / Sinopse: A história real de um criminoso que enganou todo mundo nos Estados Unidos durante os anos 60. Baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio.
domingo, 5 de abril de 2015
O Caso Roswell
O Caso Roswell
Esse telefilme foi lançado em vídeo no Brasil nos anos 1990 e se revelou uma bela surpresa. O tema, todos já sabem, explora a queda de uma aeronave desconhecida no deserto do Novo México durante a década de 1940. Ao chegar no local o oficial Jesse Marcel (Kyle MacLachlan) acabou concluindo que aquela não era um nave do governo americano, mas sim proveniente de outro planeta, de vida alienígena. Assim que soube do fato ele começou a dar entrevistas para jornais e isso acabou causando uma grande comoção popular, o que obviamente despertou a máquina de acobertamento do governo americano que prontamente entrou em ação, fazendo inclusive com que o próprio Marcel fosse ridicularizado pelos órgãos de imprensa da época.
Na realidade esse estranho acontecimento ocorrido em Roswell acabou criando toda a mitologia dos discos voadores, que depois iriam explodir na cultura pop, surgindo em filmes, séries, quadrinhos e livros. Um dos maiores méritos dessa produção é que ela adotou um tom muito equilibrado, procurando expor todos os fatos sem sensacionalismos desnecessários ou apelando para soluções banais e infantis. O roteiro não se posiciona claramente sobre o ocorrido, procurando apenas expor o que de fato aconteceu, sem tirar maiores conclusões. Provavelmente seja o filme que melhor captou essa situação, pois foi quase que inteiramente inspirado em um dos melhores livros escritos sobre o tema (de autoria dos doutores Kevin D. Randle e Donald R. Schmitt). Boa reconstituição de época, aliada a uma postura adequada, fazem de "O Caso Roswell" um programa obrigatório para quem se interessa em ufologia e sua história. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Minissérie ou filme produzido para a TV.
O Caso Roswell (Roswell, Estados Unidos, 1994) Direção: Jeremy Kagan / Roteiro: Kevin D. Randle, Donald R. Schmitt / Elenco: Kyle MacLachlan, Martin Sheen, Dwight Yoakam. / Sinopse: O filme explora aquele caos bem conhecido de Roswell, onde supostamente teria ocorrido um acidente com um disco voador vindo de outro planeta. Verdade ou pura ficção?
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Adoradores do Diabo
Título Original: The Believers
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: John Schlesinger
Roteiro: Mark Frost, Nicholas Conde
Elenco: Martin Sheen, Helen Shaver, Harley Cross
Sinopse:
Após a morte supostamente acidental de uma mulher numa cozinha, um médico de Nova Iorque descobre que ela estaria envolvida em uma rede de membros que se reúnem numa seita satânica nos porões da cidade. São fanáticos que promovem sacrificios humanos com crianças. Para seu desespero também acaba descobrindo que seu filho é um dos alvos. Agora terá que lutar para salvar a criança das mãos dos membros dessa sanguinária seita do diabo.
Comentários:
Um bom filme de terror que causou certa sensação em seu lançamento por tratar de um problema que só tem crescido nos últimos anos: a proliferação de seitas que se envolvem em magia negra, matando crianças em sacrifícios terríveis dirigidos para seus supostos deuses do inferno. O roteiro investe numa situação mais intelectual e procura evitar apelar o tempo todo para absurdos sensacionalistas. Quem acaba se saindo muito bem em cena é o veterano ator Martin Sheen, que empresta todo o seu talento dramático para tornar ainda mais verdadeira a agonia pela qual seu personagem passa. Sempre fui um admirador da obra do cineasta inglês John Schlesinger que no passado dirigiu várias obras primas como por exemplo "Perdidos na Noite" e "Maratona da Morte". Sua sensibilidade cinematográfica apurada acaba trazendo grande força a esse filme que lida com um assunto tão complicado. Vale a indicação para os fãs de filmes de horror que sejam mais intrigantes.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Terra de Ninguém
Título Original: Badlands
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Martin Sheen, Sissy Spacek, Warren Oates, Gary Littlejohn
Sinopse:
No final dos anos 1950, Charles Starkweather (Martin Sheen) e sua jovem namorada, a adolescente Caril Ann Fugate (Sissy Spacek), saem em uma jornada de matança e morte numa pequena cidade do meio oeste americano. Inicialmente matam a própria família da namorada e depois partem sem rumo certo, espalhando medo e terror nos moradores das cidades da fronteira entre os estados de Nebraska e Wyoming. Ao final, em apenas oito dias, cometem onze assassinatos, em um dos mais infames casos envolvendo serial killers na história dos Estados Unidos. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria Melhor Atriz (Sissy Spacek).
Comentários:
Filme baseado em fatos reais. Aqui o genial diretor Terrence Malick resolveu contar uma história que chocou a sociedade americana no final dos anos 50. Imagine dois jovens, que pareciam ser bem comuns, sairem matando a esmo, sem motivo aparente. Dentro da psiquiatria forense é muito raro encontrar dois psicopatas ainda na juventude se encontrando, ainda bem, pois como vemos aqui os resultados são realmente terríveis. O assassino Charles Starkweather de apenas 18 anos, era fã do ator James Dean e incorporava seus maneirismos na sua vida pessoal. Talvez isso tenha atraído a jovem Caril Ann de apenas 14 anos, que se apaixonou por ele praticamente da noite para o dia. O romance não contava com o apoio da família dela e esse foi o estopim de toda a matança sem freios. Após matar toda a sua família (incluindo uma criança de apenas dois anos e meio de idade) eles foram para uma fazenda próxima, que pertencia a um amigo do pai de Starkweather. Isso não o impediu de matar a sangue frio novamente, pelas costas e de maneira completamente covarde, o pobre fazendeiro, que os havia acolhido com gentileza minutos antes. Depois ainda seguiram em frente assassinando um jovem casal de namorados que lhe deram carona e uma outra família, de um bem sucedido industrial, que morava pelas redondezas. Uma história terrível e assustadora. Martin Sheen está ótimo como Charles Starkweather. O criminoso fazia bem aquele tipo de psicopata assassino sem qualquer emoção aparente. Lixeiro, sem perspectivas de um dia melhorar na vida, ele saiu ao lado da namorada nessa verdadeira orgia de assassinatos. Um bom exemplar de um caso que mostra sem dúvidas que o mal existe e está presente e mais próximo do que podemos imaginar.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Os Infiltrados
Título Original: The Departed
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: William Monahan, Alan Mak
Elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson, Mark Wahlberg, Martin Sheen, Vera Farmiga, Alec Baldwin
Sinopse:
Na violenta Boston há uma guerra surda entre o departamento de polícia local e os membros de uma gangue de traficantes de drogas de origem irlandesa! Para descobrir o que se passa no mundo do crime os policiais infiltram um de seus homens entre os criminosos. Curiosamente ao mesmo tempo a gangue também resolve implantar um de seus homens dentre os tiras. Está formada a guerra de informações. Filme vencedor do Oscar de Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Edição e Direção. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Direção.
Comentários:
É um dos filmes que menos gosto de Martin Scorsese. Olhando para produções como esse noto um certo desvirtuamento no estilo do cineasta. Ao longo dos anos ele foi ficando cada vez mais intenso, para não dizer exagerado. Nesse processo perdeu grande parte de sua classe. O elenco é fenomenal, com destaque para a presença de Jack Nicholson, mas no geral o filme não conseguiu funcionar plenamente, pelo menos em minha forma de ver. Há um uso excessivo de cenas violentas e algumas de extremo mau gosto que me fazem questionar o que estaria se passando na cabeça do velho Scorsese. Claro que nada disso fará grande diferença pois "The Departed" foi sucesso de crítica e público. É mais um fruto da parceria do diretor com o ator Leonardo DiCaprio que, coitado, segue sua sina de ir atrás do Oscar de todas as formas sem conseguir nada. Nesse aqui as coisas foram ainda piores, o agente de Leo fez grande promoção para o ator na Academia - o que de fato era merecido pois ele está bem no filme - mas ele sequer conseguiu ser indicado! Até o velho Jack foi esquecido - provavelmente por causa da pouca participação de seu personagem na trama em geral. Ao invés disso os membros da Academia resolveram premiar o medíocre Mark Wahlberg com uma indicação de Melhor Ator Coadjuvante. Sinceramente? Sua indicação me pareceu ser uma piadinha de humor negro dos membros votantes do Oscar...
Pablo Aluísio.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
O Apocalipse de Um Cineasta
Título Original: Hearts of Darkness: A Filmmaker's Apocalypse
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: American Zoetrope
Direção: Fax Bahr, George Hickenlooper, Eleanor Coppola
Roteiro: Fax Bahr, George Hickenlooper
Elenco: Dennis Hopper, Martin Sheen, Marlon Brando, John Milius, Francis Ford Coppola
Sinopse:
Documentário que mostra as filmagens do clássico "Apocalypse Now" uma das maiores obras primas da história da sétima arte. O enfoque se concentra no tumultuado processo de filmagens, na complicada relação entre equipe técnica e atores e na luta para se filmar em uma região de clima indomável e imprevisível.
Comentários:
Para quem é fã da sétima arte esse documentário é simplesmente imperdível. Aqui acompanhamos os complicados bastidores de filmagens de "Apocalypse Now", que segundo o próprio Francis Ford Coppola, foi a mais terrível filmagem de que participou em toda a sua carreira. Assim que chegaram nas locações o ator Martin Sheen sofreu um infarto. O outro astro do elenco, o mitológico Marlon Brando, conhecido por ser um ator impossível de se controlar, também se tornou uma fonte de dores de cabeça para Coppola. Demorou para chegar no set de filmagens e quando finalmente se instalou resolveu trazer uma série de sugestões para o roteiro do filme. Algumas foram realmente ótimas como se pode conferir no filme. Brando sugeriu a Coppola que não fizesse mau uso de seu personagem, o deixando na penumbra até o clímax. Esse por sua vez foi um monumental trabalho por parte de Marlon. Ele não usou script - pois não tinha mais paciência para memorizar falas nessa altura de sua vida. Tudo o que ouvimos e vemos na cena final é fruto de pura improvisação de sua parte, o que mostra sua genialidade, acima de tudo.
Brando, por exemplo, resolveu por conta própria raspar seu cabelo para dar uma aura de misticismo e mistério ao alto oficial americano que está perdido no meio da floresta em plena guerra do Vietnã. Francis Ford Coppola foi inteligente o suficiente para incorporar todas as sugestões, reescrevendo por inúmeras vezes o roteiro. Por falar nisso não são poucas as cenas em que Coppola surge em cena, martelando sua surrada máquina de escrever. O curioso é que presenciamos muito de improvisação, decisões tomadas no calor do momento e maleabilidade por parte de Coppola e sua equipe. Isso demonstra que até mesmo as grandes obras de arte não nascem completamente idealizadas ou organizadas. O caos também pode servir de ótimo caldeirão de criação, como muito bem podemos notar aqui ao acompanhar tudo. No geral esse documentário é uma verdadeira delícia para quem gosta de cinema pois mostra diversos gênios trabalhando juntos para dar vida a um dos maiores clássicos da sétima arte. Quer algo melhor do que isso?
Pablo Aluísio.
sábado, 13 de abril de 2013
Wall Street
Depois do grande sucesso de “Atração Fatal” o ator Michael Douglas resolveu unir forças com o polêmico diretor Oliver Stone. Ambos sempre foram ideologicamente muito próximos, seguindo a linha mais liberal e essa sincronia de pensamentos os levou a trabalhar juntos nesse “Wall Street”. O filme obviamente soava como uma crítica nada sutil aos executivos de Wall Street, o centro financeiro de Nova Iorque. Lá, onde fortunas eram ganhas praticamente da noite para o dia, convive uma série de "tubarões" do sistema capitalista americano, entre eles um dos mais agressivos é justamente Gordon Gekko (Michael Douglas), um sujeito sem qualquer escrúpulo que está mais interessado em especular e ganhar rios de dinheiro a todo custo, mesmo que de modo fraudulento, do que qualquer outra coisa. Do outro lado surge um recém chegado naquele mundo, o jovem Bud Fox (Charlie Sheen), que não demora a entender as regras do jogo naquele ambiente hostil e realmente selvagem.
Por falar em Charlie Sheen o ator era na época de “Wall Street” um dos mais promissores astros da nova geração de Hollywood. Ele havia estrelado o sucesso “Platoon” com o mesmo diretor Oliver Stone e na época era apontado, ao lado de Tom Cruise, como um dos grandes mega astros do futuro. O problema é que enquanto Cruise fazia de tudo para manter sua vida pessoal e imagem na linha, Sheen seguia o caminho oposto se envolvendo em escândalos com esquemas de prostituição e drogas, afundando suas pretensões de virar realmente uma estrela de cinema de primeira grandeza. Já Oliver Stone encontrou aqui um palco adequado para dar mais uma vez seu recado. Profundo contestador do sistema americano ele aqui centra fogo contra o lado mais desumano do capitalismo ianque, criticando dentro de sua estória um regime onde muitos não possuem quase nada e pouquíssimos se esbaldam em luxos e riqueza (muitas vezes sem nada terem feito de concreto para isso). Com sua visão política apurada Oliver Stone logo virou alvo de muitas críticas mas isso no fundo não importa pois o que sobressai no final é o fato de que o filme “Wall Street” é realmente muito bom, se tornando ainda hoje muito atual.
Wall Street – Poder e Cobiça (Wall Street, Estados Unidos, 1987) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Stanley Weiser, Oliver Stone / Elenco: Michael Douglas, Charlie Sheen, Tamara Tunie, Franklin, Martin Sheen / Sinopse: No mundo de Wall Street um velho e um novo especulador tentam enriquecer dentro do milionário mercado de ações da economia americana.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Apocalypse Now
As filmagens foram completamente caóticas. Logo no começo dos trabalhos o ator Martin Sheen teve uma parada cardíaca. O clima hostil das Filipinas não ajudava em nada, arrasando cenários e atrasando as filmagens, que logo estouraram o orçamento, levando o estúdio a pressionar cada vez mais o diretor. Brando relembrou em seu livro de memórias o caos reinante. Ele havia surgido no set bem acima do peso, logo entendendo os problemas que assolavam os trabalhos. Muitos membros da equipe estavam doentes com doenças tropicais e Coppola tentava de forma desesperada colocar alguma ordem naquela confusão. Brando então resolveu colaborar, participando de forma muito mais ativa do que costumava fazer. Começou a mexer no roteiro, trazendo novas idéias para o diretor. Também resolveu, por conta própria, cortar todo o cabelo, ficando completamente careca (uma decisão que se mostraria muito acertada como se pode ver depois que o filme ficou pronto). Sua intenção era criar uma imagem mítica para seu personagem, que surgiria como um Buda insano no meio da selva. Como não era um ator comum, que aceitasse scripts e roteiros sem discutir, resolveu mexer em seu personagem cada vez mais. Aconselhou Coppola a deixar Kurtz dentro de uma penumbra de mistério e sombras durante todo o filme, só surgindo de forma triunfante na cena final. Essa foi outra ótima sugestão de Brando para Apocalypse Now. De fato ele praticamente roubou o filme em seus minutos finais em um longo e conturbado monólogo – em que o ator misturou diálogos previamente escritos com pura improvisação, colocando inclusive pensamentos e devaneios de sua própria vida pessoal. Usando desse recurso Brando conseguiu produzir um de seus maiores momentos no cinema. Ele próprio reconheceria depois que Coppola era realmente um gênio pois lhe abriu espaço dentro do filme para atuar e colocar suas aptidões cênicas com total liberdade. O resultado final foi simplesmente uma das maiores obras primas da história do cinema. Um filme sensorial, sombrio e muito complexo sob qualquer ângulo que se analise.
E como toda grande obra prima o filme causou reações diversas em seu lançamento. Não era o corte ideal para Coppola, ele fez várias concessões comerciais ao estúdio que queria um filme menos profundo e complexo porém mais acessível. Mesmo assim Coppola conseguiu chegar a uma versão intermediária que agradou tanto a ele como ao estúdio (só depois de muitos anos o diretor conseguiria lançar o filme do jeito que inicialmente planejou). “Apocalypse Now” é uma notável crônica sobre a América e seu envolvimento na guerra do Vietnã, um conflito sem sentido, moldado por interesses obscuros e contraditórios. O Coronel Kurtz, brilhantemente interpretado por Marlon Brando, era um retrato do enlouquecimento não apenas de um homem perdido no meio da selva mas também um retrato da própria insanidade do envolvimento americano no Vietnã. Era a América perdendo sua própria razão e racionalidade. O resultado final de tantos talentos trabalhando juntos não poderia resultar em outra coisa. “Apocalypse Now” é uma obra de arte simplesmente magnífica.
Apocalypse Now (Apocalypse Now, Estados Unidos, 1979) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola, John Milius, Michael Herr baseados no livro Heart of Darkness de Joseph Conrad / Elenco: Marlon Brando, Robert Duvall, Martin Sheen, Frederic Forrest, Albert Hall, Sam Bottoms, Laurence Fishburne, Dennis Hopper / Sinopse: O capitão Willard (Martin Sheen) parte em busca do paradeiro do Coronel Kurtz (Marlon Brando) que desapareceu nas entranhas da selva do Vietnã. A busca irá se transformar em um pesadelo de delírio e insanidade. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Premiado com os Oscars nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Som. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias Melhor Direção, Melhor Ator Coadjuvante (Robert Duvall) e Melhor Trilha Sonora Original.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
O Espetacular Homem-Aranha
O sucesso do Spiderman não é complicado de entender. Stan Lee, que nunca foi bobo nem nada, criou um personagem que iria criar uma forte identificação com seu público alvo. Peter Parker era um estudante comum de High School, sem grana, passando por dificuldades na escola, sendo alvo de bullying e apaixonado pela garota mais bonita e popular do colégio. Ela obviamente não lhe dá a mínima bola. Agora responda rápido: existe algum jovem no mundo que não iria se identificar com uma estória dessas? Não me admira em nada que a mitologia do Aranha nunca tenha perdido sua força, sempre conseguindo se comunicar com as novas gerações, mesmo após tantos anos de sua criação. Essa nova releitura nos cinemas tem tudo para agradar aos fãs. A estória continua irresistível, o casal central de atores é bem carismático e o elenco de apoio é da melhor qualidade. O vilão também é outro ponto positivo. O Dr. Curt Connors (Rhys Ifans) é a própria personificação do cientista que não consegue mais separar sua vida pessoal de suas pesquisas. O Lagarto feito digitalmente é convincente e bem elaborado. Em suma, O Espetacular Homem-Aranha certamente vai agradar aos garotos e aos marmanjos que adoravam as aventuras dos personagens dos gibis quando eram guris. Não deixe de assistir.
O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man, Estados Unidos, 2012) Direção: Marc Webb / Roteiro: Alvin Sargent, James Vanderbilt, Steve Kloves / Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Rhys Ifans, Martin Sheen, Sally Field, C. Thomas Howell, Embeth Davidtz, Chris Zylka, Denis Leary, Campbell Scott, Irrfan Khan, Kelsey Chow, Stan Lee / Sinopse: Peter Parker (Andrew Garfield) é um jovem estudante que é picado por uma aranha e se torna um super-herói com poderes especiais. Agora terá que enfrentar um monstro que aterroriza a cidade.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Gandhi
Pode todo um império poderoso se curvar apenas ao peso de um ideal? A história de Gandhi prova que sim. De um lado temos o imenso, poderoso e dominador Império Britânico. Na época se dizia que o sol nunca se punha sob os domínios da Grã Bretanha, tamanha a sua extensão nos quatro cantos do mundo. Do outro lado havia esse indiano muito simples, de roupas despojadas, óculos desajeitados, uma pessoa que procurava viver como o mais humilde dos homens. Nesse choque de ideologias os fundamentos do pequeno homem acabaram vencendo os alicerces do majestoso Império de Vossa Majestade. Tudo baseado apenas em suas idéias de liberdade e autonomia. O mais grandioso na figura de Gandhi é que ele não liderou uma revolução armada mas sim um movimento de não violência, fundado apenas na ideologia da não violência, da convivência pacífica e no poder da argumentação lógica e sensata. Não é para menos que hoje em dia o mundo o conhece como Mahatma (grande alma). Ele conseguiu romper as amarras do colonialismo inglês para com seu país apenas pela força de sua mensagem. Uma revolução diferente, não feita de armas de fogo mas sim de pensamento e sensatez.
Em 1982 o corajoso produtor e diretor Richard Attenborough resolveu levar a história de Gandhi para os cinemas. Uma decisão ousada uma vez que a história do líder indiano é muito intimista, teórica. Não haveria cenas de batalhas para encher as telas como nos antigos épicos, nada disso, o roteiro teria que se concentrar apenas na mensagem e na ideologia de Mahatma. Não há momentos extremamente dramáticos e nem grandes guerras ou algo parecido. Diante disso muitos achavam que essa era realmente uma história que não poderia ser levada às telas com êxito. Ledo engano. Gandhi não deixou de ser um filme fenomenal por essas razões, pelo contrário. Em ótima caracterização o ator Ben Kingsley literalmente encarnou o personagem em um dos melhores castings da história do cinema. A transposição da biografia de Gandhi foi tão bem sucedida no final das contas que conseguiu vencer todos os grandes prêmios em seu ano, inclusive vencendo o Oscar nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Ben Kingsley), melhor roteiro original, melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor figurino e melhor edição. Um grande filme para um grande homem. God Save The Queen.
Gandhi (Gandhi, Estados Unidos, Inglaterra, 1982) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: John Briley, Alyque Padamsee / Elenco: Ben Kingsley, Candice Bergen, Edward Fox, John Gielgud, Trevor Howard, John Mills, Martin Sheen / Sinopse: Cinebiografia do líder indiano Mahatma Gandhi.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 1 de maio de 2012
Codinome Cassius 7
O elenco todo está no controle remoto com cara de enfadonho, em especial Richard Gere que parece não mais se importar com a qualidade dos filmes que faz. Seus dias de grande astro certamente foram deixados para trás e eu tenho dúvidas se o filme conseguirá chegar nas salas de cinema (provavelmente irá direto para o mercado de DVDs). Topher Grace só funciona em personagens cômicos (como o que ele interpretava na boa sitcom "That´s 70´s Show"). Como vilão ou como mocinho em filmes de outros gêneros ele não consegue apresentar um bom trabalho (vide Homem Aranha 3). Já Martin Sheen, coitado, não acrescenta em nada e parece estar ali apenas defendendo seu aluguel. De resto a direção de Michael Brandt é totalmente sem pegada. Isso é até fácil de explicar uma vez que esse é seu primeiro trabalho como diretor pois ele sempre foi apenas roteirista. Um conselho? Volte aos roteiros pois como diretor ele não sabe muito bem o que fazer.
Codinome Cassius 7 (The Double, Estados Unidos, 2011) Direção: Michael Brandt / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Richard Gere, Topher Grace, Martin Sheen / Sinopse: Paul Shepherdson (Richard Gere) é um ex agente da CIA aposentado que se vê imerso em um complicado complô envolvendo um de seus antigos casos.
Pablo Aluísio.