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terça-feira, 23 de agosto de 2022

O Pistoleiro Marcado

Título no Brasil: O Pistoleiro Marcado
Título Original: Young Billy Young
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Burt Kennedy
Roteiro: Burt Kennedy, Heck Allen
Elenco: Robert Mitchum, Angie Dickinson, Robert Walker Jr, David Carradine

Sinopse:
O pistoleiro Ben Kane (Robert Mitchum) aceita o cargo de Xerife na distante e violenta Lordsburg, um lugarejo perdido no meio da poeira do deserto. No meio da viagem para lá acaba esbarrando em Billy Young (Walker), um jovem pistoleiro que está fugindo de um grupo mexicano armado, após matar um líder revolucionário da região. Kane resolve então recrutar Young para ser seu assistente. Não será uma tarefa fácil impor lei e ordem naquela cidade, infestada de malfeitores. Kane está inclusive particularmente interessado em encontrar com um rico e corrupto fazendeiro do local, com quem tem contas a acertar por causa de um assassinato covarde ocorrido no passado.

Comentários:
Se trata de um filme menor dentro da rica filmografia do ator Robert Mitchum. Eu gosto de dizer que a época de ouro do cinema americano de western aconteceu durante os anos 1950. Da metade da década seguinte em diante os filmes de faroeste foram paulatinamente perdendo qualidade e importância. A geração hippie foi perdendo interesse naqueles cowboys cheios de integridade e honra, uma vez que seus valores eram bem outros na década riponga da cultura das drogas. Assim westerns como esse foram ficando com cara de "velhos" e "ultrapassados". Hollywood investia em outros ramos e já não havia mais orçamentos milionários à disposição para fazer grandes filmes sobre o velho oeste. A solução foi se adaptar, realizando produções mais modestas e com enredos mais simples. "Young Billy Young" já é um reflexo dessa nova mentalidade. Apesar de contar com o ótimo Robert Mitchum no elenco - com o fraco Robert Walker Jr no papel de Billy Young - o filme nunca chega a empolgar ou decolar. Com um roteiro mergulhado em clichês mais parece uma releitura tardia de outros grandes filmes estrelados por Mitchum em seu auge (aqueles sim, grandes clássicos). O ator até arrisca dar uma de cantor, cantarolando a música tema do filme, mas no geral segue em controle remoto. Fora isso nada de muito relevante. No final fica um gostinho óbvio de Déjà vu no espectador. Os bons tempos do gênero definitivamente já tinham ficado para trás.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Macho Callahan

Título no Brasil: Macho Callahan
Título Original: Macho Callahan
Ano de Produção: 1970
País: Estados Unidos, México
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Bernard L. Kowalski
Roteiro: Richard Carr, Cliff Gould
Elenco: David Janssen, Jean Seberg, Lee J. Cobb, David Carradine

Sinopse:
Diego Callahan (David Janssen) é um cowboy forçado a se alistar no exército confederado durante a guerra civil americana. Acusado injustamente de traição é jogado numa das mais infames prisões da guerra. Após fugir vai atrás de todos aqueles que o colocaram naquela situação de vida ou morte. Sua sede de vingança porém não será tão facilmente saciada pois um perigoso caçador de recompensas sai em seu encalço pelos desertos do velho oeste americano.

Comentários:
"Macho Callahan" ficou bem popular no Brasil porque foi lançado em VHS pela Globo Filmes em meados dos anos 1980. É uma produção entre Estados Unidos e México que procura reprisar alguns temas caros aos filmes italianos de faroeste, naquela altura em sua fase de maior popularidade. Isso não deixa de ser muito curioso, pois em última instância era um filme americano que procurava imitar os Westerns Spaghettis, que por sua vez eram imitações mais violentas dos filmes ianques. No meio desse rocambole todo fica até complicado entender quem no final das contas estaria imitando quem! Deixando isso de lado temos que dar crédito ao filme em si, que realmente é bom, diria até acima da média em termos de elenco - embora David Janssen não seja tão conhecido hoje em dia o elenco coadjuvante era de fato um destaque, em especial David Carradine no papel de David Mountford. Enfim, vale a pena conhecer ou rever para matar as saudades da era do VHS no Brasil.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de outubro de 2021

Kill Bill: Volume 2

Muitos que foram ao cinema assistir a esse filme pensaram equivocadamente que se tratava de uma continuação, uma sequência do primeiro filme. Não é bem assim. Na verdade como o próprio diretor Quentin Tarantino explicaria depois, se tratava na realidade de apenas um filme, dividido em duas partes. A questão é que seu roteiro ficou tão extenso, tão longo e cheio de referências da cultura pop, que ficou impossível desenvolver e apresentar tudo em apenas uma parte (ou um volume como pensou o cineasta). Assim temos aqui o final da trama envolvendo a "noiva" (Uma Thurman) e as razões que a fizeram se tornar praticamente uma assassina serial (ou algo que o valha). A trama é secundária, como aconteceu também na primeira parte. Nessa segunda fita há maiores explicações sobre tudo, inclusive com o uso bem realizado de flashbacks.

Tudo isso porém não é o mais importante. O que "Kill Bill" tem de melhor é a sua estética cinematográfica, sua apologia em forma de homenagem a filmes do passado e centenas de referências à cultura pop. Tudo fruto do caldeirão de cultura popular que povoa a mente do diretor. O resultado de tudo isso é muito divertido e também muito bem feito. Tarantino sabe como ninguém fazer da paródia descompromissada uma verdadeira obra de arte. Curiosamente a Academia, mais uma vez, resolveu ignorar. Pelo menos o Globo de Ouro ainda lembrou do filme em sua premiação, indicando Uma Thurman ao prêmio de Melhor Atriz - Drama (Drama?!) e David Carradine na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (o último grande reconhecimento em sua carreira).

Kill Bill: Volume 2 (Kill Bill: Vol. 2, Estados Unidos, 2004) Direção: Quentin Tarantino / Roteiro: Quentin Tarantino / Elenco: Uma Thurman, David Carradine, Michael Madsen, Vivica A. Fox./ Sinopse: Enquanto todos pensavam que "a noiva" estava morta e enterrada, ela retorna finalmente para sua última vingança.

Pablo Aluísio.

Kill Bill: Volume 1

Quentin Tarantino afirmou recentemente que vai retomar essa saga cinematográfica. Então nada mais oportuno do que rever os dois primeiros filmes. E de onde surgiu a ideia que deu origem a Kill Bill? Quando era apenas um adolescente e nerd, o futuro diretor Quentin Tarantino trabalhou por bastante tempo em uma locadora no bairro onde morava. Para quem é jovem demais para saber o que é uma locadora de vídeo, bem... era um lugar bem bacana onde você alugava fitas de um sistema chamado VHS para assistir em casa. A era da internet, dos canais a cabo, do streaming e tudo mais praticamente acabou com esse mundo. A velha locadora de vídeo virou algo tão ultrapassado como uma máquina de escrever! Pois bem, o mais interessante em trabalhar em uma locadora era que você tinha acesso a um acervo enorme de filmes que poderia assistir a qualquer momento. Foi assim mesmo que Tarantino conseguiu cultivar uma tremenda cultura pop.

Nesse "Kill Bill" ele resolveu jogar tudo o que assistiu por anos em apenas um filme. Na realidade o roteiro dessa produção nada mais é do que uma longa homenagem do cineasta para aqueles filmes podreiras que ficavam anos pegando poeira nas prateleiras. Produções vagabundas de artes marciais, filmes de faroeste italianos que ninguém conhecia (só o próprio Tarantino) e todo tipo de underground cinematográfico que você possa imaginar. O que fez Tarantino foi apenas pegar tudo isso que ele assistiu por anos e anos, embalar em um embrulho chique e cult e... voilá! Eis o produto nerd por excelência. O fato é que não importa que esse rocambole seja muito estimado por certos críticos de cinema pelo mundo, o que vale mesmo é saber que a fita, o enredo e o desenvolvimento da trama são divertidíssimos! É o tipo de filme que você não deve encarar com seriedade ou reverência, muito pelo contrário, você tem que conferir procurando se divertir o máximo possível com a mente insana do diretor. Assista com um balde de pipoca e uma Coca-Cola dois litros de lado e desligue o cérebro. Garanto que a diversão estará garantida!

Kill Bill: Volume 1 (Kill Bill: Vol. 1, Estados Unidos, 2003) Direção: Quentin Tarantino / Roteiro: Quentin Tarantino / Elenco: Uma Thurman, David Carradine, Daryl Hannah, Lucy Liu, Michael Madsen, Vivica A. Fox / Sinopse: Uma noiva em busca de vingança, artes marciais, uma espada de samurai. Eis tudo o que você precisa saber antes de assistir ao primeiro filme da linha Kill Bill. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Uma Thurman).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Cavalgada dos Proscritos

Em 1980 chegou aos cinemas esse bom western intitulado "Cavalgada dos Proscritos". Na história o famoso criminoso do velho oeste Jesse James (James Keach) e seu irmão Frank James (Stacy Keach) resolvem formar um bando de assaltantes de bancos e trens no Missouri do século XIX, poucos meses depois do fim da guerra civil. Ao lado dos irmãos Youngers eles colocam as pequenas cidades do oeste em pavorosa. Para enfrentá-los a agência de investigação Pinkerton envia seus melhores homens. Esse é mais um filme enfocando a lendária figura do fora da lei Jesse James (1847 - 1882). O roteiro procura inovar bastante na forma como conta essa história. Assim ao invés de focar exclusivamente na figura de Jesse James, o texto procura também desenvolver os outros homens de seu bando, em especial os irmãos Youngers, que cavalgaram por muitos anos ao lado de Jesse. 

Há três grandes cenas nessa produção que merecem menção. A primeira quando o grupo fica encurralado numa casinha de madeira no pé da montanha. Cercados pelos Pinkertons eles precisam descer um desfiladeiro em debandada debaixo de uma chuva de tiros. Outra cena muito boa é o tiroteio final ocorrido nas ruas de uma cidadezinha de Minnesota. Nessa sequência em particular o estilo do diretor Walter Hill homenageia o grande Sam Peckinpah ao filmar tudo em câmera lenta, mostrando todos os mínimos detalhes da violência do confronto entre bandidos e policiais. Por fim há a cena que abre a história. Nesse momento o que é valorizado é a tensão pois o grupo está em um banco, cercado por homens da lei do lado de fora. Curiosamente o bando de Jesse James é formado por três grupos de irmãos no elenco, os Carradines (David, Keith e Robert), os Quaids (Dennis e Randy) e os Keachs (James e Stacy), tudo contribuindo para o excelente resultado final desse western que é certamente muito recomendado para os fãs do gênero.

Cavalgada dos Proscritos (The Long Riders, Estados Unidos, 1980) Estúdio: United Artists, MGM / Direção: Walter Hill / Roteiro: Bill Bryden, Steven Smith / Elenco: David Carradine, Stacy Keach, Dennis Quaid, Keith Carradine, Robert Carradine, James Keach, Stacy Keach, Randy Quaid, Nicholas Guest / Sinopse: No velho oeste americano o criminoso e pistoleiro Jesse James decide formar uma quadrilha especializada em roubos a bancos e ferrovias. Assim que os primeiros crimes são cometidos, um grupo de homens da lei começa a caçar os bandidos. Filme indicado ao Cannes Film Festival.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de outubro de 2014

Alta Tensão

Título no Brasil: Alta Tensão
Título Original: Bird on a Wire
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: Louis Venosta, Eric Lerner
Elenco: Mel Gibson, Goldie Hawn, David Carradine, Bill Duke

Sinopse:
Rick Jarmin (Mel Gibson) entra no Programa de proteção de testemunhas do FBI após testemunhar contra um poderoso chefão do narcotráfico, Eugene Sorenson (David Carradine). Quinze anos depois ele acaba encontrando por mero acaso com sua antiga noiva, Marianne Graves (Goldie Hawn), em um posto de gasolina. Ela pensara durante todos esses anos que ele tinha morrido em um acidente de avião. O reencontro acaba virando a vida de Rick de ponta cabeça, já que os criminosos só querem mesmo a chance de encontrá-lo novamente para um acerto de contas.

Comentários:
Uma divertida bobagem que uniu o astro dos filmes de ação Mel Gibson com a comediante gracinha Goldie Hawn! A fórmula parecia atrativa para a Universal e assim o filme foi realizado, meio a toque de caixa, com orçamento enxuto, logo após o grande sucesso de Gibson, "Máquina Mortífera II". O fato é que estúdio tinha faturado bem com a mesma Goldie Hawn em filmes que investiam em comédia e ação. Na maioria deles ela havia estrelado ao lado do maridão Kurt Russell. Ele era um ator até bem popular na década de 1980, mas não poderia ser comparado ao furacão Mel Gibson nas bilheterias. Assim o roteiro que foi inicialmente escrito para ser estrelado pelo casal acabou sendo oferecido a Gibson. A produção seria lançada após o verão americano, considerado o mais concorrido e comercial da temporada, só para manter o nome do ator em voga, enquanto ele não surgia em outro blockbuster. O resultado acabou sendo melhor do que o esperado. O filme que custou meros vinte milhões de dólares ultrapassou os 100 milhões em bilheteria em poucas semanas, comprovando que Mel Gibson vivia de fato a época de ouro de sua carreira cinematográfica. Como convém naquela época o roteiro mesclava explosões e cenas de ação com piadinhas engraçadinhas. Revisto hoje em dia a coisa toda ficou bem datada, mas não deixa de ainda divertir, principalmente para os saudosistas daqueles tempos passados.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de janeiro de 2014

McQuade, o Lobo Solitário

Título no Brasil: McQuade, o Lobo Solitário
Título Original: Lone Wolf McQuade
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Steve Carver
Roteiro: B.J. Nelson, H. Kaye Dyal
Elenco: Chuck Norris, David Carradine, Barbara Carrera

Sinopse: 
J.J. McQuade (Chuck Norris) é um Texas Ranger diferente, que não procura seguir exatamente as regras! É um sujeito que prefere agir sozinho o que acaba lhe dando a alcunha de "Lobo Solitário". Em busca de armas automáticas militares roubadas ele acaba descobrindo uma perigosa rede de traficantes de drogas. Abrindo mão de seu modo de trabalhar e investigar sozinho acaba se unindo a um agente do FBI para colocar as mãos nos criminosos.

Comentários:
Filmado em El Paso, Texas, "McQuade" foi escrito para ser inicialmente estrelado pelo ator e cantor country Kris Kristofferson que desistiu do papel poucas semanas antes do começo das filmagens, preferindo sair em mais uma turnê com sua banda. Assim a Orion acabou escalando Chuck Norris em cima da hora, o que não deixa de ser uma grande ironia do destino pois o personagem acabou sendo uma das marcas registradas do ator (tanto que em "Os Mercenários 2" Norris é chamado de "O Lobo Solitário"). De uma forma ou outra acabou se tornando um dos mais populares filmes de Norris. Uma tentativa de unir resquícios do western spaghetti com os filmes de lutas marciais populares na década de 1970. David Carradine também está no elenco. Anos depois ele afirmaria numa entrevista, de forma bem divertida, que teria feito a cena final de luta com Chuck Norris sem dublês - o que foi confirmado pelos produtores na época - e tinha sobrevivido para contar a história! Uma clara piada com a fama de imbatível de Norris. Curiosamente quando Norris resolveu trocar o cinema pela TV na década de 1990 ele acabou estrelando o seriado  "Walker, Texas Ranger", que para muitos seria quase uma cópia literal do enredo desse filme. De fato ao se comparar o filme à série ficamos com a impressão que "Walker" nada mais é do que um produto reciclado do original. Afinal, em ambos os casos Norris é um Texas Ranger especializado em chutar traseiros na fronteira entre México e Estados Unidos. Para os fãs isso não importa pois para eles não poderia haver nada melhor e mais divertido do que isso.

Pablo Aluísio.