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quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Passagem para a Índia

Título no Brasil: Passagem para a Índia
Título Original: A Passage to India
Ano de Lançamento: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: EMI Films
Direção: David Lean
Roteiro: David Lean
Elenco: Alec Guinness, James Fox, Judy Davis, Peggy Ashcroft, Victor Banerjee, Nigel Havers

Sinopse:
Na era colonial, onde a Índia não passava de uma colônia do império britânico, um evento e um suposto crime abalam as estruturas daquela sociedade, colocando em polos opostos figuras importantes, tanto do lado inglês, como do lado indiano. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Peggy Ashcroft) e melhor trilha sonora original (Maurice Jarre). 

Comentários:
David Lean não foi um diretor de cinema qualquer. Ele foi um dos grandes cineastas autorais da história da sétima arte. E esse, infelizmente, foi seu último filme. Nem preciso dizer que é outra obra-prima em uma filmografia realmente inigualável. Lean fazia cinema para quem amava cinema. Essa é uma das informações básicas que você precisa entender. E aqui seu grande cinema voltou a brilhar. Um filme que tem seu próprio ritmo e que de maneira sutil criticava a sociedade colonial inglesa, com todas as suas contradições, incoerências e também ambiguidades. Um retrato nada sutil daquela geração britânica que sustentou um sistema colonialista e exploratório que se estendia em praticamente todos os continentes do globo. E tudo isso emoldurado em uma boa e também trágica história para se  contar na tela grande. Enfim, uma despedida à altura daquele que pode ser considerado um dos grandes diretores de nossa época. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de maio de 2023

Quando o Coração Floresce

Título no Brasil: Quando o Coração Floresce
Título Original: Summertime
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: David Lean
Roteiro: Arthur Laurents, H.E. Bates
Elenco: Katharine Hepburn, Rossano Brazzi, Isa Miranda, Darren McGavin, Mari Aldon, Jeremy Spenser

Sinopse:
A norte-americana Jane Hudson (Katharine Hepburn) viaja de Ohio para Veneza. Jane é uma mulher solteira e solitária de meia-idade que economizou dinheiro para a viagem dos seus sonhos. Ela espera encontrar o amor de sua vida nessa jornada. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz (Katharine Hepburn) e melhor direção (David Lean). 

Comentários:
Quando eu penso em filmes românticos dos anos 50 eu não penso imediatamente no nome da atriz Katharine Hepburn. Ela sempre interpretou personagens femininas mais fortes, nada a ver com mulheres românticas demais. Só que para toda regra existe uma exceção e esse filme se enquadra bem nisso. E o que mais me surpreende é saber que ela foi indicada ao Oscar de melhor atriz por esse papel, que achei até mesmo leve, romantizado em excesso. Não entendi a razão de ser lembrada no prêmio mais importante do ano para atrizes. Para cinéfilos em geral entretanto o grande atrativo vem do fato do filme ter sido dirigido pelo excelente mestre da sétima arte David Lean. Aqui já demonstrava todo o seu talento, procurando tirar todo o proveito de Veneza, uma das cidades reconhecidamente mais românticas do mundo. E nesse aspecto o cineasta certamente foi mais do que bem sucedido. O que já era belo ficou ainda mais bonito na perspectiva de suas lentes de cinema. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

A Ponte do Rio Kwai

"A Ponte do Rio Kwai" é considerado um dos maiores clássicos de guerra da história de Hollywood. Dirigido pelo mestre David Lean, o filme mantém seu status de grande obra cinematográfica mesmo após tantos anos de seu lançamento original. O enredo (parcialmente inspirado em fatos reais) mostra um regimento do exército inglês que é feito prisioneiro pelos japoneses durante a II Guerra Mundial. Os soldados e oficiais passam então a servir como mão de obra escrava para a construção de pontes e estradas de ferro para o Japão imperial. Quando um novo grupo de prisioneiros ingleses é enviado para o Rio Kwai com o objetivo de construir uma ponte para passagem férrea, um corajoso e orgulhoso coronel britânico, Mr. Nicholson (interpretado pelo ótimo Alec Guiness), começa a criar problemas para o Coronel japonês Saito (Sessue Hayakawa), responsável pela obra. O oficial inglês exige que a convenção de Genebra seja cumprida à risca, enquanto Saito não está disposto a abrir mão de seus métodos violentos e até sádicos de lidar com prisioneiros inimigos de guerra. Após o primeiro conflito de opiniões o Coronel inglês é enviado para o "buraco", uma minúscula caixa exposta ao sol ardente da região. Apesar da tortura ele não dá o braço a torcer. Ao mesmo tempo seus homens deixam claro que não irão se submeter a nenhum tipo de ordem enquanto os seus próprios termos não forem aceitos. Começa então um jogo psicológico entre ingleses e japoneses pelo controle da situação.

O outro personagem central do filme é interpretado pelo ator William Holden. Ele dá vida a um oficial da Marinha americana que também está feito prisioneiro de Saito. Ao contrário do Coronel Nicholson porém ele quer mesmo é colocar em prática um ousado plano de fuga para escapar daquele inferno. O Rio Kwai se situava na Birmânia, um pequeno país do sudeste asiático, assolado por doenças tropicais. A maioria dos prisioneiros acabavam morrendo de doenças típicas daquelas florestas, o que aumentava ainda mais o desespero de ser um prisioneiro de guerra do Japão. David Lean não mostra impaciência e nem pressa em desenvolver a trama de seu filme. Esse cineasta se caracterizou por tecer uma narrativa bem sofisticada para todos os filmes que dirigiu. Esse aqui não é exceção.

O curioso é que o personagem de Guiness acaba desenvolvendo um sentimento dúbio para com os japoneses. demonstrando a eles não apenas a fibra do soldado inglês como também sua capacidade de vencer desafios nos momentos mais conturbados. Em suas próprias palavras ele quer humilhar os japoneses construindo uma ponte firme e forte que dure gerações. Isso acaba deixando seus colegas oficiais meio que surpresos, já que construir uma ponte tecnicamente perfeita seria também ajudar, mesmo que de forma indireta, o inimigo! O clímax, a cena final, explora excepcionalmente bem essa dualidade pois o Coronel de Guiness fica dividido em cumprir as ordens de destruir a ponte ou ao contrário disso preservar aquela obra que para ele se torna motivo de orgulho pessoal. Como se pode perceber Lean nunca era óbvio com seus personagens, procurando sempre extrair uma personalidade complexa de cada um deles. Coisa de gênio da sétima arte realmente. "The Bridge on the River Kwai" é mais uma prova de seu talento e legado inigualáveis.

A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai, Estados Unidos, Inglaterra, 1957) Direção: David Lean / Roteiro: Carl Foreman, baseado no livro de Pierre Boulle / Elenco: William Holden, Alec Guinness, Sessue Hayakawa, Jack Hawkins / Sinopse: Um grupo de prisioneiros ingleses durante a II Guerra Mundial é levado pelos japoneses até uma floresta da Birmânia com o objetivo de construir uma ponte que será usada pelas tropas imperiais. Logo começa a haver um choque de personalidades entre o Coronel Inglês Nicholson (Guiness) e o Coronel japonês, o disciplinador Saito (Hayakawa). Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Alec Guinness), Melhor Direção (David Lean), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia (Jack Hildyard), Melhor Edição (Peter Taylor) e Melhor Música (Malcolm Arnold). Indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Sessue Hayakawa). Também vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Fiime - Drama, Melhor Ator (Alec Guinness) e Melhor Direção (David Lean).

Pablo Aluísio. 

domingo, 30 de janeiro de 2022

A Filha de Ryan

Esse foi um dos filmes que me impressionaram muito quando o vi pela primeira vez. Eu assisti "A Filha de Ryan" ainda muito, muito jovem. Penso que deveria ter uns 12, 13 anos de idade. Nem tinha idade para ver um filme como esse para falar a verdade. Nem me considerava um cinéfilo ainda naquela época, não conhecia os nomes dos diretores, atores, nada. Eu apenas estava querendo assistir a um bom filme e acabei ficando impactado com o que vi. Provavelmente assisti a essa obra prima no Supercine da Rede Globo, nas noites de sábado. Eu me recordo que fiquei muito comovido com o personagem que tinha várias deficiências físicas e mentais, que era muito maltratado pelas pessoas. Na minha mente de adolescente aquele tipo de atitude era das mais perversas. E eu tinha razão em pensar assim. E quando "A Filha de Ryan" chegou ao final eu parei e fiquei pensando sobre a importância do que tinha visto. Cinema não era apenas uma mera diversão. Havia algo muito mais profundo envolvido. Um filme poderia passar muito mais do que eu poderia imaginar.

O cineasta David Lean sempre foi um gênio do cinema. Ele conseguia contar uma história que parecia banal, com pessoas comuns, mas que nas entrelinhas havia uma forte carga humanitária e emocional. Os personagens de "A Filha de Ryan" impressionaram a cabeça daquele quase menino que o viu porque eram pessoas reais, da vida cotidiana. E o clima daquela cidade costeira, um microcosmo da própria sociedade, era mais do que marcante. Posso dizer hoje em dia, puxando pelas minhas memórias afetivas, que esse foi um daqueles filmes que definitivamente me formaram como um fã de cinema, que me fizeram me apaixonar pela sétima arte. E depois de tantos anos ainda continuo um apaixonado sem arrependimentos. E esse segue sendo, ainda hoje, um dos melhores filmes que assisti em toda a minha vida.

A Filha de Ryan (Ryan's Daughter, Estados Unidos, Inglaterra, 1970) Direção: David Lean / Roteiro: Robert Bolt / Elenco: Robert Mitchum, Trevor Howard, John Mills / Sinopse: A história do filme se passa em uma pequena comunidade irlandesa, mostrando a vida de vários moradores do lugar, em especial o complicado relacionamento de uma mulher casada com com um oficial britânico problemático, que sofre de traumas psicológicos. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor ator coadjuvante (John Mills).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Doutor Jivago

Título no Brasil: Doutor Jivago
Título Original: Doctor Zhivago
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: David Lean
Roteiro: Robert Bolt
Elenco: Omar Sharif, Julie Christie, Geraldine Chaplin, Rod Steiger, Alec Guinness, Tom Courtenay

Sinopse:
Baseado no famoso romance escrito por Boris Pasternak, o filme "Dr. Jivago" conta a história de um jovem médico russo, membro da burguesia, que vê seu mundo mudar completamente com a chegada da Revolução Russa. Depois que os Bolcheviques tomam o poder nada mais seria como no passado.

Comentários:
O cineasta David Lean foi um dos grandes mestres da sétima arte em seu tempo. Nesse filme ele aceitou o convite da MGM para transformar em cinema um best-seller maravilhoso que contava a história da revolução russa sob a perspectiva de um homem, um médico, que via as antigas estruturas da nação em que vivia serem modificadas praticamente da noite para o dia. O Dr. Jivago (em ótima interpretação do talentoso ator Omar Sharif) era um bom homem, que inclusive acreditava em certos valores dos novos tempos revolucionários, mas que com o tempo iria também presenciando os absurdos cometidos pelos comunistas que, ávidos de poder, cometiam todo tipo de atrocidades contra o seu próprio povo. Esse é um filme grandioso, épico, como era de praxe na obra do grande Lean. A reconstituição histórica é perfeita, tudo em harmonia com um roteiro primoroso e uma produção classe A. Sem dúvida esse filme é uma das grandes obras primas da história do cinema norte-americano. Simplesmente imperdível.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de abril de 2019

Doutor Jivago

Na Rússia czarista às vésperas da Revolução Comunista um jovem médico recém formado e poeta, Yuri Jivago (Omar Sharif), começa a entender as terríveis mudanças pelas quais a sociedade de seu país está prestes a passar. Naquele ambiente de revolta duas classes sociais estão vivendo um choque violento de ideologias. A nobreza e a alta burguesia preenchem seu tempo em festas e salões luxuosos enquanto a classe trabalhadora clama por justiça e direitos. Enquanto isso Lara (Julie Christie), uma linda garota de apenas 17 anos, começa a se tornar o objeto de desejo de um burocrata do sistema, o infame Komarovsky (Rod Steiger), mal sabendo ela que no futuro o seu destino e o do jovem Jivago se encontrarão, dando origem a um romance que tentará sobreviver a implantação de um dos regimes políticos mais brutais da história do século XX. Assim começa o grande clássico do cinema "Doutor Jivago", uma das maiores obras primas do cineasta David Lean. Com roteiro baseado no best-seller de Boris Pasternak o filme trouxe para as telas o trágico e comovente amor entre Jivago e sua eterna musa Lara. Com reconstituição histórica simplesmente perfeita e brilhante domínio técnico, o mestre David Lean deu à sétima arte mais um marco de sua carreira.

Um dos grandes méritos do texto de "Doutor Jivago" é que ele procura captar as terríveis mudanças nas vidas das pessoas comuns quando houve aquela grande ruptura dentro da sociedade russa. O que era para ser um novo regime, baseado na liberdade e distribuição de riquezas logo se tornou tão brutal e infame quanto o próprio sistema czarista que derrubou. Usando de força militar o governo dito comunista destruiu direitos individuais, violou inúmeras vezes os direitos humanos e impôs sua visão de Estado máximo com uma brutalidade poucas vezes vista na história da humanidade. Ao mostrar um jovem médico tentando sobreviver ao lado de sua família no meio daquele caos revolucionário a mensagem de Boris Pasternak se mostra cristalina. Nenhum sistema sobrevive sem respeitar o ser humano como tal. Como exposto várias vezes no filme, a ideologia comunista não admitia mais qualquer traço de individualidade, onde o homem se tornava apenas instrumento estatal sem qualquer vontade própria. Assim o personagem Jivago é tirado de sua família, de forma forçada e arbitrária, para seguir com os fanáticos partidários vermelhos ao front, onde homens morriam ao relento, no gelo do inverno russo, em combates sem sentidos ou objetivos contra o chamado exército branco.

Como havia feito em "Lawrence da Arábia" o genial David Lean usa a natureza indomável da Rússia como componente de narração criando um efeito de raro brilhantismo. Os personagens tentam de todas as formas sobreviver naquela ambiente hostil mas acabam percebendo que são apenas peças menores de um jogo de xadrez do qual não conseguem escapar. Há várias cenas grandiosas em "Dr. Jivago" que retratam justamente isso, como por exemplo, a fuga da família de Jivago rumo aos montes Urais em um trem lotado de refugiados sem quaisquer condições mínimas de assegurar a dignidade humana daquelas pessoas. A fotografia maravilhosa da região que Lean disponibiliza ao espectador realmente é de encher os olhos. Outro destaque é a forma muito terna e ao mesmo tempo realista que o diretor explora o amor impossível entre Jivago e Lara. Essa aliás é quase sempre associada a lindos campos de girassóis amarelos, onde fica clara mais uma vez o uso da beleza da natureza como componente de narração do genial Lean. A cena final de Lara, caminhando solitária rumo ao desconhecido, com um enorme e opressivo poster do ditador sanguinário Stálin ao fundo também é outro exemplo do talento do diretor em dizer muito apenas com imagens marcantes. Ali ele simboliza toda a insignificância da pessoa humana frente ao onipresente e sufocante Estado Soviético. Um toque de gênio. "Doutor Jivago" é uma obra magnífica digna de todos os elogios. Em pouco mais de três horas e meia David Lean consegue levar seu espectador para o centro da revolução comunista, mostrando todos os dramas e pesadelos pelos quais o povo russo passou naquele período histórico. Época aliás que os russos sabiamente querem mesmo é esquecer e com toda a razão do mundo.  

Doutor Jivago (Doctor Zhivago, EUA, Itália, Espanha, 1965) Direção: David Lean / Roteiro: Robert Bolt, baseado na obra de Boris Pasternak / Elenco: Omar Sharif, Julie Christie, Geraldine Chaplin, Rod Steiger, Alec Guinness, Tom Courtenay, Siobhan McKenna, Ralph Richardson / Sinopse: O filme narra os dramas de um jovem casal que tanta levar em frente seu amor em meio ao caos da Revolução Russa. Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora. Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Tom Courtenay), Melhor Edição e Melhor Som. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor (David Lean), Melhor Ator - Drama (Omar Sharif), Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora. Vencedor do Grammy de Melhor Trilha Sonora. Indicado a Palma de Ouro em Cannes.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A Ponte do Rio Kwai

Título no Brasil: A Ponte do Rio Kwai
Título Original: The Bridge on the River Kwai
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Horizon Pictures
Direção: David Lean
Roteiro: Carl Foreman, Michael Wilson
Elenco: William Holden, Alec Guinness, Jack Hawkins, Sessue Hayakawa, James Donald

Sinopse:
Com roteiro baseado na novela histórica de Pierre Boulle, o filme "A Ponte do Rio Kwai" conta a história de um grupo de militares ingleses e americanos, feitos prisioneiros pelos japoneses durante a II Guerra Mundial que são forçados a construir uma ponte no Rio Kwai.

Comentários:
Esse é sempre lembrado como um dos maiores filmes de guerra já feitos. E com razão. "A Ponte do Rio Kwai" é um filme maravilhoso que captou muito bem a mentalidade dos ingleses durante a guerra. E são levados a construírem uma ponte estratégia e aceitam o desafio com disciplina, empenho e eficácia, tudo para demonstrar aos japoneses o seu valor como soldados e principalmente como homens de verdade. A música tema assobiada é até hoje facilmente reconhecível, mas o mérito maior vai não apenas ao elenco maravilhoso, mas também ao cineasta David Lean, um mestte da sétima arte. Ele foi sem dúvida um dos maiores diretores de cinema de todos os tempos. Deixo aqui meus respeitos e meus aplausos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

A Ponte do Rior Kwai

Muito bem, se você gosta de cinema eu aconselho conhecer a filmografia de alguns maravilhosos diretores do passado, entre eles David Lean que em 1957 realizou essa obra prima chamada "The Bridge on the River Kwai" (A Ponte do Rio Kwai, no Brasil). O roteiro foi baseado no livro de Pierre Boulle, que por sua vez usou como fonte a história real do tenente coronel inglês Philip Toosey. Ele se tornou prisioneiro do exército japonês durante a II Guerra Mundial. Ao seu lado de seus subordinados foi enviado para as florestas tropicais da Birmânia, um dos lugares mais hostis do mundo por causa de sua natureza implacável.

No filme o roteiro parte da mesma premissa, só que a figura de Toosey foi transformado no personagem do Coronel Nicholson (em ótima interpretação do grande Alec Guinness). Oficial britânico orgulhoso e determinado ele resolve enfrentar os abusos do comandante japonês Saito (Sessue Hayakawa), A convenção de Genebra é um tratado internacional que rege as relações entre prisioneiros de guerra e é baseado nesse documento jurídico que Nicholson resolve se apoiar para enfrentar as arbitrariedades de Saito. Claro que isso dá origem a uma série de atritos entre eles, levando Nicholson a pagar caro por suas opiniões, porém com uma fibra absoluta ele resolve não ceder às torturas e pressões que sofre.

No começo da produção o produtor Sam Spiegel queria que uma maquete fosse usada para reproduzir a famosa ponte do Rio Kwai, mas o diretor David Lean, extremamente perfeccionista, recusou a sugestão. Assim uma ponte real, tal como a que realmente existiu, foi erguida de verdade a um custo recorde na época de 250 mil dólares. E tudo para depois ser destruída na apoteótica cena final quando ela finalmente é dinamitada por ingleses. O tempo mostrou que Lean estava totalmente certo em suas decisões já que a cena ainda hoje surpreende e o faz simplesmente por ser real, com um trem de verdade despencando nas águas do Rio Kwai.

Um fato histórico interessante é que a construção da ponte real durante a II Guerra Mundial foi mais trágica do que os acontecimentos vistos no filme. No total morreram 12 mil prisioneiros de guerra em sua construção. Ela levou não dois meses para ser erguida, como vemos no filme, mas oito meses. As doenças tropicais mataram muitos homens, além da conhecida brutalidade do exército japonês. Um verdadeiro inferno na Terra que foi recriado com raro brilhantismo por David Lean, um diretor que sempre mereceu ser chamado de mestre da sétima arte. É certamente um dos filmes clássicos de guerra mais imperdíveis da história. Por essa razão se ainda não viu, não deixe de completar essa lacuna em sua cultura cinematográfica.

Pablo Aluísio.