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quarta-feira, 21 de junho de 2023

Renfield

Renfield
Antes de qualquer coisa é bom saber que esse filme é uma tremenda bobagem. É assumidamente assim, foi produzido para ser assim, então não procure por nada de muito substancial nesse terror, comédia e trash. De aspecto positivo podemos também adiantar que justamente por essa razão o filme acaba sendo divertido em seus exageros sem noção. Para o ator Nicolas Cage que vinha aparecendo em um monte de tralhas não deixa de ser algo bem-vindo. Até porque ele aqui parece se divertir como nunca ao encarar uma interpretação bem caricata, quase juvenil de seu Drácula de araque. No comecinho do filme ainda tenta fazer alguma espécie de homenagem ao Drácula dos anos 1930, usando inclusive da mesma fotografia preto e branco, além de cenários e figurinos do clássico filme com Bela Lugosi. Mas isso não dura muito, logo Cage solta a franga e assume o deboche total. 

E quem diabos é Renfield? Ora, é aquele servo e lacaio do Conde que comia insetos e larvas. Curiosamente o roteiro parece fundir dois personagens do livro original em um só, o servo Renfield e o advogado Jonathan Harker (ou será que estou confundindo as bolas uma vez que li o livro há muitos anos?). De qualquer forma o ator Nicholas Hoult está muito bem na pele do protagonista. Eu o conhecia desde os tempos em que interpretou Pedro III na série "The Great". Ele tem talento para o humor. E seu personagem, tentando fugir de um relacionamento tóxico com o vampirão, lendo literatura de auto ajuda, rende boas piadas. Então é isso. O filme não passa mesmo de uma grande bobagem, mas pelo menos é divertida. 

Renfield - Dando o Sangue Pelo Chefe (Renfield, Estados Unidos, 2022) Direção: Chris McKay / Roteiro: Ryan Ridley, Robert Kirkman / Elenco: Nicholas Hoult, Nicolas Cage, Awkwafina / Sinopse: Após séculos de destruição e morte, o Conde Drácula chega em nossos dias e fica furioso ao perceber que seu servo e escravo Renfield o abandonou. 

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de dezembro de 2022

Willy's Wonderland - Parque Maldito

Muita gente ficou surpresa em ver o ator Nicolas Cage em um filme tão ruim como esse. E coloca ruim nisso. É praticamente um trash. Eu não fiquei nada surpreso. Há muitos anos que Cage vem descendo ladeira abaixo. Ele não apresenta mais nenhum tipo de cuidado na escolha dos filmes que faz. Uma coleção de bombas inacreditável. Um filme ruim atrás do outro. Não é de surpreender que ele iria parar em um filme trash mais cedo ou mais tarde. E esse filme é muito ruim, ruim de doer. Tem aspectos bizarros em seu personagem. Um deles é que ele não abre a boca para falar nenhuma palavra durante todo o filme. O sujeito é mudo? Penso que foi uma forma de se criar uma atmosfera cool em torno dele. Não deu muito certo. Seu personagem é apenas tosco no final das contas. 

A história é péssima. Ele é um sujeito que está viajando na estrada, em um interior qualquer dos Estados Unidos. O carro fura os pneus. Ele precisa parar e levar para uma oficina, mas é um lugar tão distante que não tem nenhum local para ele usar seu cartão de crédito. Então, é dada uma opção para ele trabalhar no velho parque de diversões abandonado. Se ele passar a noite limpando o lugar, ele vai receber o carro de volta com tudo pago pela manhã. É uma cilada. No lugar existem forças sobrenaturais atuando. Bonecos ridículos que ganham vida durante a noite. O filme é todo mal feito, cheio de defeitos especiais. Um lixo total! Esqueça...

Willy's Wonderland - Parque Maldito (Willy's Wonderland, Estados Unidos, 2021) Direção: Kevin Lewis / Roteiro: G.O. Parsons / Elenco: Nicolas Cage, Emily Tosta, Beth Grant / Sinopse: O ator Nicolas Cage paga mico nesse terror sobre um parque de diversões falido e abandonado, assombrado por bonecos horrorosos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

O Sol de Cada Manhã

Título no Brasil: O Sol de Cada Manhã - O Homem do Tempo
Título Original: The Weather Man
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Steve Conrad
Elenco: Nicolas Cage, Michael Caine, Hope Davis, Nicholas Hoult, Gemmenne de la Peña, Judith McConnell

Sinopse:
 David Spritz (Nicolas Cage) é um apresentador do tempo no telejornal local de Chicago. Um dia ele descobre que embora sua vida profissional esteja indo bem, sua vida pessoal afunda cada vez mais, a cada dia que passa.

Comentários:
O que aconteceu com Nicolas Cage? Bom ator, começou a carreira fazendo bons filmes. Mesmo seus filmes menos conhecidos, como esse "O Sol de Cada Manhã - O Homem do Tempo" eram bons filmes, com roteiros estruturados, bons elencos, produções classe A, boas histórias. Entretanto, com o passar dos anos, a carreira dele foi entrando pelo cano. Hoje em dia ele atua em filmes horrorosos em série, um pior do que o outro. Filmes B da pior espécie. Esse filme que aqui comento foi definitivamente um dos últimos bons filmes do Cage, isso bem na beira, antes de mergulhar na mediocridade. O diretor Gore Verbinski sempre foi muito elogiado pela crítica. Seus filmes, de maneira em geral, sempre foram bem recebidos pelos especialistas em cinema. Claro que hoje em dia ele não trabalha mais com Nicolas Cage, vivendo seu pesadelo na filmografia. Parece ser uma luta inglória.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Despedida em Las Vegas

Temos nesse filme o último grande trabalho de atuação de Nicolas Cage. E qual é a história que esse filme nos conta? Ben Sanderson (Nicolas Cage), um roteirista fracassado que perdeu tudo por causa de seu alcoolismo, resolve ir até Las Vegas para literalmente beber até morrer! Em sua trajetória de auto destruição ele acaba encontrando consolo, amizade e amor em uma prostituta chamada Sera (Elisabeth Shue). Juntos eles começam uma jornada de exageros de todos os tipos na cidade do pecado, o lugar onde tudo é perdoado, onde as histórias são esquecidas ou não contadas, na cidade de Las Vegas. Inegavelmente temos aqui um grande filme, provavelmente o melhor momento de toda a carreira do ator Nicolas Cage. Hoje em dia Cage coleciona filmes ruins, mas não se engane. Ele é um ator realmente talentoso. Seu único problema é aceitar filmes péssimos para atuar. Porém quando teve a oportunidade mostrou mesmo qut tinha talento de sobra em cena, como nesse filme.

"Despedida em Las Vegas" tem aquele tipo de roteiro ideal para grandes atuações. Sem uma excelente dupla de atuação a história simplesmente não funcionaria. Felizmente tanto Cage como Shue estão particularmente inspirados em seu trabalho. O cenário não poderia ser mais adequado, uma Las Vegas completamente kitsch e excessiva, mas ao mesmo tempo pouco acolhedora e impessoal. Como se trata de um script desenvolvido completamente para os atores o filme acabou rendendo excelentes frutos para sua dupla central. Os dois personagens centrais são almas perdidas. Estão naquela fase da vida em que tudo já pareceu dar errado. Os sonhos e planos naufragaram. Não resta mais esperanças. Então eles decidem afundar na bebida, em festas sem sentido e em muitos excessos etílicos. Dizem que Cage se embebedou de verdade para fazer várias cenas. Talvez por isso esteja tão convincente. O seu trabalho lhe valeu um merecido Oscar. Então é isso,  "Despedida em Las Vegas" é uma excelente opção caso você esteja em busca de grandes atuações. Também apresenta um roteiro bem humano, visceral e verdadeiro que expõe a fragilidade de uma pessoa buscando o caminho da redenção através de sua própria destruição física e psicológica. Uma jornada sem parada rumo ao fim. 

Despedida em Las Vegas (Leaving Las Vegas, Estados Unidos, 1995) Direção: Mike Figgis / Roteiro: Mike Figgis, baseado no romance escrito por John O'Brien / Elenco: Nicolas Cage, Elisabeth Shue, Julian Sand / Sinopse: Um homem decepcionado com sua própria vida parte para uma jornada de excessos e auto destruição em Las Vegas durante um fim de semana alucinado. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Nicolas Cage).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Instinto Predador

Mais um filme B da carreira de Nicolas Cage; Aqui ele interpreta um caçador americano na selva amazônica brasileira. Ele vai caçar uma onça rara, branca, única no mundo. Sua intenção é capturar o animal para vender em zoológicos nos Estados Unidos. Pois é, além de caçador também é um traficante de animais. Depois de vários problemas ele finalmente consegue embarcar o precioso bicho em um velho cargueiro. A questão é que no mesmo navio um grupo de agentes do FBI vão escoltando um perigoso criminoso que estava na América do Sul. Junte as peças e você sabe muito bem o que vem pela frente.

Claro que o criminoso vai se soltar e tocar o terror dentro do navio. Mais do que isso, vai soltar todos os bichos do caçador. E aí os tripulantes vão tentar sobreviver, não apenas pelo fato de haver um criminoso solto dentro da embarcação, como também animais selvagens, inclusive cobras venenosas. É a tal coisa, poderia ser até um filme pipoca para pura diversão. O problema são os efeitos digitais, todos muito ruins. Ao invés de trazer animais de verdade para o filme os produtores decidiram fazer tudo por computação gráfica, muito mal feita. Aí a coisa toda desanda. A onça não parece uma onça. Parece qualquer coisa, menos uma onça. Até os macacos são digitais. Impressionante como estragaram o filme por isso.

Instinto Predador (Primal, Estados Unidos, 2019) Direção: Nick Powell / Roteiro: Richard Leder / Elenco:  Nicolas Cage, Famke Janssen, Kevin Durand, LaMonica Garrett / Sinopse: Frank Walsh (Nicolas Cage) é um caçador americano que está levando animais raros para venda nos Estados Unidos, quando o navio onde viaja cai nas mãos de um perigoso criminoso internacional. Agora começa uma verdadeira luta pela sobrevivência.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Entre Mundos

Título no Brasil: Entre Mundos
Título Original: Between Worlds
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos, Espanha
Estúdio: Saban Films
Direção: Maria Pulera
Roteiro: Maria Pulera
Elenco: Nicolas Cage, Franka Potente, Penelope Mitchell, Garrett Clayton, Hopper Penn, Lydia Hearst

Sinopse:
Joe (Nicolas Cage) é um viúvo que trabalha como caminhoneiro. Em um posto acaba conhecendo Julie (Franka Potente). Em pouco tempo eles começam a ter um caso, porém a filha de Julie logo se torna um problema para o casal. A garota começa a dar em cima do namorado da própria mãe, criando um triângulo amoroso com tintas de paranormalidade (por mais estranho que isso possa parecer!). 

Comentários:
Que filme fraco! Mais um na longa lista de abacaxis que o Nicolas Cage vem aparecendo nos últimos anos. O roteiro começa de forma convencional. Um homem, uma mulher, já na idade madura, começam a namorar. Ela tem uma filha que quase morreu. E essa jovem não demora muito a dar em cima do Joe (Cage), o namorado da mãe. Pior do que isso. Ela alega ser na verdade a esposa do Joe, que havia morrido há alguns anos. Possessão? Loucura? O roteiro nunca explica direito. E assim se forma esse estranho triângulo amoroso envolvendo a mãe, a filha e o amante. O Nicolas Cage está particularmente péssimo no filme. Sempre com uma garrafa de bebida na boca, ele exagera demais nas expressões. Ficou bem caricato mesmo. Insana é sua cena final que nem vou contar aqui. Puro nonsense involuntário com péssimos efeitos especiais. A vergonha alheia bateu forte, mas não conteve a risada. É um daqueles filmes que nunca se decidem se é uma novelona americana ou um filme de terror disfarçado. Na dúvida acabou só sendo mesmo um filme ruim, que deixa muito a desejar. Tampouco espere por algum aprofundamento espiritual em tudo o que acontece. O roteiro é raso e vazio em todos os momentos. Um belo tiro no pé, fraco demais em todos os sentidos. Para não dizer que nada presta, devo dizer que dei umas boas risadas da tosquice geral. Foi inevitável.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Coração Selvagem

Título no Brasil: Coração Selvagem
Título Original: Wild at Heart
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: PolyGram Filmed Entertainment
Direção: David Lynch
Roteiro: David Lynch
Elenco: Nicolas Cage, Laura Dern, Willem Dafoe, Diane Ladd, Isabella Rossellini, Harry Dean Stanton

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Barry Gifford, o filme "Coração Selvagem" conta a história do casal formado por Sailor Ripley (Nicolas Cage) e Lula (Laura Dern). A mãe odeia o namorado da filha Lula e contrata os tipos mais bizarros para matar Sailor. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz coadjuvante (Diane Ladd). Também indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (Willem Dafoe), melhores efeitos sonoros e melhor trilha sonora incidental (Angelo Badalamenti). Filme premiado no Cannes Film Festival.

Comentários:
Como diria um amigo, esse é do tempo em que os filmes de Nicolas Cage eram bons. Imagine nos dias de hoje um filme estrelado pelo Cage sendo premiado em Cannes! Não tem a menor chance disso acontecer. Pois é, nessa criação de David Lynch (ele dirigiu e assinou o roteiro do filme) somos convidados a conhecer o lado mais kitsch e brega de uma América decadente, onde os antigos valores morais já não significavam nada. A bela jovem do passado hoje namora um cara doidão. A mãe contrata assassinos profissionais para dar cabo do tal sujeito e a moralidade e a suposa ética do povo americano desce pelo ralo. O curioso é que David Lynch sempre quis mostrar com esse filme o lado mais brega dos Estados Unidos, inclusive no que se tratava de figurinos, maquiagens, etc. Tanto que ele pegou atrizes que eram símbolos sexuais na época, como Isabella Rossellini, e as enfeiou com tintas baratas de cabelos loiros, etc. Claro que tudo isso resultou em um desfile de breguice, o que deu um charme a mais ao filme. Por fim cabe elogiar ainda a trilha sonora incidental composta por Angelo Badalamenti. Os temas se tornaram até mesmo sucessos nas rádios da época. Basta ouvir que você reconhecerá as músicas imediatamente.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

O Capitão Corelli

Título no Brasil: O Capitão Corelli
Título Original: Captain Corelli's Mandolin
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Madden
Roteiro: Shawn Slovo, Louis de Bernières
Elenco: Nicolas Cage, Penélope Cruz, John Hurt, Christian Bale, Irene Papas, Gerasimos Skiadaressis

Sinopse:
Baseado na novela romântica escrita por Louis de Bernières, o filme conta a história de paixão vivida pela jovem Pelagia (Penélope Cruz) e um militar italiano, o Capitão Antonio Corelli (Nicolas Cage). Eles vivem um grande caso de amor nas ilhas gregas.

Comentários:
Esse filme até tem uma bonita fotografia, com cenas realmente aproveitando a beleza natural da Grécia (onde ele foi filmado), porém não posso deixar de dizer também que é uma daquelas produções históricas que nunca convencem muito o espectador. Em vários momentos fiquei com a impressão ruim de estar assistindo algo muito superficial e nada convincente. Isso é particularmente percebível na falta de química entre o casal  Nicolas Cage e Penélope Cruz. Aliás se tem um tipo de papel que o Cage não encaixa muito bem é o de galã romântico. Ele é ótimo para interpretar sujeitos esquisitos e valentões de filmes de ação, mas como parceiro romantizado, não dá certo. Pior se sai Penélope Cruz que "venceu" o Framboesa de Ouro naquele ano. Ela também não convence como mocinha apaixonada. Em termos de elenco o interessante mesmo é conferir um trabalho de Christian Bale,ainda bem jovem e distante alguns anos de se consagrar comercialmente no cinema com a trilogia do Nolan sobre o Batman. Curioso que o jogo virou com os anos. Aqui Bale era mero coadjuvante de Cage. Depois virou um astro em Hollywood, enquanto Nicolas Cage ia afundando numa sucessão de filmes ruins. Pois é meu caro, o mundo dá voltas.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de junho de 2020

Asas da Liberdade

Título no Brasil: Asas da Liberdade
Título Original: Birdy
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: A&M Films, TriStar Pictures
Direção: Alan Parker
Roteiro: Sandy Kroopf
Elenco: Matthew Modine, Nicolas Cage, John Harkins, Sandy Baron, Karen Young, Nancy Fish

Sinopse:
Baseado no romance escrito por William Wharton, o filme "Asas da Liberdade" conta a história de um ex-combatente da guerra do Vietnã que volta aos Estados Unidos com problemas mentais. Em determinado momento ele se convence que é um pássaro. Para ajudar em sua recuperação um leal amigo tenta ajudá-lo de alguma forma. Filme premiado com a Palma de Ouro no Cannes Film Festival. 

Comentários:
Tenho uma admiração muito grande pela filmografia do diretor Alan Parker. Se há um cineasta que eu tiro o chapéu sem dúvida é ele. Grande artista da arte de fazer filmes, ele teve seu auge criativo justamente durante a década de 1980. Além do insuperável "Coração Satânico" ele ainda dirigiu esse excelente filme sobre os efeitos nefastos de uma guerra como a do Vietnã. Aqui Parker resolveu sondar o lado melancólico dos veteranos da guerra do Vietnã que voltaram com traumas e problemas mentais. Uma triste realidade que o cinema poucas vezes explorou já que sempre existiu um forte estigma com doentes mentais, principalmente se esses forem militares que foram ao Vietnã lutar naquela guerra insana e perderam completamente a razão no meio do inferno da selva asiática. Dentro do ciclo dos filmes de guerra do Vietnã essa seguramente foi uma das produções mais interessantes, humanas e verdadeiras. As cenas em que o ator Matthew Modine incorpora os modos de uma ave são impressionantes e até mesmo inesquecíveis. É o maior filme de sua carreira, muito superior em termos de atuação até mesmo ao clássico de Kubrick "Nascido Para Matar". Não deixe de conhecer. É uma obra-prima da história do cinema americano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Feitiço da Lua

Título no Brasil: Feitiço da Lua
Título Original: Moonstruck
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Norman Jewison
Roteiro: John Patrick Shanley
Elenco: Cher, Nicolas Cage, Olympia Dukakis, Vincent Gardenia, Danny Aiello, Julie Bovasso

Sinopse:
Loretta Castorini (Cher) é uma mulher viúva que pensa novamente em se casar. Então ela fica noiva de Johnny Cammareri (Danny Aiello), um homem bem mais velho, só que pouco antes de se casar com ele, Loretta acaba se apaixonando pelo padeiro Ronny Cammareri (Nicolas Cage). Uma paixão que vai trazer muitos problemas para ela.

Comentários:
Esse filme era para ser apenas mais uma comédia romântica dos anos 80, mas surpreendeu a todos quando ganhou uma honrosa indicação ao Oscar de melhor filme! Algo realmente inacreditável, já que a academia nunca teve muito apreço por esse gênero cinematográfico. Porém mais incrível de tudo foi que a cantora Cher acabou levando o Oscar de melhor atriz! Ela, em minha opinião, nunca foi uma grande atriz, mas deu muito certo no mundo do cinema, muito mais do que as outras cantoras que tentaram fazer essa transição do mundo da música para o mundo do cinema. O diferencial é que a Cher sempre foi uma daquelas mulheres com personalidade muito marcante e ela sempre levou isso para suas personagens. Acabou que todo mundo acreditou que ela era realmente uma excelente atriz. É a valha fórmula do tipo "se colar, colou". E no caso dela deu certo mesmo. A grande veterana Olympia Dukakis também foi premiada com o Oscar de melhor atriz coadjuvante, fazendo com que o filme levasse os dois prêmios femininos principais daquela edição do Oscar. Nada mal mesmo. E o Nicolas Cage? Bom, essa foi uma fase em que ele escolhia criteriosamente os filmes em que atuava. Nada parecido com os dias de hoje onde ele atua em qualquer bomba que lhe oferecem. Então é isso, deixo aqui a dica para quem é fã da Cher. Esse foi o maior filme da carreira dela no cinema.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de março de 2020

211 - O Grande Assalto

Título no Brasil: 211 - O Grande Assalto
Título Original: 211
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos, Bulgária
Estúdio: Millennium Films
Direção: York Alec Shackleton
Roteiro: York Alec Shackleton
Elenco: Nicolas Cage, Sophie Skelton, Michael Rainey Jr, Dwayne Cameron, Weston Cage Coppola, Cory Hardrict

Sinopse:
Durante um assalto a banco os criminosos são surpreendidos pela chegada de alguns policiais que conseguem cercá-los. Isso dá começo a uma intensa troca de tiros, com vários feridos e mortos, inclusive de homens da lei.

Comentários:

O que dizer de um filme que foi descrito como "um grande desapontamento" até mesmo pelo próprio ator principal? Pois foi isso mesmo que aconteceu. Quando o filme foi lançado Nicolas Cage pediu desculpas ao público e prometeu melhorar da próxima vez. Realmente esse filme policial é bem medonho. Logo que as primeiras imagens surgem na tela você percebe que tem algo muito errado acontecendo. O problema é que o filme não foi rodado com câmeras de cinema. Segundo o diretor essa foi uma opção para "dar mais realismo" ao filme como um todo. Na minha opinião isso é pura cascata. O filme foi rodado com material de filmagem de segunda categoria mesmo. Todo filmado na Bulgária para cortar custos (confirmando meu ponto de vista) esse foi seguramente o pior momento da filmografia de Nicolas Cage. Filme muito ruim que a despeito de sua falta de qualidade ainda ganhou espaço na programação do canal Telecine. Vai entender o que se passa na cabeça desses programadores! De qualquer forma fica o aviso, principalmente para quem gosta do Cage. O filme é ruim de doer mesmo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Olhos de Serpente

Título no Brasil: Olhos de Serpente
Título Original: Snake Eyes
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Brian De Palma, David Koepp
Elenco: Nicolas Cage, Gary Sinise, John Heard, Kevin Dunn, Carla Gugino, Stan Shaw
  
Sinopse:
Rick Santoro (Nicolas Cage) é um tira de Atlantic City que precisa descobrir quem teria matado o Secretário de Defesa do Estado durante uma luta de boxe em sua cidade. Com ares de grandeza e egocentrismo, onde cabem até delírios de se ver como futuro prefeito da cidade, ele começa as investigações ao lado do comandante Kevin Dunne (Gary Sinise), um escroque sem alma.

Comentários:

Elenco bacana, uma boa produção com a marca Paramount, roteirista conhecido e um grande diretor no comando de tudo. Com esses ingredientes era de se esperar um ótimo filme, mas... Ainda me recordo de quando aluguei esse filme para assistir em casa (estou me lembrando da era VHS) e tive uma pequena decepção. Principalmente em relação ao final do filme. Até aquele momento nunca havia assistido nada que pudesse ser qualificado como "Ruim" com a assinatura do grande Brian De Palma! Essa pequena bomba foi o primeira experiência nesse sentido. De fato pouca coisa resiste. Além do óbvio figurino brega do ator Nicolas Cage com aqueles horríveis ternos de pele de crocodilo, o filme desfila pela tela um enredo sem graça, um desenvolvimento tedioso e uma direção preguiçosa e sem vontade por parte do cineasta De Palma. Na época eu já lia resenhas de revistas de cinema alertando para o fato dele estar entrando em um espiral de decadência, porém nada me prepararia para um filme tão abaixo do esperado como esse. É aquele tipo de produção que você assiste apenas uma vez para nunca mais rever! Melhor esquecer sua existência. E o curioso de tudo é que de uma maneira em geral os críticos ate elogiaram, mesmo que com certas reservas. O Nicolas Cage ainda tinha bastante prestígio entre eles e isso ajudou a melhorar sua repercussão de uma forma em geral, porém não há como negar que esse "Olhos de Serpente" é bem abaixo das expectativas. Foi acima de tudo um claro sinal de que o bom e velho Brian De Palma estava perdendo seu toque de mestre no cinema.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Homem-Aranha no Aranhaverso

A Sony e a Marvel até pensaram em fazer um filme convencional com esse roteiro. Porém pensando melhor acharam que seria mais seguro produzir uma animação. Os riscos seriam menores. Acabou dando certo. De fato achei esse roteiro bem anárquico e tenho sérias dúvidas se as crianças vão entender bem esses conceitos de universos e dimensões paralelas. O que podemos concluir é que pelas bilheterias alcançadas (algo em torno de 250 milhões de dólares) o projeto como um todo foi bem sucedido. Particularmente gostei do resultado. É uma animação bem produzida, com ótimas sacadas de humor em seu texto. Nunca se leva muito à sério e isso é um aspecto positivo. Como já escrevi há um certo anarquismo no enredo, misturando diversos personagens do Homem-Aranha, todos vivendo em universos paralelos que acabam se encontrando por causa de um evento físico feito por um criminoso.

E assim temos uma garota-aranha, um Homem-Aranha do passado, dublado por Nicolas Cage, que parece viver em um filme cult de cinema clássico, uma garotinha e seu robô-aranha, que parecem ter saídos de um anime japonês e até mesmo um bizarro Aranha-Porquinho que saiu diretamente de um cartoon. Até o Peter Parker não é o que estamos acostumados a encontrar, mas sim um homem mais velho, até com barriga, que tenta reconstruir as coisas que deram errado em sua vida! O personagem principal é um garotinho negro chamado Miles Morales. Ele mora em Nova Iorque, é filho de um policial e acaba sendo picado por uma aranha radioativa. Nada muito diferente das origens do Homem-Aranha tradicional que conhecemos. No fundo ele é um personagem criado pela Marvel para dar sequência em sua política de diversidade. É apenas mediano, mas até que cumpre seu objetivo de ser o fio condutor da narrativa. Enfim, no geral temos aqui uma boa animação, divertida e cheia de boas ideias. Não sei se a criançada vai pegar todas as referências, mas para um público mais adolescente a coisa toda vai funcionar muito bem.

Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, Estados Unidos, 2018) Direção: Bob Persichetti, Peter Ramsey / Roteiro: Phil Lord, Rodney Rothman / Elenco: Shameik Moore, Jake Johnson, Hailee Steinfeld, Lily Tomlin, Nicolas Cage, Chris Pine / Sinopse: Um garotinho negro de Nova Iorque é picado por uma aranha radioativa e começa a desenvolver todos os poderes do Homem-Aranha original. Filme premiado pelo Oscar na categoria de Melhor Animação.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Cães Selvagens

Filme insano e violento que a despeito disso consegue ser um dos melhores da recente safra da filmografia do ator Nicolas Cage. Aqui ele interpreta um criminoso que topa participar de um crime bárbaro: o sequestro de um bebê! Isso por si só já bastaria para mostrar que os personagens principais são realmente cães selvagens, feras, mas há mais. Em um dos momentos mais violentos o personagem de Willem Dafoe, um viciado em cocaína sem nenhum tipo de valor humano, decide explodir os miolos da mulher que ele explora, uma pobre alma com problemas de obesidade.

O diretor Paul Schrader porém não se contenta em fazer um filme sobre criminosos comuns, que acabaram de sair da cadeia. Ele quis mais. Usando uma linguagem cinematográfica surreal, pouco comum nesse tipo de produção, ele desmonta o típico filme sobre quadrilhas. Principalmente em seu final, quando tudo é encoberto por uma nuvem de neblina. Como eu escrevei no começo do texto esse é um caso raro de filme bom e recente estrelado por Nicolas Cage (um dos atores mais queridos do público brasileiro). Essa produção que tinha tudo para ser apenas mais um filme violento de ação, daqueles bem genéricos, tem muito estilo, mesmo que seja um estilo perturbador, onde cães comem outros cães (como sugere o título original). Não é um filme para os fracos e nem para os que se impressionam com facilidade. Na dúvida não deixe de conferir.

Cães Selvagens (Dog Eat Dog, Estados Unidos, 2016) Direção: Paul Schrader / Roteiro:  Matthew Wilder, baseado na obra de Edward Bunker / Elenco: Nicolas Cage, Willem Dafoe, Christopher Matthew Cook / Sinopse: Três condenados ganham a liberdade após cumprirem suas penas. De volta às ruas eles retornam para as atividades criminosas, trabalhando para um chefão mafioso conhecido como "El Greggo". Após alguns serviços eles aceitam participar de um crime hediondo, o sequestro de um bebê, filho de um ricaço da cidade.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Os Vigaristas

Esse filme é do tempo em que Nicolas Cage escolhia melhor o roteiro dos projetos em que iria atuar. Cheguei a assistir no cinema também, até porque os críticos gostaram do filme, do seu estilo cool e marginal. Aqui Cage interpreta um vigarista, como o próprio título nacional deixa claro. São pequenos e médios golpes que ele aplica, sempre evitando a todo custo usar de violência. Um tipo de criminoso pé de chinelo sempre disposto a enganar o próximo inocente que cruza seu caminho. As coisa vão indo bem até que um dia ele tem uma enorme surpresa...

Sua filha, que ele não vê há anos, aparece. Agora precisa morar com ele. Mas como viver ao lado de um trambiqueiro que sempre precisa estar fugindo de uma cidade para outra? Pior, como conciliar sua parceria com outro vigarista experiente, tendo a tiracolo uma garota, menor de idade? Até que Roy (Cage) percebe que pode usar a menina para "sofisticar" seus futuros golpes, afinal quem desconfiaria de uma jovem como aquela? O filme tem um cinismo ímpar e se desenvolve bem. Não é um roteiro maldoso, que vanglorie criminosos, não, apenas diverte com seus personagens cinicamente calhordas. Enfim, mais um bom filme dirigido pelo sempre interessante Ridley Scott, que aqui saiu um pouco de seu estilo habitual de fazer cinema.

Os Vigaristas (Matchstick Men, Estados Unidos, 2003) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Nicholas Griffin, baseado no romance escrito por Eric Garcia / Elenco: Nicolas Cage, Alison Lohman, Sam Rockwell, Bruce Altman / Sinopse: Roy Waller (Cage) é um vigarista que é surpreendido com a chegada de sua filha. Como conciliar sua vida bandida com uma garota como aquela? Bom, isso vai complicar tudo, até o dia em que ele chega na conclusão que ela pode sim lhe ajudar em seus golpes.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Regresso do Mal

Um filme de terror com Nicolas Cage? Sim, isso mesmo! O filme foi lançado no feriado de Halloween nos Estados Unidos e até que não foi tão mal como se esperava. O bom e velho Cage faz um pai feliz que decide levar o filho, um garotinho, para passear no meio de uma festa pelas ruas de Nova Iorque. Quando se distancia para comprar um sorvete para o filho acaba o perdendo de vista. Desesperado, faz de tudo para encontrá-lo, mas seus esforços são em vão. O roteiro então dá um pulo de um ano. O menino continua desaparecido. Pistas levam Cage a descobrir que seu sumiço pode ter sido causado pelos adoradores de uma antiga seita ocultista obscura.

Em vários flashbacks o roteiro então vai explorando o passado, mostrando inclusive o que aconteceu ainda nos tempos da colonização, onde uma lenda amaldiçoada começou a imperar entre os moradores. O título original desse filme (que significa "Pague ao Fantasma") tem muito a ver com o próprio enredo. Entre boas sequências de suspense e terror o que acaba se sobressaindo mesmo é o argumento do roteiro, que procura manter a atenção do espectador. O filme só se perde mesmo quando vai chegando ao final. O personagem de Cage atravessa o mundo espiritual em uma cena que não diz a que veio, que não ajuda em nada ao filme como um todo. No geral não é uma perda de tempo pois o filme ainda tem seus momentos, porém ficou muito longe do que poderia ser.

Regresso do Mal (Pay the Ghost, EUA, 2015) Direção: Uli Edel / Roteiro: Dan Kay, baseado na novela de Tim Lebbon / Elenco: Nicolas Cage, Sarah Wayne Callies, Veronica Ferres / Sinopse: Professor se desespera ao perder seu filho no meio de uma grande festa de Halloween. Após meses de busca intensa ele começa a seguir pistas que podem levar a uma ligação entre antigas crenças celtas e o paradeiro de centenas de crianças desaparecidas. Teria algo a ver com um evento trágico que aconteceu em Nova Iorque durante o século XVII, em pleno período da colonização da cidade?

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 13 de março de 2018

Códigos de Guerra

Poderia ter sido um bom filme de guerra. A premissa é das mais interessantes. Durante a II Guerra Mundial os americanos usaram a língua Navajo como código para a transmissão de planos e ordens para o front. Ora, isso soava para os alemães como um código indecifrável mesmo, até porque as línguas nativas das tribos indígenas do velho oeste eram faladas por poucas pessoas, até mesmo entre os descendentes Navajos. Assim o filme se desenvolve em torno dessa curiosidade histórica que teve sua importância para a vitória dos aliados na guerra. O roteiro foca bem em dois personagens, dois combatentes do exército, um branco interpretado por Nicolas Cage e um índio interpretado por Adam Beach.

O problema básico dessa fita é que a direção foi entregue ao mestre dos filmes de ação John Woo, o que criou a expectativa de que haveria excelentes cenas de combate no filme. Tudo em vão. Woo entregou um filme muito morno nesse aspecto. Mais do que isso, acabou perdendo o fio da meada, deixando o filme cair em um marasmo e em um tédio que acabaram com as expectativas do público. No final o que restou foi um filme de guerra com pouco teor de ação (o que é um absurdo por si mesmo). Cage também não convence como um soldado americano na II Guerra Mundial. Com muitos maneirismos irritantes ele jogou por terra qualquer verossimilhança que se poderia esperar. É um filme bem chato, arrastado, que apesar da premissa interessante nunca cumpre o que promete, sobrando apenas aborrecimento e sensação de perda de tempo.

Códigos de Guerra (Windtalkers, Estados Unidos, 2002) Direção: John Woo / Roteiro: John Rice, Joe Batteer / Elenco: Nicolas Cage, Adam Beach, Peter Stormare / Sinopse: Nicolas Cage interpreta um G.I. Joe (um soldado americano) que durante a II Guerra Mundial participa do uso da língua nativa dos Navajos para comunicação. Um verdadeiro código longe do alcance dos alemães. Roteiro baseado em fatos históricos reais.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de julho de 2017

60 Segundos

Título no Brasil: 60 Segundos
Título Original: Gone in Sixty Seconds
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Dominic Sena
Roteiro: H.B. Halicki, Scott Rosenberg
Elenco: Nicolas Cage, Angelina Jolie, Robert Duvall, Giovanni Ribisi, Scott Caan, Timothy Olyphant

Sinopse:
Ex-piloto de corridas, Randall "Memphis" Raines (Nicolas Cage) se torna ladrão de carros. Ele é bem sucedido em seus roubos por implantar um método impecável, onde consegue roubar um veículo em apenas 60 segundos. Quando seu irmão resolve entrar também no "ramo", Memphis decide fazer de tudo para salvá-lo do mundo do crime.

Comentários:
Mais um filme com a marca, a assinatura do produtor Jerry Bruckheimer. Quem conhece seus filmes já sabe mais ou menos o que vai encontrar pela frente: ação frenética, cenas absolutamente inverossímeis, roteiro e atuação dispensadas e muitas explosões. Em determinado momento Bruckheimer chegou na conclusão de que sabia exatamente o que o público jovem queria encontrar nos cinemas. Subestimando completamente a inteligência de seu público ele mandou ver, produzindo dezenas de filmes praticamente iguaizinhos. Esse "Gone in Sixty Seconds" pelo menos ainda tem alguns atrativos como, por exemplo, o elenco que conta com Robert Duvall (o que ele está fazendo aqui?), Angelina Jolie (ainda bem jovem, no começo da carreira e fama) e  Nicolas Cage (em mais uma tentativa de levantar sua carreira do ponto de vista comercial). Já o diretor Dominic Sena não passava de um garoto de recados de Jerry Bruckheimer. Seu único bom filme foi justamente o primeiro que dirigiu, "Kalifornia - Uma Viagem ao Inferno", depois disso nada de muito relevante. Para quem havia despontado dirigindo clips de Janet Jackson na MTV já estava de bom tamanho. Filme indicado no MTV Movie Awards na categoria Melhor Sequência de Ação.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Vingança ao anoitecer

Nicolas Cage interpreta um agente da CIA que está prestes a se aposentar. Ele foi diagnosticado com um sério problema de saúde, um mal que o atinge neurologicamente. Antes de vestir o pijama da aposentadoria porém ele está disposto a ir atrás de um fundamentalista islâmico, um terrorista que o torturou anos atrás, quando seu disfarce foi revelado. Esse criminoso internacional também está passando por uma grave doença, o que o faz procurar por médicos e remédios no ocidente, justamente a pista que Nick Cage está há tanto tempo procurando. Ele quer matar o líder terrorista islâmico, para só então se aposentar e se tratar. "Vingança ao Anoitecer" é até um bom filme. O roteiro não foge muito daquela velha fórmula de vingança, que já estamos acostumados a assistir, porém o desenvolvimento até que traz algumas surpresas. Uma delas é o fato dos dois personagens principais (o protagonista e o antagonista) estarem com os dias contados. Ambos estão morrendo, com doenças severas, mas não desistem de acertar contas entre si. O agente da CIA interpretado por Cage já demonstra problemas de saúde bem visíveis, com as mãos tremendo, esquecimentos e mudanças de humor bruscas. Seu mal é diagnosticado como uma fase de demência que o deixará totalmente incapacitado com o tempo. Com isso a vingança não poderá mais tardar, tem que ser feita o quando antes, com ou sem a ajuda da sua agência de inteligência.

O diretor Paul Schrader fez recentemente um filme com o próprio Nicolas Cage chamado "Cães Selvagens". Se aquele tinha algumas passagens mais autorais, com toques cult, esse aqui é bem mais convencional. Não há espaço para momentos surreais e inusitados. Tudo se desenvolve numa fórmula mais quadrada, nunca fugindo do normal. Também é o filme mais arroz com feijão da filmografia de Schrader. Para quem escreveu o roteiro de "Taxi Driver" e dirigiu filmes diferentes como "A Marca da Pantera" e "Hardcore - No Submundo do Sexo" esse "Vingança ao anoitecer" vai parecer mesmo uma Sessão da Tarde sem maiores novidades ou saltos de genialidade. Os anos em que ele quis revolucionar o cinema americano ficaram definitivamente para trás.

Vingança ao anoitecer (Dying of the Light, Estados Unidos, 2014) Direção: Paul Schrader / Roteiro:  Paul Schrader / Elenco: Nicolas Cage, Anton Yelchin, Alexander Karim / Sinopse: Agente da CIA se torna obcecado em colocar as mãos no terrorista fundamentalista islâmico que o torturou anos atrás. O tal sujeito está morrendo de uma grave doença o que acaba deixando pistas para seguir. O plano do americano é se infiltrar na organização do terror para matar pessoalmente o criminoso internacional, procurado há tantos anos.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de maio de 2017

Uma História de Vingança

Ninguém pode acusar o ator Nicolas Cage de não tentar levantar sua carreira. Ano após ano Cage está sempre na ativa, tentando alcançar o sucesso perdido. Agora ela tenta novamente, dessa vez usando uma antiga fórmula, tirada lá dos velhos filmes de Charles Bronson dos anos 70. Se você pensou em "Desejo de Matar", acertou em cheio! É mais um roteiro que explora a figura do policial que indignado pelas falhas do sistema judiciário resolve fazer justiça com as próprias mãos. O curioso é perceber que apesar de ser algo bem batido ainda consegue funcionar em certos momentos.

Vamos ao enredo: Nicolas Cage interpreta um policial veterano do departamento de polícia da cidade de Niagara Falls, um conhecido point turístico. Quando uma jovem viúva é estuprada por um grupo de vagabundos locais, ele entra no caso. Sua indignação e envolvimento pessoal se tornam maiores porque os estupradores cometeram seu crime na presença da pequena filha da vítima, uma garotinha de apenas 10 anos de idade. Após identificar cada um deles, todos são presos e levados para julgamento. Entra em cena então um advogado sem escrúpulos interpretado por Don Johnson, que acaba inocentando todos eles. Usando das velhas brechas da lei, todos são então libertados e recomeçam a incomodar a vítima e sua filha.

Bom, com esse tipo de estória você já deve ter percebido o que aconteceria dali em diante. Cage resolve literalmente limpar as ruas daqueles estupradores e criminosos. Um aspecto curioso é que o roteiro não se foca completamente no policial interpretado por Nicolas, mas sim na família da vítima e nos próprios criminosos. Dessa forma Nicolas Cage está sempre em segundo plano, aparecendo apenas para fazer sua "limpeza social". No final das contas, colocando tudo na balança e fazendo uma análise mais fria, o que temos aqui é apenas um banal filme policial que requenta velhas fórmulas. Poderia muito bem ser um filme de Charles Bronson, como já citei. Paradoxalmente, mesmo assim não deixa de ser uma boa diversão. Pelo visto a figura do justiceiro (ou vigilante, como dizem os americanos) ainda tem seu apelo junto ao público espectador.

Uma História de Vingança (Vengeance: A Love Story, Estados Unidos, 2017) Direção: Johnny Martin / Roteiro: John Mankiewicz, baseado no romance policial escrito por Joyce Carol Oates / Elenco: Nicolas Cage, Don Johnson, Anna Hutchison, Talitha Bateman / Sinopse: Policial fica indignado após presenciar um grupo de estupradores sendo inocentados pela justiça. Após ser informado que além de estarem soltos pelas ruas eles ainda recomeçaram a importunar a vida da vítima estuprada, decide fazer justiça com suas próprias mãos, livrando sua cidade daquela escória imunda.

Pablo Aluísio.