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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

A Mansão Marsten

Título no Brasil: A Mansão Marsten
Título Original: Salem's Lot
Ano de Lançamento: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: TNT 
Direção: Mikael Salomon
Roteiro: Peter Filardi
Elenco: Rob Lowe, Donald Sutherland, Rutger Hauer, James Cromwell, Andre Braugher, Samantha Mathis

Sinopse:
Escritor retorna para a cidade onde passou a infância e viveu um grande trauma quando encontrou três pessoas mortas na velha mansão Marsten, no alto da colina. Só que o lugar agora tem novos inquilinos, dois desconhecidos que abriram uma loja de antiguidades na cidade, pessoas misteriosas que procuram esconder seu passado sinistro. 

Comentários:
Recentemente lançaram o filme "A Hora do Vampiro" que foi acusado de ser muito simplista em relação ao livro original. Pois bem, decidi ver então esse filme feito alguns anos atrás em que se tentou trazer a maior parte dos personagens do livro. Isso acabou resultando em um filme com 3 horas de duração! E ainda assim com lacunas. Embora haja um claro capricho em adaptar bem o material original do Stephen King nesse telefilme aqui, feito para o canal TNT, temos que reconhecer que ele também tem seus problemas. O pior deles é a caracterização do vampiro Barlow. Rutger Hauer era um bom ator, mas colocar ele para fazer essa criatura da noite, quase sem maquiagem, apenas contando com dentes postiços e lentes de contato, é um grave erro de produção. Ele deveria ter a imagem do Nosferatu! Mas não, aqui simplificaram e estragaram um dos personagens centrais. Assim não dá mesmo para dar uma nota melhor. O filme errou em um ponto onde não poderia haver erros, infelizmente. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Tudo Pela Arte

Tudo Pela Arte
Filme dos mais interessantes. Um professor de arte e jornalista é contratado por um comerciante de obras de arte para ir em sua casa, passar alguns dias de descanso e lazer. Chegando lá, ele é sondado para um serviço bem peculiar. Ele entrará em contato com um pintor veterano que há muitas décadas vive isolado e longe do fervor do mundo das artes. No passado ele pintou um quadro que foi considerado uma verdadeira obra-prima da pintura. Um marco da arte dos Estados Unidos. Depois disso se isolou, virou um homem recluso. Nunca mais lançou nenhuma obra nova. Claro que para esse comerciante passa a ser bem interessante que ele volte a pintar, para ganhar alguns milhões com seus novos quadros. Só que para isso acontecer tem que acontecer alguma coisa que o faça mudar de ideia. O professor tem que se aproximar desse pintor, fazer amizade, para quem sabe o convencer a voltar para a ativa. 

O elenco é muito bom e traz algumas surpresas. A maior delas é a presença de Mick Jagger interpretando o merchand de artes. Um tipo bem ganancioso e astuto, que precisa de novas pinturas daquele velho artista que preferiu a reclusão e o isolamento social. Esse personagem do pintor trágico é interpretado pelo veterano Donald Sutherland em um dos seus últimos trabalhos para o cinema. Por fim, para não deixar passar em branco, só deixo uma ressalva em relação à história que o filme conta. O final vai surpreender muita gente e penso que de forma negativa. É um final pouco ético que vai na contramão daquela famosa frase que diz que o crime não compensa. Assista e tire suas próprias conclusões. 

Tudo pela Arte (The Burnt Orange Heresy, Estados Unidos, 2019) Direção: Giuseppe Capotondi / Roteiro: Charles Willeford, Scott B. Smith / Elenco: Donald Sutherland, Claes Bang, Elizabeth Debicki, Mick Jagger / Sinopse: Um jornalista e professor de arte é contratado por um merchand de quadros caros para fazer amizade e se aproximar de um pintor veterano que não pinta há muitas décadas. Ele tentará convencer o recluso artista à voltar para o mercado. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Inverno de Sangue em Veneza

Título no Brasil: Inverno de Sangue em Veneza
Título Original: Don't Look Now
Ano de Lançamento: 1973
País: Reino Unido, Itália
Estúdio: Casey Productions
Direção: Nicolas Roeg
Roteiro: Allan Scot, Chris Bryant
Elenco: Julie Christie, Donald Sutherland, Hilary Mason

Sinopse:
Após a morte traumática da filha, uma criança de 8 anos de idade, um casal britânico se muda para Veneza na Itália. O marido trabalha em restauração de obras de arte antigas, que são encontradas em velhas igrejas. Só que algo parece estar muito errado na realidade em que ele agora supõe viver. Adaptação para o cinema da obra da escritora Daphne Du Maurier.

Comentários:
Muitos anos antes de "O Sexto Sentido" o cinema nos apresentou uma história em que o protagonista estava morto e não sabia. Esse é o centro dessa história que na superfície mais parece um drama psicológico. Todos os méritos dessa história vão para a escritora Daphne Du Maurier. Ao longo do tempo vários de seus livros foram adaptados para o cinema, dando origem a clássicos da história do cinema como "Os Pássaros" e "Rebecca - A Mulher Inesquecível". O filme, todo rodado em Veneza, procura captar o estilo de autora, apostando mais na sutileza e na construção do suspense. Por isso não espere por nada óbvio demais, o que no final das contas é um ponto muito positivo da produção. Inclusive as coisas são tão sutis que até mesmo o plot twist do filme, quando o protagonista se dá conta de sua situação, vai confundir o espectador. Enfim, um dos melhores trabalhos da carreira de Donald Sutherland, falecido recentemente. Nesse filme ele teve a chance de mostrar todo o seu talento. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Assassinato por Decreto

Em tempos de nova franquia de Sherlock Holmes (onde em minha opinião o personagem está totalmente desvirtuado de suas origens literárias) nada melhor do que assistir a uma bela adaptação mais fiel aos livros originais. Obviamente que aqui há várias licenças com os textos escritos por Conan Doyle mas em essência o Sherlock que aparece em cena é bem mais condizente com o personagem que vemos nos romances policiais. O filme é basicamente um encontro do personagem de ficção Sherlock Holmes com o personagem real Jack, o Estripador. Será que se Sherlock existisse realmente durante as mortes de Jack ele teria mesmo resolvido o mistério da identidade desse serial killer? 

Basicamente é esse o argumento do roteiro. Interessante porque lida com dois ícones ingleses, um do lado da lei (o sempre inteligente e astuto Holmes) e o outro o mais famoso assassino em série da história (que conseguiu inclusive sair impune de seus horríveis crimes). O filme em si é muito bem realizado, tem ótima produção de época e uma dupla de atores excelentes, Christopher Plummer (corretíssimo como Holmes) e James Mason (ótimo na pele do Dr Watson). Quem conhece a história de Jack sabe que existem várias teorias sobre quem teria sido o assassino e aqui o roteiro não se esquiva escolhendo uma das mais conhecidas para revelar o mistério (claro que não direi aqui qual delas é a escolhida pelos roteiristas para não estragar o filme).

Para quem só conhecer o personagem Sherlock Holmes pela nova franquia que está nos cinemas é bom frisar que esse aqui segue a linha bem mais conservadora, o que pessoalmente acredito ser um ponto muito positivo. Sherlock usa o figurino tradicional, seu parceiro Dr Watson é um senhor bem mais velho (ao contrário dos galãs que andam escalando para esse papel ultimamente como Jude Law) e o filme tem um estilo bem mais intelectual (Sherlock soluciona tudo com dedução e pouca ação, como é bem do feitio dos livros originais sobre o personagem). O filme foi feito no final dos anos 70 mas tem cara de filme oitentista mesmo. Até a fotografia antecipa o cinema da década que viria. Um ótimo programa para quem é fã do famoso personagem da literatura. Indicado para quem quiser conhecer o verdadeiro Sherlock Holmes.

Assassinato por Decreto (Murder by Decree, Estados Unidos, Inglaterra, 1979) Direção de Bob Clark / Roteiro: John Hopkins baseado na obra de Sir Arthur Conan Doyle / Elenco: Christopher Plummer, James Mason, Donald Sutherland, Genevieve Bujold, Susan Clark, David Hemmings, John Gielgud, Anthony Quayle. / Sinopse: Sherlock Holmes é chamado para investigar série de assassinatos, tendo como principal suspeito Jack, o Estripador. Christopher Plummer e James Mason em excelentes performances nos papéis de Holmes e Dr. Watson, respectivamente.

Pablo Aluísio

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

O Primeiro Assalto de Trem

O Primeiro Assalto de Trem
Filme muito bom que reconstitui um assalto real que ocorreu em 1855 quando uma quadrilha de ladrões se reuniu para roubar um carregamento de ouro e dinheiro que seriam usados para pagar o salário dos militares ingleses que estavam em uma campanha no sul da Grã-Bretanha. Esse roubo seria considerado o primeiro de grande porte ocorrido na Inglaterra e de certa maneira copiava o modus operandi que era usado por bandoleiros no oeste dos Estados Unidos. Acabou dando certo, causando um verdadeiro choque dentro da conservadora sociedade inglesa da época. 

O destaque vem do elenco que conta com um ainda jovem Sean Connery, aqui em momento da carreira em que ele tentava se desvincular do personagem mais famoso que havia interpretado nas telas, o agente 007, sim ele mesmo, Bond, James Bond. O curioso é que o ator tentava sair dessa armadilha de ser estigmatizado apenas como Bond, mas ao mesmo tempo não ousava ir muito longe, preferindo filmes mais comerciais, com um jeitão de filme de ação aos moldes do famoso agente inglês da literatura. Ele queria sair de Bond, mas sem deixar de ser um ator comercialmente viável para os estúdios. Se distanciar, mas não muito! Esse filme certamente foi uma escolha certa para ele naquele momento de sua carreira no cinema.

O Primeiro Assalto de Trem (The First Great Train Robbery, Estados Unidos, Reino Unido, 1978) Direção: Michael Crichton / Roteiro: Michael Crichton / Elenco: Sean Connery, Donald Sutherland, Lesley-Anne Down / Sinopse: Quadrilha se une para roubar um valioso carregamento de ouro e dinheiro em um trem. História baseada em fatos reais ocorrida no século XIX. 

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de julho de 2023

Klute, O Passado Condena

Klute, O Passado Condena
Nesse filme uma bela e jovem Jane Fonda interpreta uma prostituta de Nova Iorque. Ela foi para a grande cidade em busca de trabalho como modelo ou atriz. Só que os testes nem sempre deram certo e o grande número de jovens mulheres como ela, com os mesmos sonhos, torna tudo muito mais complicado. A saída para sobreviver foi então se tornar uma garota de programa de luxo atendendo homens velhos, ricos e solitários. E tudo corria com uma certa normalidade até que um de seus clientes desaparece sem deixar vestígios. Um engenheiro da Pensilvânia que vai para Nova Iorque e desaparece do mapa. A polícia não tem respostas para o caso. Os familiares então contratam um detetive, John Klute (Donald Sutherland), para investigar. Descobre que o desaparecido gostava de contratar prostitutas. Mas as coisas se complicam ainda mais quando algumas delas são encontradas assassinadas. O que estaria por trás desses crimes e desses eventos trágicos?

Temos aqui um bom filme da década de 1970. A direção foi do ótimo cineasta Alan J. Pakula. O elenco está todo ótimo. Jane Fonda, jovem e linda, com um penteado moderno, se destaca. O papai Henry Fonda não gostou muito de ver sua filha nesse papel, mas para ela era antes de tudo um grande desafio interpretar uma profissional do sexo. Conhecida por ser uma ativista de direitos humanos e uma progressista em suas opiniões políticas, ela encontrou um belo desafio nesse papel. Não cai na vulgaridade, mesmo em certos diálogos mais fortes e tem boa atuação nas cenas mais ousadas. E ela levou o Oscar por esse trabalho! Uma premiação que surpreendeu muita gente na época. De qualquer forma merece todos os elogios. O mesmo vale para o eterno esquisitão Donald Sutherland no papel do detetive meio estranho. Por fim Roy Scheider surge como um cafetão violento e explorador da personagem de Jane. Um trio de talento que sustentaria qualquer filme, vamos ser sinceros. Enfim, tudo em seus devidos lugares. Um filme que sem dúvida merece recomendação. Bom momento da filmografia de suspense policial dos anos 70. 

Klute, O Passado Condena (Klute, Estados Unidos, 1971) Direção: Alan J. Pakula / Roteiro: Andy Lewis, David E. Lewis / Elenco: Jane Fonda, Donald Sutherland, Roy Scheider, Charles Cioffi / Sinopse: Uma jovem prostituta de Nova Iorque vira alvo de investigação de um detetive particular após o desaparecimento de um de seus clientes. E a morte de outras profissionais do sexo levam a crer que há uma rede de crimes por trás de tudo. Filme premiado com o Oscar de melhor atriz (Jane Fonda). 

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de abril de 2023

Cidadão X

Título no Brasil: Cidadão X 
Título Original: Citizen X
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Chris Gerolmo
Roteiro: Robert Cullen, Chris Gerolmo
Elenco: Stephen Rea, Donald Sutherland, Max von Sydow, Jeffrey DeMunn, Joss Ackland, John Wood

Sinopse:
O filme conta a história real do serial killer Andrei Chikatilo. Durante o regime soviético ele começou a matar crianças, adolescentes e mulheres que conhecia em estações de trem por toda a União Soviética. Inicialmente sua existência era dada como um constrangimento internacional para o regime comunista que chegava a negar até mesmo a existência desse tipo de monstro em sua sociedade. 

Comentários:
Filmaço! Chego inclusive a escrever que esse foi sem dúvida um dos melhores filmes de assassinos em série que assisti em minha vida. Além da história desse psicopata ser muito interessante do ponto de vista criminológico (indico inclusive para estudantes de direito), devo dizer que o cenário político e o contexto histórico onde tudo aconteceu tornou ainda mais relevante esse enredo. O psicopata Andrei Chikatilo foi um dos mais infames criminosos da história do século XX. Seus crimes eram horrendos e hediondos. Só que tudo esbarrava no próprio sistema do regime soviético, que tentava esconder tudo para não manchar a reputação da União Soviética, uma vez que a propaganda oficial dizia que esse tipo de assassino era coisa do decadente regime capitalista do Ocidente. Com isso os policiais, que eram bons profissionais, enfrentavam não apenas os desafios comuns desse tipo de investigação, como também um certo boicote oficial das autoridades soviéticas. E nesse impasse se criava uma situação surreal. Enfim, ótimo filme, com elenco acima da média e roteiro primoroso. Altamente recomendado. 

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de julho de 2022

Moonfall

Título no Brasil: Moonfall - Ameaça Lunar
Título Original: Moonfall 
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: AGC Studios
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Roland Emmerich, Harald Kloser
Elenco: Halle Berry, Patrick Wilson, Donald Sutherland, John Bradley, Charlie Plummer, Michael Peña

Sinopse:
Durante uma missão, um ônibus espacial sofre um acidente, no qual a tripulação acaba sendo colocada em risco. Isso porém é apenas a ponta do iceberg pois cientistas descobrem que a Lua saiu de sua órbita natural e está vindo em direção ao planeta Terra. Para salvar a humanidade de uma catástrofe iminente, uma nova missão segue em direção à Lua com o objetivo de estudar e deter tudo o que está acontecendo.

Comentários:
O diretor Roland Emmerich tem duas obsessões bem claras, o fim do mundo e a estética do velho cinema catástrofe. Nesse filme ele não foge dessa fórmula que vem repetindo anos e anos sem mudança. Sem dúvida é um dos diretores mais previsíveis do cinema atual, onde vai filme e vem filme e nada, absolutamente nada, muda. Esse filme aqui foi salvo em minha opinião pela criatividade insana, pois não é qualquer história de ficção que junta tantos elementos malucos em uma só trama. Quer um exemplo? Que tal uma Lua que na verdade não é um astro natural do universo, mas sim uma megaestrutura criada por antepassados dos seres humanos em um passado muito distante? Achou pouco? Que tal descobrir que a Lua é oca e que em seu interior existe uma Estrela do tipo anã branca capturada, gerando energia? Isso tudo já demonstra que não houve amarras para a imaginação do diretor, que também escreveu esse roteiro doido. Por essa criatividade sem pudores e sem limites, o filme acaba se salvando, por mais estranho que isso possa parecer.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Os Invasores de Corpos

Título no Brasil: Os Invasores de Corpos
Título Original: Invasion of the Body Snatchers
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Philip Kaufman
Roteiro: W.D. Richter baseado no livro de Jack Finney
Elenco: Donald Sutherland, Brooke Adams, Jeff Goldblum, Veronica Cartwright, Leonard Nimoy

Sinopse:
Matthew Bennell (Donald Sutherland) é um especialista e inspetor de saúde que ao lado de sua colega de trabalho, Elizabeth Driscoll (Brooke Adams), começa a desconfiar que algo está errado com o comportamento das pessoas ao seu redor. Após investigar o caso acaba descobrindo algo estarrecedor, seres humanos estão sendo substituídos em seus corpos gradativamente por criaturas de outro planeta!

Comentários:
Esse filme é um remake do clássico "Vampiros de Almas", que virou cult movie e até hoje é elogiado pela crítica. Importante dizer que tanto o filme original como esse remake possuem a mesma origem, o livro de Jack Finney. Também é bom saber que na verdade esse romance de Sci-fi não deu origem apenas a dois filmes, mas a quatro, lançados em épocas diferentes. Esse aqui também sempre contou com a boa receptividade por parte da crítica. E concordo com os especialistas, o filme é realmente muito bom, com ótima produção, o que resultou em efeitos especiais impressionantes, além da maquiagem sempre caprichada. Lançado em vídeo no Brasil, nos tempos do VHS, nunca mais encontrei para ver. Teria o maior prazer de rever esse clássico da ficção e terror. Um filme realmente muito bom.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de abril de 2021

Gente como a Gente

Título no Brasil: Gente como a Gente
Título Original: Ordinary People
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Redford
Roteiro: Judith Guest, Alvin Sargent
Elenco: Donald Sutherland, Timothy Hutton, Mary Tyler Moore, Judd Hirsch, M. Emmet Walsh, Elizabeth McGovern

Sinopse:
A morte acidental do filho mais velho de uma família abastada prejudica profundamente os relacionamentos entre a mãe amarga, o pai bem-humorado e o filho mais novo, cheio de culpa. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção (Robert Redford), melhor ator coadjuvante (Timothy Hutton) e melhor toteiro adaptado.

Comentários:
O ator Robert Redford decidiu migrar para a direção e se deu muito bem. Essa foi aliás sua estreia como diretor de um filme. Agora imagine ser o grande vencedor do Oscar justamente com o primeiro trabalho na direção? Pois foi justamente isso que aconteceu com Redford. Não poderia ser melhor. E ele escolheu um excelente material, um drama familiar mostrando a devastação de uma família americana após a morte sem sentido de um de seus membros. É um drama bem humano, mostrando a vida de pessoas comuns (Ordinary People, do título original em inglês). Um dos maiores destaques do filme foi a atuação do jovem ator Timothy Hutton, também premiado com o Oscar por seu excelente trabalho de interpretação. Anos depois ele explicaria que Robert Redford trabalhou pessoalmente com ele. Antes de rodar cada cena Redford o instruía com cuidado, para que a cena saísse da melhor maneira possível. O resultado se vê na tela nesse drama profundo, sobre a morte e a devastação daqueles que ficaram nessa vida, tentando lidar com a morte de uma pessoa querida. É um filme sobre luto e superação de traumas. Filme excelente, grande momento da carreira de Robert Redford e de todos os demais envolvidos nesse grande trabalho para o cinema.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Seis Graus de Separação

Título no Brasil: Seis Graus de Separação
Título Original: Six Degrees of Separation
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Fred Schepisi
Roteiro: John Guare
Elenco: Will Smith, Stockard Channing, Donald Sutherland, Ian McKellen, Anthony Michael Hall, Heather Graham

Sinopse:
Um casal abastado da cidade de Nova York tem suas vidas tocadas, invadidas e compelidas por um jovem negro misterioso que nunca é exatamente quem diz ser. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz coadjuvante (Stockard Channing).

Comentários:
Eu me recordo da campanha publicitária desse filme, tanto nos cinemas como nas locadoras de vídeo (ainda lembra delas?). Pois bem, nos cartazes promocionais, em letras enormes, aparecia em destaque a frase: "A Estreia tão aguardada de Will Smith no drama!". Será que alguém estava mesmo aguardando ansiosamente ver um filme do Will Smith em personagens dramáticos? Acho que o exageraram na dose aqui. Will Smith já era um astro popular, tanto na TV como no cinema. E Hollywood apostava nele como um "novo Eddie Murphy", já que o veterano comediante estava colecionando fracassos comerciais. Penso que esse filme, apesar da apelação de seu marketing, é até muito bom. Depois dele, surgiram diversas versões desses joguinhos mentais que tentam provar que todas as pessoas do mundo estão ligadas por no máximo seis graus de separação. Você e Hitler? Apenas seis graus o separam dele. Você e Napoleão? Sim, seis graus. Ora, não deixa de ser uma besteirinha divertida. Já o filme tem seus próprios méritos. Pode assistir sem receios. É bom cinema mesmo!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

M.A.S.H.

Título no Brasil: M.A.S.H.
Título Original: M.A.S.H.
Ano de Produção: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: Aspen Productions
Direção: Robert Altman
Roteiro: Ring Lardner Jr.
Elenco: Donald Sutherland, Elliott Gould, Tom Skerritt, Robert Duvall, Sally Kellerman, Roger Bowen

Sinopse:
Roteiro escrito a partir do livro escrito por Richard Hooker. Os funcionários de um hospital de campanha na Guerra da Coréia, entre eles três cirurgiões, usam do bom humor e da ironia para manterem sua sanidade mental diante do horror da guerra. Filme premiado com o Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado (Ring Lardner Jr).

Comentários:
Fazer comédias em filmes de guerra não era exatamente uma novidade em Hollywood. Só que esse filme aqui foi produzido em uma época particularmente complicada. Os Estados Unidos ainda estavam atolados na guerra do Vietnã e muitos jovens perdiam a vida nas florestas úmidas daquele país asiático. Por isso vários diretores recusaram o convite para dirigir esse filme. Acabou sobrando para Robert Altman, que sempre foi considerado um cineasta independente dentro do cinema americano. E ele fez um filme muito bom mesmo. Esse tipo de roteiro nunca foi a especialidade de Altman, mas ele se saiu muito bem. A crítica gostou muito e o filme acabou ganhando uma boa bilheteria, algo que poucos esperavam. Ninguém acusou o filme de ser inconveniente ou desrespeitoso com os combatentes do Vietnã, pelo contrário, todos pareceram gostar - até mesmo os soldados que lutavam naquela guerra sem sentido. O sucesso comercial foi tão bom que rendeu até mesmo uma série de TV. Ainda me lembro de ter assistido alguns episódios na TV aberta, na Rede Bandeirantes, durante as décadas de 1970 e 1980. Um belo resultado para um filme que ninguém acreditava que iria dar certo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Assassinato Sob Custódia

Título no Brasil: Assassinato Sob Custódia
Título Original: A Dry White Season
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Davros Films, Star Partners
Direção: Euzhan Palcy
Roteiro: Colin Welland
Elenco: Donald Sutherland, Marlon Brando, Susan Sarandon, Janet Suzman, Gerard Thoolen, Susannah Harker

Sinopse:
Baseado no livro escrito por André P. Brink, o filme "Assassinato Sob Custódia" conta a história de um homem comum que decide ajudar seu ajudante negro a encontrar seu filho desaparecido. Isso serve para lhe mostrar os horrores do regime racista da África do Sul, seu sistema político e as atrocidades cometidas em nome de uma ideologia de segregação racial. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator (Marlon Brando).

Comentários:
Em um momento que se fala tanto em racismo estrutural, um filme como esse, que retrata o racismo como política de Estado, é mais do que providencial. Esse foi um dos últimos filmes da carreira de Marlon Brando. Ele só aceitou o convite para participar do filme por causa de seu tema. Não é segredo para ninguém que Marlon Brando defendeu ao longo de toda a sua vida uma agenda progressista. O tema do racismo lhe era muito caro. Ele participou de inúmeros movimentos em favor dos direitos sociais dos negros americanos durante a década de 1960 e não ia deixar passar em brancas nuvens um roteiro como esse. Para Brando não havia nada de mais infame do que o regime do Apartheid na África do Sul, onde negros e brancos eram separados por leis do próprio Estado. Havia áreas nobres que eram exclusivas para brancos, as melhores terras, as melhores plantações. Nenhum negro africano poderia colocar os pés nessas regiões pois seriam mortos. Caso um nativo entrasse nessas fazendas sem autorização levaria um tiro sem piedade. E ninguém seria preso por isso. Era direito dos brancos matar negros que entrassem em sua propriedade sem aviso ou autorização. Para os negros sobravam as favelas, as regiões sem condições de habitação, sem saneamento básico, segurança, nada! Para o branco colonizador vindo da Europa havia o melhor do país. Para os negros nativos, apenas a escória. Então, mesmo que esse filme seja considerado não tão bom por muitos, sua mensagem já prova o valor de sua existência. Em tempos atuais, quando o racismo volta a ganhar força, não deixa de ser relevante rever uma produção como essa.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de abril de 2020

A Arte da Guerra

Título no Brasil: A Arte da Guerra
Título Original: The Art of War
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, Morgan Creek
Direção: Christian Duguay
Roteiro: Wayne Beach
Elenco: Wesley Snipes, Donald Sutherland, Anne Archer, Maury Chaykin, Marie Matiko, Cary-Hiroyuki Tagawa,

Sinopse:

Neil Shaw (Wesley Snipes) é um agente em serviço que acaba testemunhando um crime, o assassinato do embaixador chinês na sede da ONU, em Nova Iorque. O homicídio acaba envolvendo figurões da diplomacia internacional e Shaw vira um alvo a ser eliminado o mais rapidamente possível.

Comentários:
Wesley Snipes fez uma linha de filmes de ação bem interessante na Warner Bros. E de fato durante algum tempo ele conseguiu ser o principal astro de filmes de ação em Hollywood. Hoje em dia a carreira dele, como era de se esperar, anda mais devagar, porém é inegável que quando estava no auge, atuando em vários filmes por ano, um certo padrão de qualidade foi mantido. Esse "A Arte da Guerra" segue nesse estilo. O diretor canadense Christian Duguay foi indicado ao estúdio pelo ator Donald Sutherland. A dupla já havia trabalhado junto em 1997 no bom thriller "Caça ao Terrorista". E talvez não por coincidência um dos destaques do filme seja justamente a atuação do veterano Sutherland. Ao longo dos anos ele se especializou em personagens dúbios, que na superfície pareciam homens honestos, só que no fundo não passavam de patifes, vilões. E sobre esse filme ele acabaria dizendo uma frase bem espirituosa: "Em filmes de ação o que vale a pena é o vilão. É o único com inteligência. O protagonista geralmente só serve para pular, saltar. Quem cria os planos que sustentam esse tipo de filme é o vilão. Claro, sempre é o elemento de inteligência em filmes como esse. Por isso sigo fazendo caras maus!". Pois é, sábias palavras de Mr. Sutherland.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Uma Saída de Mestre

Título no Brasil: Uma Saída de Mestre
Título Original: The Italian Job
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: F. Gary Gray
Roteiro: Troy Kennedy-Martin, Donna Powers
Elenco: Mark Wahlberg, Jason Statham, Donald Sutherland, Edward Norton, Charlize Theron, Fausto Callegarini

Sinopse:

Depois de ser traído e deixado para morrer na Itália, Charlie Croker (Mark Wahlberg) e sua equipe planejam um elaborado assalto, com o objetivo de roubar uma grande fortuna em ouro. O alvo passa a ser justamente aquele que o traiu, seu ex-aliado. Filme premiado no World Stunt Awards.

Comentários:
Esse filme de ação reuniu um elenco e tanto! Realmente admirável. Penso inclusive que se fosse produzido nos dias de hoje não iriam conseguir reunir tantos astros e estrelas famosos do cinema atual. Afinal o cachê de todos eles inflacionou bastante desde 2003, quando o filme foi feito. Outro ponto positivo é que se trata de um filme sobre assalto. Esse é aquele tipo de filme que precisa ter um roteiro muito ruim para não dar certo. O natural mesmo é que acabe rendendo pelo menos um bom enredo, com doses de ação e suspense. A intenção dos ladrões é roubar um enorme carregamento em barras de ouro. O sonho de todo criminoso desse tipo. E para isso eles reúnem um tipo de "experts", cada um na sua area de atuação. Recentemente assistindo ao novo "Velozes e Furiosos" há uma pequena menção a essa produção quando Jason Statham mostra ao The Rock um pequeno carro italiano, um daqueles mini veículos, populares entre os consumidores da Itália. E esses carrinhos acabam sendo também uma das estrelas desse filme, em ótimas cenas de perseguição. Enfim, se você curte esse tipo de action movie, pode assistir sem medo. Vai gostar, seja de uma maneira ou outra.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de janeiro de 2020

Cortina de Fogo 2

Eu não poderia imaginar que iriam produzir uma sequência de "Cortina de Fogo" de 1991. Afinal, já faz quase 30 anos que o primeiro filme foi lançado! Eu assisti ainda nos tempos das fitas VHS. Acredito que pouca gente ainda se lembrava daquele filme de bombeiros com Kurt Russell. Pois é, os produtores lembravam. Praticamente apenas dois atores do primeiro filme dão as caras por aqui. William Baldwin e Donald Sutherland surgem no filme para criar um elo de ligação com o original. Baldwin tem que lidar com o filho do personagem de Kurt Russell, aqui interpretado por Joe Anderson. Para quem não lembra o pai dele morreu no primeiro filme, tentando salvar seu melhor amigo que por acaso era o grande incendiário de Chicago! O velho Donald é o incendiário do primeiro filme, agora velho e preso numa cadeira de rodas, que decide ajudar na captura de novos incendiários, sujeitos bem inteligentes e "profissionais" em sua "área".

O bombeiro Sean McCaffrey (Joe Anderson) seguiu a carreira do tio, do pai e do avô, mas não é nada fácil porque ele também tem uma bagagem de traumas do passado, principalmente por seu pai ter morrido em um grande incêndio. Agora ele trabalha em um setor dos bombeiros cuja função é justamente descobrir quando um incêndio é criminoso. Um grupo de garotos, vestidos de fantasias do dia das bruxas, acaba morrendo quando tentam entrar numa casa abandonada. A tal cortina de fogo se forma atrás da porta e quando eles vão abri-la tudo vai pelos ares. Sean leva o caso em um modo bem pessoal, pois para ele a morte das crianças foi bem sentida. Acaba entrando em um espiral de conspirações envolvendo companhias de seguros e... venda de armas ilegais para o exterior. Eu achei esse o maior problema do roteiro. Deveriam ter simplificado mais a trama, se concentrando no vida do protagonista, seu acerto de contas com o passado, etc. Nada de criar algo muito confuso, envolvendo todos os tipos de vilões. O pior é que no final fica aquela sensação de pressa, pois tentam resolver tudo de uma vez só, numa única cena. Ficou forçado. Muitas vezes o simples é bem mais eficiente.

Cortina de Fogo 2 (Backdraft 2, Estados Unidos, 2019) Direção: Gonzalo López-Gallego / Roteiro: Gregory Widen / Elenco: Joe Anderson, William Baldwin, Donald Sutherland, Alisha Bailey / Sinopse: O filme conta a história do bombeiro Sean McCaffrey (Joe Anderson). Filho de um bombeiro que morreu em serviço ele agora trabalha no setor de investigação de incêndios criminosos. Quando um grupo de crianças é morta no dia das bruxas ele passa a cuidar do caso, procurando descobrir quem foi o incendiário responsável por aquele crime terrível.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de setembro de 2019

Bastidores da Guerra

Título no Brasil: Bastidores da Guerra
Título Original: Path to War
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Avenue Pictures
Direção: John Frankenheimer
Roteiro: Daniel Giat
Elenco: Michael Gambon, Donald Sutherland, Alec Baldwin, Bruce McGill, James Frain, Felicity Huffman

Sinopse:
O filme mostra os bastidores da escalada no envolvimento das forças armadas americanas na guerra do Vietnã. O ponto de vista passa a ser a do presidente Lyndon Johnson (Michael Gambon) e de sua indecisão entre enviar mais soldados dos Estados Unidos para aquele distante país ou cancelar tudo. Filme premiado pelo Globo de Ouro.

Comentários:
O presidente Lyndon Johnson entrou para a história dos Estados Unidos como o líder que afundou o país na desastrosa guerra do Vietnã. E ele tinha muitas dúvidas antes de tomar todas aquelas decisões erradas que levaram milhares de jovens americanos à morte nas selvas tropicais do sudeste asiático. O roteiro pode soar burocrático para algumas pessoas, principalmente pela luta psicológica dos bastidores da política, dentro da Casa Branca. Porém para quem gosta de história e deseja saber mais sobre tudo o que aconteceu antes da lama do Vietnã, esse filme pode ser mesmo uma excelente opção. O ator Michael Gambon está muito bem no papel do presidente, mas em minha opinião o melhor ator do elenco é mesmo Alec Baldwin. Ele interpreta o secretário de defesa Robert McNamara, cujos conselhos levaram a América para o desastre certo. E o veterano cineasta John Frankenheimer mostra mais uma vez que não perdeu a mão para dirigir bons filmes sobre política internacional. Assista e veja como um dominó de decisões políticas equivocadas podem custar muito caro a toda uma nação.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Conspiração

Charlie Sheen interpreta Bobby Bishop, um jovem e promissor assessor do Presidente dos Estados Unidos. Sua vida profissional, como se pode perceber, está no auge. Tudo muda quando ele é procurado por um antigo professor da universidade de Direito, que lhe avisa que há uma grande conspiração envolvendo sociedades secretas, como a maçonaria, se formando para tirar o Presidente do poder. Agora ele é o alvo! Filme com roteiro muito bom que acabou fracassando nas bilheterias por culpa do ator Charlie Sheen. Como se sabe Sheen esteve sempre envolvido em escândalos e polêmicas. No começo da carreira Hollywood tentou transformá-lo em um novo Tom Cruise, mas isso obviamente não deu certo. Aliás Sheen ainda não perdeu o jeito para se envolver em todos os tipos de problemas. Recentemente ele assumiu estar com AIDS, além de ser viciado em crack. Deixando isso tudo de lado, todas as revistas de fofocas e a vida escandalosa de Sheen e suas matérias na imprensa marrom, sensacionalista, esse "Shadow Conspiracy" serviu para demonstrar o quanto ele poderia ser interessante apenas atuando nas telas de cinema.

O roteiro tem ótimas sacadas e o elenco é dos melhores, com direito a uma pontinha do escritor Gore Vidal como um senador conservador, mulherengo e crápula. A ironia veio no fato de que Vidal era um dos grandes representantes do movimento gay nos EUA. No mais o filme disseca o lado da podridão da política americana, com seus conchavos e conspirações. Esse é considerado também o filme mais inteligente do cineasta George P. Cosmatos, mais conhecido por "Rambo II - A Missão" e "Stallone Cobra". Infelizmente como o filme fracassou esse também acabou sendo seu último filme. Em Hollywood dificilmente se dá uma segunda chance a um diretor, não importando seus sucessos do passado.

Conspiração (Shadow Conspiracy, Estados Unidos, 1997) Estúdio: Hollywood Pictures / Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Adi Hasak, Ric Gibbs / Elenco: Charlie Sheen, Donald Sutherland, Linda Hamilton, Ben Gazzara, Stephen Lang, Gore Vidal. / Sinopse: Uma grande conspiração se instala nos mais altos escalões do poder dos Estados Unidos. Salve-se quem puder!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Carrasco Americano

Dois homens acorrentados recuperam a consciência em um porão mal iluminado. Eles foram trazidos até ali por um desconhecido, um sujeito que obviamente não tem boas intenções. Aos poucos a situação bizarra começa a fazer sentido. Ok, no começo do filme você chega a pensar que está assistindo a um genérico de "Jogos Mortais", mas não é bem isso que o espera. O filme se propõe a discutir justiça em cima das falhas do sistema judiciário. Aqui o juiz vira acusado e o sujeito que supostamente seria seria o réu vira seu algoz. Uma mudança de papéis que passa a ser transmitida ao vivo pela internet. Caberá aos internautas decidirem sobre o futuro do magistrado acorrentado. Ele é ou não culpado por ter condenado um homem inocente a pena de morte?

O velho juiz é interpretado pelo ótimo Donald Sutherland, Ele tenta argumentar com seu sequestrador, tudo na base legal, da lei. Uma de suas argumentações é que obviamente aquilo nunca foi um tribunal, apenas um jogo sádico controlado por um psicopata serial. O foco também se dirige para o passado, onde uma garotinha foi morta por um pedófilo. Foi esse caso que fez com que o juiz interpretado por Sutherland enviasse um homem inocente para a cadeira elétrica. Ele errou, o sistema judiciário errou, os policiais na investigação erraram. Tudo deu errado. Agora o raptor se coloca na posição de juiz e carrasco, pronto para fazer cumprir a vontade das pessoas que assistem ao "julgamento" pela internet. Aqui o povão vira júri, sendo sua decisão soberana. Nem é preciso dizer que o juiz obviamente fica numa situação limite, afinal no meio do sadismo reinante todos parecem dispostos a condenar o magistrado à morte. Um dia da caça, outro do caçador.  É um bom filme de suspense que prende a atenção até o fim. Curto e eficiente, cumpre plenamente tudo o que prometeu.

Carrasco Americano (American Hangman, Estados Unidos, 2019) Direção: Wilson Coneybeare / Roteiro: Wilson Coneybeare / Elenco: Donald Sutherland, Vincent Kartheiser, Oliver Dennis, Paul Amato / Sinopse: Henry David Cole (Vincent Kartheiser), um sujeito visivelmente perturbado resolve fazer justiça pelas próprias mãos. Ele sequestra o velho juiz Straight (Donald Sutherland) e o coloca online na internet para seu próprio julgamento. O magistrado errou, condenando um homem inocente à morte. Agora ele será julgado pelos internautas e a pena será cumprida ali mesmo, na frente de todos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Ella e John

Esse filme conta a história de um casal de idosos que certo dia resolve viajar... assim, sem mais, nem menos. Não avisam aos filhos, não dizem nada para ninguém. Apenas pegam o grande Motor Home em sua garagem e vão embora, ganhando a estrada. Tudo estaria bem se ele não fosse portador do Mal de Alzheimer e ela tivesse uma doença grave que lhe daria poucos meses de vida. Assim o filme vai se desenvolvendo, com o casal viajando, rumo ao sul, para a antiga cidade dela. No caminho começam os problemas. Por causa da doença John (Donald Sutherland) tem muitos lapsos de memória. Em certos momentos ele não consegue lembrar de onde está, do nome dos filhos e nem da esposa que está viajando ao seu lado. Também se confunde com o tempo, pensando ser ainda um estudante na universidade (ele é na realidade um professor de literatura americana aposentado). 

Uma de suas metas é visitar a casa que pertenceu ao grande escritor Ernest Miller Hemingway, seu grande ídolo nas letras. O curioso é que John consegue se lembrar de trechos inteiros dos livros dele, só que ao mesmo tempo não consegue lembrar do que aconteceu minutos atrás em sua vida. A esposa é interpretada pela grande atriz Helen Mirren. Ela é seguramente uma das grandes atrizes de sua geração e um dos melhores motivos para conferir esse filme. Com tantas qualidades em termos de elenco o filme só derrapa mesmo no final. Achei a conclusão da história um tanto absurda e eticamente condenável. Esse problema nem pode ser creditado apenas ao filme em si, pois o roteiro apenas adaptou o livro que lhe deu origem. O desfecho é em certo aspecto bem decepcionante porque acaba passando uma mensagem final errada. Particularmente me incomodei com tudo o que aconteceu. Você vai acompanhando esse casal de idosos ao longo de todo o filme, cria uma simpatia por eles e de repente tudo se resume naquele final ruim... de certa maneira estragou mesmo tudo. 

Ella e John (The Leisure Seeke, Estados Unidos, 2017) Direção: Paolo Virzì / Roteiro: Stephen Amidon, baseado no romance escrito por Michael Zadoorian / Elenco: Helen Mirren, Donald Sutherland, Christian McKay, Janel Moloney, Dana Ivey / Sinopse: Ella (Helen Mirren) e seu marido John (Donald Sutherland) decidem viajar para o sul pois querem fazer sua última grande viagem de turismo pois ambos estão com doenças graves. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Hellen Mirren).
 
Pablo Aluísio.