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sexta-feira, 22 de março de 2024

Madame Teia

Título no Brasil: Madame Teia
Título Original: Madame Web
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: S.J. Clarkson
Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless
Elenco: Dakota Johnson, Sydney Sweeney, Isabela Merced

Sinopse:
Cassandra Webb (Dakota Johnson) é uma jovem plantonista de uma ambulância em Nova Iorque que descobre ter estranhas sensações que lhe dão o poder de prever o futuro breve. Agora ela precisa sobreviver pois alguns estranhos seres querem sua morte, assim como a de adolescentes que ela recentemente conheceu. E tudo parece ter ligação com a morte de sua mãe, ocorrida muitos anos antes, em plena floresta Amazônica. 

Comentários:
OK, admito que não é um bom filme, mas sinceramente falando, não é tão ruim como disseram por aí. A Marvel atualmente conta com uma legião de fãs que agem como seres absolutamente bestificados e cretinos, que aceitam qualquer coisa com o selo da produtora. Por isso os filmes estão ficando cada vez mais ruins, como aquela porcaria das Marvels. Não tem jeito, é um filme ruim atrás do outro, com personagens de quarto ou quinto escalão. Só a xepa da galeria da editora de quadrinhos. Mas esse aqui ainda se salva um pouquinho. Curiosamente o filme consegue se sustentar até o momento em que as personagens usam seus uniformes de super-heróis. Quando isso acontece, a coisa toda fica super brega, chegando nas raias do constrangimento total. Felizmente isso só vem a acontecer mesmo no finalzinho do filme, quando o jogo já estava ganho. Se houver continuações já sei que serão puro lixo tóxico, porque agora elas já vestiram seus uniformes e não tem mais volta. Esse aqui, por ser de origens, até que balança, mas não cai. E a bela Dakota Johnson também é um bom pretexto para assistir até o final, que como já antecipei, é sim muito bregoso e imbecil. Nessa hora só resta mesmo aos Marvetes chorarem na cama, porque não tem mais salvação.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de julho de 2022

Persuasão

Título no Brasil: Persuasão
Título Original: Persuasion
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Bisous Pictures
Direção: Carrie Cracknell
Roteiro: Ron Bass
Elenco: Dakota Johnson, Cosmo Jarvis, Richard E. Grant, Yolanda Kettle, Jordan Long, Simon Paisley Day

Sinopse:
Anne Elliot (Dakota Johnson) sempre foi apaixonada pelo capitão Wentworth da marinha inglesa, só que seu romance com ele nunca deu certo. Oito anos depois o casal volta a se reencontrar. Será que dessa vez voltarão a ficar juntos? Adaptação para o cinema do romance escrito por Jane Austen em 1816.

Comentários:
Sempre que um livro de Jane Austen é adaptado para o cinema surgem inevitavelmente os mesmos tipos de comentários negativos, de que há passagens no filme que não existem nos livros, de que o filme não é fiel ao livro original e críticas que seguem esse mesmo caminho. Chega a ser cansativo. Em meu ponto de vista, isso tudo é fonte de uma interpretação equivocada do que seria uma adaptação de um livro clássico para o cinema. A sétima arte tem sua própria linguagem, seu próprio modo de contar uma história e a literatura tem suas peculiaridades que devem ficar apenas nas páginas dos livros. Dito isso, quero esclarecer que apesar das inúmeras críticas que esse filme sofreu eu gostei plenamente dessa adaptação. O resultado final se revelou ser um filme leve, gostoso de assistir, mantendo a essência da obra romântica original. A essência dessa história é  mostrar um casal que se ama, mas que encontra dificuldades em concretizar esse amor. A diretora Carrie Cracknell, que veio do meio teatral, conseguiu tornar tudo adequado para a nova geração. O filme se revela assim de mais fácil assimilação para os jovens. Além disso o elenco conta com a graciosidade da atriz Dakota Johnson que é definitivamente um dos destaques em cena. Ela revitalizou essa personagem sem perder o essencial. Enfim, esse é um filme que me agradou plenamente. É um ponto inicial para quem quiser conhecer a obra de Jane Austen e aí se você quiser ir em busca de fidelidade completa só mesmo lendo o livro original.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de maio de 2022

A Filha Perdida

Mais um filme da lista do Oscar 2022. O filme conta dois momentos da vida da professora universitária Leda, um no passado, outro no presente. Quando tinha apenas vinte e poucos anos o seu sonho era entrar no mundo acadêmico, se tornar professora em uma boa universidade no norte dos Estados Unidos. Ela segue estudando e escrevendo artigos e fica muito feliz quando recebe uma oferta de emprego. Só que ela tem marido, duas filhas e tudo fica mais complicado. No passado a protagonista é interpretada pela atriz Jessie Buckley. Já no tempo presente encontramos Leda como uma mulher madura que vai até a Grécia passar um mês de férias. Divorciada, sozinha, ela só quer um tempo para escrever alguns artigos e esfriar a cabeça. Só que viajar para outro país de férias sozinha também traz seus riscos.

O grande tema desse roteiro é a discussão entre maternidade e vida profissional. Algumas mulheres sofrem muito para conciliar esses dois aspectos da vida. No caso de Leda ela tem duas filhas e ao mesmo tempo tenta entrar em um mercado de trabalho muito competitivo que é o mundo acadêmico e universitário. Tem que se esforçar muito, estudar muito, mas como fazer isso com duas filhas pequenas? Outro tema em discussão é que muitas mulheres simplesmente não possuem vocação para serem mães. A sociedade muitas vezes impõe isso a elas, como pressão social, gerando mulheres infelizes e frustradas. A personagem interpretada pela atriz Dakota Johnson vem para reforçar que isso atravessa gerações, não apenas no passado, mas no presente também. Ela é uma jovem mãe e não está nada satisfeita com esse papel.

Um filme que gostei, tanto do ponto de vista da proposta do roteiro como também pela bela interpretação de todo o elenco feminino. Aliás duas das atrizes que atuam no filme foram indicadas ao Oscar, algo raro de acontecer. Jessie Buckley, que interpreta a personagem principal em sua época de juventude, foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Já a velha Leda, interpretada por uma ótima Olivia Colman, rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Nada mal para um filme que discute a mulher, em fases diferentes da vida e os desafios que surgem pela frente.

A Filha Perdida (The Lost Daughter, Estados Unidos, 2021) Direção: Maggie Gyllenhaal / Roteiro: Maggie Gyllenhaal / Elenco: Olivia Colman, Jessie Buckley, Dakota Johnson, Ed Harris, Peter Sarsgaard / Sinopse: A vida de uma mulher, uma professora universitária, em dois momentos distintos de sua vida. Quando jovem e mãe de duas crianças pequenas e na fase da maturidade quando tenta encontrar paz e tranquilidade numa viagem de férias na Grécia.  Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz (Olivia Colman), melhor atriz coadjuvante (Jessie Buckley) e melhor roteiro adaptado (Maggie Gyllenhaal).

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de dezembro de 2018

Maus Momentos no Hotel Royale

Esse diretor Drew Goddard já tinha chamado minha atenção em "O Segredo da Cabana", filme que tentava desconstruir o gênero terror. Agora ele retorna com esse filme que tem uma trama bem elaborada. Tudo começa quando um homem desconhecido aluga um quarto em um hotel na fronteira de Nevada e Califórnia. Ele pega a chave e imediatamente começa a tirar a madeira do piso, tentando abrir um buraco no chão para colocar uma maleta. Não demora muito e uma segunda pessoa surge e o mata ali mesmo, sem maiores explicações. O tempo passa e dez anos depois, no mesmo hotel Royale, chega um grupo estranho de novos hóspedes. Jeff Bridges interpreta um suposto padre, que se hospeda ali para passar a noite. Na mesma hora em que entra no velho hotel encontra um vendedor de eletrodomésticos para donas de casa, aqui na pele do bom ator Jon Hamm de "Mad Men". Completando o quadro de novos visitantes estão uma cantora negra fracassada e uma mulher com cara de poucos amigos, na interpretação de Dakota Johnson.

Desconfie de tudo o que verá nas primeiras cenas, principalmente nas identidades daquelas pessoas. Nem tudo é o que aparenta ser. O próprio Hotel Royale não é apenas um cenário, mas praticamente um personagem no meio do enredo. Um daqueles estabelecimentos comerciais que faziam sucesso nos anos 1960, mas que depois entraram em franca decadência, com poucos hóspedes, geralmente viajantes perdidos em busca de uma boa noite de sono e nada mais. Para falar a verdade é quase uma nova versão do "Bates Motel" de Psicose, mas com decoração vintage mais colorida e brega. Enfim, um bom filme que me agradou. De modo em geral gosto desse tipo de enredo que vai se construindo aos poucos, ligando diversos personagens que parecem não ter qualquer ligação entre si. Uma amostra de bom roteiro, muito bem escrito.

Maus Momentos no Hotel Royale (Bad Times at the El Royale, Estados Unidos, 2018) Direção: Drew Goddard / Roteiro: Drew Goddard / Elenco: Jeff Bridges, Jon Hamm, Dakota Johnson, Cynthia Erivo, Chris Hemsworth, Lewis Pullman / Sinopse: Um grupo de desconhecidos chega em um velho hotel decadente da fronteira entre dois estados americanos, cada um deles com um propósito próprio, não muito claro. Qual seria a ligação que existiria entre cada uma daquelas pessoas?

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Cinquenta Tons de Liberdade

Esse terceiro filme é bem mais inócuo do que todos os anteriores. O casal formado pelo milionário Christian Grey e por Anastasia Steele acaba se aproximando cada vez mais de se tornar um casal de rotina, comum, como tantos outros que encontramos por aí. O casamento é o grande atrativo dessa terceira sequência. Agora casados de papel passado, eles precisam enfrentar um criminoso, Jack Hyde, que os culpa pela destruição de sua vida. Ele perdeu o emprego, foi parar na cadeia, mas não desiste de se vingar. O curioso é que acaba se descobrindo que Hyde e Grey possuem um passado em comum, chegando a viverem na mesma família quando eram garotos órfãos. Mesmo com essa ameaça pairando no ar, não espere por cenas emocionantes e nem uma dramaturgia mais forte. No final das contas a presença de Hyde nem faz muita diferença. Ele é apenas uma muleta narrativa para que a estória não fique resumida ao próprio casal, viajando a lugares bonitos do planeta, enquanto curtem a sua lua de mel.

Um aspecto que notei nesse terceiro filme é que a autora E.L. James pareceu ter absorvido as críticas que se fazia no tocante à violência de Grey para com Anastasia. As cenas de masoquismo estão muito atenuadas, quase inexistentes. O tal quarto vermelho, com algemas e chicotes pelas paredes, ainda está lá, mas o casalzinho o usa cada vez menos. Na verdade durante o filme inteiro só há mesmo uma sessão de sexo nessa linha. Depois o quarto acaba sendo usado por ela apenas para afogar suas mágoas, quando dorme no sofá de lá, ao descobrir que seu marido pode estar tendo um caso extraconjugal. Quando o filme termina ficamos com a sensação que o casal vai cair numa rotina daquelas, que destrói vários casamentos. Eles estão no jardim, carregando o filhinho para dentro de casa. Pois é, nesse filme a Anastasia também descobre que está grávida, o que apavora Grey que diz que ainda não está preparado para ser pai. Pelo visto ele não é emocionalmente muito maduro. Um velho clichê de livros românticos ao estilo Sabrina. Então basicamente é isso o que temos. Se faz o seu gênero não deixe de assistir a esse filme que acabou me soando como uma conclusão bem insossa da trilogia.

Cinquenta Tons de Liberdade (Fifty Shades Freed, Estados Unidos, 2018) Direção: James Foley / Roteiro:  Niall Leonard, baseado no romance escrito por E.L. James / Elenco: Dakota Johnson, Jamie Dornan, Eric Johnson / Sinopse: Christian Grey (Jamie Dornan) e Anastasia Steele (Dakota Johnson) finalmente se casam. Para a Lua de Mel eles começam a viajar pelos lugares mais bonitos do planeta como Paris e Aspen. Só que a felicidade completa do casal é perturbada pela presença criminosa de Jack Hyde (Eric Johnson), o ex-patrão de Anastasia que foi demitido de seu emprego após ter problemas com ela. Achando que sua vida acabou, ele decide partir para a vingança, custe o que custar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Dakota Johnson - Cinquenta Tons Mais Escuros

A atriz Dakota Johnson está dando várias entrevistas ao redor do mundo para o lançamento mundial do filme "Cinquenta Tons Mais Escuros" que chega às telas do Brasil nesse fim de semana. Na imprensa britânica a atriz foi entrevistada por vários jornais e órgãos de imprensa. Confira algumas de suas declarações.

Perguntada sobre o novo filme e seu teor, ela confessou: "Eu nunca pensei que chegaria nesse ponto. Na minha vida pessoal não entraria em um relacionamento tão estranho! Esses filmes me fizeram chegar em lugares que não iria apenas por conta própria" - deixou assim uma sensação de que não concordaria com muitas das situações que sua personagem encara nas produções. "É uma escolha dela, da personagem! Eu não entraria em nada parecido!"

Sobre as críticas Dakota parece bem tranquila. "Sempre haverá críticas ruins e negativas, faz parte do negócio, de se estar no mundo do cinema. Eu percebo que muitos críticos odeiam a tal mensagem que essa história tenta passar, mas isso é uma grande baboseira! É diversão, entretenimento, arte - não é a vida real. As mulheres sonham ainda com príncipes encantados, não tem jeito. Christian Grey é um desses bonitões que sempre esperamos! Ok, ele é meio diferente (risos) mas quem não queria ter um encontro com ele?"

A atriz deixou claro que ainda haverá um terceiro filme a ser lançado no ano que vem. "Estamos no fim das filmagens do terceiro filme! É meio estranho quando algo que já filmamos há tempos só chega nas telas agora, dá uma impressão que estamos assistindo a um filme antigo, embora seja novidade para todo mundo! E então temos que voltar e dar entrevistas de como foram as filmagens, mas será que eu lembro? (risos). Estou feliz que os filmes estejam fazendo sucesso, trabalhamos para isso!".

A texana de Austin porém quer ir além na carreira. "Eu gostei muito de ter atuado em Como Ser Solteira - me identifiquei um bocado com o roteiro! Meu próximo filme será chamado The Sound Of Metal. É uma história sobre uma banda de rock pesado! Eu vou cantar nesse filme, então é tudo ainda no ar! Espero não decepcionar os meus fãs. Suspiria é outro filme meu que chegará em breve nos cinemas. É sobre uma garota na cidade de Berlim durante a década de 1970, guerra fria, e todas essas coisas. Penso que vai ser genial!". Pelo visto Dakota pretende ir sempre em frente, em busca de novos desafios na carreira.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Cinquenta Tons Mais Escuros

Depois que esse filme acabou fiquei com aquela sensação de que ele foi bem mais leve e convencional do que o primeiro. Claro que as mentes de muitas mulheres que são loucas por esses livros da autora E.L. James ainda precisam ser estudadas (como alguém pode amar um protagonista que espanca as mulheres e as chamam de submissas?), mas de um modo em geral achei a trama desse segundo filme bem mais sensata e equilibrada. Não há tanta violência e nem absurdos como vimos na primeira estória. O bilionário Christian Grey (Jamie Dornan) continua um doente que adora misturar prazer sexual com violência física, porém nesse segundo livro a autora o suavizou bastante, talvez por causa das inúmeras críticas que recebeu. Ele ainda gosta de dar uns tapas na namorada Anastasia Steele (Dakota Johnson), mas sem tortura e sadismo. O sujeito aliás está mais romântico, parece ter mais sentimentos e até pensa em casamento! Os tempos mudaram mesmo...

E é justamente por ter pegado mais leve que essa continuação funciona melhor. O romance do casal parece ser mais normal, sem insanidades violentas exageradas e inoportunas. Grey ainda tem muito a esconder da namorada, mas tirando seu passado traumático de lado ele surge como um namorado mais normal, diria até convencional. Claro que suas demonstrações de riqueza ainda pipocam aqui e acolá (parecendo que as mulheres, apesar de todos os avanços, ainda possuem um fetiche por homens ricos e poderosos). Darwin explicaria. Mesmo assim, com esse revés (que tem grande fundo de verdade no mundo real), o fato é que a trama é bem mais fluída, redonda e funcional. Ainda continua sendo um filme feito e direcionado essencialmente para o público feminino. Para os homens pode até vir a funcionar se você tiver um pouquinho de paciência. Muitos vão achar alguns momentos piegas demais (e realmente são), porém como é uma estória de transição as coisas ainda vão se encaixando para serem solucionadas na terceira parte da franquia, no já anunciado "Cinquenta Tons de Liberdade", com previsão de chegar nos cinemas em 2018 ou 2019. Assim temos que ter, como já escrevi, um pouco da paciência para assistir tudo. No final das contas não aborrece e nem chateia. Apenas serve como passatempo.

Cinquenta Tons Mais Escuros (Fifty Shades Darker, Estados Unidos, 2017) Direção: James Foley / Roteiro: Niall Leonard / Elenco: Dakota Johnson, Jamie Dornan, Kim Basinger, Eric Johnson, Marcia Gay Harden, / Sinopse: Após as experiências traumáticas vistas no primeiro filme a jovem Anastasia Steele (Dakota Johnson) resolve dar uma nova chance para o bilionário Christian Grey (Jamie Dornan). Ele parece mais equilibrado e sensato, mas será que uma volta aos seus braços realmente daria certo?

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Cinquenta Tons de Cinza

Título no Brasil: Cinquenta Tons de Cinza
Título Original: Fifty Shades of Grey
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus Features
Direção: Sam Taylor-Johnson
Roteiro: Kelly Marcel
Elenco: Dakota Johnson, Jamie Dornan, Jennifer Ehle
  
Sinopse:
Com roteiro baseado no romance escrito por E.L. James, o filme "Cinquenta Tons de Cinza" conta a história de Christian Grey (Jamie Dornan), um milionário americano que acaba se interessante pela jovem Anastasia Steele (Dakota Johnson), após a conhecer casualmente, quando ela é enviada para fazer uma pequena entrevista no lugar de sua amiga. Desde o começo Grey fica fascinado pela singeleza e simplicidade da garota e resolve investir em um relacionamento diferente com ela, algo completamente fora do comum que testará os limites de Anastasia em relação ao que sente por seu novo "namorado". Filme indicado ao prêmio Golden Trailer Awards na categoria "Best Romance".

Comentários:
Muito barulho por nada! Assim poderíamos rotular o sucesso comercial tanto do livro como do filme "Fifty Shades of Grey". Como se tornou mesmo um fenômeno de vendas a obra original que deu origem ao filme sofreu todos os tipos de críticas. O conteúdo foi acusado de ser ofensivo para as mulheres, abusivo e fora de proporção. A história envolvendo um milionário, Christian Grey (Jamie Dornan) e uma jovem comum, Anastasia Steele (Dakota Johnson), poderia passar completamente despercebido se não fosse um ingrediente incomum que o ricaço considera indispensável em um relacionamento amoroso, a violência física. Assim ele deixa claro desde o começo que não sente prazer ou atração da forma usual, como todas as pessoas, mas sim que para chegar ao prazer precisa também infringir dor, muita dor, em sua companheira. Após o susto inicial ao ser informada desse estranho modo de ser, a jovem acaba aceitando os termos, não sem antes ser coagida a assinar uma espécie de contrato que isenta Grey de qualquer responsabilidade legal do que venha a acontecer entre eles. Muitos disseram que qualquer mulher sensata e com o juízo no lugar simplesmente iria embora ao tomar conhecimento de algo assim, mas se formos pensar bem, no mundo atual em que tudo ou praticamente tudo é permitido, tenho sérias dúvidas se as coisas seriam decididas assim mesmo, de maneira tão fácil. Outro prato cheio para misóginos e cafajestes em geral veio do fato do personagem masculino ser um milionário. Para esses a jovem Anastasia toparia tudo por causa do dinheiro dele. 

Uma maneira de rebaixar a condição feminina ao puro interesse econômico. Afinal de contas se Grey fosse um pobretão será mesmo que ela se submeteria a todas as humilhações, pancadarias e violência generalizada? Calma meus caros... A literatura erótica com toques de masoquismo não nasceu ontem e nem é fruto da nossa sociedade, considerada por muitos como completamente doente. Na verdade desde os tempos de Donatien Alphonse François de Sade, o conhecido Marquês de Sade, esse tipo de literatura está por aí, no ar! Não adianta ficar denegrindo as mulheres por causa desse tipo de história, haja visto que estamos na presença de um tipo, uma espécie literária, que já tem muita tradição. E o filme? Vale a pena? Tirando todo o preconceito que vem com o pacote no que se trata de "Fifty Shades of Grey" o filme em si pode ser considerado mediano, um passatempo que não chega a desagradar ou aborrecer. Ele conta sua história e mesmo não surpreendendo em absolutamente nada não chega a irritar. Recomendamos para que você não fique por fora dos assuntos mais polêmicos, afinal mais cedo ou mais tarde o assunto acaba vindo à tona, seja em reuniões sociais, seja em rodas de amigos. Assista nem que seja para se atualizar sobre o que anda fazendo sucesso no gosto das nossas estimadas leitoras.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Aliança do Crime

Boston, 1975. James 'Whitey' Bulger (Johnny Depp) é um criminoso sem maior expressão do submundo de uma cidade cada vez mais dominada pela máfia italiana. Para o FBI o principal objetivo passa a ser combater o crime organizado desse grupo mafioso. Em busca de informantes nas ruas o agente do FBI John Connolly (Joel Edgerton) acaba convencendo seus superiores a colocarem Bulger na sua lista de colaboradores. Isso acaba criando uma espécie de "imunidade" informal para Bulger que começa assim a ampliar seu domínio pela cidade, principalmente após a prisão do chefe da família Angiulo. Envolvido em apostas ilegais, assassinato, tráfico de armas e de drogas, extorsão e prostituição, o gângster começa a se tornar um dos maiores chefões de todo o estado, tudo com amparo indireto do próprio FBI. Afinal o agente Connolly que o conhece desde a infância está sempre encobrindo seus atos criminosos. Para completar o seu próprio irmão, Billy Bulger (Benedict Cumberbatch), acaba se tornando um político bem sucedido, principalmente com o apoio da comunidade irlandesa de Boston. O império de Bulger porém começa a ruir quando novos agentes do Bureau passam a desconfiar de que há algo muito errado no combate ao crime naquela divisão. Inexplicavelmente, apesar de seus vários e notórios crimes, Bulger continua à solta, agindo livremente, demonstrando que nem o FBI está livre de ter em seus quadros membros envolvidos com corrupção. A história de "Aliança do Crime" foi baseada em fatos reais. O bandido interpretado por Johnny Depp foi por muitos anos um dos mais procurados criminosos dos Estados Unidos. Na verdade ele acabou se tornando o resultado de uma política equivocada por parte do FBI nas décadas de 1970 e 1980. Na tentativa de prender os principais chefões da máfia italiana a agência acabou firmando pactos não oficiais com criminosos, alguns deles de baixo escalão. Com a prisão das principais famílias mafiosas acabou se abrindo um vácuo de poder dentro do mundo do crime, sendo que foi justamente dentro desse espaço que cresceram novos chefões como James 'Whitey' Bulger.

Três coisas chamam a atenção na produção. A principal delas é a maquiagem do ator Johnny Depp. Usar forte maquiagem não é nenhuma novidade em sua carreira, aliás isso é o comum em suas atuações. No caso desse filme Depp acabou ficando quase irreconhecível. Parecendo ser bem mais velho, calvo, cabelos brancos e com dentição ruim, nem seus olhos escaparam da transformação. Surgem opacos e sem vida, retratando o estado psicológico psicopata de seu personagem. Realmente parece uma outra pessoa. Depp tentou um encontro com o verdadeiro James 'Whitey' Bulger que atualmente está cumprindo pena de prisão perpétua, mas não conseguiu. O infame criminoso não quis saber da adaptação de sua vida para as telas. Ele já está com quase 90 anos e nessa altura de sua vida não quer mais reviver velhas histórias de seu passado criminoso. O segundo aspecto a se destacar em "Aliança do Crime" é a tentativa por parte do diretor Scott Cooper (de "Coração Louco" e "Tudo por Justiça") em recriar o antigo estilo das produções sobre máfia da década de 1970. A fotografia saturada, com jeitão de filme antigo, tenta assim ressuscitar aquele clima antigo. Como ele não é Martin Scorsese ou Francis Ford Coppola, o resultado se torna apenas parcialmente bem sucedido. Faltou a Cooper melhor humanizar (ou desumanizar, dependendo do ponto de vista) seus principais personagens. A vida familiar e pessoal de Bulger, por exemplo, só é em parte bem desenvolvida. Descobrimos que ele perdeu um filho ainda muito jovem por causa de uma doença rara, porém isso não é melhor explorado. Sua esposa simplesmente desaparece a partir de determinado ponto do roteiro, sem maiores explicações. As reais motivações do agente Connolly também nunca ficam muito claras. Ele seria apenas um sujeito meio bobo e sem noção ou teria de fato interesses maiores na atuação de seu conhecido de infância, Bulger? Por fim e não menos importante, o roteiro apesar de apresentar essas falhas, até que se sai razoavelmente bem ao contar uma história que se prolonga por várias décadas. A principal referência que o espectador se lembrará será de filmes como "Os Bons Companheiros" ou "O Pagamento Final". Como Cooper porém jamais será Scorsese ou De Palma, temos assim apenas um bom filme e não uma obra prima como certamente teria acontecido caso fosse dirigido por esses mestres.

Aliança do Crime (Black Mass, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Mark Mallouk, Jez Butterworth / Elenco: Johnny Depp, Kevin Bacon, Joel Edgerton, Benedict Cumberbatch, Dakota Johnson / Sinopse: Durante a década de 1970 o criminoso James 'Whitey' Bulger (Johnny Depp) se torna informante do FBI em Boston. Ele repassa aos federais informações sobre as atividades criminosas da família mafiosa Angiulo. Com a prisão de seus membros a cidade acaba se tornando um território livre para que Bulger expanda sua rede de atividades ilegais. Jogos, apostas, prostituição, tráfico de armas, extorsão e comércio de drogas o tornam um sujeito rico e poderoso do submundo. E tudo isso contando com a preciosa ajuda do agente do próprio FBI John Connolly (Joel Edgerton). Filme vencedor do Hollywood Film Awards na categoria de Melhor Edição.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de março de 2015

Cinquenta Tons de Cinza

Título no Brasil: Cinquenta Tons de Cinza
Título Original: Fifty Shades of Grey
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Sam Taylor-Johnson
Roteiro: Kelly Marcel
Elenco: Dakota Johnson, Jamie Dornan, Jennifer Ehle
  
Sinopse:
Anastasia Steele (Dakota Johnson) é uma jovem estudante de literatura inglesa que resolve fazer um favor para a amiga que está doente: ir realizar uma entrevista com o empresário milionário Christian Grey (Jamie Dornan). Assim que Grey conhece Anastasia surge um interesse imediato nela, apesar de tantas diferenças entre eles. Ela, por sua vez, o considera intimidante e misterioso, mas também charmoso e elegante. O que a garota nem desconfia é que Grey tem uma visão muito própria de como se relacionar com as mulheres em geral.

Comentários:
Baseado no romance de sucesso escrito por E.L. James, "Fifty Shades of Grey" explora a atração que surge entre duas pessoas que possuem muito pouco em comum. Ele é um homem de negócios milionário, frio e ousado que vê na jovem garota mais uma oportunidade de dar vazão aos seus instintos mais básicos (e selvagens). Ela é uma universitária, sem grande sofisticação, que acaba sendo atraída pelo estilo diferente de Grey. Desse choque de contrastes surge uma relação marcada por uma estranha forma de buscar e realizar prazer sem limites. Esse filme, pelo sucesso e pela repercussão que tem alcançado, acabou gerando várias polêmicas desnecessárias, tanto por parte da imprensa como nas redes sociais. Na verdade não há nada de muito novo nesse tipo de jogo de sedução. Nem mesmo as manias sádicas de Grey podem ser encaradas como novidade pois já estão por aí na sociedade há décadas. Aliás o uso de violência para alcançar o prazer sexual nem é tão bem explorado no filme, tudo ficando em um nível puramente superficial. 

A personalidade de Grey, seus traumas e motivações, poderia ser muito bem trabalhada, mas fica também em uma superfície sem grande aprofundamento psicológico. No final das contas ela se deixa levar por causa do status do rico executivo, o que demonstra uma certa superficialidade por parte de seu caráter. As manias que ele tem, como por exemplo, a aversão ao toque feminino ou as muitas reservas em compartilhar seu próprio leito com uma mulher teria levado qualquer uma a ir embora no minuto seguinte. Grey é acima de tudo um esquisitão, com ideias mórbidas e violentas. Para piorar nutre uma frieza cortante, fruto provavelmente de uma personalidade psicopata, que assustaria grande parte das mulheres (pelo menos as de bom senso). Como se trata da adaptação de um romance sem muito conteúdo tudo fica nessa zona cinzenta entre o descartável e o irrelevante. Em termos puramente cinematográficos o filme poderia ser mais enxuto, com uma duração menos excessiva. De qualquer maneira se você não se importar com a superficialidade de argumento a produção pode até mesmo a vir a se tornar um passatempo fugaz de um fim de noite entediante.

Pablo Aluísio.