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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Wandinha - Primeira Temporada

Wandinha - Primeira Temporada
Finalmente terminei de assistir os episódios dessa série que fez muito sucesso na Netflix. É a  tal coisa, nunca subestime Tim Burton. Você pode até não gostar do estilo dele na direção, mas não há como negar que o cineasta tem muito talento. Sua filmografia no cinema está aí para provar isso. Agora no mercado de streaming, ele provou mais uma vez que consegue excelentes resultados, mesmo que o material original seja limitado. Até porque pense bem. Estamos falando de uma personagem secundária da família Addams. Achar que uma série sobre a Wednesday (seu nome original em inglês) iria render tanto sucesso é realmente de surpreender. 

E a atriz Jenna Ortega que faz a protagonista parece ter o mesmo estilo da personagem que interpreta. Ela obviamente virou ídolo teen e se saiu bem nessa estampa de rebelde dark. Andou falando mal dos roteiristas da série, puxou briga com a turma antitabagismo e se meteu em polêmicas de todo tipo. E claro, se tornou alvo preferido dos paparazzis. Uma garota explosiva! 

De minha parte gostei do final da série. Veja que é um produto juvenil, então aquela coisa toda de escola, um monstro andando pelos bosques e o segredo sobre sua verdadeira identidade fez com que os adolescentes ficassem ainda mais vidrados nos episódios. Tiro certo no alvo...

Também curti o espaço que deram no final para a atriz Christina Ricci. Ela aparecia meio apagadinha nas cenas, interpretando uma professora sem muito brilho pessoal. Ainda bem que há muitas surpresas nos dois últimos episódios dando o devido espaço para ela que vinha meio escondidinha mesmo. Enfim, haverá uma segunda temporada? Pelo sucesso eu diria que sim. Pelos problemas enfrentados na produção não apostaria muito minhas fichas nisso. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 25 de dezembro de 2022

Wandinha

Mais uma adaptação da interminável série de adaptações da família Adams. Agora, os produtores resolveram fazer uma minissérie pincelando apenas uma das personagens principais. De certo modo, sempre foi uma das mais populares. Estou me referindo a Wandinha, imortalizada no cinema pela atriz Christina Ricci. Ela ganha sua própria série de TV na Netflix. E sabe de uma coisa? Ficou muito bom! Não ficou excessiva, não ficou boboca, ficou na medida certa. E eu penso que esse humor negro da família Adams é a prova de falhas no final das contas. Deu certo no mundo dos quadrinhos, deu certo nas adaptações cinematográficas e segue dando certo em em desenhos animados e até mesmo nesta nova série. Já é uma das mais assistidas do catálogo da Netflix, mostrando que veio para ficar. Mais um acerto da plataforma que, a despeito de certas notícias que estaria em crise, sobrevive pela diversidade e também pela criatividade. 

No primeiro episódio, a Wandinha vai parar em uma escola de internato. Ela andou aprontando muito na escola onde estudava. Para se ter uma ideia, jogou um saco de Piranhas na piscina dos atletas boçais, que estavam treinando para mais um jogo de polo aquático. Por terem mexido com seu irmão. Ela então agiu com seu típico modus operandi. Jenna Ortega que interpreta Wandinha, está excelente. E o elenco de apoio também se destacou com nomes relevantes. Mantenha a devida atenção para a participação da atriz Catherine Zeta-Jones como Morticia Addams. Fazia tempo que havia visto ela ultimamente, continua uma mulher belíssima! Até mesmo a Christina Ricci faz parte do elenco. Então tudo está nos seus devidos lugares, irei acompanhar a série com certeza.

Wandinha (Wednesday, Estados Unidos, 2022) Direção: Tim Burton / Roteiro: Alfred Gough / Elenco: Jenna Ortega, Catherine Zeta-Jones, Christina Ricci / Sinopse: Aluna problemática, Wandinha, é  enviada para um internato onde toca o terror entre os alunos e os professores de sua nova escola.

Pablo Aluísio.


Episódios Comentados - Wandinha:

Wandinha 1.02 - Woe Is the Loneliest Number
Segundo episódio da série. Tudo muito divertido. Wandinha tenta descobrir o mistério da morte daquele rapaz no bosque, ao mesmo tempo em que participa de uma competição esportiva entre grupos de alunos da escola. Eles precisam atravessar um pequeno lago e ir até um lugar para pegar uma bandeira e trazer de volta. Só que nessa travessia vale tudo, inclusive trapaças. Ela quer de todo jeito vencer a prova, porque ela detesta uma aluna que a está marcando. Esse é um episódio cheio de fantasia e coisas divertidas. Com direito até mesmo a uma sereia, sabotando barcos. E também descobrimos que a diretora da escola na verdade é um estranho ser que muda de forma. Enfim, a imaginação voa, resultando em uma série de muito sucesso. Os faz não vão ter definitivamente do que reclamar. / Wandinha 1.02 - Woe Is the Loneliest Number (Estados Unidos, 2022) Direção: Tim Burton / Elenco: Jenna Ortega, Gwendoline Christie, Riki Lindhome.

Wandinha 1.03 - Friend or Woe
Wandinha vai participar de uma espécie de festival que vai acontecer na cidade vizinha à escola onde ela estuda. A caipirada vai inaugurar uma estátua do fundador da cidade. Na realidade, ele foi um pioneiro cruel que caçou mulheres acusando elas de bruxaria. Chegou a queimar muitas mulheres inocentes em um passado distante. E Wandinha tem visões desse passado tenebroso. É claro que ela não vai deixar passar barato, ela vai fazer alguma coisa para colocar essa estátua no chão. E também vai seguir com suas investigações sobre o ataque do monstro no bosque. Ela descobre coisas preciosas nesse episódio, como por exemplo, a localização exata da antiga igreja onde as bruxas foram queimadas vivas. Há uma clara ligação entre esse local e o monstro que apareceu nas sombras da noite. / Wandinha 1.03 - Friend or Woe (Estados Unidos, 2022) Direção: Tim Burton.

Wandinha 1.07 - If You Don't Woe Me by Now
Wandinha descobre os planos e os envolvidos no ataque daquele monstro no bosque, inclusive descobre que o tal monstro é o mesmo que foi usado no famoso romance "O Médico e o Monstro". E para sua decepção ela também descobre que o carinha pelo qual estava se apaixonando era o próprio monstro, sim, aquele jovem que trabalha na lanchonete da cidade. Episódio muito bom de uma série que é realmente acima da média. Fruto do ótimo trabalho de Tim Burton. / Wandinha 1.07 - If You Don't Woe Me by Now (Estados Unidos, 2023) Direção: James Marshall / Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar / Elenco: Jenna Ortega, Gwendoline Christie, Riki Lindhome.

Wandinha - Episódios Finais
Finalmente terminei de assistir os episódios dessa série que fez muito sucesso na Netflix. É a  tal coisa, nunca subestime Tim Burton. Você pode até não gostar do estilo dele na direção, mas não há como negar que o cineasta tem muito talento. Sua filmografia no cinema está aí para provar isso. Agora no mercado de streaming, ele provou mais uma vez que consegue excelentes resultados, mesmo que o material original seja limitado. Até porque pense bem. Estamos falando de uma personagem secundária da família Addams. Achar que uma série sobre a Wednesday (seu nome original em inglês) iria render tanto sucesso é realmente de surpreender. 

E a atriz Jenna Ortega que faz a protagonista parece ter o mesmo estilo da personagem que interpreta. Ela obviamente virou ídolo teen e se saiu bem nessa estampa de rebelde dark. Andou falando mal dos roteiristas da série, puxou briga com a turma antitabagismo e se meteu em polêmicas de todo tipo. E claro, se tornou alvo preferido dos paparazzis. Uma garota explosiva! De minha parte gostei do final da série. Veja que é um produto juvenil, então aquela coisa toda de escola, um monstro andando pelos bosques e o segredo sobre sua verdadeira identidade fez com que os adolescentes ficassem ainda mais vidrados nos episódios. Tiro certo no alvo...

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de março de 2021

A Fantástica Fábrica de Chocolate

Título no Brasil: A Fantástica Fábrica de Chocolate
Título Original: Charlie and the Chocolate Factory
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: John August
Elenco: Johnny Depp, Freddie Highmore, Helena Bonham Carter, David Kelly, Noah Taylor, Missi Pyle

Sinopse:
Roteiro baseado no livro infantil escrito por Roald Dahl. Um garoto pobre consegue entrar em um concurso para conhecer a fábrica de chocolates do lendário, excêntrico e estranho Willy Wonka (Johnny Depp). Dentro da fábrica, Charlie e as outras crianças, vão viver uma aventura que eles jamais poderiam imaginar. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor figurino (Gabriella Pescucci).

Comentários:
Esse filme é um remake do clássico filme com Gene Wilder, que foi muito popular, inclusive no Brasil, nos anos 70. Eu gosto bastante de Tim Burton, de seus filmes bem diferenciados, com ótimo design de produção (que era chamada antigamente de direção de arte). Você sabe imediatamente quando está assistindo a um filme de Tim Burton por causa dos cenários, figurinos, ambientações, etc. Por isso era até fiquei com boas expectativas para essa nova versão do clássico "Charlie and the Chocolate Factory". Só que... esqueça! Essa nova versão ficou muito ruim. Eu que sempre adorei o primeiro filme não consegui gostar de nada nesse remake. A coisa toda soa artificial, sem charme, sem alma, sem coração. Como Tim Burton conseguiu errar tanto a mão na direção desse filme? Tudo o que havia de belo, nostálgico, lírico, se perdeu completamente nesse remake. Johnny Depp também não encontrou o tom certo para interpretar Willy Wonka. Compare com o trabalho de Gene Wilder. Com Depp o personagem ficou mais parecendo um lunático psicopata. A trilha sonora, um dos aspectos mais memoráveis do original, também se perdeu completamente. Enfim, em minha visão, nada deu certo nesse novo filme. Uma decepção!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O Estranho Mundo de Jack

Título no Brasil: O Estranho Mundo de Jack
Título Original: The Nightmare Before Christmas
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Henry Selick
Roteiro: Tim Burton, Michael McDowell
Elenco: Danny Elfman, Chris Sarandon, Catherine O'Hara, William Hickey, Glenn Shadix, Paul Reubens

Sinopse:
Jack Skellington, rei de Halloween Town, descobre Christmas Town, a cidade do eterno natal, mas suas tentativas de trazer o Natal para sua casa causa as maiores confusões. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (Pete Kozachik, Eric Leighton e equipe).

Comentários:
Tim Burton criou essa história, escreveu o roteiro e quando todos pensavam que ele iria dirigir essa animação em stop-motion, decidiu passar o bastão para o diretor Henry Selick. O filme foi produzido pela Touchstone Pictures, companhia cinematográfica pertencente ao grupo Disney. Curiosamente esse selo não produzia animações, mas uma exceção foi aberta. É uma boa animação, com ótimo design na elaboração das criaturas que vivem nesse estranho mundo. Vejo muito de Grinch nesse tipo de enredo. Certamente foi uma referência para Burton. E no mais a animação tem toda aquela superioridade técnica que sempre se espera de produtos chancelados pelo império Disney. Divertido, bem bolado e com ótimo material para brinquedos e produtos para crianças, essa animação do Jack foi uma carta acertada do baralho de Tim Burton.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de junho de 2020

O Cão e a Raposa

Título no Brasil: O Cão e a Raposa
Título Original: The Fox and the Hound
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Ted Berman, Richard Rich
Roteiro: Daniel P. Mannix, Larry Clemmons
Elenco: Kurt Russell, Mickey Rooney, Pearl Bailey, Jack Albertson, Sandy Duncan, Jeanette Nolan

Sinopse:
Após a morte da mãe na floresta, uma pequena raposinha é adotada por uma bondosa velhinha viúva que vive em uma pequena fazenda. Essa raposa filhote acaba se tornando amigo do cão do vizinho, um filhote também. Os anos passam e eles acabam se vendo em lados opostos. O amigo do passado vira um cão de caça e a raposa, claro, acaba se tornando a caça dele.

Comentários:
É uma animação Disney, então não há muito o que se criticar. Roteiro, aspectos técnicos, dublagem, tudo perfeito. Só que esse "O Cão e a Raposa" também é conhecido por outros pontos importantes. Durante a produção do filme houve inúmeros problemas que acabaram adiando a estreia do filme nos cinemas por mais de um ano. A pior situação enfrentada pela Disney foi a saída do animador Don Bluth que decidiu deixar o estúdio para fundar sua própria companhia de desenhos animados. Com ele foi embora um grupo de desenhistas e animadores, bem no meio da produção dessa animação. Claro que isso atrapalhou, trouxe impacto. Mesmo assim não há como negar que a nova equipe que os substituiu trabalhou muito bem. E aqui há um aspecto interessante. Entre os novos contratados da Disney havia um jovem chamado Tim Burton. Isso aí, o mesmo que iria se tornar um conhecido diretor nos anos que viriam. Ele cuidou da animação da jovem raposa da floresta pela qual o protagonista se apaixona. Quem diria, o "Dark" Tim Burton animando uma personagem que era pura fofura e delicadeza. No mais é mais uma animação acima da média com a marca Walt Disney de qualidade. Tudo muito bem feito e realizado, com destaque ainda para a trilha sonora incidental "Hillibilly" com muita banjo e música das montanhas do sul caipira dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas

Título no Brasil: Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas
Título Original: Big Fish
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: John August
Elenco: Ewan McGregor, Albert Finney, Jessica Lange, Helena Bonham Carter, Billy Crudup, Alison Lohman

Sinopse:
Roteiro baseado no romance escrito por Daniel Wallace. O filme conta a história de um filho que precisa voltar para sua cidade natal pois seu pai está morrendo. Isso o leva a relembrar fatos de sua infância e juventude, quando seu pai contava histórias fantasiosas e impossíveis de acontecer, embora insistisse em dizer que era tudo verdade.

Comentários:
Eu gostei bastante desse filme. O diretor Tim Burton quase sempre é lembrado por seus filmes mais ligados ao mundo da fantasia, com toda aquela direção de arte bem característica de suas obras. De fato Tim Burton, em cada filme que fez, sempre deixou sua marca registrada em cada cena, criando uma verdadeira identidade visual em sua filmografia. Esse filme "Big Fish" é um dos mais ternos e humanos do cineasta. Aqui ele volta ao passado para refletir sobre o relacionamento entre pai e filho. Ele agora vive um bom momento na sua vida profissional, mas tem que parar tudo para rever seu pai, provavelmente pela última vez. O velho está morrendo. Um contador de histórias absurdas, considerado um mentiroso em série por muitos, o pai está partindo para sua última jornada, enquanto o filme revive o passado, tentando conectar seus sentimentos com suas lembranças mais antigas. Um filme belo, com ótimo roteiro e um elenco realmente acima da média. Do Tim Burton certamente é um dos melhores. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora Incidental (Danny Elfman). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Albert Finney), Melhor Trilha original (Danny Elfman) e Melhor Música Original ("Man of the Hour" de Eddie Vedder).

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de junho de 2019

Dumbo

Gostei demais dessa nova versão de "Dumbo". A versão original é o famoso desenho animado da Disney feito na década de 1940. Como o estúdio está fazendo a cada ano novas versões de suas antigas animações clássicas já era esperado esse novo filme. Devo dizer que o diretor Tim Burton realizou um excelente trabalho. Com um orçamento de 170 milhões de dólares ele fez não apenas um filme tecnicamente perfeito, mas também com muito coração. O Dumbo aqui é totalmente digital, porém passa uma expressividade que impressiona. A tecnologia em computação gráfica atingiu uma perfeição nesses últimos anos que fica quase impossível distinguir o que é real do que é criado por computador. Os olhos do Dumbo passam muito sentimento e alma. Realmente impressionante.

Além disso Tim Burton acertou também na escolha do elenco. Velhos parceiros do diretor retornam como Michael Keaton, aqui como um empresário inescrupuloso do mundo do entretenimento. Porém há também caras novas como a ótima  Eva Green. Ela sempre teve um estilo gótico que combina muito bem com o próprio estilo de Tim Burton. É de se admirar que tenham trabalhado poucas vezes juntos antes! Aqui temos mesmo um elenco perfeitamente adequado ao clima do filme. Até mesmo  Colin Farrell surpreende como o sujeito que se apresentava como cowboy no picadeiro e que acaba perdendo seu braço na guerra, voltando para retomar sua vida, agora viúvo e com dois filhos pequenos para criar.

E por falar em picadeiro, circos, etc, esse é um mundo em que Tim Burton se sentiu completamente à vontade. Todos os seus filmes sempre tiveram essa direção de arte muito própria. O mundo de um circo do começo do século XX com aquele misto de decadência e arte combinaram perfeitamente com o modo de ser de Burton. Até mesmo o circo mais moderno para o qual Dumbo vai mantém aquele estilo vintage que traz muito para o filme como um todo. De todas essas novas versões da Disney para seus velhos clássicos esse "Dumbo" foi um dos que mais me agradaram. O roteiro também explora, com muita sensibilidade, a questão da exploração dos animais nos circos. Uma bela mensagem sobre o direito dos animais de viverem livres em seu habitat natural. Enfim temos aqui um excelente filme, simplesmente imperdível para quem aprecia os filmes da Disney.

Dumbo (Estados Unidos, 2019) Direção: Tim Burton / Roteiro: Ehren Kruger, baseado no romance de Helen Aberson / Elenco: Colin Farrell, Michael Keaton, Eva Green, Danny DeVito, Alan Arkin / Sinopse: Em um pequeno circo decadente nasce Dumbo, um elefante com enormes orelhas. Inicialmente dado como esquisito ele surpreende a todos quando mostra que pode voar! O que poderia ser mais atrativo para um circo do que isso? Claro que com o sucesso logo pessoas inescrupulosas chegam para tentar explorar esse novo astro circense.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Grandes Olhos

Fiquei surpreso como esse filme de Tim Burton foi pouco comentado em seu lançamento. A bilheteria foi muito modesta e quase ninguém falou sobre o filme na imprensa. Isso apesar de contar com um elenco muito bom e uma história mais do que interessante. O roteiro é baseado na vida real da pintora Margaret Keane (Amy Adams). Em plenos anos 50, um tempo bem conservador, ela decidiu se separar do marido, indo morar em San Francisco com sua pequena filha. Tempos duros, sem dinheiro e nem emprego. Para sobreviver ela acabou arranjando um pequeno trabalho temporário pintando berços infantis e nos fins de semana ia à luta, ao tentar vender seus quadros pelos parques e ruas da cidade. Até que conhece Walter (Christoph Waltz), também um artista de rua. Só que ao contrário de Margaret, que era bem tímida e sem jeito, Walter era um falastrão, um canastrão, sempre pronto a convencer os outros de que estudou belas artes em Paris e que seus quadros teriam sido todos pintados enquanto morava naquela glamorosa cidade europeia. Seria verdade ou pura balela dele?

Aos poucos Walter vai conquistado Margaret e se dispõe a tentar vender os seus quadros. Margaret sempre pintava crianças com grandes, enormes olhos. Um estilo próprio que logo acabou caindo no gosto dos ricaços da cidade. Em pouco tempo os quadros das crianças começaram a vender muito e se tornaram uma febre, até mesmo entre estrelas de cinema. Tudo seria lindo e maravilhoso se Walter não colocasse os créditos das pinturas para si mesmo, deixando Margaret (a verdadeira pintora das obras) em segundo plano! É inacreditável pensar que as pessoas compraram essas obras de arte pensando se tratar de pinturas de Walter, enquanto tudo era feito pela sua companheira. De certa maneira é um retrato da época, onde as mulheres eram injustamente colocadas de lado, quase sempre ignoradas completamente, por mais talentosas que fossem. Gostei bastante do filme principalmente pelo fato de ser um momento de sobriedade do diretor Tim Burton. Nada daqueles exageros e esquisitices tão conhecidas do cineasta se fazem presente. Tudo é contado numa narrativa até bem tradicional, sóbria e equilibrada. Talvez por essa razão o público cativo de Burton não tenha feito grande alarde. Eles gostam mesmo é do kitsch cheio de listas e bolhas coloridas por todos os lados. De qualquer forma com esse elenco tão bom, "Big Eyes" não poderia mesmo dar errado. Assista sem receios.

Grandes Olhos (Big Eyes, 2014) Direção: Tim Burton / Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski / Elenco: Amy Adams, Christoph Waltz, Terence Stamp, Danny Huston, Jason Schwartzman,  / Sinopse: Após o fim de seu casamento a pintora Margaret Keane (Amy Adams) resolve recomeçar sua vida. Ela passa a vender seus quadros nos parques e ruas de San Francisco. Ao conhecer outro artista como ela, o falastrão e extrovertido Walter (Waltz), seus quadros começam a fazer sucesso no mundo das artes. Filme premiado pelo Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz (Amy Adams). Também indicado nas categorias de Melhor Ator (Christoph Waltz) e Melhor Música Original ("Big Eyes" de Lana Del Rey). 

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de julho de 2017

O Planeta dos Macacos

Título no Brasil: O Planeta dos Macacos
Título Original: Planet of the Apes
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Tim Burton
Roteiro: Pierre Boulle, William Broyles Jr
Elenco: Mark Wahlberg, Helena Bonham Carter, Tim Roth, Michael Clarke Duncan, Paul Giamatti, Kris Kristofferson

Sinopse:
Depois de um incidente com sua missão espacial o capitão Leo Davidson (Mark Wahlberg) chega em um estranho planeta, onde os macacos falam e são mais desenvolvidos do que os seres humanos, tratados como verdadeiros animais irracionais e primitivos. Filme indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Figurino (Colleen Atwood) e Melhor Maquiagem (Rick Baker, Toni G e Kazuhiro Tsuji).

Comentários:
Muita gente não gostou desse remake de Tim Burton. Eu vou contra a corrente. Desde a primeira vez que assisti gostei desse novo "Planet of the Apes". Claro, não vou comparar com o clássico de 1968, pois esse continua imbatível (sendo melhor até do que os filmes mais recentes). Dito isso devo dizer que Tim Burton realmente fez um bom trabalho nessa produção de 2001. O filme, como era de se esperar em qualquer obra assinada por Burton, tem um design de produção excelente, uma fantástica direção de arte. Claro que muitos reclamaram de partes do roteiro, como na tão falada cena final com a estátua de Lincoln como macaco, mas o que isso no final realmente importa? É um clímax aberto a todos os tipos de interpretações e isso é algo positivo e não negativo. Filmes com finais fechadinhos demais são cansativos. Deixar a porta aberta pode trazer debates interessantes, visões diferentes, etc. A arte serve justamente para esse tipo de coisa. No mais é um filme que vale a pena ter na coleção. Há cenas realmente excelentes, como a que inspirou o próprio poster original. Até mesmo Mark Wahlberg está bem e olha que na época ele era bem mais limitado do que hoje em dia. Além disso o elenco de apoio é mais do que bacana, contando com o ótimo Paul Giamatti, o gigante simpático Michael Clarke Duncan e até o cantor country travestido de ator Kris Kristofferson. Em suma, gostei na época que chegou aos cinemas e continuo gostando hoje em dia. Esse pode ser considerado sem favor nenhum um dos bons filmes do controverso Tim Burton. Sua visão dark combinou muito bem com o universo criado por Pierre Boulle.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

Título no Brasil: A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
Título Original: Sleepy Hollow
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: Washington Irving, Kevin Yagher
Elenco: Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda Richardson, Christopher Walken, Christopher Lee
  
Sinopse:
Em fins do século XVIII, uma série de mortes misteriosas começam a assustar os moradores do pequeno e distante vilarejo de Sleepy Hollow. Quem seria o autor de mortes tão horrendas? Para solucionar o mistério chega um investigador de Nova Iorque chamado Ichabod Crane (Johnny Depp). Ele tem seu próprio estilo de investigação e acaba descobrindo a figura de um sinistro cavaleiro sem cabeça, que cavalga pelas noites escuras da região aterrorizando os pacatos moradores que lá vivem. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte (Rick Heinrichs e Peter Young). Também indicado nas categorias de Melhor Fotografia (Emmanuel Lubezki) e Melhor Figurino (Colleen Atwood).

Comentários:
O conto original "The Legend of Sleepy Hollow" faz parte do folclore americano, das tradições que deram origem ao feriado nacional daquele país conhecido como Halloween, o dia das bruxas. É aquele tipo de obra cultural que já deu origem a livros, filmes, desenhos e todos os tipos de produtos que você possa imaginar. Adaptar algo assim sempre envolve controvérsias pelo fato de ser algo muito conhecido pelo público em geral. Nas mãos de Tim Burton, o mais gótico de todos os cineastas americanos, era de se esperar que tivéssemos pelo menos um grande filme para assistir. Na realidade essa produção só é realmente fantástica em termos de direção de arte. Figurinos, cenários, efeitos digitais, tudo é de primeira linha. Fora isso algumas coisas realmente parecem bem fora do lugar. O próprio elenco não foi bem escalado. Johnny Depp, em eterna parceria com Burton, tem certamente o seu valor, mas não se mostra adequado para viver o personagem Ichabod Crane. Depp não tinha idade e nem o visual certo para interpretar Crane, que basicamente era um sujeito na meia idade, nada heroico, que tinha que enfrentar um grande perigo vindo diretamente das trevas. Em termos de roteiro Burton não quis arriscar muito, preferindo rodar uma história que lembra bastante o texto original. Provavelmente teria sido melhor dar pitadas de inovação em certos aspectos. Do jeito que está, não existe grande justificativa para a produção de algo tão elaborado assim. O orçamento do filme foi milionário, algo em torno de cem milhões de dólares, o que aumentou a decepção quando o filme finalmente chegou nas telas de cinema. Foi muito dinheiro investido para pouco resultado artístico. Nas bilheterias o estúdio teve pouco resultado em termos de retorno financeiro. O filme praticamente apenas arrecadou seu custo de produção, sem muito lucro, o que serviu para queimar um pouco Tim Burton dentro da indústria. A única coisa realmente memorável vem das participações de veteranos consagrados como o mito Christopher Lee, recentemente falecido. Sua presença vale por quase todo o filme.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O Lar das Crianças Peculiares

Título no Brasil: O Lar das Crianças Peculiares
Título Original: Miss Peregrine's Home for Peculiar Children
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Tim Burton
Roteiro: Jane Goldman
Elenco: Eva Green, Asa Butterfield, Samuel L. Jackson, Judi Dench, Rupert Everett, Terence Stamp
  
Sinopse:
Após a morte de seu avô, o jovem Jake (Asa Butterfield) resolve descobrir o que realmente aconteceu. O velho sempre dizia que havia sido criado em um orfanato em Gales onde moravam crianças extraordinárias, peculiares. Durante a II Guerra Mundial ele havia deixado todos para trás, indo servir o exército, mas agora, na velhice, começava a ser perseguido por estranhas criaturas que queriam saber para onde havia ido as crianças peculiares da senhorita Peregrine (Eva Green).

Comentários:
Que Tim Burton há muito tempo anda devendo um bom filme isso todos os cinéfilos sabem. O que eu não sabia era como esse seu novo filme seria tão decepcionante. Não conheço o livro original, porém já vi muitos leitores da obra de Ransom Riggs reclamando muito dessa adaptação de seu livro para o cinema. Segundo eles vários elementos importantes do enredo original ficaram de fora, além de terem alterado o próprio final do livro. Minha visão assim é limitada apenas ao filme em si e posso dizer que esse é bem fraco. Na verdade o filme só funciona mesmo em sua terça parte inicial. Aqui há bons elementos de suspense e mistério que acaba prendendo a atenção do espectador. Depois que tudo é revelado a situação se torna a mais clichê possível, com aquela velha luta dos bonzinhos contra os malvados. Tudo bem que é um filme feito para o público infanto-juvenil, mas sinceramente precisava mesmo Tim Burton ser tão raso? Se o roteiro tem falhas o que mais me irritou mesmo foi o desperdício dos bons atores. Quem conhece Eva Green de outros trabalhos vai ficar totalmente insatisfeito. Sua personagem parece não ter muita personalidade, é fraca e não dá chance para Eva brilhar mais uma vez. Pior é a péssima participação da dama do teatro Judi Dench! Sua atuação e importância dentro do filme é nula, um absurdo! 

E o que dizer do veterano Terence Stamp? Esse ainda tem uma ou outra boa cena, mas é muito pouco! Sobra Samuel L. Jackson como um vilão caricato que solta as famigeradas piadinhas (sem graça, é bom avisar). Já em relação aos principais personagens devo dizer que embora sejam criativos e imaginativos (como convém a uma fábula) nenhum deles me cativou em particular. Alguns são bem esquisitos e estranhos, como dois pequenos gêmeos que se vestem como dois fantasminhas! Outra precisa andar com sapatos de chumbo para não sair voando e uma garotinha tem a força de vários homens. Nenhuma das crianças é muito bem desenvolvida, o que deve ter deixado ainda mais irritado o leitor do livro original. O uso dos recursos das fendas temporais até que é bem interessante, mas presumo que as crianças pequenas não vão entender direito o que se passa. Enfim, se o filme se limitasse apenas ao início de sua trama até que teria alguma qualidade maior a se elogiar. O problema é que ele, apesar de seu visual gótico, é bobo demais para ser levado à sério. Com duas horas de duração facilmente fica cansativo. Enfim, outra bola fora de Tim Burton.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

O conto original faz parte do folclore americano, das tradições que deram origem ao feriado nacional daquele país conhecido como Halloween, o dia das bruxas. É aquele tipo de obra cultural que já deu origem a livros, filmes, desenhos e todos os tipos de produtos que você possa imaginar. Adaptar algo assim sempre envolve controvérsias pelo fato de ser algo muito conhecido pelo público em geral. Nas mãos de Tim Burton, o mais gótico de todos os cineastas americanos, era de se esperar que tivéssemos um grande filme. Na realidade essa produção só é realmente fantástica em termos de direção de arte. Figurinos, cenários, efeitos digitais, tudo é de primeira linha. Fora isso algumas coisas realmente parecem bem fora do lugar.

O próprio elenco não foi bem escalado. Johnny Depp, em eterna parceria com Burton, tem certamente o seu valor, mas não se mostra adequado para viver o personagem Ichabod Crane. Depp não tinha idade e nem o visual certo para interpretar Crane, que basicamente era um sujeito na meia idade, nada heróico, que tinha que enfrentar um grande mal. Em termos de roteiro Burton não quis arriscar muito, preferindo rodar uma história que lembra bastante o texto original. Provavelmente teria sido melhor dar pitadas de inovação em certos aspectos. Do jeito que está não existe grande justificativa para a produção de algo tão elaborado assim. A única coisa realmente memorável vem das participações de veteranos consagrados como o mito Christopher Lee, recentemente falecido. Sua presença vale por quase todo o filme.

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (Sleepy Hollow, Estados Unidos, 1999) Direção: Tim Burton / Roteiro: Washington Irving, Kevin Yagher/ Elenco: Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda Richardson, Christopher Walken, Christopher Lee / Sinopse: A figura sinistra de um cavaleiro sem cabeça assusta os moradores de uma pequena vila. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte. Indicado nas categorias de Melhor Fotografia e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Batman (1989)

Título no Brasil: Batman
Título Original: Batman
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Sam Hamm, baseado na obra de Bob Kane
Elenco: Michael Keaton, Jack Nicholson, Kim Basinger, Jack Palance 

Sinopse:
Quando criança Bruce Wayne (Keaton) presenciou a morte de seu pais por um criminoso. O acontecimento traumático acaba abalando Wayne para o resto de sua vida. Quando se torna adulto, ele resolve combater o crime assumindo a identidade de Batman, o cavaleiro das trevas. Agora, terá que enfrentar um assassino com ares de loucura, que se pinta e age como um palhaço, o Coringa (Nicholson) que deseja trazer caos e morte para Gotham City. Filme vencedor do Oscar na categoria Melhor Direção de Arte. Indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator (Jack Nicholson).

Comentários:
Quando a Warner anunciou que faria uma versão cinematográfica de Batman nos anos 80, muitos não acreditaram no êxito do projeto. A direção foi entregue a Tim Burton, que ninguém conhecia, um ex-animador da Disney que só havia dirigido um filme conhecido antes, a comédia "Os Fantasmas se Divertem". Para complicar ainda mais as coisas o cineasta resolveu escalar seu amigo Michael Keaton para interpretar Batman! Isso deixou os fãs furiosos pois Keaton era basicamente um comediante e não tinha qualquer semelhança com o famoso Bruce Wayne dos quadrinhos. A única boa notícia era que o maravilhoso Jack Nicholson iria interpretar o vilão Joker (Coringa). Mesmo com tanto pessimismo o fato é que "Batman" se tornou não apenas um enorme sucesso de bilheteria (superando até mesmo as previsões mais otimistas) como também um marco da adaptação de quadrinhos no cinema. O filme foi extremamente lucrativo para a Warner também fora dos cinemas pois o estúdio licenciou uma grande quantidade de produtos que venderam como nunca. E Jack Nicholson ganhou uma fortuna pois trocou um cachê fixo por uma porcentagem no lucros (estimativas afirmam que teria ganho mais de 60 milhões de dólares por essa atuação). Revisto hoje em dia "Batman" obviamente já não causa tanto impacto. Tim Burton impôs seu estilo ao personagem até nos menores detalhes. Certamente é um filme que ainda soa muito divertido e sagaz mas já sente os efeitos do tempo (principalmente em seus efeitos especiais que vão soar bem datados atualmente). Mesmo assim merece passar por uma revisão pois não restam dúvidas que depois de "Batman" de Tim Burton o cinema pipoca americano nunca mais foi o mesmo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Marte Ataca!

Título no Brasil: Marte Ataca!
Título Original: Mars Attacks!
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Len Brown, Woody Gelman
Elenco: Jack Nicholson, Pierce Brosnan, Sarah Jessica Parker, Glenn Close, Annette Bening, Danny DeVito, Martin Short, Michael J. Fox, Rod Steiger, Natalie Portman

Sinopse:
É um dia normal para todos, até que o presidente dos Estados Unidos anuncia que marcianos foram vistos circulando a Terra. O país se prepara então para receber os marcianos da melhor forma possível e um encontro é organizado, mas nem tudo sai como planejado, pois os visitantes parecem ter outros planos para a Terra. Eles são apenas seres mal interpretados em suas intenções ou será que eles realmente querem destruir toda a humanidade?

Comentários:
Outra bizarrice assinada por Tim Burton. Curiosamente nunca consegui gostar desse filme. Também pudera, é um produto muito específico, baseado em uma série de figurinhas dos anos 50 que contava a história da invasão da Terra por marcianos (velho conceito que apesar dos anos continua tão presente em nossa cultura pop). Bom, costumam dizer que um dos problemas de filmes baseados em histórias em quadrinhos é a dificuldade dos roteiristas em criar bons roteiros, até porque o material original provém de outro tipo de linguagem, bem mais simples do que o cinema. Agora imagine construir todo um filme em cima de meras figurinhas de álbum! Coisa de louco não é mesmo? Tim Burton tinha uma ligação sentimental com essas figurinhas pois as colecionou quando era um garoto. Ok, tudo bem você ter uma nostalgia dessas, algo até poético, mas adaptar todo um filme em cima disso?! Me soa meio exagerado e fora de propósito. O mais curioso é ver quanta gente de alto nível resolveu aderir ao projeto. Atores conceituados como Jack Nicholson entraram na brincadeira, só para mostrar a força do cacife que Burton tinha na época - fruto, é claro, do enorme sucesso comercial de "Batman". O resultado é bem irregular. Tecnicamente é um show, com efeitos de encher os olhos mas como cinema em si o que se vê é algo bem decepcionante. Nem as piadas funcionam e nem o clima de trash forçado dá certo. Uma bobagem sem tamanho criada para satisfazer única e exclusivamente o ego de Burton, que pelo visto não tem limites.

Pablo Aluísio.

Os Fantasmas se Divertem

Título no Brasil: Os Fantasmas se Divertem
Título Original: Beetle Juice
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Michael McDowell, Larry Wilson
Elenco: Alec Baldwin, Geena Davis, Michael Keaton

Sinopse:
Adam e Barbara formam um casal normal... que por acaso estão mortos! Eles amam sua casa mas infelizmente uma nova família (de pessoas vivas) resolve se mudar para o imóvel. Adam e Barbara odeiam a ideia de ter que compartilhar seu querido lar com outras pessoas e por isso começam a  assustá-los mas nada parece dar certo, então eles decidem invocar o insano Betelgeuse (Keaton) para colocar aquele povo para correr de lá! Isso porém logo se revelará uma má ideia para todos...

Comentários:
Essa conhecida comédia de humor negro está para ganhar um remake em breve. Durante algum tempo fiquei em dúvida se tinha assistido pela primeira vez no cinema ou em VHS mas depois de pensar um pouco tenho (quase) certeza que vi mesmo em vídeo. Na época não conhecíamos ainda o estilo do diretor Tim Burton (esse foi seu primeiro filme de repercussão). Ao primeiro olhar realmente tudo parecia bem inovador. A direção de arte saltava aos olhos com figurinos e maquiagens fora do comum. O enredo também era bem fora do convencional com esse estranho personagem interpretado pelo ator Michael Keaton (que ora vejam só iria virar o próprio Batman na primeira versão para o cinema, com o mesmo Burton na direção pouco tempo depois). Embora tivesse um tema, digamos, mórbido, "Os Fantasmas se Divertem" ainda surpreendia por trazer números musicais (entre eles um que ficou bem famoso ao redor da mesa). Confesso que na época estranhei um pouco aquela mistura de gêneros - terror, comédia e musical tudo num só caldeirão! Rever esse filme hoje em dia acaba virando um exercício de nostalgia, não apenas dos anos 1980 mas também da estética cinematográfica da época. Eram outros tempos onde a ousadia ainda era muito bem-vinda e os estúdios não tinham receios de arriscar - afinal de contas se o filme não fosse bem sucedido no cinema ainda existia a possibilidade de faturar com a fita nas locadoras depois. Certamente ficou um pouco datado mas pensando bem isso acaba contribuindo ainda mais para seu charme. Aproveite enquanto o remake não vem para estragar tudo.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de janeiro de 2014

James e o Pêssego Gigante

Título no Brasil: James e o Pêssego Gigante
Título Original: James and the Giant Peach
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Henry Selick
Roteiro: Roald Dahl, Karey Kirkpatrick
Elenco: Paul Terry, Joanna Lumley, Pete Postlethwaite

Sinopse:
James é um garotinho feliz até o dia em que seus pais desaparecem, o que para ele foi o resultado do ataque de um rinoceronte voador. Depois da morte de sua mãe e seu pai ele vai morar com suas tias solteironas que o tratam muito mal. Fazem James trabalhar, arrumando a casa e limpando o quintal. Ele se torna um menino solitário, sem amigos, que procura superar sua carência emocional tentando se tornar amigo dos pequenos bichinhos que encontra pela frente na fazenda, como uma aranha em sua janela. Um dia James vê sua vida mudar. Ele encontra um misterioso sujeito que lhe dá um saco cheio de objetos mágicos dentro. Sem querer James deixa tudo cair no chão, transformando totalmente a triste realidade ao seu redor em um mundo mágico e encantado.

Comentários:
Produzido por Tim Burton para a Disney esse pequeno conto "James and the Giant Peach" não é muito familiar às crianças brasileiras. O enredo é bem surreal e se torna mais ainda quando após deixar cair um saco mágico no chão James e suas tias percebem o surgimento de um pêssego gigante em seu quintal. Elas querem explorar comercialmente a enorme fruta enquanto que James acaba entrando dentro dela, dando origem a muitas aventuras mágicas. O filme é muito terno e começa convencional, com atores de carne e osso. Depois que James entra dentro do Pêssego tudo vira uma animação com técnica de stop motion, ou seja, animação de bonecos quadro a quadro. Impossível negar que esse tipo de estilo de animação é muito charmosa. Também não há como não sentir a mão de Tim Burton em toda a produção. O design dos personagens são a sua cara, e o estilo se torna obviamente Burtoniano. Há várias canções na trilha (o diretor Burton certa vez disse que essa animação era um musical em essência) e muitos números musicais ao estilo Broadway. O enredo é bem infantil, mais indicado para crianças bem pequenas, na faixa etária dos 7 anos pois o mundo muito imaginativo que se vê na tela certamente vai deixar todas elas encantadas. É algo que se comunica melhor com a mente delas nessa idade. Já para os mais adultos tudo vai soar como uma grande viagem lisérgica comandada pelo sempre singular Tim Burton.

]Pablo Aluísio.

sábado, 2 de novembro de 2013

Batman - O Retorno

Título no Brasil: Batman - O Retorno
Título Original: Batman Returns
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Daniel Waters
Elenco: Michael Keaton, Danny DeVito, Michelle Pfeiffer, Christopher Walken.

Sinopse: 
Batman (Michael Keaton) terá agora que enfrentar dois novos vilões em Gotham City. O primeiro é um sujeito com deformações físicas e mentais chamado Oswald Cobblepot (Danny DeVito) que usando de suas ligações com o submundo se torna um empresário rico e poderoso. Conhecido como Pinguim ele busca vingança contra todos aqueles que o prejudicaram no passado. Já a atrapalhada secretária Selina Kyle (Michelle Pfeiffer) acaba assumindo a identidade criminosa da Mulher-Gato após sofrer um sério acidente. Especialista em roubos de jóias valiosas ela se tornará mais um problema na vida do Homem-Morcego.

Comentários:
Depois do simpático "Frankie e Johnny" a atriz Michelle Pfeiffer foi escolhida pelo diretor Tim Burton para estrelar essa sequência do fenomenal sucesso "Batman". O curioso é que Burton diria anos depois que esse era de fato o primeiro filme dele na franquia. Explicou que as pressões na primeira produção eram tão grandes que muitas das decisões não tinham sido tomadas por ele e sim por executivos da Warner. Assim "Batman - O Retorno" era de fato o primeiro filme em que ele teve realmente controle completo sobre o resultado final. Como sempre acontece em filmes de Batman o destaque aqui vai mais uma vez para a galeria de vilões. Danny DeVito, por exemplo, se revelou perfeito para o papel de Oswald Cobblepot, mais conhecido como Pinguim. Mesmo assim nada consegue chegar perto da atuação de Michelle Pfeiffer como Catwoman. Aliás sua performance foi tão marcante que muitos só lembram desse filme justamente por causa da imagem ícone de Pfeiffer em sua roupa negra colante. Esse foi o personagem que mais marcou na carreira da atriz, tanto que ela teria dificuldade de se livrar dessa imagem anos depois. De uma forma ou outra "Batman - O Retorno" é um ótimo entretenimento e na minha opinião é também o melhor filme da franquia original. Infelizmente Burton sairia da série logo depois e a qualidade dos filmes do Batman só iriam decair nos anos seguintes.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Sweeney Todd (Johnny Depp) é um barbeiro que vive numa Londres escura e nebulosa. Julgado e preso injustamente pelo juiz Turpin (Alan Rickman) ele decide se vingar de todos os que lhe fizeram mal. Assim que cumpre sua pena ele toma a decisão de reabrir sua velha barbearia mas com algumas mudanças! Primeiro transforma sua cadeira de barbeiro em um grande alçapão para onde são enviados todos aqueles que merecem uma punição em sua visão. Para completar a morbidez a senhorita Lovett (Helena Bonham Carter) decide se unir a ele. Cozinheira de mão cheia ela logo cria uma grande freguesia apenas com o raro e delicado sabor de suas guloseimas. O que ninguém desconfia é que um ingrediente muito inusitado é adicionado nas receitas, dando-lhes um sabor simplesmente único para suas comidas. Pode parecer surreal mas "Sweeney Todd" foi baseado em fatos reais ocorridos na Inglaterra durante a era vitoriana. Os eventos foram considerados tão chocantes que acabaram dando origem a livros e peças teatrais, além de um musical na Broadway que por sua vez acabou sendo a principal fonte para a elaboração do roteiro desse filme. Aqui o cineasta Tim Burton lida pela primeira vez em sua carreira com um musical completo, com várias músicas e arranjos, em uma verdadeira ópera dark. O resultado final passa longe de ser um dos trabalhos mais rotineiros e comuns do diretor.

Gostei bastante do filme. Primeiro porque gosto de musicais e segundo porque como sempre a direção de arte dos filmes de Tim Burton é uma verdadeira pintura. O filme me impressionou tão positivamente que cheguei inclusive a fazer uma pequena pesquisa pessoal sobre o tal de Sweeney Todd, que para quem não sabe, existiu realmente. Em sua época ele ganhou uma notoriedade tão grande quanto o próprio Jack, o Estripador. Se fosse qualificar esse filme o chamaria de musical gótico de humor negro, uma definição que certamente você não encontrará todos os dias por aí. Curiosamente grande parte do público não gostou do resultado final justamente por sua estrutura tipicamente de musicais da Broadway. Será que se fosse um filme convencional seria melhor avaliado? Acredito que sim, embora tudo no final das contas seja um erro de avaliação de quem pensava encontrar algo diferente na tela. A produção tem méritos inegáveis como a maravilhosa direção de arte, a riqueza dos figurinos e a fotografia, belamente sombria e sinistra. E para as fãs de Johnny Depp temos aqui uma de suas caracterizações mais impressionantes (em ótimo trabalho de maquiagem e transformação). Enfim, "Sweeney Todd" é um filme 100% Tim Burton, com tudo de bom e ruim que isso significa.

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street, Estados Unidos, Inglaterra, 2007) Direção: Tim Burton / Roteiro: John Logan, baseado no musical de Hugh Wheeler / Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman / Sinopse: Sweeney Todd (Johnny Depp) é um barbeiro numa Londres escura e nebulosa. Julgado e preso injustamente pelo juiz Turpin (Alan Rickman) ele decide se vingar de todos os que lhe fizeram mal.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Alice no País das Maravilhas

Eu gostaria de dizer algo melhor sobre "Alice" de Tim Burton, até porque o filme reúne três personalidades de que gosto bastante. A começar pelo próprio Tim Burton que com seu estilo único já deu aos cinéfilos grandes alegrias nas salas de cinema mundo afora. O ator Johnny Depp também está aqui. Acompanho Depp desde o comecinho de sua carreira quando ele ainda era um jovem interpretando um policial na série "Anjos da Lei". Sempre o achei um ator muito corajoso que recusou se tornar um ídolo adolescente para realizar uma série de filmes ousados e fora do comum. Por fim temos a obra de Lewis Carroll, um autor realmente maravilhoso que conseguiu com "Alice" algo bem raro no mundo da literatura pois uniu uma escrita elegante e sofisticada, inteligente acima de tudo, com o universo infantil. Não é por menos que seu livro se tornou um verdadeiro clássico. Infelizmente mesmo com todos os ingredientes presentes algo deu muito errado nessa mistura. O que era para ser uma fusão de pequenas pitadas de talento desandou completamente. O que sobrou foi nada mais, nada menos do que um tempero ardente, exagerado, completamente kitsch.

Claro que expor os problemas e defeitos de "Alice no País das Maravilhas" na visão de Tim Burton soa hoje como algo sem maior importância. Isso porque o filme foi um tremendo, enorme e espetacular sucesso de bilheteria em seu lançamento. A produção arrecadou mais de um bilhão de dólares! É um número realmente fantástico que muito provavelmente jamais será repetido na carreira de todos os envolvidos. É muito curioso que artistas que tinham a fama de serem tão cults como Depp e Burton tenham se tornado o símbolo máximo do cinema comercial com esse "Alice". O que antes era considerado estranho, bizarro nos filmes de Burton virou algo queridinho pelas grandes massas! É uma metamorfose complicada de explicar pois basta assistir ao filme para perceber que no fundo Tim Burton continua o mesmo esquisitão de sempre, só que agora ele virou um chiclete de consumo popular. Em minha visão o filme não é nada bom, nem como produto cinematográfico e nem muito menos como adaptação da obra de Lewis Carroll. O livro original aliás parece tão distante do que vemos na tela como os delírios da Alice do mundo real. Pouca coisa funciona, já que Johnny Depp interpreta o chapeleiro maluco e por essa razão sua participação é ampliada ao máximo no enredo, em detrimento do que tínhamos no livro original. "Alice" não convence e não agrada mas seu sucesso fora do comum certamente faz com que seus defeitos sejam certamente completamente ignorados.

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, Estados Unidos, 2010) Direção: Tim Burton / Roteiro: Linda Woolverton, na obra de Lewis Carroll / Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter / Sinopse: Alice é uma garota de 19 anos que retorna para o mundo onde viveu as grandes aventuras de sua infância.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Edward Mãos de Tesoura

Essa foi a primeira parceria entre o diretor Tim Burton e o ator Johnny Depp. É curioso porque na época de seu lançamento o filme causou certa perplexidade pois não havia nada igual no mundo do cinema parecido com aquilo. Era uma fábula com toques sombrios, uma direção de arte dark e original e um enredo muito estranho e fora dos padrões. Para completar “Edward Mãos de Tesoura” era estrelado por um jovem ídolo adolescente da TV, o quase garoto Johnny Depp, que na época estampava inúmeras revistas de teens por causa de seu sucesso na série policial “Anjos da Lei”. Ninguém também conhecia Tim Burton. As únicas referências diziam que ele era um diretor de curtas de animação que havia saído da Disney após ter alguns desentendimentos com o estúdio. Esse ar de novidade e originalidade foi um dos grandes trunfos de “Edward Mãos de Tesoura”. O personagem principal se vestia todo de couro negro e tinha ao invés de mãos, tesouras em seus braços. Seu criador, um homem bondoso, interpretado pelo fascinante ídolo de filmes de terror do passado, Vincent Price, completava o clima sombrio de fantasia e magia para o filme que apesar disso não poderia ser qualificado como uma fita de terror.
   
Depois do sucesso de público e crítica de “Edward Mãos de Tesoura” a dupla formada por Depp e Burton não mais se largou – e segue junta até os dias atuais. Com altos e baixos formaram uma extensa filmografia que ia tanto para o lado mais cômico como para o lado mais assustador, passando até mesmo por musicais. Como bem esclareceu recentemente o ator eles desenvolveram uma parceria tão bem sucedida que hoje em dia nem mais precisam da palavra para se comunicarem no set de filmagem. Basta um olhar, um gesto, que Depp imediatamente entende o que Burton deseja em cada cena. Outro fato marcante digno de nota sobre esse filme foi o famoso namoro que Johnny Depp teve com sua parceira de trabalho, a atriz Winona Ryder. Muitos anos antes de Brad Pitt e Angelina Jolie ou Tom Cruise e Nicole Kidman, o casal do momento em Hollywood era Depp e Winona. Ele inclusive, em um ato impensado, mandou tatuar em seu braço a expressão “Winona Forever”, algo que iria se arrepender depois quando o romance finalmente chegou ao fim. Enfim, fica a dica desse “Edward Mãos de Tesoura”, um filme diferente que marcou época e ainda hoje segue sendo bem interessante. 

Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands, Estados Unidos, 1990) Direção: Tim Burton / Roteiro: Tim Burton, Caroline Thompson / Elenco: Johnny Depp, Winona Ryder, Dianne Wiest / Sinopse: Edward é um jovem que tem no lugar das mãos, tesouras, que ele usa para aparar os gramados ou cortar os cabelos das madames de sua cidade. Tudo começa a mudar em sua bucólica existência quando se apaixona por uma linda jovem.

Pablo Aluísio.