quinta-feira, 12 de setembro de 2024
O Dossiê Pelicano
quinta-feira, 6 de junho de 2024
Assassinos da Lua das Flores
quarta-feira, 7 de junho de 2023
Guerra de Gigantes
domingo, 14 de agosto de 2022
The Old Man
sexta-feira, 19 de novembro de 2021
Dívida de Honra
O elenco tem excelentes atores que interpretam pessoas que Briggs (Tommy Lee Jones) e Mary Bee (Hilary Swank) vão encontrando pelo caminho. James Spader, por exemplo, dá vida a um dono de hotel grã-fino que impede a entrada de Briggs e as mulheres em seu estabelecimento. A recusa não acaba muito bem. Não deixa de ser muito divertido encontrar Spader usando uma chamativa peruca ruiva, com jeito de irlandês, em um trabalho bem diferente que vem desenvolvendo na TV na série "The Blacklist". Já a premiada Meryl Streep tem uma pequena, mas importante participação, só surgindo na parte final do filme, como a esposa do pastor e reverendo que recebe as pobres mulheres para internamento no hospicio da região. Bem envelhecida, ela provavelmente só aceitou o papel em consideração ao amigo Tommy Lee Jones, até porque recentemente trabalharam juntos no delicado drama de relacionamentos "Um Divã para Dois". No final de tudo quem acaba roubando mesmo o show é a atriz Hilary Swank. Sua personagem é uma balzaquiana desesperada para se casar que não consegue encontrar o homem de sua vida. Com isso ela vai vivendo de decepção em decepção até chegar ao seu limite. O destino de sua personagem me deixou um pouco perplexo e surpreso, confesso, mas ela consegue trazer uma grande carga humana para seu trabalho. Em suma é isso, no geral não há nada de errado na direção de Jones, talvez o filme devesse ter uns vinte minutos a menos para ser mais fluente, dando mais agilidade aos acontecimentos, quem sabe. Provavelmente esse seria o corte ideal, mas enfim. De qualquer forma esse é apenas um detalhe que não compromete o espetáculo. "The Homesman" é assim um bom western, um pouco diferente, é verdade, mas mesmo assim cativante ao seu próprio modo.
Dívida de Honra (The Homesman, Estados Unidos, 2014) Direção: Tommy Lee Jones / Roteiro: Tommy Lee Jones, Kieran Fitzgerald / Elenco: Tommy Lee Jones, Hilary Swank, John Lithgow, James Spader, Meryl Streep / Estúdio: EuropaCorp, Javelina Film Company / Sinopse: Um pastor resolve internar três mulheres com problemas mentais. O problema é que a instituição em que elas poderiam ser internadas fica longe, sendo necessário realizar uma longa viagem até lá, um desafio aceito pela valente Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) que irá contar também com o apoio do velho cowboy George Briggs (Tommy Lee Jones).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 24 de setembro de 2021
Kinsey
Título Original: Kinsey
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Bill Condon
Roteiro: Bill Condon
Elenco: Liam Neeson, Laura Linney, Chris O'Donnell, Peter Sarsgaard, Timothy Hutton, John Lithgow
Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Alfred Kinsey (Liam Neeson) foi um pesquisador que na década de 1940 decidiu realizar os primeiros estudos sobre sexualidade humana. Com a publicação dos resultados de suas pesquisas criou-se toda uma polêmica dentro da sociedade sobre os temas discutidos. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Laura Linney).
Comentários:
Hoje em dia o ator Liam Neeson pode ter se acomodado em uma série sem fim de filmes de ação, a maioria deles bem genérico, mas olhando até para um passado bem recente podemos encontrar filmes muito interessantes. Um deles é esse Kinsey sobre esse pesquisador que ousou, em um tempo cheio de tabus e preconceitos, realizar pesquisas sobre a sexualidade do ser humano. A academia, por mais incrível que isso poderia parecer, não havia ainda estudado esses temas com a devida seriedade. E nesse processo se descobriu coisas bem curiosas, como uma escala em que ele mostrava que os homens tinha uma sexualidade mais flexível do que poderia se imaginar. Para ele nenhum homem era exclusivamente heterossexual ou homossexual, havendo graus diferentes nessa escala de tendências sexuais. Ele também publicou pesquisas sobre a sexualidade feminina e sua mudança drástica após a maternidade. Enfim, um filme realmente muito bom, trazendo temas que ainda hoje são estudados e analisados em diversas universidades pelo mundo.
Pablo Aluísio.
domingo, 11 de outubro de 2020
Brincando nos Campos do Senhor
Título Original: At Play in the Fields of the Lord
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: United International Pictures (UIP)
Direção: Hector Babenco
Roteiro: Jean-Claude Carrière
Elenco: Tom Berenger, John Lithgow, Daryl Hannah, Kathy Bates, Aidan Quinn, Tom Waits
Sinopse:
Baseado no romance escrito por Peter Matthiessen, o filme "Brincando nos Campos do Senhor" conta a história de um grupo de missionários americanos que vão para os confins da América do Sul, na floresta amazônica, onde tentarão converter os nativos locais. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor trilha sonora incidental (Zbigniew Preisner).
Comentários:
Tive a oportunidade de assistir no cinema. O diretor Hector Babenco criou uma obra cinematográfica que procurou trazer de volta o tom épico dos velhos filmes, das antigas produções que chegavam aos cinemas em meados do século XX. Quando o filme foi lançado surgiram algumas críticas, justamente por causa daquela velha visão dos americanos sobre os índios da Amazônia. Uma certa visão estigmatizada e cheia de estereótipos. Eu não concordo com esse tipo de visão mais crítica. Penso que o filme ficou muito bom. A produção enfrentou uma série de problemas, pois muitos membros da equipe técnica ficaram doentes durante as filmagens, inclusive parte dos atores, mas isso foi decorrente do fato de jogar todos esses gringos no meio da selva. E isso é algo para poucos. Mesmo assim o resultado ficou bom. Há cenas muito bem produzidas, mostrando o talento de Hector Babenco em captar belas imagens em ângulos incomuns. E o que se pode dizer da natureza natural da Amazônia captada nas cenas do filme? É algo que já vale a sessão. A exuberância da região verde tornaria qualquer película um show de grandiosidade nas telas de cinema. E o enredo é também muito interessante. O roteiro se pergunta se ainda seria válido esse tipo de evangelização na selva, com nativos. Foi algo visto com naturalidade na colonização do novo mundo, durante as grandes navegações. Porém hoje em dia a antropologia e a sociologia modernas condenam esse tipo de iniciativa. É considerada uma violação e um abuso para com as culturas dos povos indígenas. Um ponto de vista que tenho apreço.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 20 de julho de 2020
Perry Mason
Perry Mason
Para quem gosta de séries, eis uma ótima notícia. A HBO acaba de exibir os primeiros episódios de "Perry Mason", baseado no famoso personagem criado pelo escritor Erle Stanley Gardner em 1933. O primeiro livro se chamou "O Caso das Garras de Veludo". Na Literatura Mason foi protagonista de mais de 80 livros de sucesso, até a morte de seu autor. E claro, um personagem tão marcante, também migrou para o cinema e a TV. No Passado já foi produzida uma série de sucesso de Perry Mason, mas isso foi há muitas décadas, nos anos 1950 e 1960. Por isso esse remake não era apenas esperado, mas também muito bem-vindo e oportuno. Nessa postagem irei comentar cada episódio assistido, ao longo do tempo. O primeiro episódio foi exibido no dia 20 de junho de 2020 nos Estados Unidos. Estão previstos oito episódios nessa temporada. Vamos conferir todos, sem dúvida. A seguir segue os episódios comentados dessa primeira temporada.
Perry Mason 1.01 - Chapter One
Nesse primeiro episódio um crime horrível é cometido. Uma criança é sequestrada. Os criminosos pedem um resgate substancial para os pais, que seguem todas as instruções, inclusive não envolvendo a polícia no caso. Só que nada disso adianta. O resgate é pago, mas a criança é encontrada morta. Há requintes de crueldade praticados em seu corpo, algo que causa ainda mais indignação entre os envolvidos. O detetive Perry Mason é contratado para solucionar o caso. Ele não é um detetive particular como os demais. Um sujeito bem cínico, forjado nas ruas e no submundo do crime. Enquanto investiga a morte do bebê, ele também arranja tempo para chantagear um de seus clientes. Um executivo de cinema que o contratou para tirar fotos comprometedoras de um comediante famoso. Só que Mason vai além. Ele tira fotos também da estrela do estúdio, em pleno ato sexual. Caso fotos assim fossem para a imprensa iriam causar sérios danos na imagem da carreira da atriz. Com esse tipo de material na mão, Mason exige 600 dólares do chefão do estúdio. Um detetive particular de postura bem dúbia, podendo estar de um lado ou outro da lei, sempre visando maiores lucros para ele. Gostei muito esse primeiro episódio. Reconstituição de época nota dez. Produção excelente. Essa série promete muito. Vamos torcer para que o público aprecie o resultado final. / Perry Mason 1.01 - Chapter One (Estados Unidos, 2020) Direção: Timothy Van Patten / Roteiro: Rolin Jones, Ron Fitzgerald / Elenco: Matthew Rhys, Juliet Rylance, John Lithgow, Chris Chalk.
Perry Mason 1.02 - Chapter Two
Episódio muito bom. Antes de mais nada mostra aspectos da vida do detetive quando ele esteve lutando no front da primeira guerra mundial. Pelo visto deixou sequelas psicológicas nele. Em relação ao caso da criança morta por sequestradores, o caso tem uma guinada. No começo a polícia pensa que o pai esteria envolvido com os criminosos, mas depois que Perry Mason descobre cartas comprometedoras envolvendo uma amante da esposa as coisas mudam de rumo. A partir desse ponto ela se torna a principal suspeita, embora o próprio Perry Mason goste de sempre frisar que provas de que ela era infiel ao marrido não significariam que ela seria a assassina. De qualquer modo é para esse lado que as coisas caminham. Quem disse que o mundo é justo? Ainda mais em se tratando da justiça feita pelos homens. / Perry Mason 1.02 - Chapter Two (Estados Unidos, 2019) Direção: Timothy Van Patten / Roteiro: Rolin Jones, Ron Fitzgerald / Elenco: Matthew Rhys, Juliet Rylance, Chris Chalk.
Perry Mason 1.03 - Chapter Three
Eu pensei que esse caso do bebê sequestrado só iria ser explorado apenas no primeiro e segundo episódios. Estava enganado. A história segue. Agora a mãe está presa, acusada de ter planejado o crime junto ao amante. E por essa razão todo o moralismo da época cai como um raio em sua cabeça. Ela é levada ao tribunal, onde o público pede sua pena de morte. O advogado tenta argumentar, mas fica complicado no meio daquela verdadeira convulsão social. Enquanto o mundo cai em sua cabeça, Perry Mason vai atrás de novas pistas. Acaba encontrando um policial negro que tem algo a lhe dizer, mas tem receios, de falar a verdade. Agora curioso mesmo são as cenas com a pastora loira. Ela grita, canta e surta no meio do palco. Tem uma alucinação e afirma para todos os presentes na igreja que vai ressuscitar o menino morto! Loucura completa! Fanatismo religioso sem limites! / Perry Mason 1.03 - Chapter Three (Estados Unidos, 2020) Direção: Timothy Van Patten / Roteiro: Rolin Jones, Ron Fitzgerald / Elenco: Matthew Rhys, Juliet Rylance, Chris Chalk.
Perry Mason 1.04 - Chapter Four
Esse episódio termina de forma melancólica com o advogado Elias Birchard 'E.B.' Jonathan abrindo todas as bocas do fogão para se matar. Espero que ele não consiga tirar sua própria vida pois um dos melhores atores da série é justamente John Lithgow. E o que estaria por trás da tentativa de se suicidar? Um monte de coisas, mas penso que seus problemas na defesa da mãe do bebê morto seja um fator decisivo. Enquanto isso o detetive Perry Mason parte em busca de novas pistas. Ele descobre que havia um quarto homem na cena do crime. Ele está certo. E mais, que um grupo social fica ali pertinho de onde tudo aconteceu. Já a irmã loira vai pedir desculpas por dizer que iria ressuscitar o bebezinho morto. A ideia era essa, mas ela surta novamente e diz que vai sim ressuscitar a criança. O rebuliço com essa nova declaração se torna geral. / Perry Mason 1.04 - Chapter Four (Estados Unidos, 2020) Direção: Deniz Gamze Ergüven / Roteiro: Steven Hanna, Sarah Kelly Kaplan / Elenco: Matthew Rhys, John Lithgow, Juliet Rylance, Chris Chalk.
Perry Mason 1.05 - Chapter Five
O advogado da mãe da criança que foi assassinada, está morto. Ele se matou abrindo as bocas do fogão a gás. Sem advogado o Estado nomeia um defensor público, mas isso é uma cilada. O sujeito está de concluo com o promotor público, que só pensa em reeleição. Enquanto isso Perry Mason e a secretário do advogado que se suicidou fazem de tudo para que o defensor público não assuma o caso. O próprio Perry Mason acaba fazendo exame para se tornar um advogado - e o mais chocante de tudo é que ele consegue passar! Na última cena vemos Mason fazendo o juramento da ordem dos advogados! Quem diria... Agora mesmo que as coisas vão ficar interessantes. / Perry Mason 1.05 - Chapter Five (Estados Unidos, 201 ) Direção: Deniz Gamze Ergüven / Roteiro: Eleanor Burgess, Rolin Jones / Elenco: Matthew Rhys, Juliet Rylance, Chris Chalk.
Perry Mason 1.06 - Chapter Six
Perry Mason começa a trabalhar como advogado e logo no caso da mulher acusada de matar o próprio filho, um bebezinho. Questão complexa, prova de fogo. E no tribunal Perry tem vitórias e derrotas. O promotor público é experiente, joga bem, se porta bem. Perry, cheio de inexperiência, erra, fica rouco, vacila. É uma batalha de vida ou morte. O que pode salvar a cliente de Perry Mason é o surgimento de alguma testemunha crucial, importante. Só isso poderia virar o jogo. E as coisas ficam ruins quando uma testemunha de acusação afirma no tribunal que a acusada confessou a ela o crime. Isso causa uma grande confusão, com populares pedindo a cabeça da acusada. Um caos total. Só uma lance de sorte para mudar os rumos do processo. / Perry Mason 1.06 - Chapter Six (Estados Unidos, 2020) Direção: Deniz Gamze Ergüven / Roteiro: Kevin J. Hynes, Rolin Jones / Elenco: Matthew Rhys, Juliet Rylance, Chris Chalk.
Perry Mason 1.07 - Chapter Seven
Esse episódio é muito importante dentro da temporada. Isso porque revela diversos segredos. Por exemplo, a igreja Radiante da Assembleia de Deus estava em dificuldades financeiras. Devia algo em torno de 100 mil dólares. E qual era a quantia pedida em resgate do bebezinho que foi morto? Isso mesmo, 100 mil dólares. Façam a ligação. Pior do que isso... uma prostituta chinesa foi levada até o bebê que estava com fome e chorava copiosamente. O problema é que essa prostituta era usuária de heroína. E a criança acabou morrendo sufocada após mamar. Agora, o ponto alto desse episódio acontece quando a pastora tenta ressuscitar a criança morta. Ela vai até o cemitério e quando abre o caixão onde o corpo do bebê deveria estar não encontra nada. Claro, a confusão impera, todo mundo trocando socos, empurrões, cotoveladas. Caos total, só vendo a doidice. Essa cena fecha o episódio com chave de ouro. Agora tudo (ou quase tudo) começa finalmente a fazer sentido. / Perry Mason 1.07 - Chapter Seven (Estados Unidos, 2020) Direção: Timothy Van Patten / Roteiro: Howard Korder, Rolin Jones / Elenco: Matthew Rhys, Juliet Rylance, Chris Chalk.
Perry Mason 1.08 - Chapter Eight
Último episódio da primeira temporada. E como termina essa nova série de Perry Mason? Bom, nesse episódio final temos o julgamento. A acusação quer a pena de morte para a mãe acusada de ter matado o próprio filho. Mason defende que ela foi enganada. Enquanto falava ao telefone com seu amante, um grupo de criminosos entrou pela janela em sua casa e levou o bebezinho. E ele morreu após mamar em uma oriental viciada em heroína. Quando sai o veredito, vem a grande surpresa. A acusada é libertada. Está livre, absolvida das acusações. O tribunal explode entre gritos e tumultos. O júri ficou em dúvida e quando isso acontece, beneficia-se o réu. Foi o que aconteceu. Perry Mason ainda descobre todos os envolvidos nos crimes, mas sem provas consistentes, não consegue levá-los à prisão. Pelo menos salvou a vida de sua cliente, o que para um advogado iniciante resultou em um ótimo sinal. / Perry Mason 1.08 - Chapter Eight (Estados Unidos, 2020) Direção: Timothy Van Patten / Roteiro: Rolin Jones, Ron Fitzgerald / Elenco: Matthew Rhys, Juliet Rylance, Chris Chalk.
Pablo Aluísio.
sábado, 6 de junho de 2020
Um Hóspede do Barulho
Título Original: Harry and the Hendersons
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Amblin Entertainment
Direção: William Dear
Roteiro: William Dear, Bill Martin
Elenco: John Lithgow, Kevin Peter Hall, Melinda Dillon, Margaret Langrick, Joshua Rudoy, David Suchet
Sinopse:
A família Henderson resolve adotar Harry. O problema é que ele definitivamente não é um animal de estimação comum, mas sim um Sasquatch amigável, um "Pé Grande" das montanhas geladas. E isso acaba trazendo muitos problemas para eles, ainda mais para manter tudo em segredo.
Comentários:
Steven Spielberg produziu esse filme que tinha semelhanças em seu roteiro até mesmo com "ET - O Extraterrestre". Calma, o grandalhão Harry não era um alien, mas sim um Pé Grande, aquela criatura mitológica que até hoje faz gente jurar que o viu nos Estados Unidos. A semelhança no caso vinha do fato desse bicho esquisito ir morar com uma típica família americana (como também acontecia no clássico Sci-fi de Spielberg). Em termos de maquiagem, não há o que se criticar, inclusive o filme foi premiado na categoria. Quem levou o Oscar para casa foi o famoso maquiador Rick Baker, o mesmo que havia criado o lobisomem de "Um Lobisomem Americano em Londres" e o Predador do filme de mesmo nome. Era um gênio na criação desses monstros. Curiosamente aqui o roteiro pedia não por uma criatura monstruosa, mas sim por um tipo mais amigável, meio bobão. O resultado ficou perfeito. Outra curiosidade é que o Harry Pé Grande foi interpretado pelo grandalhão Kevin Peter Hall, o mesmo que havia vestido a pesada maquiagem do Predador no filme com Arnold Schwarzenegger. Quem poderia imaginar que o Harry teria tanta coisa em comum com o alien predador? Enfim, são coisas de Hollywood...
Pablo Aluísio.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2020
O Escândalo
O filme foi até mesmo muito cotado para o Oscar, mas no final não conseguiu nenhuma premiação mais importante. O Oscar veio na categoria de melhor maquiagem. E aqui cabem algumas considerações. Certamente o trabalho foi muito bem realizado, tentando fazer com que as atrizes se parecessem ao máximo com as jornalistas da história real. Só que isso também trouxe um efeito indesejado de estranheza no espectador. Charlize Theron e Nicole Kidman ficaram bem estranhas sob o meu ponto de vista. Fico pensando que ideia ruim foi essa. Elas são conhecidas mundialmente, enquanto as jornalistas da Fox News só são conhecidas dentro dos Estados Unidos. Então toda essa mudança em suas faces foi algo feito apenas para o público americano. Para o resto do mundo, todo o trabalho só surtiu efeito em deixar as atrizes estranhas. E logo elas, que sempre foram conhecidas por suas belezas naturais.
Outro ponto complicado do filme é seu viés em prol do Partido Democrata. Como se sabe os Estados Unidos vivem uma polarização política extrema entre conservadores (Partido Republicano) e progressistas (Partido Democrata). Os realizadores desse filme não esconderam suas preferências políticas. O canal Fox News, um símbolo do jornalismo conservador americano, vira alvo certeiro. As jornalistas trabalham lá, mas como no caso da personagem de Margot Robbie e sua amiga, são lésbicas, escondem sua vida pessoal e chegam a ter posters de Hillary Clinton em seu apartamento. Olha que bobagem desse roteiro! Dá para levar a sério uma forçada de barra dessas? Quem tem poster de Hillary Clinton na sala de estar de seu apartamento? Ninguém! Não mesmo. Assim o filme tem o ponto positivo de divulgar casos de assédio sexual no mundo corporativo, porém falha em levantar a bandeira do Partido Democrata de forma tão escancarada e até mesmo infantil.
O Escândalo (Bombshell, Estados Unidos, 2019) Direção: Jay Roach / Roteiro: Charles Randolph / Elenco: Charlize Theron, Nicole Kidman, Margot Robbie, John Lithgow, Malcolm McDowell / Sinopse: Depois que a jornalista Gretchen Carlson (Nicole Kidman) denuncia um caso de assédio sexual que sofreu de Roger Ailes (John Lithgow), CEO da Fox News, duas outras colegas, Megyn Kelly (Charlize Theron) e Kayla Pospisil (Margot Robbie), decidem também contar suas histórias de abusos sofridos pelo executivo da emissora. Filme premiado pelo Oscar na categoria de Melhor Maquiagem.
Pablo Aluísio.
domingo, 5 de maio de 2019
Cemitério Maldito
No mais, temos mais fidelidade ao livro de King. A premissa básica segue a mesma. Uma família (pai, mãe e dois filhos) decide se mudar para uma cidadezinha do Maine em busca de uma qualidade de vida melhor. A nova casa fica dentro de um vasto bosque. Nele há, quase no quintal da casa, um cemitério de animais. Acima desse lugar não muito bem-vindo, há ainda uma região pouco visitada, dita como maldita desde os tempos em que nativos passaram por lá. É nesse campo que as melhores cenas do filme vão se desenvolver. Quando o gatinho da família é atropelado na rodovia o vizinho leva o animal para esse lugar. E eis que após passar uma noite por lá ele retorna. Agora imaginem quando a garotinha, que o pai tanto ama, também morre atropelada! Como diz o cartaz do filme "Muitas vezes estar morto é melhor".
Por falar em garotinha, aqui temos outra mudança que vai ser sentida pelos leitores do livro de Stephen King. Aqui a menina é que é morta na estrada, não seu irmãozinho mais jovem. Solução mais adequada para o mundo de hoje. A pequena atriz Jeté Laurence trabalha muito bem e convence na tela. Eu pessoalmente achei uma opção muito melhor. No filme dos anos 80 os roteiristas seguiram mais de perto ao livro, porém o resultado cinematográfico ficou pior. Aliás devo dizer que esse filme é muito melhor do que o primeiro, o original. O roteiro tem mais elementos, que são bem mais trabalhados pelo texto. Até mesmo detalhes, como a procissão dos meninos levando um animal morto, acrescentam muito ao resultado final. A dupla de diretores está de parabéns. Some isso tudo ao fato de termos um gênio da literatura como fonte primária do filme e você terá uma ótima diversão do gênero. Assista sem receios, vai valer bastante a pena.
Cemitério Maldito (Pet Sematary, Estados Unidos, 2019) Direção: Kevin Kölsch, Dennis Widmyer / Roteiro: Matt Greenberg, baseado no livro de Stephen King / Elenco: Jason Clarke, Jeté Laurence, Amy Seimetz, John Lithgow / Sinopse: Após a morte da filha numa rodovia, um pai desesperado decide trazê-la de volta à vida. Isso se dará levando a garotinha até um lugar maldito, localizado além do cemitério de animais. Uma região amaldiçoada, que trará violência e desespero para toda a família.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 7 de maio de 2018
A Vida e Morte de Peter Sellers
Título Original: The Life and Death of Peter Sellers
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: HBO Pictures
Direção: Stephen Hopkins
Roteiro: Christopher Markus, baseado no livro de Roger Lewis
Elenco: Geoffrey Rush, Charlize Theron, Emily Watson, John Lithgow, Miriam Margolyes, Stanley Tucci, Stephen Fry
Sinopse:
O filme mostra o lado do ator e comediante Peter Sellers que poucos chegaram a conhecer, inclusive seus maiores fãs. Ao lado do artista talentoso, de várias comédias de sucesso, havia também um homem com sérios problemas psicológicos, que afetava a todos que viviam ao seu redor.
Comentários:
Peter Sellers foi um dos comediantes mais populares dos anos 60, na TV e no cinema. A imagem pública porém pouco tinha a ver com sua vida pessoal. Esse bom filme procura mostrar o outro lado de quem fazia rir, mas que no íntimo sofria de depressão e tinha uma personalidade estranha e desconcertante. Assistindo ao filme podemos notar que Sellers na realidade era o que se chamava de "Bordeline", ou seja, um sujeito com personalidade limítrofe, entre a sanidade e a loucura. Suas atitudes e atos eram bem fora do normal. Outro aspecto que ajuda bastante nessa produção é o seu elenco, a começar por Geoffrey Rush, muito inspirado no papel principal. Ele se sai bem não apenas nas cenas de humor, mas também quando dá vida ao lado mais sinistro do ator. Charlize Theron também está ótima como a mulher de Sellers, uma modelo loiríssima chamada Britt Ekland. Com uma grande diferença de idade ela foi a última esposa de Sellers e teve que enfrentar a pior fase de sua personalidade maluca e melancólica. Enfim, um bom retrato de mais um palhaço que fazia todos rirem, mas que no escuro de seu camarim tinha muitos fantasmas pessoais a enfrentar.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 30 de março de 2018
The Crown - Primeira Temporada
The Crown 1.01 / 1.02- Wolferton Splash / Hyde Park Corner - Estou começando a assistir essa série inglesa que conta a história da Rainha Elizabeth II. Até o momento já conferi os dois primeiros episódios intitulados Wolferton Splash e Hyde Park Corner, respectivamente. A história não começa na infância dela, como era de esperar. Quando o primeiro episódio começa já encontramos Elizabeth mocinha, na juventude ainda. Seu pai, o Rei George VI, era um fumante inveterado, fumando vários maços por dia. Naquela época ainda não se tinha uma visão completa de como o cigarro poderia fazer mal à saúde. O Rei vai ficando cada vez mais doente. Uma cirurgia é realizada, ainda numa fase primitiva da medicina, e parte de seu pulmão é retirado. Ele sobrevive por pouco à intervenção. Algo até brutal. O curioso é que tudo não foi feito no hospital, como era de se esperar. O Rei preferiu que uma sala luxuosa do Palácio de Windsor fosse adaptado, com ele sendo aberto cirurgicamente debaixo de luxuosos lustres dr cristal. No mínimo bizarro.
Pois bem, ele ainda se recupera aos poucos, porém sempre tossindo sangue. No segundo episódio Elizabeth é enviada para uma longa viagem pela Commonwealth, a comunidade britânica de nações. Na África, enquanto tentava se adaptar aos costumes do lugar, acaba recebendo a notícia que o Rei havia falecido. Ao amanhecer seu mordomo foi até seus aposentos para lhe acordar, mas o Rei já estava morto. Alguns aspectos desses dois primeiros episódios também chamam a atenção. O primeiro ministro Winston Churchill está lá, já no fim de sua carreira política, quando ele já estava velho demais para seguir em frente. Outro personagem que chama atenção é o príncipe Phillip, com algo até de antipático. Esnobe e petulante ele comete uma gafe e tanto quando confunde uma coroa de um rei africano com um chapéu. Sujeitinho ignorante. / The Crown 1.01 / 1.02- Wolferton Splash / Hyde Park Corner (Inglaterra, 2016) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Claire Foy, Matt Smith, Victoria Hamilton.
The Crown 1.06 - Gelignite
Série que resgata a história da rainha Elizabeth II (Claire Foy), desde o momento em que ele assume o trono. Era bastante jovem ainda e teve que lidar com problemas delicados. Nesse episódio o problema principal vem da própria irmã Margaret (Vanessa Kirby). Ela se apaixona por um capitão divorciado e sem tradição dentro da nobreza britânica. Acontece que membros da família real não poderiam em tese se casar com pessoas divorciadas, já que Elizabeth é também chefe da Igreja Anglicana, que proíbe o divórcio. E aí cria-se uma situação delicada. Elizabeth não pode dar a autorização para a irmã sem passar por cima da doutrina anglicana. Complicado. Bom episódio que explora um aspecto pouco lembrado, a de que ser monarca também significa conciliar interesses que são na verdade inconciliáveis. / The Crown 1.06 - Gelignite (Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: Julian Jarrold / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Claire Foy, Matt Smith, Victoria Hamilton.
The Crown 1.07 - Scientia Potentia Est
A rainha Elizabeth II (Claire Foy) se ressente das falhas de sua educação. Ela vai receber em breve o presidente dos Estados Unidos em Windsor e se sente despreparada para conversar com ele. Assim decide que precisa se preparar e contrata um professor para lhe ensinar mais coisas sobre ciência, energia nuclear, etc. Elizabeth II fica tão desnorteada com sua situação pessoal que confronta a mãe sobre suas falhas educacionais. É surpreendente descobrir nesse episódio que a própria rainha da Inglaterra se sentia despreparada para lidar com os maiores líderes mundiais. Uma situação até vergonhosa. Enquanto Elizabeth II vai aprendendo, como uma boa aluna, o primeiro ministro Winston Churchill (John Lithgow) sofre um derrame. O pior é que ele decide esconder sua condição da monarca que fica realmente furiosa quando descobre que esse tipo de informação lhe foi escondida. O ponto alto do episódio acontece quando o primeiro ministro se encontra pessoalmente com a rainha. O clima de tensão é muito bem trabalhado pelo roteiro. / The Crown 1.07 - Scientia Potentia Est (Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: Benjamin Caron / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Claire Foy, John Lithgow, Matt Smith, Victoria Hamilton.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 8 de março de 2017
A Qualquer Preço
Título Original: A Civil Action
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Steven Zaillian
Roteiro: Jonathan Harr, Steven Zaillian
Elenco: John Travolta, Robert Duvall, Kathleen Quinlan, William H. Macy, John Lithgow, James Gandolfini
Sinopse:
O importante para o advogado Jan Schlittman (John Travolta) é realizar acordos lucrativos em ações judiciais, não procurar por justiça. Ele quer o caminho mais fácil, rápido e financeiramente recompensador. As coisas mudam porém quando Jan é contratado por um grupo de famílias que foram prejudicadas por causa do vazamento tóxico causada por uma grande empresa. Duas crianças morreram por causa disso. A situação sensibiliza o advogado, que agora sim procurará lutar por justiça a qualquer preço. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Robert Duvall) e Melhor Fotografia (Conrad L. Hall).
Comentários:
Muito bom esse filme baseado em fatos reais. O primeiro grande mérito desse roteiro é desmascarar e colocar por terra aquela velha imagem romântica (e um tanto boba) que os brasileiros imaginam do sistema judiciário americano. Tanto lá, como aqui, temos uma situação em que poder financeiro fala mais alto. Na ação civil que faz parte da espinha dorsal desse roteiro (por isso o filme se chama originalmente "A Civil Action") vemos a luta de um advogado comum contra uma corporação rica e influente dentro do sistema. Famílias inteiras foram prejudicadas, duas crianças morreram intoxicadas por causa da irresponsabilidade dessa mesma empresa, mas nem isso comove os senhores de toga do sistema judicial dos Estados Unidos. Uma boa amostra que a corrupção, os interesses escusos e outros descaminhos, também fazem parte da justiça americana (que os brasileiros inocentemente pensam ser perfeita e isenta de máculas). John Travolta poucas vezes esteve tão bem em um filme, mas quem acaba roubando o show nesse elenco é o veterano e talentoso Robert Duvall, que merecidamente recebeu mais uma indicação ao Oscar por sua atuação! E se você pensa que apenas esses dois nomes chamam a atenção no elenco está bem enganado, o luxuoso elenco de apoio traz ainda atores excelentes como, por exemplo, William H. Macy, John Lithgow e James Gandolfini. Em suma um filme de tribunal bem acima da média, mostrando toda a sordidez que se pode encontrar pelos tribunais da vida. Muito recomendado.
Pablo Aluísio.
domingo, 13 de novembro de 2016
O Contador
Lá descobre um grande desfalque, um desvio de 60 milhões de dólares nas contas. Um dos sócios desviou toda essa fortuna, embolsando o dinheiro para si. A descoberta acaba em tragédia e a auditoria fica pelo meio do caminho, mas Wolff, sem saber, acaba entrando em uma armadilha mortal. Ele precisa salvar não apenas sua vida, mas também a da jovem contadora da empresa, a primeira a descobrir o rombo milionário nas contas corporativas. Eu achei bem interessante esse "O Contador". A premissa realmente é das melhores. Ter um protagonista autista já é um diferencial e tanto. Agora colocá-lo como um sujeito extremamente treinado e preparado para sobreviver até nas mais estressantes e violentas ações já achei um pouco além da conta. Em minha concepção o filme funciona muito bem até mais ou menos sua metade. Somos apresentados ao personagem de Ben Affleck, descobrimos que ele é autista, que tem problemas e transtornos mentais, etc. Tudo muito interessante. Depois que ele vira uma espécie de Rambo indestrutível o filme decai muito. O roteiro perde parte de sua graça ao explorar uma série de cenas de ação. Acho que não era bem por aí. O roteiro se tivesse focado mais no lado cerebral da trama teria sido bem melhor. De qualquer forma ainda está valendo. Não é uma obra prima, passa longe disso, mas pelo menos tenta ser um pouco diferente, fugindo em parte do lugar comum.
O Contador (The Accountant, Estados Unidos, 2016) Direção: Gavin O'Connor / Roteiro: Bill Dubuque / Elenco: Ben Affleck, Anna Kendrick, J.K. Simmons, John Lithgow / Sinopse: Christian Wolff (Ben Affleck) é um auditor contábil, com problemas de autismo, que precisa sobreviver a inimigos do passado e do presente. Ele, com os anos, se tornou um arquivo vivo que precisa ser eliminado de todas as formas possíveis.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Testemunha do Silêncio
Entre os atores, como não poderia deixar de ser, quem acaba se destacando mesmo é Richard Dreyfuss. De tempos em tempos Dreyfuss passeia em comédias levemente divertidas, mas aqui preferiu trabalhar em um papel mais sério e centrado. Acertou em cheio, até porque embora seja um comediante nato ele também convence plenamente nesse tipo de personagem por causa de sua imagem, que mais se parece com a de um intelectual judeu de Nova Iorque ou um professor universitário em fim de carreira. Pela boa direção o cineasta Bruce Beresford acabou sendo indicado no prestigiado Berlin International Film Festival, arrancando uma memorável indicação ao Urso de Ouro, um dos prêmios mais conceituados do velho continente. Um reconhecimento merecido que serviu para ressaltar ainda mais a qualidade cinematográfica do filme como um todo. /
Testemunha do Silêncio (Silent Fall, Estados Unidos, 1994) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Richard Dreyfuss, Linda Hamilton, John Lithgow, Liv Tyler / Sinopse: Um thriller de suspense dos anos 1990, com ótimo elenco.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Interestelar
Já deu para perceber que não é uma ficção para quem andou cabulando as aulas de física no ensino médio não é mesmo? Pois bem. Se o espectador conseguir pelo menos pegar parte dessas nuances já terá feito alguma coisa. Na verdade o filme tem além de um roteiro excepcional uma direção de arte brilhante (que recria como seria alguns exoplanetas no universo) e efeitos especiais bem feitos e que trabalham em sintonia com a história que está contando. Provavelmente o filme vai agradar muito mais aos que já se interessam por esse tipo de tema. Os espectadores eventuais que não estejam dispostos a pensar muito vão acabar sofrendo para pegar tudo o que vê na sua frente. Não é um filme para amadores. "Interestelar" exige concentração e foco, algo que infelizmente falta em abundância no público que frequenta cinemas hoje em dia.
Interestelar (Interstellar, Estados Unidos, 2014) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan / Elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Michael Caine, John Lithgow, Ellen Burstyn, Jessica Chastain, Casey Affleck / Sinopse: Ex piloto do programa espacial é recrutado para uma nova missão da NASA. Ele deverá ir junto com sua tripulação em direção a um enorme "buraco de minhoca" cósmico em busca de respostas sobre três missões anteriores que não retornaram ao planeta Terra. O objetivo é procurar um novo lugar para colonização pela raça humana pois os recursos naturais da Terra estão virtualmente esgotados. O lema da missão passa a ser "A humanidade nasceu na Terra, mas não precisa morrer nela". Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado nas categorias de Melhor mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Design de Produção e Melhor Música Original.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 8 de setembro de 2015
2010 - O Ano Em Que Faremos Contato
Título no Brasil: 2010 - O Ano Em Que Faremos Contato
Título Original: 2010
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Hyams
Roteiro: Peter Hyams
Elenco: Roy Scheider, John Lithgow, Helen Mirren
Sinopse:
Baseado no livro de ficção escrito por Arthur C. Clarke, o filme "2010 - O Ano Em Que Faremos Contato" dá sequência aos acontecimentos vistos no clássico de Stanley Kubrick "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Uma nova expedição, dessa vez soviética, é enviada até os confins do sistema solar. O objetivo é chegar o mais rapidamente possível em Júpiter para descobrir o que teria acontecido com a tripulação da expedição anterior que desapareceu misteriosamente, sem deixar vestígios. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Som, Figurino, Maquiagem e Direção de Arte.
Comentários:
Acredito que seja um dos filmes mais subestimados da história. Há muitos pontos positivos, mas primeiro vamos comentar alguns probleminhas que a história apresenta nos dias de hoje. Em termos de futurologia o roteiro apresenta vários erros de previsão sobre o futuro. Acontece que no enredo do filme temos uma nave espacial soviética indo até Júpiter no ano de 2010. Tudo bem, na época em que o livro foi escrito era de se esperar que os russos tivessem mesmo capacidade no futuro para uma viagem espacial desse nível. Arthur C. Clarke só não contava que o muro de Berlim seria derrubado em 1989, colocando por terra todo o império socialista soviético naquele mesmo ano. Ele foi atropelado por um evento histórico que ninguém conseguiria prever na época. Outro fato que não se cumpriu, fruto de um otimismo típico dos anos 1960, vem da própria expedição humana rumo ao planeta Júpiter. No filme isso acontece em 2010 de uma forma quase rotineira. Pois bem, estamos em 2015 e até hoje a humanidade não conseguiu pisar em nenhum outro astro cósmico além da Lua. Nem o mais pessimista amante de astronomia dos anos 60 poderia antecipar um futuro tão decepcionante como esse!
Quem diria... Também não há nenhum sinal de contato com seres extraterrestres. A não ser que você considere as aparições de OVNIs como algo válido nesse sentido. Para a ciência séria porém nada aconteceu. Estamos na mesma. Enfim, esses são equívocos de previsão, afinal de contas ninguém pode antecipar com segurança o que aconteceria no futuro próximo. De qualquer maneira considero um filme muito bem realizado, com um enredo muito bom, que embora muitos não digam, seria fartamente copiado nos anos que viriam por outras produções de Hollywood. Uma maneira de balancear o lado mais intelectual do filme original com uma história mais acessível ao fã de ficção mais comum. Também não podemos negar que o elenco é excelente. Além de Roy Scheider e John Lithgow, dois atores que gosto bastante, ainda temos a presença da dama da atuação Helen Mirren. Elegância e sofisticação que salvam o filme no quesito atuação. Só ela já justificaria o interesse em todo o filme. Em suma, vale a pena rever o filme para uma boa revisão.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
O Mundo Segundo Garp
Título Original: The World According to Garp
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Roy Hill
Roteiro: John Irving, Steve Tesich
Elenco: Robin Williams, Glenn Close, John Lithgow, Mary Beth Hurt
Sinopse:
Um jovem escritor esforçado vê sua vida e obra dominadas por sua esposa infiel e sua mãe feminista radical, cujo manifesto de sucesso a transforma em um ícone cultural. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Glenn Close) e melhor ator coadjuvante (John Lithgow).
Comentários:
Uma das coisas mais tristes que presenciei nessa minha longa vida de cinéfilo foi a morte trágica do Robin Williams. Como era possível um ator como aquele, um comediante nato, um homem que ganhou a vida fazendo os outros rirem, se matar daquela forma? Como disse certa vez o Jô Soares, o suicídio era a ausência completa de humor na vida de uma pessoa. E como era possível um profissional que viveu do humor resolver tirar sua própria vida? Era algo bem triste. Esse filme aqui em questão é da fase primeira da carreira de Robin Williams no cinema. Ele vinha fazendo sucesso na TV, mas no concorrido mundo do cinema ainda não era ninguém relevante. Acabou que esse filme abriu as portas da sétima arte para ele. O resto, como todos já bem sabemos, é história.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 31 de março de 2015
Interestelar
Que Christopher Nolan é um dos diretores mais talentosos do cinema americano atual já não restam dúvidas. Qualquer filme assinado por ele já é motivo por si só para ser conferido, até de forma obrigatória, pelos cinéfilos mais antenados. Nessa produção Nolan resolveu ir além. Desde os primeiros momentos sabemos que ele vai explorar um tema que já foi muito caro na história da sétima arte. Não precisa ir muito longe para entender que o grande modelo seguido por Nolan foi o clássico de Stanley Kubrick, "2001 - Uma Odisseia no Espaço". O argumento basicamente segue os passos do clássico filme original. De certa maneira tudo pode até mesmo ser encarado como uma revitalização do tema ou até mesmo uma forma de tornar sua proposta mais acessível ao grande público. Obviamente que essa produção não tem a consistência filosófica e existencial do filme original. isso porém não se torna um problema. Acredito que Nolan quis apenas realizar uma ficção científica inteligente, lidando com temas da Astrofísica que estão bastante em voga atualmente. Se você não entende ou não curte ciência não precisa também se preocupar. Nolan escreveu seu filme de forma que seja acessível ao homem médio. Claro que conceitos relativos como tempo, espaço e gravidade, formam a espinha dorsal do enredo, mas isso pode ser entendido sem maiores problemas desde que você tenha ao menos uma base de física (até mesmo o feijão com arroz ensinado no ensino médio lhe trará algum apoio nesse sentido). Assim o que temos aqui é uma estória até simples, muitas vezes bem fantasiosa, com um background científico mais aprofundado. Algumas situações do roteiro chegam um pouco a incomodar pelas soluções fáceis demais que vão surgindo. Por exemplo, mesmo aposentado há anos o personagem de Matthew McConaughey é logo incorporado na missão espacial, assim quase da noite para o dia, algo que seria inimaginável em uma situação real. Parece que Nolan e seu irmão Jonathan capricharam nas tintas científicas de sua trama e se descuidaram um pouco de certos acontecimentos mais banais do enredo.
Além disso alguns aspectos dos planetas visitados são bem pueris (diria até primários) do ponto de vista astronômico, mas nada disso chega a se tornar um problema de complicada superação. O que vale mesmo em tudo é o conceito de dimensões paralelas explorada por Nolan, principalmente nas sequências finais quando temos uma verdadeira flâmula dos conceitos de multi universos dimensionais. Sim, alguns aspectos do roteiro serão banais, como a enésima exploração do tema de um planeta exaurido em seus recursos naturais, mas se pensarmos bem tudo isso nada mais é do que uma bengala narrativa para que Nolan desenvolva seu tema principal. No geral a família - que mais parece ter saído de um filme de Spielberg por causa da pieguice excessiva - acaba também servindo de uma ferramenta puramente narrativa para que o diretor desenvolva suas ideias mais científicas, as principais no final de tudo. Certamente Interestelar é um belo filme, com uma proposta que vai até mesmo soar intrigante nos dias de hoje. Poderia ser uma obra prima se Nolan fosse mais além mesmo, com coragem, como fez Kubrick no passado em sua obra cinematográfica imortal. Ao dar espaço para pequenas concessões comerciais em seu roteiro, Nolan perdeu talvez a grande chance de realizar a maior obra prima de toda a sua carreira. Nem sempre tentar agradar ao grande público que lota os cinemas comerciais pode compensar, olhando-se tudo sob esse ponto de vista, esse tipo de situação. De bom mesmo o que ficará dessa produção será o desenvolvimento de conceitos científicos e a bela mensagem de Nolan sobre a importância do amor, encarado quase como uma variável puramente astrofísica. Quem diria que um cineasta conseguiria reunir dois temas assim tão dispares em um mesmo pacote? Sensacional.
Interestelar (Interstellar, EUA, 2014) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan / Elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Michael Caine, John Lithgow, Ellen Burstyn, Jessica Chastain, Casey Affleck / Sinopse: Ex piloto do programa espacial é recrutado para uma nova missão da NASA. Ele deverá ir junto com sua tripulação em direção a um enorme "buraco de minhoca" cósmico em busca de respostas sobre três missões anteriores que não retornaram ao planeta Terra. O objetivo é procurar um novo lugar para colonização pela raça humana pois os recursos naturais da Terra estão virtualmente esgotados. O lema da missão passa a ser "A humanidade nasceu na Terra, mas não precisa morrer nela". Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado nas categorias de Melhor mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Design de Produção e Melhor Música Original.
Pablo Aluísio.