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sábado, 22 de junho de 2024

O Faraó do Êxodo?

O Faraó do Êxodo?
A Bíblia narra no velho testamento a história de Moisés e sua luta contra o Faraó para a libertação do povo hebreu que vivia como escravo no Egito Antigo. Essa narrativa não explicava e nem trazia o nome do Faraó envolvido em todo aquele período histórico. Qual teria sido então, dentre os mais de 120 faraós que comandaram o império do Egito Antigo, aquele que teria vivenciado todos aqueles acontecimentos marcantes como as pragas e a abertura do Mar Vermelho? Do ponto de vista da História e da Arqueologia essa é uma pergunta com muitos problemas a se resolver. Isso porque até hoje não se conseguiu comprovar sequer a existência de Moisés, nem tampouco de um deslocamento massivo de pessoas pelo deserto na época descrita pela Bíblia. E se nem a história do Êxodo parece verdadeira, como poderia ser crível descobrir sobre a real identidade do Faraó citado nos textos bíblicos?

A única fonte histórica sobre a existência de Moisés é a Bíblia. Esses textos referentes a essa história são datados de mais ou menos 500 anos antes de Cristo. Só que a história de Moisés, se aconteceu de fato, teria sido há mais de 3 mil anos no passado! Então há mesmo uma grande diferença entre o tempo em que a história se passa e o tempo em que esses textos foram escritos. Há mais de 2 mil anos de diferença separando os dois períodos. Então a primeira conclusão é de que os escribas que escreveram os textos do Êxodo não o vivenciaram. Não são testemunhas oculares. Tampouco foi Moisés quem escreveu aqueles textos como reza a mais antiga tradição do Judaísmo. 

De qualquer forma, partindo da suposição de que a história foi real (algo que a História ainda não conseguiu comprovar, temos que salientar isso), o Faraó do Egito Antigo que teria vivenciado tudo aquilo só poderia ter sido um, segundo os especialistas. Ele seria o grande Ramsés II (ou Ramessés II). Esse foi muito provavelmente o maior Faraó da História, o grande construtor e conquistador. Embora hoje em dia muitos historiadores concordem que ele também foi o primeiro a usar a propaganda política em larga escala em prol de seu próprio nome e poder, exagerando muitas vezes seus méritos e conquistas reais, o fato é que esse Faraó realmente foi um líder marcante na história antiga. 

Ramsés II governou o Egito Antigo com mãos de ferro, como aliás todos os Reis desse antigo império. Ele mandou reformar os grandes templos, mandou erguer grandes estátuas de si mesmo e conseguiu vencer no campo de batalha os grandes inimigos do Egito, como os hititas. Tudo nesse Faraó era superlativo. Ele teve mais de 100 filhos com mais de 50 mulheres diferentes que faziam parte de seu harém. Governou por mais 60 anos, tendo vivido 90 anos em uma época em que a média de idade dos homens mal passava dos 35 anos. Foi realmente um monarca que marcou aquele tempo. Seu longo reinado durou de 1279 a 1213 a.C.

Só que nada do que foi escrito sobre Ramsés nas paredes dos antigos templos do Egito dizem respeito a Moisés, que na história da Bíblia teria que ser de sua família, mesmo sendo um parente adotivo. Nenhum papiro, nenhum texto do Egito Antigo cita Moisés, nem as pragas, nem a fuga dos hebreus rumo à Terra Prometida. Nada. Os registros do Egito não mencionam ninguém como Moisés. E para piorar ainda tudo, a história de Moisés é muito semelhante ao texto de Sargão da Acádia, uma lenda muito mais antiga, de outros povos da antiguidade. Teriam os escribas apenas plagiado a mitologia de outras culturas? Para os historiadores, arqueólogos e pesquisadores, essa parece ser a conclusão mais correta. Assim Moisés nunca teria existido de fato, sendo apenas um personagem de ficção. Já Ramsés II realmente existiu. E quem tiver dúvidas pode inclusive se encontrar com ele cara a cara, pois sua múmia (muito bem preservada, por sinal) está exposta em lugar de destaque no fabuloso museu do Cairo, no Egito. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 9 de junho de 2024

O Faraó Menino

O Faraó Menino
Tutancâmon se tornou faraó do Egito antigo com apenas oito anos de idade! O maior império do mundo naquela época passou a ser governado por uma criança! Ele era filho do Faraó Akhenaton que teve um reinado particularmente tumultuado. Seu pai tentou por decreto banir todos os deuses do Egito. De uma só decisão deixaram de existir no panteão da religião deuses amados pelo povo como Amón, Ísis, Osíris, Hórus e todos os demais. A partir de sua decisão apenas um deus seria louvado no Egito, o Deus Atón, associado ao Sol. Claro que essa decisão gerou muita revolta entre os sacerdotes, a nobreza e o povo. Templos foram fechados e o clero perseguido. Considerado o maior dos hereges, Akhenaton acabou sendo alvo de conspirações. Para alguns historiadores ele foi envenenado. 

Depois de sua morte a coroa teria que ir para alguém. Seu filho era o sucessor natural, mas era uma criança. Ainda assim a corte o colocou no trono. Uma das primeiras decisões do Faraó Menino foi restaurar todo o panteão do Egito. Os amados deuses do povo voltaram. Houve muita celebração, com o povo em prantos, em procissões que iam até os templos. Foi uma era de grande comoção religiosa no reino. O próprio nome do novo faraó fazia uma referência direta ao maior dos deuses, Amón. Apesar da ideia de um só deus ter sido muito combatida na época, o fato é que houve um legado. Alguns defendem a ideia de que Akhenaton teria criado a ideia do deus único, que depois seria seguido pelos hebreus ao determinar que apenas Yahweh (o deus da bíblia) seria o único deus. Assim esse faraó, mesmo caindo em desgraça, lançou as bases do monoteísmo que depois de séculos iria prevalecer entre as grandes religiões do mundo. 

O menino Tutancâmon teve um reinado curto. Havia conspirações demais dentro da corte para que sobrevivesse por muito tempo. Muitos altos sacerdotes e membros da elite política queriam que ele morresse. O poder de certa maneira estava de volta em suas mãos. E o jovem faraó deveria morrer. Assim foi feito. O jovem morreu com apenas 18 anos de idade. Nos 10 anos que passou como faraó acabou sendo apenas uma marionete de homens ricos e poderosos do Egito. Pagou com sua própria vida. 

E como teria morrido Tutancâmon? Duas teorias são as mais aceitas pela arqueologia e pela História. A primeira é que ele teria sido assassinado brutalmente com uma forte pancada na parte de trás de sua cabeça. Um golpe dado na base da traição, por suas costas, provavelmente dado por alguém de sua confiança. A outra teoria afirma que seu carro de combate teria sido sabotado e o jovem teria caído dela em alta velocidade, batendo a cabeça no chão. Nas duas situações fica claro que algum conspirador colocou seu plano de assassinato em frente e que esse, para infelicidade do faraó, teria sido bem sucedido. 

Por ter sido tão jovem e por ter governado por tão pouco tempo, o faraó Tutancâmon teria sido logo esquecido pela História, pois dentro dos mais de 120 faraós do Egito antigo ele certamente não foi dos mais destacados. Só que ele acabou se tornando um dos mais conhecidos porque foi o único que teve sua tumba descoberta com todos os tesouros e artefatos preservados. No Egito antigo todas as tumbas dos faraós viravam alvos de ladrões. Por essa razão a descoberta da tumba intacta de Tutancâmon no vale dos Reis acabou sendo considerada a maior de todos os tempos. Até os dias de hoje nada se compara em termos de beleza e riqueza. E assim o Faraó Menino conseguiu o que tanto desejava: a imortalidade de seu nome.

Pablo Aluísio. 

As Origens de Cleópatra

As Origens de Cleópatra
A Rainha do Egito, mesmo após tantos séculos de sua morte, ainda desperta paixões! E isso nada tem a ver com Roma ou com a morte de César, mas sim com sua aparência pessoal. É curioso porque na antiguidade isso não era tão vital, porém atualmente, para se provar seu ponto de vista, isso acaba se tornando crucial! Recentemente vi em uma rede social uma extensa polêmica envolvendo a cor da pele da Rainha do Egito Cleópatra.

Teria sido ela uma mulher negra ou branca? Na verdade a resposta a essa pergunta é bem mais simples do que parece. Basta descobrir de onde vinha a linhagem nobre da família de Cleópatra, de onde ela descendia geneticamente, quem eram seus pais e avôs. Cleópatra na verdade pertencia à dinastia dos Ptolomeus. O que isso significa exatamente? Significa que ela tinha origem genética grega, pois a família dos Ptolomeus não era originária do Egito, como os antigos faraós das dinastias do passado, mas sim de invasores gregos que dominavam o Egito desde os tempos de Alexandre, o Grande.

Ptolomeu foi o general de Alexandre, o Grande, que herdou o Egito depois da morte do grande conquistador. Uma vez instalado lá ele deu origem a uma linhagem de descendentes que ficaram no poder por séculos no Egito. Essa linha nobre passou a se chamar dinastia dos Ptolomeus, os filhos, netos, bisnetos e as gerações que sucederam, todas provenientes inicialmente desse grande general grego. Cleópatra era uma de suas descendentes. Um fato que reforça ainda mais a tese de que ela era uma europeia branca é que os membros dessa dinastia jamais se casavam com pessoas fora de sua família, tudo para manter o poder entre eles mesmos. Primos casavam com primos, tios com sobrinhas e até irmãos com irmãs! Para um Ptolomeu o mais importante era manter o trono do Egito dentro dos laços familiares, fosse qual fosse o preço a se pagar por isso.

Assim a Rainha Cleópatra era realmente branca e não negra como alguns defendem. Outro aspecto digno de nota é que em nenhuma representação antiga da Rainha que conseguiu sobreviver ao tempo ela aparece representada como uma mulher negra, pelo contrário. Sua esfinge é claramente a de uma mulher branca, inclusive com o nariz tão característico dos membros descendentes de Ptolomeu. Assim a dúvida fica historicamente devidamente sanada. Todos os quadros, pinturas e até mesmo representações de Hollywood, com a rainha sendo interpretada pela atriz Elizabeth Taylor, por exemplo, não estão errados do ponto de vista histórico. Ela era realmente branca, de descendência grega e europeia.

Pablo Aluísio. 

domingo, 19 de maio de 2024

Rainha Nefertiti

Rainha Nefertiti
Nerfetiti foi rainha do Egito Antigo há três milênios. Ela era a esposa do Faraó Amenofis IV que acabaria sendo mais conhecido na História pelo segundo nome que adotou, Akhenaton. O que fascina em relação a essa rainha é que um busto de sua época, em excelente estado de conservação, foi descoberto nas areias de um antigo templo e levado para um importante museu de Berlim. Até hoje a arte impressiona os visitantes. E impressiona ainda mais a beleza dessa Rainha do passado. 

O curioso é que os historiadores não sabem muito sobre essa Rainha. Nefertiti, cujo nome significa "A Bela Chegou" pode ter sido uma princesa estrangeira pelo qual o jovem Faraó do Egito se apaixonou. Com ela teve seis filhos. Dizia-se que era tão bela que muitos a consideravam a encarnação da Deusa da Beleza na mitologia do Egito. A mesma Deusa que promovia a cheia do Rio Nilo, 

Ainda hoje se debate se o rei Tutancâmon era o sétimo filho de Nerfertiti. Embora ela fosse a Rainha consorte do Faraó, esse como todo Rei da Antiguidade tinha muitas esposas secundárias. Assim O Rei Tut poderia ser muito bem filho de algumas dessas outras mulheres. Ou também é provável que ele fosse filho de Nefertiti. Como a Múmia e a Tumba dessa Rainha ainda não foi descoberta só um exame de DNA confirmaria ela como a mãe do chamado Faraó Menino. 

Nerfetiti foi tragada pelo caos que tomou o Egito Antigo após o seu marido, o Faraó Akhenaton ter abolido todos os antigos deuses do panteão da religião do Egito. Ele determinou que haveria apenas um Deus, o Deus Sol, Aton, que ele venerava. Isso enfureceu a classe de sacerdotes que após alguns anos finalmente conseguiu destruir o governo desse Faraó. A partir daí a Rainha também desapareceu dos registros antigos. Não se sabe qual foi seu final, mas uma coisa é certa, ela se tornou eterna por causa da beleza do busto que foi descoberto nas areias perdidas do Egito. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 12 de maio de 2024

A Rainha Faraó

A Rainha Faraó
O título de Faraó no Egito Antigo era exclusivo para os Reis, para a linhagem masculina dos herdeiros ao trono. Assim duas regras eram sagradas: O Faraó só poderia ser um homem e apenas homens se tornavam Reis do Egito Antigo. As Rainhas eram apenas as esposas dos Faraós ou então Regentes temporárias e provisórias do verdadeiro Faraó que poderia estar impedido de assumir suas funções por questões de saúde ou idade. 

Bom, assim foi por milhares de anos, mas como em toda regra há exceções, também houve uma quebra dessas antigas regras sagradas nessa linhagem monárquica. A princesa Hatshepsut iria mudar todas essas regras. Ela era a filha mais velha do Faraó Tutmés II. Seu pai tinha saúde muito frágil pois sofria desde jovem com problemas sérios do coração. Por essa razão não viveu muito e teve apenas dois filhos, a própria princesa Hatshepsut e seu irmão, um garotinho de 3 anos de idade. Assim quando o Faraó morreu criou-se um grande problema. Os dois herdeiros ao trono eram jovens demais para assumir o controle de uma potência como o Egito. 

A princesa Hatshepsut com apenas 16 anos de idade assumiu o trono como Rainha Regente de seu irmão, evitando assim um golpe de Estado que se armava no horizonte. Ela iria comandar o Egito enquanto ele atingisse a idade certa para se tornar Faraó. E para surpresa de todo o Reino a jovem Rainha se saiu muito bem. Ela era inteligente e focada nos assuntos do Estado. Realmente não havia reclamações por parte do povo e tudo corria bem. 

Para agradar o clero ela também assumiu o título de esposa de Amón, o principal deus do Egito. Com isso ganhava a confiança e o apoio da classe sacerdotal. Mandou restaurar o antigo templo de Amón e cercou os sacerdotes com privilégios. Também ganhou o apoio do Exército, colocando no posto de general apenas homens honrados, honestos e que tinham provado seu valor no campo de batalha. Abriu rotas comerciais que garantiam o comércio das principais cidades do Egito. Enfim, mostrou ser de fato uma excelente Rainha.

Só que a jovem Rainha Regente também era muito ousada, dessa forma decidiu que iria assumir o trono não apenas como Regente, mas também como a primeira Faraó da história do Egito Antigo. Colocou barbas postiças e vestiu o famoso figurino dos Faraós.  O gesto chocou os sacerdotes do Templo e o povo. Era uma transgressão! Isso acabou selando o destino de Hatshepsut. Ela perdeu o apoio do povo e acabou caindo em desgraça, embora fosse uma ótima administradora, levando o Egito para um dos seus momentos de glória em toda a sua história. De certa forma essa foi uma grande pioneira na valorização do poder feminino, mostrando que também poderia ser uma boa Faraó como qualquer outro homem que tivesse vindo antes dela. Aliás foi bem melhor do que muitos Faraós do passado. Uma interessante lição de história sobre o papel das mulheres na construção desse grande império da antiguidade. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Egito Antigo - Faraó Quéops

Quéops é o nome em grego do faraó Khufu, que reinou no século 26 antes de Cristo no Egito Antigo. Khufu foi o segundo faraó da quarta dinastia. Ele herdou o trono de seu possível pai, o faraó Sneferu. Seu nome poderia ter sido apagado nas areias do tempo se não fosse pela famosa pirâmide construída em Gizé. A maior pirâmide leva justamente seu nome. Uma das sete maravilhas do mundo antigo se tornou o maior monumento construído pela humanidade por séculos. Até hoje se debate como construções daquelas proporções foram possíveis em uma era tão remota da história, onde a tecnologia e os conhecimentos ainda eram rudimentares.

Infelizmente por ter reinado em um tempo muito remoto da história pouco sobrou sobre sua verdadeira biografia. Existem algumas tradições e lendas, mas nenhum documento verdadeiramente importante comprovando aspectos biográficos de sua vida e seu reinado.Até mesmo sua tumba, localizada no centro da grande pirâmide foi encontrada sem pinturas ou escritos que trouxessem maiores informações sobre esse faraó.

A única imagem de sua vida provém de uma pequena estatueta de marfim de apenas 3 polegadas que foi encontrada em um templo em ruínas localizado em Abydos no ano de 1903 (foto acima). Todas as demais estátuas e relevos desse faraó não sobreviveram ao tempo. Algumas foram encontradas destruídas, com pequenos fragmentos impossíveis de serem restauradas. Assim as poucas informações sobre esse monarca do Egito Antigo foram encontradas em sua necrópole em Gizé. Documentos antigos, de complicada comprovação histórica também trazem pequenas historietas sobre Khufu. 

Esses registros datam de aproximadamente 300 antes de Cristo. Os historiadores romanos e gregos Manetho, Diodoro e Heródoto o descrevem como um tirano sanguinário. Um assassino de massas que usou seu poder sem limites para aniquilar os povos inimigos e quaisquer tipo de oposição interna ao seu reino. Ele teria sido pouco misericordioso, promovendo decapitações em centenas de inimigos. Curiosamente os textos também trazem pequenos elogios à administração do faraó, afirmando que ele procurou preservar o maravilhoso patrimônio histórico cultural do Egito durante seu longo reinado que teria durado de 16 a 27 anos - a data precisa também se perdeu nas areias do tempo.De uma forma ou outra seu nome ficou eternizado mesmo pela grande pirâmide, essa um monumento da grandeza do homem em realizar obras magníficas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Os Segredos de Saqqara

Título no Brasil: Os Segredos de Saqqara
Título Original: Secrets of the Saqqara Tomb
Ano de Lançamento: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: James Tovell
Roteiro: James Tovell
Elenco: Ahmed Zikrey Abdellhak, Ghareeb Ali Mohammed Abushousha, Nabil Eldaleel, Mustafa Abdo Sadek Mahmoud

Sinopse:
Documentário da Netflix que mostra uma expedição de arqueólogos na região de Saqqara. Todos em busca de tumbas da realeza do antigo Egito. Acabam descobrindo uma curiosa tumba de uma família real. Que segredos aquela tumba poderia revelar para os estudiosos? As areias do tempo, pelo visto, deixaram suas marcas.

Comentários:
Eu sempre gostei muito desse tipo de documentário sobre o Egito antigo. Essas buscas por Tumbas, que tem em média 4000 a 5000 anos, realmente fascina aquele que gosta de história de um modo em geral. Pena que por ser tão antigas, as maiorias dessas tumbas já foram saqueadas por invasores ao longo dos séculos. Afinal, esses Nobres do Egito antigo se enterravam com todos os seus bens. Inclusive ouro e pedras preciosas. Então os ladrões de tumbas não deixavam barato, estavam sempre buscando esses tesouros enterrados. O foco desse documentário não é a escavação de uma tumba faraônica, mas sim de tumbas antigas da nobreza. Todas muito bem elaboradas, com desenhos e hieróglifos milenares em suas paredes. Realmente ser um arqueólogo no Egito se torrna algo bem trabalhoso. E nem sempre as descobertas são tão recompensadoras. Muitas vezes, apenas a busca é que torna tudo tão interessante.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Cleópatra

É curioso notar como a rainha Cleópatra sempre foi retratada no mundo das artes. Uma mulher poderosa, sensual, extremamente sexualizada e igualmente perigosa. Essa imagem que sobreviveu aos milênios foi construída e muito pelos seus próprios inimigos. Costuma-se dizer que a história sempre é contada pelos vitoriosos. Como ela foi derrotada pelo imperador romano Augusto muito do que temos hoje em mente dessa rainha vem justamente da forma como os romanos a enxergavam.

E isso é meio trágico porque grande parte dessa imagem foi construída em cima de interesses políticos. Era necessário destruir sua imagem pública para que ela jamais tivesse a ousadia de aspirar Roma para si. Até porque ela teve um filho com Júlio César. Esse menino tinha mais direitos do que o próprio Augusto que era apenas o sobrinho de César. Assim antes que ela almejasse chegar em Roma com seu filho foi necessário destruir sua reputação, sua imagem. Por isso a rainha era geralmente retratada como prostituta, amante infiel, mulher fatal, tal como se fosse uma versão de Lilith, a primeira mulher de Adão que destruiu aquele que deveria ser o primeiro casal da criação.

Hoje em dia historiadores procuram pela sua verdadeira personalidade. Sim, provavelmente ela fosse uma mulher perigosa. Ela fazia parte da dinastia dos Ptolomeus. Isso significava que ela era na verdade mais grega do que egípcia. Nessa dinastia era comum as mulheres matarem seus homens em busca do poder absoluto. Irmãs matavam irmãos, pais matavam filhos, filhos matavam pais. Era realmente um banho de sangue. A própria Cleópatra muito provavelmente mandou matar seu irmão mais jovem. Era assim que as coisas funcionavam naqueles tempos da antiguidade.

Porém é fato também que ela tinha muitas qualidades. Era uma mulher letrada, que falava várias línguas. Uma mulher inegavelmente culta. Afinal a tão famosa Biblioteca de Alexandria ficava literalmente em seu quintal, como parte do Palácio real. Ela também teve uma educação primorosa em filosofia, geometria, literatura, poesia e até astronomia. Esses setores eram essenciais entre os gregos que dominaram o Egito em sua época. No jogo da política a rainha também sabia que o sexo poderia ser usado como forma de alcançar o poder. E ela não se furtou disso, usando homens poderosos como Júlio César e Marco Antônio como amantes convenientes no tabuleiro da violenta política do Mediterrâneo. Só não espere que essa rainha tenha sido boba nesses relacionamentos. Muito pelo contrário, ela soube como poucas usar de sua feminilidade para alcançar tudo aquilo que almejava.

Pablo Aluísio.