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quinta-feira, 6 de junho de 2024

Assassinos da Lua das Flores

Título no Brasil: Assassinos da Lua das Flores
Título Original: Killers of the Flower Moon
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Apple Studios
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Eric Roth, Martin Scorsese
Elenco: Leonardo DiCaprio, Robert De Niro, Lily Gladstone, John Lithgow, Brendan Fraser

Sinopse:
No começo do século XX um bando de caipiras de interior, homens brancos criminosos, começam a se casar com nativas herdeiras de vastas terras com muito petróleo em seu subsolo. Após o casamento eles planejam envenenar suas esposas, tudo com o claro objetivo de se tornarem os únicos donos do rico ouro negro! Filme indicado ao Oscar em dez categorias. 

Comentários:
Não me entenda mal, Martin Scorsese continua sendo um mestre do cinema, mas inegavelmente esse seu novo filme apresenta problemas. E é um problema conceitual. Veja, os personagens principais da história são seres asquerosos, repugnantes. Basicamente homens brancos que se aproveitavam de mulheres indígenas para roubar suas terras cheias de petróleo. E como atingiam seus objetivos? Casando com elas e depois as matando envenenadas! Como alguém em sã consciência vai criar um vínculo com esse tipo de pessoa? Não dá! E Scorsese falha miseravelmente ao tentar retratar esses caipiras homicidas com uma lente de leve simpatia e bom humor! Ficou bizarro! Eu lamento tudo isso porque o filme é tecnicamente impecável. Apresenta uma ótima produção, roteiro bem escrito e elenco classe A - embora os astros interpretem esses seres humanos de quinta categoria! Outro ponto que acredito que Scorsese errou foi na duração do filme. Mais de três horas de duração em uma história que com uma edição mais equilibrada seria contada no tempo médio dos filmes atuais. Até porque esses jovens atuais não aguentam mesmo ficar 3 horas no cinema assistindo a um filme! Alguém deveria ter alertado Scorsese sobre isso. Enfim, filme muito bem realizado, mas com uma postura equivocada em relação aos principais personagens nessa história de crime que se propõe a contar. 

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de abril de 2024

O Último Magnata

Título no Brasil: O Último Magnata
Título Original: The Last Tycoon
Ano de Lançamento: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Elia Kazan
Roteiro: F. Scott Fitzgerald, Harold Pinter
Elenco: Robert De Niro, Anjelica Huston, Theresa Russell, Jack Nicholson, Donald Pleasence, Robert Mitchum, Tony Curtis, John Carradine

Sinopse:
Baseado no romance escrito por F. Scott Fitzgerald, o filme "O Último Magnata" conta a história de um famoso e poderoso produtor de cinema em Hollywood durante a década de 1930. Ele tenciona transformar dois jovens atores em grandes astros, ao mesmo tempo em que disputa o controle de um dos grandes estúdios de Hollywood. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de arte. 

Comentários:
Hollywood olha para si mesma, para seu passado e tenta entender o que se perdeu com o passar dos anos. Assim eu vejo esse filme que foi muito elogiado na época de seu lançamento original, embora não tenha feito boa bilheteria. Atribuo isso a um fato até relativamente fácil de compreender. Para realmente apreciar esse filme o espectador tem que ter uma boa base de conhecimentos históricos sobre o passado da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Por aí já se tira que nem todo muito possui esse tipo de conhecimento e muitos nem sequer vão ter interesse em conhecer. Por isso esse é um filme de nicho, para cinéfilos mesmo. De bom temos uma boa reconstituição histórica e como não poderia deixar de ser, mais uma bela interpretação de Robert De Niro. A direção ficou com o mestre Elia Kazan. Nome mais indicado para contar esse tipo de história não havia. Pena que ele já estava bastante envelhecido quando dirigiu o filme. Já estava se despedindo do cinema, então seus melhores dias já pertenciam ao passado. Enfim faltou, em meu ponto de vista, mais glamour da velha Hollywood. Esse clima de elegância e luxo parece mesmo que se perdeu nas areias do tempo. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de março de 2024

1900

Título no Brasil: 1900
Título Original: Novecento
Ano de Lançamento: 1976
País: Itália, França
Estúdio: Artemis Films
Direção: Bernardo Bertolucci
Roteiro: Giuseppe Bertolucci, Bernardo Bertolucci
Elenco: Robert De Niro, Gérard Depardieu, Dominique Sanda, Paolo Nicole, Francesco Napoli

Sinopse:
O filme conta a história de dois amigos de infância que vivem na virada do século XIX para o século XX. É um momento de intensa vida política em seu país e eles acabam, com o passar dos anos, ficando em lados opostos dessa visão política da vida. Na luta de classes do começo do século eles acabam em lados opostos, lutando um contra o outro. 

Comentários:
Eu me recordo quando esse filme foi lançado no Brasil em VHS pelo selo CIC nos anos 80. Foi um lançamento badalado porque, apesar de ser um filme antigo, dos anos 70, a crítica se debruçou em elogios e mais elogios. De certa forma foi um dos picos do cinema italiano, que se sentia forte o suficiente para contratar atores de Hollywood, gastando milhões em uma produção requintada. Apesar de tudo isso a favor nunca consegui gostar muito desse filme. Ele tem uma duração excessiva, excesso também de personagens, muitos secundários que entram e somem dentro da história, que muitas vezes é mal conduzida. Além disso o teor da mensagem do roteiro é claramente socialista e muitas vezes o filme se torna panfleto de propaganda da ideologia de esquerda. Enfim, nunca ficou entre os meus filmes preferidos nem do Bernardo Bertolucci e nem muito menos do Robert De Niro. Ao longo de suas carreiras eles fizeram coisa bem melhor. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Estranha Obsessão

Título no Brasil: Estranha Obsessão
Título Original: The Fan
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: Peter Abrahams, Phoef Sutton
Elenco: Robert De Niro, Wesley Snipes, Ellen Barkin, John Leguizamo, Benicio Del Toro, Patti D'Arbanville

Sinopse:
Nesse thriller de suspense o ator Robert De Niro interpreta Gil Renard, um vendedor fracassado de meia idade. Quando tudo desmorona em sua vida pessoal e profissional ele se volta para o fanatismo que sempre teve pelos esportes, criando uma obsessão em torno de um atleta que passa a ser alvo de sua insanidade doentia. 

Comentários:
Bom filme, com roteiro muito bem desenvolvido em torno da saúde mental do principal personagem, aqui sendo vivido pelo sempre bom Robert De Niro. Ele aliás tem mesmo um longo histórico de intepretação de personagens mentalmente perturbados. Basta lembrar do motorista de táxi de Nova Iorque em "Taxi Driver", um dos grandes clássicos de sua rica filmografia. Aqui ele dá vida a essa outra pessoa que percebe que tudo está desmoronando ao seu redor. Chegando numa determinada idade ele finalmente vê que tudo foi em vão. Assim cria um foco obsessivo e violento com seu fanatismo esportivo e as coisas ruins sobram para um atleta que parecia alheio a tudo isso. Um bom retrato de uma pessoa vazia, que só consegue extravasar suas frustações da pior forma possível, com muito ódio e violência sem freios. A direção é de Tony Scott, irmão de Ridley, que se matou precocemente. Sempre considerei ele um cineasta dos mais talentosos de sua geração em Hollywood. 

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de outubro de 2023

Sleepers: A Vingança Adormecida

Título no Brasil: Sleepers: A Vingança Adormecida 
Título Original: Sleepers
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Polygram Filmed Entertainment
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Lorenzo Carcaterra, Barry Levinson
Elenco: Robert De Niro, Kevin Bacon, Brad Pitt, Dustin Hoffman, Minnie Driver, Vittorio Gassman

Sinopse:
Depois de muitos anos, quatro amigos de infância e juventude se reencontram. As lembranças se tornam dolorosas porque eles na época cometeram um crime, foram presos e brutalizados na prisão. Superar tudo no presente será um novo desafio. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música Original (John Williams). 

Comentários:
Em 1996 um jovem astro em ascensão chamado Brad Pitt atuou em um filme com o título de "Sleepers: A Vingança Adormecida", Dirigido pelo cineasta Barry Levinson, o filme contava com um grande elenco, cheio de astros, entre eles Robert De Niro, Kevin Bacon e Dustin Hoffman. No meio de tanta gente famosa, ficou um pouco mesmo complicado se destacar. É um filme bem interessante, mostrando quatro amigos de infância que foram detidos ainda na juventude, por onde sofreram todos os tipos de abusos e agressões. Muitos anos depois se reúnem e decidem se vingar de quem os violentou no passado. O filme não fez tanto sucesso, apesar dos nomes envolvidos, mas é um dos melhores da filmografia do ator, principalmente pelo seu roteiro, muito bem escrito. Além disso foi por demais interessante para Pitt atuar com tantos nomes consagrados de Hollywood ao mesmo tempo. Como ele mesmo disse em entrevista foi um "verdadeiro aprendizado". Provavelmente não fez o sucesso devido por causa do tema pesado. De qualquer forma deixo a dica desse excelente drama dos anos 90. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Backdraft - Cortina de Fogo

Backdraft é um termo técnico em inglês que retrata um evento físico que ocorre quando se abre uma porta de um ambiente que esteja pegando fogo. Ao entrar em contato com o oxigênio do exterior o fogo ganha uma dimensão ainda maior, se avolumando em imensas labaredas, resultando tudo em uma grande explosão. É algo até comum de acontecer e nem precisa esclarecer que também é uma situação de extremo perigo para os bombeiros. O roteiro desse filme aliás explora justamente o universo desses bombeiros, ao mostrar a vida de dois irmãos de Chicago que entram na corporação da cidade. Eles também possuem suas diferenças, mas precisam superá-las ao trabalharem juntos no mesmo esquadrão. Considero um dos melhores filmes já realizados sobre bombeiros até hoje. Além da boa trama em si, o filme ainda apresenta ótimas sequências de ação, principalmente no combate a incêndios por toda a cidade. 

É curioso que tenha anos depois inspirado a realização de uma série popular nos EUA chamada "Chicago Fire" que também vai pelo mesmo caminho. Por fim "Backdraft" ainda traz Robert De Niro no elenco, fazendo um tipo de papel que ele acabou se acostumando bem, a de coadjuvante de luxo. È interessante perceber que De Niro em determinado momento de sua carreira preferiu deixar de lado a responsabilidade de estrelar grandes produções, com alto risco, para se acomodar em personagens coadjuvantes de produções menores, onde o risco de sair arranhado caso o filme não fizesse o devido sucesso, era bem menor. De uma maneira ou outra esse filme merece a recomendação por ser bem realizado e por ter uma trama interessante. Além disso, por incrível que pareça, não ficou datado, servindo ainda hoje como uma boa diversão. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Som. Indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Visuais. Também indicado ao MTV Movie Awards nas categorias de Melhor Filme e Melhor Sequência de Ação. 

Backdraft - Cortina de Fogo (Backdraft, Estados Unidos, 1991) Direção: Ron Howard / Roteiro: Gregory Widen / Elenco: Kurt Russell, William Baldwin, Robert De Niro / Sinopse: O filme conta a história de um grupo de bombeiros que precisa sobreviver a cada chamada de emergência, com destaque para os novatos que precisam aprender os segredos da profissão com os bombeiros mais velhos e mais experientes no combate ao fogo. 

 Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O Enviado

Vou ser sincero aqui. Apesar de ser um dos grandes atores da história do cinema americano, Robert De Niro só fez um grande filme nesse gênero de suspense e (quase) terror. Estou me referindo ao ótimo "Coração Satânico" de 1987 onde ele contracenou com Mickey Rourke e foi dirigido pelo genial Alan Parker. Depois disso, pelo menos nesse gênero específico, o "Bob Milk" (seu apelido de infância e adolescência em Nova Iorque) nunca mais acertou! Nem com um grande bastão de beisebol em mãos... todos os seus demais filmes nesse nicho foram bolas foras!

Esse "O Enviado" não fugiu disso. É um filme fraco que pegou carona com aquela coisa toda de clones que foi muito falado na época de lançamento do filme. Pois é, os clones estavam na moda, com as pessoas discutindo se era ou não ético clonar seres humanos... E se fossem clonados o que iria acontecer? Os clones teriam as mesmas características e personalidades dos clonados? E se pessoas falecidas fossem clonadas, o que iria acontecer? Claro que o roteiro do filme não ousa (e nem quer) discutir esses temas seriamente. Só quer, no final das contas, dar uns sustinhos nos espectadores. Nesse ponto, temos que falar a verdade, a coisa não saiu tão bem. Em termos de terror e suspense esse filme deixa bastante a desejar. Melhor rever "Angel Heart" mesmo. Fica a dica.

O Enviado (Godsend, Estados Unidos, 2004) Direção: Nick Hamm / Roteiro: Mark Bomback / Elenco: Robert De Niro, Greg Kinnear, Rebecca Romijn, Cameron Bright / Sinopse: Um casal concorda em clonar seu filho falecido, sob a supervisão de um médico enigmático, mas coisas bizarras começam a acontecer vários anos após seu renascimento.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de março de 2021

Assassinos de Aluguel

Título no Brasil: Assassinos de Aluguel
Título Original: Freelancers
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Grindstone Entertainment
Direção: Jessy Terrero
Roteiro: L. Philippe Casseus
Elenco: 50 Cent, Robert De Niro, Forest Whitaker, Malcolm Goodwin, Ryan O'Nan, Anabelle Acosta

Sinopse:
O filho de um policial assassinado se torna também um policial. Só que ele se envolve com o lado podre da polícia, com tiras que cobram propina e até se envolvem com tráfico de cocaína em Nova Iorque. Com o tempo ele vai descobrindo os responsáveis pela morte de seu pai no passado.

Comentários:
Esse filme policial chamado "Assassinos de Aluguel" prova uma coisa: 50 Cent não é e nunca será um ator. Ele é péssimo, ruim demais. Uma coisa que chega a causar vergonha. Um desrespeito para o espectador. Seu nível de atuação se aproxima do zero. Quando surge em cena o filme que até vinha dando alguns voos de galinha volta a afundar completamente. Talvez por ser tão ruim os produtores escalaram dois ótimos atores como coadjuvantes. Porém Robert De Niro e Forest Whitaker não conseguem salvar o filme do desastre. O roteiro é muito ruim também, aquela velha história de vingança envolvendo a figura do pai. Quantas vezes você já não viu isso? De qualquer forma esse filme não teria salvação e as coisas só pioram ainda mais quando o protagonista não é um ator. Pior do que isso, ele é basicamente um amador que não faz o menor esforço para parecer menos ruim. Alguém que não tem a menor noção do que é verdadeiramente atuar. 50 Cent nesse quesito pode facilmente estar na lista dos piores de todos os tempos. Deus me livre!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

As Filhas de Marvin

Título no Brasil: As Filhas de Marvin
Título Original: Marvin's Room
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Scott Rudin Productions, Tribeca Productions
Direção: Jerry Zaks
Roteiro: Scott McPherson
Elenco: Diane Keaton, Meryl Streep, Leonardo DiCaprio, Robert De Niro, Hume Cronyn, Gwen Verdon

Sinopse:
Após sofrer um derrame, Marvin passa a ser cuidado por sua filha Bessie (Diane Keaton). Vinte anos depois, ela descobre que está com leucemia e que nessa situação delicada de saúde precisará da ajuda de sua irmã Lee (Meryl Streep), que não vê há anos. O reencontro das duas irmãs vai acabar gerando um choque de personalidades.

Comentários:
Esse filme ainda hoje é considerado um dos melhores dramas produzidos nos anos 90. Foi produzido em parte pela produtora do ator Robert De Niro que generosamente interpreta o papel coadjuvante de um médico na história. Além de De Niro o filme ainda tem um elenco maravilhoso. Diane Keaton interpreta a irmã sofredora que passou a vida toda cuidando do pai doente, abrindo mão de sua própria vida pessoal. Meryl Streep é a irmã que foi embora, teve uma vida e passou todo esse tempo negligenciando seus familiares. Seu retorno não vai ser isento de crises e dramas. E completando esse ótimo elenco o filme ainda apresenta um jovem Leonardo DiCaprio interpretando um rapaz de 17 anos, vivendo todos os problemas emocionais de sua adolescência. Grande trabalho de atuação coletiva, o filme levou uma indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz para Diane Keaton. Em minha opinião foi pouco, Meryl Streep e Leonardo DiCaprio também mereciam indicações nas categorias de atriz e ator coadjuvante. Eles também estão ótimos nesse filme sensível e tocante que tampouco deixa de lado momentos de humor e desconcentração no meio de uma história dramática e até mesmo bem pesada.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Tirando o Atraso

Título no Brasil: Tirando o Atraso
Título Original: Dirty Grandpa
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Dan Mazer
Roteiro: John Phillips
Elenco: Robert De Niro, Zac Efron, Zoey Deutch, Aubrey Plaza, Jason Mantzoukas, Dermot Mulroney

Sinopse:
Após a morte da esposa, Dick Kelly (Robert De Niro) pede para que seu neto, Jason (Zac Efron) o leve de carro até a Flórida. Só que na verdade o que Dick quer mesmo é aproveitar sua nova vida, dando em cima de garotas e indo para todo tipo de festa que encontrar pela frente. O que ele quer mesmo é curtir a vida.

Comentários:
Existe um tipo de comédia que vem sendo produzida nos Estados Unidos nos últimos anos que deixa as piadas e situações engraçadas de lado para investir na pura vulgaridade, na grosseria. Os diálogos são cheios de palavrões desnecessários. Infelizmente é o caso desse filme. O ator Robert De Niro não precisava atuar em algo tão ruim. Acredito inclusive que seu público tenha ficado bem decepcionado. E o pior de tudo é que esse roteiro poderia dispensar toda essa baixaria sem problema nenhum. Teria ficado mais interessante, sem dúvida. Aliás o roteiro é cheio de defeitos. Tem aquela tentativa péssima de misturar cenas de puro pastelão com momentos falsamente piegas. As situações são clichês demais, resvalando para a vergonha alheia. O personagem do Zac Efron, um jovem advogado com casamento marcado, inclusive poderia ter sido muito melhor explorado. Enfim, essa é uma daquelas comédias que não acertam em quase nada. Um festival de erros de cima a baixo. Tudo fraco e ruim. Uma perda de tempo completa. Robert De Niro deveria respeitar mais a sua própria história no cinema.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

O Amigo Oculto

Título no Brasil: O Amigo Oculto
Título Original: Hide and Seek
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John Polson
Roteiro: Ari Schlossberg
Elenco: Robert De Niro, Dakota Fanning, Famke Janssen, Elisabeth Shue, Amy Irving, Dylan Baker

Sinopse:
Enquanto um viúvo tenta recompor sua vida após o suicídio de sua esposa, sua filha encontra consolo, a princípio, em seu amigo imaginário. Uma estranha entidade que responde ao nome de Charlie. Seria apenas imaginação da menina ou algo sobrenatural estaria se manifestando naquela casa? Filme indicado ao Fangoria Chainsaw Awards na categoria de melhor atriz (Dakota Fanning).

Comentários:
Esse é um bom thriller de terror e suspense. Gosto de filmes assim porque o roteiro sempre procura sugerir, ao invés de mostrar logo tudo, estragando as surpresas para o espectador. Já dizia Alfred Hitchcock que para se fazer um bom filme de suspense a sugestão era o mais importante aspecto a se desenvolver no roteiro. É justamente o que ocorre nesse filme. Bobby De Niro interpreta um homem que perde sua esposa. Só sobra ele e sua filha, uma criança. Dakota Fanning, pirralhinha e com cabelos escuros, consegue surgir em cena bem assustadora. Ela afirma ter um amigo imaginário chamado "Charlie". No começo o pai não dá muita atenção, até entra na brincadeira, mas depois as coisas começam a ficar bem esquisitas, estranhas e perigosas. Há um clima sufocante durante todo o filme, com a tensão dessa presença que ninguém pode decifrar. Seria "Charlie" apenas fruto da imaginação da menina ou teria algum fundo de verdade naquilo tudo que estaria acontecendo? Imagine entrar no banheira da filhinha e ver uma espécie de "altar", com velas e tudo, dedicado a esse amigo imaginário. Bem assustador, não é mesmo? Por isso deixo a dica desse bom filme. Depois de assisti-lo essa figura do "amigo imaginário" ganhará outros contornos em sua mente.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de abril de 2020

O Franco Atirador

Título no Brasil: O Franco Atirador
Título Original: The Deer Hunter
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: EMI Films, Universal Pictures
Direção: Michael Cimino
Roteiro: Michael Cimino, Deric Washburn
Elenco: Robert De Niro, Meryl Streep, Christopher Walken, John Cazale, John Savage, George Dzundza

Sinopse:
Um grupo de amigos de uma cidade industrial dos Estados Unidos é enviado para a Guerra do Vietnã. No país asiático são feitos prisioneiros, submetidos a torturas físicas e psicológicas. A guerra cria traumas praticamente impossíveis de superar, afetando a vida de todos eles. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção, melhor ator coadjuvante (Christopher Walken) e melhor som. Também premiado pelo Globo de Ouro na categoria de melhor filme.

Comentários:
Esse filme foi o grande vencedor do Oscar no ano de 1978. Foi premiado em categorias importantes, inclusive melhor filme, melhor direção e melhor ator coadjuvante (Christopher Walken). O roteiro é nitidamente dividido em três grandes atos. No primeiro é mostrado a vida dos jovens amigos antes da guerra. Eles trabalham em uma indústria pesada de sua cidade. A vida é dura, mas há momentos de felicidade, como o casamento de um deles antes de ir para a guerra do Vietnã. No segundo ato temos os personagens visitando o inferno no sudeste asiático. A guerra no Vietnã se mostra um beco sem saída. Eles são capturados pelos inimigos e submetidos a torturas, inclusive um jogo de vida ou morte com roleta russa. Enquanto os americanos puxam o gatilho contra a cabeça, os vietcongues apostam em quem vai sobreviver. O terceiro e último ato mostra o retorno de Michael (Robert De Niro) aos Estados Unidos. Ele é o único que consegue sair são e salvo do Vietnã. Tentando recomeçar sua vida ele tenta iniciar um romance com Linda (Meryl Streep), que trabalha em um supermercado da cidade. O caso entre eles porém nunca consegue decolar. Esse filme traz todas as qualidades e defeitos que marcaram a filmografia de Michael Cimino. Entre suas qualidades estava o domínio de mostrar cenas bem elaboradas, envolvendo um grande número de atores. De seus defeitos podemos perceber o corte excessivo do filme, que resultou numa duração de quase 3 horas. Mesmo assim é um clássico do cinema que merece ser redescoberto, principalmente para quem se interessa pela história do Oscar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

A Máfia Volta ao Divã

Título no Brasil: A Máfia Volta ao Divã
Título Original: Analyze That
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros., Village Roadshow Pictures
Direção: Harold Ramis
Roteiro: Kenneth Lonergan, Peter Tolan
Elenco: Robert De Niro, Billy Crystal, Lisa Kudrow, Joe Viterelli, Cathy Moriarty, Jerome Le Page

Sinopse:
Depois de passar anos fazendo análise com o Dr. Ben Sobel (Billy Crystal) em Nova Iorque, o mafioso Paul Vitti (Robert De Niro) finalmente recebe alta de seu médico. Mas quem disse que ele estaria realmente curado? O caos que vem logo a seguir surge para provar que não, absolutamente nada está curado!

Comentários:
É a tal coisa. Se formos analisar bem, chegaremos facilmente na conclusão que só havia material para um filme. E o humor já havia se esgotado no primeiro filme, lançado em 1999, chamado "Máfia no Divã". Só que o diretor Harold Ramis cometeu a falha de tentar novamente, fazer uma sequência. A graça vinha do choque de personalidades, entre um mafioso italiano ignorante e casca grossa e um psicanalista judeu de Nova Iorque. Assim o primeiro filme se salvou, muito por causa do carisma da dupla central de atores. Só que como fez sucesso, aquela comédia acabou gerando essa sequência totalmente desnecessária.. que nem deveria existir. O resultado é pra lá de morno e o pior de tudo, acabou ficando também sem graça. O personagem de Robert De Niro perdeu totalmente a linha, se transformando simplesmente em um tolo, um bobalhão! Acredito até mesmo que a comunidade ítalo-americana que vive nos Estados Unidos ficou com os cabelos em pé, tamanha a quantidade de estereótipos caricatos utilizados pelo roteiro. Parece que desenterraram todas as piadas sobre "carcamanos" da história para ser utilizado em um só filme! No final de tudo a melhor definição é aquela que compara o filme a uma pizza fria que sobrou da noite anterior. Ficou sem sabor,  sem graça. Nem como prato requentado serviria mais. Enfim, muito talento jogado fora em troca de nada.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Jackie Brown

Título no Brasil: Jackie Brown
Título Original: Jackie Brown
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Pam Grier, Samuel L. Jackson, Robert De Niro, Bridget Fonda, Michael Keaton, Chris Tucker, Robert Forster

Sinopse:
Jackie Brown (Pam Grier) é uma mulher que precisa sobreviver a um jogo perigoso que acabou entrando, meio ao acaso. Ela poderá perder a vida na próxima jogada ou então lucrar como jamais imaginaria. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Robert Forster). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Atriz (Pam Grier) e Melhor Ator (Samuel L. Jackson).

Comentários:
Eu gosto muito do cinema de Quentin Tarantino. Agora, curiosamente, esse é um de seus filmes menos interessantes, pelo menos em meu ponto de vista. A tentativa do diretor foi de homenagear o movimento Blaxploitation, o auge do cinema negro americano durante os anos 70. Para isso Tarantino trouxe de volta uma das estrelas da época, a atriz Pam Grier. Tendo sido funcionário de uma locadora de vídeo durante os anos 80, Tarantino assistiu muitos clássicos dessa época. Só que todos esses elementos relevantes não resultaram em um filme memorável. Aliás esse parece ser sempre o seu filme menos citado, o seu filme menos querido pelos fãs. O que deu errado? Penso que o roteiro não era excepcional, como o de outros filmes com sua assinatura. No meio de um certo desapontamento quem acaba se sobressaindo mesmo, ainda que no meio de tantos grandes atores, foi a jovem Bridget Fonda. Tarantino, que sempre teve uma obsessão por pés femininos, aqui não conseguiu se conter e criou um nada discreto fetiche pela atriz. Deu no que deu. O filme parece mais centrado nela do que nos demais atores. De qualquer forma, mesmo com eventuais defeitos, ainda é um filme de Quentin Tarantino, o que basta para torná-lo obrigatório na coleção de qualquer cinéfilo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Taxi Driver

Para muitos críticos a maior obra-prima de Martin Scorsese é esse filme, "Taxi Driver". Uma ode à loucura para alguns, um manifesto sobre o processo de enlouquecimento do homem moderno pela vida urbana e massacrante, para outros. De qualquer forma é um daqueles filmes em que o espectador simplesmente não consegue ignorar, tal a sua força. E tudo isso, construído em cima de uma história, de um enredo que parece ser dos mais simples, mostrando a vida de um motorista de táxi, como tantos outros que conhecemos por aí, na vida cotidiana. O protagonista se chama Travis Bickle (Robert De Niro), Ele é um veterano da guerra do Vietnã que trabalha como motorista de táxi pelas ruas de uma Nova Iorque decadente, suja, imunda e amoral. Ao se deparar com a vida da adolescente Iris (Jodie Foster) que vive como prostituta pelos becos da grande cidade, acaba gradualmente perdendo o senso da realidade. Corroído pelo caos urbano e pela falta de humanidade no meio em que trabalha, ele acaba caminhando a passos largos para a insanidade completa. E tudo mesclado com uma explosão de violência que não chega a tardar.

Esse filme que mudou para sempre a carreira do ator Robert De Niro. Filho de um pintor do Greenwich Village em New York, o jovem De Niro só esperava por um grande papel para se destacar definitivamente no cinema. Formado no Actors Studio, a mesma escola de arte dramática onde estudaram Marlon Brando e James Dean, ele foi o grande representante da última e fenomenal geração de atores de Nova Iorque proveniente daquela instituição de ensino. Aqui um ainda jovem De Niro conseguiu desenvolver finalmente todo o seu talento nessa obra prima psicológica e insana do diretor Martin Scorsese, com quem ele faria uma longa e bem produtiva parceria nas telas de cinema. O interessante é que tanto Scorsese como De Niro sempre afirmaram amar a cidade de Nova Iorque, porém fizeram a ela uma estranha "homenagem". Um dos símbolos de NYC, os seus táxis amarelos, se tornam o cenário e o palco para um estranho personagem, o motorista vivido por De Niro. Um sujeito que foi a Vietnã e voltou de lá com sérios problemas psicológicos e traumas que aos poucos vão dominando sua mente, culminando para um clímax insano, violento e explosivo.

O "gatilho" para seu enlouquecimento acaba sendo uma estranha relação que desenvolve com uma adolescente prostituta, interpretada com brilhantismo por Jodie Foster (que consegue inclusive ofuscar em determinados momentos o próprio De Niro, algo impensável). Em determinado momento do filme ela o provoca dizendo que ele deveria provar seu amor matando o presidente dos Estados Unidos. Um louco da vida real acabou levando muito à sério o diálogo e realmente fez um atentado ao presidente Ronald Reagan, um fato amplamente explorado pela imprensa na época e que acabou marcando de forma definitiva o filme "Taxi Driver". Esse aspecto macabro e bizarro da história porém deve ser descartado, pois é um fato externo à obra de Scorsese. O que se deve mesmo levar em conta é que essa é uma verdadeira obra prima da sétima arte, um dos melhores filmes da década de 1970 e um marco do estilo realista que estava predominando naqueles agitados e produtivos anos para a indústria de cinema americana. Imperdível para todo cinéfilo que se preze. Merecia inclusive ter vencido em todas as categorias importantes do Oscar naquele ano. Só que a Academia, como sempre, estava mais disposta a fazer mais uma de suas injustiças históricas. Melhor assim, "Taxi Driver" realmente nunca foi um filme convencional, aliás sua estética era direcionada para o extremo oposto disso. Assim acabou sendo coerente em tudo, até no Oscar.

Taxi Driver (Estados Unidos, 1976) Estúdio: Columbia Pictures / Direção: Martin Scorsese / Roteiro: Paul Schrader / Elenco: Robert De Niro, Jodie Foster, Cybill Shepherd, Albert Brooks / Sinopse: Motorista de táxi de Nova Iorque, um veterano da guerra do Vietnã, começa a trilhar o caminho da loucura insana e violenta, após se relacionar com uma jovem garota, menor de idade, que trabalha como prostituta nas ruas escuras da cidade.  Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Robert De Niro), Melhor Atriz coadjuvante (Jodie Foster) e Melhor Música Original (Bernard Herrmann). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Robert De Niro) e Melhor Roteiro Original (Paul Schrader). Vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Atriz (Jodie Foster) e Melhor Música (Bernard Herrmann).

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de dezembro de 2019

O Irlandês

Frank Sheeran (Robert De Niro) foi uma figura central na história da máfia italiana. O curioso é que ele não era italiano, mas sim irlandês. Mesmo assim conseguiu entrar dentro da cosa nostra, uma organização criminosa onde os laços de sangue eram extremamente importantes. Seu começo foi modesto. Ele era um veterano de guerra que trabalhava como caminhoneiro. Em pouco tempo estava roubando carne de seus caminhões para os chefões de Nova Iorque. Mostrando lealdade foi subindo na escala social da Máfia. Sua função de assassino profissional veio naturalmente. Como um ex-combatente na II Guerra Mundial ele estava acostumado a matar. E em sua opinião não havia muita diferença entre matar sob as ordens de um general ou de um chefão mafioso.

Tudo o que se vê na tela foi baseado em fatos reais. Frank Sheeran conseguiu sobreviver na violenta história da Máfia e anos depois, já velho e preso numa cadeira de rodas em um asilo, contou sua história a um jornalista que escreveu o livro que deu origem ao roteiro desse filme. Para nossa sorte esse rico material foi cair nas mãos de ninguém menos do que o mestre Martin Scorsese. Não é surpresa para nenhum cinéfilo que a história da Máfia sempre foi um prato cheio para esse diretor. E isso desde os tempos de "Os Bons Companheiros", "Cassino" e outros grandes filmes com sua assinatura. O mais importante de tudo foi saber que Frank Sheeran esteve envolvido em diversos momentos importantes da história americana, inclusive transitando ali na periferia dos bastidores da morte do presidente JFK e do polêmico desaparecimento do líder sindicalista Jimmy Hoffa (Al Pacino). Esse último aliás tinha sido tema de um também muito bom filme com Jack Nicholson no papel principal.

Aqui porém temos um diferencial. O toque do mestre Scorsese. Ele sempre um gênio da narrativa cinematográfica e seu talento se mostra justamente na forma como conta sua história. Em pouco menos de três horas e meia de duração ele consegue encaixar tudo, todas as histórias, todos os incríveis acontecimentos que ocorreram ao lado de Frank Sheeran. O único "porém" do filme talvez tenha partido da lealdade entre Scorsese e De Niro. O ator acabou ganhando o papel principal, só que ele, se formos pensar bem, está mais do que "italiano" no filme. E o verdadeiro Sheeran era um irlandês da gema, alto, loiro, forte, um verdadeiro grandalhão. Com De Niro ele não ficou nada parecido com o Sheeran real. Porém é a tal coisa, De Niro é um excelente ator e consegue até mesmo passar por cima disso, com raro talento. E por falar em elenco... todos os grandes atores que algum dia já tinham trabalhado em filmes da Máfia assinados por Scorsese, dão as caras em cena. Fiquei particularmente surpreso com Joe Pesci. Ele está muito envelhecido e muito sóbrio. Nada parecido com os personagens do passado, pequenos patifes que falavam pelos cotovelos. Harvey Keitel tem pouco espaço, mas também chama a atenção e finalmente o ótimo Al Pacino surge com um Hoffa cheio de personalidade, cabeça-dura até o final.

O saldo final da mistura de todos esses elementos ficou muito bom. Nos Estados Unidos o filme foi exibido em poucas salas de cinema, já que é uma produção de Scorsese e De Niro para a Netflix. Com as telas ocupadas de super-heróis haveria mesmo pouco espaço para os filmes de um mestre como Scorsese. Quem perde é o público mais jovem, atolado em enlatados da Marvel e DC até o pescoço. Mal sabem a qualidade do cinema de um Martin Scorsese. Esse filme provavelmente não será lembrado no Oscar por causa disso, mas não custa nada recomendar a todos que amam a sétima arte. É um grande filme, daqueles que não fazem feio se comparados com as obras primas do passado. Por fim uma última pergunta (Spoiler): Teria mesmo Sheeran matado Hoffa? Até´hoje há dúvidas sobre essa confissão do irlandês. Como se sabe Hoffa desapareceu e nunca mais foi encontrado. O que teria acontecido com ele na verdade? O filme traz uma resposta que ainda não é plenamente aceita entre os historiadores e especialistas em sua história. De qualquer forma não deixa de ser muito interessante.

O Irlandês (The Irishman, Estados Unidos, 2019) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: Steven Zaillian, escrito a partir do livro original escrito por Charles Brandt / Elenco: Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci, Harvey Keitel, Ray Romano, Anna Paquin, Domenick Lombardozzi , Paul Herman / Sinopse: O filme conta a história real de Frank Sheeran (1920 - 2003), um assassino profissional que fez parte da Máfia italiana nos Estados Unidos durante várias décadas.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Coringa

"Coringa" é um excelente filme! Poucas vezes um personagem de quadrinhos teve um tratamento tão perfeito em termos de desenvolvimento psicológico como o que vemos aqui nessa produção. O espectador inclusive vai se pegar torcendo para um dos vilões mais conhecidos da cultura pop. E isso é fruto da forma como sua história é tecida na tela. Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) é um pobre coitado. Ele tem problemas mentais, uma mãe doente em seu pequeno apartamento e todos os dias sai em busca de sua sobrevivência. E como ela é penosa. Trabalhando como palhaço no meio da rua acaba apanhando de um grupo de jovens delinquentes. Pior do que isso, além de ser muito mal pago ainda é alvo de todos os tipos de humilhações possíveis. Tem alma de artista, mas não tem talento para ser comediante de palco, como tanto sonha. Sua única apresentação é melancólica, depressiva e vira alvo de piadas de um apresentador de TV sem caráter (em mais um ótimo desempenho de Robert De Niro).

Enquanto consegue manter sua medicação Arthur consegue manter, a duras penas, um pé na sanidade. Quando o serviço social de que participa é fechado por corte de custos, Arthur fica sem remédios e ao "Deus dará". A partir desse ponto ele deixa cada vez mais de ser o sofrido Arthur para virar o Coringa, um palhaço criminoso que mata com um riso constrangido no rosto. O filme nesse ponto se torna dramaticamente muito rico, pois ao mesmo tempo que ficamos chocados com os crimes do "Joker", também sentimos uma compaixão pela situação que ele vive. E o curioso é que o roteiro também tem um toque de luta de classes. A família Wayne é retratada como parte de uma elite corrupta, sem sentimentos, mais preocupada em manter o fosso que a separa de uma cidade cheia de pobres e almas desesperadas. Esse aspecto do argumento vai tocar fundo em muitas pessoas - principalmente naquelas que cultivam um viés político mais à esquerda. Embora ele seja uma pessoa apolítica, seu ponto de vista com uma visão negativa do mundo é a que prevalece no filme.

O elenco está excepcional. Desnecessário elogiar a atuação de Joaquin Phoenix, Ele está estupendo! Coloca inclusive o veterano Robert De Niro no bolso e ainda dá troco. A alma de Heath Ledger (que Deus o tenha em boa mãos) que me perdoe, mas ele foi superado nesse papel. Seu Coringa era excepcional, mas ainda era um coadjuvante em um filme de Batman. Aqui temos o palco inteiro para o vilão da DC Comics brilhar. E com um background de história pessoal tão rico fica mesmo complicado superar. Não é de hoje que elogio Phoenix, mas nesse filme ele não apenas superou todos os demais, ele superou a si mesmo. E isso definitivamente não é pouca coisa. Deixo meus aplausos para ele nesse trabalho memorável. Que o Oscar lhe faça justiça na próxima premiação. Torcerei por ele por uma questão de pura justiça e merecimento.

Coringa (Joker, Estados Unidos, Canadá, 2019) Direção: Todd Phillips / Roteiro: Todd Phillips, Scott Silver / Elenco: Joaquin Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz / Sinopse: Arthur Fleck (Phoenix) vive um dia de cada vez. Ele mora com a mãe em um pequeno apartamento de Gotham City, uma cidade repleta de sujeira, crimes e violência. Fleck também precisa controlar sua doença mental, mas a cada dia isso vai se tornando cada vez mais complicado. A insanidade sempre parece estar batendo sua porta. E nessas ocasiões o Joker pode entrar em sua vida de uma vez por todas.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Stanley & Iris

Título no Brasil: Stanley & Iris
Título Original: Stanley & Iris
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Martin Ritt
Roteiro: Harriet Frank Jr, baseado no romance de Pat Barker
Elenco: Jane Fonda, Robert De Niro, Swoosie Kurtz, Martha Plimpton, Harley Cross, Jamey Sheridan

Sinopse:
Iris King (Jane Fonda) é uma víúva que após a morte do marido decide levar a vida em frente, o que não é fácil pois ela tem muitos problemas financeiros. Stanley Cox (Robert De Niro) é o cozinheiro iletrado que se aproxima dela nesse momento complicado de sua vida, nascendo daí um relacionamento muito especial.

Comentários:
Antes de trabalhar em um dos maiores filmes de sua carreira (Os Bons Companheiros), o ator Robert De Niro aceitou o convite para atuar nesse filme bem mais leve e romântico chamado "Stanley & Iris". O roteiro não era grande coisa, mas De Niro não resistiu à possibilidade de atuar ao lado de Jane Fonda, uma atriz que ele sempre admirou, além de ter ideias políticas bem próximas das dele. Isso em uma época em que De Niro procurava ser bem discreto em termos de política (algo que hoje em dia ele passa longe de ser). O filme tem uma fotografia meio opaca, típica de filmes românticos da época em que foi lançado. Ao meu ver esse visual ficou absurdamente datado com o passar dos anos. Dizem que foi uma exigência da própria Jane Fonda para esconder as marcas do tempo em seu rosto. Ela certamente não queria parecer velha em uma tela de cinema. Em termos comerciais o filme teve uma bilheteria bem modesta. Chegou a ser lançado no mercado brasileiro, a ser exibido em nossos cinemas, mas em poucas salas pelo país. A crítica recebeu o filme friamente, embora tenha mantido o respeito por causa do elenco. Provavelmente se fossem outros atores as críticas teriam sido mais duras. De qualquer forma considero o filme bem convencional. Vale por ver Fonda e De Niro atuando juntos e nada muito além disso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Amor à Primeira Vista

Título no Brasil: Amor à Primeira Vista
Título Original: Falling in Love
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ulu Grosbard
Roteiro: Michael Cristofer
Elenco: Robert De Niro, Meryl Streep, Harvey Keitel, Jane Kaczmarek, George Martin, David Clennon

Sinopse:

Frank (De Niro) e Molly (Streep) se conhecem casualmente durante as compras de natal em Nova Iorque. Meses depois voltam a se reencontrar em um trem indo para o centro de Manhattan. Ambos estão em busca de uma nova paixão. O que começa com um flerte casual acaba se tornando uma bela história de amor.

Comentários:
Os fãs de cinema sempre quiseram ver um reencontro nas telas entre Robert De Niro e Meryl Streep. Eles tinham trabalhado juntos antes em "O Franco Atirador" e todo mundo queria ver o casal junto novamente na tela. Isso durou anos até que eles decidiram finalmente atender a esse desejo dos cinéfilos. O interessante é que não escolheram um drama pesado para isso, mas sim um filme mais leve, bem romântico e que se dava até mesmo ao direito de ter uma daquelas trilhas sonoras bem melosas e açucaradas, com semelhanças de enredo com "Love Story", o grande sucesso de bilheteria do começo dos anos 80. Dessa maneira temos que reconhecer que "Falling in Love" ("Apaixonado" no título original) não é um filme excepcional com excelente roteiro e direção. Nada nesse sentido. É na verdade um bom filme romântico com uma dupla central de atores excepcional, eis a principal diferença. Muitas pessoas na época pensaram que o filme seria indicado com certeza ao Oscar nas categorias de melhor ator e atriz, mas isso não aconteceu, justamente pelo fato desse filme ser bem despretensioso. Vale é claro por ver De Niro apaixonado por Streep, mas nada muito além disso. Um bom momento do cinema romântico dos anos 80 e isso é tudo.

Pablo Aluísio.

Era uma Vez na América

Título no Brasil: Era uma Vez na América
Título Original: Once Upon a Time in America
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Warner Bros
Direção: Sergio Leone
Roteiro: Leonardo Benvenuti
Elenco: Robert De Niro, James Woods, Elizabeth McGovern, Treat Williams, Tuesday Weld, Burt Young

Sinopse:
Um antigo gângster retorna para suas origens no Lower East Side de Manhattan. Ele havia deixado a região há mais de 30 anos e agora precisa lidar com todos os arrependimentos e traumas de seu passado. Roteiro baseado no livro de Harry Grey. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção (Sergio Leone) e Melhor Trilha Sonora Original (Ennio Morricone).

Comentários:
O mestre Sergio Leone trabalhou muito pouco nos Estados Unidos. Para o tamanho de seu talento esse aspecto deixou a desejar. Artesão do cinema, ele tinha dificuldades em lidar com o lado industrial do cinema americano. Mesmo assim o pouco que produziu na América fez história. Esse "Once Upon a Time in America" foi muito provavelmente seu projeto mais ambicioso. Leone quis contar parte da história dos imigrantes nos Estados Unidos. E o mundo do crime organizado, dos gangsters, não poderia ficar de fora. Considerado por alguns críticos da época como uma espécie de complemento ao épico "O Poderoso Chefão" o filme só não foi mais aclamado em seu lançamento original porque o público americano achou a produção pesada demais, excessivamente longa. Talvez o farto material fosse menos mais adequado para uma minissérie ou ainda dois longas. De qualquer forma o resultado ficou excepcional em minha opinião. Assisti pela primeira vez ainda nos tempos do VHS. Eu me recordo bem que o filme foi lançado em fita dupla por causa de sua longa duração. Era um item essencial nas locadoras para quem estivesse em busca de cinema de qualidade e tudo isso com a assinatura de um dos grandes diretores de todos os tempos, o incomparável Sergio Leone.

Pablo Aluísio.