domingo, 30 de outubro de 2022

A Taberna do Inferno

Título no Brasil: A Taberna do Inferno
Título Original: Paradise Alley
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures 
Direção: Sylvester Stallone
Roteiro: Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Lee Canalito, Armand Assante, Frank McRae, Anne Archer, Kevin Conway

Sinopse:
Três irmãos ítalo-americanos, vivendo nas periferias da cidade de Nova York nos anos 1940, tentam se ajudar na carreira de lutador de um deles, usando para isso as habilidades promocionais de um dos irmãos e das táticas de vigarista de outro para frustrar um gerente desprezível de um clube de lutas.

Comentários:
Stallone ainda estava desfrutando do sucesso do primeiro filme da série Rocky quando estrelou e dirigiu esse filme que eu sempre considerei muito bom. Aliás, é um dos melhores filmes do ator, que ainda hoje, segue pouco conhecido. Assisti pela primeira vez nos anos 80, numa exibição no Supercine, da Rede Globo. Depois disso o filme só melhorou em diversas revisões que fiz. Realmente é muito bom, acima da média. Um fato interessante é perceber como Stallone era ousado e petulante nessa fase de sua carreira. Mesmo ainda não sendo um astro do primeiro time em Hollywood, ele assumia o controle de seus filmes, escrevendo o roteiro e atuando como ator principal. Não era pouca coisa para aqueles tempos. Tinha mesmo que ter coragem. Ainda mais um filme de época como esse, que tinha uma produção muito mais cara do que o convencional. Carros e figurinos dos anos 1940 tinham que ser utilizados. E tudo isso custava e tornava o filme muito mais caro. Penso que aqui Sylvester Stallone demonstrou que realmente tinha muito potencial. Na década que viria, os anos 80, ele iria se tornar o ator mais bem pago de Hollywood. 

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de outubro de 2022

Terra Assombrada

A história desse filme se passa no velho Oeste americano. Um jovem casal vai morar em um rancho isolado. São quilômetros e mais quilômetros de Terra seca e sem nenhuma alma viva por perto. Para a sorte da esposa, que se sente muito solitária, ela descobre que existe apenas um outro rancho ali na região. Ela encontra outro casal com a mulher da mesma idade dela. Um grande alívio, sem dúvida. No meio do caminho existe um velho cemitério entre os ranchos. E ela, sempre que está muito sozinha, vai até o rancho vizinho para conversar um pouco. A amizade começa bem, mas problemas logo surgem. A jovem vizinha começa a apresentar um comportamento fora do normal, fora dos padrões. Ela diz ver entidades no meio do nada daquele deserto. Durante a noite as coisas só complicam quando encontra um velho folhetim chamado "Demônios da pradaria". Inclusive, esse filme também é conhecido por esse título nacional. 

Lobos selvagens começam a cercar o rancho. Mas isso não parece ser tudo. Parece haver uma presença sobrenatural no lugar. Esse filme é muito interessante porque mistura dois gêneros que poucas vezes são unidos com sucesso. Além do western fica bem óbvio que há no roteiro elementos de filmes de terror. A mistura ficou muito boa e bem sutil. O filme investe no suspense e na nuance. Sempre com sugestões. Não cai na bobagem de criar demônios ou figuras do inferno feitas por computação gráfica. Na maioria das vezes, apenas sugere suas presenças nas sombras. E esse é o grande mérito desse pequeno grande filme.

Terra Assombrada (The Wind, Estados Unidos, 2018) Direção: Emma Tammi / Roteiro: Teresa Sutherland / Elenco: Caitlin Gerard, Julia Goldani Telles, Ashley Zukerman / Sinopse: No velho Oeste a jovem esposa de um rancheiro começa a perceber e presenciar estranhos fenômenos sobrenaturais no meio de uma vasta e desértica pradaria.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Reparação

Esse filme, apesar de ser bom, fica ali numa tênue linha que separa dramas e comédias mais debochadas. Essa falta de definição me deixou um pouco incomodado. Até porque eu acredito que a mistura de gêneros deve ser bem dosada. E de uma maneira ou outra o diretor deve escolher que caminho seguir. A história, por sua vez, não deixa de ter sua importância. Conta a história de uma garota, de uma adolescente que se apaixona por um cara da escola. Um sujeito bonitão. Então ela tem uma péssima ideia. Ela manda uma foto de nudes para ele! Como o sujeito é um mau caráter, ele logo compartilha a foto com todo mundo na escola. E isso, obviamente, causa a destruição da reputação da garota. É a face mais moderna e cruel do velho bullying. Desesperada com a demolição de sua imagem no ambiente escolar, ela toma uma overdose de pílulas para dormir. E fica muito mal no hospital. 

O pai dela não se conforma e decide fazer um plano de vingança. Atrai o jovem que vazou a imagem para sua oficina. Diz que tem grandes negócios para realizar com ele. A verdade é quer pegar o cara para valer. Pensa em matar ele. Só que punir um bullying com pena de morte seria um pouco demais. Os amigos dele tentam dissuadi-lo dessa ideia. Será mesmo que ele vai dar cabo ao tal sujeito? Assim, o filme segue. Começa com drama, se torna drama pesado e acaba optando por um desfecho que está mais para uma comédia boboca. Esse tipo de coisa não me agradou. Ainda assim, deixo a recomendação. Ter um pouquinho de paciência se torna importante. Com isso o filme até que funciona um pouco melhor.

Reparação (Small Engine Repair, Estados Unidos, 2021) Direção: John Pollono / Roteiro: John Pollono / Elenco: Jon Bernthal, Shea Whigham, Jordana Spiro / Sinopse: Um pai enfurecido e indignado com vazamento de uma foto de sua filha nua na escola decide se vingar do jovem que a vazou para todos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Dahmer: Um Canibal Americano

Dahmer: Um Canibal Americano
Essa série foi lançada pela Netflix em setembro de 2022. No total, conta com 10 capítulos. Acabou se tornando um dos maiores sucessos da plataforma desde seu lançamento, com milhões de visualizações e muita repercussão geral entre os fãs de série. Como era de se esperar, a série conta a história do serial killer Jeffrey Dahmer, assassino em série que ficou particularmente conhecido por causa da atrocidade de seus inúmeros crimes. Ele não apenas matava os homens com quem saía e levava para sua casa, como também praticava canibalismo, necrofilia e outros atos inomináveis. Diante dos absurdos modos de execução de seus crimes, ele acabou ganhando notoriedade. A Netflix assim provavelmente vai abrir um novo leque de séries baseadas em assassinos famosos ou infames. O caminho do sucesso parece ter sido aberto justamente por esta primeira série. 

Dahmer 1.01 - Episode One
Esse primeiro episódio começa com o fim de sua longa linha de assassinatos. Foi justamente com esse sujeito que ele tencionou matar e que fugiu do seu apartamento que a casa para Jeffrey Damer finalmente caiu. A série se propõe a ter um roteiro plástico, com idas e vindas no passado do assassino. Isso criou uma certa simbologia e também um bom desenvolvimento para a série como um todo, de modo geral. O modo de agir de Jeffrey Dahmer era sempre o mesmo. Ele ia em boates gays e seduzia homens, de preferência homens negros. Dizia que trabalhava com fotografia e levava esses homens para seu apartamento em troca de alguns dólares. Chegando lá, ele topava a bebida dos homens que perdiam a consciência e a capacidade de reagir. Depois disso, as suas atrocidades aconteciam em série. Esse episódio é bem sintomático do que veremos em toda a série. Há um estilo seco e bem objetivo de narrar os fatos. E tudo foi feito e roteirizado para ser o mais fiel possível ao que aconteceu na vida real. De modo em geral, gostei muito do primeiro episódio. Realmente, uma série que promete muito em termos de suspense e recriação histórica desses eventos terríveis. / Dahmer 1.01 - Episode One (Estados Unidos, 2022) Direção: Carl Franklin / Elenco: Evan Peters, Richard Jenkins, Molly Ringwald.

Dahmer 1.02 - Please Don't Go
Esse segundo episódio traz um fato que é difícil de acreditar, mas que realmente aconteceu. O assassino Jeffrey Dahmer levou um garoto menor de idade para seu apartamento. Usando de seu mesmo modus operandi, ele convenceu o rapaz que iria lhe dar alguns dólares em troca de algumas fotos sensuais. Na realidade, ele queria topar o garoto e depois jogar ácido em sua cabeça, o que fez realmente. A vítima conseguiu fugir do apartamento e foi até a rua em busca de ajuda. Encontrou dois policiais. Bom, estava tudo formado para que Jeffrey Dahmer finalmente fosse preso. Entretanto, como ele era um homem branco e bem apessoado, ele conseguiu convencer os policiais que nada daquilo era um problema. Nada haveria de ser algo sério. Ele disse que era gay, que vivia com o rapaz. E que ele simplesmente estava bêbado demais. Na verdade, havia colocado o ácido em sua cabeça. Um absurdo total. Mesmo com a reclamação das mulheres que moravam no prédio, os policiais deram de ombros e foram embora. Esse é um exemplo claro da questão racial em torno de verificações policiais. O racismo estrutural ficou bem nítido. O garoto era negro, Dahmer era um homem branco. Dizia ser gay, que o rapaz estava simplesmente bêbado. Em quem os policiais acreditaram? Pois é, acreditaram no assassino! / Dahmer 1.02 - Please Don't Go (Estados Unidos, 2022) Direção: Clement Virgo / Elenco: Evan Peters, Richard Jenkins, Molly Ringwald.

Dahmer 1.03 - Doin' a Dahmer
E por falar em inferno, assisti a mais um episódio de Dahmer: Um Canibal Americano. Esse episódio (Doin' a Dahmer) recria seu primeiro crime. Jeffrey Dahmer foi um jovem abandonado pelos pais, que passou a morar sozinho. Tinha tendências homossexuais desde adolescente. Dirigindo por uma estrada deserta, acabou encontrando um jovem que pediu uma carona. Esse jovem estava indo em em direção a um show de rock.  Dahmer logo o convidou para ir para sua casa fumar maconha, ouvir alguns discos, curtir. E tudo corria mais ou menos bem nessa malícia gay. Só que quando o rapaz pediu para ir embora, Dahmer perdeu o controle. O matou com um peso de fazer exercícios. Foi seu primeiro homicídio. Curiosamente, Dahmer iria ficar 9 anos no armário. Ele não mataria nesse período. Depois de tudo, de todo esse tempo, e vendo que não foi procurado pela polícia, nem pagou pelo crime, ele entrou naquele frenesi homicida que acabaria dando origem à sua série de crimes inomináveis. Dahmer é um dos grandes sucessos da Netflix em sua história. Cada episódio foi assistido por milhões de pessoas. É um sucesso absoluto que nasceu da história de um dos mais infames assassinos em série da história. / Dahmer: Um Canibal Americano 1.03 - Doin' a Dahmer (Estados Unidos, 2022) Direção: Clement Virgo / Elenco: Evan Peters, Richard Jenkins, Cameron Cowperthwaite.

Dahmer 1.04 - The Good Boy Box
Mais um excelente episódio da série. Aqui, o pai reencontra o filho Dahmer, praticamente abandonado. A mãe foi embora com o filho mais novo e deixou Dahmer a própria sorte. Ele não tem grana e a casa parece abandonada. O pai então decide ajudá-lo. Faz com que ele vá para uma boa universidade, mas as coisas não dão muito certo. Ele é indisciplinado, tem problemas com bebidas. Acaba sendo expulso da universidade. O pai então diz que ele vai para o exército de qualquer jeito. Ele se torna militar, mas novamente as coisas dão errado. Ele aplica um golpe do "Boa noite, Cinderela" em um companheiro de farda e é expulso da corporação. Acaba indo trabalhar como açougueiro e morar com sua avó. Não demora muito e começa a frequentar saunas para homossexuais, onde fica aplicando golpes do "Boa noite, Cinderela" contra gays. O sujeito era realmente sem salvação. Mais cedo ou mais tarde, ele voltaria à matar. / Dahmer 1.04 - The Good Boy Box (Estados Unidos, 2022) Direção: Jennifer Lynch / Elenco: Evan Peters, Richard Jenkins, Molly Ringwald.

Dahmer 1.05 - Blood on Their Hands
Esse episódio traz um claro retrato de como Dahmer era maluco. Mesmo morando na casa da avó, ele não parava de matar e trazer pessoas para dentro de sua própria casa. Colocava substâncias químicas nos copos deles. Elas caíam em sua armadilha. É claro que a avó, mesmo idosa, iria descobrir que algo de errado estava acontecendo naquela casa. Além disso, o cheiro de podre que vinha do porão não deixava nenhuma dúvida. A senhora então chama o pai de Dahmer. Ele tenta dizer que tudo seria apenas seu hobby, mas era mentira. De uma forma ou outra, acabou indo para a prisão pela primeira vez. Por ser um jovem branco e loiro, acabou ganhando a simpatia do juiz. Se fosse negro, iria ganhar 10 anos de prisão, com certeza. Episódio muito bom, que mostra, acima de tudo, que o sistema judiciário americano errou com Jeffrey Dahmer. Ele deveria ter sido preso bem antes. / Dahmer 1.05 - Blood on Their Hands (Estados Unidos, 2022) Direção: Jennifer Lynch / Elenco: Evan Peters, Richard Jenkins, Molly Ringwald.

Dahmer 1.06 - Silenced
Esse episódio tem um diferencial importante pois traz a história de uma das vítimas do serial killer. Um jovem negro, gay e surdo que tinha muitos sonhos em seu futuro. Sua história de vida é contada em detalhes, o que torna ainda mais sofrido seu brutal assassinato. Dahmer usou o mesmo metodo que usava para matar suas vítimas, o velho e conhecido golpe do "Boa noite Cinderela". E o pobre rapaz que sonhava ser um modelo de sucesso pensando estar conhecendo o homem de seu sonhos. Ele queria ter um relacionamento sério em sua vida. Infelizmente encontrou apenas um psicopata em seu caminho. Excelente episódio,  considerado por muitos como o melhor da série. / Dahmer 1.06 - Silenced (Estados Unidos, 2022) Direção: Paris Barclay / Elenco: Evan Peters, Richard Jenkins, Molly Ringwald.

Dahmer 1.07 - Cassandra
Esse serial killler matava suas vítimas em seu próprio apartamento, então era meio óbvio que algum vizinho iria desconfiar do que estava acontecendo. Justamente o que vemos aqui, uma velha senhora negra que percebe o fedor vindo do apartamento ao lado. Ela tenta muitas vezes alertar os policiais, mas sempre parece ser ignorada. Racismo estrutural em sua mais perfeita essência! Isso seguiu em uma rotina ate que uma das vítimas conseguiu finalmente fugir, gritando pelas ruas. Foi o fim da trajetória de crimes de Dahmer. O episódio também traz uma visão da reação da comunidade preta ao caso, com destaque para o descaso dos policiais ao longo dos crimes. Eles foram avisados, mas nada fizeram na prática pois as vítimas eram negras e pobres. / Dahmer 1.07 - Cassandra (Estados Unidos, 2022) Direção: Jennifer Lynch / Elenco: Evan Peters, Richard Jenkins, Molly Ringwald.

Dahmer 1.08 - Lionel
Esse é o episódio do julgamento. O advogado de Dahmer e seu pai pensam alegar insanidade dele. Assim, ele poderia ir para um instituto psiquiátrico ao invés de ir para uma penitenciária. O próprio Dahmer recusa esse tipo de alegação. Ele não quer alegar inocência e nem inimputabilidade e assume o que fez. Quer ser condenado como uma pessoa comum, pois ele se acha uma pessoa normal. Durante o julgamento, vários familiares das vítimas também dão seu testemunho. E como era de se esperar, a carga emocional se torna muito grande. Seu pai sente a pressão. Ele tenta alegar que nada teve a ver com os crimes. A mesma coisa vale para sua mãe, que tenta até mesmo se suicidar. No final, nada disso adianta, e o serial killer é condenado a 15 penas de prisão perpétua. Se tivesse 15 vidas a viver, ele passaria essas 15 vidas atrás das grades. Uma sentença justa para a natureza absurda de seus crimes. / Dahmer 1.08 - Lionel (Estados Unidos, 2022) Direção: Gregg Araki / Elenco: Evan Peters, Richard Jenkins, Molly Ringwald.

Dahmer 1.09 - The Bogeyman
Esse é o episódio mais fraco da série até o momento. O que vemos aqui é o Dahmer já condenado e preso em uma penitenciária Americana. E para surpresa de muitos, ele começa a receber cartas de admiradores, acredite se quiser. E seus fãs não se limitam a enviar cartas, mandam dinheiro também. Absurdo total. O episódio mostra igualmente os familiares de suas vítimas se organizando e exigindo que se pare de lucrar com os crimes infames do assassino. Esse movimento daria origem até mesmo a normas da legislação americana que impedem que um assassino em série venha ganhar dinheiro com a venda de livros ou com a produção de filmes sobre seus próprios crimes. Nada mais justo. / Dahmer 1.09 - The Bogeyman (Estados Unidos, 2022) Direção: Jennifer Lynch / Elenco: Evan Peters, Richard Jenkins, Molly Ringwald.

Dahmer 1.10 - God of Forgiveness, God of Vengeance
Este é o último episódio da série. E como termina Dahmer: Um Canibal Americano? Obviamente, mostrando sua morte. Ele foi assassinado na prisão por um outro detento que dizia estar ouvindo o pedido de Deus para mata-lo. O sujeito era esquizofrênico, paranóico e muito perigoso. Durante uma limpeza de rotina com presos dentro da prisão, Dahmer acabou sendo morto de forma brutal! Viveu de forma violenta e morreu de forma violenta. A morte de do psicopata mostrada nessa nesse episódio não é completamente de acordo com os fatos reais. Na verdade, ele foi morto com halteres. Aquelas pesos de academia que esfacelaram seu crânio. Talvez por ser muito violento, o roteiro desse episódio coloca eles sendo morto por Barras de ferro. De qualquer forma, foi o final desse assassino serial que entrou para a história por causa da insanidade de seus crimes. / Dahmer 1.10 - God of Forgiveness, God of Vengeance (Estados Unidos,  2022) Direção: Paris Barclay  / Elenco: Evan Peters, Richard Jenkins, Molly Ringwald.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Elvis Presley - Loving You - Parte 3

"Hot Dog" foi escrita por Jerry Leiber e Mike Stoller. E isso leva muita gente boa a confundir com o clássico "Hound Dog". Músicas com nomes parecidos, de mesmos autores. A confusão seria bem esperada. Só que "Hot Dog" é um rock rápido, escrito especialmente para o filme e que nunca teve maior destaque dentro da carreira de Elvis. "Hound Dog", por outro lado, é um clássico absoluto na voz de Elvis Presley, ainda hoje lembrada e presente em qualquer coletânea do cantor que se preze.

Outro rock rápido, de cura duração, usado para fechar o lado A do vinil original é "Party". No disco de 1957 ela vinha logo após "Hot Dog" dando até mesmo uma impressão no ouvinte de que se tratava de um medley de rocks ligeiros por parte de Elvis. Como ele vivia sua fase mais roqueira, nada mais conveniente do que encher a trilha sonora de músicas desse estilo musical. Essa canção foi escrita por Jessie Mae Robinson. Apesar de ter um forte apelo de palco, ela nunca foi usada por Elvis em seus concertos.

"Got a Lot o' Livin' to Do"foi composta às pressas pela dupla Aaron Schroeder e Ben Weisman para ser gravada por Elvis em janeiro de 1957, Os produtores do filme em Los Angeles ligaram para a dupla, que morava em Nova Iorque, para que eles criassem uma música para uma determinada cena, que iria trazer um dos principais momentos do filme. E assim a canção foi criada. Ficou muito boa, pode até mesmo ser considerado o melhor rock do disco. Também merecem aplausos a própria cena do filme, que ficou muito bem coreografada e fotografada. As fãs de Elvis na época, nem é preciso dizer, adoraram tudo.

Da mesma dupla de compositores, Aaron Schroeder e Ben Weisman, veio outra canção que foi aproveitada no Lado B do antigo vinil. Se trata da boa "Don't Leave Me Now". Essa canção tem uma boa pegada melódica, que inclusive me lembra de blues mais tradicionais. Gravada em fevereiro de 1957 ela nunca teve maior destaque dentro da discografia de Elvis, o que sempre achei uma pena. É uma canção subestimada, com ótimo acompanhamento de piano. A letra é bonitinha, tem um senso romântico bem típico dos adolescentes e poderia ter sido escrito por um colegial apaixonado em seu caderno escolar. Leia os versos: "Não me deixe agora / Agora que eu preciso de você / Quão triste e solitário eu ficaria / Se você disesse que terminamos / Não despedace meu coração / Este coração que te ama / Elas serão nada para mim / Se você me deixasse agora".

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 9

"Na Pista do Traidor" (Riders of Destiny, EUA, 1933) foi anunciado pelo estúdio como "um dos grandes filmes de western do ano". Não era para menos. Embora atuasse em outros gêneros cinematográficos o fato é que os filmes de faroeste estrelados por John Wayne já tinham se tornado um chamariz de bilheteria por todos os cinemas americanos. Ele podia até mesmo se considerar um astro tal como Tom Mix, seu grande espelho e fonte de inspiração nessa fase inicial de sua filmografia. Esse western de matinê foi dirigido por Robert N. Bradbury, diretor com quem Wayne sempre se deu bem. A carismática atriz Cecilia Parker foi escalada para ser sua parceria no filme. Revistas de fofocas populares da época diziam que o grandalhão Wayne estava tendo um caso amoroso com sua estrelinha loira, mas isso nunca foi confirmado pelo ator.

Seu filme seguinte, "Justiça Selvagem" (Sagebrush Trail, EUA, 1933) apelava mais para as cenas de ação. John Wayne interpretava um personagem chamado John Brant, um fugitivo da lei, acusado sem provas, que fugia para o velho oeste em busca da liberdade. Adotando o nome de "Smith" ele procurava se esconder do longo braço da lei que estava sempre em seu encalço. Essa produção da Paul Malvern Productions (uma empresa cinematográfica que iria à falência em poucos anos) contava com excelentes cenas de perseguição, usando inclusive um velho trem de carga. "Armando o Laço" (West of the Divide, EUA, 1934) foi o primeiro filme do ator a ser lançado no ano de 34. Novamente Wayne voltava a trabalhar com o cineasta Robert N. Bradbury. Se no filme anterior ele era um fugitivo perseguido, agora ele seria o perseguidor, nesse faroeste muito movimentado onde interpretava um homem em busca de vingança. Após o assassinato de seu pai ele passava a perseguir os criminosos, usando uma nova identidade, se infiltrando na quadrilha de bandoleiros. O elenco ainda contava com Virginia Brown Faire e George 'Gabby' Hayes. Lançado nas férias escolares foi outro grande sucesso de bilheteria de sua carreira.

Todos os elementos que fizeram o sucesso e a fama de John Wayne já podiam ser encontrados no filme "A Lei do Gatilho" (Blue Steel, Estados Unidos, 1934). Embora o ator ainda adotasse influências do astro Tom Mix, inclusive usando de parte de seu figurino, com aquele grande chapéu branco, já se podia notar que ele havia encontrado seu próprio caminho, seu próprio estilo. Nesse faroeste John Wayne interpreta um agente federal chamado John Carruthers. Ele acaba presenciando um roubo, um assalto, mas sem armas nada pode fazer. O pior é que o xerife da cidade onde ocorreu o crime passa a suspeitar dele como um cúmplice da quadrilha de criminosos. Dirigido pelo cineasta Robert N. Bradbury, que já havia trabalhado muitas vezes antes com Wayne, ainda trazia no elenco o ator característico George 'Gabby' Hayes, aquele velhinho de fala engraçada e boca sem dentes que Wayne iria fazer questão de levar para trabalhar ao seu lado nos filmes de John Ford. Muitas vezes usado como alívio cômico, ele costumava roubar as cenas em que aparecia por causa do humor. Era aquele tipo de ator naturalmente engraçado e divertido que não precisava fazer força para tirar risadas do público.

O próximo filme de John Wayne foi mais um western. Intitulado "O Torneio da Morte" (The Man from Utah, Estados Unidos, 1934) era mais um trabalho em parceria com o diretor Robert N. Bradbury. Anos depois ele lembraria que os estúdios economizavam o máximo possível de custos, por isso era comum a produção de três a quatro filmes em série, um atrás do outro, geralmente com a mesma equipe técnica, figurinos, cavalos, cenários, etc. Lucrar com economia era a ordem do dia para muitos produtores da época. Nesse filme havia como ponto central um importante rodeio. John Wayne interpretava um dos competidores. Ele era muito bom e tinha o melhor cavalo da competição, o que fazia com que os vilões elaborassem um plano para prejudicá-lo, inclusive tentando envenenar seu animal. O faroeste vencia pela simpatia do protagonista e pelas ótimas cenas de ação e rodeio. E quando chegou nos cinemas se tornou rapidamente mais um sucesso com o nome de John Wayne nas marquises.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 28

Recentemente a atriz Jennifer Lawrence reclamou publicamente da diferença salarial entre as atrizes e atores em Hollywood. Alguém deveria informar a ela que essa é uma luta muito antiga na indústria cinematográfica americana. Desde a velha Hollywood essa é uma realidade injusta que se recusa a mudar, mesmo com o passar dos anos. Uma das primeiras atrizes a levantar essa bandeira da igualdade salarial foi Bette Davis, ainda na década de 1930. Naqueles tempos distantes ela se indignou ao descobrir que a maioria dos atores masculinos que trabalhavam em seus filmes ganhavam muito mais do que ela, que em última análise estrelava seus dramas no cinema. Ao perguntar a um produtor da Warner Bros porque seu ator coadjuvante ganhava mais do que ela, acabou ouvindo uma resposta que a deixou chocada. O produtor lhe disse: "Ele ganha mais do que você porque você é uma mulher!!!".

Bette Davis então começou uma ampla campanha em prol da igualdade salarial, mas as demais atrizes da época, receosas em abraçar sua causa, a deixaram praticamente sozinha nessa luta. Muitas apenas queriam ter uma chance e não seria bom comprar uma briga com os estúdios em pleno auge do Star System, onde os estúdios fabricavam astros e estrelas em ritmo de produção industrial. Caso alguma delas lhe trouxessem problemas eram simplesmente substituídas por outras, geralmente mais jovens e mais belas. Mesmo sabendo disso Bette, no alto de uma grande coragem pessoal, resolveu comprar a briga. Claro que em pouco tempo ela começou a sofrer represálias, filmes estrelados por ela foram cancelados e os grandes estúdios de Hollywood não queriam nem ouvir falar de seu nome. Tudo chegou a um ponto tão crítico que Bette aceitou papéis secundários e chegou inclusive ao cúmulo de colocar um anúncio no setor de empregos nos classificados de Hollywood em busca de emprego.

Depois de Bette Davis a luta por melhores salários em Hollywood esfriou. A atriz Vivien Leigh foi uma das que se sentiu injustiçada. Seu trabalho no clássico "E O Vento Levou" é até hoje elogiado, uma atuação magistral. Ela também foi o grande destaque do filme, uma opinião que parece unânime entre público e crítica. Mesmo assim ela ganhou quase quatro vezes menos do que seu partner, o astro Clark Gable. Tão desiludida ficou que em pouco tempo deixou o cinema americano, voltando para a Inglaterra para atuar em filmes menores e mais artísticos. Mesmo com toda a situação realmente ultrajante que sofreu ela preferiu a discrição, não indo para a briga com a MGM que produziu a superprodução. Provavelmente Vivien teve receio de sofrer um boicote como havia acontecido com Bette Davis.

Esses salários ruins pagos pelas grandes empresas de cinema de Hollywood causavam situações constrangedoras, complicadas de explicar. Marilyn Monroe já era uma estrela da Fox, seus filmes rendiam milhões de dólares, mas ela continuava a levar uma vida de dura na Sunset Boulevard, morando em um pequeno apartamento praticamente sem móveis. Marilyn chegou ao ponto de ser processada várias vezes por aluguéis atrasados e contas de telefone que ela não pagava. De fato, a atriz vivia de malas prontas, sempre pronta a ser despejada dos pequenos apartamentos em que havia morado praticamente a vida inteira. A situação ficou tão ruim que Marilyn precisou fundar sua própria produtora para negociar com a Fox como pessoa jurídica. A solução, sugerida por seu advogado, acabou aumentando os rendimentos de Marilyn que depois de muitos anos de cachês baixos finalmente conseguiu comprar uma casa própria em Los Angeles.

Essa situação só viria mesmo a mudar quando Elizabeth Taylor resolveu colocar a própria Fox contra a parede. O estúdio queria muito que ela estrelasse o épico Cleópatra. Liz não tinha muito interesse e por isso chocou a imprensa quando pediu um milhão de dólares de cachê. Jamais uma atriz havia ganhado uma quantia dessas em Hollywood desde a sua fundação. Após muitas negociações e brigas a Fox finalmente se curvou ao seu pedido e assim Elizabeth Taylor se tornou a primeira mulher da história do cinema mundial a receber um salário milionário por seu trabalho. Um feito quase único e inédito, que só seria repetido anos depois com Audrey Hepburn que em 1964 pediu (e levou) seu milhão de dólares por sua atuação em "My Fair Lady".

Infelizmente apesar de tantas lutas e conquistas a média salarial das mulheres em Hollywood jamais se igualou ao dos homens, em época nenhuma. A desigualdade continuou e foi piorando ao longo dos anos, principalmente depois do auge dos filmes de ação. Bette Davis costumava dizer que além de não pagar o mesmo cachê que os homens a velha Hollywood também não abria espaço para mulheres mais velhas e que não se enquadrassem nos padrões de beleza da indústria. Bom, por tudo o que ela disse podemos dizer que as coisas realmente não mudaram muito na cidade dos sonhos desde aqueles distantes anos.

Pablo Aluísio.

Crônicas de Marlon Brando - Parte 27

No auge da Beatlemania, com os Beatles fazendo todo o sucesso do mundo em sua primeira turnê nos Estados Unidos, o ator Marlon Brando que havia de certo modo começado toda aquela revolução jovem com o filme "O Selvagem", passava por inúmeros problemas em sua carreira. Seus filmes já não faziam mais sucesso no cinema e ele começava a ser visto com mais e mais desconfiança pelos produtores de Hollywood. Além de não representar maiores bilheterias, Brando era considerado um sujeito difícil de se lidar nas filmagens. Tudo isso estava nublando sua perspectiva de um dia voltar a se tornar um dos grandes nomes de Hollywood. De qualquer forma um dos mais poderosos produtores da indústria resolveu dar mais uma chance a Brando.

Logo no começo de 1964 Marlon Brando voltou a Hollywood para fazer mais um filme para a Twentieth Century Fox. O produtor seria o poderoso Darryl Zanuck, um sujeito que Brando particularmente detestava, mas que havia lhe oferecido um bom cachê para estrelar o filme "Morituri". Marlon então engoliu seu orgulho e resolveu trabalhar na película.

O fato é que ele estava desesperadamente precisando de dinheiro. Brando havia comprado uma ilha isolada no Pacífico Sul e tinha planos de construir um grande hotel no local. O filme também contaria no elenco com a presença de seu grande amigo pessoal, Wally Cox, que interpretaria um médico viciado em morfina. Anos depois, relembrando a época em que fez "Morituri", Brando afirmou: “Fiz esse filme por causa do dinheiro. Também aceitei trabalhar por causa de Wally Cox, o melhor amigo que tive em minha vida”. Talvez por ter entrado no projeto pelas razões erradas, talvez por não gostar muito do material, a questão é que assim que pisou no set de filmagens Brando começou a criar problemas com o diretor e o resto da equipe do filme.

O roteiro foi escrito pelo talentoso Daniel Taradash, o mesmo roteirista do aclamado “A Um Passo da Eternidade”. A história era bem interessante. Robert Gray (Marlon Brando) era um agente duplo do serviço de inteligência britânico. Durante a II Guerra Mundial ele se fazia passar por oficial nazista em um cargueiro em alto-mar que transportava uma preciosa carga para o esforço de guerra alemão. Seu objetivo era facilitar a captura do cargueiro pela marinha inglesa antes que ele chegasse em seu porto de descarga. Era em suma um agente de espionagem, um sabotador.

O roteiro original estava muito bem escrito, mas Brando detestou o que leu. Passou por cima do texto original e disse que iria fazer modificações. Ignorando completamente o livro que deu origem ao roteiro, Brando saiu cortando trechos inteiros da estória ao seu bel prazer. Na verdade, o ator destruiu o roteiro original e passou a reescrever tudo no meio das filmagens, um ato temerário uma vez que ele nunca fora roteirista na vida. Sua intromissão foi tão grande que em pouco tempo ele estava cortando personagens inteiros da trama. Mesmo agindo assim, de forma completamente arbitrária, não foi impedido pois afinal de contas ainda era considerado um grande astro do cinema americano.

O resultado final se mostrou desastroso. O roteiro ficou completamente truncado, mal desenvolvido e com uma trama até mesmo confusa. O filme acabou indo muito mal nas bilheterias, se tornando mais um grande fracasso comercial do ator nessa fase em baixa de sua carreira, piorando ainda mais seu prestígio dentro dos estúdios de cinema. Brando, porém, não pareceu se importar muito com isso, pois assim que as filmagens acabaram foi embora para sua ilha tropical nos mares do sul.

Depois confidenciou a pessoas próximas que até tinha gostado do fato do filme não ter tido sucesso, pois o prejuízo cairia no colo de Zanuck. Brando esqueceu, porém, que um filme malsucedido não atingia apenas os produtores, mas os atores também. Ele seria o maior prejudicado no final das contas. Por essa época ele começou a ser descartado das escolhas de elenco por ser um ator muito complicado de se lidar no set. Também deixou de ser visto como um astro campeão de bilheteria. Era o começo da pior fase de sua carreira.

Pablo Aluísio.  

domingo, 23 de outubro de 2022

Westworld - Quarta Temporada

Westworld - Quarta Temporada
Essa temporada foi exibida originalmente nos Estados Unidos entre os meses de junho a agosto de 2022. Uma temporada que conta com o total de 8 episódios. A produção continua sendo realizada pela HBO. Segue basicamente a mesma linha narrativa da temporada anterior, com poucas mudanças. Conforme for assistindo aos episódios irei comentar abaixo. Segue os reviews de cada episódio em detalhes.

Westworld 4.01 - The Auguries
Aqui vai uma pequena dose de sinceridade. Eu quase não retornei para ver essa nova temporada de tão fraca que achei a anterior. A série começou muito bem. As duas temporadas iniciais são praticamente perfeitas, primorosas. Infelizmente, os roteiristas foram perdendo a mão. Os roteiros se perderam na criação de um universo muito amplo e com essa ampliação, tudo ficou fora de foco e sem maior direção. Esse primeiro episódio se passa 7 anos depois do último episódio da temporada anterior. Velhos aliados e velhos inimigos voltam a se encontrar em eventos que parecem ser aleatórios. Eu só espero que a série consiga retomar o nível de qualidade das primeiras temporadas. Não é impossível, mas confesso que pode ser improvável. Vamos esperar pelo melhor. / Westworld 4.01 - The Auguries (Estados Unidos, 2022) Direção: Richard J. Lewis / Elenco: Evan Rachel Wood, Ed Harris, Aaron Paul, Rodrigo Santoro, Thandiwe Newton, Jeffrey Wright.

Westworld 4.02 - Well Enough Alone
Os anfitriões estão espalhados por toda a sociedade humana. Inclusive o personagem interpretado pelo ator Ed Harris, não passa de uma anfitrião. O verdadeiro empresário está preso em uma instalação de alta segurança, sendo submetido a torturas diárias. Um aspecto interessante do roteiro desse episódio vem no final, quando eles são transportados para um novo parque de diversões. Ao invés do velho Oeste, esse aqui recria o mundo dos gangsters na década de 1920. Pelo visto, os próximos episódios vão explorar justamente esses tempos de Al Capone para manter o interesse do espectador na série que vem caindo de audiência a cada episódio exibido. Definitivamente não é fácil manter uma série como Westworld nas primeiras posições entre os programas mais vistos. Pelos últimos números tímidos de audiência, provavelmente essa seja a última temporada. Vamos ver no que tudo isso vai resultar. / Westworld 4.02 - Well Enough Alone (Estados Unidos, 2022) Direção: Craig William Macneill / Elenco: Evan Rachel Wood, Thandiwe Newton, Jeffrey Wright.

Westworld 4.03 - Années Folles
Westworld 4.04 - Generation Loss
Em minha opinião, as coisas não andam muito bem nesta quarta temporada. Os roteiristas andam batendo cabeça em busca de um fio narrativo para seguir. Histórias vão acontecendo de forma aleatória, sem muito foco. Mas ainda se salvam algumas poucas coisas realmente boas, como o pistoleiro, interpretado pelo ator Ed Harris. Ele está de volta e como sempre, pronto para uma boa briga. Já o personagem Caleb Nichols do ator Aaron Paul descobre que entrou em um hiato temporal. No quinto episódio, ele descobre que já se passaram décadas desde que ele tinha consciência do que realmente estava acontecendo. Sua amada família, inclusive, já está toda morta. É um choque para ele, que tenta se reencontrar no meio de tanta confusão. O espectador, não se enganem sobre isso, também anda meio perdido nessa série que parece que perdeu o rumo dos bons roteiros. / Westworld 4.03 - Années Folles / Westworld 4.04 - Generation Loss (Estados Unidos, 2022) Direção: Paul Cameron. 

Westworld 4.06 - Fidelity
Roteiro ainda confuso, mas tentando se encontrar, pena que está nos últimos episódios. Aqui o personagem do Aaron Paul descobre, entre outras coisas, que ele é apenas um das dezenas de cópias que foram feitas dele mesmo. Ele tenta pular de uma altura grande e desccobre que tem duas outras cópias dele lá no chão. Tentaram a mesma saída! Tenso! No final todas as suas cópias são devidamente incineradas, o que nos leva a crer que esse é ponto final de seu personagem na série, afinal só restariam dois episódios para o fim definitivo da história. O resto do episódio achei fraco, sem foco e disperso. Bem cansativo aliás. /  Westworld 4.06 - Fidelity (Estados Unidos, 2022) Direção: Andrew Seklir / Elenco: Aaron Paul, Jeffrey Wright

Westworld - Quarta Temporada - Conclusão Final
Eu fiquei impressionado como essa série terminou mal! Um daqueles casos bem típicos onde a história já tinha terminado lá atrás, mas que os produtores resolveram seguir em frente de todo jeito, visando obter única e exclusivamente o lucro fácil. Vamos colocar as cartas na mesa. Westworld acabou na segunda temporada. A terceira já havia sido bem ruim, então nessa quarta temporada simplesmente não há mais o que salvar. Não tem mais história para contar, essa é a verdade, como eu já escrevi. Uma enrolação absolutamente irritante!

Os anfitriões agora dominam a humanidade e aos poucos vão eliminando as pessoas, trocando por robôs com inteligência artificial. Lendo assim parece algo mais do que interessante, mas tire o cavalinho da chuva. Tudo é tão mal escrito, com personagens dispersos que perdem a importância que o espectador logo perde completamente o interesse pelos acontecimentos. E a série perdeu aspectos que faziam as primeiras temporadas serem ótimas, como o uso elegante de efeitos digitais e o mistério por trás de todos os acontecimentos. Só sobrou mesmo nessa temporada 4 a decepção completa de quem havia curtido as temporadas anteriores. Enfim essa quarta e última temporada de Westworld é ruim de doer! 

Pablo Aluísio. 

Homeland - Sexta Temporada

Homeland - Sexta Temporada
Essa temporada de Homeland foi exibida originalmente nos Estados Unidos entre os meses de janeiro a abril de 2017. Contou com 12 episódios no total. O elenco principal foi mantido, mas houve mudanças na direção dos episódios. No geral, essa série teve, ao todo, 8 temporadas. Então vamos lá, vou comentar cada um dos episódios dessa temporada, conforme for assistindo aos mesmos. Segue abaixo os comentários.

Homeland 6.01 - Fair Game
A principal mudança vem na nova postura da protagonista. Carrie Mathison, nas primeiras temporadas era uma agente da CIA combatendo o terrorismo no Oriente Médio. Na temporada anterior, ela se tornou empregada de um milionário cujo objetivo era angariar fundos para refugiados. Agora ela está na linha de frente na proteção de pessoas acusadas injustamente de atos de terrorismo. Entre seus principais clientes, como não poderia deixar de ser, estão muçulmanos que são acusados de envolvimento com terrorismo Internacional na Europa e nos Estados Unidos. Pessoas, muitas vezes pobres e sem recursos, para se defenderem adequadamente na justiça. Outro destaque vem da situação do agente Peter Quinn. Ele conseguiu sobreviver, mas está com sequelas graves. Mal consegue andar e tem problemas de cognição. Mesmo assim, muito doente, ainda se envolve em conspirações. Que mais cedo ou mais tarde, vai colocá-lo em confronto com Carrie Mathison. Vamos ver no que tudo isso vai dar. / Homeland 6.01 - Fair Game (Estados Unidos, 2017) Direção: Keith Gordon / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Elizabeth Marvel.

Homeland 6.02 - The Man in the Basement
Carrie leva o ex-agente para morar em sua casa. Ele está muito debilitado desde que foi envenenado com aquele gás tóxico na temporada anterior. Precisa tomar muitos remédios, caso contrário tem muitas convulsões perigosas e violentas. Ele se recusa a tomar os remédios que precisa e acaba tendo um ataque em um mercadinho do bairro. Carrie também precisa defender um jovem que está sendo acusado de terrorismo. Ele recebeu dinheiro de uma organização apontada como incentivadora de atos terroristas contra o ocidente. Se fizer acordo, ele vai pegar uma pena de 7 anos de prisão. Se não fizer um acordo, vai acabar correndo o risco de ser preso para o resto de sua vida. E Carrie finalmente é surpreendida quando descobre que a recém eleita presidente dos Estados Unidos quer contar com ela para organizar o serviço de inteligência do governo para o exterior. Carrie indica Saul para resolver certos problemas e fica lisonjeada pelas intenções da presidente eleita. / Homeland 6.02 - The Man in the Basement (Estados Unidos, 2017) Direção: Keith Gordon / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Elizabeth Marvel.

Homeland 6.03 - The Covenant
Do ponto de vista internacional existe situação mais perigosa do que iranianos comprando material nuclear de coreanos do norte? Vemos isso aqui nesse episódio quando Saul encurrala um agente Iraniano. Ele buscou apoio material e logístico para a construção da bomba atômica do Irã, algo que os americanos vêm tentando impedir há muitas décadas. E o tal sujeito também parece ter ligações com a ditadura comunista da Coreia do Norte. Ele é emboscado enquanto saía com uma garota de programa do ocidente. Depois é colocado contra a parede para contar tudo o que sabe. E diz que, na realidade, está apenas negociando armas de alta precisão e longo alcance com os russos. O ódio contra os Americanos sempre uniu russos e iranianos. São aliados internacionais. Em relação a Carrie, ela tem uma má notícia para dar a aquele rapaz que foi preso por terrorismo. Por uma falha dela, ele vai passar provavelmente muitos anos dentro de uma cela de prisão. / Homeland 6.03 - The Covenant (Estados Unidos, 2017) Direção: Lesli Linka Glatter  / Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Elizabeth Marvel.

Homeland 6.05 
Um atentado terrorista acontece em Nova Iorque. Muitos problemas para Carrie pois o sujeito que estava no carro que explodiu era um de seus clientes. A imprensa vai na casa dele e o ex-agente que está lá com sua filha reage. Tiros são trocados e o apartamento de Carrie é invadida pela polícia. Confusão completa. Felizmente para todos não há baixas e nem mortos, mas o ex-agente da CIA com graves problemas mentais vai para a prisão.

Homeland 6.11 
A recém eleita presidente dos Estados Unidos vira alvo de uma campanha de fake news e desinformação, inclusive a morte de seu filho no campo de batalha é usada como uma arma para destruir sua reputação. O rapaz é acusado de ter sido um covarde, o que deixa a presidente furiosa com o desrespeito contra sua memória. Na outra linha narrativa Carrie e o ex-agente Quinn investem contra um homem que poderia ter começado tudo, todos os atos terroristas. Carrie invade a casa desse suspeito, mas as coisas fogem do controle e ele é morto por Quinn. Isso poderá trazer graves desdobramentos legais para eles. 

Homeland 6.12 
Esse é o último episódio da sexta temporada. E como termina a série Homeland? Pois bem, aqui temos um grande atentado contra a vida da nova presidente dos Estados Unidos. Ela é alvo de uma rede de fake news nas redes sociais que desperta um grande movimento popular pedindo sua cabeça. Uma manipulação como a que esses populistas de extrema-direita promovem nos Estados Unidos e Brasil. De qualquer forma outro evento marcante desse episódio é a morte do agente Quinn. Ele morre dirigindo um carro onde está a presidente. Ao ser fuzilado não lhe resta mais nenhuma esperança. Ele morre ao volante, baleado e sangrando. Um triste fim para um dos personagens mais relevantes e importantes da série. 

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de outubro de 2022

Stardust

Esse filme conta a história da primeira turnê do inglês David Bowie nos Estados Unidos. Bom, primeira turnê é até uma expressão generosa para o que realmente aconteceu. Na verdade, ele mal era conhecido na Inglaterra, então imagine que os americanos não tinham a menor ideia de quem ele era. Era apenas um artista inglês desconhecido que tentava um lugar ao sol. E ele foi muito mal-recebido na América naquela época. Estamos falando de 1971. Quando se pensa em artistas ingleses, chegando nos Estados Unidos para uma turnê, a primeira coisa que vem na mente é a chegada dos Beatles. E a tal invasão britânica. Esqueça tudo isso. A primeira turnê do Bowie nos Estados Unidos foi um fracasso completo. As coisas começaram a dar errado muito cedo. Logo quando chegou no aeroporto, ele descobriu que não tinha passaporte para trabalhar nos Estados Unidos. Seu visto era de turista. Então essa turnê se resumiu a fazer algumas apresentações de festinhas sem importância ou então dar entrevistas em rádios fuleiras do interior da América. Foi uma coisa decepcionante. 

Esse filme me foi interessante, principalmente pela questão informativa. Eu não tinha a menor ideia de que a primeira ida do Bowie aos Estados Unidos havia sido esse fiasco todo. Além disso, o roteiro traz informações preciosas sobre a própria família do artista. O irmão mais velho do cantor tinha problemas de saúde mental. Naquele momento da vida, estava sendo internado em uma instituição psiquiátrica. Bowie também tinha várias tias com problemas de histórico de doença mental, esquizofrenia. Foi uma barra incrível na vida dele, naquele tempo. Ele acabou dando a volta por cima ou criar um alter ego espacial, o tal de Ziggy Stardust. A ideia era bem original e por isso, deu certo. Foi o que salvou sua vida e a carreira desse artista que marcou época na história do rock.

Stardust (Reino Unido, 2020) Direção: Gabriel Range / Roteiro: Christopher Bell, Gabriel Range / Elenco: Johnny Flynn, Marc Maron, Jena Malone / Sinopse: O filme narra a história da primeira turnê americana do cantor inglês David Bowie em 1971. Foi um fiasco, um fracasso completo. Mas que ele depois iria superar em sua carreira. 

Pablo Aluísio.

Case Comigo

Basicamente, o que temos aqui é uma comédia musical romântica, onde a atriz Jennifer Lopez interpreta... Jennifer Lopez! O roteiro, como era de se prever, é bem bobinho. Ela é a cantora pop latina de grande sucesso, que está prestes a se casar com outro cantor famoso. Inicialmente, a mídia fica em frenesi com esse matrimônio entre astros. Só que pouco tempo antes do casamento, ela descobre que o sujeito é infiel. Pior do que isso, sua infidelidade vaza pela internet naqueles vídeos íntimos que as pessoas conhecem bem. Com o escândalo ela fica completamente fora de si. Em um ato impensado, ela escolhe um sujeito qualquer da plateia de um dos seus shows, que está com um cartaz escrito "case comigo". Escolhe ele aleatoriamente e se casam em pleno palco. E, a partir daí, surge o problema, o que ela fará? A imprensa, obviamente, cai de pau em cima dela. A crítica a chama de frívola, artificial... Tentando provar que ela não é esse tipo de mulher, ela resolve encarar o casamento e levá-lo adiante. 

O filme, como se pode ver, é bem bobinho. Agora, seu maior erro, em minha opinião, vem da trilha sonora. Era de se esperar uma trilha que fosse ao menos boa, realmente interessante. Afinal, não se trata de uma comédia musical romântica? Lopez não é uma cantora pop de sucesso na vida real? Então, por que escolheram essas canções tão ruins? Nenhuma das músicas apresentadas são boas, em minha opinião. Tudo pop da pior espécie!  Então o que sobrou? O resultado de tudo isso é que o navio afunda rapidamente. Se não tem nem música boa para ouvir, o que mais se fará? Melhor ignorar.

Case Comigo (Marry Me, Estados Unidos, 2021) Direção: Kat Coiro / Roteiro: John Rogers, Tami Sagher / Elenco: Jennifer Lopez, Owen Wilson, Maluma / Sinopse: Cantora pop de sucesso se casa com um homem comum que ele encontrou na plateia de um de seus shows. Depois do ato impensado, ela precisa encontrar uma saída para tudo o que aconteceu. Ou então se apaixonar verdadeiramente pelo tal professor de matemática.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Lobisomem na Noite

Esse é o especial de terror da Marvel para o Halloween deste ano. Quem acha que a Marvel não tem nada a ver com o gênero do terror desconhece sua história. Durante muitos anos, a editora manteve uma linha dedicada apenas para gibis de terror. Além do mais, terror é cultura pop e cultura pop é Marvel. Não tem como fugir desse ciclo. Curiosamente, nesse filme referencial, se priorizou uma homenagem aos antigos filmes de terror da Universal. Estou me referindo àqueles filmes de monstros da década de 1930. A Universal se notabilizou por ter feito os melhores filmes de terror daquela época, apenas com monstros clássicos. Por isso esse filme é todo em preto e branco, justamente para homenagear aqueles tempos pioneiros. Outro fato curioso é que se trata, na realidade, de uma média metragem com pouco mais de 50 minutos de duração. A intenção era justamente homenagear os antigos filmes de matinês que passavam nos cinemas americanos no século passado. 

A mistura de todas essas referências pop resultou num filme muito bom. É rápido e vai direto ao ponto, ou melhor dizendo, vai direto na jugular. No enredo nostálgico, um grupo de caçadores de monstros se reúnem numa velha mansão. Todos eles estão ali para saber quem vai herdar um artefato especial cujo dono faleceu. Quem tiver em mãos esse artefato, vai conseguir destruir qualquer monstro. E entre esses presentes há um sujeito que não é um verdadeiro caçador de monstros, mas sim um monstro disfarçado. Um lobisomem! O resto é uma divertida bobagem que vai agradar muito para quem gosta de filmes de terror de um passado hoje muito distante. Rápido e eficaz, esse filme não deixa nada a desejar em termos de diversão e referências nostálgicas da história do cinema.

Lobisomem na Noite (Werewolf by Night, Estados Unidos, 2022) Direção: Michael Giacchino / Roteiro: Heather Quinn / Elenco: Gael García Bernal, Laura Donnelly, Harriet Sansom Harris / Sinopse: Um lobisomem enfurecido toca o terror em uma velha mansão onde está sendo realizada uma reunião com grandes caçadores de monstros.

Pablo Aluísio.

A Entidade 2

O primeiro filme nem fez tanto sucesso assim. Só que filmes de terror são altamente lucrativos. Isso Hollywood sabe muito bem. Então, qualquer sucesso mediano já é motivo suficiente para se rodar uma continuação. Esse segundo filme não é tão bom quanto o primeiro, que já não era grande coisa. Apenas esticaram a trama original para caçar níqueis. Neste segundo filme, um ex detetive investiga casos parecidos com o que ocorreu no primeiro. E ele descobre que são vários os casos ocorridos pelo interior dos Estados Unidos. Geralmente em casas afastadas. Ele chega numa velha fazenda que tem uma igreja ao lado. Ali, no passado, houve um massacre envolvendo uma família. E agora a história parece se repetir. Quem vive na velha casa é uma mulher divorciada e seus dois filhos menores. 

Essa entidade sempre ataca as crianças. E elas estão novamente sob controle desse ser espiritual. O detalhe aqui é que é usado uma velha câmera super 8. No porão da fazenda, existe um antigo projetor desses velhos registros. E todos os filmes são violentos, mostrando massacres de pessoas e morte. São registros em filmes do surgimento da tal entidade. Isso até que dá uma linguagem visual bacana a essa produção. O uso dessas velhas câmeras realmente traz um aspecto visceral e cruel ao que se vê na tela. Em termos visuais, é a melhor coisa que podemos encontrar nesta produção. Uma vez que a história é, de certa forma, bem banal e sem maiores novidades.

A Entidade 2 (Sinister 2, Estados Unidos, 2015) Direção: Ciarán Foy / Roteiro: Scott Derrickson, C. Robert Cargill( / Elenco: James Ransone, Shannyn Sossamon, Robert Daniel Sloan / Sinopse: A Entidade do primeiro filme retorna. E está decidida a levar duas crianças e sua mãe para o inferno de uma vez por todas! A família mora uma velha fazenda, que agora vira foco da aparição desse ser.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Cidade Perdida

Fica fácil perceber de que fonte esse roteiro bebe. Basta lembrar de dois filmes bem simbólicos dos anos 80. Estou me referindo a "A Jóia do Nilo" e "Tudo por um Esmeralda". Foram dois sucessos daquela década. Esse filme tenta repetir a mesma fórmula. Mas sem grande êxito. A coisa toda de se misturar ação com boas doses de humor, personagens engraçados e aventura. Tem que ter um certo talento para fazer bem esse tipo de produto. No enredo, uma escritora de romances bregas de aventuras decide lançar um novo livro. Ela está, na verdade, esgotada criativamente. Só que a editora está sempre em busca de novos lançamentos para ganhar dinheiro, Claro. O livro é lançado e ela acaba sendo sequestrada por um personagem caricato. Um vilão interpretado pelo próprio Harry Potter. Quem poderia imaginar? 

Curiosamente, seu parceiro não passa de uma fraude. É um modelo que posa de herói para as capas de seus livrinhos açucarados e piegas. Brad Pitt também está no filme. Na realidade, ele fez uma troca de gentilezas com a Sandra Bullock. Ela participou de uma produção em que ele estava envolvido. E ele fez essa participação especial como retribuição. Seu personagem poderia render muito, mas como logo desaparece, fica uma sensação de desperdício no ar. Poderia ser uma edição bem divertida na história. O filme, então, é isso! Não espere nada de muito relevante. Na verdade, é uma tentativa de retomar um subgênero que andava meio esquecido. Só que para falar a verdade, eu ainda prefiro os filmes originais. Esse aqui não chega nem perto daqueles dos anos 80.

Cidade Perdida (The Lost City, Estados Unidos, 2022) Direção: Aaron Nee, Adam Nee / Roteiro: Oren Uziel, Dana Fox / Elenco: Sandra Bullock, Channing Tatum, Daniel Radcliffe, Brad Pitt / Sinopse: Uma escritora de livros românticos bregas é levada até uma ilha distante para ajudar na busca de um artefato arqueológico que supostamente valeria milhões de dólares.

Pablo Aluísio.

A Última Chance

O ator Aaron Eckhart quase sempre foi coadjuvante nos filmes em que trabalhou. É aquele tipo de ator que você conhece, mas que não sabe exatamente seu nome ou não se lembra. Aqui temos um caso raro em sua carreira onde interpreta o papel principal. Seu personagem é um policial. Um patrulheiro de bairro. Ele caiu em desgraça na carreira policial depois de se envolver na morte de uma criança. Foi por acidente, mas obviamente afundou sua perspectiva de melhorar dentro do departamento de polícia. Assim passa os dias em um bairro, conversando com os garotos das redondezas. Nada muito importante. As coisas mudam quando ocorre um grande assalto na cidade. A filha do chefe do departamento de polícia é feita refém. E os criminosos correm em direção justamente para a região onde ele atua. Assim, ele resolve finalmente aproveitar sua última chance de demonstrar seu valor. 

Ele quer salvar a garota a todo custo. Mesmo sem ordem superior. Parece ser interessante, mas esse filme é bem ruim. O roteiro é bem fraco. Nada muito sofisticado ou original. Essa história tem mais clichês do que eu poderia contar aqui nesse texto. Certamente foi um dos roteiros mais cheios de clichês que eu assisti dos últimos anos. Muito sem originalidade, sem imaginação. A velha releitura do policial que quer fazer justiça pelas próprias mãos. Deixa o distintivo de lado e vira um justiceiro. No final das contas, a conclusão que cheguei foi simples. É melhor ser ator coadjuvante em bons filmes do que ser o ator principal em filmes ruins!

A Última Chance (Line of Duty, Estados Unidos, 2019) Direção: Steven C. Miller / Roteiro: Jeremy Drysdale / Elenco: Aaron Eckhart, Courtney Eaton, Ben McKenzie / Sinopse: Um patrulheiro de rua tenta resolver o caso de um sequestro por conta própria. Ele quer se redimir de seu passado dentro da polícia. Em sua visão, aquela seria a sua chance de mostrar realmente seu valor como policial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Refém da Paixão

Esse filme passou recentemente em uma Minimaratona do canal Telecine. Todos os filmes eram com a atriz Kate Winslet. Foram exibidos no dia do aniversário dela. Dos filmes que fizeram parte dessa programação o único que eu não havia assistido era justamente esse. É um filme realmente pouco conhecido e comentado de sua filmografia. A boa notícia é que se trata de um bom fim. Na história, temos uma mulher divorciada que sofre com problemas de depressão. A Kate interpreta essa mãe que tenta superar a perda do seu casamento. O marido fugiu com a secretária e formou uma nova família com a amante! Ela ficou sozinha ao lado de seu filho pré adolescente. Sofrendo de uma crise depressiva, para ela fica difícil até mesmo se levantar da cama pela manhã. Um dia no supermercado, ela e o filho são surpreendidos por um sujeito que parece muito tenso. Na realidade, é um fugitivo da prisão. Ele faz da mãe e do filho seus reféns. Seu plano é passar o dia na casa dela e a noite fugir pela ferrovia. Ir para a Costa Oeste, fugir dos policiais. 

Só que nesse meio tempo, algo acontece. Pinta um clima entre os dois. E a ausência de uma figura paterna faz sentir-se ali. No começo existe uma certa tensão, mas depois o fugitivo vai se tornando mais confiante e confortável na casa dela. Parece inverossímil para você? Bom, a psicologia já catalogou esse tipo de comportamento. Trata-se da síndrome de Estocolmo. O filme é bom e mantêm um bom desenvolvimento. Só penso que em certos momentos, a situação fica um pouco forçada. Aos poucos, entretanto, o espectador vai comprando a ideia. O resultado final se revela muito bom.

Refém da Paixão (Labor Day, Estados Unidos, 2013) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Jason Reitman / Elenco: Kate Winslet, Josh Brolin, Gattlin Griffith / Sinopse: Mulher e filho feitos reféns por um criminoso acabam criando um sentimento de afeição por ele. E o ajuda a fugir da polícia. Um típico caso em que a refém acaba se apaixonando pelo criminoso. Um verdadeiro amor bandido!

Pablo Aluísio.

A vida em espera

Esse filme traz uma história, no mínimo, fora do comum. Conta a história de um advogado que, cansado da rotina e do trabalho, um dia decide literalmente sair de sua própria vida social. Ele se esconde em um sótão em cima de uma garagem de sua própria casa e fica ali, escondido, passando a ver toda a sua família interagindo sem a sua presença. Vira uma espécie de voyeur social. Essa posição interessante traz algumas indagações filosóficas a quem assiste. Entretanto, o que me vem na mente é uma pergunta simples. Será que uma história desse tipo sustenta um longa-metragem? Será que um filme que conta com uma temática tão inusitada vai realmente prender a atenção do espectador até o final? Eu particularmente me interessei pelo filme, embora ache que em alguns momentos o roteiro vai se perdendo em sua proposta inicial. 

O confinamento do personagem em grande parte do filme em um único ambiente, pode tornar essa história um pouco cansativa para a maioria das pessoas. No meu caso, a questão filosófica que existe por trás dessa história até que me manteve interessado nesses acontecimentos. Só acredito que o final realmente seja muito decepcionante. O roteiro poderia radicalizar, adotando posições extremas. Ir até o fundo do poço ou do abismo social, como podemos perceber. Mas o final se revela inconclusivo, abrupto, frouxo, covarde e sem muito sentido. Muita gente vai chegar na última cena e quando os letreiros finais subirem vai se perguntar: e daí?

A vida em espera (Wakefield, Estados Unidos, 2016) Direção: Robin Swicord / Roteiro: E.L. Doctorow, Robin Swicord / Elenco: Bryan Cranston, Jennifer Garner, Victoria Bruno / Sinopse: Um profissional liberal decide largar tudo, a família, o trabalho, a vida social e passa a se esconder em um sótão. Qual seria o sentido por trás disso?

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Ida Red - O Preço da Liberdade

O filme conta a história de dois Irmãos criminosos que resolvem roubar um caminhão com remédios. O problema é que esse caminhão pertence ao governo dos Estados Unidos. A Carga era federal. Assim, o FBI entra no caso. A vida deles obviamente complica, porque os federais vão pra cima. Para despistar e acobertar seus crimes, eles começam a matar os membros da quadrilha que participaram desse roubo. E isso piora ainda mais a situação, porque de roubo o crime deles passa a ser homicídio. Esses dois irmãos são de uma família com um passado de crimes. A própria mãe deles está presa há muitos anos em uma penitenciária federal. Cumpre pena e está morrendo de câncer. Eles até tentam subornar um membro da comissão de Livramento condicional, mas sai tudo errado. Afundaram na criminalidade de uma forma que vai ser difícil sair dela. 

Um time muito bom, muito bem roteirizado e com bom elenco. É surpreendente porque não teve tanta divulgação quanto merecia. Em uma área com filmes de ação sem muita substância e conteúdo, esse filme se destaca completamente. Há todo um drama desenvolvido em cima dos personagens que também são bem trabalhados pelo roteiro. Um dos irmãos possui tendências homossexuais. Isso surpreende porque em um filme de ação com muita troca de tiros, não era de se esperar que um desses personagens fosse gay. Mesmo assim, não se preocupe com maiores melodramas. O filme é bom e se propõe a ser um filme de ação eficiente. E nesse campo, não há nada do que reclamar. Destaque para a cena do intenso tiroteio entre policiais e criminosos após mais um roubo, um crime envolvendo um ricaço do Oriente Médio. Tudo muito bem-produzido e dirigido.

Ida Red - O Preço da Liberdade (Ida Red, Estados Unidos, 2021) Direção: John Swab / Roteiro: John Swab / Elenco: Josh Hartnett, Frank Grillo, Melissa Leo / Sinopse: Enquanto ficam na mira do FBI dois irmãos envolvidos com o mundo do crime decidem executar um plano ousado. Eles almejam roubar um milionário do Oriente médio que vai chegar ao Estados Unidos para uma visita na América.

Pablo Aluísio.

Uma Noite de Crime: Anarquia

Mais um filme da franquia "Uma noite do crime". Não que eu esperasse ser um grande filme, até porque essa série não é lá das melhores. Mas esperava algo melhor, realmente, inclusive no quesito violência. E para quem não conhece, essa série parte de uma premissa que é, em minha opinião, interessante. Nesse mundo distópico o governo americano determina que durante 24 horas não haverá punição de crimes. Diante disso, o roteiro parte da premissa que grande parte da população se tornaria criminosa. Sairia cometendo todos os tipos de barbaridades pelas ruas. É uma visão pessimista. Vamos ser sinceros. De qualquer forma, se não fosse assim, não haveria filme, não é mesmo? Então, pois bem. 

Chegamos nessa noite sem limites. Um grupo de mulheres foge pela rua e um casal tenta sobreviver após seu carro quebrar na autoestrada. Eles ficam a mercê de todos os criminosos que você pode imaginar. Bandos com máscara, jovens violentos. Todo tipo de crime. Então, surge para surpresa de todos, um homem solitário dentro de um carro. Fortemente armado, ele passa a defender aquelas pessoas. Pelo subtítulo de Anarquia eu esperava muito mais do filme. Pensei que o roteiro ia investir fundo nesse conceito de anarquismo, mas errei. Michael Bay está entre os realizadores. Ele não seria tão ousado nesse conceito. O filme assim, no final das contas, ao meu ver, se revelou bem fraco. Abaixo da adrenalina que poderia prometer.

Uma Noite de Crime: Anarquia (The Purge: Anarchy, Estados Unidos, 2014) Direção: James DeMonaco / Roteiro: James DeMonaco / Elenco: Frank Grillo, Carmen Ejogo, Zach Gilford / Sinopse: Um grupo de pessoas comuns tenta sobreviver a uma noite de anarquia, crimes, violência e barbarismo nas ruas das grandes cidades dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Best Sellers

Nesse filme o ator Michael Caine interpreta um escritor. Seu período de sucesso e de auge de criatividade, há muito se passou. Faz 50 anos que ele não escreve um livro de sucesso. Está no ostracismo completo. E tudo piorou depois que sua esposa faleceu. Agora ele vive em uma casa antiga. E está sendo ameaçado de despejo. Precisa rapidamente de dinheiro. A sorte bate à porta quando uma jovem editora vem em seu encontro. Ela quer contratar o velho escritor para o lançamento de um livro. Que ela acredita vai ser a salvação de sua empresa. Ou consegue esse livro, esse sucesso, ou então sua editora vai ser engolida por uma empresa maior! É uma jogada de risco. E nada está garantido. Enfim, depois de muita luta, ela consegue assinar com o escritor. Ele tem um antigo manuscrito que pode se transformar em um novo livro. Só que ela exige uma coisa para assinar o contrato. Ele tem que sair em turnê para divulgação do livro, algo que ele simplesmente abomina. 

Este é um filme que tinha potencial. Nada muito espetacular, mas que poderia surpreender. Não conseguiu chegar lá. Segue certas fórmulas de roteiros que já conhecemos. Essa figura do escritor em ostracismo é bem recorrente em filmes que falem sobre esse tema. Na realidade, é um modelo, um protótipo que sempre é utilizado por roteiristas. Acredito que seja baseado na vida de J. D. Salinger, autor de "O apanhador no campo de centeio". De maneira geral, é um filme convencional. Eu confesso que não gostei muito do personagem Harris Shaw. Michael Caine é um grande ator. Um dinossauro da era de ouro do cinema que ainda está vivo e trabalhando. Só que seu personagem não tem empatia e nem simpatia. Tudo bem ser um sujeito rabugento e ranzinza. Há uma certa graça em explorar isso. Só que no caso aqui, o personagem é simplesmente muito antipático para que eu tenha me importado com ele. Ficou um certo mal-estar. E como o roteiro é quadradinho e sem maiores voos em termos de originalidade, tudo ficou no meramente mediano.

Best Sellers (Reino Unido, 2021) Direção: Lina Roessler / Roteiro: Anthony Grieco / Elenco: Michael Caine, Aubrey Plaza, Scott Speedman / Sinopse: Um veterano escritor e uma jovem editora unem forças no lançamento de um novo livro. Ele precisa de dinheiro para pagar suas contas na velhice. E ela precisa salvar sua pequena empresa de ser engolida por uma grande empresa do ramo editorial.

Pablo Aluísio.

Era Uma Vez em Nova York

Esse filme conta a história de uma imigrante polonesa que chega em Nova Iorque no começo do século 20. Ela e a irmã logo encontram problemas com os agentes da imigração. A irmã é diagnosticada com tuberculose, afastada e levada para uma instituição de tratamento. E ela fica praticamente sozinha na grande cidade americana, em que ela não conhece ninguém. Nesse momento de grande agonia, surge um sujeito que diz que vai lhe ajudar. Esse personagem, interpretado pelo ator Joaquin Phoenix, parece ser uma pessoa amigável, só que na realidade esconde falsas intenções. Trata-se de um cafetão, sempre em busca de beldades que chegam aos Estados Unidos sem trabalho e sem condições financeiras. Um lobo em pele de cordeiro. E assim, logo a jovem garota se vê envolvida no grande esquema de prostituição na cidade de Nova Iorque. 

Temos aqui um filme interessante, mas ao mesmo tempo com problemas de roteiro. Eu percebi claramente que nesse filme não há um cuidado maior em desenvolver psicologicamente melhor alguns personagens. O cafetão de Phoenix, por exemplo, tem um antagonista. Um sujeito com viés artístico interpretado por Jeremy Renner. É um mágico de espeluncas. Só que em termos de personalidade, ele nunca é muito bem trabalhado. O próprio personagem do explorador de mulheres não tem muita o que dizer. Ora, ele age como um sujeito bom, um ser humano decente. Ora, ele age como um crápula. Agora, o maior problema desse filme é realmente a atriz Marion Cotillard que interpreta a imigrante Ewa Cybulska, que inclusive dá nome ao título original do filme. Ela não emociona e surge pouco carismática. Com isso o espectador aos poucos vai perdendo o interesse no que se passa na tela.

Era Uma Vez em Nova York (The Immigrant, Estados Unidos, 2013) Direção: James Gray / Roteiro: James Gray, Ric Menello / Elenco: Marion Cotillard, Joaquin Phoenix, Jeremy Renner / Sinopse: Através de uma personagem de ficção, o roteiro desse filme procura trazer um painel amplo e geral da vida de uma imigrante polonesa no começo do século 20, nos Estados Unidos. Chegando na América sem recursos, ela logo cai numa rede de exploração sexual de jovens mulheres.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de outubro de 2022

Assalto ao Banco da Espanha

Bom filme, que atualmente está sendo exibido pelo canal Megapix. Eu costumo dizer que bons filmes sobre roubos a banco sempre são bons. É preciso um roteiro muito ruim para estragar esse tipo de filme. Felizmente, o roteiro aqui é muito bom. Os membros dessa quadrilha decidem executar seu plano durante a Copa do Mundo. Exatamente quando a seleção espanhola está em campo. Tudo para desviar a atenção. Um dos aspectos mais interessantes deste filme é o próprio cofre do banco da Espanha. Um cofre que traz um mecanismo antigo, do século 19, mas que ainda funciona muito bem. O artefato foi construído em cima de uma balança sensível. 

Qualquer mudança significativa de peso, como o próprio peso de uma pessoa faz com que um sistema de proteção seja acionado. O local é imediatamente inundado por toneladas de litros de água. A intenção é realmente matar afogados todos os criminosos que ousassem tentar roubar o banco. Gostei de praticamente tudo aqui. O elenco traz um bom time de bons atores, muitos deles espanhóis, não conhecidos do público brasileiro. O único mais conhecido é o ator Freddie Highmore,  de séries e filmes. Atualmente, ele faz sucesso por "The Good Doctor". Também se destacou por "Bates Motel". Enfim, um filme que não deixa nada a desejar para quem gosta desse estilo cinematográfico.

Assalto ao Banco da Espanha (Way Down, Espanha, França, 2021) Estúdio: Sony Pictures International  / Direção: Jaume Balagueró / Roteiro: Rafa Martínez, Andrés M. Koppel / Elenco: Freddie Highmore, Astrid Bergès-Frisbey, Sam Riley, Liam Cunningham, Jose Coronado, Famke Janssen / Sinopse: Uma quadrilha é formada para roubar o banco nacional da Espanha. O objetivo deles é roubar 3 moedas históricas raras que juntas trazem a localização de um tesouro em ouro da época da colonização espanhola na América. Não vai ser uma tarefa fácil, pois o cofre do banco possui um mecanismo especial para evitar esse tipo de roubo. Para contornar essa obra-prima da engenharia, eles contratam um jovem prodígio que deverá solucionar a questão.

Pablo Aluísio.

SWAT: Comando Especial 2

Título no Brasil: SWAT: Comando Especial 2
Título Original:  S.W.A.T.: Firefight
Ano de Lançamento: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Stage 6 Films 
Direção: Benny Boom
Roteiro: Reed Steiner, Randy Walker
Elenco: Gabriel Macht, Robert Patrick, Carly Pope, Giancarlo Esposito, Kristanna Loken, Matt Bushell

Sinopse:
Um especialista da Swat de Los Angeles, é enviado para Detroit para treinar policiais. O foco se concentra em situação de terrorismo de alto risco para a população. Na nova cidade ele encontra uma boa equipe, mas também uma certa desconfiança de seu trabalho. Em meio a tudo isso surge um criminoso fanático, um sujeito com ligações com o governo americano, que pode ser muito perigoso.

Comentários:
S.W.A.T: Comando Especial 2 foi produzido como a sequência tardia do primeiro filme para o cinema. Originalmente, foi uma série de grande sucesso na TV Americana durante a década de 1970. Esse segundo filme é bem modesto em termos de orçamento. Ao contrário do primeiro filme, que tinha uma produção classe A, uma equipe e elenco de pessoas conhecidas, esse aqui foi feito diretamente para a venda direta ao consumidor. Depois virou figurinha fácil em serviços de streaming e canais a cabo. Mas não entenda isso como um demérito. O filme até que tem suas qualidades. A história é banal e o roteiro segue uma linha, mas nada disso atrapalha. As cenas de ação são bem realizadas. E, por mais incrível que possa parecer, as relações entre os policiais são bem desenvolvidas. Nada muito espetacular. Para quem estiver em busca de um bom filme policial de ação esse segundo filme não vai decepcionar. Obviamente, eu recomendo muito mais o primeiro filme e aos nostálgicos a série original. De qualquer forma, esse filme aqui cumpre com o que promete. Não vai decepcionar quem esteja em busca de um bom passatempo.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de outubro de 2022

Roubo nas Alturas

Título no Brasil: Roubo nas Alturas
Título Original: Tower Heist
Ano de Lançamento: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures 
Direção: Brett Ratner
Roteiro: Adam Cooper, Bill Collage
Elenco: Eddie Murphy, Ben Stiller, Casey Affleck, Matthew Broderick, Alan Alda, Michael Peña

Sinopse:
Um grupo de ex-empregados de um prédio para ricaços de Manhattan em Nova Iorque, decidi fazer um roubo bem elaborado de um apartamento onde mora um vigarista de Wall Street. Eles querem recuperar o dinheiro de um fundo de pensão dos empregados que foi roubado por esse mesmo criminoso. E um roubo desses não vai ser uma coisa fácil de se realizar, ainda mais sabendo que eles vão ter que tirar uma Ferrari de alto valor da cobertura do prédio.

Comentários:
Pelo elenco que apresenta esse filme poderia ser confundido com uma comédia. Afinal, os dois protagonistas são comediantes de carteirinha. Embora o filme tenha realmente um pouco de humor, o fato é que temos aqui um filme que foca muito mais na ação. Ação essa que se desenvolve através de um roubo feito por amadores de um edifício para pessoas muito ricas de Nova Iorque. Sim, é um filme de roubo. Embora nesse caso aqui seja um filme estrelado por atores especializados em comédias. Nesse quesito de fazer rir quem se sai melhor?  Eddie Murphy, claro. Ele interpreta um ladrão pé de chinelo, que é o único com experiência na criminalidade entre o grupo. Os demais são pessoas sem nenhum tipo de malícia para o mundo do crime. Alguns são verdadeiros panacas. O filme é bom e muito bem-produzido, mas no quesito humor realmente deixa a desejar. De qualquer forma o filme funciona e olha que nem é preciso muita boa vontade para se interessar pela história. O fato de se tentar baixar um carro milionário de uma cobertura de um prédio como aquele, no meio de uma parada do dia da Ação de Graças, torna tudo ainda mais interessante. Enfim, um filme que não decepciona e que até que cumpre bem aquilo a que se propõe.

Pablo Aluísio.

A Máquina Infernal

Título no Brasil: A Máquina Infernal
Título Original: The Infernal Machine
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Moviebox Films
Direção: Andrew Hunt
Roteiro: Andrew Hunt, Louis Kornfeld
Elenco: Guy Pearce, Alice Eve, Alex Pettyfer, Jeremy Davies, Rachel De Fontes, Ana Lopes

Sinopse:
Um escritor que há muitos anos vive recluso, passa a receber mensagens misteriosas que ele interpreta como ameaçadoras. No passado um de seus livros serviu de inspiração para um louco assassino que subiu em uma torre de universidade e abriu fogo contra pessoas inocentes. Será que esse criminoso ou algum admirador seu estaria enviando as tais cartas?

Comentários:
Esse filme em particular investe bastante em uma tensão psicológica constante. Seu roteiro tem toques reais, mas mesclados com uma história ficcional. A parte real vem do fato de que realmente um assassino serial subiu em torre da universidade do Texas e matou pessoas inocentes durante a década de 1960. A parte ficcional trata justamente do escritor. Que, sendo o protagonista desse filme, é meramente um personagem criado pelo autor do livro original. É interessante como roteiros de filmes americanos investem nessa figura do escritor solitário e atormentado pelo passado. Geralmente esses personagens escreveram um grande livro, mas depois entraram em uma grande crise de criatividade. E nunca mais se recuperam. Viram figuras com essência mitológica até! Esse filme é bom, mas o espectador vai ter que ter um pouco de paciência. A teia de um jogo psicológico vai sendo elaborada ao longo do filme. De maneira em geral, achei interessante a abordagem. O final é que soou um pouco exagerado demais. Para quem vinha investindo em um drama psicológico, apostar na violência ficou um pouco fora de foco.

Pablo Aluísio.