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sábado, 25 de novembro de 2023

O Quinto Elemento

Título no Brasil: O Quinto Elemento
Título Original: The Fifth Element
Ano de Lançamento: 1997
País: França, Reino Unido
Estúdio: Gaumont Films
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Bruce Willis, Gary Oldman, Milla Jovovich, Chris Tucker, Ian Holm, Luke Perry

Sinopse:
Nesse filme, cuja história se passa no ano de 2225, o ator Bruce Willis interpreta um motorista de táxi que se vê envolvido numa grande conspiração envolvendo grandes corporações após ajudar uma jovem que parece estar fugindo, lutando por sua vida a todo custo. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor efeitos sonoros (Mark A. Mangini). 

Comentários:
Tive a oportunidade de assistir no cinema, o que foi o ideal pois esse é um daqueles filmes em que o visual conta muito, ou melhor dizendo, conta tudo! E o que temos aqui é exatamente isso. Um filme visualmente belíssimo, contando cm figurinos extremamente bem elaborados, assinados por renomados estilistas de Paris, cenários futuristas originais e uma produção realmente de encher os olhos. Inclusive a direção de arte dessa ficção é de fato uma das melhores dos últimos 30 anos. Infelizmente o mesmo não se pode dizer de seu roteiro. Aqui o diretor se baseou em uma história original, criada por ele mesmo. É uma variação de velhas mitologias que já bem conhecemos, tudo misturado com uma certa paranoia sobre os avanços da ciência, principalmente em relação ao tema da tecnologia de manipulação genética. Funciona pouco nesse aspecto. Em suma, "O Quinto Elemento" é um filme lindo de se assistir, mas sem muito conteúdo por trás de toda aquela beleza cinematográfica que vemos na tela. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 30 de junho de 2023

O Terror Da Guerra

O Terror Da Guerra
Quando o filme começa vemos dois veteranos da guerra do Afeganistão andando em uma cidade dos Estados Unidos que parece ter sido devastada. Imediatamente somos levados a pensar que estamos assistindo a um daqueles filmes pós-apocalipse. Séries como "The Last of Us" também nos vem a mente. Só que não se engane sobre o que se vê na tela. O roteiro guarda diversas surpresas ao longo do desenvolvimento da história. Enquanto os veteranos andam e tentam sobreviver, vemos em flashbacks o passado do soldado Gabriel Drummer, interpretado pelo ator Shia LaBeouf. Casado, pai de uma filhinha, ele encara um treinamento pesado para se tornar um fuzileiro naval e depois é enviado para o campo de batalha no Oriente Médio onde presencia a violência irracional da guerra. De volta aos Estados Unidos, tudo o que ele deseja é reencontrar sua família, mas no meio de toda aquela devastação fica cada dia mais improvável. 

As duas primeiras partes desse filme enganam o espectador. Você pensa estar assistindo a um tipo de filme, mas ele na realidade é bem outro. Nesse aspecto achei o roteiro muito criativo e bem escrito. Veja que o uso de reviravoltas, ou plot twist, como os americanos gostam de chamar, pode ser algo inteligente, coerente com a história que se está contando. Exatamente o que temos aqui. O que você não pode esquecer é que existem mentes perturbadas. E esse é o ponto central da mensagem que esse filme quer passar. O tema no fundo é sério e importante, lidando com a saúde mental de veteranos que voltam de campanhas com graves problemas de traumas de guerra. Nesse aspecto pode-se dizer que o filme é de um raro brilhantismo. 

O Terror Da Guerra ( Man Down, Estados Unidos, 2015) Direção: Dito Montiel / Roteiro: Dito Montiel / Elenco: Shia LaBeouf, Gary Oldman, Jai Courtney / Sinopse: Dois veteranos de guerra retornam aos Estados Unidos e encontram uma América pós-apocalíptica. Um deles deseja apenas reencontrar sua família, mas no meio da loucura e do caos se vê cada vez mais distante da realidade do mundo que o cerca. 

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de julho de 2022

Beethoven e sua Amada Imortal

Quando Ludwig van Beethoven morreu, uma carta misteriosa, nunca enviada, foi encontrada entre seus pertences. Ela era endereçada para uma mulher que o compositor chamava de "Amada Imortal". Quem teria sido ela? Até hoje historiadores e biógrafos do gênio musical não sabem a resposta definitiva. É uma daquelas questões que apenas seu autor poderia explicar. A verdade foi ao túmulo e lá ficará pela eternidade.

O filme "Minha Amada Imortal" de 1994, por outro lado, tentou responder a essa pergunta. Revi nesse fim de semana por mera curiosidade. Estou lendo uma biografia de Beethoven e quis fazer uma comparação entre a literatura e o cinema. O que posso dizer é que essa produção dos anos 90, apesar de seu inegável bom gosto e elenco valoroso, com direito a palmas para Gary Oldman no papel principal, não conseguiu responder bem à essa questão. Em busca de um certo sensacionalismo romantizado se perdeu a chance de se fazer um novo "Amadeus".

O roteiro do filme foi baseado em um romance que nunca pretendeu ser historicamente preciso. O escritor Bernard Rose nunca quis responder com precisão histórica sobre a identidade da amada imortal do genial músico. Ele apenas especulou, deu asas à imaginação e mais do que isso, apostou numa daquelas reviravoltas para surpreender seu leitor. Em termos precisos o romance foi um pouco longe demais. Afinal o que poderia ser mais chocante do que descobrir que sua amada era na verdade a esposa de seu irmão, uma mulher que ele publicamente detestava e que teria levado ao tribunal por anos a fio em busca da guarda de seu sobrinho Karl?
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Pura especulação romanceada. E como se tudo isso ainda não bastasse Rose vai além, deixando claro que Karl na verdade não era sobrinho de Beethoven, mas sim seu filho. Claro, no filme essa questão ganha pontos no aspecto dramático, mas historicamente essa tese tem mesmo pés de barro. Muito provavelmente o grande amor de Beethoven tenha sido mesmo a condessa húngara Anna Marie Erdödy que no filme está muito bem interpretada pela atriz Isabella Rossellini. Essa sim teria sido sua companheira, amiga e amante. Ficando ao seu lado mesmo nos piores momentos quando ele ficou completamente surdo, sem conseguir ouvir nenhuma nota musical de suas obras inesquecíveis. Por isso assista ao filme com reservas. Entenda que aqui a reviravolta deve ser confinada aos efeitos puramente cinematográficos. "Minha Amada Imortal" é até um bom filme, mas a pura verdade é que jamais conseguiria se igualar ao verdadeiro Ludwig van Beethoven, um autêntico gênio monumental (e temperamental também, é bom frisar).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de março de 2022

Na Ponta dos Pés

Título no Brasil: Na Ponta dos Pés
Título Original: Tiptoes
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Langley Productions
Direção: Matthew Bright
Roteiro: Matthew Bright
Elenco: Kate Beckinsale, Matthew McConaughey, Gary Oldman, Patricia Arquette, Peter Dinklage, Debbie Lee Carrington

Sinopse:
Steven (Matthew McConaughey) e Carol (Kate Beckinsale) são namorados, são felizes e pensam em se casar. Só que as coisas começam a ficar mais complicadas quando ela descobre que a família do namorado é formado por anões!

Comentários:
Esse filme supostamente deveria ser algo próximo de uma comédia romântica, mas o tema complica essas pretensões. Isso porque apresenta um tema dos mais delicados. A noiva que descobre que o irmão, os pais e muitos familiares do noivo são anões! E então, sabendo que o nanismo é hereditário, ela levará em frente esse romance? Vai se casar realmente? O roteiro do filme assim fica na corda bamba, no fio da navalha. Quer trazer humor, mas tem que ter cuidado para não cair no grotesco, na ofensa gratuita. Em alguns momentos tenta fazer humor, em outros cai no mais profundo drama. Eu sinceramente fiquei um pouco incomodado em vários momentos. A questão do nanismo é delicada, tem que ser tratada com uma certa seriedade, sensibilidade e consciência social. Por essa razão se a intenção era fazer uma comédia romântica, a coisa toda desandou lá pela segunda metade do filme.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Sid e Nancy - O Amor Mata

Produção baseada em fatos reais o drama musical "Sid e Nancy" resgata os últimos momentos de vida do ídolo punk Sid Vicious, baixista da banda ícone do movimento  Sex Pistols. Ao lado de sua namorada Nancy Spungen ele foi ao fundo do poço no mundo das drogas. O punk nasceu como resposta ao rock progressivo na Inglaterra. Na época se difundiu a ideia de que o progressivo havia deixado de lado o verdadeiro espírito do rock ao abraçar músicas complexas, com melodias extremamente estruturadas e complicadas. Para os punks o rock deveria ser simplesmente visceral, com poucos acordes e muito barulho. A atitude era mais importante do que a riqueza musical. Afinal que jovem pobre e iletrado da classe trabalhadora inglesa conseguiria tocar alguma música do Pink Floyd em sua guitarra surrada? Para isso era necessário anos e anos de estudo e prática, algo que era impensável para os jovens punks que queriam mesmo era formar uma banda da noite para o dia, explodindo nas paradas. Assim os punks se voltaram para os primeiros rocks dos anos 50 que eram simples, diretos e tinham bastante atitude rebelde. O punk nasceu justamente dessa nova forma de ver a música jovem. Quanto mais revoltado melhor, mesmo que as bandas tivessem apenas conhecimentos rudimentares de seus instrumentos.

"Sid e Nancy - O Amor Mata" mostra claramente como eram radicais os primeiros punks. Radicais não apenas no aspecto musical mas na vida também. E nisso entrava o vício em drogas pesadas. Os punks como o retratado Sid Vicious simplesmente não tinham limites em seu consumo de drogas. Sid, cujo sobrenome era bem adequado, não passava de um pobre dependente químico mas naqueles loucos anos do surgimento do punk isso era também visto como algo positivo pelos jovens que seguiam o movimento até que ele extrapolou totalmente sua própria civilidade. O destaque desse filme certamente vai para a inspirada atuação de Gary Oldman. Acredito que hoje em dia todos os cinéfilos reconheçam o grande talento de Oldman. Infelizmente ele não tem tido grandes oportunidades como no começo de sua carreira mas mesmo assim se destaca onde atua, até mesmo em personagens coadjuvantes. Assim para quem gosta de seu trabalho o filme fica mais do que recomendado pois ele consegue literalmente sumir na pele de Sid Vicious, o trágico músico que sucumbiu completamente na tragédia das drogas pesadas.

Sid e Nancy - O Amor Mata (Sid and Nancy, Inglaterra, 1986) Direção: Alex Cox / Roteiro: Alex Cox, Abbe Wool / Elenco: Gary Oldman, Chloe Webb, David Hayman, Debbie Bishop / Sinopse: Sid Vicious, baixista da banda punk inglesa "The Sex Pistols" , entra fundo no mundo das drogas pesadas ao mesmo tempo em que leva seu romance com Nancy Spungen ao limite. Sua viagem alucinada trará trágicas consequências para o casal.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Mank

Esse é um filme especialmente indicado para quem gosta de cinema, ou melhor dizendo, para quem gosta da história do cinema. Para esses o filme "Cidadão Kane" é um símbolo, uma espécie de obra de arte que ultrapassou o teste do tempo, sendo considerado por muitos, até hoje, como o melhor filme já realizado. Pois esse "Mank" veio para contar a história da criação de seu roteiro. O protagonista do filme é o próprio roteirista de "Cidadão Kane", o indomável escritor Herman J. Mankiewicz, aqui interpretado por um inspirado Gary Oldman.

Após sofrer um acidente de carro, Mankiewicz ou Mank, para os mais próximos, se refugia em uma casa de fazenda, bem no meio do deserto. Ele precisa cumprir um contrato que assinou antes do acidente, escrevendo um roteiro para o próximo filme do genial Orson Welles. Assim ele procura inspiração em pessoas que conheceu na sua vida pessoal, virando seu alvo principal o magnata da comunicação William Randolph Hearst. Esse milionário, dono de inúmeros jornais, era casado com uma atriz sem muito talento, mas que ele fazia todo o esforço para transformar em uma grande estrela de cinema. Mank viu ali farto material para seu roteiro. Ele iria de certa forma destruir a imagem de Hearst.

Claro que mexer com gente rica e poderosa iria lhe trazer muitos problemas, mas Mank resolveu pagar para ver. O filme então mostra vários flashbacks mostrando a gênesis de seu ressentimento contra o ricaço, ao mesmo tempo que desfilam pela tela nomes importantes da história de Hollywood, como Louis B. Mayer (dono da MGM), Irving Thalberg (lendário produtor de Hollywood) e até David O. Selznick (fundador de estúdios famosos na capital do cinema). É no meio de tudo ainda sobra espaço para explorar a acirrada campanha para governador da Califórnia em 1938, que colocaria Mank contra todos esses figurões da indústria do cinema. Enfim, excelente filme e desde já um dos favoritos ao Oscar desse ano.

Mank (Mank, Estados Unidos, 2020) Direção: David Fincher / Roteiro: David Fincher / Elenco: Gary Oldman, Amanda Seyfried, Lily Collins, Tom Pelphrey, Arliss Howard, Charles Dance, Tom Burke / Sinopse: O filme conta a história do roteirista Herman Mankiewicz (Oldman) que escreveu o roteiro do clássico do cinema "Cidadão Kane". Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção (David Fincher), melhor ator (Gary Oldman), melhor atriz coadjuvante (Amanda Seyfried), melhor direção de fotografia (Erik Messerschmidt), melhor som, melhor design de produção, melhor maquiagem e melhor trilha sonora incidental. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme - Drama.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de maio de 2020

A Possessão de Mary

Título no Brasil: A Possessão de Mary
Título Original: Mary
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Entertainment One
Direção: Michael Goi
Roteiro: Anthony Jaswinski
Elenco: Gary Oldman, Emily Mortimer, Manuel Garcia-Rulfo, Stefanie Scott, Chloe Perrin, Owen Teague

Sinopse:
Depois de trabalhar anos como capitão de barcos de turismo, David (Gary Oldman) decide comprar seu próprio veleiro em um leilão. Uma embarcação antiga, com algumas histórias misteriosas em seu passado. Na sua primeira viagem em alto-mar, ao lado de sua família, coisas bem estranhas começam a acontecer.

Comentários:
Um filme de terror marítimo? Pois é, aqui o roteirista se inspirou em um velho poema, bem conhecido entre marinheiros da Flórida, desde o século XVII, para criar uma história de terror que achei até bem interessante. Imagine toda uma família (pai, mãe e duas filhas) viajando em um veleiro que esconde maldições e mortes em seu passado. E quando mais eles vão entrando em alto-mar, mais as coisas vão ficando realmente esquisitas. Claro, temos que reconhecer que o uso de uma criatura das trevas, uma espécie de mistura de bruxa e sereia, vai quebrar um pouco o ritmo de suspense que vai numa onda crescente durante o desenrolar do filme, mas esse tipo de coisa faz parte do pacote de um filme como esse. E isso fica ainda mais forte ao se pensar no público que consome filmes de terror nos dias de hoje. Não há como se basear apenas em um terror puramente psicológico, tem que ter ali um tipo de monstro para assustar os mais jovens. E por falar em sustos, o filme tem uns três sustos muito bons, daqueles que vão arrepiar os fios de cabelo do seu braço. Para o padrão dos filmes de terror mais modernos já estã de bom tamanho, não é mesmo?

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de maio de 2020

A Garota da Capa Vermelha

Título no Brasil: A Garota da Capa Vermelha
Título Original: Red Riding Hood
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Catherine Hardwicke
Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick
Elenco: Amanda Seyfried, Gary Oldman, Lukas Haas, Shiloh Fernandez, Max Irons

Sinopse:
Numa pequena vila medieval uma série de ataques envolvendo um grande lobo deixa todos apavorados, inclusive a jovem Valerie (Amanda Seyfried) que tem a irmã atacada pela besta. Para enfrentar essa fera os moradores decidem chamar o padre Solomon (Gary Oldman), que é conhecido para combater as forças do mal.

Comentários:
Esse filme é uma adaptação do conto infantil "Chepeuzinho Vermelho" para o cinema. De modo geral todos os personagens do conto também estão aqui, a vovozinha, chapeuzinho e, é claro, o lobo mau, só que esse é um lobisomem feroz que ataca uma vila pequena durante a idade média. É óbvio que o conto original é bem simples, com pouco elementos. Então os roteiristas precisaram inventar coisas novas, pois caso contrário seria impossível fazer um longa-metragem. O filme também não é feito para as crianças, mas sim para um público mais adulto. A estrela principal do filme é a atriz Amanda Seyfried que interpreta a chapeuzinho vermelho, aqui com o nome de Valerie. Com grande olhos azuis ela faz seu trabalho, sem comprometer. O grande atrativo do filme porém é Gary Oldman, como sempre roubando todas as atenções. Ele é o padre, misto de inquisidor e fanático religioso, que chega na vila para enfrentar o lobo. O filme tem bons efeitos especiais, mas o tal lobisomem geralmente aparece nas sombras, não chega a convencer muito. Porém o filme em si é até interessante, vale assisti pelo menos uma vez. No final de tudo é uma diversão até bacaninha.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

A Conspiração

Título no Brasil: A Conspiração
Título Original: The Contender
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: DreamWorks Pictures
Direção: Rod Lurie
Roteiro: Rod Lurie
Elenco: Joan Allen, Gary Oldman, Jeff Bridges, Christian Slater, Sam Elliott, Mariel Hemingway

Sinopse:
Após a morte do presidente dos Estados Unidos, a senadora Laine Hanson (Joan Allen) passa a ser cotada para assumir o cargo, porém começa a sofrer uma série de perseguições políticas de todos os lados, com revelações comprometedoras de seu passado.

Comentários:
Bom filme político (embora a trama seja pura ficção) que acabou sendo indicado a dois prêmios na Academia, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Jeff Bridges) e Melhor Atriz (Joan Allen). A dupla não levou os Oscars para casa, mas recebeu muitos elogios da crítica na época de lançamento do filme nos cinemas. Esse filme é mais um que investe naquela velha mania dos americanos em ver teorias da conspiração em tudo. Não é um roteiro brilhante, mas consegue lidar bem com todos os elementos e personagens envolvidos. Se bem que nesse quesito de conspiração política os americanos precisariam tomar algumas aulas com a classe política brasileira! Brincadeiras á parte, o filme ainda tem de quebra um elenco muito bom, contando com dois excelentes atores, Gary Oldman e Jeff Bridges. Esse último aliás deveria ser mais lembrado por seu trabalho aqui. Já Joan Allen tinha tudo para despontar como uma das grandes atrizes de Hollywood, mas infelizemnte ficou pelo meio do caminho. Coisas do destino.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de setembro de 2019

Mente Criminosa

É um bom filme, embora a trama em si exija uma certa cumplicidade do espectador. É a tal situação, quando forçam demais a barra, o público tem que criar uma certa boa vontade para o filme funcionar. Aqui temos Kevin Costner (que nos anos 80 era dito como o "novo Gary Cooper") interpretando um criminoso, um assassino que acaba tendo a mente alterada dentro da prisão, tudo fruto de um experimento do governo americano. Vejam só: transportam a mente de um agente da CIA chamado Bill Pope (Ryan Reynolds) para o assassino condenado Jericho Stewart (Costner).

Bom, não precisa pensar muito para saber que misturar habilidades de um agente do serviço de inteligência dos Estados Unidos com uma mente psicopata é certamente uma péssima (e perigosa) ideia. O filme se desenvolve bem, tem excelentes cenas, algumas de ação muito bem orquestradas, em produção realmente boa. Alguns atores são desperdiçados, entre eles o próprio  Ryan Reynolds. Até Tommy Lee Jones não ganha o espaço necessário. Mesmo assim isso no final das contas não chega a prejudicar o filme como um todo. É apenas um detalhe. Por fim fica a dica de transformarem o filme numa série de sucesso. Enredo para isso certamente existe. Só falta a iniciativa para levar tudo do cinema para a telinha. Vamos ver se isso vai acontecer um dia.

Mente Criminosa (Criminal, Estados Unidos, 2016) Direção: Ariel Vromen / Roteiro: Douglas Cook, David Weisberg / Elenco: Kevin Costner, Tommy Lee Jones, Gary Oldman, Ryan Reynolds, Gal Gadot / Sinopse: Assassino condenado (Costner) tem a mente de um agente da CIA (Reynolds) transplantado para seu subconsciente. Com as habilidades do agente morto, o criminoso logo foge da prisão, indo parar nas ruas, com a CIA tentando de todas as formas recapturá-lo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Fúria em Alto Mar

Quando o filme começa dois submarinos, um americano e um russo, atravessam o mar embaixo de grossas camadas de gelo. De repente algo acontece com o submarino russo que vai ao fundo. Depois a embarcação americana é igualmente atacada por um torpedo e afunda. O que teria acontecido? Para a missão de investigação e resgate é enviado o capitão Joe Glass (Gerard Butler). Ele não tem muito experiência de comando, mas conta com uma boa tripulação em um submarino nuclear de última geração. Assim começa esse "Fúria em Alto Mar" que tinha tudo para dar certo. Boa produção, elenco muito bom, efeitos digitais bem feitos. Tudo parecia se encaixar. O problema vem do roteiro. É um velho problema desses novos filmes de Hollywood. Os roteiristas subestimam completamente a inteligência dos espectadores e começam a forçar a barra com situações bobas, juvenis, inverossímeis ao extremo.

Tudo bem fazer um filme sobre submarinos. Esse é aliás um dos estilos de filmes de guerra mais consagrados. O problema é fazer um filme bobo. Para se ter uma ideia do tamanho da bobagem, em determinado momento a missão do submarino comandado pelo personagem de Butler passa a ser ir até um dos mais seguros portos da marinha russa, onde está metade da frota daquele país, para resgatar o próprio presidente russo de um golpe militar! Que bobagem! Com isso nem mesmo a mais bem feita produção e nem mesmo o melhor elenco conseguem escapar da vergonha alheia. Se tivessem apostado numa trama adulta e séria, esse seria um grande filme sobre a marinha. Do jeito que ficou só aborrece e causa decepção!

Fúria em Alto Mar (Hunter Killer, Estados Unidos, 2018) Direção: Donovan Marsh / Roteiro: Arne Schmidt, Jamie Moss / Elenco: Gerard Butler, Gary Oldman, Common, Alexander Diachenko, Michael Nyqvist / Sinopse: Joe Glass (Gerard Butler) é o capitão de um submarino americano que é enviado para uma missão extremamente perigosa, que poderá até mesmo causar uma guerra nuclear entre as potências mundiais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Crimes Ocultos

Esse filme é baseado na história real do psicopata e serial killer russo Andrei Chikatilo. Bem no auge do regime comunista soviético ele começou a matar crianças que encontrava em estações de trem por todo o país. Como era uma espécie de caixeiro viajante (na verdade um pequeno burocrata do Estado) ele vivia viajando de cidadezinha em cidadezinha. Quando encontrava crianças sozinhas pelos lugares por onde passava as levava para o meio da floresta e ali, entre as árvores, as matava de forma brutal. Como eram lugares isolados não havia quem escutasse os gritos dos pequeninos indefesos.

O foco do filme assim se baseia no departamento de polícia que passa a investigar os crimes. Tudo era piorado por causa da propaganda comunista. Nada podia ser divulgado ao grande público porque isso seria encarado como uma falha do próprio sistema. Sem condição de alertar a população os crimes continuavam. O roteiro desse filme é bem acima da média, mostrando não apenas a brutalidade dos crimes como também a dificuldade dos policiais em desvendar a identidade do assassino em série. Com ótima reconstituição de época, esse é um dos melhores filmes sobre psicopatas assassinos da vida real que já assisti. Roteiro inteligente, aproveita também para mostrar a própria ineficiência do Estado soviético. Enquanto tentava vender a ideia para o Ocidente que era uma instituição perfeita, tudo começava a apodrecer por dentro de suas fronteiras.

Crimes Ocultos (Child 44, Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, República Tcheca, Romênia, 2015) Direção: Daniel Espinosa / Roteiro: Richard Price, baseado no livro de Tom Rob Smith / Elenco: Tom Hardy, Gary Oldman, Joel Kinnaman, Noomi Rapace / Sinopse: União Soviética. 1953. Leo Demidov (Tom Hardy) e o General Mikhail Nesterov (Gary Oldman) são dois investigadores que precisam desvendar uma série de mortes de crianças, perto de estações de trem por todo o país. Suas tentativas de solucionar os crimes esbarram no próprio Estado que não quer admitir que existam psicopatas dentro uma sociedade comunista supostamente perfeita como aquela.

 Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O Destino de uma Nação

Mais uma produção que está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme do ano. Mais uma que tem como protagonista o Primeiro Ministro inglês Winston Churchill. A história se passa logo no começo da II Guerra Mundial. O premier Neville Chamberlain está desacreditado depois de tentar inúmeras vezes manter uma paz com Hitler. Com isso chega a hora de eleger um novo Primeiro Ministro. Churchill é visto com desconfiança geral, por ser considerado muito belicista. Só que diante das circunstância não há outro caminho. O roteiro assim explora a ascensão de Churchill ao poder e os primeiros desafios que teve que enfrentar, entre eles uma forte oposição dentro de seu próprio gabinete.

Antes de qualquer consideração aqui vai uma dica interessante ao leitor. Procure assistir a três filmes recentes como se eles estivessem contando a mesma história (coisa que efetivamente estão). Primeiro o cinéfilo deve ver esse "O Destino de uma Nação" que conta a subida de Winston Churchill ao poder. Depois assista a "Dunkirk" que também está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme, uma produção que conta como foi a retirada de Dunquerque, algo que aliás faz parte do roteiro desse primeiro filme também. Por fim confira "Churchill" de Jonathan Teplitzky, filme de 2017, que conta os momentos decisivos da guerra, nas vésperas do Dia D, quando os aliados invadiram o norte da Europa, colocando fim na dominação nazista na Europa. Com esses três filmes o espectador terá uma ampla visão da história de Winston Churchill durante esse período histórico decisivo.

Voltando para "O Destino de uma Nação" uma das coisas que mais foram elogiadas nessa produção foi a atuação do ator Gary Oldman como Churchill. Ele não tem a idade e biotipo do Primeiro Ministro, porém conseguiu fazer um grande trabalho, mesmo embaixo de maquiagem pesada. Todos sabem que Gary Oldman sempre foi um camaleão e aqui não seria diferente. Ele só derrapa brevemente em alguns momentos, quando parece estar um pouco caricatural demais. Fora isso está perfeito. Por fim, para terminar essa resenha, chamo atenção para algumas cenas que fazem o filme valer a pena. Uma delas ocorre quando Churchill resolve pegar um metrô sozinho, para entrar em contato com o povo inglês, com o homem comum. Outro grande momento acontece quando ele finalmente supera seus adversários e conclama o parlamento para a guerra, que é inevitável. Excelentes cenas em um filme que desde já segue a passos largos para se tornar um clássico contemporâneo do cinema.

O Destino de uma Nação (Darkest Hour, Estados Unidos, Inglaterra, 2017) Direção: Joe Wright / Roteiro: Anthony McCarten / Elenco: Gary Oldman, Lily James, Kristin Scott Thomas / Sinopse: O filme "Darkest Hour" conta os eventos históricos reais que culminaram na ascensão de Winston Churchill ao cargo de primeiro ministro, logo no começo das invasões nazistas por toda a Europa, fatos que deram origem à II Guerra Mundial. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Fotografia (Bruno Delbonnel), Melhor Figurino (Jacqueline Durran), Melhor Design de Produção (Sarah Greenwood e Katie Spencer) e Melhor Maquiagem (Kazuhiro Tsuji e David Malinowski). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Gary Oldman).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A Guerra

A cada dia, quatro veteranos de guerra dos Estados Unidos resolvem acabar com a própria vida. Muitos deles usam suas armas, apontam para a cabeça e puxam o gatilho. 200 mil ex-combatentes não possuem uma casa para morar. Muitos deles são homeless, sem tetos, vivendo pelas ruas, em busca da sobrevivência. Grande parte desses ex-militares desenvolvem alguma doença mental ou trauma de guerra. É um quadro devastador. Todas essas informações são passadas ao espectador justamente quando esse filme acaba. O protagonista da história desse drama de guerra é um cabo do exército americano, Gabriel Drummer (Shia LaBeouf). Como muitos jovens americanos ele resolve se alistar para o serviço militar após concluir o ensino médio. Sem dinheiro para cursar uma universidade (todas são pagas naquele país) ele não vê outra alternativa. Acaba levando também seu melhor amigo, um sujeito que conhece desde a infância, para as fileiras do exército.

Assim o roteiro vai mostrando sua história em três linhas narrativas. Uma no passado, outra no presente e uma terceira que seria o seu futuro. Preste bastante atenção nessa última. Gabriel parece viver em um mundo pós-apocalíptico, uma realidade estranha, onde os Estados Unidos parecem ter sido devastados por um ataque nuclear. Realidade ou fruto de sua mente perturbada? Esse aliás é o grande "pulo do gato" desse roteiro. O que parece ser uma história convencional sobre a vida de um militar americano no Afeganistão acaba escondendo surpresas em sua narrativa. A reviravolta que ocorre nos 20 minutos finais do filme é o seu grande trunfo. Muitos espectadores vão ficar mais do que surpresos. No balanço geral é um bom filme, com um belo roteiro. No fundo é algo bem triste, mas igualmente bem real, explorando o triste destino que aguarda muitos desses veteranos em um futuro próximo.

A Guerra (Man Down, Estados Unidos, 2015) Direção: Dito Montiel / Roteiro: Adam G. Simon / Elenco: Shia LaBeouf, Jai Courtney, Gary Oldman / Sinopse: A vida de um soldado americano no Afeganistão contada em três linhas narrativas diferentes, explorando seu passado, presente e o futuro sombrio, onde tudo parece ter se perdido definitivamente, incluindo sua esposa e filho.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Hannibal

O primeiro filme "O Silêncio dos Inocentes" já é considerado um clássico moderno do cinema. Muito bom, acima da média, não há o que discutir sobre isso. Já esse segundo filme dessa franquia, intitulado "Hannibal", é seguramente uma das piores sequências que já assisti em minha vida. O que não deixa de ser surpreendente pois foi dirigido por um grande mestre, Ridley Scott. Além disso o elenco era inegavelmente excelente, contando com Julianne Moore e Gary Oldman, além de trazer de volta  Anthony Hopkins como o Dr. Hannibal Lecter. O que deu errado então? Em minha opinião o maior problema dessa sequência não foi necessariamente cinematográfico, mas sim literário. Explico. Thomas Harris escreveu um livro muito ruim, justamente o que foi usado para adaptação pelo roteiro desse filme. Como o material original já não tinha qualidade como esperar então que o filme ficasse bom? Simplesmente impossível.

A história é péssima. O que era sutil e elegante no primeiro filme aqui se tornou apenas grotesco.  Anthony Hopkins continua perfeito em sua caracterização, mas como já escrevi, a trama não ajuda. Provavelmente o escritor Thomas Harris estava com alguma crise de criatividade quando começou a escrever esse enredo. Provavelmente pressionado pelas editoras, que cobiçavam novamente obter ótimas vendas, ele acabou escrevendo qualquer coisa, estragando de certa maneira sua própria criação. O que sobrou foi apenas uma cópia pálida e mal feita do livro original. Nem o talentoso David Mamet salvou o roteiro de ser um desastre! Diante de tudo isso o diretor Ridley Scott até tentou fazer algo, usando inclusive de uma bonita fotografia (a cargo do diretor de fotografia John Mathieson), mas no final todo esse esforço acabou sendo em vão. Fui assistir ao filme no cinema e fiquei decepcionado na época. O tempo também não ajudou em nada. Numa revisão anos depois não melhorou em nada. É uma decepção pura e simples. Apenas isso.

Hannibal (Estados Unidos, 2001) Direção: Ridley Scott / Roteiro: David Mamet e Steven Zaillian, baseados na obra original escrita por Thomas Harris / Elenco: Anthony Hopkins, Julianne Moore, Gary Oldman, Ray Liotta / Sinopse: De volta às ruas e exilado, bem distante, para evitar ser preso novamente por seus crimes, o médico e psicopata Dr. Hannibal Lecter (Hopkins) resolve se reconectar novamente com a agente Clarice Starling (Julianne Moore), criando um estranho vínculo entre ambos. Filme lançado posteriormente no box "The Hannibal Lecter Anthology" em DVD, com cenas adicionais.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de abril de 2017

O Espaço Entre Nós

Título no Brasil: O Espaço Entre Nós
Título Original: The Space Between Us
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Southpaw Entertainment
Direção: Peter Chelsom
Roteiro: Allan Loeb, Stewart Schill
Elenco: Gary Oldman, Asa Butterfield, Carla Gugino, Britt Robertson
  
Sinopse:
Gardner Elliot (Asa Butterfield) é um jovem que vive em uma estação colonizadora em Marte. Ele acaba se apaixonando pela internet por uma garota na Terra, a adolescente Tulsa (Britt Robertson). Ela não faz a menor ideia que ele mora em outro planeta e nem que ele é na verdade o primeiro ser humano nascido no planeta vermelho. Nada disso porém impedirá Gardner de ir até a Terra para conhecê-la pessoalmente e quem sabe viver um grande amor ao seu lado.

Comentários:
"O Espaço Entre Nós" está estreando nesse fim de semana no Brasil. É um filme romântico especialmente indicado para o público adolescente. Basicamente temos aqui uma paixão que nasce entre um garoto que vive em Marte e uma típica adolescente da Terra. Ele é filho de uma astronauta que descobre-se estar grávida bem no meio da viagem de colonização de Marte. Assim acaba sendo o primeiro ser humano nascido naquele distante planeta. Por ter vivido toda a sua vida em Marte, onde a gravidade é bem diferente, ele não consegue se adaptar muito bem em sua passagem pela Terra. Seus ossos são fracos e o peso da gravidade coloca em risco sua vida, mas nada disso parece importar pois ele, como todo adolescente, está apaixonado e quer viver o grande amor de sua vida. Gary Oldman interpreta o idealizador do projeto de colonização de Marte, alguém que não deixará de perseguir Gardner enquanto ele tenta fugir com sua nova namorada. Apesar das boas intenções o filme tem alguns problemas. O romance, embora seja o grande tema do roteiro, nunca convence muito. Gardner, o jovem marciano, é bem frágil, mal consegue caminhar direito e tem uma visão boba da vida, fruto do fato de nunca ter convivido dentro da sociedade da Terra. Em determinado momento o filme se torna meramente um road movie, com ele fugindo ao lado de sua nova namorada e os malvadões da Nasa o perseguindo. Nada de muito interessante. Há cenas bem bobinhas também, que atrapalham muito o filme como um todo. Em um desses momentos o cientista interpretado por Gary Oldman leva o garoto, às pressas, de volta a Marte a bordo de um pequeno ônibus espacial, como se isso fosse a coisa mais simples do mundo. Uma cena bem bobinha mesmo. Enfim, só vai interessar mesmo ao público adolescente. Como ficção não convence muito, principalmente para os que tiverem mais de 16 anos de idade.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Perdidos no Espaço

Título no Brasil: Perdidos no Espaço - O Filme
Título Original: Lost in Space
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Stephen Hopkins
Roteiro: Akiva Goldsman
Elenco: Gary Oldman, William Hurt, Matt LeBlanc, Heather Graham
  
Sinopse:
A família Robinson é enviada para uma missão espacial em uma nave de última geração, mas algo sai errado e eles perdem completamente o rumo e o caminho no meio da viagem pelo universo profundo. Uma das razões que explicaria isso é a presença de um tripulante não programado, um intruso, o Dr. Zachary Smith (Gary Oldman), um sujeito nada agradável.

Comentários:
"Lost in Space" (Perdidos no Espaço) foi uma das séries mais populares dos anos 60. Misto de programa família com ficção, o programa ficou por três anos na programação, se tornando depois campeã em reprises, inclusive no Brasil. Isso obviamente acabou criando uma legião de fãs, pois os roteiros e o visual, assumidamente kitsch, tinham um apelo nostálgico irresistível. Para celebrar os 30 anos do fim da série a produtora New Line resolveu fazer esse remake homenagem nas telas de cinema. E assim como acontecia na série, quem acabou roubando todas as atenções foi o próprio Dr. Smith. Na TV esse personagem ficou imortalizado pela brilhante atuação do ator Jonathan Harris. No cinema convocaram também um ótimo ator para interpretá-lo, o premiado Gary Oldman. Uma das críticas mais recorrentes feitas a esse filme era a de que ele não tinha mais o charme e até mesmo o clima de doce fanfarronice da série dos anos 60. Penso que esse tipo de visão é um erro. Embora os personagens sejam os mesmos (inclusive com a presença do Robô, chamado na série carinhosamente de "lata de sardinha" pelo Dr. Smith), os tempos são outros. O roteiro desse filme inclusive é bem complexo em sua terça parte final, lidando com dimensões paralelas e conceitos profundos de astrofísica. Mesmo assim nada me aborreceu. No fim das contas a única coisa que lamentei foi o fato do filme não ter tido muito sucesso, o que enterrou as pretensões do estúdio em se inaugurar uma nova franquia Sci-fi no cinema.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de outubro de 2016

Força Aérea Um

Título no Brasil: Força Aérea Um
Título Original: Air Force One
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Wolfgang Petersen
Roteiro: Andrew W. Marlowe
Elenco: Harrison Ford, Gary Oldman, Glenn Close, William H. Macy, Dean Stockwell, Tom Everett
  
Sinopse:
O avião presidencial é sequestrado com o presidente dos Estados Unidos a bordo. O grupo que toma seu controle é formado por terroristas de uma ex-república soviética, o Cazaquistão, que está insatisfeita com as críticas e a política adotada pelo governo americano em relação ao governo ditatorial daquele distante país. Assim, ao se ver em uma armadilha, o próprio presidente resolve enfrentar os criminosos, em um jogo mortal de vida e morte. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som (Paul Massey, Rick Kline) e Melhor Edição (Richard Francis-Bruce).

Comentários:
Os americanos possuem uma visão boba de seus presidentes. Geralmente eles se tornam figuras lendárias dentro do imaginário popular. O caso mais absurdo de ufanismo patriota no cinema aconteceu justamente nesse filme. Aqui o presidente dos Estados Unidos James Marshall, encarnado na figura do ator Harrison Ford, não apenas é mostrado como uma pessoa extremamente cheia de virtudes, como também um herói acima do bem e do mal. Ele literalmente sai no braço com um grupo de terroristas que tomam de assalto seu avião presidencial (denominado de Air Force One). Bom para o estrelismo de Ford que aqui conseguiu mais um belo sucesso de bilheteria em sua carreira, mas péssimo para o cineasta alemão Wolfgang Petersen que começou sua filmografia com filmes conceituados (e até cults) como "O Barco: Inferno no Mar", "A História Sem Fim" e "Inimigo Meu" para depois perder o rumo e se afundar numa série de filmes comerciais de baixo teor artístico como "Tróia", por exemplo. Essa fita de ação é seguramente seu filme mais bem sucedido nas bilheterias, o que necessariamente não foi muito bom para ele. De qualquer forma, apesar do enredo completamente surreal e absurdo, o filme ainda apresenta algumas boas cenas de ação - aliás a proposta do filme parece se resumir a isso apenas, explorar cenas e mais cenas de ação e violência. Falando sinceramente nem era preciso reunir um elenco tão bom como esse para um filme que se apoia mesmo em ação física. Os personagens de Oldman, Close e outros excelentes atores poderiam ser interpretados por qualquer um que não faria diferença alguma. Do ponto de vista técnico um dos destaques vem da excelente edição do filme (que inclusive foi indicada ao Oscar). Algo necessário para uma produção desse gênero. Porém desconsidere tudo o que foi dito se você estiver apenas em busca de um filme de pura ação, pois nesse caso não se decepcionará, pelo contrário, provavelmente ficará bem satisfeito. Como não era o meu caso, fiquei realmente um pouco entediado de assistir algo tão sem conteúdo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Mente Criminosa

Logo na primeira cena o personagem de Kevin Costner, um sociopata condenado que está de volta às ruas, declara: "Eles mexeram na minha mente!". Isso resume bem o argumento do filme. O roteiro, bem curioso por sinal, mostra um programa do governo americano que tenta transportar memórias de uma pessoa para outra. Quando o agente da CIA Bill Pope (Ryan Reynolds) é assassinado numa missão, tendo a preciosa informação do paradeiro de um jovem hacker que conseguiu invadir o sistema de controle de armas nucleares dos EUA, o programa é colocado em prática.

A intenção é transferir as memórias do agente Pope para a  mente do criminoso condenado Jericho Stewart (Costner). Ele é um psicopata perigoso, assassino e cruel, que será usado apenas para receber a informação do lugar onde pode ser encontrado o perigoso hacker. Todos os procedimentos são coordenados pelo médico e pesquisador Dr. Franks (Tommy Lee Jones). Inicialmente tudo se revela um fracasso, porém logo depois flashes das memórias e habilidades do agente da CIA morto começam a bombardear a mente de Jericho. Assim ele parte para um jogo de vida e morte, com o serviço de inteligência americano em seu encalço.

O espectador mais atento vai acabar achando algumas semelhanças entre o roteiro desse filme e a franquia "Bourne". Isso porém surge apenas de forma acidental. Esse filme tem suas próprias características cinematográficas e uma das mais interessantes vem do papel que Kevin Costner interpreta. Com cabelo curto (ao estilo presidiário), Costner acaba sendo o maior destaque por interpretar um sujeito que não consegue ter qualquer tipo de sentimento humano, seja ele de empatia ou solidariedade. Com isso acaba se tornando uma arma perigosa pois herda as habilidades do agente da CIA morto com uma personalidade completamente amoral sob qualquer ponto de vista. Um típico projeto da CIA que deu completamente errado! Já que eles o criaram agora é a hora de eliminá-lo, mas isso, claro, não vai ser nada fácil.

No geral é um bom filme, embora pudesse ser bem melhor. Tommy Lee Jones, por exemplo, não é bem aproveitado. Seu doutor é uma figura até mesmo apagada dentro da trama. O mesmo pode-se dizer do chefe da CIA interpretado por um alucinado e frenético Gary Oldman. Já se você é fã do Ryan Reynolds é melhor esquecer a fita. Apesar de ser bem central em tudo o que acontece, ele aparece pouco (nas primeiras cenas) e depois só surge em eventuais flashbacks. Enfim, dentro do que se anda produzindo atualmente no cinema americano essa ágil fita de ação e espionagem até tem seus méritos, embora sob um ponto de vista global seja apenas na média.

Mente Criminosa (Criminal, Estados Unidos, 2016) Direção: Ariel Vromen / Roteiro: Douglas Cook, David Weisberg / Elenco: Kevin Costner, Tommy Lee Jones, Gary Oldman, Ryan Reynolds, Gal Gadot / Sinopse: Assassino condenado (Costner) tem a mente de um agente da CIA (Reynolds) transplantado para seu subconsciente. Com as habilidades do agente morto, o criminoso logo foge da prisão, indo parar nas ruas, com a CIA tentando de todas as formas recapturá-lo.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de maio de 2016

Crimes Ocultos

Na União Soviética, sob o brutal regime comunista de Stálin, um oficial da polícia política, Leo Demidov (Tom Hardy), cai em desgraça junto ao Estado após se negar a entregar sua própria esposa, Raisa (Noomi Rapace), acusada injustamente de ser inimiga da revolução. Por ser uma herói de guerra acaba sendo poupado da execução, afinal foi ele o soldado que levantou a bandeira soviética no alto de um prédio em Berlim, no fim da II Guerra Mundial, dando origem a uma foto que se tornou histórica e símbolo da vitória russa sobre a Alemanha de Hitler. Sua punição vem então na forma de uma transferência para uma região remota da Rússia chamada Rostov. Ao chegar em seu novo posto ele acaba ficando sob o comando do implacável General Mikhail Nesterov (Gary Oldman). Eles precisam resolver juntos um mistério macabro. Várias crianças são encontradas mortas perto de ferrovias e estações de trem por todo o país. Certamente há um serial killer à solta, mas as investigações se tornam duplamente perigosas pois o regime de Stálin negava existir psicopatas na sociedade soviética, considerada perfeita sob o comunismo. Para os altos escalões desse Estado a figura do psicopata era exclusiva de sociedades capitalistas decadentes ocidentais como os Estados Unidos. Como investigar um assassino em série lutando contra a própria política de acobertamento do Estado Soviético?

Gostei bastante desse filme. Embora seja baseado em um livro de suspense escrito por Tom Rob Smith, a trama foi inspirada em fatos históricos reais. Nos anos 1950 a polícia soviética precisou organizar uma grande operação para descobrir e prender um serial killer de crianças que atuava na região de Rostov. Ele era Andrei Chikatilo, um burocrata que viajava de cidade em cidade resolvendo seus negócios e no caminho aproveitava para aliciar e matar crianças indefesas que encontrava em estações de trem e pequenas vilas. A maioria delas eram órfãs e abandonadas, vivendo de esmolas nesses lugares. As investigações confirmariam ao menos 53 assassinatos (muito embora hoje saiba-se que foi muito mais do que isso, já que ele matava suas vítimas no meio de florestas remotas, onde muitas vezes os corpos sequer eram encontrados por policiais). Além do excelente roteiro o filme ainda tem outros atrativos. Em termos de elenco não há o que reclamar. O filme tem três ótimos atores nos papéis principais, além de Oldman e Hardy se destaca também Joel Kinnaman (o ator que interpretou RoboCop na nova versão, também conhecido pela ótima série "The Killing"). Ele interpreta um agente político cruel e manipulador, velho desafeto do personagem de Tom Hardy, que faz de tudo para prejudicá-lo sempre que possível. A reconstituição histórica também é excelente, perfeita. Enfim, ótimo filme sobre um dos mais infames assassinos da história, cuja história se passou sob um dos regimes comunistas mais ferrenhos que já se teve notícia.

Crimes Ocultos (Child 44, Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, República Tcheca, Romênia, 2015) Direção: Daniel Espinosa / Roteiro: Richard Price, baseado no livro de Tom Rob Smith / Elenco: Tom Hardy, Gary Oldman, Joel Kinnaman, Noomi Rapace / Sinopse: União Soviética. 1953. Leo Demidov (Tom Hardy) e o General Mikhail Nesterov (Gary Oldman) são dois investigadores que precisam desvendar uma série de mortes de crianças, perto de estações de trem por todo o país. Suas tentativas de solucionar os crimes esbarram no próprio Estado que não quer admitir que existam psicopatas dentro uma sociedade comunista supostamente perfeita como aquela. O lema de Stálin afirmava que "Não existiriam psicopatas no paraíso", algo que iria se revelar completamente sem sentido e mentiroso com o avanço das investigações.

Pablo Aluísio.