quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Máquina Mortífera

Revi recentemente esse primeiro exemplar da franquia. Interessante é que de certa forma o filme não envelheceu tanto quanto eu esperava. O fato é que a fórmula foi tão imitada (e continua a ser imitada até hoje) que até pensamos se tratar de um filme atual. Eu coloco "Máquina Mortífera" e "Duro de Matar" como os filmes responsáveis pela mudança de estrutura dos policiais de ação. Basta assistir a um filme policial das décadas de 60 ou 70 para notar a diferença. Nos anos 70 filmes como "Serpico" ou "Um Dia de Cão" tinham toda uma preocupação em desvendar aspectos sociais, econômicos e políticos envolvendo temas de segurança pública. A ação, quando existia, era mera decorrência dos conflitos internos expostos. Já nos anos 80 a coisa muda de figura, os filmes policiais são filmes de ação em si, sem qualquer preocupação ou profundidade sociais envolvidas.

"Máquina Mortífera" é o maior exemplo disso. A dupla central traz personagens opostos. Um é o policial negro, com estrutura familiar definida e com a chamada estabilidade emocional. O outro é branco, destruído internamente pela morte da esposa e sem um pingo de juízo na cabeça, um suicida em potencial. O filme é baseado justamente nessa oposição entre eles, onde as diferenças não atrapalham sua amizade pois o que importa aqui são as boas cenas de ação, que justificam a existência do filme como um todo. Os vilões são cartunescos e a trama fácil de digerir. Isso é óbvio já que esse é o tipo de produto feito para as massas, para gerar grandes bilheterias. Depois de filmes assim o gênero policial foi ficando cada vez mais raso e vazio (as próprias continuações de Máquina Mortífera demonstram bem isso). De qualquer forma não há como negar que foi um ótimo negócio para a indústria que ganhou milhões, já para os cinéfilos mais conscientes esse tipo de filme não acrescentou muito.

Máquina Mortífera (Lethal Weapon, EUA, 1987) Direção: Richard Donner / Roteiro: Shane Black / Elenco: Mel Gibson, Danny Glover, Gary Busey, Mitch Ryan e Tom Atkins / Sinopse: Dois policiais tentam desmantelar uma perigosa quadrilha de tráfico de drogas que atua em sua cidade. O filme "Máquina Mortífera" foi indicado ao Oscar na categoria de Melhor Som (Les Fresholtz, Rick Alexander, Vern Poore e Bill Nelson).

Pablo Aluísio.

Dragão: A História de Bruce Lee

Título no Brasil: Dragão - A História de Bruce Lee
Título Original: Dragon - The Bruce Lee Story
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Rob Cohen
Roteiro: Robert Clouse, Linda Lee Cadwell
Elenco: Jason Scott Lee, Lauren Holly, Robert Wagner

Sinopse:
Cinebiografia do ator e lutador de artes marciais Bruce Lee (1940 - 1973). Aclamado como campeão nos ringues ele procura levar para o cinema suas técnicas de luta. Bem sucedido inicialmente numa série de filmes B de baixo orçamento ele acaba morrendo de uma forma até hoje pouco explicada. Seu filho, o também ator Brandon Lee, tentaria seguir os passos do pai muitos anos depois.

Comentários:
Filme baseado no livro escrito por Linda Lee Cadwell, esposa do ator Bruce Lee. É interessante porque procura mostrar o lado mais pessoal do ídolo. Como se sabe Bruce Lee morreu muito jovem ainda, em circunstâncias nebulosas, o que ajudou a aumentar ainda mais seu mito. Cinematograficamente falando seus filmes são pouco relevantes, produções B cheias de artes marciais, clichês e pouco roteiro. Mesmo assim fizeram muito sucesso nos cinemas, até porque trouxe aos ocidentais uma nova forma de fazer cinema que até então era pouco explorada. "Dragon" por sua vez é um filme correto, bem realizado, mas também um pouco burocrático em certos momentos. Embora bem produzido a impressão de se estar assistindo a um telefilme nunca deixa o espectador. Jason Scott Lee é bem parecido com o Bruce Lee mas teve que ser "dublado" nas cenas de artes marciais pois obviamente não tinha a técnica do Lee da vida real. No geral é uma produção curiosa e interessante, embora não surpreendente em nenhum momento. Vale para conhecer melhor a história do mito Bruce Lee. Filme indicado aos prêmios Chicago Film Critics Association Awards e MTV Movie Awards. Vencedor do prêmio da Political Film Society. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Julie & Julia

Julie Powell (Amy Adams) cria um blog onde conta suas experiências culinárias ao tentar reproduzir todas as receitas contidas no livro de uma famosa escritora de gastronomia, Julia Child (Meryl Streep). "Julie & Julia" como se percebe pela sinopse é um filme leve, divertido, bem escrito, redondinho e que tem um charme e um clima de nostalgia à prova de falhas. O único problema é que ao assisti-lo o espectador certamente vai terminar com um apetite daqueles, com água na boca, já que saborosos pratos vão passeando pela tela ao longo de toda sua duração. Achei muito bem bolado o argumento do filme que conta ao mesmo tempo duas histórias reais, de duas "Julias" diferentes, que tem em comum um livro clássico de receitas culinárias.

A primeira personagem é a Julia Child, brilhantemente interpretada pela Mery Streep, uma americana esposa de diplomata que se atreve a entrar no restrito mundo da alta gastronomia francesa. Além de aprender ela ainda tenta levar todos aqueles pratos sofisticadas para os EUA, escrevendo um livro de receitas que deveria ser lido e usado por donas de casa simples de seu país. Seu objetivo era levar os segredos dos grandes pratos franceses para o cotidiano suburbano norte-americano. No começo até achei a caracterização da Meryl Streep um pouquinho caricatural mas depois olhando no Youtube a verdadeira Julia Child (ela também tinha um popular programa de TV) pude perceber como estava fiel o trabalho desenvolvido pela Meryl (que sinceramente é um atriz que dispensa maiores comentários).

A outra Julia, a blogueira Julie Powell cuja sua história se passa em 2002 no filme, também é outro ponto forte. Não sou particularmente fã da Amy Adams mas aqui ela está muito bem, nada exagerada, bem na medida certa, sem ofuscar a Meryl mas também sem perigo de estragar o filme com uma interpretação fraca. O resto do elenco de apoio também é todo bom, de Stanley Tucci (que já gosto há muito tempo) até Jane Lynch (a treinadora de Glee, aqui sob pesada maquiagem).

Ponto positivo também para a diretora Nora Ephron que vinha de um tremendo fracasso, "A Feiticeira", mas que felizmente aqui demonstra sinais de estar voltando ao caminho certo. Tomara que reencontre mesmo pois ela costuma fazer bons filmes, como esse. Foi bastante acertada a decisão de entregar a direção para uma mulher já que esse tipo de produção exige um tipo de sensibilidade que dificilmente seria encontrado em um cineasta do sexo masculino. Em conclusão "Julie & Julia" é uma boa pedida para quem deseja encontrar um entretenimento leve mas bem realizado que traz como bônus mais uma bela interpretação da grande Meryl Streep.

Julie & Julia (Idem, EUA, 2009) Direção de Nora Ephron / Roteiro: Nora Ephron baseado no livro de Julie Powell / Elenco: Amy Adams, Meryl Streep, Stanley Tucci, Chris Messina / Sinopse: Julie Powell (Amy Adams) cria um blog onde conta suas experiências culinárias ao tentar reproduzir todas as receitas contidas no livro de uma famosa escritora de gastronomia, Julia Child (Meryl Streep). Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Meryl Streep). Também indicado ao prêmio de Melhor Filme - Comédia ou Musical.

Pablo Aluísio.

Cine Majestic

Título no Brasil: Cine Majestic
Título Original: Cine Majestic
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment, Village Roadshow
Direção: Frank Darabont
Roteiro: Michael Sloane
Elenco: Jim Carrey, Martin Landau, Bob Balaban

Sinopse:
Peter Appleton (Jim Carrey) é um roteirista americano que acaba caindo na infame lista negra do Macartismo. Acusado de ser comunista ele vê sua carreira acabar literalmente da noite para o dia. Até mesmo sua namorada, um relacionamento de longos anos do qual ele realmente acreditava, chega ao fim. Numa noite particularmente depressiva, durante a chuva, Peter sofre um acidente, perde sua memória e vai parar numa cidadezinha do interior. Lá ele acaba sendo confundido com outra pessoa, o filho do dono da única sala de cinema da região. Esse verdadeiro recomeço em sua vida o marcará para sempre. 

Comentários:
Esse filme foi a aposta do comediante Jim Carrey em ser levado finalmente à sério como ator. A aposta foi bastante alta mas a produção, apesar de suas boas intenções, não conseguiu emplacar. O estúdio tentou vender a produção como um "Cinema Paradiso" americano mas na verdade convenceu pouca gente. Para se ter uma ideia de como foi pretensiosa a realização desse filme o ator Jim Carrey declarou em várias entrevistas que tinha muita esperança de que fosse indicado ao Oscar de Melhor Ator por seu personagem. Na verdade ele ia além, deixando sua modéstia de lado chegou a dizer que merecia o prêmio naquele ano. Hollywood não abre mão de certas tradições e uma delas é raramente premiar comediantes. Isso não é algo novo. Nem mesmo Charles Chaplin, um gênio do cinema, conseguiu ser premiado por alguns de seus filmes (só muitos anos depois, já envelhecido, recebeu um prêmio de consolação pelo "conjunto da obra"). Assim "Cine Majestic" acabou sendo vítima de suas próprias aspirações descabidas. Não é um filme ruim no final das contas, e até interessante e bem realizado, mas seu erro maior talvez tenha sido mesmo querer ir longe demais. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria "Melhor Lançamento em DVD / Coleção".

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Grito de Horror

Seguramente um dos piores filmes sobre lobisomens que já vi - e olha que já vi muita porcaria com esse monstro clássico. De fato, ultimamente tem saído muitos filmes trash sobre Lobisomens, a maioria deles indo parar direto para o mercado de DVD. São filmes bem ruinzinhos, mal feitos, com roteiros nem um pouco brilhantes. Eu pensei de forma equivocada que esse aqui seria uma exceção. Ledo engano. O filme é oportunista até no título. Usando do nome de um filme famoso sobre o tema que surgiu nos anos 80, dirigido por Joe Dante, essa produção de quinta categoria tenta pegar os desavisados. É complicado até mesmo começar a criticar tamanha a falta de qualidade. O elenco é todo formado por jovens inexpressivos, o tal de London Liboiron é um Daniel Radclife com sérias restrições orçamentárias. Sem muito talento faz caras e bocas constrangedoras. A mocinha, bem, dessa nem vou falar. A mãe loba é uma loira até bonita mas sem nada de marcante.

A produção do filme é horrível. Sinceramente tem algo de muito errado num filme de terror de lobisomens em que eles mal aparecem. Quando surgem em cena as câmeras não focam direito neles, obviamente com o objetivo de esconder a pobreza dos efeitos especiais. Os monstros não são digitais, ao invés disso temos literalmente os atores usando máscaras e macacões ao estilo daquelas séries japonesas com Jaspion e Jiraya. Um horror! O "roteiro" (desculpem usar essa palavra) tenta de todas as formas copiar "Crepúsculo" que aliás é infinitamente superior a esse abacaxi, o que dá uma ideia do que é o filme, um horror (no mal sentido). Fujam, corram para as colinas e não percam seu tempo com esse oportunismo descarado!

Grito de Horror (The Howling: Reborn, EUA, 2011) Direção de Joe Nimziki / Roteiro Joe Nimziki, James Robert Johnston / Elenco: London Liboiron, Lindsay Shaw e Jesse Rath / Sinopse: Sinopse: Na trama, um adolescente saindo do colegial finalmente consegue a garota que ele queria há anos, mas, para seu azar, descobre que está amaldiçoado e se transformará em um lobisomem.

Pablo Aluísio.

Anaconda 2

Título no Brasil: Anaconda 2
Título Original: Anacondas
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Dwight H. Little
Roteiro: Hans Bauer, Jim Cash
Elenco: Morris Chestnut, KaDee Strickland, Eugene Byrd, Johnny Messner, Matthew Marsden, Nicholas Gonzalez

Sinopse:
Uma expedição americana chega na Floresta Amazônica para estudar a fauna e a flora da região, dando especial destaque para a localização e a identificação de uma rara espécie de Orquídea Sangrenta. Só que cobras gigantes atacam os membros da equipe, causando terror e pânico.

Comentários:
Não se engane pelo título exagerado de "Anaconda 2: A Caçada pela Orquídea Sangrenta" (do original "Anacondas: The Hunt for the Blood Orchid"). Na verdade o filme é um trash movie com mais orçamento, com mais dólares envolvidos. Só que nem a produção mais bem feitinha esconde o fato de que é um filme de cobras gigantes que atacam gringos em nossa floresta. O primeiro filme, por mais incrível que possa parecer, fez sucesso. Então era natural que houvesse uma continuação. Só que os atores do primeiro filme caíram fora por causa das montanhas de críticas negativas. Entrou no lugar um grupo de atores e atrizes mais desconhecidos. Qual é o problema? Quem assiste esses filmes querem ver mesmo as tais Anacondas, que nada mais são do que o nome que os americanos dão para as cobras que aqui no Brasil são conhecidas como Sucuris. Melhor ver um documentário do Animal Planet.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Manobras Radicais

Título no Brasil: Manobras Radicais
Título Original: Grind
Ano de Produção: 2003
País: Estadps Unidos
Estúdio: 900 Films
Direção: Casey La Scala
Roteiro: Ralph Sall
Elenco: Adam Brody, Joey Kern, Mike Vogel

Sinopse:
Quatro jovens sonham em se tornarem ídolos do mundo do Skate. Para isso eles passam a seguir um campeão da categoria. O sonho é se tornar como ele, esportista patrocinado, profissional do sk8, que viaja para as competições ao redor do mundo.

Comentários:
É algo até raro termos um filme sobre skate. Essa modalidade esportiva que hoje faz parte até mesmo dos jogos olímpicos sofreu todo tipo de preconceito ao longo dos anos. Os mais velhos e preconceituosos diziam que era coisa de vagabundo! Que bobagem. Era um esporte jovem, nascido entre a galera mais descolada, que usava as ruas e instrumentos da via urbana como sua pista pessoal. Esse filme é legalzinho, nada demais, porém para quem gosta do skate haverá bastante cenas com manobras radicais para apreciar. Assim deixo a dica desse filme ainda hoje pouco conhecido.

Pablo Aluísio.

Churchill - Detonando a História

Título no Brasil: Churchill - Detonando a História
Título Original: Churchill - The Hollywood Years
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Little Bird Productions
Direção: Peter Richardson
Roteiro: Peter Richardson
Elenco: Christian Slater, Neve Campbell, Miranda Richardson, Antony Sher

Sinopse:
Nesta paródia irreverente, a corte britânica e o governo de guerra consistem principalmente de idiotas e/ou traidores. Hitler se muda para o palácio de Buckingham e planeja se casar com os Windsor, além de outras situações absurdas.

Comentários:
Uma comédia como essa me faz ter saudades dos tempos em que as parodias tinham realmente graça. Me vem à mente o clássico dos anos 80 "Top Secret". Aquilo sim era engraçado e divertido. E era uma comédia que se passava na II Grande Guerra Mundial. Esse filme aqui é um tanto chato. Você vai precisar ter muita boa vontade para gostar do resultado final do filme. O péssimo título nacional também não ajuda muito, sendo apelativo e idiota. Por fim tem o Christian Slater no elenco. Será que isso ainda significa alguma coisa? Ele já trabalhou em tanto filme ruim ao longo de sua carreira que penso que seu presença no elenco realmente não faz diferença alguma. Enfim, esqueça e se assistir, jogue fora.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Agenda Secreta do Meu Namorado

Título no Brasil: A Agenda Secreta do Meu Namorado
Título Original:  Little Black Book
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios
Direção: Nick Hurran
Roteiro: Melissa Carter, Elisa Bel
Elenco: Brittany Murphy, Ron Livingston, Holly Hunter, Julianne Nicholson, Josie Maran, Jason Antoon

Sinopse:
A jovem Stacy (Brittany Murphy) acredita que tem o melhor namorado do mundo, que está no relacionamento perfeito, de seus sonhos, mas tudo acaba em segundos, quando ela descobre que seu namorado mantém uma agenda com o telefone de contato de centenas de garotas! E agora, o que fazer?

Comentários:
Temos aqui uma comédia romântica tipicamente da filmografia da atriz Brittany Murphy. Não há maiores surpresas nesse roteiro feito para adolescentes apaixonadas. O que entristece mesmo ao assistir a um filme como esse é rever a própria Brittany Murphy em cena. Ela morreu muito jovem, em circunstâncias até hoje mal resolvidas. Oficialmente teria tomado uma overdose acidental de drogas prescritas, mas para alguns houve até margem para suspeitas de homícidio, visando sua fortuna pessoal. Qual seria a verdade? Bom, de uma coisa podemos concluir, a vida real da Brittany Murphy ficava bem distante das comediazinhas românticas bem bobinhas que fazia no cinema. Estava mais para cinema noir com doses de mistério e suspense. No mais só podemos lamentar que ela tenha tido uma vida tão curta. São armadilhas do destino que temos que lidar.

Pablo Aluísio. 

Tiro e Queda

Título no Brasil: Tiro e Queda
Título Original: The Big Hit
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Kirk Wong
Roteiro: Ben Ramsey
Elenco: Mark Wahlberg, Lou Diamond Phillips, Christina Applegate, Avery Brooks, China Chow, Elliott Gould

Sinopse:
Um grupo de criminosos decide planejar um grande roubo, que vai dar origem a um grande golpe que lhes renderá uma fortuna. Porém todo esse planejamento não adiantará muito quando um deles se apaixonar por uma das potenciais vítimas.

Comentários:
Mark Wahlberg sempre preferiu atuar em filmes policiais ou de ação, só que aqui tudo isso foi combinado com um roteiro cheio de toques de humor.  O elenco é eclético e reúne gente diferente, tão diferente como o "La Bamba" Lou Diamond Phillips e a patricinha brega artificial Christina Applegate. Para quem não lembra dela, foi a adolescente que ficou famosa com aquelas comédias ligeiras da TV americana, aquele formato que conhecemos como "Sitcom" (comédias de situação). No mais o roteiro só peca mesmo por repetir uma fórmula que já vimos em centenas e centenas de filmes antes, aquela coisa de grande roubo, equipe de criminosos, cada um especializado em uma área, problemas durante a execução co roubo, cerco policial e fuga desenfreada. É filme que classificaria como diversão ligeira, passatempo assistível, muito embora também bastante descartável. Assistiu, passou o tempo, esqueceu.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A Filha do Chefe

Título no Brasil: A Filha do Chefe
Título Original: My Boss's Daughter
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: David Zucker
Roteiro: David Dorfman
Elenco: Ashton Kutcher, Tara Reid, Terence Stamp

Sinopse:
Comédia de situações. Um jovem executivo do ramo da publicidade vai até a mansão de seu chefe para lidar sobre negócios e acaba conhecendo a sexy filha do seu patrão. Será que algo assim vai terminar bem? Acredito que não!

Comentários:
Definitivamente David Zucker do outrora tão talentoso trio ZAZ já fez comédias infinitamente melhores do que essa. Aliás esse filme, que devo ter assistido em algum canal a cabo como a HBO, não passa de um passatempo dos mais descartáveis. Se apoia muito no carisma e na popularidade do ator Ashton Kutcher, mas não vai muito além disso. A atriz Tara Reid tem boa veia para o humor, mas aqui se limita a fazer caras e bocas. E o que dizer do fato do filme ter sido produzido pela companhia Dimension Films, especializada em filmes de terror? No mínimo estranho. Aqui eles só fizeram um horror de filme mesmo.

Pablo Aluísio.

O Garoto de Harvard

Título no Brasil: O Garoto de Harvard
Título Original: Harvard Man
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Alliance Cinema,
Direção: James Toback
Roteiro: James Toback
Elenco: Sarah Michelle Gellar, Adrian Grenier, Joey Lauren Adams, Eric Stoltz, Rebecca Gayheart, Gianni Russo

Sinopse:
Um jovem estudante da prestigiada universidade de Harvard, nos Estados Unidos, entra em uma confusão ao se envolver com apostadores de jogos de basquete. E a cada dia as coisas vão ficando piores.

Comentários:
O que posso dizer? Uma daquelas comédias adolescentes bem descartáveis que são lançadas, não fazem muito sucesso e depois passam a reprisar em excesso nos canais de TV a cabo. É um filme pouco interessante a não ser que você goste muito de seriados ao estilo teen. Explico. O elenco é liderado pela gatinha Sarah Michelle Gellar. Lembra dela? Ora, é a Buffy, a caça-vampiros. Ok, aquela série não era indicado por alguém que tivesse mais de 14 anos de idade, mas que fez sucesso entre os pré-adolescentes. Para esse público não vai deixar de ser interessante ver a Michelle nesse tipo de filme, fazendo um papel diferente. Para o resto da humanidade porém o interesse decai de forma absurda.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Desafio do Destino

Título no Brasil: Desafio do Destino
Título Original: The Rookie
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: Mike Rich
Elenco: Dennis Quaid, J.D. Evermore, Rachel Griffiths, Angus T. Jones, Brian Cox, Rick Gonzalez

Sinopse:
Jimmy Morris (Dennis Quaid) é um treinador de beisebol disposto a tudo para fazer sua equipe de jovens se tornar campeã pela primeira vez. Para isso ele também terá que se superar, superando velhos traumas de seu passado como jogador. 

Comentários:

OK, o público brasileiro definitivamente não gosta de filmes sobre beisebol. É um esporte praticamente desconhecido em suas regras para o nosso país. Porém sempre percebi que o esporte, apesar de ser importante nesses filmes, muitas vezes serve apenas de apoio para se contar uma boa história. É o que acontece aqui, nessa produção da Disney. O protagonista é um treinador de beisebol novato na profissão que chega para treinar sua primeira equipe. No passado ele foi jogador, mas encarou grandes frustrações pessoais. Agora ele tenta superar os traumas do passado, ao mesmo tempo em que tenta também se realizar naqueles jovens que treina. É um bonito filme, com bela fotografia e aquela lição de moral no final para levantar o ânimo das pessoas. Pense bem, um roteiro desses, trazendo uma boa mensagem, já justifica a existência do filme. Além disso tem o Dennis Quaid no elenco, um ator de que sempre gostei, desde os distantes tempos de filmes como "Viagem Insólita". Pois é, ele continua na ativa, fazendo bons filmes, mesmo que muitos deles não fiquem muito conhecidos no Brasil.

Pablo Aluísio.

Mulher Infernal

Título no Brasil: Mulher Infernal
Título Original: Saving Silverman
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Dennis Dugan
Roteiro: Hank Nelken, Greg DePaul
Elenco: Jason Biggs, Steve Zahn, Jack Black, Amanda Peet. R. Lee Ermey, Neil Diamond

Sinopse:
Dois amigos conspiram para salvar seu melhor amigo de se casar com a mulher errada, ou como eles mesmos dizem: Vamos salvar ele de cair nessa armadilha, nessa enrascada!

Comentários:
Situação clássica. Três amigos, desde os tempos de infância, acabam tendo que lidar com a namorada chata de um deles, aqui interpretada pela atriz Amanda Peet. Ela não se encaixa mesmo na amizade deles, nas brincadeiras retardadas, etc. A amizade masculina tem seus próprios comportamentos, seus próprios códigos de conduta que muitas vezes não faz sentido para uma mulher. Assim os personagens interpretados por Steve Zahn e Jack Black se unem para salvar  Jason Biggs de se casar com a mulher errada, pelo menos na visão deles. E para quem curte música dos anos 70 esse filme tem um atrativo a mais, a presença do cantor e compositor Neil Diamond. Sua participação é bem divertida. Enfim, temos aqui uma comediazinha até bem divertida. Especialmente recomendada para fãs dos exageros de Jack Black.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Promessa é Dívida

Título no Brasil: Promessa é Dívida
Título Original: Stealing Harvard
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios
Direção: Bruce McCulloch
Roteiro: Martin Hynes, Peter Tolan
Elenco: Jason Lee, Tom Green, Leslie Mann, Megan Mullally, Dennis Farina, Tammy Blanchard

Sinopse:
Dois caras normais, amigos de longa data, precisam honrar compromissos diferentes, mas estão completamente sem grana para isso. Assim decidem entrar no mundo do crime, mesmo que não tenham nenhum jeito para esse tipo de coisa.

Comentários:
Tudo gira em torno do velho tema, a falta de dinheiro. O protagonista do filme prometeu para sua namorada que iria pagar a hipoteca e para sua sobrinha que iria ajudar a pagar as mensalidades da universidade de Harvard, uma das mais caras dos Estados Unidos. Ora, a promessa foi feita, só não há dinheiro para cumpri-las. Então a saída é partir para o desespero, fazer um assalto, etc. Só que obviamente tudo sai errado, nada de acordo com o planejado. O filme hoje em dia é pouco lembrado. Na época de seu lançamento original a crítica não gostou, principalmente dessa coisa de fazer humor com crimes. Parece que de tempos em tempos o moralismo americano fala um pouquinho mais alto. De qualquer maneira passa longe de ser um filmão. É de mediano para fraco, sendo bem esquecível mesmo.E o Jason Lee, que fim levou? Nunca mais ouvi falar nele. Pelo visto deve ter deixado o mundo do cinema.

Pablo Aluísio.

O Coração da Justiça

Título no Brasil: O Coração da Justiça
Título Original: The Heart of Justice
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Amblin Television
Direção: Bruno Barreto
Roteiro: Keith Reddin
Elenco: Eric Stoltz, Jennifer Connelly, Dermot Mulroney, Dennis Hopper, William H. Macy, Vincent Price

Sinopse:
Investigando um caso de assassinato, o detetive David Leader (Eric Stoltz) acaba conhecendo a família Burgess, uma gente estranha, mas muito rica, que parece girar em todos os aspectos em torno de sua filha, a perigosa, mas sedutora Emma Burgess (Jennifer Connelly).

Comentários:
Filme fraquinho feito para a TV americana, com direção do brasileiro Bruno Barreto. O telefilme foi produzido pela produtora de Steven Spielberg. Tudo muito convencional, sem pretensão de ser algo a mais ou inovador. Se vale por alguma coisa, temos que admitir que a atriz Jennifer Connelly estava linda, bem na fase de sua transição de filmes adolescentes para algo mais sério. Já Eric Stoltz não ajuda muito. Sempre foi um ator por demais genérico, sem maiores atrativos. Desde que ele perdeu o papel do jovem McFly em "De Volta Para o Futuro", nunca mais acertou na carreira. De qualquer forma hoje em dia é um filme bem complicado de achar. Chegou a ser lançado no Brasil em VHS, mas depois desapareceu, inclusive da programação das TVs a cabo. No elenco, é sempre bom salientar, há a presença de dois veteranos importantes na história do cinema: Dennis Hopper e Vincent Price. Provavelmente a dupla seja a melhor razão para ver esse filme hoje em dia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cegueira Histérica

Título no Brasil: Cegueira Histérica
Título Original: Hysterical Blindness
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Mira Nair
Roteiro: Laura Cahill
Elenco: Uma Thurman, Juliette Lewis, Gena Rowlands, Ben Gazzara, Justin Chambers, Anthony DeSando

Sinopse:
O filme conta a história de Debby Miller (Uma Thurman), uma jovem de New Jersey que sofre de uma estranha síndrome, onde perde a visão em momentos de tensão e stress. Filme premiado no Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Uma Thurman). Indicado na categoria de melhor atriz coadjuvante (Gena Rowlands).

Comentários:
A HBO produziu muita coisa interessante em seus primórdios. Geralmente a companhia pegava roteiros que não encontravam espaço entre os grandes estúdios de cinema de Hollywood e os produzia, com bom elenco e boa direção. O curioso é que depois de algum tempo a HBO deixou de lado a produção de filmes independentes e ousados como esse, procurando seguir por outro caminho. Hoje em dia esse setor de produção própria é mais voltada para as séries, deixando os filmes em segundo plano. Uma pena. Nesse filme até bem pouco conhecido nos dias de hoje a atriz Uma Thurman interpreta uma protagonista que sofre de cegueira histérica, uma condição médica rara, mas que realmente existe no mundo real. E isso, claro, serve de ponto de partida para esse filme que se propõe a ser um drama com pontuais momentos de suspense e tensão. É um filme que até chamou uma certa atenção em seu lançamento original, muito embora nos dias de hoje quase ninguém mais se lembre dele. Um bom motivo para redescobrir essa produção, ainda mais para quem aprecia o trabalho da alta e loira (aqui ruiva) Uma Thurman. E de quebra ainda leva boas interpretações da louquinha Juliette Lewis e da fina Gena Rowlands.

Pablo Aluísio.

Viagem Sem Destino

Título no Brasil: Viagem Sem Destino
Título Original: Interstate 60 - Episodes of the Road
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Fireworks Pictures
Direção: Bob Gale
Roteiro: Bob Gale
Elenco: Gary Oldman, Kurt Russell, Michael J. Fox, James Marsden, Christopher Lloyd, Jonathan Whittaker

Sinopse:
Neal Oliver, um jovem estranho ao seu modo, decide fazer uma viagem de uma vida na estrada desconhecida que não existe em nenhum dos mapas, indo parar em lugares que ele nunca ouviu falar, procurando uma resposta para a paixão que sente em relação à sua garota dos sonhos. E nessa jornada também acaba encontrando os mias diversos tipos de pessoas (algumas tão estranhas quanto ele mesmo).

Comentários:
Bob Gale, que dirigiu esse pequeno filme independente que quase ninguém conhece, foi o roteirista dos três filmes da franquia "De Volta Para o Futuro". Curiosamente ele aqui conseguiu reunir novamente Michael J. Fox e Christopher Lloyd (os astros daquela série) em um mesmo filme. Acredito inclusive que isso só aconteceu mesmo uma única vez e foi justamente aqui. Fruto da amizade do roteirista com esses atores, amizade essa que nasceu justamente nas filmagens dos 3 filmes da marca "Back to the Future". Já em relação a esse "Viagem sem Destino" diria que é apenas razoável. Tem alguns elementos de fantasia, um bom elenco, contando inclusive com os dois atores já citados e o sempre bom Gary Oldman, mas no geral é aquele tipo de filme que nunca decola. Você fica esperando por algo melhor acontecer, mas isso não se torna realidade. O espectador fica a ver navios, nas nuvens. De repente vem a última cena e o filme acaba, sem marcar ou impressionar. De qualquer maneira, se você curte "De Volta para o Futuro" essa produção ao menos vai servir como uma mera curiosidade cinematográfica. E isso é tudo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Coração Louco

Eu sempre gostei do mundo musical e mais ainda dos bastidores da música; Sempre me interessei sobre a biografia dos cantores e bandas de que admiro e como todos podem ver em meus textos sobre música sempre tive grande prazer em tratar sobre o tema. Por isso fui com grandes expectativas assistir Coração Louco, o filme que deu o Oscar de Melhor ator para o carismático Jeff Bridges. Embora o filme seja dirigido por Scott Cooper a verdade é que em tudo se aparenta como um projeto bem pessoal tocado por Bridges e seu amigo de longa data Robert Duvall (ambos são produtores creditados). Esse fato, de ser um filme tocado com paixão e carinho pelos dois amigos, é um ponto extremamente positivo.

Jeff Bridges nos entrega uma atuação perfeita. Fazendo o decadente astro de outrora da música country ele está simplesmente impecável. Suas cenas de bebedeiras e consequentes ressacas (algumas homéricas) valem o filme. Seu prêmio da Academia foi mais do que merecido. Também era altamente previsível que ele levantasse a estatueta já que o Oscar adora personagens assim, que encontram a redenção de alguma forma (no caso do filme a mola propulsora da mudança vem através do amor que ele encontra em uma jornalista). Maggie Gyllenhaal, sua partner romântica, está muito bem, fazendo um belíssimo trabalho de apoio para Bridges esbanjar seu talento em cena. O filme nesse quesito de atuação é muito bom, acima da média, inclusive posso afirmar que todo o elenco se destaca de uma ou outra forma, menos Colin Farrell que achei bem inadequado no papel de um cantor country da nova geração (ele é irlandês, tem jeito de irlandês, canta mal e não se sai nem um pouco bem interpretando um redneck da country music).

Confesso que esperava mais do roteiro pois estava convencido que ele iria mostrar mais detalhes da vida artística do personagem de Bridges. Mas isso não aconteceu. Ao invés disso ele procurou se concentrar muito mais no romance com sua nova namorada e em sua tumultuada vida pessoal. Dessa forma os bastidores e o universo do mundo country foram de certa forma colocados de lado, principalmente na terça parte final do filme. Não faz mal. Em tempos de poucos filmes realmente inspirados foi um bom programa assistir a um filme como esse, que tem alma e coração, mesmo que seja louco.

Coração Louco (Crazy Heart, EUA, 2009) Direção: Scott Cooper / Roteiro de Scott Cooper baseado na novela de Thomas Cobb / Elenco: Jeff Bridges, Maggie Gyllenhaal, Colin Farrell / Sinopse: Cantor country decadente (Jeff Bridges) tena redimir sua vida pelo amor de uma mulher (Maggie Gyllenhaal).

Pablo Aluísio.

Risco Total

Não se sabe bem qual foi a razão mas em determinado momento de sua carreira, após grandes sucessos de bilheteria, Sylvester Stallone resolveu que queria ser um comediante. Ninguém entendeu direito mas como ele vinha de vários sucessos ninguém ousou contestar o ator. O resultado dessa má ideia foi a realização de dois péssimos filmes, “Oscar – Minha Filha Quer Casar” e “Pare, Senão Mamãe Atira!”. Desnecessário dizer que ambos os filmes foram enormes fracassos de público e crítica. Essa por sua vez se sentiu gratificada, após bater em Stallone por anos seguidos agora tinha o público ao seu lado, finalmente. De fato não há como negar que essas comédias são realmente horrendas. Enredos sem graça e Stallone tentando fazer rir de forma constrangedora. Recentemente o ator reconheceu o erro em uma entrevista explicando que seu ego o tinha cegado à realidade. De qualquer modo passada a repercussão negativa de ambos os filmes, Stallone resolveu voltar para sua zona de conforto, a dos filmes de ação e aventura. A solução foi se reunir ao cineasta Renny Harlin, na época em ótimo momento na carreira, para estrelar esse filme que usava e abusava de ótima fotografia, com tomadas maravilhosas de alpinismo e aventura. Era uma volta triunfal ao gênero que sempre o havia consagrado.

As filmagens foram complicadas mas Stallone estava disposto a voltar ao topo (da carreira, não das montanhas onde o filme foi realizado). A produção ficou a cargo da Carolco, a mesma que havia realizado os filmes da série Rambo. Stallone quis realizar ele próprio várias das cenas mas foi convencido a não ir em frente pois nenhuma seguradora do mundo bancaria o filme assim. Ao custo de 65 milhões de dólares as filmagens tiveram início nos famosos estúdios Cinecittà em Roma. Já as cenas externas, onde foram capturadas as melhores sequências de alpinismo, foram realizadas nas Montanhas Rochosas no Colorado e em Dolomites na Itália. O resultado foi muito bom, tanto em termos de bilheteria como de crítica. O filme rendeu mais de 250 milhões apenas no mercado externo e os jornais especializados pouparam Stallone de mais um massacre, elogiando a boa fotografia do filme e o fato dele ser um produto diferente, que fugia dos costumeiros Rambos e Rockys. Em suma, um bom momento na carreira de Sly, que recuperou assim seu prestígio e seu sucesso nos cinemas.

Risco Total (Cliffhanger, EUA, 1993) Direção: Renny Harlin / Roteiro: John Long, Michael France / Elenco: Sylvester Stallone, John Lithgow, Michael Rooker / Sinopse: Um famoso alpinista, Gabe Walker (Sylvester Stallone) é contratado para levar uma equipe de resgate que parte em busca de um grupo desaparecido nas montanhas. Durante a jornada porém Gabe acaba descobrindo que nada é o que aparentava ser.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Amor Sem Escalas

De todos os filmes que estão concorrendo ao Oscar esse "Amor Sem Escalas" foi na minha opinião o mais interessante. Com um roteiro aparentemente simples o filme consegue retratar questões importantes do cotidiano do homem moderno. Temas como solidão, vida profissional, desemprego e o vazio da vida atual são colocados no centro da trama de forma muito sutil e eficaz, muitas vezes sem nem ao menos o espectador se dar conta disso. O enredo mostra o dia a dia de um profissional sui generis que cruza os EUA de costa a costa com a função de demitir funcionários das empresas. Em tempos de crise financeira o tema se torna ainda mais atual e relevante. O drama de quem perde o emprego é mostrado de uma forma realista, sem maquiagem, usando inclusive depoimentos reais de pessoas que realmente foram demitidas nessa crise que assola a economia americana. George Clooney está perfeito no papel pois esbanja cinismo, charme e insensibilidade em doses exatas. Retratando um profissional cuja frieza não é apenas bem vinda mas também necessária o ator entrega ao grande público uma de suas melhores atuações. Tanto que vem sendo reconhecido em vários prêmios com indicações mais que merecidas. A própria transformação pelo qual passa seu personagem realça ainda mais o talento do ator, que em recentes entrevistas tem demonstrado o desejo de se dedicar apenas ao trabalho de diretor em seus próximos projetos. Após assistir esse filme torço para que mude de ideia.

E é justamente essa transformação interior que traz um certo desconforto no filme. Conforme o roteiro avança vamos presenciando as mudanças na forma de pensar do personagem de Clooney, que começa a refletir sobre a solidão em que vive, a sua falta de laços emocionais e o vazio de uma vida sem objetivos a alcançar. Amor Sem Escalas é um filme curioso pois apresenta em um primeiro momento a trajetória de um homem extremamente individualista, egocêntrico e vazio que se sente plenamente à vontade com sua vida. Somente após vários eventos é que aos poucos vai se dando conta do vazio existencial em que se encontra.

Talvez esse seja o único ponto a se criticar no filme. Em certo momento o personagem de Clooney, que se mostrava feliz com sua condição no começo da estória, vai se tornando amargurado por não ter uma família estruturada ou alguém para compartilhar sua vida. Soa bastante forçado essa brusca mudança de personalidade, principalmente quando o vemos na primeira parte do filme defender de forma tão veemente o fato de ser um solteirão convicto que detesta a ideia do casamento e filhos. A súbita mudança de atitude só se justifica mesmo pelo moralismo familiar que o roteiro tenta impor ao espectador. A mensagem subliminar é a de que a felicidade só será alcançada com o casamento e filhos e que pessoas solteiras não poderiam ser felizes. Bobagem. Esse tipo de pensamento saiu de moda com a revolução sexual e nesse ponto o argumento soa ultrapassado. De qualquer forma isso é um aspecto menor que não desmerece o filme como um todo. No fundo é apenas reflexo do moralismo que reina na sociedade do Tio Sam. Enfim, "Amor Sem Escalas" é um filme a se conhecer, pois além de bom entretenimento faz refletir, coisa cada vez mais rara em tempos de filmes ocos e escapistas como Avatar. Não deixe de assistir e boa viagem.

Amor Sem Escalas (Up in the Air, EUA, 2009) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Jason Reitman e Sheldon Turner, baseados em obra de Walter Kirn / Elenco: Jason Bateman, George Clooney, Anna Kendrick, Vera Farmiga, Melanie Lynskey, Danny McBride, Chris Lowell, Tamala Jones / Sinopse: Executivo tem como função primordial em seu trabalho demitir funcionários de outras empresas. Cínico, sem laços familiares ou sociais, ele é abalado em seu modo de viver após conhecer interessante mulher.

Pablo Aluísio.

O Mensageiro

The Messenger, que estreia esse fim de semana no Brasil, é um bom retrato do outro lado das guerras em que os EUA estão envolvidos nesse momento. O roteiro mostra a rotina de trabalho de dois soldados americanos que tem como missão básica informar a morte dos combatentes aos seus familiares. Nem é preciso dizer da intensa carga emocional que essas situações geram. O interessante desse bom roteiro escrito por Oren Moverman e Alessandro Camon é que ele nos mostra os bastidores da guerra, o lado mais humano das perdas de vidas e a dor e o sofrimento daqueles que perderam seus entes queridos. De certa forma lembra muito um outro filme chamado O Retorno de um Herói, um belo trabalho de atuação do "eterno coadjuvante" Kevin Bacon. Ele inclusive tem recebido diversos prêmios por sua atuação inspirada.

Aqui temos a dupla formada pelos também ótimos atores Ben Foster e Woody Harrelson. O primeiro tem se destacado bastante nos filmes que tem feito e o segundo é velho conhecido dos cinéfilos, tendo atuado em filmes marcantes ou divertidos como O Povo Contra Larry Flint e Zombieland. Tenho lido algumas críticas sobre o filme em que se afirma que o tema dele logo se esgota e o argumento se repete em demasia ao longo da projeção. Não penso assim. Ao lado da tarefa desempenhada pelos soldados vamos conhecendo também os problemas emocionais deles, os traumas causados pelo front e as dificuldades de desenvolver uma relação estável com alguém. O filme não é cansativo e cria situações interessantes do ponto de vista dramático, como a questão ética de se envolver com a viúva de um militar morto em combate ou a falta de sensibilidade e envolvimento emocional por parte dos notificadores com a dor dos familiares. The Messenger levanta questões interessantes que devem ser debatidas. É um bom programa de cinema de qualidade no fim de semana.

O Mensageiro (The Messenger). EUA, 2009. Direção: Oren Moverman / Roteiro: Oren Moverman e Alessandro Camon. Com Ben Foster, Jena Malone, Eammon Walker, Woody Harrelson, Samatha Morton, Steve Buscemi, Yaya da Costa.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Anticristo

O filme "Antichrist" do diretor Lars Von Trier não é indicado para todos os tipos de público, muito pelo contrário. Na realidade poucas pessoas irão compreender na totalidade todas as nuances e subtextos inclusos nele durante sua projeção. A maior prova disso aconteceu justamente em Cannes quando o diretor acabou se aborrecendo com as perguntas dos jornalistas sobre qual seria o verdadeiro significado desse filme. Ora, este é o tipo de produto cinematográfico que não é para ser explicado para a coletividade como um todo e sim compreendido por cada um à sua própria maneira, da forma que melhor lhe couber. Explicar ou tentar explicitar as verdadeiras razões do filme seria tirar pelo menos metade de seu conteúdo e fascínio. Antichrist não é para ser explicado ou entendido, ao invés de levantar respostas ele serve justamente para o oposto disso, ou seja, formular ainda mais dúvidas em quem o assiste.

O argumento em si pode soar banal para alguns. Um casal sofre a perda de seu único filho, que cai da janela de seu apartamento. Após essa tragédia o casal resolve se refugiar em um bosque, numa casa isolada, para tentar superar o trauma da perda da criança. Assim durante praticamente todo o filme só temos dois personagens em cena, justamente a esposa e seu marido, cujos os nomes em nenhum momento são citados. Simplesmente são identificados como "ele" e "ela". Willem Dafoe, como o marido, está muito bem. Como terapeuta ele tenta ajudar a esposa na dura batalha de superação da morte do filho. O grande destaque porém em termos de interpretação fica com a excelente e talentosa atriz francesa Charlotte Gainsbourg. Seu trabalho no filme é digno de aplausos, pois a personagem principal em crise exige uma entrega ao papel fora do comum. Ela está perfeita em cena, a série de emoções que tem que passar ao público demonstra que estamos realmente na presença de uma atriz acima da média.

Apesar do título, Antichrist não é nem de longe um filme de terror ou algo semelhante. Na realidade a violência, a angústia e o desespero são retratados de forma intimista, bem mais interior. O diretor confessou em entrevista que concebeu o filme quando estava passando por uma série crise de depressão. No caso notamos isso em cada minuto de projeção. O filme é tenso, soturno e sombrio. O cenário, dentro da floresta, deixa tudo ainda mais depressivo. O uso de cenas fortes (inclusive breves momentos de sexo e violência explicitas) deixam claro que o filme não é, em nenhum momento, um passatempo agradável ou de fácil assimilação. Os subtextos sobre o jardim do Éden, do casal isolado na floresta, do filho com defeitos congênitos (seria ele o anticristo realmente?), da força da natureza, tudo nos leva à reflexão após o assistir. Em dias atuais, onde o cinema está cada vez mais pipoca e juvenil do que nunca, isso não é pouca coisa. Que venham outros brilhantes trabalhos de Lars Von Trier, os cinéfilos agradecem. Afinal de contas o caos reina!

Anticristo (Antichrist, Suécia, Polônia, Alemanha, França, Itália, Dinamarca, 2009) Direção: Lars von Trier / Roteiro: Lars von Trier / Elenco: Willem Dafoe, Charlotte Gainsbourg, Storm Acheche / Sinopse: Após a morte de seu único filho um casal se isola em uma floresta distante para repensar e superar o trauma e o choque da perda. O isolamento do local porém dá margem ao surgimento dos instintos mais básicos e violentos do ser humano.

Pablo Aluísio.

Scarface

Al Pacino é um dos grandes atores do século. Disso tenho certeza poucas pessoas ainda tem dúvidas. Recentemente assisti um filme dele que me deixou bastante desapontado. Intitulado 88 minutos, o filme é um completo equívoco. Roteiro fraco, situações clichês e o pior: um Pacino atuando no piloto automático. Muito longe dos seus dias de glória quando apresentava atuações tão brilhantes que salvavam até mesmo filmes medianos ou com certos problemas de script e argumento. Um desses filmes que foram salvos completamente pelo talento de Pacino foi o (agora) clássico "Scarface", dirigido por Brian De Palma. Uma refilmagem atualizada de "Scarface, a Vergonha de uma Nação", filmado na década de 30 e que acabou sendo o grande precursor dos chamados filmes de Gangsters. Nessa nova versão o então roteirista Oliver Stone mudou completamente o foco do filme, tirando o cenário de uma Chicago empoeirada dos anos de ouro de Capone para uma Flórida ensolarada, atual e cheia de imigrantes provenientes de Cuba.

Entre esses cubanos que saíram da ilha de Fidel Castro está justamente Tony Montana, o personagem de Pacino. Com ficha criminal ele é praticamente banido pelo governo cubano para ir como refugiado aos EUA. Obviamente uma estratégia dos comunistas para expulsar a escória da sociedade cubana, visando justamente transferir o problema para os "irmãos" ianques. Como todo imigrante que chega na América seu grande sonho é aproveitar as oportunidades que a sociedade capitalista lhe oferece para subir na vida rapidamente. Porém como um cubano sem instrução formal e sem formação profissional tudo o que lhe resta é tentar subir no escalão das organizações criminosas, participando do submundo do tráfico de drogas.

Scarface não envelheceu muito. Seu roteiro é bem escrito e com situações bem armadas. Tem boa produção e conta com a sempre inspirada direção de Brian De Palma, aqui prestes a entrar na melhor fase de sua carreira, que iria se prolongar por toda a década de 80 e que culminaria na obra prima "Os Intocáveis", seguramente um dos melhores filmes sobre a era dos grandes gangsters já realizados. No elenco duas presenças de peso: Al Pacino e Michele Pfeiffer. Ele, ainda está esbanjando juventude, recém saído de uma década brilhante de sucessos nos anos 70 e prestes a afundar na pior fase de sua carreira, com o super fracasso "Revolução" e ela, mais bela do que nunca, esbanjando charme e sofisticação.

Embora seja excessivamente longo, pois a estória poderia muito bem ser contada em duas horas, o filme resistiu bem ao tempo e deixou várias referências aos filmes que viriam. Basta assistir "Cassino", por exemplo, de Scorsese para verificar como "Scarface" fez escola (A personagem de Sharon Stone em Cassino é praticamente a mesma de Pfeiffer em Scarface, só mudando levemente de enfoque). Embora para muitos o final de "Scarface" soe hoje demasiadamente exagerado e kitsch, a mais pura verdade é que tudo aquilo que acontece condiz certamente com a personalidade e a trajetória do personagem de Tony. Quem viveu de excessos só poderia encontrar seu final daquela forma. Em suma, se por acaso você gosta do gênero ao estilo "Os Bons Companheiros", "Cassino" ou até mesmo "Os Intocáveis", "Scarface" é mais do que bem recomendado.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Inimigos Públicos

Michael Mann volta a acertar a mão na cinebiografia do lendário criminoso John Dillinger. Talvez seu grande mérito tenha sido contar a história real do Gangster sem muitas liberdades criativas, o que certamente estragou um pouco a outra biografia que tinha dirigido antes, "Ali" com Will Smith. O roteiro do filme é simples e conta parte da vida do famoso bandido, desde o momento em que consegue fugir de um presidio de segurança máxima após cumprir dez longos anos de pena até a noite em que encontrou seu trágico fim nas mãos dos agentes do FBI. Entre esses dois pontos cruciais do filme o espectador é apresentado a vários dos arrojados assaltos feitos por Dillinger e sua gangue durante a grande depressão que arrasava a economia dos EUA naqueles anos. O filme não é tão movimentado como alguns possam pensar, só existem duas grandes cenas de ação durante as mais de duas horas de duração. Não esperem por isso uma chuva de balas em cada cena, pois o diretor foi bem sucedido em tomar outra direção ao mostrar, mesmo que de forma rápida e sem muita profundidade, aspectos da vida pessoal do personagem, dando destaque para o romance de Dillinger com Billie, o grande amor de sua vida.

No elenco dois nomes se destacam: Johnny Deep como John Dillinger está, como sempre, ótimo, mas aqui um pouco mais contido do que o normal. Não há a menor sombra de exageros como seus outros personagens mais famosos como em Piratas do Caribe ou A Fantástica Fábrica de Chocolate. Ele faz um Dillinger bem mais soturno e realista, um bandido que vive o presente pois sabe que na vida que leva não terá um futuro. Já Christian Bale no papel do principal agente na caçada de Dillinger, Melvin Purvis, não consegue empolgar em nenhum momento. Para falar a verdade o ator repete o problema de Exterminador do Futuro 4, quando sua falta de carisma atrapalha o desenvolvimento de seus personagens. Mesmo fazendo o papel do homem da lei sua atuação não empolga e é apática.De qualquer maneira esse é o tipo de filme obrigatório nesse ano para quem gosta de cinema. Provavelmente ganhará algumas indicações ao Oscar na próxima premiação, pois sem dúvida é um filme feito para brilhar na noite de entrega dos prêmios da Academia. A produção é de luxo e sua estréia nos EUA já demonstra que será um grande sucesso de bilheteria.

Inimigos Públicos (Public Enemy, EUA, 2009) / Direção: Michael Mann / Elenco: Johnny Depp, Christian Bale, Marion Cotillard, Giovanni Ribisi, Channing Tatum, Stephen Dorff, David Wenham, Stephen Graham. / Sinopse: Durante a grande depressão nos anos 30, o FBI forma uma equipe especial para caçar o bando de assaltantes liderados por John Dillinger. Eleito o inimigo número 1 dos EUA todos os esforços são concentrados para colocar o criminoso atrás das grades.

Pablo Aluísio.

A Onda

Hoje em dia está tão complicado assistir bons filmes que quando encontramos algo realmente interessante logo nos empolgamos. Ultimamente tenho me dedicado a assistir muitos clássicos do passado e só de vez em quando procuro me atualizar sobre os filmes atuais. Uma boa surpresa dessa nova safra que está chegando em DVD agora no Brasil é justamente "A Onda", filme alemão extremamente interessante que levanta várias questões de relevância sobre a natureza do ser humano. O roteiro parte de uma premissa interessante: tentando atrair a atenção de seus alunos um professor resolve colocar em prática as aulas sobre "autocracia" que está lecionando. Para isso impõe para a sua classe todos os princípios e diretrizes que formam esse tipo de sistema ditatorial de Estado. Conceitos como disciplina, nacionalismo e ordem saem das páginas dos livros para se tornar parte do cotidiano de cada um dos alunos.

O problema é que embora utilizasse as bases da autocracia para que todos desenvolvessem um espírito crítico sobre o tema o tiro acaba saindo pela culatra e os jovens que formam seu alunado acabam tomando gosto pela coisa toda e invertem completamente seus valores, abraçando as ideias que deveriam criticar durante o curso que frequentam. "A Onda" é interessante pois demonstra que apesar de todas as lutas e todas as batalhas travadas contra regimes ditatoriais e fascistas ainda resiste no espírito humano as sementes que fizeram germinar coisas como o Nacional Socialismo (Nazismo) e o próprio Fascismo italiano. Como é brilhantemente exposto pelo professor tudo o que se precisa para que regimes autoritários voltem à ordem do dia é uma crise, um líder carismático, palavras de ordem, símbolos e uma ideologia de intolerância para que tudo volte a tomar forma.

"A Onda" demonstra como é fácil moldar e formar a mentalidade das pessoas mais jovens, bastando para isso reforçar a identidade do grupo e o espírito de união. Como o final trágico demonstra em pouco tempo a personalidade pessoal e individual é anulada em favor do grupo, do pensamento coletivo, por mais absurdas e obtusas que sejam as ideias que dão base a todo tipo de ideologia de força. Um filme que nos faz pensar sobre a atual conjuntura mundial, pois estamos vivendo atualmente um momento de crise econômica mundial, muito próxima do contexto histórico que fez com que homens como Adolf Hitler subissem ao poder supremo em seus respectivos países.

E por falar em ditaduras históricas: um dos fatos mais relevantes desse filme em particular é que ele foi inteiramente rodado na Alemanha atual. Maior simbolismo do que esse não há. O país que levou o mundo à II Grande Guerra enfrenta seu passado de peito aberto e com extrema sinceridade em um tema extremamente melindroso e perigoso. A grande lição que temos sobre o filme a "A Onda" é justamente esse. Se para muitos os fantasmas do nazismo e do fascismo estão inteiramente soterrados para outros nunca se deve baixar a guarda, pois a qualquer momento esse tipo de ideologia pode despertar e ganhar terreno rapidamente, principalmente entre os mais jovens. A natureza do ser humano jamais pode ser subestimada, tanto para o lado do mal como para o lado do bem. Assista "A Onda" e tire suas próprias conclusões.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Bastardos Inglórios

Bastardos Inglórios é o novo filme do cineasta Quentin Tarantino. Como sempre acontece em seus filmes, Tarantino inverte a lógica dos gêneros nos quais se envolve e procura produzir algo original e único. É justamente o que acontece aqui. Embora o filme não fuja de muitos clichês dos clássicos filmes de guerra o diretor procura deixar sua marca registrada em cada minuto de exibição da película. Assim embora os vilões do filme sejam naturalmente (como sempre) soldados e oficiais alemães sem alma e piedade, um toque singular de seu roteiro procura trazer sempre algo de novo nessas velhas caracterizações.

E é justamente na figura do Coronel nazista Hans Landa (brilhantemente interpretado por Christoph Waltz) que se encontra o melhor de todo o filme. Hans Landa traz todas as características que eram valorizadas nas fileiras da SS. Embora sádico e impiedoso ao extremo, era possuidor também de uma finesse e gentileza típicos das melhores famílias prussianas. Com encanto pessoal e charme promovia as maiores atrocidades e barbaridades em nome do Reich mas sem jamais perder a postura e elegância tanto valorizada nas fileiras dos principais oficiais do comando alemão. A atuação do ator Christoph Waltz, desconhecido do grande público, é certamente, como já escrevi antes, brilhante e digna de aplausos. Como Tarantino procurou valorizar as cenas em que há longos diálogos, a presença de excelentes atores como Waltz praticamente segura boa parte do filme como um todo, sua interpretação prende a atenção do espectador e em nenhum momento ficamos cansados ou entediados nos duelos travados nas cenas mais vitais do filme.

Embora esse seja o ponto forte de Bastardos Inglórios, ele também tem sua dose de problemas. Os principais são os equívocos históricos cometidos. Claro que um diretor como Tarantino ao se deparar com material envolvendo a II Guerra Mundial não cometeria tantos pecados históricos se não fosse proposital. Mas mesmo agindo assim, conscientemente, temos que nos ater pelo menos aos fatos históricos mais notórios. A forma como Tarantino trata a figura histórica de Adolf Hitler é simplesmente caricatural e boba. Depois que brilhantes filmes sobre o líder nazista foram lançados, como a "A Queda", por exemplo, fica complicado aceitar uma visão tão superficial e ultrapassada como a que o diretor tenta nos passar. Para piorar o caldo desanda de uma vez nos minutos finais do filme, deixando decepcionado quem pretendia assistir um filme sério de guerra. Muitos irão se perguntar nessa hora: Então tudo não passava de uma bobagem?!

Para finalizar temos Brad Pitt. Bom, a participação do ator, a despeito do uso massivo de sua imagem nos posters e na publicidade do filme, não passa de coadjuvante. Pitt, embora importante para o desenvolvimento da estória e do roteiro, aparece pouco, em momentos pontuais. Os bastardos, grupo que dá nome ao filme e do qual o personagem de Brad faz parte, também não chega a dominar a trama em nenhum momento. Embora esteja creditado como o ator principal e estrela, Pitt é totalmente ofuscado por outros atores, em especial Christoph Waltz. Nas cenas que compartilham juntos podemos notar bem a diferença do nível de atuação, pois não há como negar que em sua presença Pitt simplesmente desaparece. Enfim, como diversão ligeira Bastardos Inglórios cumpre sua função, como retrato histórico é um desastre, e como meio de promoção de seu astro principal é apenas tímido.

Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, Estados Unidos, 2009) Direção: Quentin Tarantino / Roteiro: Quentin Tarantino / Elenco: :Brad Pitt, Christoph Waltz, Mélanie Laurent, Diane Kruger, Eli Roth, Michael Fassbender / Sinopse: Na França ocupada pelos Nazistas durante a II Guerra Mundial um grupo de soldados americanos e judeus são designados para caçar e matar o maior número de alemães possível.

Pablo Aluísio.

Distrito 9

No meio do lugar comum que impera em Hollywood atualmente, Distrito 9 é uma pequena amostra de que um pouco de originalidade não faz mal nenhum, principalmente para quem deseja assistir algo diferente. O filme, que só saiu após o projeto de Halo de Peter Jackson ser cancelado pela produtora, inova em vários aspectos e trata o tema Aliens de forma bem diferente. Com ares de filme independente Distrito 9 tenta mostrar da forma mais realista possível o que aconteceria se uma nave extraterrestre chegasse à terra com uma população de alienígenas. Longe de ser uma ameaça esses ETs nada mais seriam do que verdadeiros refugiados acolhidos pelo governo da África do Sul. O roteiro, por mais estranho que possa parecer, começa de forma interessante mas infelizmente logo se perde em soluções fáceis, tipicamente Hollywoodianas.

No começo o tom adotado é de um reality show que acompanha um simples funcionário público na tarefa de retirar grande parte da população de extraterrestres de uma área de isolamento chamada Distrito 9. O filme se desenvolve até bem nesse ponto. O espectador inclusive vai demorar um pouco para se situar no começo frenético do filme. O personagem principal não é nenhum pouco atraente, mais parecendo aquele ator da série The Office. Chato e terrivelmente convencional vamos sendo apresentados a ele, bem no meio de preparativos para a tal evacuação do Distrito 9 (tudo transformado agora em uma grande favela terceiro mundista). O problema do filme reside justamente no segundo ato do filme. Se no começo tínhamos um ponto de partida original, no desenrolar dos acontecimentos vamos sucessivamente perdendo as esperanças pois os clichês vão se amontoando aos montes, um atrás do outro. Não falta, por exemplo, a eterna perseguição "gato e rato" típica dos filmes de Hollywood, a luta para conseguir o antídoto que salvará o mocinho, as más intenções do governo americano, os interesses bélicos das grandes corporações, as explosões e tiros e, claro, os africanos do terceiro mundo, malvados, armados até os dentes e que só servem mesmo para traficarem drogas.

Nesse ponto o filme desanda. O próprio governo da Nigéria barrou a entrada do filme em seu país e em nota explicou a medida: "O filme ilustra os nigerianos como gangsters e canibais. Além disso mostra mulheres nigerianas mantendo relações sexuais com não humanos. Também diz que os nigerianos se alimentam de carne humana e acreditam em rituais mágicos e no vodu". Realmente tenho que concordar que a forma como são retratados os cidadãos nigerianos (e de países pobres da África) é realmente assustadoramente preconceituosa e maniqueísta. A impressão que deixou foi que apesar dos esforços do diretor estreante Neill Blomkamp em fazer algo novo, a força do estúdio falou mais alto e seu produtor Peter Jackson, sem poder contar com seus orcs de plantão, resolveu transferir esse papel para os africanos de uma forma em geral. Mas exagerou na dose de preconceito. Enfim o filme nada mais é do uma boa idéia que ficou pelo meio do caminho.

Distrito 9 (District 9, Estados Unidos, 2009) Direção: Neill Blomkamp / Roteiro: Neill Blomkamp, Terri Tatchell / Elenco: Sharlto Copley, David James, Jason Cope / Sinopse: ETs são restritos a um gueto na terra aonde são rigidamente controlados por autoridades da terra.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Deixa Ela Entrar

Essa pequena obra prima é uma das gratas surpresas do ano nas telas de cinema do Brasil. "Deixa Ela Entrar" tem todo os ingredientes que vão agradar aos fãs de terror, além dos que gostam de bom cinema de uma forma em geral. Baseado em um livro de sucesso do escritor John Lindqvist o filme tem um desenvolvimento único e cativante, que prende a atenção do espectador desde o primeiro momento. Como o filme é sueco ficamos salvos dos velhos clichês que imperam nos filmes de vampiro provenientes de Hollywood. Não há profusão de sangue e nem de efeitos especiais, tudo é realizado e mostrado de forma sutil e delicada, com cadência, o que exalta ainda mais as virtudes do roteiro inteligente e bem escrito. 

 O argumento em si é simples. Logo no começo do filme somos apresentados à tediosa rotina de vida do garotinho Oskar (Kare Hedebrant). Ele vive em um conjunto habitacional de prédios em sua cidade na Suécia. De dia frequenta o colégio, onde logo vira alvo de bullying de alguns garotos de sua classe. Solitário e sem amigos uma noite ele encontra uma garotinha de 12 anos chamada Eli (Lina Leandersson) no pátio em frente ao local onde mora. Logo nasce uma bela amizade entre os dois. Ao mesmo tempo a pequena cidade onde vive vira inexplicavelmente palco de inúmeras mortes de moradores locais, embora isso pareça ter pouca importância para Oskar nos divertidos momentos em que passa ao lado de sua amiguinha. O que ele provavelmente nem desconfie é que ambas as situações tem ligação entre si.

O filme tem um roteiro extremamente impactante. Em tempos de moda, o vampirismo ganha uma nova conotação e um novo enfoque, completamente originais. Curiosamente os produtores suavizaram um pouco o teor do livro original que é bem mais pesado e mais enigmático. Flashbacks que explicam a história de Eli foram completamente omitidos em prol de uma maior leveza no desenvolvimento da trama. Outro aspecto que foi mudado foi o próprio sexo de Eli. No original se tratava de um garoto, andrógino ao extremo, que acaba se envolvendo com Oskar, mas a direção do filme resolveu dar características femininas ao personagem principal para não chocar o público. 

Além disso o homem que auxilia Eli no filme não tem sua origem explicada. Já no livro o papel desse companheiro é bem claro: se trata de um pedófilo que havia tentado violentar Eli no passado e que agora lhe serve como escravo. Nenhuma dessas mudanças porém comprometem em absoluto as qualidades desse filme. "Deixa ela entrar" é inovador, original e traz um sopro de qualidade ao tão batido tema dos filmes de vampiros. Em tempos de Crepúsculo e outras bobagens é sempre bom assistir um filme que respeite a longa tradição dos sugadores de sangue da noite, mesmo que no final, temos que admitir, essa herança tenha sido salva justamente por uma garotinha pré adolescente. Em tempo: já está acertado o remake do filme em Hollywood. Só nos resta rezar para que tudo não seja destruído nas mãos dos produtores americanos.

Deixa Ela Entrar (Låt den rätte komma in, Suécia, 2008) Direção: Tomas Alfredson / Roteiro: John Ajvide Lindqvist, John Ajvide Lindqvist / Elenco: Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar / Sinopse: Garotinho de nome Oskar (Kåre Hedebrant) sofre bullying escolar mas encontra apoio em sua nova vizinha, a garota Eli (Lina Leandersson)

Pablo Aluísio.

O Segredo do Abismo

Título no Brasil: O Segredo do Abismo
Título Original: The Abyss
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron
Elenco: Ed Harris, Mary Elizabeth Mastrantonio, Michael Biehn

Sinopse:
Equipe formada por mergulhadores, exploradores e cientistas é contratada para descer até as profundezas do oceano com o objetivo de resgatar um submarino nuclear desaparecido. Uma vez na fossa oceânica descobrem que há no local uma estranha presença de seres desconhecidos da ciência. Intrigados tentarão levar o resgate até o final, embora sejam surpreendidos pela natureza daquelas entidades alienígenas. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. 

Comentários:
Analisando de um ponto de vista bem imparcial já podemos encontrar nessa ficção "The Abyss" todos os pontos positivos e negativos que iriam acompanhar James Cameron em toda a sua carreira. Entre os pontos positivos podemos citar o uso de tecnologia de ponta em termos de efeitos especiais. Aqui nessa produção James Cameron já antecipava o que viria a mostrar em "O Exterminador do Futuro 2", ou seja, criaturas que mais parecem fluidos sem definição. Nesse aspecto não há como negar que o filme seja extremamente bem realizado, até mesmo se levarmos em conta o padrão atual da tecnologia digital usada no cinema americano. Por outro lado temos também os velhos erros que sempre acompanharam Cameron desde o começo de sua filmografia, sendo o mais visível deles o próprio roteiro escrito pelo diretor. Os personagens são vazios e as situações bem clichês. James Cameron pode até ser um bom coordenador de equipes especializadas em efeitos especiais, mas como diretor de elenco e escritor de roteiros ele deixa mesmo a desejar. Assim se você estiver em busca de um filme que exponha o lado bom e ruim de Cameron, "O Segredo do Abismo" é sem dúvida uma boa pedida.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Missão Impossível: Protocolo Fantasma

Não é de hoje que acompanho a carreira do ator Tom Cruise, pelo contrário. Desde 1985 quando assisti seu primeiro grande sucesso nos cinemas, "Top Gun - Ases Indomáveis" venho assistindo sempre seus filmes. Cruise é um dos astros de Hollywood que posso afirmar ter visto a filmografia completa, do primeiro ao último filme que ele fez. Apesar disso não me considero fã ou algo assim. Na verdade ele chegou ao estrelado com blockbusters até banais (como "Top Gun", "Dias de Trovão", "Cocktail" etc) mas logo depois começou a surpreender participando de filmes realmente muito bons ("A Cor do Dinheiro", "Rain Man" e principalmente "Nascido em 4 de Julho"). Parecia que fugia do rótulo de galã de filmes vazios. O que seria uma guinada na carreira porém parou repentinamente com essa franquia "Missão Impossível". O sucesso desses filmes levou Cruise de volta para os arrasa quarteirões sem conteúdo. Uma pena. Eu pessoalmente sempre achei esses filmes muito fracos, até porque a própria série televisiva que lhe deu origem nada mais era do que uma cópia das aventuras de James Bond no cinema. Se até os filmes de Bond não são muito adultos imaginem a cópia deles. Claro que quando "Missão Impossível" foi para o cinema deram uma recauchutada completa em sua concepção mas mesmo assim continuou a ser muito tolo e infantil. Há ótima produção, cenas muito bem realizadas, parafernálias tecnológicas de todos os tipos e toda a pirotecnia que você queira. O problema é que também pára por aí. Os filmes MI não possuem tramas mais bem elaboradas que fujam do chiclete, é tudo muito oco, vazio.

Esse "Missão Impossível 4" segue a mesma trilha dos anteriores. Novamente há cenas de impacto como Cruise "escalando" um enorme edifício em Dubai ou então sua perseguição no meio de uma tempestade de areia. Tudo muito bem produzido e realizado não há como negar. As bugigangas da tecnologia de última geração também estão lá. Seu personagem também tem que salvar o mundo no último segundo... enfim, nada de novo no front. Esse enredo de espião tentando salvar o planeta de uma guerra nuclear causada por um megalomaníaco é a base de praticamente todos os filmes de James Bond da década de 1960. Se já não era original há 50 anos imagine agora! Qual afinal é a novidade disso? Nenhuma. Curiosamente o público não parece se importar pelo fato do filme ser no fundo mais do mesmo e lotou as salas. De fato MI4 foi o sucesso que Cruise tanto aguardava. Desde que foi despedido da Paramount ele não conseguia um grande sucesso de bilheteria então o êxito do filme veio como tábua de salvação. Bom pra ele já que a idade finalmente está chegando e o antigo galã de sorriso largo está demonstrando sinais na tela de que o tempo realmente chegou para ele. Em conclusão MI4 é isso, uma variação dos filmes de James Bond e praticamente uma cópia dos filmes anteriores da franquia. Se você gosta desse tipo de filme, bon appetit!

Missão: Impossível - Protocolo Fantasma (Mission: Impossible - Ghost Protocol, Estados Unidos, 2012) Direção: Brad Bird / Roteiro: Josh Appelbaum, André Nemec / Elenco: Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg / Sinopse: Terrorista rouba arma nuclear russa. Uma equipe de agentes especiais são então designados na missão de recuperar a arma roubada além de impedir que ele use os códigos necessários para seu uso.

Pablo Aluísio.

Desbravadores

Título no Brasil: Desbravadores
Título Original: Pathfinder
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Marcus Nispel
Roteiro: Laeta Kalogridis, Nils Gaup
Elenco: Karl Urban, Clancy Brown, Moon Bloodgood

Sinopse:
Durante um ataque Viking na costa americana, durante o período pré-colombiano, uma criança da expedição é deixada para trás após o naufrágio de um dos barcos nórdicos. Ela acaba sendo salva e criada pela tribo dos Wampanoag, índios nativos da região. Os anos passam e quinze anos mais tarde uma nova invasão Viking chega no local. Agora o jovem Ghost (Karl Urban) precisa se decidir em qual lado da batalha ficará.

Comentários:
Durante muitos anos a arqueologia desconfiou que outros europeus estiveram nas costas da América do Norte antes da chegada de Cristovão Colombo. Essa teoria adveio do encontro de achados arqueológicos de povos Vikings encontrados na costa dos Estados Unidos datando de séculos atrás. A ideia de ver Vikings em solo americano brigando com nativos indígenas era boa demais para o cinema ignorar. Assim nasceu esse "Desbravadores". Obviamente não vá esperando por nada muito preciso do ponto de vista histórico. O que está valendo aqui é realmente a batalha entre índios americanos que viviam nas regiões costeiras com os nórdicos Vikings que chegavam na costa com a única finalidade de ali saquear e roubar metais preciosos. O filme por essa razão é bem violento, com poucos diálogos, e lutas sem fim. A direção de arte é até bem realizada, embora transformem os Vikings em determinados momentos em bestas ferozes de guerra. Vale assistir pelo menos uma vez, principalmente para quem gosta de produções com muito sangue e conflitos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Contágio

O filme parte da premissa do surgimento de um super vírus que se alastra com enorme rapidez, contaminando da China aos EUA, passando pela Europa e daí para o restante do mundo. O argumento é tipicamente de filme catástrofe só que sob uma roupagem de pseudo ciência. O problema de um roteiro como esse é que propõe um quase apocalipse para depois, faltando menos de 20 minutos de filme, se resolver tudo de forma tão fácil e sem graça que a situação criada vai por água abaixo. O curioso é que a produção não se fez de rogada e copiou muito dos filmes de zumbis, com todas aquelas grandes cidades desertas e os habitantes não contaminados agindo como verdadeiros animais, saqueando lojas e cometendo crimes. Enfim, pura bobagem. A produção ganhou uma promoção extra gratuita pois perto de seu lançamento os noticiários ao redor do mundo divulgaram os perigos de um novo vírus da gripe que fazia vítimas ao redor do planeta, inclusive aqui no Brasil. Curiosamente a tal nova gripe que rapidamente surgiu também desapareceu na mesma velocidade. Campanhas de vacinação em massa foram promovidas por diversos governos e assim o mal ficou praticamente erradicado. Isso veio demonstrar que no mundo real uma situação como a que vemos no filme dificilmente se tornaria realidade pois a ciência está muito desenvolvida em nossos dias. Os tempos de mortes em massa como ocorreu com a gripe espanhola no começo do século XX é coisa do passado.

O elenco conta com vários nomes conhecidos mas todos eles, sem exceção, são desperdiçados. Em essência não passam de coadjuvantes de luxo. Gwyneth Paltrow está creditada como a principal atriz do filme o que me deixa admirado pois sua participação não tem absolutamente nada demais. Ela aparece e em pouco tempo some do mapa. Já Matt Damon tinha tudo para se destacar mas seu papel é raso (e tolo) como todos os demais. Bancando o "paizão" o ator realmente não sai muito disso, ficando no controle remoto. Suas reações em vista de grandes tragédias também não convencem, quase sempre caindo na caricatura. Outro talento jogado para escanteio é Kate Winslet. Interpretando uma médica ela aparece, fala meia dúzia de diálogos e vai para a insignificância! Jude Law tem um papel melhor, a do típico blogueiro que escreve sobre teorias da conspiração. Infelizmente também não é desenvolvido adequadamente. Enfim esse "Contágio" não me cativou. Achei sensacionalista demais, pouco desenvolvido em relação aos personagens e com clímax banal e decepcionante. Eu esperava bem mais, muito mais desse filme.

Contágio (Contagion, Estados Unidos, 2011) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Scott Z. Burns / Elenco: Gwyneth Paltrow, Matt Damon, Kate Winslet, Jude Law / Sinopse: Um vírus começa a se espalhar entre populações de diferentes países. Entre os contaminados estão um jovem americano, médicos e cientistas que tentam deter o avanço da nova doença contagiosa.

Pablo Aluísio.

1408

Título no Brasil: 1408
Título Original: 1408
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Mikael Håfström
Roteiro: Matt Greenberg
Elenco: John Cusack, Samuel L. Jackson, Mary McCormack

Sinopse:
Baseado no conto de Stephen King. O escritor cínico e cético Mike Enslin (John Cusack) ganha a vida escrevendo livros que avaliam fenômenos sobrenaturais em hotéis, cemitérios e outros locais assombrados, geralmente visando desmascarar as crendices e lendas que rondam esses lugares. Para escrever seu novo livro, ele viaja de Los Angeles a Nova York para passar uma noite em um quarto dito como mal assombrado do Dolphin Hotel. O quarto 1408 tem várias histórias envolvendo aparições de entidades sobrenaturais. Segundo algumas lendas mais de 50 pessoas teriam morrido lá ao longo de várias décadas. Enslin porém não acredita em nada disso. Mal sabe ele no que está realmente se metendo ao se hospedar por uma noite no infame local.

Comentários:
Até que começa muito bem. Afinal todos os elementos parecem estar presentes. Só o nome de Stephen King nos créditos já garante o interesse, afinal seus contos e livros de suspense e terror são quase sempre muito bem adaptados para o mundo do cinema. O design da produção, cenários e ambientação também são pontos positivos. O elenco, com dois atores de ponta como John Cusack e Samuel L. Jackson, também aumentam as expectativas. Infelizmente esse é aquele tipo de produção em que tudo parece estar no lugar mas algo não parece estar certo. Acredito que o maior problema seja de roteiro. O conto que deu origem a esse argumento é pequeno, feito para entreter o leitor em poucas páginas. Contos geralmente possuem um ritmo próprio, específico, que se alongados demais acabam criando aquela sensação ruim de que estão enchendo linguiça. É o que aparenta acontecer aqui. Se o filme fosse mais ágil, mesmo sendo um longa-metragem, as coisas seriam diferentes. Infelizmente o roteiro não tem essa qualidade. Mesmo assim, com um pouco de esforço, ainda dá para se divertir, até porque o enredo não é dos mais convencionais e deixará muita gente surpresa com seu desfecho. Na dúvida arrisque!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Uma Vida Sem Limites

Quem não considera o ator Kevin Spacey um artista extremamente talentoso tem que assistir a esse filme urgentemente. Nele Spacey atua, canta, dança, dirige, e ainda por cima ainda é um dos produtores. Ou seja - ele simplesmente fez tudo no filme, que por si só é uma delícia de assistir! Conta, misturando fatos reais com dramaturgia musical, a história de Bobby Darin (um cantor que provavelmente você não saiba direito quem é mas que certamente conhece um de seus maiores sucessos, "Splish Splash", sim, aquela canção mesmo que já foi interpretada por Roberto Carlos no começo de sua carreira). Para os fãs de cinema o filme ainda traz outro aspecto curioso, seu longo e conturbado relacionamento com a atriz Sandra Dee (uma espécie de Sandy americana dos anos 60, a típica atriz pura e virgem das telas). Eles se conheceram no set de filmagens de um filme estrelado por Rock Hudson chamado "Quando Setembro Vier" e bem de acordo com a caretice daquele época resolveram se casar meio de forma impensada. O resultado de um enlace amoroso prematuro como esse não era complicado de se prever: muitas brigas, atritos e problemas com bebidas.

O filme narra com muita música a ascensão, o apogeu e a queda do cantor. Spacey adota uma postura de respeito com o retratado. Embora seja bem mais velho que Bobby Darin (que morreu muito jovem, com apenas 37 anos) Spacey consegue compensar essa diferença com muita garra e talento em cena. Eu sinceramente acho que ele deveria ter sido bem mais reconhecido por seu trabalho nesse filme, infelizmente "Uma Vida Sem Limites" meio que passou em brancas nuvens no Brasil, muito por causa da falta de divulgação e promoção. Ficou em grande parte desconhecido para o grande público. Uma grande injustiça com o ator e com todos que gostam de biografias de grandes ídolos do passado. De qualquer forma fica a dica. Se ainda não assistiu não deixe de conferir o trabalho desse ótimo showman dos nossos dias.

Uma Vida Sem Limites (Beyond The Sea, Estados Unidos, 2004) Direção: Kevin Spacey / Roteiro de Kevin Spacey e Lewis Colick / Elenco: Kevin Spacey, Kate Bosworth, John Goodman / Sinopse: Cinebiografia do cantor americano Bobby Darin desde seu surgimento passando pelo seu sucesso fugaz até sua decadência e morte.

Pablo Aluísio.