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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Misteriosa Paixão

A atriz Ellen DeGeneres ficou muito famosa e popular com um programa de TV nos Estados Unidos. Porém nunca conseguiu se firmar no cinema americano, mesmos sendo muito talentosa, principalmente no humor. Esse filme que aqui tratamos foi uma das tentativas dela em emplacar uma carreira na indústria cinematográfica. Conta a história de uma mulher que se apaixona... pela mulher do próprio irmão. Pois é, uma história protagonizada por uma lésbica, tal como a própria Ellen DeGeneres em sua vida pessoal. Como o tema LGBT ainda era uma novidade e tanto no cinema dos anos 90 o filme acabou não fazendo sucesso. Preconceito do público? Certamente pode ter sido uma das razões.

Tirando um pouco esse aspecto de lado temos que admitir que o filme realmente não ficou muito bom. Há sempre uma tentativa de se fazer humor, mas ao mesmo tempo o filme quer ser levado mais à sério. Complicado. A Ellen DeGeneres interpreta uma policial que precisa desvendar um caso envolvendo o aparecimento de dois corpos na floresta e Patricia Arquette é a loira fatal que vem embolar o meio de campo. Ela usa uma peruca loira channel durante todo o filme. Não ficou bonita, apenas esquisita. Então é isso, mais uma produção que veio demonstrar que fazer sucesso no cinema é bem mais complicado do que se pensa.

Misteriosa Paixão (Goodbye Lover, Estados Unidos, 1998) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Ron Peer, Alec Sokolow / Elenco: Patricia Arquette, Ellen DeGeneres, Dermot Mulroney, Mary-Louise Parker, Ray McKinnon, Alex Rocco / Sinopse: Rita Pompano (Ellen DeGeneres) é uma policial que precisa solucionar um caso de duplo assassinato enquanto tenta resolver sua caótica vida pessoal.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Retratos de Uma Mulher

No século XIX a jovem americana Isabel Archer (Nicole Kidman) resolve ir para a Europa em busca de seus sonhos. Lá encontra o amor, mas acaba caindo em uma armadilha ao se casar com um homem desonesto, antiético e manipulador. A partir daí toda a sua vida praticamente desmorona. Excelente drama de época estrelada por uma ainda bastante jovem Nicole Kidman, na época procurando se firmar em filmes com mais conteúdo e densidade. Foi uma excelente escolha. O roteiro era baseado no texto do consagrado autor Henry James. Quem conhece sua obra sabe que James sempre explorou os porões da alma humana, muitas vezes dissecando o lado mais cruel e mesquinho de todos os seres humanos. A direção do filme ficou com a excelente cineasta Jane Campion, que naquele momento vivia uma ótima fase pois ainda desfrutava do sucesso de público e crítica de "O Piano".

O filme é bem refinado, tem muito estilo, é sofisticado e com uma finesse à toda prova. A produção é classe A, com ótima reconstituição de época e figurinos luxuosos. Realmente tudo muito bom. Arriscaria até mesmo a dizer que ele traz uma das cinco melhores interpretações da carreira de Kidman. Indicado para quem tem um gosto cinematográfico mais refinado do que o habitual. Tanto bom gosto lhe valeu indicações merecidas ao Oscar. Um filme que realmente vale a pena ser conhecido, ainda mais por quem não teve a oportunidade de assisti-lo nos anos 90. Um dos melhores da filmografia de Nicole Kidman.

Retratos de Uma Mulher (The Portrait of a Lady, Estados Unidos, Inglaterra, 1997) Direção: Jane Campion / Roteiro: Laura Jones, baseada no romance de Henry James / Elenco: Nicole Kidman, John Malkovich, Barbara Hershey, Mary-Louise Parker, Shelley Winters, Christian Bale, Viggo Mortensen, John Gielgud, Richard E. Grant / Sinopse: O filme mostra o drama de uma jovem mulher mergulhada em um casamento infeliz. Filme indicado nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Barbara Hershey) e Melhor Figurino (Janet Patterson). Vencedor do Venice Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Grand Canyon

Título no Brasil: Grand Canyon - Ansiedade de uma Geração
Título Original: Grand Canyon
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan, Meg Kasdan
Elenco: Kevin Kline, Steve Martin, Danny Glover, Mary-Louise Parker, Mary McDonnell, Alfre Woodard

Sinopse:
Os destinos de várias pessoas vão se entrelaçando ao longo do tempo. E a vida de cada personagem enfrenta diversas situações delicadas e imprevisíveis. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor roteiro original (Lawrence Kasdan, Meg Kasdan).

Comentários:
Esse filme não pode ser definido como uma comédia como muitas vezes vi em manuais e guias de filmes. Não é muito por essa linha. Há diversas situações ocorrendo ao mesmo tempo. Kevin Kline, por exemplo, interpreta um sujeito rico cujo carro dá problemas, bem no meio de um bairro negro, com criminosos à espreita. Acaba sendo salvo por Danny Glover, um homem com muita experiência de vida que dirige um caminhão de guincho. Já Steve Martin, aqui de barba e bem diferente, é o executivo de cinema que precisa lidar com atrizes problemáticas. E as mulheres formam a maior parte do arco narrativo do filme, mostrando desde uma jovem com problemas de depressão até uma senhora casada que encontra um bebê no meio dos arbustos de um parque. Enfim, é um filme com várias pequenas histórias que acabam se interligando de uma maneira ou outra. Poderia ser um filme de Robert Altman, mas não é. É isso sim um bom drama dirigido e roteirizado pelo competente e talentoso Lawrence Kasdan. Um bom filme dos anos 90 que anda injustamente esquecido.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford

Olhando para trás descobrimos que na realidade existiram dois Jesse James. O primeiro é fruto da imaginação de dezenas de escritores do século XIX que escrevendo pequenos livros de bolso criaram todo um mito em torno de seu nome. Esse é o Jesse James do imaginário popular, das aventuras mirabolantes e dos feitos épicos. É um personagem de literatura barata. O outro Jesse James é o real, da história. Esse era basicamente um pistoleiro, ladrão de bancos e assaltante de trens. Um sujeito frio, paranoico e martirizado pela constante perseguição que lhe era feita pelos homens da lei na época. Em sua longa trajetória nas telas de cinema, os dois lados de Jesse James raramente se encontraram. Ou ele era retratado de acordo com o personagem de literatura, de ficção, ou ele surgia em filmes numa visão mais realista. O grande mérito dessa produção enfocando Jesse James é que pela primeira vez tomamos consciência dessa dualidade envolvendo seu nome. Isso é bem claro na caracterização de Robert Ford. No começo da história ele é apenas um garoto deslumbrado em fazer parte do bando de Jesse James (naquele momento uma sombra do que era antes, pois todos os membros originais de sua gangue ou estavam mortos ou presos). Bob Ford espera encontrar o Jesse James que lia em seus livros de bolso (aos quais colecionava e adorava). O que encontra porém é apenas um homem frio, bipolar, cismado, que não confia em absolutamente ninguém.

Não tenho receio de afirmar que esse é o filme mais fiel aos acontecimentos históricos já feito sobre Jesse James. Mostrando os últimos momentos do criminoso, vamos acompanhando o caos em que se transformou sua vida. Com a cabeça a prêmio, procurado em vários Estados, mudando de cidade constantemente com sua família, James é apenas um pedaço do que um dia foi. Para piorar, ao seu lado agora, não estão mais seus antigos homens de confiança, mas sim garotos novatos como Bob Ford, pessoas aos quais ele não consegue confiar. A relação de Robert Ford e Jesse James aliás é uma das melhores coisas de todo o filme. Acompanhamos a decepção de Ford, na realidade um fã, com seu ídolo Jesse James. O que começa com desapontamento e decepção, acaba indo para algo bem mais complexo o que culminará nos acontecimentos trágicos que já conhecemos da história do famoso pistoleiro. Os trinta minutos finais do filme são vitais para quem gosta de história do velho oeste pois reconstituem com riqueza de detalhes a morte de Jesse James. Um primor de reconstituição histórica.

A produção aliás é toda do mais alto nível, o uso de bonita fotografia traz muito valor para o resultado final, usando da natureza para criar um clima de fina melancolia e falta de esperança. A produção concorreu aos Oscar de Melhor Fotografia e Melhor Ator Coadjuvante (Casey Affleck). Para ser sincero deveria ter vencido ambos, pois tanto a atuação de Casey quanto a linda fotografia são realmente impecáveis. Em poucas palavras, “O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford” é uma aula de história que não se aprende na escola. Simplesmente obrigatório para fãs de western.

O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford (The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford, Estados Unidos, 2007) Direção: Andrew Dominik / Roteiro: Andrew Dominik / Elenco: Brad Pitt, Casey Affleck, Mary-Louise Parker, Zooey Deschanel, Sam Shepard, Sam Rockwell / Sinopse: Após uma vida de crimes, os irmãos Jesse e Frank James desistem de continuar com seus assaltos a trem e a bancos. Frank se retira e vai morar em outra cidade. Jesse James (Brad Pitt) porém decide executar um último grande assalto ao lado de um grupo de jovens e novatos, entre eles os irmãos Ford. O mais jovem deles, Bob Ford (Casey Affleck) é um fã confesso do famoso pistoleiro. Mal sabiam o que o destino lhes reservavam.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

Título no Brasil: O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
Título Original: The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros
Direção: Andrew Dominik
Roteiro: Andrew Dominik, Ron Hansen
Elenco: Brad Pitt, Casey Affleck, Sam Shepard, Mary-Louise Parker, Sam Rockwell, Jeremy Renner

Sinopse:
Após uma vida dedicada ao crime, roubando bancos e ferrovias, o pistoleiro Jesse James (Brad Pitt) procura por algum tipo de redenção, mesmo sabendo que poderá ser morto a qualquer momento, uma vez que sua cabeça se encontra à prêmio por todo o Oeste. O que ele nem desconfia é que seu assassino pode estar mais próximo do que ele poderia imaginar. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Casey Affleck) e Melhor Fotografia (Roger Deakins).

Comentários:
Essa produção parte de uma nova safra de filmes de western que procuram pela objetividade da verdade histórica. Os roteiros são de certa maneira despidos do romantismo que imperou no gênero durante os anos 50 e 60 e parte para uma abordagem mais fiel aos fatos históricos. É aquele tipo de filme que conta inclusive com uma equipe de historiadores e especialistas para que nada do que se vê na tela esteja em desacordo com o que de fato aconteceu no passado. Por isso nem sempre será uma unanimidade entre os fãs de faroeste, principalmente os que preferem os filmes mais antigos que abraçavam a mitologia do velho oeste de uma forma mais romanceada. De minha parte gostei muito dessa nova visão. O Jesse James já foi tema de dezenas e dezenas de filmes antes, porém nunca havia se debruçado sobre sua história com tanta fidelidade. Há um clima de melancolia e falta de esperança no ar, porém tudo resultando em um belo espetáculo cinematográfico. Gosto muito do produto final. É bem realizado e muito honesto em suas propostas. Tem uma excelente reconstituição de época e um roteiro que investe bastante nas nuances psicológicas entre Jesse James e Robert Ford, o homem que iria passar para a história como o assassino de James. Curiosamente ele foi saudado como um valente, um herói, mas depois com o passar dos anos ficou evidenciado que ele agiu mesmo como um covarde. Assista ao filme e entenda os motivos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Anjos na América

Título no Brasil: Anjos na América
Título Original: Angels in America
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Tony Kushner
Elenco: Al Pacino, Meryl Streep, Patrick Wilson, Emma Thompson, Mary-Louise Parker, Jeffrey Wright

Sinopse:
Minissérie em sete episódios que conta o drama das pessoas que foram infectadas pelo vírus HIV durante a década de 1980. Uma nova doença que surgia, sem cura, que praticamente condenava à morte os que eram diagnosticados com ela. Vencedor de 3 prêmios no Globo de Ouro, incluindo o de Melhor Minissérie do ano. 

Comentários:
A AIDS apareceu no final dos anos 70. Inicialmente dita como uma espécie de "câncer gay" por atingir principalmente homossexuais, logo se espalhou entre a população em geral, levando milhares de pessoas à morte. Essa minissérie da HBO foi a primeira a levar o tema para a TV americana em forma de episódios. Cada um contando a história de uma pessoa que foi diagnosticada com a doença na década de 1980. Naquela época era uma sentença de morte pois a medicina e a ciência ainda não tinham desenvolvido um tratamento que prolongasse a vida dos doentes. O coquetel químico, hoje aplicado nos infectados, ainda era algo em vias de elaboração. Assim a morte era praticamente certa. Pelo tema e pela importância do assunto vários astros de Hollywood aceitaram trabalhar no projeto, entre os mais conhecidos temos Al Pacino, Meryl Streep e Emma Thompson. Eles que sempre atuaram apenas em filmes para o cinema abriram uma exceção. Afinal muitos tiveram parentes e amigos atingidos pela doença. No mais o tema é tratado com uma grande sensibilidade e respeito para com as vítimas, tudo resultando em uma série excelente, acima da média. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Um Amor de Verdade

Gus (Matt Dillon) é um trabalhador comum que sonha em abrir seu próprio negócio. Só que trabalhando na companhia elétrica da cidade, ganhando pouco e ainda tendo que pagar pensão para a ex-esposa, suas chances de se tornar patrão vão ficando cada vez mais distantes. Até que ele tem uma ideia: que tal arranjar um novo marido para sua ex-mulher? Assim se ela se casar ele estará livre da pensão, podendo então abrir a sua própria empresa!

Hoje em dia esse tipo de enredo iria soar um pouco machista para o público feminino. Porém nos anos 90 era um filme OK, sendo consumido facilmente pelas mulheres. Afinal era considerada apenas uma comédia romântica sem maiores problemas. No elenco temos o bom e velho Matt Dillon. Esse ator conheço desde os anos 80, quando ele participou de muitos filmes de temática jovem que se tornaram clássicos, como o tão lembrado cult "O Selvagem da Motocicleta". Já esse aqui é apenas de rotina, sem maiores pretensões cinematográficas.

Um Amor de Verdade (Mr. Wonderful, Estados Unidos, 1993) Direção: Anthony Minghella / Roteiro: Amy Schor Ferris, Vicki Polon / Elenco: Matt Dillon, Annabella Sciorra, Mary-Louise Parker / Sinopse: Trabalhador comum, de empresa elétrica, tenta arranjar um novo marido para a ex-esposa. Ele faz isso não por bondade, mas sim para se livrar da pensão que paga a ela.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Dragão Vermelho

Resolvi rever ontem "Dragão Vermelho", o último filme da trilogia original do personagem Hannibal Lecter. Como já escrevi antes, esse ainda é o meu preferido. O interessante é que sua história é anterior a tudo o que vemos em "O Silêncio dos Inocentes". Isso fica bem claro na última cena de "Red Dragon" quando o diretor da prisão pergunta a Lecter se ele tem interesse de se encontrar com uma jovem agente do FBI. Ela mesma, a personagem de Jodie Foster. Pois bem, voltando um pouco, no começo do filme, vemos Hannibal trabalhando junto ao agente Will Graham (Edward Norton). O policial está tentando prender um assassino em série canibal (que obviamente é o próprio Hannibal!). Após descobrir sua identidade eles entram em confronto. Lecter o esfaqueia e esse consegue reagir antes de ser preso, também o atingindo.

Os anos passam e Graham se afasta do FBI, afinal ele quase foi assassinado. Tudo muda porém quando um novo assassino em série surge. Apelidado pela imprensa de "Fada dos Dentes", esse criminoso mata famílias inteiras, em chacinas terríveis. Impulsionado por sua ética profissional o agente do FBI decide voltar. Ele estuda o modos operandi desse serial killer e acaba descobrindo semelhanças com o antigo modo de agir de Lecter. Pior do que isso, ele também é um canibal que come pedaços de suas vítimas. Tentando colocar o psicopata atrás das grades o mais breve possível, antes que ele faça novas vítimas, Graham decide ir conversar novamente com Hannibal na prisão, uma reaproximação que o deixará extremamente nervoso e receoso. Assim a situação que vemos em "O Silêncio dos Inocentes" de certa forma se repete aqui. O agente do FBI e o assassino encarcerado interagindo para localizar e prender o psicótico que está solto pelas ruas.

Dentre os vários pontos positivos desse filme eu destacaria o trabalho de Ralph Fiennes. Ele interpreta o psicopata Francis Dolarhyde. Vivendo uma vida dupla, de tímido técnico que trabalha em um Zoo de dia e de matador cruel e sanguinário de noite, o sujeito vai enlouquecendo cada vez mais com o passar do enredo. Ele tem uma fixação por um desenho de Black intitulado "Dragão Vermelho e a Mulher banhada de Luz" e passa a alucinar, achando que o tal dragão da figura o está dominando, o transformando ele próprio em uma espécie de deus mitológico! Algo completamente insano. Apesar de ter tido uma classificação etária maior nos EUA, o filme não é dos mais violentos dentro dessa trilogia. Só há uma cena mais violenta quando o dragão vermelho começa a devorar vivo o jornalista Freddy Lounds (Philip Seymour Hoffman, sempre ótimo). Depois o encharca de gasolina e toca fogo! Fora isso a violência é mais intelectual, com os policiais tentando pegar o assassino, usando para isso pistas deixadas por ele mesmo nas cenas dos crimes. Somando-se o bom roteiro, a sempre interessante presença de Anthony Hopkins e o trabalho de direção de Brett Ratner, temos no final um dos melhores filmes de assassinos seriais do cinema mais recente.

Dragão Vermelho (Red Dragon, Estados Unidos, 2002) Direção: Brett Ratner / Roteiro: Ted Tally, baseado no livro escrito por Thomas Harris / Elenco: Anthony Hopkins, Edward Norton, Ralph Fiennes, Harvey Keitel, Philip Seymour Hoffman, Mary-Louise Parker / Sinopse: Após ser preso o psicopata canibal Dr. Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) passa a ajudar o agente do FBI Will Graham (Edward Norton) em seus casos de homicídio. Há um novo serial killer agindo nas ruas de Chicago e sua captura passa a ser algo urgente, por causa dos crimes horrendos que comete. Filme premiado pelo Fangoria Chainsaw Awards na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Fiennes).

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de junho de 2015

Nu em Nova York

A história gira em torno de um casal de namorados que vivem em Nova Iorque na década de 1990. Jake Briggs (Eric Stoltz) tem o sonho de se tornar um grande escritor de peças de teatro na Broadway. Já Joanne White (Mary-Louise Parker) deseja se estabelecer no concorrido mercado de fotografias de arte da cidade. Ambos são jovens e com muitos sonhos, mas a realidade aos poucos vai colocando um freio em suas pretensões. Joanne trabalha em uma galeria de arte e logo começa a sofrer com as cantadas inoportunas de seu próprio patrão. Jake começa a sentir na pele como a falta de um nome maior pode soterrar suas escalada rumo ao sucesso. No final das contas é um filme apenas mediano, bem intencionado e com alguns cacoetes cinematográficos que eram típicos dos anos 90 - como a maçante tentativa de imprimir um visual publicitário em cada cena.

O elenco coadjuvante acaba ofuscando o casal protagonista com a participação especial de muita gente famosa, inclusive Tony Curtis (astro das décadas de 50 e 60), Whoopi Goldberg (a talentosa comediante que vivia um excelente momento em sua carreira com o sucesso de "Ghost"), Kathleen Turner (uma musa loira dos anos 80, muito popular naqueles tempos), Timothy Dalton (ele mesmo, o próprio James Bond) e Ralph Macchio (sim, o eterno Daniel LaRusso da franquia " Karatê Kid"). Não é uma fita para ter em sua coleção pessoal, mas também não é de todo ruim. Vale para revelar um pouquinho daquela geração.

Nu em Nova York (Naked in New York, Estados Unidos, 1993) Direção: Daniel Algrant / Roteiro: Daniel Algrant, John Warren / Elenco: Eric Stoltz, Mary-Louise Parker, Ralph Macchio, Tony Curtis, Whoopi Goldberg, Timothy Dalton, Kathleen Turner / Sinopse: A vida efervescente de um grupo de jovens adultos na Nova Iorque dos anos 90. Filme indicado ao Deauville Film Festival.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

Frank (Bruce Willis) está tentando levar uma vida normal. Depois de anos trabalhando na agência americana de inteligência o que ele mais quer agora é curtir uma vida sossegada ao lado de Sarah (Mary-Louise Parker), uma mulher bem mais jovem de que está apaixonado. Sua tranquilidade é perturbada quando é procurado por Marvin (John Malkovich). Um documento secreto vazou na internet indicando a presença de ambos em um serviço sujo realizado na URSS durante a guerra fria. A operação chamada "Sombra da Noite" tinha como objetivo plantar uma arma nuclear dentro do território russo para fragilizar e minar o regime comunista. Agora, tantos anos depois do fim da missão, tudo parece voltar para cima deles já que um grupo de assassinos está sendo muito bem pago para eliminar os dois, uma vez que eles se tornaram arquivos vivos de uma operação que pode causar sérios danos para o governo americano. Até mesmo a amiga Victoria (Helen Mirren) é contratada para tirar Frank do mapa. A primeira providência passa a ser continuar vivo, para só depois desvendar tudo o que está relacionado com a missão "Sombra da Noite".

Recentemente Bruce Willis se envolveu em algumas polêmicas. A primeira foi quando pediu um cachê milionário para participar da franquia "Mercenários" e a segunda quando afirmou que filmes de ação, com todas aquelas explosões, eram chatos mas rendiam ótimas bilheterias. Devo concordar com Willis. Essa franquia "Red" é um excelente exemplo disso. Embora o primeiro filme tenha feito bastante sucesso (a ponto de gerar essa continuação) nunca gostei dessas produções. São muitos clichês para um filme só. Claro que o próprio roteiro brinca com alguns deles e acentua um lado mais cômico em tudo o que se vê na tela mas isso é pouco. Não vejo nenhuma novidade maior nesse tipo de película. Para piorar temos que encarar um elenco com ótimos atores envolvidos em algo desse tipo. Lamento mesmo em ver o grande Anthony Hopkins envolvido em algo assim. Até Catherine Zeta-Jones está péssima como uma agente da contra-espionagem russa. No final não há muito o que criticar pois "Red 2" não sai da fórmula vazia de filmes com muitas explosões e poucas novidades. Completamente dispensável para cinéfilos de bom gosto.

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos (Red 2, Estados Unidos, 2013) Direção: Dean Parisot / Roteiro: Jon Hoeber, Erich Hoeber / Elenco: Bruce Willis, Helen Mirren, John Malkovich, Mary-Louise Parker, Anthony Hopkins, Byung-hun Lee, Catherine Zeta-Jones / Sinopse: Dois antigos membros da inteligência americana ficam em apuros após documentos secretos vazarem na internet revelando que ambos participaram de uma missão secreta na URSS durante a guerra fria.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de setembro de 2013

R.I.P.D. - Agentes do Além

Nick (Ryan Reynolds) é um tira corrupto. Ao lado de outro policial, Hayes  (Kevin Bacon), ele resolve dividir o produto de um furto mas depois começa a se arrepender do que fez. Durante uma batida policial Hayes resolve então aproveitar a confusão para matar Nick, antes que ele, com peso na consciência, coloque tudo a perder. Morto, Nick se vê no mundo espiritual. Lá é designada por uma "burocrata celestial" para uma força policial do além conhecida como R.I.P.D. ("Rest in Peace Departament", ou em tradução livre, "Descanse em Paz Departamento"). A função dos agentes que fazem parte dessa agência é capturar fugitivos mortos que tentam fugir do inferno. Para trabalhar ao seu lado é designado o veterano tira Roy (Jeff Bridges). Ele havia sido xerife no velho oeste quando estava vivo e está há muitos anos trabalhando na R.I.P.D. Juntos terão que colocar as mãos em um artefato milenar que tem o poder de abrir definitivamente as portas do inferno, o que libertaria os maiores e mais desprezíveis criminosos da história da humanidade. E assim começa esse esquisito, para não dizer o mínimo, filme que tenta unir filmes policiais com temáticas de além-túmulo. Mas não precisa se preocupar pois a produção adota um tom de pura comédia ao estilo "MIB - Homens de Preto" só que ao invés de caçar ETs esses agentes do além partem em busca de mortos que tentam fugir do castigo eterno.

Uma das primeiras coisas que chamam a atenção aqui é o elenco acima da média que conta com grandes nomes de Hollywood. Jeff Bridges, por exemplo, repete de certa forma o personagem que ele fez em "Bravura Indômita", só que obviamente tudo aqui levado na pura galhofa. Só me admira mesmo que um ator de seu nível tenha participado de um filme assim, que certamente nada vai acrescentar em sua carreira. Afinal de contas a produção nada mais é do que um filme dirigido ao público adolescente que lota cinemas de shopping com muita pipoca e coca-cola. Outra surpresa é ver o bom Kevin Bacon fazendo o tira corrupto que mata o parceiro logo nas primeiras cenas. Impossível não lembrar seu papel na série "The Following", que aliás é extremamente superior a qualquer coisa que vemos aqui. Mas afinal o que esses dois bons atores estão fazendo em algo desse tipo? Sinceramente não tenho a menor ideia! Por fim o ator Ryan Reynolds tenta se recuperar do grande fracasso de "Lanterna Verde". Vai conseguir? Só o tempo dirá. De qualquer forma parece que ele se recusa a crescer como ator pois fica entrando em projetos como esse, bem bobinhos e descartáveis. Em suma, RIPD tem elementos de muitos filmes que você já viu na vida, desde "Ghost", "MIB" até "Os Caça-Fantasmas". A diferença básica era que essas produções eram muito, muito superiores.

R.I.P.D. - Agentes do Além (R.I.P.D, Estados Unidos, 2013) Direção: Robert Schwentke / Roteiro: Phil Hay, Matt Manfredi / Elenco: Ryan Reynolds, Jeff Bridges, Kevin Bacon, Mary-Louise Parker / Sinopse: Policial assassinado é incorporado a uma agência do além cujo objetivo é capturar fugitivos do inferno.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de setembro de 2012

As Crônicas de Spiderwick

Após o fim do casamento de seus pais dois irmãos gêmeos, sua irmã e sua mãe vão morar em uma antiga casa em ruínas. Ao encontrarem um livro mágico são transportados para um mundo de fantasia onde habitam fantásticas criaturas. Baseado na série de livros homônima de Tony DiTerlizzi e Holly Black o filme "As Crônicas de Spiderwick" vai certamente cair no gosto dos mais jovens pois segue basicamente a trilha deixada por outros sucessos do cinema como a franquia "O Senhor dos Anéis", "História Sem Fim" e "Labirinto". A tônica obviamente é de fantasia, realismo fantástico, onde convivem os jovens da família ao lado de seres imaginários e mágicos. A produção é caprichada, tudo de extremo bom gosto na direção de arte. Os jovens atores são carismáticos e seguram bem as pontas. No núcleo mais adulto se destaca Mary-Louise Parker como a mãe dos garotos. 

O diretor Mark Waters já tem experiência em filmes que mostrem o universo juvenil. Seu maior êxito foi "meninas Malvadas", um excelente retrato da vida de jovens americanas no High School (equivalente ao nosso ensino médio). Também se destacou em "Sexta Feira em Apuros", um dos melhores filmes sobre troca de identidades, outro estrelado pela atriz Lindsay Lohan. Seu filme mais recente foi "Os Pinguins do Papai" com Jim Carrey, uma produção mais voltada para o público infantil. Em suma, se você gosta de filmes de fantasia, ambientados em universos mágicos ao estilo conto de fadas esse "As Crônicas de Spiderwick" pode certamente ser uma boa opção.  

As Crônicas de Spiderwick (The Spiderwick Chronicles, Estados Unidos, 2008) Direção: Mark Waters / Roteiro: Karey Kirkpatrick, David Berenbaum, John Sayles / Elenco: Freddie Highmore, Sarah Bolger, Seth Rogen, Mary-Louise Parker, David Strathairn, Izabella Miko / Sinopse: Após o fim do casamento de seus pais dois irmãos gêmeos, sua irmã e sua mãe vão morar em uma antiga casa em ruínas. Ao encontrarem um livro mágico são transportados para um mundo de fantasia onde habitam fantásticas criaturas.

Pablo Aluísio .

sábado, 9 de janeiro de 2010

Tiros na Broadway

Título no Brasil: Tiros na Broadway
Título Original: Bullets Over Broadway
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen, Douglas McGrath
Elenco: John Cusack, Dianne Wiest, Jack Warden, Chazz Palminteri, Joe Viterelli, Jennifer Tilly, Rob Reiner, Mary-Louise Parker.

Sinopse:
Nova Iorque, década de 1920. O dramaturgo e escritor David Shayne (John Cusack) é um idealista que não aceita vender a dignidade de sua arte. Sem trabalho e passando por dificuldades acaba porém aceitando o financiamento de um gângster valentão para a produção de uma de suas peças. Para isso há uma condição que o escritor terá que aceitar, a escalação da namorada pouco talentosa do chefe criminoso, Olive (Jennifer Tilly), que terá que ganhar um destaque dentro da encenação.

Comentários:
Arranjar um lugar numa peça para alguém sem qualquer talento. Como se isso não fosse um problema e tanto Shayne ainda tem que lidar com o complicado temperamento de sua estrela principal, Helen Sinclair (Dianne Wiest). No meio de tanta confusão todos são surpreendidos ainda pelo improvável talento para a dramaturgia do grandalhão capanga do chefe mafioso, o truculento Cheech (Chazz Palminteri). Um filme muito querido do diretor por seus fãs. Por essa época Woody Allen pareceu ter flertado com o cinemão americano mais comercial. Seus roteiros mais intelectuais, intimistas, interiores, que discutiam questões existenciais foram deixados de lado para dar mais espaço ao humor, aos figurinos luxuosos e à uma produção bem mais trabalhada. Mesmo assim o diretor conseguiu fazer tudo isso sem deixar de lado sua inteligência, além da fina ironia que sempre o caracterizou. Um Allen excelente!.

Pablo Aluísio.