Título no Brasil: O Rabino e o Pistoleiro
Título Original: The Frisco Kid
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Robert Aldrich
Roteiro: Michael Elias, Frank Shaw
Elenco: Gene Wilder, Harrison Ford, Ramon Bieri
Sinopse:
Avram (Gene Wilder) é um rabino de uma pequena vila polonesa que é enviado por seus superiores para pregar em San Francisco nos Estados Unidos. A viagem porém se mostra mais complicada do que ele pensava. Logo ao chegar na América é roubado e depois, sem dinheiro ou cavalo, acaba encontrando um cowboy, Tommy (Harrison Ford), que lhe oferece ajuda até ele chegar na cidade californiana. No meio do caminho vão precisar superar todas as dificuldades, entre elas bandidos, ladrões e tribos de índios.
Comentários:
O fato do filme ser protagonizado pelo ator Gene Wilder pode levar alguns a pensarem imediatamente nos filmes de Mel Brooks, achando que se trata de uma comédia bem escrachada. Não é bem isso. Certamente é um western com muito humor, mas passa muito longe do pastelão. O roteiro é básico, levando o espectador a acompanhar o rabino de Wilder pelo velho oeste americano. O mote das piadas é justamente esse, o choque cultural que nasce de um judeu no meio daquele ambiente selvagem. Em alguns momentos isso funciona (como no encontro com uma comunidade Amish) mas em outros soa pueril demais (como vemos nas sequências em que ele encontra uma tribo de nativos americanos). Como o próprio nome nacional entrega, o rabino faz sua viagem ao lado de um pistoleiro interpretado por Harrison Ford. Bastante jovem, alguns podem pensar que ele fez o filme antes do grande sucesso de "Star Wars" mas não, por incrível que pareça Ford topou fazer esse faroeste despretensioso mesmo depois de seu sucesso na pele de Han Solo. Sua atuação é apenas ok, o cowboy que dá vida inclusive tem espasmos de seu mais famoso personagem, um sujeito cínico e enfezado, mas não adianta se animar muito pois no geral não há nada acima da média. "The Frisco Kid" é um filme divertido, porém seus clichês o tornam apenas uma diversão curiosa, passageira e nada mais do que isso.
Pablo Aluísio.
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sexta-feira, 22 de julho de 2022
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022
A Dama de Vermelho
Título no Brasil: A Dama de Vermelho
Título Original: The Woman in Red
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Gene Wilder
Roteiro: Yves Robert, Gene Wilder
Elenco: Gene Wilder, Kelly LeBrock, Charles Grodin, Monica Parker, Robin Ignico, Kyle T. Heffner
Sinopse:
Theodore Pierce (Gene Wilder) é um sujeito casado, sério, todo quadradinho. Um dia avista uma misteriosa mulher toda vestida de vermelho e fica de queixo caído por ela, babando mesmo. E joga toda a sua caretice pela janela, embarcando em algo que nem mesmo ele sabe aonde vai parar.
Comentários:
Gene Wilder faleceu em 2018. Sua carreira foi muito interessante no cinema. A maioria das pessoas lembram dele por causa de "A Fantástica Fábrica de Chocolates", mas curiosamente esse filme não foi o seu maior sucesso de bilheteria. Esse título pertence a esse "A Dama de Vermelho". Eu me lembro desse filme em cartaz nos cinemas. Realmente um hit. Ainda mais se lembrarmos de sua trilha sonora que também foi um sucesso de vendas. Basta lembrar da música "I Just Called to Say I Love You" de Stevie Wonder que era parte do filme e que ganhou o Oscar na categoria de melhor música original. Um grande sucesso nas rádios. Basta ouvi-la para a nostalgia bater forte em quem viveu os anos 80. Agora, devo também dizer que o filme em si não é essa maravilha toda. É um bom filme, com roteiro divertido, mas passa longe de ser uma obra-prima. No fundo foi uma espécie de hino de louvor em relação à beleza da atriz Kelly LeBrock.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Woman in Red
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Gene Wilder
Roteiro: Yves Robert, Gene Wilder
Elenco: Gene Wilder, Kelly LeBrock, Charles Grodin, Monica Parker, Robin Ignico, Kyle T. Heffner
Sinopse:
Theodore Pierce (Gene Wilder) é um sujeito casado, sério, todo quadradinho. Um dia avista uma misteriosa mulher toda vestida de vermelho e fica de queixo caído por ela, babando mesmo. E joga toda a sua caretice pela janela, embarcando em algo que nem mesmo ele sabe aonde vai parar.
Comentários:
Gene Wilder faleceu em 2018. Sua carreira foi muito interessante no cinema. A maioria das pessoas lembram dele por causa de "A Fantástica Fábrica de Chocolates", mas curiosamente esse filme não foi o seu maior sucesso de bilheteria. Esse título pertence a esse "A Dama de Vermelho". Eu me lembro desse filme em cartaz nos cinemas. Realmente um hit. Ainda mais se lembrarmos de sua trilha sonora que também foi um sucesso de vendas. Basta lembrar da música "I Just Called to Say I Love You" de Stevie Wonder que era parte do filme e que ganhou o Oscar na categoria de melhor música original. Um grande sucesso nas rádios. Basta ouvi-la para a nostalgia bater forte em quem viveu os anos 80. Agora, devo também dizer que o filme em si não é essa maravilha toda. É um bom filme, com roteiro divertido, mas passa longe de ser uma obra-prima. No fundo foi uma espécie de hino de louvor em relação à beleza da atriz Kelly LeBrock.
Pablo Aluísio.
domingo, 7 de fevereiro de 2021
Cegos, Surdos e Loucos
Título no Brasil: Cegos, Surdos e Loucos
Título Original: See No Evil, Hear No Evil
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Arthur Hiller
Roteiro: Earl Barret, Arne Sultan
Elenco: Richard Pryor, Gene Wilder, Joan Severance, Kevin Spacey, Alan North, Anthony Zerbe
Sinopse:
Dave (Gene Wilder) é surdo e Wally (Richard Pryor) é cego. Eles testemunharam um assassinato, mas era Dave quem estava olhando para ela e Wally quem estava ouvindo. E essa situação vai gerar uma série incrível de confusões.
Comentários:
Nos dias de hoje essa comédia maluca seria claramente "cancelada". Não seria sem razão. Isso porque o humor é muito fora do politicamente correto, mostrando um deficiente visual e um deficiente auditivo como testemunhas em um crime, sendo perseguidos pelos bandidos e pelos policiais. Assisti na época e sinceramente não achei grande coisa, apesar dos nomes envolvidos. Richard Pryor estava tentando recomeçar na carreira. Em uma piração de cocaína ele havia colocado fogo no próprio corpo. Depois de passar meses em recuperação tentou voltar para o cinema. Gene Wilder lhe deu essa força e os filmes que a dupla fez junto ajudou o veterano comediante a se reerguer na profissão e na vida. Cheio de clichês, essa comédia tem roteiro apelativo que tenta fazer humor com algo que não se deve, no caso com as deficiências das pessoas. E mesmo que você não tenha esse ponto de vista de nada adiantará pois o filme é bem sem graça mesmo. "Cegos, Surdos e Loucos", apesar das tentativas, jamais conseguiu ser uma comédia engraçada. PS: O filme tem uma curiosidade interessante, pois foi um dos primeiros trabalhos de Kevin Spacey. Bom, todo mundo precisa começar de algum jeito, não é mesmo?
Pablo Aluísio.
Título Original: See No Evil, Hear No Evil
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Arthur Hiller
Roteiro: Earl Barret, Arne Sultan
Elenco: Richard Pryor, Gene Wilder, Joan Severance, Kevin Spacey, Alan North, Anthony Zerbe
Sinopse:
Dave (Gene Wilder) é surdo e Wally (Richard Pryor) é cego. Eles testemunharam um assassinato, mas era Dave quem estava olhando para ela e Wally quem estava ouvindo. E essa situação vai gerar uma série incrível de confusões.
Comentários:
Nos dias de hoje essa comédia maluca seria claramente "cancelada". Não seria sem razão. Isso porque o humor é muito fora do politicamente correto, mostrando um deficiente visual e um deficiente auditivo como testemunhas em um crime, sendo perseguidos pelos bandidos e pelos policiais. Assisti na época e sinceramente não achei grande coisa, apesar dos nomes envolvidos. Richard Pryor estava tentando recomeçar na carreira. Em uma piração de cocaína ele havia colocado fogo no próprio corpo. Depois de passar meses em recuperação tentou voltar para o cinema. Gene Wilder lhe deu essa força e os filmes que a dupla fez junto ajudou o veterano comediante a se reerguer na profissão e na vida. Cheio de clichês, essa comédia tem roteiro apelativo que tenta fazer humor com algo que não se deve, no caso com as deficiências das pessoas. E mesmo que você não tenha esse ponto de vista de nada adiantará pois o filme é bem sem graça mesmo. "Cegos, Surdos e Loucos", apesar das tentativas, jamais conseguiu ser uma comédia engraçada. PS: O filme tem uma curiosidade interessante, pois foi um dos primeiros trabalhos de Kevin Spacey. Bom, todo mundo precisa começar de algum jeito, não é mesmo?
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
Banzé no Oeste
Título no Brasil: Banzé no Oeste
Título Original: Blazing Saddles
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Mel Brooks
Roteiro: Mel Brooks, Norman Steinberg
Elenco: Cleavon Little, Gene Wilder, Slim Pickens, Harvey Korman, Madeline Kahn, Mel Brooks
Sinopse:
Uma sátira aos mitos do cinema do faroeste americano. Toda a confusão é causada quando um político influente resolve nomear um xerife negro numa cidadezinha do oeste. A população não gosta da escolha. Pensando que o novo homem da lei irá dar cobertura para suas falcatruas acaba descobrindo surpreso que ele, pelo contrário, leva muito à sério a lei e sua estrela de prata pois não demora muito a decidir combater todos os foras-da-lei da região.
Comentários:
O humor de Mel Brooks hoje em dia pode soar bem datado para as novas gerações. Ele surgiu um pouco antes do advento do besteirol no cinema americano e muitas vezes apelava para o lado mais cartunesco (e caricatural) das cenas. Aqui o seu alvo são os mitos do western americano. Nada escapa, cowboys, xerifes, nativos, todos viram alvo de piada na lente de Mel Brooks. Um fato curioso aconteceu durante as filmagens. Brooks encontrou por acaso no estúdio com o mito John Wayne (um dos maiores símbolos do faroeste). Wayne não tinha muita ideia do que Brooks estava aprontando mas disse-lhe que tinha ouvido falar do filme. Isso era ótimo, pensou Brooks. Pensando em ter o grande ídolo em sua produção convidou Wayne para uma ponta e para sua surpresa o ator concordou com a sugestão, disse que sim, pois poderia fazer uma pequena participação. Dias depois Wayne falou que não poderia aparecer mais em "Banzé no Oeste" (certamente foi informado de que se tratava de uma comédia maluca). Diplomático o Duke explicou: "Certamente não seria o tipo de filme que faria mas serei o primeiro a ir assisti-lo". É isso, se você é um fã tradicionalista de westerns certamente não gostará muito do que verá. Se porém for em busca de um divertimento sem maiores pretensões poderá sim se divertir bastante. A escolha então é sua.
Pablo Aluísio.
Título Original: Blazing Saddles
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Mel Brooks
Roteiro: Mel Brooks, Norman Steinberg
Elenco: Cleavon Little, Gene Wilder, Slim Pickens, Harvey Korman, Madeline Kahn, Mel Brooks
Sinopse:
Uma sátira aos mitos do cinema do faroeste americano. Toda a confusão é causada quando um político influente resolve nomear um xerife negro numa cidadezinha do oeste. A população não gosta da escolha. Pensando que o novo homem da lei irá dar cobertura para suas falcatruas acaba descobrindo surpreso que ele, pelo contrário, leva muito à sério a lei e sua estrela de prata pois não demora muito a decidir combater todos os foras-da-lei da região.
Comentários:
O humor de Mel Brooks hoje em dia pode soar bem datado para as novas gerações. Ele surgiu um pouco antes do advento do besteirol no cinema americano e muitas vezes apelava para o lado mais cartunesco (e caricatural) das cenas. Aqui o seu alvo são os mitos do western americano. Nada escapa, cowboys, xerifes, nativos, todos viram alvo de piada na lente de Mel Brooks. Um fato curioso aconteceu durante as filmagens. Brooks encontrou por acaso no estúdio com o mito John Wayne (um dos maiores símbolos do faroeste). Wayne não tinha muita ideia do que Brooks estava aprontando mas disse-lhe que tinha ouvido falar do filme. Isso era ótimo, pensou Brooks. Pensando em ter o grande ídolo em sua produção convidou Wayne para uma ponta e para sua surpresa o ator concordou com a sugestão, disse que sim, pois poderia fazer uma pequena participação. Dias depois Wayne falou que não poderia aparecer mais em "Banzé no Oeste" (certamente foi informado de que se tratava de uma comédia maluca). Diplomático o Duke explicou: "Certamente não seria o tipo de filme que faria mas serei o primeiro a ir assisti-lo". É isso, se você é um fã tradicionalista de westerns certamente não gostará muito do que verá. Se porém for em busca de um divertimento sem maiores pretensões poderá sim se divertir bastante. A escolha então é sua.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 22 de abril de 2020
Tudo o que Você Sempre quis Saber Sobre Sexo, mas Tinha Medo de Perguntar
Título no Brasil: Tudo o que Você Sempre quis Saber Sobre Sexo, mas Tinha Medo de Perguntar
Título Original: Everything You Always Wanted to Know About Sex * But Were Afraid to Ask
Ano de Produção: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Gene Wilder, John Carradine, Tony Randall, Burt Reynolds, Anthony Quayle
Sinopse:
Woody Allen interpreta diversos personagens (Victor / Fabrizio / The Fool / Sperm) que vão surgindo em várias sequências relativamente independentes e muito divertidas. O fio de ligação entre elas vem de perguntas, dúvidas, que todos têm sobre o sexo! De onde surgem os bebês? O que é masturbação? etc.
Comentários:
Da série "Os maiores títulos de filmes da história", daqueles que eram impossíveis de colocar nas marquises dos cinemas da época. Sim, "Tudo o que Você Sempre quis Saber Sobre Sexo, mas Tinha Medo de Perguntar" já era divertido no título. "Um absurdo!" - muitos disseram em seu lançamento. Na verdade aqui Woody Allen realizou um de seus filmes mais engraçados. O que serviu de inspiração foi um livro de sexologia que ele comprou em Nova Iorque. Era algo didático, mas o nome do livro era pura apelação. Assim Allen decidiu que iria fazer uma adaptação para o cinema, mas não uma adaptação qualquer e sim uma sátira, um sucessão de gags irônicas sobre as principais dúvidas que as pessoas tinham sobre sexo. Assim cada pergunta abre uma brecha para uma sequência de pura nonsense, puro absurdo do humor mais insano. De certa forma esse filme acabou virando um estigma, um modelo, de filme que prioriza mais o humor puro do que as conversas do tipo "cabeça", que iriam ser comuns nos seus filmes seguintes. Duas sequências se destacam no roteiro. Na primeira, sempre lembrada até hoje, o próprio Woody Allen interpreta um esperma, pronto para nadar e tentar vencer a prova, a corrida para entrar no óvulo. Enquanto ele se prepara aparecem várias inseguranças. Em outra, muito divertida, ele é perseguido por um seio feminino gigante pelas ruas da cidade. Assim cada dúvida é estopim para mais uma sequência, sem seguir uma história narrativa linear. Quem ganha é o espectador. O riso (inteligente) se torna fácil e farto.
Pablo Aluísio.
Título Original: Everything You Always Wanted to Know About Sex * But Were Afraid to Ask
Ano de Produção: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Gene Wilder, John Carradine, Tony Randall, Burt Reynolds, Anthony Quayle
Sinopse:
Woody Allen interpreta diversos personagens (Victor / Fabrizio / The Fool / Sperm) que vão surgindo em várias sequências relativamente independentes e muito divertidas. O fio de ligação entre elas vem de perguntas, dúvidas, que todos têm sobre o sexo! De onde surgem os bebês? O que é masturbação? etc.
Comentários:
Da série "Os maiores títulos de filmes da história", daqueles que eram impossíveis de colocar nas marquises dos cinemas da época. Sim, "Tudo o que Você Sempre quis Saber Sobre Sexo, mas Tinha Medo de Perguntar" já era divertido no título. "Um absurdo!" - muitos disseram em seu lançamento. Na verdade aqui Woody Allen realizou um de seus filmes mais engraçados. O que serviu de inspiração foi um livro de sexologia que ele comprou em Nova Iorque. Era algo didático, mas o nome do livro era pura apelação. Assim Allen decidiu que iria fazer uma adaptação para o cinema, mas não uma adaptação qualquer e sim uma sátira, um sucessão de gags irônicas sobre as principais dúvidas que as pessoas tinham sobre sexo. Assim cada pergunta abre uma brecha para uma sequência de pura nonsense, puro absurdo do humor mais insano. De certa forma esse filme acabou virando um estigma, um modelo, de filme que prioriza mais o humor puro do que as conversas do tipo "cabeça", que iriam ser comuns nos seus filmes seguintes. Duas sequências se destacam no roteiro. Na primeira, sempre lembrada até hoje, o próprio Woody Allen interpreta um esperma, pronto para nadar e tentar vencer a prova, a corrida para entrar no óvulo. Enquanto ele se prepara aparecem várias inseguranças. Em outra, muito divertida, ele é perseguido por um seio feminino gigante pelas ruas da cidade. Assim cada dúvida é estopim para mais uma sequência, sem seguir uma história narrativa linear. Quem ganha é o espectador. O riso (inteligente) se torna fácil e farto.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
A Fantástica Fábrica de Chocolate
Título no Brasil: A Fantástica Fábrica de Chocolate
Título Original: Willy Wonka & the Chocolate Factory
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Mel Stuart
Roteiro: Roald Dahl
Elenco: Gene Wilder, Jack Albertson, Peter Ostrum, Roy Kinnear, Julie Dawn Cole, Denise Nickerson
Sinopse:
O misterioso e recluso Willy Wonka (Wilder), o dono da maior fábrica de chocolate do país, resolve fazer uma promoção especial. Ele coloca vários convites em suas barras de chocolate. Aqueles que os encontrarem farão uma visita em sua fábrica, um lugar mágico, com rios de chocolate e florestas de doces. É o sonho de cada criança. Assim que chegam no mercado os chocolates são disputados por todas as crianças do país. O pobre garoto Charlie (Peter Ostrum) só tem dinheiro para comprar uma única barra... Seu sonho é visitar a fábrica de Wonka ao lado de seu avô. Para sua surpresa ela acaba descobrindo a força dos sonhos de cada um. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora adaptada e música. Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Gene Wilder).
Comentários:
Esqueça a esquizofrênica e chata versão de Tim Burton. Em termos de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" o melhor filme é justamente esse, o clássico da década de 1970. É a tal coisa, se você foi jovem ou adolescente nos anos 70 ou 80 certamente assistiu a alguma das inúmeras reprises desse filme na Sessão da Tarde. O filme foi um dos campeões de exibição naquela época. Isso acabou criando uma geração de fãs da fábula de Willy Wonka e do pobre garoto Charlie. Para realizar a produção o estúdio Warner recriou a fábrica, com bem elaborados cenários. O roteiro mostrava um bando de garotos que eram recebidos por Wonka em sua fábrica para o que supostamente seria um passeio pelas instalações. No fundo o industrial estava mesmo procurando por um sucessor pois já estava ficando velho e não tinha a quem deixar toda aquela sua fortuna. O interessante da estória criada por Roald Dahl em seu livro infantil (o autor iria também escrever o roteiro do filme) era que ele trazia uma sutil crítica à revolução industrial, mostrando de um lado o rico Wonka e do outro a miséria absoluta da família de Charlie, com todos vivendo em um pequeno quartinho escuro e úmido na periferia da cidade. No mais o filme se destacava mesmo pelas cores, pela imaginação sem freios e é claro pela direção de arte (que injustamente não foi indicada ao Oscar). Ao invés disso o lado musical do filme foi lembrado pela academia, inclusive com as boas interpretações de Wilder, cantando belas canções como "Pure Imagination". Com experiência nos palcos da Broadway em Nova Iorque ele não fez feio soltando sua voz. Enfim, "Willy Wonka & the Chocolate Factory" é sem dúvida uma das fábulas cinematográficas mais ternas, belas e nostálgicas do cinema americano dos anos 70. No meio de um realismo que invadia todos os filmes da época, esse aqui resolveu apostar na fantasia e na imaginação, colhendo ótimos frutos com essa opção.
Pablo Aluísio.
Título Original: Willy Wonka & the Chocolate Factory
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Mel Stuart
Roteiro: Roald Dahl
Elenco: Gene Wilder, Jack Albertson, Peter Ostrum, Roy Kinnear, Julie Dawn Cole, Denise Nickerson
Sinopse:
O misterioso e recluso Willy Wonka (Wilder), o dono da maior fábrica de chocolate do país, resolve fazer uma promoção especial. Ele coloca vários convites em suas barras de chocolate. Aqueles que os encontrarem farão uma visita em sua fábrica, um lugar mágico, com rios de chocolate e florestas de doces. É o sonho de cada criança. Assim que chegam no mercado os chocolates são disputados por todas as crianças do país. O pobre garoto Charlie (Peter Ostrum) só tem dinheiro para comprar uma única barra... Seu sonho é visitar a fábrica de Wonka ao lado de seu avô. Para sua surpresa ela acaba descobrindo a força dos sonhos de cada um. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora adaptada e música. Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Gene Wilder).
Comentários:
Esqueça a esquizofrênica e chata versão de Tim Burton. Em termos de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" o melhor filme é justamente esse, o clássico da década de 1970. É a tal coisa, se você foi jovem ou adolescente nos anos 70 ou 80 certamente assistiu a alguma das inúmeras reprises desse filme na Sessão da Tarde. O filme foi um dos campeões de exibição naquela época. Isso acabou criando uma geração de fãs da fábula de Willy Wonka e do pobre garoto Charlie. Para realizar a produção o estúdio Warner recriou a fábrica, com bem elaborados cenários. O roteiro mostrava um bando de garotos que eram recebidos por Wonka em sua fábrica para o que supostamente seria um passeio pelas instalações. No fundo o industrial estava mesmo procurando por um sucessor pois já estava ficando velho e não tinha a quem deixar toda aquela sua fortuna. O interessante da estória criada por Roald Dahl em seu livro infantil (o autor iria também escrever o roteiro do filme) era que ele trazia uma sutil crítica à revolução industrial, mostrando de um lado o rico Wonka e do outro a miséria absoluta da família de Charlie, com todos vivendo em um pequeno quartinho escuro e úmido na periferia da cidade. No mais o filme se destacava mesmo pelas cores, pela imaginação sem freios e é claro pela direção de arte (que injustamente não foi indicada ao Oscar). Ao invés disso o lado musical do filme foi lembrado pela academia, inclusive com as boas interpretações de Wilder, cantando belas canções como "Pure Imagination". Com experiência nos palcos da Broadway em Nova Iorque ele não fez feio soltando sua voz. Enfim, "Willy Wonka & the Chocolate Factory" é sem dúvida uma das fábulas cinematográficas mais ternas, belas e nostálgicas do cinema americano dos anos 70. No meio de um realismo que invadia todos os filmes da época, esse aqui resolveu apostar na fantasia e na imaginação, colhendo ótimos frutos com essa opção.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Hanky Panky
Título no Brasil: Hanky Panky, Uma Dupla em Apuros
Título Original: Hanky Panky
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sidney Poitier
Roteiro: Henry Rosenbaum, David Taylor
Elenco: Gene Wilder, Gilda Radner, Kathleen Quinlan
Sinopse:
Homem completamente inocente, Michael Jordon, é atraído para uma teia de segredos do governo quando uma garota carregando um pacote misterioso entra em um táxi com ele. Mais tarde, quando ela é assassinada, Michael se torna o principal suspeito e foge.
Comentários:
Olhando para o passado vejo que esse filme é até bem antigo, de 1982. Eu tinha nove anos de idade quando ele chegou nos cinemas, por essa razão obviamente não o vi nos cinemas. Porém, mais tarde, mas ainda nos anos 80, me recordo de ter assistido na TV, provavelmente na Rede Globo. É uma comédia apenas razoável, misturando alguns elementos de filmes de espionagem. Uma das coisas curiosas é o que o filme foi dirigido pelo ator Sidney Poitier. O que ele tinha a ver com comédias? Absolutamente quase nada, já que havia construído sua carreira toda em cima de dramas nos anos 50 e 60. De qualquer forma não deixava de ser curioso ver seu trabalho como cineasta, algo que não foi tão longe, mas que até renderia bons frutos.
Pablo Aluísio.
Título Original: Hanky Panky
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sidney Poitier
Roteiro: Henry Rosenbaum, David Taylor
Elenco: Gene Wilder, Gilda Radner, Kathleen Quinlan
Sinopse:
Homem completamente inocente, Michael Jordon, é atraído para uma teia de segredos do governo quando uma garota carregando um pacote misterioso entra em um táxi com ele. Mais tarde, quando ela é assassinada, Michael se torna o principal suspeito e foge.
Comentários:
Olhando para o passado vejo que esse filme é até bem antigo, de 1982. Eu tinha nove anos de idade quando ele chegou nos cinemas, por essa razão obviamente não o vi nos cinemas. Porém, mais tarde, mas ainda nos anos 80, me recordo de ter assistido na TV, provavelmente na Rede Globo. É uma comédia apenas razoável, misturando alguns elementos de filmes de espionagem. Uma das coisas curiosas é o que o filme foi dirigido pelo ator Sidney Poitier. O que ele tinha a ver com comédias? Absolutamente quase nada, já que havia construído sua carreira toda em cima de dramas nos anos 50 e 60. De qualquer forma não deixava de ser curioso ver seu trabalho como cineasta, algo que não foi tão longe, mas que até renderia bons frutos.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Lua de Mel Assombrada
Título no Brasil: Lua de Mel Assombrada
Título Original: Haunted Honeymoon
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Gene Wilder
Roteiro: Gene Wilder, Terence Marsh
Elenco: Gene Wilder, Gilda Radner, Dom DeLuise, Jonathan Pryce, Bryan Pringle, Peter Vaughan
Sinopse:
Larry Abbot (Gene Wilder) trabalha em novelas de rádio de terror, só que em sua vida real ele tem vários ataques de pânico e terror. Quando vai para um velho castelo, que pertence à sua família, ele começa a descobrir o que é ter terror de verdade!
Comentários:
Esse filme foi originalmente planejado para o diretor Mel Brooks dirigir, mas antes do começo das filmagens ele caiu doente. Então o ator Gene Wilder decidiu assumir a direção, além de escrever parte do roteiro. O resultado ficou bom, mas não hilário. O filme é uma sátira aos velhos filmes de terror do passado, satirizando os velhos clichês, os cenários de castelos mal assombrados e tudo mais. Para quem gosta de cinema, do passado da estética cinematográfica, fica interessante, mas para quem estiver em busca de uma comédia hilariante vai ficar chupando o dedo. Tem muito estilo, mas pouca graça, essa é minha conclusão final.
Pablo Aluísio.
Título Original: Haunted Honeymoon
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Gene Wilder
Roteiro: Gene Wilder, Terence Marsh
Elenco: Gene Wilder, Gilda Radner, Dom DeLuise, Jonathan Pryce, Bryan Pringle, Peter Vaughan
Sinopse:
Larry Abbot (Gene Wilder) trabalha em novelas de rádio de terror, só que em sua vida real ele tem vários ataques de pânico e terror. Quando vai para um velho castelo, que pertence à sua família, ele começa a descobrir o que é ter terror de verdade!
Comentários:
Esse filme foi originalmente planejado para o diretor Mel Brooks dirigir, mas antes do começo das filmagens ele caiu doente. Então o ator Gene Wilder decidiu assumir a direção, além de escrever parte do roteiro. O resultado ficou bom, mas não hilário. O filme é uma sátira aos velhos filmes de terror do passado, satirizando os velhos clichês, os cenários de castelos mal assombrados e tudo mais. Para quem gosta de cinema, do passado da estética cinematográfica, fica interessante, mas para quem estiver em busca de uma comédia hilariante vai ficar chupando o dedo. Tem muito estilo, mas pouca graça, essa é minha conclusão final.
Pablo Aluísio.
domingo, 4 de novembro de 2007
Gene Wilder
A morte do ator Gene Wilder no último dia 29 de agosto fez com que todos lembrassem de sua inesquecível interpretação de Willy Wonka no clássico "A Fantástica Fábrica de Chocolate" de 1970. O filme, um dos campeões de exibição na TV brasileira, realmente trazia um daqueles momentos vitais na carreira de qualquer ator, porém Wilder teve uma carreira muito mais interessante do que muitos possam imaginar inicialmente.
O ator nasceu em uma família de imigrantes judeus nos Estados Unidos. Não havia qualquer tipo de tradição familiar no mundo das artes, mas Wilder, um grande fã de cinema e teatro, decidiu bem jovem que queria ser um ator dramático, como Marlon Brando que admirava desde a juventude. Assim ele começou a procurar escolas de arte dramática em Milwaukee, onde nasceu. As oportunidades porém era poucas e raras. Além disso, mesmo que se formasse em alguma universidade ou escola da região para ser ator não haveria mesmo muitas oportunidades de trabalho em sua terra natal. Era preciso ir embora atrás de seus sonhos. Sua saída seria ir morar em Nova Iorque onde estavam as melhores escolas de formação de atores dos Estados Unidos.
Na grande cidade Wilder conseguiu ser aceito no prestigiado Actors Studio, a mesma escola de arte dramática que Marlon Brando havia estudado vinte anos antes. Pelo visto seus planos de se tornar um grande ator estavam dando muito certo. Porém nas aulas seus professores descobriram que o grande talento de Wilder não vinha dos textos dramáticos, mas sim do humor. Ele tinha um grande talento para a comédia, além disso suas feições (com grandes e expressivos olhos) pareciam adequados para personagens que exploravam essa característica. Precisando trabalhar e convencido dos argumentos de seus mestres Wilder resolveu então apostar nessa linha de atuação. Ele seria comediante.
Sob um ponto de vista crítico Wilder realmente teve muita sorte na carreira. Logo em um de seus primeiros filmes, o clássico "Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas", ele teve uma pequena, mas marcante participação, que logo chamou a atenção dos produtores de Hollywood. Sua amizade pessoal com a atriz Anne Bancroft também lhe ajudou muito. Esposa do diretor Mel Brooks, Anne conseguiu que Gene fosse escalado para outro filme marcante da época, a adaptação para o cinema do clássico teatral "Primavera Para Hitler". O sucesso de público e crítica abriu ainda mais as portas da indústria para Wilder que a partir daí teria a fase mais bem sucedida de toda a sua carreira. Por esse filme também ganhou sua primeira indicação ao Oscar, um feito e tanto para alguém que mal começara a atuar no cinema.
"A Fantástica Fábrica de Chocolate" de Mel Stuart acabou transformando Wilder em um astro. O filme, uma fábula divertida e ao mesmo tempo delicada e emocional, sobre um pobre jovem que conseguia tirar a sorte grande ao achar um convite para conhecer a famosa fábrica de chocolates de sua cidade natal, mudando sua vida para sempre, é ainda hoje considerado um dos melhores filmes já realizados no gênero. Wilder tinha um carinho muito especial pelo filme, sempre destacando que aquele havia sido realmente um ponto de mudança completa em sua filmografia.
Depois de dar vida ao inesquecível Willy Wonka, Wilder deu prosseguimento em sua excelente e muito produtiva parceria ao lado do diretor Mel Brooks, que o adotou como ator símbolo de seus filmes. Ao lado do cineasta, Wilder rodou grandes sucessos de público e crítica como "Banzé no Oeste" (uma divertida sátira ao western americano) e "O Jovem Frankenstein" (outra sátira, só que dirigida aos filmes de terror). Esse último filme aliás trouxe uma surpresa e tanto para Wilder quando acabou sendo indicado ao Oscar por seu roteiro (que ajudou a escrever junto ao diretor Brooks). E ele não pararia por aí. Com Woody Allen rodou uma participação impagável em "Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo E Tinha Medo de Perguntar", uma das melhores comédias do diretor.
Gene Wilder também se aventurou na direção com ótimos resultados. Dirigiu filmes tão interessantes como "O Irmão mais Esperto de Sherlock Holmes" (ótima brincadeira com o famoso personagem detetive) e "A Dama de Vermelho" (provavelmente seu filme mais lembrado como diretor, aproveitando a beleza da atriz Kelly LeBrock). Depois de mais uma divertida comédia, "Lua de Mel Assombrada", Wilder resolve se afastar do cinema, devastado pela morte da esposa por um agressivo câncer.
Depois dessa tragédia pessoal o ator passou por momentos complicados em sua vida pessoal, desenvolvendo uma depressão que o acompanhou por muitos anos. Só aceitou voltar a trabalhar em pequenos projetos, comédias menos pretensiosas, geralmente ao lado do amigo e comediante Richard Pryor. São dessa fase fitas como "Cegos, Surdos e Loucos!" e "Um Sem Juízo, Outro Sem Razão". Nenhum desses filmes era exatamente um clássico, mas serviam para deixar Wilder em cartaz, trabalhando. Em 1991 Wilder deixou o cinema para sempre, só voltando a atuar em pequenas participações eventuais e esporádicas em séries e pequenos telefilmes. O ator considerava concluída sua carreira. Ela já havia feito (e muito) pela sétima arte. Disso certamente ninguém iria discordar.
Pablo Aluísio.
O ator nasceu em uma família de imigrantes judeus nos Estados Unidos. Não havia qualquer tipo de tradição familiar no mundo das artes, mas Wilder, um grande fã de cinema e teatro, decidiu bem jovem que queria ser um ator dramático, como Marlon Brando que admirava desde a juventude. Assim ele começou a procurar escolas de arte dramática em Milwaukee, onde nasceu. As oportunidades porém era poucas e raras. Além disso, mesmo que se formasse em alguma universidade ou escola da região para ser ator não haveria mesmo muitas oportunidades de trabalho em sua terra natal. Era preciso ir embora atrás de seus sonhos. Sua saída seria ir morar em Nova Iorque onde estavam as melhores escolas de formação de atores dos Estados Unidos.
Na grande cidade Wilder conseguiu ser aceito no prestigiado Actors Studio, a mesma escola de arte dramática que Marlon Brando havia estudado vinte anos antes. Pelo visto seus planos de se tornar um grande ator estavam dando muito certo. Porém nas aulas seus professores descobriram que o grande talento de Wilder não vinha dos textos dramáticos, mas sim do humor. Ele tinha um grande talento para a comédia, além disso suas feições (com grandes e expressivos olhos) pareciam adequados para personagens que exploravam essa característica. Precisando trabalhar e convencido dos argumentos de seus mestres Wilder resolveu então apostar nessa linha de atuação. Ele seria comediante.
Sob um ponto de vista crítico Wilder realmente teve muita sorte na carreira. Logo em um de seus primeiros filmes, o clássico "Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas", ele teve uma pequena, mas marcante participação, que logo chamou a atenção dos produtores de Hollywood. Sua amizade pessoal com a atriz Anne Bancroft também lhe ajudou muito. Esposa do diretor Mel Brooks, Anne conseguiu que Gene fosse escalado para outro filme marcante da época, a adaptação para o cinema do clássico teatral "Primavera Para Hitler". O sucesso de público e crítica abriu ainda mais as portas da indústria para Wilder que a partir daí teria a fase mais bem sucedida de toda a sua carreira. Por esse filme também ganhou sua primeira indicação ao Oscar, um feito e tanto para alguém que mal começara a atuar no cinema.
"A Fantástica Fábrica de Chocolate" de Mel Stuart acabou transformando Wilder em um astro. O filme, uma fábula divertida e ao mesmo tempo delicada e emocional, sobre um pobre jovem que conseguia tirar a sorte grande ao achar um convite para conhecer a famosa fábrica de chocolates de sua cidade natal, mudando sua vida para sempre, é ainda hoje considerado um dos melhores filmes já realizados no gênero. Wilder tinha um carinho muito especial pelo filme, sempre destacando que aquele havia sido realmente um ponto de mudança completa em sua filmografia.
Depois de dar vida ao inesquecível Willy Wonka, Wilder deu prosseguimento em sua excelente e muito produtiva parceria ao lado do diretor Mel Brooks, que o adotou como ator símbolo de seus filmes. Ao lado do cineasta, Wilder rodou grandes sucessos de público e crítica como "Banzé no Oeste" (uma divertida sátira ao western americano) e "O Jovem Frankenstein" (outra sátira, só que dirigida aos filmes de terror). Esse último filme aliás trouxe uma surpresa e tanto para Wilder quando acabou sendo indicado ao Oscar por seu roteiro (que ajudou a escrever junto ao diretor Brooks). E ele não pararia por aí. Com Woody Allen rodou uma participação impagável em "Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo E Tinha Medo de Perguntar", uma das melhores comédias do diretor.
Gene Wilder também se aventurou na direção com ótimos resultados. Dirigiu filmes tão interessantes como "O Irmão mais Esperto de Sherlock Holmes" (ótima brincadeira com o famoso personagem detetive) e "A Dama de Vermelho" (provavelmente seu filme mais lembrado como diretor, aproveitando a beleza da atriz Kelly LeBrock). Depois de mais uma divertida comédia, "Lua de Mel Assombrada", Wilder resolve se afastar do cinema, devastado pela morte da esposa por um agressivo câncer.
Depois dessa tragédia pessoal o ator passou por momentos complicados em sua vida pessoal, desenvolvendo uma depressão que o acompanhou por muitos anos. Só aceitou voltar a trabalhar em pequenos projetos, comédias menos pretensiosas, geralmente ao lado do amigo e comediante Richard Pryor. São dessa fase fitas como "Cegos, Surdos e Loucos!" e "Um Sem Juízo, Outro Sem Razão". Nenhum desses filmes era exatamente um clássico, mas serviam para deixar Wilder em cartaz, trabalhando. Em 1991 Wilder deixou o cinema para sempre, só voltando a atuar em pequenas participações eventuais e esporádicas em séries e pequenos telefilmes. O ator considerava concluída sua carreira. Ela já havia feito (e muito) pela sétima arte. Disso certamente ninguém iria discordar.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
O Jovem Frankenstein
Título no Brasil: O Jovem Frankenstein
Título Original: Young Frankenstein
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Mel Brooks
Roteiro: Gene Wilder, Mel Brooks
Elenco: Gene Wilder, Madeline Kahn, Marty Feldman, Madeline Kahn, Cloris Leachman, Kenneth Mars
Sinopse:
Um neto americano do infame cientista Dr. Viktor Frankenstein, lutando para provar que seu avô não era tão louco quanto as pessoas pensavam, é convidado para visitar a Transilvânia, onde descobre que o antigo processo de reanimação de um cadáver ainda seria possível. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som.
Comentários:
Eu costumo dizer que Mel Brooks foi um diretor que procurou ir ao passado para reviver o antigo jeito de se fazer comédia. Algo que muitas vezes beirava o retorno aos tempos do cinema mudo. Com o tempo ele foi se aperfeiçoando e chegou em um momento da sua carreira que encontrou o nicho cinematográfico perfeito para ele, que era o mundo da sátira. Assim ele pegou os antigos clássicos do cinema e fez uma série de sátiras em cima deles. E a lenda do monstro criado pelo Dr. Frankenstein não poderia ficar de fora. Um dos personagens mais consagrados da literatura de terror e do cinema em seus primórdios, ganhou uma nova versão, bem mais amalucada e muito mais divertida. E a ousadia de Mel Brooks foi além porque ele decidiu filmar tudo em preto e branco, usando velhas câmeras de cinema. O resultado ficou muito engraçado. O elenco, perfeito, contava não apenas com o genial Gene Wilder, que também assinou o roteiro, mas também com o ator que foi símbolo máximo desse filme em minha opinião, o estranho Marty Feldman como Igor, o ajudante corcunda. Sinceramente, esse nem precisava se esforçar muito pois era naturalmente muito talentoso. É a tal coisa, por essa nem Mary Shelley esperava!
Pablo Aluísio.
Título Original: Young Frankenstein
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Mel Brooks
Roteiro: Gene Wilder, Mel Brooks
Elenco: Gene Wilder, Madeline Kahn, Marty Feldman, Madeline Kahn, Cloris Leachman, Kenneth Mars
Sinopse:
Um neto americano do infame cientista Dr. Viktor Frankenstein, lutando para provar que seu avô não era tão louco quanto as pessoas pensavam, é convidado para visitar a Transilvânia, onde descobre que o antigo processo de reanimação de um cadáver ainda seria possível. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som.
Comentários:
Eu costumo dizer que Mel Brooks foi um diretor que procurou ir ao passado para reviver o antigo jeito de se fazer comédia. Algo que muitas vezes beirava o retorno aos tempos do cinema mudo. Com o tempo ele foi se aperfeiçoando e chegou em um momento da sua carreira que encontrou o nicho cinematográfico perfeito para ele, que era o mundo da sátira. Assim ele pegou os antigos clássicos do cinema e fez uma série de sátiras em cima deles. E a lenda do monstro criado pelo Dr. Frankenstein não poderia ficar de fora. Um dos personagens mais consagrados da literatura de terror e do cinema em seus primórdios, ganhou uma nova versão, bem mais amalucada e muito mais divertida. E a ousadia de Mel Brooks foi além porque ele decidiu filmar tudo em preto e branco, usando velhas câmeras de cinema. O resultado ficou muito engraçado. O elenco, perfeito, contava não apenas com o genial Gene Wilder, que também assinou o roteiro, mas também com o ator que foi símbolo máximo desse filme em minha opinião, o estranho Marty Feldman como Igor, o ajudante corcunda. Sinceramente, esse nem precisava se esforçar muito pois era naturalmente muito talentoso. É a tal coisa, por essa nem Mary Shelley esperava!
Pablo Aluísio.
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