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domingo, 5 de janeiro de 2020

Judy: Muito Além do Arco-Íris

A atriz Renée Zellweger foi premiada com o Globo de Ouro por seu trabalho nesse filme. Ela interpreta Judy Garland. Não foi uma das coisas mais fáceis de se fazer. Judy era uma artista completa. Ela dançava, cantava e atuava. Foi uma das adolescentes mais famosas do mundo, principalmente após estrelar o clássico "O Mágico de Oz". Também foi uma das mais conhecidas vítimas do chamado Star System, onde os grandes estúdios de Hollywood controlavam todos os aspectos das vidas de suas estrelas. Os produtores transformavam essas jovens em grandes nomes do cinema, mas em troca exerciam uma pressão absurda sobre elas. O filme mostra, em vários flashbacks, como isso acontecia. A Metro, por exemplo, através de seu chefão, o implacável Louis B. Mayer, controlava as jovens starlets com humilhações, intimidações e abusos psicológicos.

A pequena Judy não escapou de nada disso. Ela passou a vida tentando superar seus traumas do passado. Até mesmo na hora de se alimentar ela sofria com isso. Extremamente magra, beirando a subnutrição, ela tinha medo até mesmo de comer uma fatia de bolo em seu aniversário. O uso de pílulas, também incentivado pelos estúdios por anos, a acompanhou até o fim da vida. Ela ficou viciada. Misturando tudo com bebidas, o resultado era desastroso. Mesmo assim, com tantas adversidades, ela procurava manter a dignidade. Afinal era um ser humano e merecia respeito por isso, mesmo quando tropeçava em suas apresentações.

No filme encontramos Judy já nos últimos meses de sua conturbada existência. Ela tinha perdido todo o glamour do passado. O fracasso arranhava seu prestígio e sua fama. Ela se apresentava em pequenas boates nos Estados Unidos, em troca de cachês medíocres. Para piorar não tinha onde morar e disputava com o ex-marido a guarda de seus dois filhos pequenos. Uma situação muito triste para uma grande estrela. E pensar que aquela Judy que havia estrelado um dos grandes filmes da história tinha que passar por todas aquelas humilhações. Um alívio acabou vindo da Inglaterra. Por lá ela ainda era valorizada, mesmo que por fãs saudosistas de seu passado. Assim acabou aceitando o convite para fazer uma série de shows em Londres. O problema é que nem todas as apresentações foram bem sucedidas. Em muitas ocasiões surgia no palco embriagada, drogada e sem noção do que estava acontecendo. Todos, de sua banda ao público presente, ficavam constrangidos.

Renée Zellweger, se entrega ao seu papel. Ela cortou os cabelos, pintou de preto e perdeu peso de forma impressionante. Para chegar na magreza de Judy Garland ela precisou passar por um regime radical. E o resultado ficou de impressionar. A Judy era uma mulher franzina, magra ao extremo. No final da vida tinha um aspecto doentio. A Renée Zellweger, no começo da sua carreira, era o oposto disso. Era uma loira texana, bochechuda, inclusive cheinha de corpo. Combinar esses dois tipos exigiu dela um esforço físico absurdo. Hollywood gosta desse tipo de coisa, então não é de se admirar que ela venha a ser premiada também no Oscar. Quem sabe. No geral é um bom filme, bem realizado. Só não espere por um final feliz. Essa é uma história triste, melancólica mesmo. A Judy teve uma vida extremamente complicada, com muitos momentos depressivos. Resgatar sua vida não foi uma tarefa simples. Espero que o filme também sirva de incentivo para que todos venham a conhecer seu trabalho. Ela foi muito talentosa e seus filmes clássicos acabaram imortalizando o seu lado mais importante, a da grande artista que um dia ela foi.

Judy: Muito Além do Arco-Íris (Judy, Inglaterra, 2019) Direção: Rupert Goold / Roteiro: Rupert Goold, baseado no livro "End of the Rainbow" de Peter Quilter / Elenco: Renée Zellweger, Jessie Buckley, Finn Wittrock, Richard Cordery / Sinopse: O filme recria os últimos meses de vida da atriz e cantora Judy Garland (Renée Zellweger). Ela vai até Londres, participar de uma série de shows e acaba se envolvendo com um homem mais jovem. Porém o abuso de bebidas e drogas acabam ofuscando o brilho de seu talento. Filme premiado no Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Renée Zellweger).

Pablo Aluísio. 

sábado, 20 de abril de 2019

O Julgamento de Nuremberg

A Alemanha nazista foi palco das maiores atrocidades da história da humanidade. O holocausto foi um momento único de terror e desumanidade na trajetória do homem sobre a Terra. Após o fim da Segunda Guerra Mundial todos aqueles que de alguma forma colaboraram com o regime nazista de Adolf Hitler foram julgados na cidade de Nuremberg. Infelizmente alguns líderes nazistas conseguiram escapar dessa corte internacional se suicidando ou então fugindo para outros países distantes. O braço direito de Hitler, Himmler, por exemplo, foi capturado, mas se matou com cianureto em sua cela antes que pudesse enfrentar seu julgamento. Ficaram impunes e não pagaram por seus crimes horrendos, infelizmente.

Na verdade histórica não houve apenas um julgamento em Nuremberg, mas vários, com muitos réus dos mais diversos setores da Alemanha nazista. Esse filme se concentra no julgamento de membros do poder judiciário (juízes em sua maioria) e promotores públicos que não apenas colaboraram com o nazismo como chancelaram leis e decretos do Reich completamente absurdos, como os que previam pena de morte para arianos que se envolvessem com não-arianos e judeus ou que traziam normas sobre esterilização dos indesejados ao regime como comunistas, doentes mentais e membros de etnias consideradas inferiores pela doutrina nazista. No banco de réus se encontrava justamente um dos maiores juristas do direito alemão, o Dr. Ernst Janning (Burt Lancaster), homem culto, amante das artes e um autor e magistrado consagrado que a despeito de sua vasta cultura jurídica e humanista não hesitou em colaborar diretamente com os ideais de Hitler, inclusive enviando milhares de inocentes para campos de concentração do Terceiro Reich.

O roteiro do filme é primoroso, mostrando essa enorme contradição em que intelectuais e homens da mais fina cultura se tornavam meros instrumentos de morte para a máquina de extermínio nazista. O argumento também ousa perguntar até onde teria ido a responsabilidade do povo alemão pelos terríveis crimes de guerra promovidos pelos homens de Hitler. Isso é bem exemplificado pelos próprios réus no processo. Embora ocupassem altos cargos dentro do Reich todos negaram de forma incisiva que jamais souberam do que se passava dentro dos muros dos campos de extermínio.

O juiz americano Dan Haywood, indicado para julgar esses criminosos de guerra, é magnificamente interpretado por Spencer Tracy. Seu personagem é um sujeito provinciano do interior dos EUA, que fica chocado com a extrema brutalidade que toma conhecimento durante os depoimentos de testemunhas. Não menos talentosos em cena estão Richard Widmark como o promotor, membro das forças armadas americanas e Maximilian Schell, interpretando o advogado de defesa. Elenco fabuloso que conta ainda com grandes atores dando vida às testemunhas do caso, com destaque para  Montgomery Clift como uma das vítimas da política nazista de pureza racial. O filme exige um certo comprometimento do espectador uma vez que sua duração ultrapassa as três horas, mas quem se propor a assistir a “O Julgamento de Nuremberg” será muito bem recompensado pois certamente se trata de uma obra prima da história do cinema.

O Julgamento de Nuremberg (Judgment at Nuremberg, EUA, 1961) Direção: Stanley Kramer / Roteiro: Abby Mann / Elenco: Spencer Tracy, Burt Lancaster, Richard Widmark, Maximilian Schell, Montgomery Clift, Judy Garland, William Shatner, Marlene Dietrich / Sinopse: O filme narra os acontecimentos que ocorreram durante um dos mais famosos julgamentos realizados na cidade de Nuremberg após o fim da Segunda Guerra. No banco dos réus juízes e promotores alemães que colaboraram com a política nazista de extermínio e esterilização de raças consideradas inferiores.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

O Mágico de Oz

Título no Brasil: O Mágico de Oz
Título Original: The Wizard of Oz
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Victor Fleming, George Cukor, King Vidor
Roteiro: Noel Langley, Florence Ryerson
Elenco: Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger

Sinopse:
Dorothy Gale (Garland) é uma garotinha do Kansas que acaba sendo levada por um tornado até uma terra mágica onde encontra um mundo de fantasia e beleza que ela jamais imaginaria existir. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhores Efeitos Especiais. Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Música ("Over the Rainbow" de Harold Arlen e E.Y. Harburg) e Melhor Trilha Sonora Original. Filme indicado à Palma de Ouro em Cannes na categoria Melhor Direção (Victor Fleming).

Comentários:
Uma obra imortal, muito celebrada agora em 2014 quando se completa 75 anos de seu lançamento original. Não é para menos, "O Mágico de Oz" continua sendo considerado o maior clássico infantil do cinema americano de todos os tempos. Foi uma produção ousada e muito complicada de realizar pois havia todo um universo mágico a se recriar em uma época em que Hollywood não contava com os meios e recursos técnicos que vemos hoje em dia. Isso porém não foi obstáculo para os produtores e os diretores (sim, o filme também foi dirigido pelo grande George Cukor, embora ele não tenha sido creditado na época por ter brigado com o produtor Mervyn LeRoy). Aliás é bom salientar que essa foi uma produção tão incrivelmente difícil de concretizar que outros dois cineastas também estiveram envolvidos (Norman Taurog e King Vidor que acabou dirigindo praticamente sozinho as cenas passadas no Kansas). No elenco brilha Judy Garland, que tinha um talento maravilhoso, tanto atuando como cantando. Garland teve uma vida muito complicada, fruto talvez da forma como era controlada pelos estúdios na época (O Star System estava em seu auge e as estrelas eram consideradas verdadeiras propriedades dos produtores). Originalmente o estúdio queria Shirley Temple como Dorothy (o que teria sido espetacular!) mas não conseguiu. Então Garland foi escalada, mesmo já tendo passado da idade ideal. No final das contas tudo deu certo e o filme é sem dúvida uma obra prima da sétima arte.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A Noiva Desconhecida

Título no Brasil: A Noiva Desconhecida
Título Original: In the Good Old Summertime
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Robert Z. Leonard
Roteiro: Albert Hackett, Frances Goodrich
Elenco: Judy Garland, Van Johnson, S.Z. Sakall, Buster Keaton
  
Sinopse:
Veronica Fisher (Judy Garland) e Andrew Delby Larkin (Van Johnson) trocam cartas românticas apaixonadas por um serviço de correspondência para pessoas que desejam arranjar um novo amor, porém não conhecem a verdadeira identidade um do outro. O que eles nem desconfiam é que verdade já se conhecem e muito, pois são colegas de trabalho, vendedores da loja de instrumentos e partituras musicais do Sr. Otto Oberkugen (S.Z. Sakall). Pior do que isso, eles não simpatizam mutuamente e vivem brigando, o que causará inúmeros problemas quando resolverem finalmente marcar um encontro às escuras. Filme indicado ao WGA Award na categoria de Melhor Musical.

Comentários:
Judy Garland era uma artista completa. Dançava, cantava e atuava muito bem. Ela se consagrou ainda muito jovem quando interpretou Dorothy no clássico imortal "O Mágico de Oz". Depois daquele filme inesquecível a MGM a escalou para várias produções obviamente aproveitando seus inúmeros talentos. Nesse "A Noiva Desconhecida" Judy já não surge como aquela encantadora garotinha. Ela agora é uma mulher adulta em busca de trabalho. Depois de muito procurar ela acaba arranjando um emprego de vendedora na simpática loja do rabugento Sr. Otto. Em uma época em que ainda não havia discos, lojas como essas faturavam bastante vendendo partituras musicais. Essas por sua vez eram tocadas em saraus elegantes nas casas das famílias mais ricas de Chicago. Para mostrar como eram as músicas dessas partituras todas as lojas precisavam ter em seu quadro de funcionários uma cantora ou cantor para interpretar as partituras aos clientes. É justamente isso que a personagem de Garland faz em seu trabalho, o que abre margem para vários números musicais bem suaves e ternos. O roteiro desse filme traz além de boas canções uma trama romântica que consegue ser ao mesmo tempo bem divertida. Veronica (Garland) sonha em encontrar o homem de seus sonhos. 

Para isso ela acaba entrando em um programa de correspondência anônima onde troca cartas apaixonadas com potenciais pretendentes. E ela acaba se apaixonando por um deles, sem saber que na verdade o autor dos belos poemas de amor é o seu próprio colega de trabalho, o Sr. Larkin (Johnson) de quem ela inclusive não gosta e nem simpatiza. Esse argumento provavelmente lhe lembrará de um filme com Tom Hanks e Meg Ryan chamado "Mens@gem Pra Você". A coincidência é facilmente explicada pois ambos os filmes foram baseados na peça "Parfumerie" de Miklós László. A única diferença óbvia é que a segunda versão dos anos 1990 se aproveitou da popularização da informática para aproximar os dois apaixonados anônimos que ao invés de trocarem cartas usavam E-Mails. Fora isso temos basicamente as mesmas situações. De uma forma ou outra o fato é que "A Noiva Desconhecida" é um belo romance musical muito simpático, leve e divertido, contando com a presença muito especial da imortal Judy Garland que inclusive colocou sua própria filhinha, ainda bebê (nada menos do que a futura estrela Liza Minnelli), na última cena do filme. Um momento realmente encantador que serve para fechar com chave de ouro esse carismático musical.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A Morte de Judy Garland

A eterna Doroth de "O Mágico de Oz" teve uma morte bem triste. Judy foi uma das estrelas mais populares da MGM. Ela começou a carreira artística muito cedo, pressionado pela mãe, uma pessoa má que a forçava trabalhar sem descanso, segundo suas próprias palavras. A verdade é que ela nunca chegou a ter infância e juventude, como outras pessoas de sua idade. Sempre havia a pressão do trabalho, dia após dia. Em determinados momentos das filmagens ela chegava a trabalhar por até 17 horas diárias! Um absurdo.

Com tanta cobrança ela acabou se viciando em pílulas dadas pelos próprios executivos da MGM. As tais bolinhas eram consumidas em grandes quantidades. Até porque Judy tinha que cantar, dançar e atuar de forma impecável. O tempo passou, inúmeros casamentos fracassaram e suas finanças quebraram. Quando passou dos trinta anos de idade ninguém mais queria contratá-la em Hollywood.  A outrora estrela da MGM começou a cantar em pequenos bares por cachês irrisórios, coisa de 150 dólares por noite.

No final de sua vida ela estava falida, endividada, tentando fazer seu quinto casamento dar certo. Foi a Londres em busca de uma proposta. Uma rede de cinemas queria usar seu nome, mas depois desistiu. Foi um baque para a pobre Judy pois ela estava contando com esse dinheiro para pagar suas dívidas. Pior do que isso, ela estava magra demais, frágil, sem estrutura física ou psicológica para enfrentar tanto stress. O relacionamento com os filhos era complicado. Nenhum deles compareceu ao seu último casamento. Nenhum dos filhos mais fazia parte de sua vida pois havia muitas brigas no passado a se superar.

Judy acabou sendo encontrada morta no banheiro de um apartamento, após o que se supõe ter sido uma overdose acidental de drogas prescritas. Ela não conseguia mais dormir direito e após anos e anos de abusos com drogas precisava sempre aumentar ainda mais as dosagens. Judy foi ao banheiro pela madrugada, mas perdeu a consciência e caiu para a frente. Seu marido não notou sua ausência e só no dia seguinte foi até lá, a encontrando morta. Segundo os peritos Judy já estava morta há horas, já apresentando sinais de rigidez cadavérica.

A autópsia revelou que ela tomou uma dose fatal de barbitúricos. Esse tipo de droga sempre foi extremamente prejudicial, viciante e perigosa pois até mesmo um pequeno erro na dosagem poderia ser fatal. Nos anos 60 ainda era receitada com certa regularidade, sendo que hoje em dia só é indicada em casos extremos. Também apresentou uma magreza extrema, pois provavelmente estava desnutrida. Amigos próximos disseram após sua morte que ela desenvolveu um trauma alimentar desde a adolescência, pois os produtores geralmente a acusavam de estar gorda. Com isso Judy passou a ter medo de comer, o que acabou arruinando seu organismo com o passar dos anos. Ela passava dias sem comer nada! Provavelmente sofria de uma bulimia não diagnosticada. Judy teve uma morte trágica, mas jamais será esquecida pelos amantes da sétima arte, pois ela estrelou alguns dos maiores clássicos da história do cinema.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 23 de março de 2007

A Morte de Judy Garland

A eterna Doroth de "O Mágico de Oz" teve uma morte bem triste. Judy foi uma das estrelas mais populares da MGM. Ela começou a carreira artística muito cedo, pressionado pela mãe, uma pessoa má que a forçava trabalhar sem descanso, segundo suas próprias palavras. A verdade é que ela nunca chegou a ter infância e juventude, como outras pessoas de sua idade. Sempre havia a pressão do trabalho, dia após dia. Em determinados momentos das filmagens ela chegava a trabalhar por até 17 horas diárias! Um absurdo. Só com altas doses de anfetaminas ela conseguia cumprir todas as obrigações.

Com tanta cobrança ela acabou se viciando em pílulas dadas pelos próprios executivos da MGM. As tais bolinhas eram consumidas em grandes quantidades. Até porque Judy tinha que cantar, dançar e atuar de forma impecável. O tempo passou, inúmeros casamentos fracassaram e suas finanças quebraram. Quando passou dos trinta anos de idade ninguém mais queria contratá-la em Hollywood.  A outrora estrela da MGM começou a cantar em pequenos bares por cachês irrisórios, coisa de 150 dólares por noite. Segundo algumas informações ela tentou se matar mais de 25 vezes ao longo de sua vida.

No final de sua vida ela estava falida, endividada, tentando fazer seu quinto casamento dar certo. Foi a Londres em busca de uma proposta. Uma rede de cinemas queria usar seu nome, mas depois desistiu. Foi um baque para a pobre Judy pois ela estava contando com esse dinheiro para pagar suas dívidas. Pior do que isso, ela estava magra demais, frágil, sem estrutura física ou psicológica para enfrentar tanto stress. O relacionamento com os filhos era complicado. Nenhum deles compareceu ao seu último casamento. Nenhum dos filhos mais fazia parte de sua vida pois havia muitas brigas no passado a se superar.

E como morreu a estrela Judy Garland? A causa oficial foi overdose de drogas. Ela acabou sendo encontrada morta no banheiro de um apartamento, após o que se supõe ter sido uma overdose acidental de drogas prescritas. Ela não conseguia mais dormir direito e após anos e anos de abusos com drogas precisava sempre aumentar ainda mais as dosagens. Judy foi ao banheiro pela madrugada, mas perdeu a consciência e caiu para a frente. Seu marido não notou sua ausência e só no dia seguinte foi até lá, a encontrando morta. Segundo os peritos Judy já estava morta há horas, já apresentando sinais de rigidez cadavérica.

A autópsia revelou que ela tomou uma dose fatal de barbitúricos. Esse tipo de droga sempre foi extremamente prejudicial, viciante e perigosa pois até mesmo um pequeno erro na dosagem poderia ser fatal. Nos anos 60 ainda era receitada com certa regularidade, sendo que hoje em dia só é indicada em casos extremos. Também apresentou uma magreza extrema, pois provavelmente estava desnutrida. Amigos próximos disseram após sua morte que ela desenvolveu um trauma alimentar desde a adolescência, pois os produtores geralmente a acusavam de estar gorda. Com isso Judy passou a ter medo de comer, o que acabou arruinando seu organismo com o passar dos anos. Ela passava dias sem comer nada! Provavelmente sofria de uma bulimia não diagnosticada. Judy teve uma morte trágica, mas jamais será esquecida pelos amantes da sétima arte, pois ela estrelou alguns dos maiores clássicos da história do cinema.

Pablo Aluísio.