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sexta-feira, 8 de abril de 2022

Licorice Pizza

Título no Brasil: Licorice Pizza
Título Original: Licorice Pizza
Ano de Produção: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Paul Thomas Anderson
Roteiro: Paul Thomas Anderson
Elenco: Alana Haim, Cooper Hoffman, Sean Penn, Bradley Cooper, John C. Reilly, Tom Waits

Sinopse:
O filme conta a história de dois jovens que vivem em Los Angeles, na década de 1970. Gary (Hoffman) é louco por Alana (Haim), mas ela não lhe dá muita bola por causa da diferença de idade. Para Gary o importante é ter um negócio de sucesso e para isso ele faz de tudo, nem sempre com sucesso. Para Alana suas ambições podem ir um pouco além disso. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção e melhor roteiro original.

Comentários:
Esse filme concorreu ao Oscar na categoria de melhor filme do ano em 2022. Isso por si só já era um bom motivo para conferir. O que temos aqui é um filme que dificilmente levantaria a estatueta em sua mais cobiçada categoria, mas que a despeito disso ainda é um dos mais agradáveis de assistir nesse ano. A história flui muito bem, para esse jovem casal que parece nunca se acertar. Há um claro sentimento entre eles, mas o romance nunca começa, ficando apenas naquela tensão sexual sem solução. Como os protagonistas vivem em Los Angeles nos anos 70 eles acabam esbarrando em nomes famosos do cinema, entre eles um bêbado William Holden (em boa atuação de Sean Penn) e um escroto Jon Peters, famoso produtor de Hollywood, marido de ocasião de Barbra Streisand. Quando o filme chega ao seu final com um clímax pra lá de previsível, nada consegue estragar o que se viu. É, como eu já escrevi, um filme dos mais agradáveis de se assistir. História bacaninha sobre jovens em um tempo mais inocente.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

A Traição do Falcão

O filme é baseado numa história real das mais interessantes. Durante a década de 1970 dois jovens amigos, Christopher Boyce (Timothy Hutton) e Daulton Lee (Sean Penn), resolvem cometer uma loucura em troca de dinheiro fácil. Chris era filho de um ex-agente do FBI que resolveu lhe arranjar um emprego numa empresa de computação que tinha como cliente a própria agência de inteligência americana, a CIA. Tendo acesso a informações secretas e valiosas, ele então resolve ao lado do amigo ir atrás de grana rápida, procurando vender essas informações para os soviéticos (na época, em plena guerra fria, o principal rival americano no mundo era a União Soviética). Claro que algo assim acabaria mal. O roteiro tenta explicar como dois jovens americanos, bem nascidos, de famílias estruturadas, de bom padrão de vida, entraram em um jogo tão perigoso. O personagem de Timothy Hutton tem como principal diversão treinar falcões (daí o título muito bem bolado do filme). Já Sean Penn brilha como o amigo drogado, inconsequente e metido a malandro que acaba se dando muito mal pelas escolhas feitas. Na época ele se destacava nas manchetes por ser o jovem namorado da cantora Madonna. De vez em quando acabava indo em cana por agredir jornalistas, algo que combinou muito bem com o tipo desprezível que interpretava aqui nas telas.

Na vida real tanto Chris como Lee foram descobertos após investigações da CIA e do FBI. Acusados de traição à pátria pegaram penas pesadas, inclusive perpétua, ou seja, acabaram com suas vidas por um ato impensado próprio de adolescentes sem experiência de vida, pensando serem intocáveis ou espertos demais para se darem mal. Estão até hoje presos! Bom filme valorizado pela interpretação da dupla protagonista e pelo clima retrô de uma época muito paranóica no mundo. Um retrato mais do que interessante do clima que se vivia nos anos 70 e 80.

A Traição do Falcão (The Falcon and the Snowman, Estados Unidos, 1985) Direção: John Schlesinger / Roteiro: Robert Lindsey, Steven Zaillian/ Elenco: Timothy Hutton, Sean Penn, Pat Hingle / Sinopse: Dois jovens norte-americanos, com acesso a documentos secretos, decidem vender material de informação do governo dos Estados Unidos aos soviéticos. Filme premiado pelo National Society of Film Critics Awards na categoria de Melhor Ator (Sean Penn).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Sobre Meninos e Lobos

Clint Eastwood é um grande cineasta. Se você ainda tem alguma dúvida sobre o grande talento dele na direção, é bom conhecer esse excelente drama, "Mystic River" (que no Brasil recebeu o curioso título de "Sobre Meninos e Lobos"). O roteiro não é definitivamente o que aparenta ser. Na superfície temos uma investigação policial envolvendo o desaparecimento de uma jovem garota, filha de Jimmy Marcus (Sean Penn). Quando seu amigo de longa data, Sean Devine (Kevin Bacon), descobre o corpo da menina em um riacho, uma avalanche de sentimentos há muito enterrados voltam à tona, revelando traumas de infância e emoções reprimidas que explodem de forma incontrolável. Clint Eastwood, aqui trabalhando apenas como diretor, conseguiu um grande feito, extraindo maravilhosas atuações, em especial do trio central formado por Penn, Bacon e Robbins, esse último em uma das melhores atuações de toda a sua carreira. A fotografia assinada por Tom Stern também impressiona por explorar visualmente o sentimento interno de cada personagem torturado.

O romance escrito pelo autor Dennis Lehane, que deu origem ao roteiro do filme, é tão rico em nuances psicológicas que apenas um cineasta talentoso como Eastwood poderia transpor algo assim para a tela. No final das contas é uma história sobre traumas, culpas e redenção pessoal. Sem sombra de dúvida uma brilhante obra cinematográfica que vai fundo na alma humana. E coroando tudo, o filme recebeu vários prêmios. Foi vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Sean Penn) e Melhor Ator Coadjuvante (Tim Robbins). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Direção e Atriz Coadjuvante (Marcia Gay Harden). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Sean Penn) e Melhor Ator Coadjuvante (Tim Robbins). Igualmente indicado ainda nas categorias de Melhor Filme - Drama, Direção e Roteiro Adaptado.

Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, Estados Unidos, 2003) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Brian Helgeland, Dennis Lehane / Elenco: Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon, Laurence Fishburne, Marcia Gay Harden / Sinopse: Traumas de um passado que parecia distante retornam quando o corpo de uma menina é encontrado. Ela foi vítima de um crime brutal.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Os Últimos Passos de um Homem

O título em inglês, "Dead Man Walking" (literalmente "Homem Morto Caminhando"), é uma expressão usada para os prisioneiros que estão no corredor da morte nos Estados Unidos. Homens que já não possuem mais nenhuma esperança de salvação, quando todos os seus recursos já foram julgados e indeferidos, cuja execução se torna apenas uma questão de tempo. Nesse filme que possui um nítido caráter ativista contra a pena de morte encontramos dois personagens centrais, Matthew Poncelet (Sean Penn), o sujeito que está condenado e Helen Prejean (Susan Sarandon), uma mulher corajosa que luta com todas as suas forças para que ele não seja levado para a câmara onde lhe será aplicada a injeção letal. O roteiro trabalha muito bem com o tema, procurando colocar um certo humanismo em destaque. Embora muito bem escrito temos que admitir também que o roteiro derrapa em certos momentos em uma atitude por demais maniqueísta, tentando trazer alguns aspectos humanos inexistentes para certos criminosos, que em última análise, foram condenados justamente por sua violência e brutalidade.

As vítimas também são colocadas em um segundo plano que incomoda. De repente o criminoso passa a ser visto como alguém puro e bom que está sendo enviado para a morte sem qualquer razão plausível. Sabemos que isso no mundo real não passa de uma grande bobagem. De qualquer maneira, deixando isso de lado, a excessiva manipulação do roteiro, o que temos é outro filme de excelentes atuações, acima de tudo. É fato notório que tanto Sean Penn como Susan Sarandon são atores politicamente muito engajados com programas liberais. Não é surpresa nenhuma que tenham levantado essa bandeira com esse filme. Certos ou errados nas suas convicções políticas o fato é que suas atuações foram reconhecidas pelos membros da Academia. No Oscar ele foi indicado ao prêmio de Melhor Ator e ela venceu como Melhor Atriz, levantando a cobiçada estatueta pela primeira e única vez em sua carreira. Tim Robbins, o marido de Sarandon, outro liberal de carteirinha, também foi indicado ao prêmio de Melhor Direção. Então no saldo geral tudo foi muito positivo para eles. Certamente houve muita celebração também dentro dos diretórios do Partido Democrata, onde ambos são bem atuantes. Assim fica a recomendação do filme. Assista, mas sem deixar de lado a propaganda, muitas vezes excessiva, que o roteiro faz contra a pena de morte.

Os Últimos Passos de um Homem (Dead Man Walking, Estados Unidos, 1995) Direção: Tim Robbins / Roteiro: Tim Robbins, baseado no livro escrito por Helen Prejean / Elenco: Susan Sarandon, Sean Penn, Robert Prosky, R. Lee Ermey / Sinopse: O filme conta a história real de um homem que foi condenado à morte nos Estados Unidos. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor atriz (Susan Sarandon). Também indicado nas categorias de melhor ator (Sean Penn), melhor direção (Tim Robbins) e melhor música original ("Dead Man Walking" de Bruce Springsteen).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

O Pagamento Final

Provavelmente tenha sido o último grande filme da carreira de Brian De Palma. Contando com um excelente roteiro e um elenco em estado de graça, ele acabou realizando um dos melhores filmes de gangsters do cinema americano. A trama mostra um velho criminoso que, de volta às ruas após cumprir uma pesada pena, procura por um recomeço em sua vida. Obviamente que em termos de interpretação todas as atenções se fixam no grande trabalho de atuação de Al Pacino. Carlito, seu personagem, é uma espécie de anti-herói trágico que acabou sendo tragado pelas armadilhas do destino. Não deixa de ser um patife, mas com nuances até mesmo mais românticas. Embora Pacino esteja excepcionalmente bem temos que reconhecer que o grande destaque mesmo do elenco é o ator Sean Penn. Quase irreconhecível, com forte maquiagem, careca e usando figurino dos anos 70, ele praticamente desaparece dentro de seu personagem, um advogado corrupto com problemas de dependência química.

O personagem de Penn também é um viciado em drogas sem controle, cheirando uma carreira de cocaína atrás da outra, completamente alucinado. Pode-se dizer que ele é o responsável por alguns dos melhores momentos de todo o filme. De Palma desfila elegância e bom gosto em cada tomada, o que me fez lembrar do grande diretor que ele foi no começo de sua carreira. Pena que ao lado do enorme talento também haja uma irregularidade absurda em sua obra, pois De Palma conseguia ir do genial ao medíocre com grande facilidade, numa verdadeira montanha russa artística. Em relação a esse filme porém não há o que se preocupar, pois certamente é uma de suas melhores obras primas. Um excelente filme que tive o privilégio de assistir no cinema, em seu lançamento original.

O Pagamento Final (Carlito's Way, Estados Unidos, 1993) Direção: Brian De Palma / Roteiro: David Koepp, baseado na novela escrita por Edwin Torres / Elenco: Al Pacino, Sean Penn, Penelope Ann Miller, John Leguizamo, Viggo Mortensen / Sinopse: O filme conta a história de um mafioso que após cumprir pena por longos anos tenta um recomeço em sua vida. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante - Drama (Sean Penn) e Melhor Atriz Coadjuvante - Drama (Penelope Ann Miller).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

O Peso da Água

Esse é um filme que não me agradou muito, apesar da recepção favorável da crítica na época. O enredo mostra um fotógrafo que acompanhado de alguns conhecidos decide fazer uma viagem para uma ilha onde no passado ocorreu um crime que se tornou muito conhecido, por ter sido brutal e praticamente sem solução. E após viajarem em um belo veleiro até essa ilha, as coisas começam a fugir do controle, resultando em uma situação de caos e desespero. A direção ficou a cargo da cineasta Kathryn Bigelow que vinha em um momento de alta na sua filmografia, ganhando prêmios e elogios por seus trabalhos. Entretanto esse parece ter sido seu filme mais fraco. Algo que não melhorou com o passar dos anos.

Eu sempre gosto de dizer que não se fazem bons filmes de suspense em lugares turísticos, paradisíacos, com muito sol e praia. Não combina. Filmes de suspense precisam de climas adequados, quanto mais soturnos e sombrios melhor. Há uma excesso de luz nesse filme, fazendo com que o teor de medo se dilua nas belas paisagens do horizonte. Além disso o veleiro completa o quadro de paraíso em férias. Tirar medo do espectador no meio de algo assim é muito complicado, diria quase impossível. Se na literatura pode até funcionar, no cinema simplesmente não dá certo.

O Peso da Água (The Weight of Water, Estados Unidos, 2000) Direção: Kathryn Bigelow / Roteiro: Alice Arlen, Christopher Kyle, baseados no romance escrito por Anita Shreve / Elenco: Sean Penn, Elizabeth Hurley, Josh Lucas, Sarah Polley / Sinopse: Um casal e um grupo de amigos decide  velejar até uma ilha distante do litoral onde no passado ocorreu um crime que ficou célebre pela violência. E o que deveria ser um passeio dos mais interessantes acaba se tornando um horrendo pesadelo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

A Grande Ilusão

Esse filme é bem interessante pois no fundo é uma crítica contra políticos populistas. O personagem principal interpretado pelo ator Sean Penn é um sujeito que entra na vida pública como tesoureiro da cidade onde mora. E nesse cargo presencia todo tipo de corrupção e roubo com o erário público. Então incentivado por outros decide entrar para a política, se candidatando a governador. No começo ele recebe o apoio de tipos que querem apenas manipular sua candidatura.

Nessa primeira fase de campanha eleitoral ele adota um discurso mais técnico, mostrando os desvios do tesouro público. Não dá muito certo, as pessoas nem entendem o que ele está falando. Então decide mudar de postura. Adota um discurso raivoso, populista, radical, se colocando ao lado do povo, se auto declarando um caipira, com o lema de que "caipira vota em caipira". Acaba dando certo e uma vez eleito ele se torna um político corrupto, cheio de esquemas por baixo do pano. Justamente o que ele mais criticava na campanha.

Um magistrado, interpretado por Anthony Hopkins, começa a critica-lo, dando o pontapé inicial de um impeachment e o governador decide então contratar um jornalista para descobrir os podres do juiz. Jogo sujo, baixo, barato. Embora o personagem de Sean Penn seja de mera ficção, ele foi inspirado em um político real chamado Huey Long, que foi governador da Louisiana, estado do sul dos Estados Unidos, durante a década de 1930. Como eu escrevi no começo desse texto o filme é uma grande crítica contra políticos populistas. Um tipo de escroque que ainda segue enganando o povo, mesmo nos dias atuais.

A Grande Ilusão (All the King's Men, Estados Unidos, 2006) Direção: Steven Zaillian / Roteiro: Steven Zaillian, Robert Penn Warren / Elenco: Sean Penn, Jude Law, Anthony Hopkins, Kate Winslet, Mark Ruffalo, James Gandolfini / Sinopse: O filme conta a história do político Willie Stark (Sean Penn). Populista, corrupto e mentiroso, ele engana seus eleitores, se tornando governador da Louisiana durante a década de 1950.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O Assassinato de um Presidente

Título no Brasil:O Assassinato de um Presidente
Título Original: The Assassination of Richard Nixon
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: Niels Mueller
Roteiro: Kevin Kennedy, Niels Mueller
Elenco: Sean Penn, Naomi Watts, Don Cheadle, Jack Thompson, Brad William Henke, Nick Searcy

Sinopse:
Filme com história baseada em fatos reais. A vida de Samuel J. Bicke (Sean Penn) está desmoronando. Seu casamento acabou, ele mal consegue ter algum contato maior com suas duas filhas. A ex-esposa tem vergonha dele. Para piorar tudo, ele tem um emprego de vendedor de móveis que no fundo odeia. Procurando por uma saída, ele acaba encontrando apenas a loucura e a insanidade de um ato final sem o menor sentido. Filme indicado no Cannes Film Festival.

Comentários:
Quando tive conhecimento desse filme pela primeira vez, fiquei curioso. O título em inglês dessa produção é "The Assassination of Richard Nixon". Em primeira mão não entendi a lógica desse nome. Afinal o presidente Nixon não foi assassinado e nem tampouco sofreu qualquer atentado à sua vida enquanto era presidente. Então qual seria a lógica aqui? Bom, deve-se assistir ao filme para entender. O personagem interpretado por Sean Penn é a própria explicação. Ele foi um homem que acabou sendo arrasado pela sociedade. E quando se usa essa expressão já se sabe que vem coisa ruim pela frente. E de fato foi isso mesmo que aconteceu. O filme pode ser visto como uma biografia de mais um daqueles loucos violentos que a sociedade dos Estados Unidos forja todos os anos. O tal sujeito que parece normal, mas que um dia compra uma arma e sai massacrando pessoas inocentes a esmo. Porém o filme também pode ser vista sob outro ângulo, quando mostra uma pessoa que é tragada pelo fracasso pessoal e profissional, e que diante disso cai no desespero completo, tudo turbinado por teorias da conspiração que transformam em geleia a mente desse tipo de pessoa mentalmente fragilizada. É um bom filme, gostei, mas devo advertir que também tem um roteiro um tanto sombrio, pesado, melancólico, sem nenhuma esperança de redenção pessoal para seu protagonista. Enfim, um filme para poucos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Caça aos Gângsteres

Título no Brasil: Caça aos Gângsteres
Título Original: Gangster Squad
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ruben Fleischer
Roteiro: Will Beall, Paul Lieberman
Elenco: Josh Brolin, Sean Penn, Ryan Gosling, Emma Stone, Nick Nolte, Giovanni Ribisi 

Sinopse:
Na Los Angeles da década de 1930, um policial honesto chamado John O'Mara (Josh Brolin) forma um esquadrão de tiras para atuarem fora da lei. A missão é destruir o império do crime comandado pelo gângster Mickey Cohen (Sean Penn). Filme indicado ao Golden Trailer Awards e ao World Stunt Awards.

Comentários:
Um filme bem produzido, com excelente elenco, contando a história real do gângster Mickey Cohen? Ora, não poderia haver nada tão promissor. Porém o filme, apesar de todo o capricho no design de produção, cenários, figurinos, etc, não conseguiu me empolgar. O elenco, como já frisei, é um dos melhores já reunidos nos últimos anos, mas o resultado final realmente deixa a desejar. O filme não foi um fracasso de bilheteria, pelo contrário, gerou lucro, mas bem abaixo do que era esperado. E aqui temos um velho problema do cinema americano se repetindo. A tentativa de sempre procurar fazer algo comercial demais, acaba estragando muitos filmes. É o caso aqui. Os realizadores deveriam ter optado por um clima mais realista, mais de acordo com os acontecimentos do passado. O Mickey Cohen certamente sempre foi um personagem interessante, mas na história real ele passou longe de ser uma espécie de Al Capone de Los Angeles. O roteiro desse filme exagerou bastante nas tintas, assim como Sean Penn que tentando se parecer ao máximo com o gângster acabou usando uma estranha maquiagem. Ryan Gosling é um ótimo ator, mas aqui surge bem apagado. Não tem o espeço suficiente para brilhar. Já Josh Brolin me fez ficar com saudades de Kevin Costner em "Os Intocáveis". Pois é, esse filme até tenta em alguns momentos seguir a obra-prima de Brian De Palma, mas sem conseguir chegar perto. Ficou apenas na tentativa mesmo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Uma Lição de Amor

Título no Brasil: Uma Lição de Amor
Título Original: I Am Sam
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jessie Nelson
Roteiro: Kristine Johnson, Jessie Nelson
Elenco: Sean Penn, Michelle Pfeiffer, Dakota Fanning, Dianne Wiest, Laura Dern, Richard Schiff

Sinopse:
Sam Dawson (Sean Penn) é um homem com deficiência mental que luta pela custódia de sua filha de 7 anos Lucy (Dakota Fanning) e, nesse processo, ensina para sua advogada Rita (Michelle Pfeiffer) o valor do amor e da família. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator (Sean Penn).

Comentários:
Belo filme, bem humano, com um tema importante. O roteiro tenta responder a uma questão crucial: Poderia um homem com problemas mentais ser o responsável pela criação de uma filha de sete anos de idade? Pai amoroso, mas com esse problema de saúde, estaria ele habilitado para isso? O ator Sean Penn aqui realizou seu melhor trabalho no cinema como ator. De fato ele surpreende em sua interpretação, porém quase é ofuscado pela pequena Dakota Fanning, ainda bem criança, dando show, falando perfeitamente seus diálogos, numa atuação de se admirar e bater palmas. E o trio principal do elenco se completa com a bela Michelle Pfeiffer, interpretando a advogada que tenta vencer uma causa que pela letra fria da lei seria simplesmente impossível de ganhar. De quebra o filme dá uma bela lição de amor entre pai e filha, apesar das óbvias limitações dele. E se todos esses elementos ainda lhe parecem pouco interessantes, que tal uma trilha sonora inteira com clássicos dos Beatles? Nada mal, não é mesmo? Assim indico esse belo filme para um público mais sensível e poético.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de novembro de 2019

Acerto Final

Título no Brasil: Acerto Final
Título Original: The Crossing Guard
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Sean Penn
Roteiro: Sean Penn
Elenco: Jack Nicholson, David Morse, Anjelica Huston, Robin Wright, Piper Laurie, Richard Bradford 

Sinopse:
Freddy Gale (Jack Nicholson) descobre que após seis anos na prisão seu antigo desafeto John Booth (David Morse) ganhou a liberdade. Gale tem contas a acertar com ele e não esconde o que fará, dando 72 horas até seu encontro fatal com John. E o tempo começa a correr para ambos, criando tensão e suspense.

Comentários:
Existem casos em que o elenco não está à altura do diretor de um filme. E há situações em que o elenco é que supera em muito os talentos do diretor. Esse "Acerto Final" se enquadra nessa última hipótese. Sean Penn ainda era muito inexperiente para lidar com um ator do porte de Jack Nicholson. Dirigir Nicholson é algo complexo e apenas grandes cineastas conseguiram tirar dele todo o potencial de seu enorme talento. Sean Penn fez um filme meramente mediano tendo em mãos um gênio da arte de atuar como Nicholson. Nesse tipo de situação a coisa se torna mesmo imperdoável para qualquer cinéfilo. A outra coisa que chama atenção em termos de elenco é que pela primeira vez em anos Jack contracenou com Anjelica Huston. No passado tiveram um longo e conturbado caso amoroso. Ficaram sem se falar por anos. Até que Jack a convidou para participar dessa produção. Foi uma espécie de reaproximação pacífica, uma maneira de se fazer as pazes. Pelo menos para isso esse thriller mediano serviu. Além disso Anjelica Huston conseguiu ser indicada ao Globo de Ouro naquele ano, justamente por esse seu trabalho. Foi um bem-vindo reconhecimento para ela, que estava mesmo precisando de algo assim. Em termos cinematográficos porém o resultado do filme de uma maneira em geral veio bem abaixo do que era esperado.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de maio de 2019

O Gênio e o Louco

O filme é baseado em fatos históricos reais. O ator Sean Penn interpreta um médico americano, veterano da guerra civil, que começa a sofrer surtos psicóticos. Numa dessas crises ele acaba matando um homem inocente.  Preso, é condenado a viver em um manicômio judicial. Fica isolado numa cela, muitas vezes surtado, pensando estar sendo perseguido por seres que se escondem nas dobras do piso. Anos depois ele seria diagnosticado com esquizofrenia. Já Mel Gibson é um professor autodidata, que fala várias línguas, contratado por uma comissão da universidade de Oxford para ajudar na elaboração de um novo dicionário de língua inglesa. O caminho desses dois homens se cruza quando o personagem de Gibson solta um panfleto "recrutando" voluntários para a elaboração do novo dicionário. O louco interpretado por Sean Penn responde a convocação e acaba se tornando um dos principais nomes nesse novo trabalho que durou anos e gerou frutos importantes dentro da academia inglesa.

O filme tem um tema que muito provavelmente não irá despertar a atenção de muitos espectadores. É obviamente algo mais intelectual, situado em um mundo não muito agradável, a das pessoas com problemas mentais, capazes de atos insanos de auto mutilação. De todos os personagens em cena, aquele interpretado por Sean Penn é o que desperta mais compaixão. Aqui temos um médico, um homem brilhante, que acaba sucumbindo à sua própria loucura, enquanto tenta se agarrar de alguma forma ao mundo da razão. Pelo brilhante trabalho de atuação, Penn acabou ofuscando Gibson, que afinal tem um papel secundário, embora importante, dentro da trama. O roteiro também revela um quadro de pouca ética entre os acadêmicos de Oxford, até porque eles começaram simplesmente a delegar suas funções, numa máxima de pouco esforço e trabalho. Quem acaba assim fazendo o trabalho árduo é um pobre coitado esquizofrênico, preso em uma prisão e na sua própria mente deteriorada. Quem poderia imaginar...

O Gênio e o Louco (The Professor and the Madman, Irlanda, 2019) Direção: Farhad Safinia / Roteiro: John Boorman, Todd Komarnicki / Elenco: Mel Gibson, Sean Penn, Natalie Dormer, Stephen Dillane / Sinopse: Dr. William Chester Minor (Sean Penn) é um médico americano que após um surto de esquizofrenia acaba matando uma pessoa inocente, que andava pelas ruas de Londres à noite. Condenado, é enviado para um manicômio psiquiátrico. James Murray (Mel Gibson) é um autodidata que passa a trabalhar no novo dicionário da universidade de Oxford. O destino acaba unindo a vida desses dois homens tão diferentes entre si.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

The First

Quando o homem vai pisar em Marte? Por enquanto só existem projetos sobre isso. Embora tecnicamente já seja possível enviar um homem para o planeta vermelho o fato é que não existem recursos e nem interesse econômico em colocar algo assim em frente. Seria muito dinheiro para pouco resultado. E como o que move a humanidade é basicamente o lucro, penso que ainda vai demorar algumas décadas para algo assim sair do papel. Provavelmente nossa geração não vai presenciar essa viagem. Pessimismos à parte, aqui temos uma série de ficção que se adianta no tempo para contar a primeira viagem do homem rumo à Marte. Logo no primeiro episódio temos toda a equipe reunida prestes a ser lançada pelo foguete, mas que acaba se tornando um desastre anunciado. Oito astronautas são incinerados quando o foguete vira uma bola de fogo no céu. Nada sobra, nada resta.

O veterano astronauta Tom Hagerty (Sean Penn) deveria estar na tripulação, mas por causa da idade fica apenas no treinamento dos demais membros da nave. Servindo como professor e também relações públicas da NASA ele acaba vendo seu sonho de ser o primeiro homem em Marte renascer após a morte dos astronautas. Será que o destino lhe guardaria esse presente? Assista a essa nova série para descobrir.

The First (Estados Unidos, 2018) Direção: Deniz Gamze Ergüven, Agnieszka Holland, Ariel Kleiman / Roteiro: AJ Marechal, Francesca Sloane, Beau Willimon / Elenco: Sean Penn, Natascha McElhone, LisaGay Hamilton / Sinopse: O filme conta a história do primeiro homem a ser enviado para Marte. Após uma desastrosa missão, onde todos os astronautas são mortos, a NASA começa a planejar uma nova viagem, mais compacta, comandada por astronautas veteranos, com excelente treinamento e experiência.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de julho de 2017

A Última Fronteira

A atriz Charlize Theron interpreta a diretora de uma organização não governamental que presta assistência médica em regiões de conflito e miséria na África ocidental. A região é devastada por uma guerra civil que parece nunca ter fim. Por essa razão todos os médicos que trabalham naquele lugar sofrem risco de vida. Durante uma viagem de reconhecimento, ela acaba se apaixonando por um cirurgião idealista, Miguel Leon (Javier Bardem). Inicialmente relutantes eles acabam vivendo um conturbado caso amoroso, bem no meio do caos do inferno do continente africano. O tipo de idealismo que move um médico que vai até a África trabalhar em organizações ao estilo "Médicos Sem Fronteiras" é algo admirável. Principalmente quando sabemos que todos eles podem ser mortos por guerrilheiros africanos a qualquer momento. Essa gente não deseja a paz e nem o bem das pessoas. Pelo contrário, quanto maior o dano promovido contra as populações, melhor é o resultado para esses grupos armados. Não é por outra razão que a África hoje é o continente onde mais se realizam massacres e genocídios em massa. Diante de um quadro tão avassalador é de se perguntar por que um médico europeu (ou americano) joga fora um bom trabalho em hospitais de primeira linha para ir trabalhar em um lugar que mais se parece o inferno na Terra?

O roteiro desse filme investe em duas linhas. Mostra o relacionamento problemático entre o casal de médicos e a situação de caos que vive essa parte da África. Há cenas de extrema brutalidade, principalmente quando milícias armadas invadem os acampamentos dos médicos estrangeiros ou quando seus comboios são assaltados, geralmente por crianças armadas até os dentes! Nada é tão ruim que não possa ser piorado no continente africano. Por fim fica a reflexão: por anos os africanos culparam o colonialismo europeu por seus problemas. Pois bem, passaram-se décadas de independência e a maioria dos países africanos continuam miseráveis e devastados por sangrentas e insanas guerras civis! De quem seria a culpa agora?

A Última Fronteira (The Last Face, Estados Unidos, 2016) Direção: Sean Penn / Roteiro: Erin Dignam / Elenco: Charlize Theron, Javier Bardem, Adèle Exarchopoulos / Sinopse: Wren (Charlize Theron) e Miguel Leon (Javier Bardem) são dois médicos que se apaixonam na África, durante uma expedição de ajuda médica a populações pobres da África ocidental. Filme indicado a Palma de Ouro no Cannes Film Festival.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Vidas em Jogo

Título no Brasil: Vidas em Jogo
Título Original: The Game
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Propaganda Films
Direção: David Fincher
Roteiro: John Brancato, Michael Ferris
Elenco: Michael Douglas, Sean Penn, Deborah Kara Unger, Carroll Baker
  
Sinopse:
Nicholas Van Orton (Michael Douglas) é um rico e solitário banqueiro que procura por algum sentido a mais em sua vida. Tendo conquistado sucesso profissional e riqueza, o que poderia lhe faltar? Para amenizar seu tédio existencial seu irmão lhe dá o convite para participar de um clube exclusivo de membros da alta sociedade. O que Nicholas nem desconfia é que está prestes a entrar em um jogo mortal.

Comentários:
Bom filme de ação e suspense que foi bem recebido (em termos) pela crítica na época de seu lançamento. Muitos críticos americanos chamaram a atenção para o fato do cineasta David Fincher ter realizado um filme bem irregular. Ele se mostra muito inteligente e bem roteirizado nas duas primeiras partes do enredo, porém quando chega ao seu terço final desaba para o puro clichê! Anos depois o diretor se defendeu dessas acusações dizendo que não tinha controle total sobre a produção, o que levou a ter que se submeter a escolhas pessoais do astro Michael Douglas, o que acabou prejudicando o filme como um todo. Visando sucesso comercial acima de tudo (afinal Douglas também assinou a produção desse filme) ele acabou cortando certos aspectos que poderiam transformar esse "The Game" em uma pequena obra prima. Optando pelo lado mais banal, que não fugisse muito do lugar comum, obviamente procurando por uma bilheteria maior, Douglas acabou prejudicando o filme. É a tal coisa, nem sempre atores bem sucedidos sabem escolher o que é melhor para um filme. Quando a função de astro de Hollywood se mescla a de produtor, as coisas geralmente desandam, como podemos ver nesse filme que poderia certamente ser bem melhor do que realmente é. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Loucos de Amor

Título no Brasil: Loucos de Amor
Título Original: She's So Lovely
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Nick Cassavetes
Roteiro: John Cassavetes
Elenco: Sean Penn, Robin Wright, John Travolta, James Gandolfini
  
Sinopse:
Maureen (Robin Wright) é uma jovem grávida de seu primeiro filho. Para seu desespero seu marido Eddie (Sean Penn) está sumido. Teria ele ido embora, com medo das responsabilidades? Não se sabe. Nervosa e com ansiedade ela resolve aceitar o convite do vizinho Kiefer (James Gandolfini) para ir em sua casa, tomar alguns drinks e relaxar, mas as coisas fogem do controle e ele tenta estuprá-la. Algum tempo depois Eddie retorna e descobre que a vida de sua ex-esposa está um completo caos emocional.

Comentários:
Esse filme chegou a ser premiado em Cannes e no Screen Actors, mas poucos ainda se lembram dele. Um filme chamado "Loucos de Amor" pode dar a falsa impressão de que se trata de uma daquelas comédias românticas bobas. Nada mais longe da verdade. Embora o lado emocional (e com um pouco de força, romântico) esteja presente nessa estória o que temos aqui é realmente um drama. Esse é aquele tipo de filme que você ia até a locadora nos anos 90 e acabava levando para casa apenas por causa do elenco. Mesmo naquela época a fita passou longe de ser muito popular ou ter muita repercussão, porém o fato é que a presença de Sean Penn e John Travolta compensava o risco. Além deles dois outros nomes chamam bastante a atenção. O primeiro é a presença no elenco de James Gandolfini. Ele interpreta um sujeito asqueroso que se esconde por trás de uma imagem de bonachão e gente boa. Embora fosse um veterano nas telas o ator ainda não era conhecido do grande público na época pois ele só iria se tornar famoso de verdade dois anos depois com a estreia da excelente série "Família Soprano". Já Robin Wright era esposa de Sean Penn quando o filme foi rodado. Sempre a considerei uma das atrizes mais subestimadas da história de Hollywood. Talentosa e competente nunca conseguiu ter o espaço que merecia. Assim deixo a indicação desse "She's So Lovely", uma crônica melancólica sobre os destinos que cada um partilha ao longo da vida.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Reviravolta

Título no Brasil: Reviravolta
Título Original: U Turn
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Oliver Stone
Roteiro: John Ridley
Elenco: Sean Penn, Jennifer Lopez, Nick Nolte, Billy Bob Thornton, Jon Voight
  
Sinopse:
Ferido, após ter dois dedos arrancados por agiotas violentos, Bobby (Sean Penn) decide fugir pelo deserto do Arizona em seu velho carro. Quando esse apresenta problemas mecânicos ele precisa parar no meio de uma pequena cidade. Lá acaba conhecendo um mecânico com problemas de retardo mental chamado Darrell (Billy Bob Thornton) e uma sensual mulher, Grace McKenna (Jennifer Lopez) que prontamente o seduz. O problema porém é que ela é casada com o violento Jack (Nick Nolte).

Comentários:
O diretor Oliver Stone entrou muito rapidamente em decadência em sua carreira. Se formos analisar bem sua filmografia vamos constatar que ele saiu da glória absoluta, com a consagração de seu "Platoon" no Oscar, para filmes sem maior repercussão em termos de público e crítica. Em menos de dez anos ele caiu muito em Hollywood. Seus filmes posteriores, apesar de ter certa qualidade, começaram a ser ignorados completamente. Um exemplo podemos encontrar aqui nesse "U Turn". Essa produção modesta (custo de apenas 9 milhões de dólares) sequer chegou aos cinemas brasileiros, sendo lançado diretamente no mercado de vídeo. Na verdade pouca gente comprou a ideia de ver um romance ardente (supostamente ardente, já que isso não se concretizou nas telas) entre o marrento Sean Penn e a inexpressiva Jennifer Lopez. Ok, a cantora poderia estar no auge de sua beleza física, mas como atriz era uma lástima. Pior é que Stone, apesar de ser um cineasta competente e veterano, insistiu nos poucos dotes dramáticos dela, comprometendo completamente o resultado final. Para não dizer que em termos de atuação o filme é um completo fracasso, vale lembrar as presenças talentosas do trio formado por Nick Nolte, Billy Bob Thornton e Jon Voight. Infelizmente nenhum deles tem muito espaço. Assim o filme naufraga completamente nas curvas de Jennifer Lopez, que como atriz não passava de uma boa cantora.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Na Natureza Selvagem

Título no Brasil: Na Natureza Selvagem
Título Original: Into the Wild
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Vantage
Direção: Sean Penn
Roteiro: Sean Penn, Jon Krakauer
Elenco: Emile Hirsch, Vince Vaughn, William Hurt, Marcia Gay Harden, Catherine Keener
  
Sinopse:
O personagem principal Chris McCandless (Emile Hirsch) é um jovem que após terminar o ensino médio resolve ganhar o mundo. Pega estrada e sai pelos Estados Unidos desfrutando de uma liberdade sem limites. Seu sonho é ir para o Alasca viver de forma completamente livre na natureza selvagem. No caminho até lá ele conhece pessoas, faz amizades e se apaixona. Filme baseado em uma história real. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Música (Eddie Vedder). Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Edição e Melhor Ator Coadjuvante (Hal Holbrook).

Comentários:
Grande filme, um dos melhores que assisti nos últimos anos. O livro no qual o roteiro foi baseado, escrito por Jon Krakauer, foi baseado em fatos reais (embora inicialmente o espectador acabe duvidando disso, já que a história é bem incomum realmente). Chris McCandless tinha ideias bem próprias sobre a vida e o mundo. Não se sabe até hoje qual foi a razão que o fez sair pelos Estados Unidos em busca de aventuras, mas o fato é que ele foi. Sua parada final seria o Alasca, região do qual ele tinha uma visão bem especial - na verdade um pouco fora da realidade também, utópica mesmo. O fato é que ele registrou tudo em fotos e em um pequeno diário onde contou parte de sua saga de auto descobrimento. Não irei antecipar nada em termos de desfecho, mesmo sendo um filme já com mais de sete anos de seu lançamento. O que posso dizer é que Sean Penn fez um trabalho maravilhoso, sólido e muito bem desenvolvido. O final, embora trágico, veio de certa maneira coroar uma visão de vida muito singular desse rapaz americano que ousou romper com as convenções sociais em busca da sua felicidade. Por sua coragem mereceu um filme tão fantástico como esse. Obra prima.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de maio de 2015

O Franco-Atirador

Título no Brasil: O Franco-Atirador
Título Original: The Gunman
Ano de Produção: 2015
País: Espanha, França, Inglaterra
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Pierre Morel
Roteiro: Jean-Patrick Manchette, Don MacPherson
Elenco: Sean Penn, Javier Bardem, Idris Elba, Jasmine Trinca
  
Sinopse:
Sean Penn interpreta Terrier, um mercenário americano que vai até a distante República Democrática do Congo. Sob a fechada de ser um membro de um grupo de ajuda humanitária ele é na verdade um assassino profissional, um franco-atirador disposto a matar qualquer um que se oponha aos interesses do grupo minerador estrangeiro poderoso que contratou seus serviços. Assim acaba matando um ministro de Estado do Congo, um sujeito que estava colocando em dúvida os milionários contratos de mineração de seu país. Após o assassinato Terrier descobre que ele próprio agora se tornou um alvo. Alguém quer matá-lo, numa típica operação de queima de arquivo. A questão porém é descobrir quem deseja que ele seja eliminado o mais rapidamente possível.

Comentários:
Que decepção Mr. Sean Penn! Alguns meses atrás o ator deu uma entrevista a um jornal inglês afirmando que o cinema comercial americano estava péssimo, apelando sempre para os mesmos roteiros sem inspiração, as mesmas cenas de ação tediosas e a uma fórmula que já não tinha mais o que dar em termos cinematográficos. Pois bem, depois de falar tudo isso o que o ator faz? Sim, um daqueles mesmos filmes de ação vazios que tanto criticou! Não sei onde Penn estava com a cabeça para estrelar essa fitinha comercial descartável. Logo ele, que vinha numa vibe bem mais artística, principalmente como cineasta, dirigindo pequenas preciosidades como "Na Natureza Selvagem", por exemplo. De repente o ator jogou suas convicções artísticas pela janela e resolveu estrelar essa produção sem nenhum atrativo, sem nenhuma novidade. O roteiro é um clichê da primeira à última cena. É aquele velho argumento de vingança, jogo de gato e rato e tudo o mais que você já deve estar farto de ver em tantos filmes americanos de ação semelhantes (a única novidade é que essa é uma produção feita na Europa que tenta imitar, sem muito sucesso, o que é realizado nos Estados Unidos). A impressão que tive foi que Sean Penn, aos 55 anos de idade, tenta voltar ao topo das bilheterias, seguindo os passos de seu colega Liam Neeson, que aos 62, entrou numa sucessão de filmes de ação cujo único objetivo se resume em fazer bonito em cinemas comerciais pelo mundo afora. Uma péssima escolha. Enfim, não recomendo o filme, é bem vazio e sem nenhuma proposta interessante de fato. A trama em si é mais do que previsível e você descobre quem está tentando matar o personagem de Penn com facilidade. Uma bobagem que será esquecida muito rapidamente. Não vale a pena o preço do ingresso no cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Além da Linha Vermelha

Título no Brasil: Além da Linha Vermelha
Título Original: The Thin Red Line
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Jim Caviezel, Sean Penn, Nick Nolte, John Cusack, Adrien Brody, John C. Reilly, Woody Harrelson, Jared Leto, John Travolta, George Clooney

Sinopse:
Baseado na obra de James Jones, que vivenciou todas as experiências que narrou ao lutar na II Guerra Mundial no Pacífico Sul. No enredo temos um grupo de soldados americanos lutando contra tropas japoneses em ilhas disputadas pelas duas nações. Filme indicado aos Oscars de Melhor Filme, Direção, Roteiro, Fotografia, Edição, Som e Música. 

Comentários:
Eu costumo dizer que o cineasta Terrence Malick não é para qualquer um. Ele cria um cinema sensorial, baseado em sensações e não em narrativas convencionais. É o tipo de artista que precisa de um espectador mais preparado, tanto do ponto de vista filosófico como intelectual. Eu mesmo confesso que só absorvi completamente a arte produzida por Terrence Malick em uma fase mais madura de minha vida. Esse é o tipo de diretor que não fará sua cabeça caso você seja um mero adolescente comum ou uma pessoa sem muito background cultural. Esse "Além da Linha Vermelha" foi consagrado lá fora, mas aqui em nossas fronteiras houve quem considerasse o filme chato ou melancólico demais. Na verdade Malick não está interessado em contar uma história de guerra ao estilo tradicional. O cenário está posto, o conflito é o ponto de referência, porém o grande desafio do diretor é passar a sensação de medo, terror, perplexidade que viveram aqueles homens, isso sob um ponto de vista puramente subjetivo, calcado em sensações humanas reais. Imagine ser um jovem americano jogado no meio de ilhas perdidas no Pacífico para enfrentar guerreiros japoneses completamente fanatizados, prontos para morrer em nome de seu império e imperador, considerado por eles naquele momento histórico como uma verdadeira divindade na Terra. Em vista disso há cenas belíssimas, explorando por exemplo a verde relva das colinas sendo suavemente afagadas pelo vento do Oceano, enquanto tiros voam pelos ares. Coisa de um verdadeiro gênio da sétima arte, certamente. 

Pablo Aluísio.