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terça-feira, 15 de novembro de 2022

O Sobrevivente

O filme se passa em um tempo em que uma grande pandemia mundial matou milhões de pessoas. Isso praticamente significou a queda da civilização tal como a conhecemos. Mas eis que surge uma jovem que parece ter imunidade ao vírus que se espalhou mundo afora. Ela pode ser a chave para a cura desta nova doença. Acaba indo parar na fazenda de um rancheiro solitário, interpretado por Jonathan Rhys Meyers. Ele tenta levar adiante aquela propriedade, mesmo sabendo que será tudo em vão, mais cedo ou mais tarde. O problema é que a garota também é alvo de perseguição por fanáticos extremistas. Entre eles está um pastor enlouquecido e alucinado, interpretado por John Malkovich. Ele colocou na cabeça que Deus o enviou em uma missão de salvação do mundo. Ele deve encontrar a jovem imune e ter um filho com ela. Esse filho será o Salvador da humanidade, o novo Messias.

Esse pastor enlouquecido é rodeado por um grupo de seguidores fanatizados, armados até os dentes. Olha só, me lembrou até mesmo de certos líderes religiosos aqui no Brasil. Pois bem, ele parte pra cima do rancheiro e da garota. E assim se trava uma luta de muita violência. Eu não diria que esse filme é ruim, mas eu diria que ele é bem banal. A boa premissa se perde rapidamente. O filme se mostra arrastado em certos momentos. O roteiro é preguiçoso. A partir de determinado momento tudo se resume em uma luta entre os personagens. Não há muita originalidade. No final o que sobra é um filme que desperdiça uma boa premissa em troca de nada.

O Sobrevivente (The Survivalist, Estados Unidos, 2021) Direção: Jon Keeyes / Roteiro: Matthew Rogers / Elenco: Jonathan Rhys Meyers, John Malkovich, Ruby Modine / Sinopse: Em um mundo devastado por uma pandemia mundial, um fazendeiro, uma garota em perseguição e um grupo de religiosos insanos travam uma luta de vida ou morte. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

No Limite do Mundo

O filme conta a história real do navegador inglês James Brooke (Jonathan Rhys Meyers). No século XVIII ele chegou em Bornéu, uma ilha maior em extensão territorial do que a própria Inglaterra. Só que o povo que ali vivia ainda era muito simplório e primitivo, pelo menos dentro da mentalidade de um europeu da época. No começo Brooke apenas queria estudar a fauna e a flora local pois tinha a intenção de publicar um livro sobre esse tema quando retornasse para Londres. Só que o tempo foi passando, ele foi ficando amigo dos nativos e para sua surpresa acabou sendo nomeado como uma espécie de Rajá local, um tipo de monarca daquele povo. Seus amigos que viajavam ao seu lado acharam tudo um absurdo, mas Brooke acabou assumindo sua nova posição com grande dedicação e responsabilidade. E quando a Marinha Real chegou na região acabou encontrando um Rei inglês dominando aquela terra esquecida por Deus.

Essa história acabou se tornando popular na Inglaterra na época, dando origem a uma série de livros e contos baseados nessa situação inusitada de um europeu que se tornava Rei em terras distantes. O livro "Heart of Darkness" de Joseph Conrad foi inspirado nesse caso. Anos depois esse livro seria adaptado ao cinema no clássico "Apocalypse Now". Outra referência cultural óbvia é "O Homem Que Queria Ser Rei" com Sean Connery. Assim nota-se perfeitamente a importância cultural da história de James Brooke. Dito isso, esse filme "No Limite do Mundo" conta bem sua história. Só não vá esperar por uma grande produção. O filme foi realizado no limite do que era necessário para o enredo, sem luxos. Ainda assim gostei do resultado. A história, o mais importante, merecia mesmo ser contada em um bom filme.

No Limite do Mundo (Edge of the World, Estados Unidos Inglaterra, 2021) Direção: Michael Haussman / Roteiro: Rob Allyn / Elenco: Jonathan Rhys Meyers, Josie Ho, Dominic Monaghan / Sinopse: O filme conta a história real de um explorador britânico que acaba virando Rei em uma região distante da civilização ocidental. Foi o homem que virou rei de povos dos mares do Sul.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de agosto de 2017

Borboleta Negra

Gostei bastante desse novo thriller de suspense. De certa maneira seu roteiro me lembrou até mesmo de "Misery - Louca Obsessão", aquele bom filme baseado na obra de Stephen King. Pois bem, as semelhanças são bem óbvias. A história conta a crise de criatividade que se abate sobre Paul (Antonio Banderas), um escritor. No passado ele fez sucesso com seus livros, sendo aclamado muito jovem por público e crítica. Depois desse começo arrebatador veio a crise. Ele entrou em um período ruim, onde não conseguia criar mais nada que fosse relevante. Com isso sua carreira entrou em declínio, sua esposa o deixou e ele resolveu se isolar, indo morar numa velha casa no meio do campo, sem nada e nem ninguém por perto. Isolamento completo. Numa manhã acaba resolvendo dar uma carona a um andarilho, Jack (Jonathan Rhys Meyers). Pouco tempo antes esse mesmo Jack o havia defendido de um caminhoneiro truculento em um bar da cidade.

Agora, para retribuir o favor, Paul resolve dar uma mão ao sujeito. Mais do que isso, o convida para ir em sua casa, tomar um banho, descansar um pouco. Só que Paul nem desconfia que Jack pode ser um homem bem perigoso. Se ouvisse as notícias que circulam na região, sobre um violento serial killer, teria mais consciência da armadilha que estaria se metendo. Falar mais seria estragar as surpresas do roteiro, que aliás usa e abusa de reviravoltas. Para se ter uma ideia com dez minutos de seu final a trama tem uma grande reviravolta, dessas de deixar todos com o queixo caído. E não fica por aí. No minuto final, mais uma enorme reviravolta! Penso que apesar de todas essas surpresas serem até bem boladas, não era necessário tanta montanha russa. Mesmo assim a diversão estará garantida. A dupla central é muito boa. Tudo bem que acreditar que Antonio Banderas seja um intelectual em crise seja um pouco demais, porém tudo é compensado pela boa atuação de Jonathan Rhys Meyers. Ele está bem magro e com aspecto ameaçador. O ator teve recentes problemas com drogas, o que acabou, mesmo de forma indireta, ajudando em seu trabalho. Então é isso, um bom thriller de suspense que faria até mesmo Stephen King assinar embaixo.

Borboleta Negra (Black Butterfly, Estados Unidos, Espanha, 2017) Direção: Brian Goodman / Roteiro: Marc Frydman, Justin Stanley / Elenco: Antonio Banderas, Jonathan Rhys Meyers, Piper Perabo / Sinopse: Escritor em crise, dominado pelo alcoolismo, entra em uma armadilha mortal ao resolver dar carona a um andarilho das estradas que conheceu em um bar local. O sujeito logo o joga em uma situação de vida e morte dentro de uma cabana perdida no meio do nada. Filme indicado ao Madrid International Film Festival.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Elvis

Elvis Presley (Jonathan Rhys Meyers) é um jovem caminhoneiro do interior dos EUA que resolve gravar um pequeno acetato em uma minúscula gravadora de sua cidade. A gravação amadora acaba despertando o interesse de Sam Phillips (Tim Guinee) que resolve contratar o rapaz profissionalmente. Após se apresentar com grande sucesso em shows ele acaba caindo nas garras de um empresário astuto e de uma grande gravadora multinacional que resolve investir no talento do novo cantor. "Elvis" é uma minissérie produzida pelo canal CBS contando a história daquele que provavelmente foi o maior ídolo musical da história americana. Tanto já foi escrito sobre Elvis que qualquer novo produto é recebido com olhos de lince. Esse aqui não escapou nem da mira dos especialistas no assunto e nem de uma consíderável parcela de fãs que não gostaram do resultado final. Também não ajudou em nada algumas declarações infelizes ditas pelo protagonista Jonathan Rhys Meyers sobre Elvis. Falou bobagem e mexeu em um vespeiro.

A despeito de tudo isso porém "Elvis" não é tão mal. Claro que há omissões, falhas, erros históricos e tudo mais. Além disso é incompleto pois o roteiro só enfoca até o famoso programa de Presley na NBC. Nada é mostrado de seus anos finais, de sua volta em Las Vegas e de tudo o que aconteceu na década de 1970 (algo imperdoável para muitos fãs - ainda mais hoje em dia já que essa parece ser a década preferida de considerável parcela do fã clube atual do astro). A caracterização de Jonathan Rhys Meyers tem altos e baixos. Em certos momentos ele se sai bem para em outros cair na mais ridícula caricatura. Alguns personagens importantes não ganharam o devido destaque, assim como pessoas secundárias em sua vida receberam tratamento além do razoável. A verdade pura e simples é que essa série recebeu apoio especial da empresa que controla os direitos de Elvis hoje em dia e isso significa que muita coisa foi manipulada em termos de script e argumento. No fritar dos ovos vale como curiosidade apenas, principalmente para quem é mais envolvido com a música, a história e os produtos ligados ao Elvis real. Não foi dessa vez que o Rei do Rock ganhou sua biografia definitiva nas telas. Vamos aguardar que um dia isso aconteça.

Elvis (Elvis, Estados Unidos, 2005) Direção: James Steven Sadwith / Roteiro: Patrick Sheane Duncan / Elenco: Jonathan Rhys Meyers, Randy Quaid, Rose McGowan, Tim Guinee, Antonia Bernath, Robert Patrick, Camryn Manheim / Sinopse: "Elvis" conta a história do famoso cantor norte-americano que revolucionou a música mundial na década de 1950. Considerado o Rei do Rock foi figura de ponta no surgimento da mais popular gênero musical do século XX.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Drácula

Dracula 1.05 - The Devil's Waltz
Dracula vai ficando cada vez mais interessante. A direção de arte está cada vez mais caprichada e os roteiros vão melhorando a cada episódio. É o que sempre digo, algumas vezes as séries começam meio sem rumo certo mas aos poucos vão acertando os ponteiros. O melhor nesse episódio é que ficamos sabendo com mais detalhes o começo da amizade entre Alexander Grayson (Jonathan Rhys Meyers) e seu fiel escudeiro, o sr. R.M. Renfield (Nonso Anozie). Enquanto a ordem tortura Renfield de forma violenta, Grayson sai pelas ruas de Londres literalmente farejando o paradeiro de seu amigo e braço direito. Também nesse episódio temos finalmente a festa de noivado de Mina Murray e Jonathan Harker, onde o conde vampiro quase perde as estribeiras ao dançar com sua amada Mina. Ela disfarça bem mas também está apaixonada por ele. E para fechar o enredo, para infelicidade do nobre vampiro, as experiências que lhe permitiriam andar a luz do dia continuam a não dar o resultado esperado. Pelo jeito o velho ser noturno continuará a caminhar por Londres apenas após o sol desaparecer no horizonte. Gostei bastante desse episódio, como disse no começo do texto, Drácula vai melhorando a cada novo programa. Torço para que siga em frente, apesar dos inúmeros problemas do ator Jonathan Rhys Meyers em sua vida pessoal.

Dracula 1.09 - Four Roses
Drácula volta ao século XIX para se vingar de todos os que lhe aprisionaram por centenas de anos. Seu alvo é a Ordem do Dragão, uma sociedade secreta formada por ricos empresários e industriais que combatem as forças do mal, caçando vampiros e seres noturnos por toda a Europa. Usando o disfarce de um milionário americano chamado Alexander Grayson, Drácula pretende destruir cada um deles, de forma implacável. Que pena que o canal NBC não irá renovar mais Drácula para a segunda temporada. Canais abertos possuem esse tipo de problema pois ficam muito à mercê da audiência que não pode sequer ser mediana. Se "Drácula" tivesse sido produzido por um canal como AMC ou Showtime certamente continuaria em frente. Bom, as sombras do cancelamento já ficam bem expostas nesse penúltimo episódio. O que vinha se desenvolvendo em um nível mais intelectual parte para a violência cada vez mais presente - procurando com isso, é claro, ganhar mais audiência. Nesse episódio em particular Drácula perde a paciência com os planos conspiratórios de Van Helsing e adota seu velho estilo de trucidar inimigos. Ao mesmo tempo resolve abrir o jogo com o amor de sua vida, a bela Lucy enquanto transforma Nina em um ser da noite como ele. Repito, apesar de ter começado meio cambaleante essa série tinha tudo para tomar ótimos rumos com o tempo. Infelizmente os crescentes problemas com drogas do ator Jonathan Rhys Meyers e a audiência apenas morna foram cruciais para o seu cancelamento definitivo. É de se lamentar mesmo pois tinha muito potencial pela frente. A última esperança talvez seja algum canal mais alternativo bancar uma segunda temporada (algo que aconteceu com, por exemplo, "Damages") embora reconheça que não vai ser nada fácil isso acontecer novamente. / Dracula 1.09 - Four Roses (EUA, 2014) Direção: Tim Fywell / Roteiro: Cole Haddon, Daniel Knauf / Elenco: Jonathan Rhys Meyers, Jessica De Gouw, Thomas Kretschmann.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Drácula

Alguns personagens jamais desaparecem, seja do cinema, seja da TV. Uma prova disso é essa nova série do canal NBC que está estreando nos Estados Unidos. "Drácula" procura revitalizar o lendário conde vampiro criado pelo escritor Abraham "Bram" Stoker. Aqui ele surge no século XIX após passar séculos aprisionado em uma cripta escondida. Dois caçadores de tumbas adentram seu repouso e abrem seu caixão. Má ideia. De volta à vida o infame monstro vai até Londres onde começa a se passar por magnata americano. Ao que tudo indica ele busca vingança contra a chamada Ordem do Dragão que o aprisionou no passado. Mesmo decorrido 300 anos a sociedade secreta ainda sobrevive, agora formado por milionários e empresários do Petróleo. Assim Drácula, agora com nova identidade, tenta vender uma nova forma de energia pura, sem fios e perigo. Seu objetivo se torna claro pois o que ele pretende mesmo é arruinar seus antigos algozes no que lhes é mais caro: dinheiro e poder.

Após assistir ao primeiro episódio pude tirar algumas conclusões desse novo Drácula da TV. A primeira diz respeito à boa produção. Direção de arte muito caprichada, que procura usar como fonte de inspiração os antigos filmes do vampiro nos estúdios Hammer. isso fica bem nítido durante uma luta de Drácula contra um inimigo nos telhados de uma Londres escura e sinistra. A cena, para quem conhece bem os filmes da Hammer, está em um dos primeiros filmes de Drácula com Christopher Lee no papel principal. Assim em termos de bom gosto em figurinos, cenários, etc, não há realmente o que reclamar. Também gosto bastante do trabalho do ator Jonathan Rhys Meyers que aprendi a admirar na ótima série "The Tudors" onde ele interpretou magistralmente o Rei Henrique VIII. Mas nem tudo são flores nessa nova adaptação. O principal problema que pude perceber aqui foi realmente o roteiro truncado. Inicialmente Drácula começa bem, sofre uma pequena queda de interesse quando o vemos como um empresário americano e depois melhora um pouco no final quando o seu lado monstro volta a surgir. Com tantas idas e vindas percebi claramente uma irregularidade ao longo da estória mas mesmo assim acredito que passados os primeiros episódios a série pode se tornar acima da média. Afinal de contas todos os elementos parecem estar presentes, só falta mesmo melhorar um pouco o roteiro, dando-lhe um foco mais claro e objetivo, sem tantos sobressaltos. No geral me convenceu a seguir acompanhando. Tem problemas sim mas pelo que vi no primeiro episódio até criei boas expectativas sobre o futuro de Drácula da NBC. É esperar para ver.

Drácula (Dracula, Estados Unidos, 2013) Direção: Andy Goddard, Steve Shill / Roteiro: Cole Haddon, Rebecca Kirsch / Elenco: Jonathan Rhys Meyers, Robert Bathurst, Miklós Bányai / Sinopse: Drácula (Jonathan Rhys Meyers), um vampiro secular, é trazido de volta ao mundo por um grupo de exploradores. Na Londres do século XIX ele se faz passar por um magnata americano. Seu objetivo é perseguir os membros da Ordem do Dragão que no passado o aprisionaram por séculos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Dupla Implacável

A carreira de John Travolta já morreu e renasceu tantas vezes que fica até complicado de acompanhar. Esse "Dupla Implacável" é mais um tentativa do ator em voltar ao topo. Com visual esquisito, careca e cavanhaque o ex astro de musicais agora quer convencer como um tipo durão, próprio para filmes de ação. Ao seu lado está Jonathan Rhys Meyers que apesar do sucesso na TV com a boa série The Tudors nunca conseguiu emplacar no cinema. E não foi dessa vez que conseguiu. A produção não é toda ruim, tem coisas interessantes mas não conseguiu colocar nem Travolta e nem Meyers no rumo do sucesso nas telas. Na verdade fui assistir esse filme com as expectativas mais baixas possíveis. Pensei que seria apenas um filmeco de ação passado em Paris. Bom, até que me surpreendi pois o filme é um thriller eficiente sobre atentados terroristas. Claro que o roteiro é simples (para não dizer simplório) mas mesmo assim diverte. John Travolta faz mais uma variação do tipo que vem apresentando nos últimos filmes. Aliás ele está totalmente fora de forma o que compromete a veracidade nas cenas que exigem mais vigor físico (como a que ele persegue uma terrorista em um telhado parisiense). 

Por falar em Paris, a decisão de fazer o filme por lá foi bem acertada, pois a cidade ainda continua linda (embora tenha sido pouca aproveitada em cena). Jonathan Rhys Meyers está apenas correto e no fundo serve de escada para Travolta. Para quem procura um sucesso para fazer a transição para o mundo do cinema o filme foi uma bola fora, já que não fez sucesso e deu prejuízo financeiro. Muitos culparam o diretor Pierre Morel pelo fracasso comercial mas o que esperavam de um sujeito que foi o roteirista de "Carga Explosiva"? Enfim, o filme não cumpriu sua missão de transformar John Travolta em herói de filmes de ação. Fica para a próxima tentativa então.  

Dupla Implacável (From Paris With Love, Estados Unidos, 2010) Direção: Pierre Morel / Roteiro: Adi Hassal baseado em estória original de Luc Besson / Elenco: John Travolta, Jonathan Rhys Meyers, Kassia Smutniak / Sinopse: Dois americanos em Paris se envolvem com um grupo de terroristas franceses. 

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

The Tudors: A Realeza nas Telas!

A monarquia britânica sempre esteve em alta nas telas dos cinemas e em programas de TV. Ultimamente porém tem aumentado e muito o interesse sobre as vidas das famílias imperiais da Europa e em especial da família real inglesa. Vários filmes e um seriado em especial tem reavivado o interesse na longa história dos reis e rainhas britânicas. Além de acompanhar The Tudors, recentemente assisti vários filmes enfocando o tema de forma brilhante: A Duquesa, A jovem Vitória e O Homem que não Vendeu sua Alma. Começando pela telinha, recomendo um dos melhores seriados atualmente intitulado The Tudors. Estrelado pelo ator Jonathan Rhys Meyers no papel de Henrique VIII, The Tudors é uma ótima produção que vem conquistando cada vez mais audiência na Europa e EUA. Como todos sabem o rei Henrique VIII representou como poucos o auge do absolutismo da monarquia na Europa. Irascível, tirano e perseguidor, Henrique entrou para a história ao romper com a Igreja Católica em seu país por uma questão pessoal o que o levou a fundar a Igreja Anglicana da Inglaterra.

O seriado agora se encontra na terceira temporada, no período posterior a morte de sua terceira esposa, Jane Seymour. As temporadas seguintes enfocaram a longa luta de Henrique para anular seu casamento com sua primeira esposa, Catarina, e contrair matrimônio com Ana Bolena, sua amante. A luta de Henrique contra a Igreja e o Papa, que se negou a anular sua primeira união, é analisada em detalhes, embora a série não seja 100% fiel aos fatos. A intenção dos produtores nunca foi mesmo a de ser historicamente impecável, apenas de contar uma bela história de amor e poder. Nesse ponto foram extremamente bem sucedidos, pois a série é bem recomendada até mesmo para quem nunca gostou muito de história na escola. Nesse caso o seriado pode muito bem ser encarado como um belo romance de época.

A mesma trama envolvendo a corte de Henrique VIII é também o foco do filme O Homem que não vendeu sua Alma. Embora a época do auge Tudor seja tratado de forma honesta o filme se perde um pouco ao analisar a história de Thomas More, o chanceler real, que se negou a romper com sua fé católica em favor de Henrique e que pagou caro por ter mantido firme sua posição. O filme foi premiado com o Oscar e é um marco da história do cinema, porém é um pouco superficial do ponto de vista histórico. Embora Thomas More sem dúvida seja um personagem cativante, que procurou manter firme suas convicções até o fim, o filme deixou de retratar o lado mais sombrio de sua biografia, pois é fato que ele mandou centenas de pessoas para a fogueira, principalmente luteranos. Ao invés de mostrar tanto o seu lado positivo como negativo, a narrativa se concentrou apenas no lado virtuoso de More, o que pode levar muitos a considerá-lo um tipo de mártir do catolicismo. A própria Igreja Católica inclusive ignorou esse lado mais obscuro e o canonizou em 1935. Enfim, por ser parcial demais o Homem que não vendeu sua Alma não é dos mais indicados para os que querem conhecer a fundo o período Tudor na história inglesa.

Para os que desejam algo mais ameno dois recentes filmes são altamente recomendados. O primeiro é A Duquesa. Aqui somos apresentados à história da Duquesa de Devonshire que é brilhantemente interpretada pela atriz Keira Knightley. Essa nobre é uma antepassada da própria Princesa Diana e ficou famosa pela intensa luta que travou em favor de vários direitos feministas. O filme é belíssimo, de encher os olhos com a maravilhosa produção de época. Nesse mesmo estilo temos ainda a nova produção de Martin Scorsese, A Jovem Vitória. A película mostra os primeiros anos de reinado da Rainha Vitória, que simbolizou para muitos o auge do Império Britânico e deu nome a toda uma era, a chamada Era Vitoriana. O filme em si é uma aula de bom gosto, lindos figurinos e impecável reconstituição de época. Ótimo. Em suma, ficam aí as dicas para quem deseja ter belos momentos de entretenimento e descontração com bastante estilo e elegância.

Pablo Aluísio.