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terça-feira, 22 de agosto de 2023

Cavaleiros de Aço

Título no Brasil: Cavaleiros de Aço
Título Original: Knightriders
Ano de Lançamento: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: United Film Distribution Company
Direção: George A. Romero
Roteiro: George A. Romero
Elenco: Ed Harris, Gary Lahti, Tom Savini, Christine Forrest, Patricia Tallman, John Amplas

Sinopse:
O filme mostra a vida na estrada de um grupo de artistas, atores e atletas que trabalham em um espetáculo circense que mistura as lendas do Rei Arthur com motos possantes e corridas de alta velocidade. Ao chegarem em uma pequena cidade onde vão se apresentar logo entram em choque com o xerife local. 

Comentários:
Só posso dizer uma coisa: que filme legal! Nos anos 70 um show de motos estrelado pelo motociclista e maluco de plantão Evel Knievel se tornou bem popular nos Estados Unidos. E esse foi o pontapé inicial desse roteiro muito fora dos padrões escrito pelo "Rei dos Zumbis" George Romero. Só que aqui ele deixou o terror podreira de lado para um tipo de filme que seria mais comercial nos cinemas. O elenco tinha de tudo, desde o talentoso Ed Harris (ainda tinha cabelo na época!) a coelhinhas de Playboy tentando ganhar um lugar ao sol em Hollywood! Deu certo, o filme é bem divertido mesmo. Além disso procura desenvolver os personagens que no fundo sao pessoas meio perdidas em busca de um propósito na vida. Enquanto nao encontram, elas sobem em suas motos para uma série de loucuras pelas estradas dos Estados Unidos. E todo mundo vestido de cavaleiro medieval! Quer coisa mais legal que isso?

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de julho de 2023

Westworld - Quarta Temporada

Westworld - Quarta Temporada 
Eu fiquei impressionado como essa série terminou mal! Um daqueles casos bem típicos onde a história já tinha terminado lá atrás, mas que os produtores resolveram seguir em frente de todo jeito, visando obter única e exclusivamente o lucro fácil. Vamos colocar as cartas na mesa. Westworld acabou na segunda temporada. A terceira já havia sido bem ruim, então nessa quarta temporada simplesmente não há mais o que salvar. Não tem mais história para contar, essa é a verdade, como eu já escrevi. Uma enrolação absolutamente irritante!

Os anfitriões agora dominam a humanidade e aos poucos vão eliminando as pessoas, trocando por robôs com inteligência artificial. Lendo assim parece algo mais do que interessante, mas tire o cavalinho da chuva. Tudo é tão mal escrito, com personagens dispersos que perdem a importância que o espectador logo perde completamente o interesse pelos acontecimentos. E a série perdeu aspectos que faziam as primeiras temporadas serem ótimas, como o uso elegante de efeitos digitais e o mistério por trás de todos os acontecimentos. Só sobrou mesmo nessa temporada 4 a decepção completa de quem havia curtido as temporadas anteriores. Enfim essa quarta e última temporada de Westworld é ruim de doer! 

Westworld - Quarta Temporada (Estados Unidos, 2022) Direção: Richard J. Lewis, entre outros / Elenco: Evan Rachel Wood, Ed Harris, Aaron Paul, Rodrigo Santoro, Thandiwe Newton, Jeffrey Wright. / Sinopse: Quarta temporada exibida originalmente nos Estados Unidos entre os meses de junho a agosto de 2022. Uma temporada que conta com o total de 8 episódios.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de outubro de 2022

Westworld - Quarta Temporada

Westworld - Quarta Temporada
Essa temporada foi exibida originalmente nos Estados Unidos entre os meses de junho a agosto de 2022. Uma temporada que conta com o total de 8 episódios. A produção continua sendo realizada pela HBO. Segue basicamente a mesma linha narrativa da temporada anterior, com poucas mudanças. Conforme for assistindo aos episódios irei comentar abaixo. Segue os reviews de cada episódio em detalhes.

Westworld 4.01 - The Auguries
Aqui vai uma pequena dose de sinceridade. Eu quase não retornei para ver essa nova temporada de tão fraca que achei a anterior. A série começou muito bem. As duas temporadas iniciais são praticamente perfeitas, primorosas. Infelizmente, os roteiristas foram perdendo a mão. Os roteiros se perderam na criação de um universo muito amplo e com essa ampliação, tudo ficou fora de foco e sem maior direção. Esse primeiro episódio se passa 7 anos depois do último episódio da temporada anterior. Velhos aliados e velhos inimigos voltam a se encontrar em eventos que parecem ser aleatórios. Eu só espero que a série consiga retomar o nível de qualidade das primeiras temporadas. Não é impossível, mas confesso que pode ser improvável. Vamos esperar pelo melhor. / Westworld 4.01 - The Auguries (Estados Unidos, 2022) Direção: Richard J. Lewis / Elenco: Evan Rachel Wood, Ed Harris, Aaron Paul, Rodrigo Santoro, Thandiwe Newton, Jeffrey Wright.

Westworld 4.02 - Well Enough Alone
Os anfitriões estão espalhados por toda a sociedade humana. Inclusive o personagem interpretado pelo ator Ed Harris, não passa de uma anfitrião. O verdadeiro empresário está preso em uma instalação de alta segurança, sendo submetido a torturas diárias. Um aspecto interessante do roteiro desse episódio vem no final, quando eles são transportados para um novo parque de diversões. Ao invés do velho Oeste, esse aqui recria o mundo dos gangsters na década de 1920. Pelo visto, os próximos episódios vão explorar justamente esses tempos de Al Capone para manter o interesse do espectador na série que vem caindo de audiência a cada episódio exibido. Definitivamente não é fácil manter uma série como Westworld nas primeiras posições entre os programas mais vistos. Pelos últimos números tímidos de audiência, provavelmente essa seja a última temporada. Vamos ver no que tudo isso vai resultar. / Westworld 4.02 - Well Enough Alone (Estados Unidos, 2022) Direção: Craig William Macneill / Elenco: Evan Rachel Wood, Thandiwe Newton, Jeffrey Wright.

Westworld 4.03 - Années Folles
Westworld 4.04 - Generation Loss
Em minha opinião, as coisas não andam muito bem nesta quarta temporada. Os roteiristas andam batendo cabeça em busca de um fio narrativo para seguir. Histórias vão acontecendo de forma aleatória, sem muito foco. Mas ainda se salvam algumas poucas coisas realmente boas, como o pistoleiro, interpretado pelo ator Ed Harris. Ele está de volta e como sempre, pronto para uma boa briga. Já o personagem Caleb Nichols do ator Aaron Paul descobre que entrou em um hiato temporal. No quinto episódio, ele descobre que já se passaram décadas desde que ele tinha consciência do que realmente estava acontecendo. Sua amada família, inclusive, já está toda morta. É um choque para ele, que tenta se reencontrar no meio de tanta confusão. O espectador, não se enganem sobre isso, também anda meio perdido nessa série que parece que perdeu o rumo dos bons roteiros. / Westworld 4.03 - Années Folles / Westworld 4.04 - Generation Loss (Estados Unidos, 2022) Direção: Paul Cameron. 

Westworld 4.06 - Fidelity
Roteiro ainda confuso, mas tentando se encontrar, pena que está nos últimos episódios. Aqui o personagem do Aaron Paul descobre, entre outras coisas, que ele é apenas um das dezenas de cópias que foram feitas dele mesmo. Ele tenta pular de uma altura grande e desccobre que tem duas outras cópias dele lá no chão. Tentaram a mesma saída! Tenso! No final todas as suas cópias são devidamente incineradas, o que nos leva a crer que esse é ponto final de seu personagem na série, afinal só restariam dois episódios para o fim definitivo da história. O resto do episódio achei fraco, sem foco e disperso. Bem cansativo aliás. /  Westworld 4.06 - Fidelity (Estados Unidos, 2022) Direção: Andrew Seklir / Elenco: Aaron Paul, Jeffrey Wright

Westworld - Quarta Temporada - Conclusão Final
Eu fiquei impressionado como essa série terminou mal! Um daqueles casos bem típicos onde a história já tinha terminado lá atrás, mas que os produtores resolveram seguir em frente de todo jeito, visando obter única e exclusivamente o lucro fácil. Vamos colocar as cartas na mesa. Westworld acabou na segunda temporada. A terceira já havia sido bem ruim, então nessa quarta temporada simplesmente não há mais o que salvar. Não tem mais história para contar, essa é a verdade, como eu já escrevi. Uma enrolação absolutamente irritante!

Os anfitriões agora dominam a humanidade e aos poucos vão eliminando as pessoas, trocando por robôs com inteligência artificial. Lendo assim parece algo mais do que interessante, mas tire o cavalinho da chuva. Tudo é tão mal escrito, com personagens dispersos que perdem a importância que o espectador logo perde completamente o interesse pelos acontecimentos. E a série perdeu aspectos que faziam as primeiras temporadas serem ótimas, como o uso elegante de efeitos digitais e o mistério por trás de todos os acontecimentos. Só sobrou mesmo nessa temporada 4 a decepção completa de quem havia curtido as temporadas anteriores. Enfim essa quarta e última temporada de Westworld é ruim de doer! 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Top Gun: Maverick

O maior sucesso de bilheteria do ano de 2022 é uma continuação bem tardia de um filme dos anos 80. Quem poderia imaginar? "Top Gun: Maverick" já está perto de faturar um bilhão e meio de dólares. Um sucesso espetacular, ainda mais em se tratando de uma época em que a pandemia ainda está no ar. E o filme cumpre muito bem seu papel. A história em si é básica. O veterano piloto Maverick está de volta para a classe dos melhores da marinha. Isso após participar de um teste mal sucedido de um avião supersônico. Ele vai até o limite, como sempre, e o avião acaba se despedaçando por causa de sua conhecida rebeldia contra ordens superiores. E esse tipo de personalidade levou Maverick a estagnar na carreira militar. Mesmo após quase 40 anos, ele ainda continua um Capitão. Enquanto isso, pessoas de sua época como Iceman estão nos mais altos postos da marinha. Iceman, interpretado por Val kilmer, é um almirante e comandante da frota no pacífico. Maverick segue como piloto de caça. E é justamente essa ligação entre eles que se constrói o alicerce narrativo principal do filme. 

Maverick é chamado para coordenar e ensinar jovens pilotos da marinha a executarem uma missão dita como impossível. Eles devem invadir o território inimigo e bombardear uma usina de enriquecimento de urânio. O nome deste país nunca é citado, mas tudo leva a crer que se trata do Irã. O filme assim se desenvolve. Existe o aspecto objetivo da missão a se cumprir e pequenos detalhes humanos no roteiro sobre o personagem de Maverick. Ele reencontra um velho amor do passado e tem que lidar com o filho de Goose, um antigo companheiro de caça que morreu em um desastre aéreo, no primeiro filme. O que mais me admirou aqui foi ver o vaidoso Tom Cruise aceitar participar de diálogos que, de certa forma, o tornam um velho. Em certo momento do filme, um jovem piloto o chama de vovô! Quem diria que isso poderia acontecer em um filme com Tom Cruise? 

De qualquer maneira, temos aqui um filme muito bom, divertido e que apenas poderia ter usado melhor aquela excelente trilha sonora incidental dos anos 80. Aquele tema tão conhecido é usado apenas timidamente em alguns breves momentos. Top Gun: Maverick é um filme sem maiores pretensões em termos de história e desenvolvimento psicológico dos personagens, mas que cumpre muito bem seu papel de ser um filme blockbuster de verão. Talvez os produtores de Hollywood tenham aprendido alguma lição com esse sucesso todo. Que tal voltar a fazer bons filmes? Como eram aqueles que assistíamos nos anos 80? Acho que o público em geral já está meio cansado de tanto super-herói. Top Gun: Maverick prova justamente isso.

Top Gun: Maverick (Estados Unidos, 2022) Direção: Joseph Kosinski / Roteiro: Peter Craig, Ehren Kruger / Elenco: Tom Cruise, Val Kilmer, Jon Hamm, Jennifer Connelly, Ed Harris, Miles Teller, Bashir Salahuddin / Sinopse: Veterano Capitão da marinha dos EUA é enviado para treinar um grupo de jovens pilotos Top Gun. O objetivo é realizar uma missão em território inimigo. Eles devem destruir uma base de enriquecimento de urânio em um país hostil do Oriente Médio.

Pablo Aluísio. 


domingo, 1 de maio de 2022

A Filha Perdida

Mais um filme da lista do Oscar 2022. O filme conta dois momentos da vida da professora universitária Leda, um no passado, outro no presente. Quando tinha apenas vinte e poucos anos o seu sonho era entrar no mundo acadêmico, se tornar professora em uma boa universidade no norte dos Estados Unidos. Ela segue estudando e escrevendo artigos e fica muito feliz quando recebe uma oferta de emprego. Só que ela tem marido, duas filhas e tudo fica mais complicado. No passado a protagonista é interpretada pela atriz Jessie Buckley. Já no tempo presente encontramos Leda como uma mulher madura que vai até a Grécia passar um mês de férias. Divorciada, sozinha, ela só quer um tempo para escrever alguns artigos e esfriar a cabeça. Só que viajar para outro país de férias sozinha também traz seus riscos.

O grande tema desse roteiro é a discussão entre maternidade e vida profissional. Algumas mulheres sofrem muito para conciliar esses dois aspectos da vida. No caso de Leda ela tem duas filhas e ao mesmo tempo tenta entrar em um mercado de trabalho muito competitivo que é o mundo acadêmico e universitário. Tem que se esforçar muito, estudar muito, mas como fazer isso com duas filhas pequenas? Outro tema em discussão é que muitas mulheres simplesmente não possuem vocação para serem mães. A sociedade muitas vezes impõe isso a elas, como pressão social, gerando mulheres infelizes e frustradas. A personagem interpretada pela atriz Dakota Johnson vem para reforçar que isso atravessa gerações, não apenas no passado, mas no presente também. Ela é uma jovem mãe e não está nada satisfeita com esse papel.

Um filme que gostei, tanto do ponto de vista da proposta do roteiro como também pela bela interpretação de todo o elenco feminino. Aliás duas das atrizes que atuam no filme foram indicadas ao Oscar, algo raro de acontecer. Jessie Buckley, que interpreta a personagem principal em sua época de juventude, foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Já a velha Leda, interpretada por uma ótima Olivia Colman, rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Nada mal para um filme que discute a mulher, em fases diferentes da vida e os desafios que surgem pela frente.

A Filha Perdida (The Lost Daughter, Estados Unidos, 2021) Direção: Maggie Gyllenhaal / Roteiro: Maggie Gyllenhaal / Elenco: Olivia Colman, Jessie Buckley, Dakota Johnson, Ed Harris, Peter Sarsgaard / Sinopse: A vida de uma mulher, uma professora universitária, em dois momentos distintos de sua vida. Quando jovem e mãe de duas crianças pequenas e na fase da maturidade quando tenta encontrar paz e tranquilidade numa viagem de férias na Grécia.  Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz (Olivia Colman), melhor atriz coadjuvante (Jessie Buckley) e melhor roteiro adaptado (Maggie Gyllenhaal).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Trocas Macabras

Essa era uma adaptação para o cinema de um livro de Stephen King que ainda permanecia inédito para mim. Dirigido pelo filho do ator Charlton Heston, Fraser Clarke Heston, se trata no final das contas de um filme menor baseado na obra do famoso escritor. A primeira coisa que notei logo quando comecei a assistir foi a incrível semelhança de enredo com a recente série (já cancelada) "Happy Town". A premissa é exatamente a mesma: um misterioso vendedor de antiguidades chega em uma pequena cidade do interior dos EUA e de uma forma ou outra vai influenciando a vida dos moradores locais. Sua pequena loja comercial é bem sinistra e sua figura misteriosa logo chama a atenção de todos os habitantes da cidadezinha. Stephen King mais uma vez se utiliza de um cenário bucólico para contar suas tramas de terror. Geralmente ele usa essas pequenas comunidades como palco para seus personagens incomuns. Ele os manipula em um intrigado jogo de mistérios, identidades secretas e muito mais.

O grande trunfo de "Trocas Macabras" é seu elenco que dá vida a essas peças do xadrez manipuladas por Stephen King. Embora a direção seja apenas mediana os atores se destacam, a começar pelo grande Max von Sydow. Seu papel ajuda muito, é verdade, mas o mérito é realmente dele. O fato de apenas instigar os demais a cometerem certos atos, ao invés dele mesmo promover o mal, vai muito de encontro ao que diz as próprias escrituras. Livre arbítrio, acima de tudo. Achei esse aspecto muito inteligente por parte do texto de King, tudo devidamente aproveitado por Sydow. Ed Harris também é um ator muito bom, embora aqui esteja um pouco histérico demais. Faltou um pouco mais de sutileza e sensibilidade em sua atuação. Enfim, "Trocas Macabras" não figura entre os melhores filmes baseados nos livros de Stephen King mas mantém o interesse, mesmo que não leve até as últimas consequências sua premissa inicial. Vale ser conhecido seja você fã de King ou não.

Trocas Macabras (Needful Things, Estados Unidos, 1993) Direção: Fraser Clarke Heston / Roteiro: W.D. Richter baseado em uma livro de Stephen King / Elenco: Max von Sydow, Ed Harris, Bonnie Bedelia, Amanda Plummer / Sinopse: Um forasteiro misterioso chega numa pequena cidade do interior dos EUA e lá abre uma pequena loja de antiguidades. Aos poucos sua presença no local começa a influenciar na vida dos moradores da cidadezinha. 

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de agosto de 2021

Meu Nome é Radio

O ator Cuba Gooding Jr ganhou o Oscar cedo em sua carreira. Melhor dizendo... foi cedo demais! Com isso ele foi atingido em cheio com a tal "maldição do Oscar" que segundo a lenda urbana acaba destruindo a carreira de atores e atrizes que levaram o cobiçado prêmio máximo de Hollywood em uma fase ainda muito precoce de suas carreiras. Dizem as más línguas que a inveja dos veteranos e veteranas, que muitas vezes ficam décadas sem nem ao menos ser indicados, leva ao boicote da vida artística desses jovens premiados. E depois disso tudo vai por água abaixo, é ladeira à toda velocidade. Até que faz sentido se formos analisar nesse ponto de vista. A inveja e o ressentimento se tornam armas poderosas nas mãos de pessoas poderosas e ricas em Hollywood.

Pois bem, Cuba Gooding Jr pensou que teria novas chances no Oscar com esse "Meu Nome é Radio". Claro que não deu certo! Como escreveu um mordaz crítico nos Estados Unidos, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. E olha que apesar de tudo não considero esse um filme ruim. Poderia até dizer que o roteiro é um pouco fraco, mas não chega a ser nem perto do desprezível. Tem um elenco coadjuvante muito bom, contando com o sempre bom Ed Harris. Só que é aquela coisa, os veteranos não iriam deixar passar em branco as pretensões do Cuba. Com isso ele ganhou uma indicação sim, mas não foi do Oscar, foi do Framboesa de Ouro! Que maldade...

Meu Nome é Radio (Radio, Estados Unidos, 2003) Direção: Michael Tollin / Roteiro: Mike Rich, Gary Smith / Elenco: Cuba Gooding Jr, Ed Harris, Debra Winger / Sinopse: O filme conta a história de um treinador de ensino médio (High School nos Estados Unidos) que precisa lidar com um homem com desenvolvimento mental retardado.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Marcas da Violência

Eu sempre considerei o diretor David Cronenberg um ótimo cineasta. Ele sempre se saiu muito bem em filmes como "A Mosca", uma ficção de terror. mas ao mesmo tempo mostrou ter ótimo talento para filmes mais violentos, filmes de pura ação. Veja o caso desse "Marcas da Violência". O filme conta uma história interessante. Tom Stall (Viggo Mortensen) parece ser um homem comum. Ele trabalha na pequena lanchonete de uma cidadezinha. Um cara simples que não chama a atenção. Uma noite chega na lanchonete um grupo de criminosos. E eles partem para a violência contra Tom. Esse reage imediatamente e para surpresa de todo mundo manda aqueles bandidos para o inferno. Mas como isso seria possível? Ele demonstrou uma habilidade fora do comum em sua reação. Será que ele é apenas esse pacato que todos pensavam ou ele tem um passado escondendo algo a mais?

Ed Harris interpreta um cara misterioso. Cego de um olho, vestindo um terno preto, ele parece saber bem mais sobre Tom. Será que o nome dele não seria Joey? Pois é, um filme muito bom, extremamente violento, mas ao mesmo tempo com um roteiro muito bem estruturado. E o elenco é excelente também. Além de Harris como o bandido que vem acertar contas, o filme ainda apresenta William Hurt em papel secundário, mas não menos importante. Enfim, filmão, recomendado para quem gosta de filmes de ação com bons roteiros.

Marcas da Violência (A History of Violence, Estados Unidos, 2005) Direção: David Cronenberg / Roteiro: Josh Olson / Elenco: Viggo Mortensen, Ed Harris, William Hurt, Maria Bello / Sinopse: Um homem de boas maneiras torna-se um herói local por meio de um ato de violência, que gera repercussões que abala sua família e o meio social onde vive.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de abril de 2020

Revelações

Título no Brasil: Revelações
Título Original: The Human Stain
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Robert Benton
Roteiro: Nicholas Meyer
Elenco: Anthony Hopkins, Nicole Kidman, Ed Harris, Gary Sinise, Wentworth Miller, Jacinda Barrett

Sinopse:
Baseado no romance de Philip Roth, o filme conta a história do professor universitário Coleman Silk (Anthony Hopkins). Ele sa apaixona por uma mulher mais jovem, a bela Faunia Farley (Nicole Kidman) e tem um relacionamento com ela. Só que vai precisar lidar também com o ex-marido dela, um sujeito desequilibrado e violento.

Comentários:
Esse filme tem um ótimo elenco. Anthony Hopkins é o veterano professor que na terceira idade embarca em um relacionamento amoroso com uma mulher bem mais jovem, interpretada por Nicole Kidman. Tudo caminha muito bem, ele se sente feliz e realizado novamente em sua vida pessoal, mas a alegria dura pouco. No caminho do casal surge o psicótico Lester Farley (Ed Harris), o ex-marido que não aceita de jeito nenhum que sua ex-esposa tenha um novo relacionamento amoroso. E aí a coisa toda desanda. O filme é um thriller de suspense que até considerei muito bom. Um pouco abaixo do nível do elenco, que é realmente excepcional, porém ainda assim um bom filme. Particularmente sempre quis assistir a um filme que reunisse Anthony Hopkins e Nicole Kidman. Pensei que seria em um daqueles maravilhosos filmes ingleses, com muita etiqueta social, passado no século XIX. Só que ao invés disso a Miramax optou por um roteiro mais contemporâneo. Gary Sinise, no elenco de apoio, também está muito bem, logo ele que sempre considerei tão subestimado ao longo dos anos, porém devo dizer que no meio de tantos atores ótimos quem acabou roubando mesmo a cena foi Ed Harris. Ele trouxe fúria para seu personagem, um sujeito que não tem mais nada a perder e está disposto a tudo para recuperar seu ego de macho ferido. Enfim, deixo a dica desse muito bom filme, com elenco excepcional.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de março de 2020

A Baía do Ódio

Título no Brasil: A Baía do Ódio
Título Original: Alamo Bay
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Louis Malle
Roteiro: Alice Arlen
Elenco: Ed Harris, Amy Madigan, Ho Nguyen, Donald Moffat, Truyen V. Tran, Martin LaSalle

Sinopse:
Um veterano da guerra do Vietnã, com problemas de traumas de guerra e depressão, vê um grupo de imigrantes vietnamitas dominando sua área de trabalho, a pesca de camarão em Alamo Bay, na costa sul do estado do Texas. Essa baía sempre foi fonte de sustento das famílias da região, mas passa a ser dominada por empresários orientais, destruindo a renda dos americanos.

Comentários:
Esse filme foi produzido em 1985, mas está mais atual do que nunca! O roteiro lida excepcionalmente bem com o sentimento de xenofobia e ódio que impera atualmente dentro da sociedade dos Estados Unidos. Quer dizer, sempre existiu esse tipo de preconceito, porém com o avanço da imigração ilegal (que segundo algumas fontes estimam em 40 milhões de pessoas!), o caldo desandou de vez. O personagem principal do filme é um veterano do Vietnã. Ele lutou por seu país, viu seus jovens amigos morrendo no meio da selva e quando retornou para a América viu seus sonhos todos destruídos. Vivendo no limite da pobreza, sem conseguir viver bem, acaba tendo que lidar novamente com vietnamitas. Só que agora eles roubam seu trabalho na pesca de camarão em Alamo Bay, o deixando completamente à mercê da pobreza completa. O que você acha que tudo isso iria desencadear? Ele se une a outros pescadores americanos de camarão, pegam seus rifles e começam a tocar o terror nos orientais. O pior é que sua própria mulher começa a tomar parte em favor dos imigrantes. Ed Harris é um grande ator e sempre foi muito subestimado. Aqui ele se destaca novamente com um roteiro preciso, que discute temas sociais mais do que importantes. Sua caracterização é perfeita, o que infelizmente nem sempre podemos dizer dos demais atores coadjuvantes do elenco. Eles exageram no sotaque e se tornam um tanto caricatos. De qualquer forma o filme supera esses problemas pontuais. É um filme que, como ja escrevi, não envelheceu nada, pelo contrário, ficou muito mais atual nos dias de hoje.

Pablo Aluísio. 

sábado, 4 de maio de 2019

Noite Sem Fim

Mais um bom filme da safra de produções de ação estreladas por Liam Neeson. Aqui ele interpreta um assassino profissional que durante anos prestou serviços para a máfia irlandesa de Nova Iorque. Agora bem mais velho, pai de um jovem, ele pensa em se aposentar, deixando para trás seu passado de crimes. O equilíbrio se vai quando o seu próprio filho vira alvo da máfia. Os membros da organização criminosa querem matar o jovem, o que os coloca em rota de colisão com o pai, Jimmy Conlon (Liam Neeson). O rapaz viu o que não devia, virou testemunha em um caso importante e como é praxe dentro da máfia, testemunhas que podem colocar tudo a perder devem ser eliminadas sumariamente.

O diretor espanhol  Jaume Collet-Serra rodou um filme visualmente muito bem realizado. Tiros não são apenas tiros, mas também uma oportunidade de explorar verdadeiros quadros de imagens visuais na tela. O roteiro também explora bastante a dualidade do protagonista. Um assassino contratado para fazer o serviço sujo da máfia, eliminando pessoas inconvenientes, ele de repente se mostra em dúvida sobre os rumos que sua vida tomou. Além do excelente visual e do bom roteiro (que tira leite de pedra ao desenvolver um tema até batido nesse tipo de fita), ainda temos um elenco de apoio invejável. Ed Harris interpreta o chefão mafioso e Nick Nolte dá vida a um outro assassino profissional que quer justamente a cabeça de Neeson, algo como um prêmio a mais em sua carreira no mundo do crime. Afinal enviar para a cova um dos mais respeitados matadores da máfia o colocaria em um patamar invejável entre seus pares criminosos. Então é isso, um filme de ação realmente acima da média, uma boa indicação para quem curte o estilo.

Noite Sem Fim (Run All Night, Estados Unidos, 2015) Estúdio: Vertigo Entertainment / Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Brad Ingelsby / Elenco: Liam Neeson, Ed Harris, Joel Kinnaman, Vincent D'Onofrio, Boyd Holbrook, Common, Nick Nolte / Sinopse: Jimmy Conlon (Liam Neeson) é um veterano assassino profissional da máfia irlandesa que de repente se vê no outro lado da moeda, ao descobrir que seu filho agora é alvo dos mafiosos. Ele se tornou testemunha de algo importante e por isso precisa ser sumariamente executado pela mesma organização criminosa a que pertence Jimmy.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Appaloosa - Uma Cidade Sem Lei

Na década de 1960 o ator Marlon Brando fez um de seus westerns mais singulares. Era "Sangue em Sonora" onde o astro cavalgava pelas regiões menos acolhedoras do velho oeste. Agora outro bom ator, Ed Harris, resolveu realizar um novo filme baseado no mesmo livro que deu origem ao filme de Brando. Não se pode considerar um remake, mas sim um filme que procura ser mais fiel à obra literária original. O enredo lida com as desilusões de um velho xerife que vendo sua vida passar e a velhice chegar resolve se envolver com uma mulher de má reputação. Acompanhado de um leal ajudante ele tenta trazer algum sentido para sua vida emocional, mesmo que para isso tenha que ser praticamente desmoralizado na cidade onde vive e trabalha. O problema é que a mulher que ele deposita todas as suas fichas também vira alvo de desejo de seu parceiro. Esse western recente foi dirigido pelo ator Ed Harris que prefere contar sua estória de forma cadenciada, sem pressa, tentando apresentar todos os personagens em cena ao espectador para que ele se familiarize com tudo o que acontece ao redor.

Foi justamente essa decisão de realizar um faroeste mais contemplativo que incomodou a alguns fãs de western. O filme tem seu próprio ritmo, menos ágil e menos frenético. O elenco é liderado por um trio muito interessante. O primeiro é o próprio Ed Harris que incorpora perfeitamente as nuances psicológicas de seu personagem. É um homem durão que percebe que seu tempo provavelmente já acabou. Ao seu lado brilha também o talentoso Viggo Mortensen, que passa muito vigor e tensão sexual com a situação vivida por seu papel. Por fim a bela Renee Zellweger, que já havia se dado muito bem no velho oeste com o sucesso de público e crítica "Cold Mountain". Ela novamente está bem carismática em cena mas é forçoso reconhecer que o excesso de botox que ela desfila em cada cena causa um certo desconforto pois obviamente isso seria impossível de acontecer com uma mulher do século XIX. No geral é um bom filme, que pede um pouco de cumplicidade do espectador, em aceitar seu ritmo mais lento e contemplativo. Se você não se incomodar com isso certamente irá se divertir com a proposta de Ed Harris em seu filme.

Appaloosa - Uma Cidade Sem Lei (Appaloosa, Estados Unidos, 2008) Direção: Ed Harris / Roteiro: Ed Harris, Robert Knott / Elenco: Ed Harris, Renée Zellweger, Viggo Mortensen, Jeremy Irons, Lance Henriksen / Sinopse: Dupla é contratada como xerifes numa isolada cidade do velho oeste com problemas de lei e ordem. Ambos porém acabam se apaixonando pela mesma mulher criando muitas tensões entre eles.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

O Terceiro Milagre

Assisti esse filme pela primeira vez em VHS há muitos anos. Agora ele está sendo relançado em DVD. Como já não me lembrava muito bem da história, tudo acabou soando como se tivesse vendo pela primeira vez. O enredo é bem interessante. Ed Harris interpreta um padre que é enviado pelo Vaticano para realizar as investigações preliminares sobre o que estaria acontecendo numa paróquia em Chicago. Uma estátua da Virgem Maria estaria chorando lágrimas de sangue. Com isso também muitos milagres estariam acontecendo. Uma mulher em especial teria sido a intercesora junto a Deus da cura de uma garotinha que sofria de uma doença incurável. Estaria ali a manifestação de uma santa americana? Cabe ao padre Frank Shore (Ed Harris) descobrir.

O interessante é que ele já havia desmascarado falsos milagres antes, mas agora acaba descobrindo que algo realmente divino estaria acontecendo naquela paróquia. O roteiro do filme é muito bom porque disseca em detalhes os trâmites de um processo de investigação desse tipo dentro da Igreja Católica. É realmente um processo canônica com direito a defensor da causa, advogado do diabo (aquele que vai tentar colocar abaixo os sinais de santidade) e uma autoridade do alto clero, geralmente um cardeal, dirigindo todos os trabalhos. Além disso o personagem do padre interpretado por Ed Harris é muito bem construído pelo roteiro. Um homem que começa a ter crises de fé, a duvidar de tudo, mas que acaba sendo confrontado com sinais da presença de Deus. Esse aliás seria o terceiro milagre do título, uma vez que para ser santo o indicado precisa de três milagres comprovados. O primeiro teria sido a cura da garotinha, o segundo um evento realmente fantástico ocorrido numa pequena cidade da Eslováquia durante a II Guerra Mundial e o terceiro, bem interior, acontecido dentro da alma desse padre. Enfim, um filme realmente muito bom, digno de uma revisão caso você o tenha assistido há tantos anos, como foi o meu caso. Se nunca o assistiu, então não deixe passar em branco.

O Terceiro Milagre (The Third Miracle, Estados Unidos, 1999) Direção: Agnieszka Holland / Roteiro: John Romano / Elenco: Ed Harris, Anne Heche, Caterina Scorsone / Sinopse: Roteiro baseado no romance escrito por Richard Vetere. O Vaticano envia um padre para realizar investigações preliminares sobre supostos milagres atribuídos a uma americana, morta há alguns anos, em uma escola católica, onde uma estátua de Maria, mãe de Jesus, supostamente estaria tecendo lágrimas de sangue. Filme indicado ao prêmio de melhor filme em língua inglesa do Mar del Plata Film Festival.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Mãe!

Esse filme foi absurdamente elogiado pela crítica em seu lançamento. Tudo fruto da inegável competência do diretor Darren Aronofsky, um cineasta que aliás gosto muito. Um verdadeiro artista da sétima arte. Dito isso, devo deixar claro também que esse filme não me agradou. Na verdade foi, até o momento, o pior trabalho de Darren Aronofsky que já assisti. Está muito longe da genialidade de "Cisne Negro" ou da emoção de "O Lutador", as duas obras primas desse diretor. Aronofsky caiu na velha armadilha de ser pretensioso demais, tentar parecer cult além da conta. O enredo começa até de forma convencional com um casal vivendo numa bela e isolada casa no campo. Curiosamente os personagens não possuem nome. Ele é apenas um escritor de livros que passa por uma crise de criatividade (isso é um clichê em personagens de escritor, não vamos esquecer disso). Ela é uma dona de casa, uma mulher que tenta dar apoio ao marido, fazendo os trabalhos domésticos enquanto ele tenta finalmente escrever um novo livro.

A esposa é interpretada por Jennifer Lawrence, o marido por Javier Bardem. Tudo caminha relativamente bem até a chegada de um estranho, um médico que vai parar na residência do casal. Interpretado por Ed Harris, esse personagem parece esconder algo. Pior é quando sua esposa também chega, fazendo com que a expressão "visitantes inconvenientes" ganhe uma nova dimensão. A coisa não para por aí. Logo chegam os filhos do casal, dois sujeitos que se odeiam e vivem brigando e daí a coisa toda vai virando um caos até tudo terminar em um final simplesmente caótico e devastador. Embora você tenha a sensação de estranheza durante todo o filme, nada vai lhe preparar para a bizarrice de seu final. É tudo muito estranho, bizarro, onde Darren Aronofsky tenta transmitir uma mensagem que provavelmente nem ele saiba qual é! É aquele tipo de filme que força uma barra para ser cult, moderninho, caindo na graça do público mais descolado. Nada errado em tentar alcançar esse tipo de objetivo. O problema é a chatice que vem com tudo isso. O saldo geral me soou bem negativo. É um filme estranho para pessoas estranhas. Não adiciona em nada nas carreiras de Jennifer Lawrence, Javier Bardem ou Ed Harris, nem muito menos para Darren Aronofsky, que acabou sendo atropelado pelo seu próprio ego.

Mãe! (Mother!, Estados Unidos, 2017) Direção: Darren Aronofsky / Roteiro: Darren Aronofsky / Elenco: Jennifer Lawrence, Javier Bardem, Ed Harris, Michelle Pfeiffer, Brian Gleeson, Domhnall Gleeson / Sinopse: Esposa (Lawrence) e seu marido escritor (Bardem) vivem em uma casa no campo quando suas vidas são reviradas de cabeça para baixo após a chegada de um estranho (Ed Harris) que diz ser médico em um hospital da região. Filme indicado ao Leão de Ouro no Venice Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Tempestade: Planeta em Fúria

Qual é o filme mais cheio de clichês de 2017? Olha, ninguém vai conseguir tirar esse título de "Tempestade: Planeta em Fúria"! O mais estranho de tudo é que o filme até começa bem para depois afundar como o Titanic. O enredo é meio bobinho. Há um sistema mundial de controle do clima. Uma rede de satélites orbita ao redor do planeta justamente para controlar as tempestades, chuvas, temperaturas, etc. OK, tudo bem tolinho, mas tudo bem, até comprei a ideia no começo. Pois bem, algo assim caindo nas mãos erradas poderia causar o caos! E é justamente isso que ocorre quando um vírus implantado entra no sistema dos satélites, causando todos os tipos de destruição.

Claro que com o clima fora de controle todos se ferram! Nem os cariocas escapam. Numa cena de humor involuntário os banhistas brasileiros estão numa boa, curtindo um dia de sol numa das praias do Rio de Janeiro, quando de repente as ondas do mar congelam e começam a transformar todas as pessoas em estátuas de gelo! Isso mesmo, todo mundo congelado em uma praia do Rio, em pleno domingo de sol!!!... Bom, muita gente vai desistir do filme por aqui... mas eu até que disse para mim mesmo: "OK, vou aceitar mais essa bobagem do tamanho do Cristo Redentor". Percebam que eu estava em um dia bom, com muita paciência. As coisas só se tornam insuportáveis mesmo quando o Presidente dos Estados Unidos (pois é, os americanos são bobos demais), surge no horizonte para salvar o país... ai, ai, ai... é muito ufanismo para aguentar, vou te contar...

O ator principal do filme é o Gerard Butler. Ele é o cientista que projetou tudo. Quando o sistema vira uma arma contra a humanidade ele decide fazer de tudo para salvar a todos. É um personagem sem graça, que fala meia dúzia de termos técnicos (que não significam nada no final das contas) e dá uma de herói no final. Tudo é muito infantilizado nesse filme. Poderiam até fazer uma coisa legal com a ideia inicial, mas preferiram mesmo colocar uma tonelada de clichês nesse bolo cinematográfico indigesto! Tem espaço até para a criancinha tentando salvar seu cachorrinho enquanto sua cidade é invadida por uma dezena de tornados...  Convenhamos, é muita falta de originalidade e criatividade! Em outra cena, para ser o mais politicamente correto possível, um astronauta (que acaba salvando todo mundo) faz questão de lembrar para todos que é mexicano! Tive que dar risada! A sutileza para criticar Trump passou longe aqui... E as bobagens não param por aí, coisa pior vem na frente. Tem até uma equipe multicultural, com muitas mulheres latinas e negras, para não pegar mal com a turma da lacração. Enfim, um filme amorfo, totalmente sem sal. Uma perda de tempo sem salvação.

Tempestade: Planeta em Fúria (Geostorm, Estados Unidos, 2017) Direção: Dean Devlin / Roteiro: Dean Devlin, Paul Guyot / Elenco: Gerard Butler, Ed Harris, Andy Garcia, Jim Sturgess, Abbie Cornish, Alexandra Maria Lara / Sinopse: Cientista americano que criou um projeto de controle do clima no planeta precisa salvar a humanidade depois que o sistema é invadido, causando caos e destruição nas principais cidades ao redor do mundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Uma Mente Brilhante

Segue sendo o trabalho mais memorável tem termos de atuação da carreira do ator Russell Crowe. Ele interpreta um gênio da matemática chamado John Nash. O filme, que é baseado numa história real, mostra Nash em seus primeiros anos, quando se torna um aluno brilhante numa das melhores universidades do mundo. Como é considerado um verdadeiro talento em sua área, acaba sendo procurado pelo governo para trabalhar no deciframento de códigos criptográficos. O que começa até bem logo desanda quando Nash começa a afirmar que está sendo perseguido, se tornando alvo de um complô extremamente complexo para lhe assassinar.

Verdade ou fruto de sua cabeça? O roteirista Akiva Goldsman joga o tempo todo com as duas possibilidades, dando um verdadeiro nó na cabeça dos espectadores. O filme só não é melhor porque o cineasta Ron Howard sempre foi muito convencional, nunca indo para caminhos mais desafiantes. Ele sempre preferiu mesmo o feijão com arroz do dia a dia. Sem esse tipo de coragem o filme acaba perdendo um pouco, até porque o diretor parece nunca estar à altura do roteiro, esse realmente acima da média, muito bem escrito. Fico imaginando um material como esse nas mãos de um Stanley Kubrick, por exemplo. Seria definitivamente uma das maiores obras primas da história do cinema.

Do jeito que ficou está OK, mas como sempre gosto de dizer, poderia ser bem melhor. De uma maneira ou outra o filme acabou se consagrando no Oscar com quatro importantes prêmios: Melhor direção (para Howard, um exagero!), Melhor Atriz Coadjuvante (Jennifer Connelly, a garota de "Labirinto" que cresceu e virou uma boa atriz), Melhor Roteiro (O prêmio mais merecido da noite) e Melhor Filme (achei um pouco forçado). Russell Crowe também foi indicado ao Oscar como Melhor Ator, mas não levou, naquela que foi a chance mais desperdiçada de sua carreira. Nunca mais ele voltaria a concorrer, mostrando que foi mesmo uma chance de ouro que ele perdeu de levantar a estatueta. Em conclusão considero um bom filme, com aquele tipo de roteiro que anda cada vez mais raro nos dias atuais. Muitos vão dizer que é tudo bem inconclusivo no final das contas, porém penso diferente, sendo esse aspecto uma das qualidades mais louváveis de seu texto.

Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind, Estados Unidos, Inglaterra, 2001) Direção: Ron Howard / Roteiro: Akiva Goldsman, baseado no livro escrito por Sylvia Nasar / Elenco: Russell Crowe, Ed Harris, Jennifer Connelly, Christopher Plummer, Paul Bettany, Josh Lucas/ Sinopse: John Nash (Russell Crowe) é um gênio da Matemática que é procurado pelo governo americano para trabalhar na decifração de códigos de países inimigos. Em pouco tempo Nash começa a temer por sua vida, pois o que parecem ser agentes do governo, começam a persegui-lo, colocando em risco sua vida. Seria verdade ou apenas fruto de sua mente perturbada? Filme indicado também ao Oscar nas categorias de Melhor Edição (Mike Hill, Daniel P. Hanley), Melhor Maguiagem (Greg Cannom, Colleen Callaghan) e Melhor Música (James Horner). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator - Drama (Russell Crowe), Melhor Atriz - Drama (Jennifer Connelly) e Melhor Roteiro (Akiva Goldsman).

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 16 de junho de 2017

A Fronteira

Título no Brasil: A Fronteira
Título Original: Borderline
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Jerrold Freedman
Roteiro: Jerrold Freedman, Steve Kline
Elenco: Charles Bronson, Ed Harris, Bruno Kirby, Bert Remsen, Karmin Murcelo
  
Sinopse:
Na fronteira entre México e Estados Unidos, um grupo de policiais americanos tenta evitar a entrada de imigrantes ilegais em seu país. Eles são liderados pelo xerife Jeb Maynard (Charles Bronson) que resolve apertar o cerco após a morte de um veterano patrulheiro da fronteira que era seu amigo pessoal. A partir daí ele começa a investigar o assassinato e descobre que por trás de tudo pode estar um homem especializado em atravessar imigrantes mexicanos pela fronteira. Caberá a Jeb descobrir sua identidade e das pessoas poderosas que estariam financiando suas atividades criminosas.

Comentários:
Em tempos de Donald Trump e sua política de imigração nada mais interessante do que assistir a esse filme estrelado por Charles Bronson. É a tal coisa, a imigração ilegal é um problema bem velho para os americanos pois há mais de 30 anos atrás a situação já era considerada fora de controle. Em determinado momento do filme o xerife de Bronson dá uma ideia do caos que impera naquela região. Ele explica aos seus subordinados que quando começou a trabalhar na fronteira eles prendiam no máximo 10 mexicanos por mês tentando entrar ilegalmente nos Estados Unidos, mas que agora eram mais de três mil por semana! E isso em 1980, quando o filme foi produzido! Imagine a situação nos dias atuais... Além do roteiro esclarecedor que mostra como a imigração ilegal é mesmo um grande negócio para policiais mexicanos corruptos e empresas de fachada do lado americano, o filme também explora as mortes e a profunda exploração dos coiotes em relação aos imigrantes. Um desses coiotes é o grande vilão do filme, um veterano da guerra do Vietnã interpretado por Ed Harris. Usando o que aprendeu no exército ele passa a trabalhar no transporte de imigrantes ilegais, muitas vezes cometendo crimes para isso. Um desses crimes é justamente o assassinato que Bronson passa a investigar. Ele mata um velho patrulheiro da fronteira e quando a bala que o matou ricocheteia em um jovem mexicano ele não pensa duas vezes e mata o rapaz também, tudo a sangue frio. Totalmente rodado na fronteira desértica entre os dois países esse é sem dúvida um dos melhores filmes sobre o tema. Tem cenas excelentes de ação e também um roteiro que é ao mesmo tempo esclarecedor e conscientizador. Um filme muito bom, hoje pouco lembrado. Assista para entender melhor a política do atual presidente americano sobre a imigração ilegal que assola aquela nação.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de março de 2017

O Terceiro Milagre

Título no Brasil: O Terceiro Milagre
Título Original: The Third Miracle
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: American Zoetrope, Franchise Pictures
Direção: Agnieszka Holland
Roteiro: John Romano
Elenco: Ed Harris, Anne Heche, Armin Mueller-Stahl, Charles Haid, Sofia Polanska, Pavol Simon
  
Sinopse:
Baseado no romance escrito por Richard Vetere, o filme "O Terceiro Milagre" conta a história do padre Frank Shore (Ed Harris). Após o surgimento de uma crença popular na santidade de uma mulher, moradora de um pequeno vilarejo, o Vaticano resolve enviar um de seus padres para investigar o que de fato estaria acontecendo por lá. Shore é que quem deverá prosseguir nas investigações para descobrir a verdade. Filme indicado ao prêmio do Mar del Plata Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Comentários:
O roteiro desse filme é ótimo. Ele conta a crise de fé que se abate sobre um padre após ele ser enviado para um lugarejo onde pessoas estão acreditando em milagres. Os fenômenos sobrenaturais estão surgindo em torno de uma imagem de Nossa Senhora que chora lágrimas de sangue. As pessoas da região começam a peregrinar até lá e não tardam a surgir curas de doenças graves. Pela medicina todas elas seriam incuráveis e não haveria como explicar o que estaria acontecendo apenas pela ciência. O personagem de Ed Harris tem crises de fé, o que agrava ainda mais a situação. Eu sempre que posso elogio Ed Harris. Em minha opinião ele sempre foi um dos mais completos atores de sua geração. Sua postura de homem comum, mas íntegro, conta muitos pontos a favor. A cineasta Tcheca Agnieszka Holland também criou uma de suas melhores obras cinematográficas, onde tudo é feito com sutileza, sofisticação e acima de tudo respeito para com a fé católica. Um bom filme, produzido pelo mestre Francis Ford Coppola, especialmente recomendado aos interessados em seu tema religioso.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Westworld - Primeira Temporada

Título no Brasil: Westworld 
Título Original: Westworld 
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Home Box Office (HBO)
Direção: Jonathan Nolan, Jonny Campbell
Roteiro: Lisa Joy, Jonathan Nolan
Elenco: Anthony Hopkins, Ed Harris, Evan Rachel Wood, Jeffrey Wright, Rodrigo Santoro
  
Sinopse:
Em um futuro próximo um parque temático é inaugurado. O visitante pode se sentir como um cowboy do velho oeste, interagindo com uma série de androides de última geração que recriam personagens típicos do velho oeste americano. Seu criador e mentor, o Dr. Robert Ford (Anthony Perkins), criou todo aquele universo como uma forma revolucionária de diversão, só que algo começa a dar errado, com os robôs desenvolvendo estranhos comportamentos.

Episódios Comentados:

Westworld 1.01 - The Original
Eu tenho a opinião de que uma boa série deve conquistar o espectador já em seu episódio piloto. E é justamente o que acontece aqui. A HBO resolveu produzir uma série que é baseada em um filme antigo chamado "Westworld - Onde Ninguém Tem Alma", estrelado pelo astro Yul Brynner.  A premissa é basicamente a mesma, só que obviamente remodelada e modernizada. Assim acompanhamos a rotina desse estranho parque onde robôs e andróides convivem com seres humanos (citados como "ricaços idiotas" por um dos personagens) que pagam para viver como se estivessem nos tempos do velho oeste. Até aí tudo bem, nada muito estarrecedor. O problema surge quando algumas dessas máquinas começam a desenvolver comportamentos completamente fora dos padrões. Eles devem seguir sua programação, atuar como se estivessem em um filme, com roteiro pré determinado. A questão é que surgem resquícios de inteligência artificial em alguns modelos, fazendo com que os criadores do parque fiquem intrigados com esses novos excessos, situações não esperadas, que vão surgindo em diversos modelos. O principal deles é Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood), programada para agir como uma típica mocinha de filmes de faroeste. Seu pai sofre um pane emocional quando encontra uma foto estranha em seu curral e a partir daí uma série de eventos começam a surgir por todos os lugares do parque. Nesse episódio piloto temos uma surpresa divertida quando Rodrigo Santoro surge como um fora da lei que entra na cidade para tocar o terror entre os moradores. Seu destino, também fora do script, acaba surpreendendo. Enfim, ótimo primeiro episódio, demonstrando que vem muita coisa boa por aí. Essa série certamente vale a pena acompanhar. Não vá perder. / Westworld 1.01 - The Original (EUA, 2016) Direção: Jonathan Nolan, Jonny Campbell / Roteiro: Lisa Joy, Jonathan Nolan / Elenco: Anthony Hopkins, Ed Harris, Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jeffrey Wright, Rodrigo Santoro.

Westworld 1.02 - Chestnut
Maeve Millay (Thandie Newton), a prostituta negra do saloon, começa a ter lembranças de um ataque nativo quando ela perdeu seu próprio escalpo em um banho de sangue. Não era para isso acontecer. Sua programação não traz essa possibilidade. É certamente a prova de que algo está saindo errado com os protótipos que povoam Westworld. Além dela a bela mocinha Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood) também está tendo espasmos parecidos. Ela começa a ter consciência de si mesma ao se olhar no espelho. Enquanto isso o cowboy e pistoleiro vestido em negro Ed Harris quer descobrir o que significa o labirinto! É um veterano em Westworld e por isso tem carta branca, mas logo fica claro que ele obviamente está exagerando. Por fim uma dupla de amigos chega em Westworld. Um deles é um sujeito tímido e contido. O outro, alucinado. Sua experiência valerá o ingresso pago? É o que veremos. Eis mais um bom episódio de "Westworld". Nesse aqui pela primeira vez um personagem resolve se revoltar contra os humanos, ao se deparar com o setor de reparos dos seres robóticos. Eles ficam empilhados, mais parecendo uma cena do holocausto. A mesma Maeve ao ver aquela cena tenta reagir, causando todos os tipos de problemas. A inteligência artificial leva ao conhecimento de si mesmo e de sua situação. Para o caos resta apenas um pequeno passo. / Westworld 1.02 - Chestnut (Estados Unidos, 2016) Direção: Richard J. Lewis / Roteiro: Jonathan Nolan, Lisa Joy / Elenco: Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jeffrey Wright.
 
Westworld 1.03 - The Stray  
Esse é certamente um dos episódios mais explicativos da série. O engenheiro Bernard Lowe (Jeffrey Wright) se reúne com seu chefe, o Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins) para lhe explicar o que estaria acontecendo. Alguns "anfitriões" (os seres robóticos que habitam Westworld) estariam apresentando comportamentos bem estranhos, fugindo do script, dos roteiros previamente programados para eles. Nesses momentos de surtos eles falavam com uma entidade imaginária chamada Arnold! O Dr. Ford imediatamente liga os pontos. No passado seu sócio, o Dr. Arnold, teria levantado a hipótese de criar uma consciência própria nos programas e aplicativos dos anfitriões. Claro que algo assim, que criaria uma verdadeira inteligência artificial, seria algo bem perigoso. A ideia então foi rejeitada, mas ao que tudo indica o Dr. Arnold deixou algo impresso nos robôs, algo que ele não avisou a ninguém antes de sua morte. Agora os incidentes começam a ocorrer com maior frequência, com destaque para Dolores (Wood) que foge completamente do roteiro da repetitiva estória onde via sua família ser morta para reagir e fugir. Definitivamente algo muito inovador (ou sinistro) está acontecendo no mundo de Westworld. / Westworld 1.03 - The Stray (Estados Unidos, 2016) Direção: Neil Marshall / Roteiro: Jonathan Nolan, Lisa Joy/ Elenco: Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jeffrey Wright. Anthony Hopkins.

Westworld 1.04 - Dissonance Theory
Os "anfitriões" vão ficando cada vez mais cientes de si mesmo. A prostituta de saloon Maeve Millay (Thandie Newton) começa a ter cada vez mais espasmos de lembrança de quando foi levada até os laboratórios de Westworld para conserto. Ela consegue visualizar os homens que encontrou por lá. Sonho e realidade se misturam em sua mente. Ao ver uma jovem garota índia levando um pequeno boneco que se parece com as pessoas que encontrou nas salas de reposição do parque ela tem uma visão mais clara do que está acontecendo. Procurando fugir cada vez mais dos ciclos narrativos suas atitudes fora do padrão começam a chamar a atenção dos programadores da atração. Algo parecido vai acontecendo também com Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood). Sua programação não a impede mais de ter cada vez mais lembranças traumáticas das mortes de seus parentes na fazenda. Antecedendo tudo o que estaria prestes a acontecer novamente ela se antecipa e consegue fugir. É curioso que no mundo de Westworld os visitantes humanos parecem sempre prontos a agir da pior forma possível, como assassinos e estupradores. Os roteiros obviamente usam esse aspecto para tecer uma sutil crítica contra o lado animalesco do homem. Por fim, outro aspecto a se considerar, vem da segunda participação do ator brasileiro Rodrigo Santoro na série. Ele interpreta o anfitrião Hector Escaton, um pistoleiro vestido de negro que sempre aparece na cidadezinha do velho oeste para tocar o terror. Aqui ele acaba servindo de fonte de informações para Maeve, que está sempre em busca de respostas. / Westworld 1.04 - Dissonance Theory (Estados Unidos, 2016) Direção: Vincenzo Natali / Roteiro: Jonathan Nolan, Lisa Joy/ Elenco:  Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jeffrey Wright, Anthony Hopkins.

Westworld 1.05 - Contrapasso
Pelo andar da carruagem já sabemos que Dolores Abernathy (interpretada pela linda e elegante Evan Rachel Wood) tem uma espécie de programação especial, implantada por Arnold. Provavelmente um gênesis de inteligência artificial que só se desenvolveu desde que foi implantada pela primeira vez. Dentro de "Westworld" ela já anda com seus próprios passos, bem longe de sua narrativa original. Ela se junta a alguns visitantes humanos e a outros "anfitriões" e acaba indo parar em um vilarejo mexicano cheio de soldados confederados. Lá acaba participando de um ataque a uma carroça da União que supostamente estaria cheia de nitroglicerina, um composto químico altamente explosivo. Outro destaque desse episódio é a cena em que finalmente ficam frente a frente os dois melhores atores do elenco. Sentados em uma mesa, numa vila perdida do velho oeste, Anthony Hopkins e Ed Harris travam os melhores diálogos que já vi até aqui. Dois grandes mestres da arte de atuar em um excelente "duelo" de egos e falsas intenções. Por fim uma revelação para a anfitriã prostituta de saloon Maeve Millay. Ela desperta dentro da sala de concertos e manutenção de "Westworld" e encara essa nova realidade que para muitos de seus semelhantes não passa de uma lenda! / Westworld 1.05 - Contrapasso (Estados Unidos, 2016) Direção: Jonny Campbell / Roteiro:  Jonathan Nolan, Lisa Joy / Elenco: Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jeffrey Wright.

Westworld 1.06 - The Adversary  
Sigo acompanhando "Westworld". A cada novo episódio as coisas vão ficando mais claras. Esse aqui é especialmente revelador. A "anfitriã" Maeve Millay (Thandie Newton) já está criando consciência de si mesma. Ela se deixa enforcar propositalmente por um cliente para retornar ao setor de reparos de Westworld. Uma vez lá trava amizade com um jovem reparador, um oriental que não apenas revela toda a verdade como a leva para um verdadeiro tour pelas instalações. Algo bem surreal e inesperado. Já o engenheiro-chefe Bernard Lowe (Jeffrey Wright) descobre que há uma série de anfitriões sem registros na central de controles. Ele então resolve investigar in loco o que estaria acontecendo e descobre que o Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins) mantém um verdadeiro santuário de anfitriões originais, da época de fundação do parque. Eles revivem um momento especial de sua infância. Essa porém pode ser apenas uma fachada para algo maior, algo que acaba sendo descoberta por uma das engenheiras, ao descobrir que transmissões via satélite estão sendo enviadas para as máquinas, dando comando de voz de Arnold (o outro fundador de Westworld) a elas. Isso explicaria parcialmente o estranho comportamento de alguns anfitriões. E é justamente por essas respostas que o personagem de Ed Harris tanto procura. Ele acaba se envolvendo numa cilada ao tentar enganar um grupo de soldados da União, algo que acaba em intenso tiroteio. Afinal o que significaria o tal labirinto? De maneira em geral tenho gostado de "Westworld". Há certamente boas ideias aqui. Recentemente a HBO anunciou que a série terá uma segunda temporada. O que posso dizer? Seguramente será muito bem-vinda! / Westworld 1.06 - The Adversary (Estados Unidos, 2016) Direção: Frederick E.O. Toye / Roteiro: Jonathan Nolan, Lisa Joy / Elenco: Anthony Hopkins, Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jeffrey Wright.

Westworld 1.07 - Trompe L'Oeil
Esse episódio é um dos mais reveladores da série. O curioso é que no episódio anterior a atriz Evan Rachel Wood não tinha participado, mas agora ela retorna com sua personagem, a anfitriã Dolores Abernathy. Ela está indo aos confins de Westworld em busca de respostas, já que ela é uma das que apresentam claros sinais de inteligência artificial. Vai ter que lidar com selvagens de uma tribo fantasma e renegados confederados! E por falar em reações inesperadas dos anfitriões, nesse episódio a companhia resolve puxar o tapete do engenheiro Bernard Lowe (Jeffrey Wright) e mais do que isso, eles começam a conspirar para tirar o próprio criador do parque, o Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins), de Westworld. Ford porém já estava esperando por esse tipo de traição! Ele manteve por anos uma instalação secreta, onde criou novos protótipos de anfitriões, com avanços notáveis. Um deles é justamente Bernard, seu braço direito. Isso mesmo, o engenheiro-chefe é ele mesmo um anfitrião criado especialmente por Ford! Quem poderia imaginar? Pior para a Dra. Theresa Cullen (interpretada pela atriz sueca Sidse Babett Knudsen). Ela acaba entrando em uma armadilha sem saber que está prestes a passar por uma situação literalmente mortal. Enfim, um dos episódios vitais para entender tudo o que acontece em Westworld, um lugar tão selvagem como o velho oeste que procura recriar! / Westworld 1.07 - Trompe L'Oeil (Estados Unidos, 2016) Direção:  Fred Toye / Roteiro: Jonathan Nolan, Lisa Joy / Elenco:  Evan Rachel Wood, Thandie Newton.

Westworld 1.08 - Trace Decay
A série "Westworld" vai ficando cada vez mais interessante. Nesse episódio o personagem do Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins) sai apagando os rastros do crime que ele mandou Bernard Lowe (Jeffrey Wright) cometer. No episódio anterior inclusive o espectador descobriu que Bernard não é uma pessoa comum, mas sim um anfitrião. Isso foi uma surpresa e tanto. Pois bem, já que ele é um robô nada mais simples do que apagar sua memória, só que Ford ignora que apagando essa parte de suas lembranças acabará apagando outra também - o que irá gerar uma desconfiança geral nos demais funcionários de Westworld. Na outra linha narrativa Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood) segua sua viagem nos confins do parque. Ela reencontra a velha vila onde viveu uma de suas narrativas. Encontra tudo destruído. O curioso é que sua memória parece intacta. Já a prostituta Maeve Millay (Thandie Newton) já sabe tudo o que acontece em Westworld e ela começa a agir, usando uns membros da manutenção para atender seus interesses. Por fim o episódio revela mais aspectos do personagem do pistoleiro negro (interpretado pelo ótimo Ed Harris). Para quem gosta do personagem vai curtir bastante. É isso, mais uma excelente peça nesse quebra-cabeças chamado Westworld. / Westworld 1.08 - Trace Decay (Estados Unidos, 2016) Direção: Stephen Williams / Roteiro: Jonathan Nolan, Lisa Joy / Elenco: Evan Rachel Wood, Anthony Hopkins, Ed Harris, Rodrigo Santoro, Thandie Newton, Jeffrey Wright.

Westworld 1.09 - The Well-Tempered Clavier
Esse texto contém spoiler. Assim se você ainda não assistiu a primeira temporada de "Westworld" ou esse nono episódio em particular recomendo que não siga em frente em sua leitura. Pois bem, um aspecto que sempre chamo a atenção em "Westworld" é que essa série do canal HBO começou muito bem e segue cada vez mais interessante. Não é tão fácil encontrar novas séries que lhe conquistem desde os primeiros momentos. Nesse episódio temos várias revelações. Uma delas, a mais curiosa de todas, é saber que Bernard Lowe (Jeffrey Wright) nada mais é do que uma cópia de Arnold, o antigo sócio do Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins). O público já havia ficado surpreso no episódio anterior ao descobrir que Bernard não era um ser humano, um engenheiro trabalhando na companhia e agora temos essa outra surpresa. Como se sabe Arnold criou uma série de protótipos com I.A. (inteligência artificial) e será justamente esse grupo de androides que darão início a uma verdadeira revolução. Bernard também é dessa série e tenta de todas as formas liquidar com o Dr. Ford, inclusive usando uma anfitriã, mas ele acaba não sendo bem sucedido em seus planos. Outro acontecimento chave esse episódio ocorre quando Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood) chega em uma igrejinha de uma cidade do velho oeste. Em seu porão estava instalado o laboratório de Arnold, onde tudo começou. Justamente lá ela descobre enfim tudo o que aconteceu, agora é só sair com vida, pois o pistoleiro negro (Ed Harris) está em seu encalço. Como afirmei antes, esse é um episódio acima da média de uma série que já é muito boa, por seus méritos próprios. / Westworld 1.09 - The Well-Tempered Clavier (Estados Unidos, 2016) Direção: Michelle MacLaren / Roteiro: Jonathan Nolan, Lisa Joy/ Elenco: Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jeffrey Wright, Anthony Hopkins.

Westworld 1.10 - The Bicameral Mind
Esse texto contém spoiler. Assim se você ainda não assistiu ao episódio final de "Westworld" pare a leitura por aqui. Pois bem, esse último episódio da primeira temporada me surpreendeu em alguns pontos, mas em outros foi menos surpreendente do que eu poderia esperar. Em 90 minutos de duração conseguiu fechar bem essa temporada. A sacada de unir dois personagens que não pareciam ter nada a ver em apenas um, foi realmente bem interessante. O pistoleiro negro interpretado por Ed Harris era um mistério desde o primeiro episódio, até que aqui tudo fica bem claro. Confesso que gostaria de voltar aos primeiros episódios para verificar se essa reviravolta teve mesmo sentido desde o começo. Mesmo assim descobrir o destino de William e o que ele se tornou foi uma surpresa e tanto, não há como negar. O destino do Dr. Ford e sua última história estava meio que delimitado há bastante tempo. Todos sabiam que os anfitriões, mais cedo ou mais tarde, iriam se rebelar contra seus criadores. Dolores sempre foi também uma peça chave. Os roteiristas ligaram assim o destino do Dr. Ford com seu antigo sócio, tendo ambos o mesmo fim... curiosamente sendo executados por Dolores. A explicação sobre o labirinto (algo que parecia maior, mas que era apenas um jogo infantil) também foi muito criativa. O único "porém" que fica daqui para frente é o que acontecerá na próxima temporada (já programada para estrear em 2018). Uma vez que os anfitriões estão rebelados, que massacres já foram cometidos, que agora eles podem fazer mal aos seres humanos, o que sobrará? Provavelmente a próxima temporada seja de pura ação, o que vai esvaziar a série como um todo. Afinal tudo já parece ter sido revelado. De qualquer maneira "Westworld" é uma daquelas séries que você não pode deixar de conferir, mesmo que as expectativas para a segunda temporada não sejam das melhores. / Westworld 1.10 - The Bicameral Mind (Estados Unidos, 2016) Direção: Jonathan Nolan / Roteiro: Jonathan Nolan, Lisa Joy/ Elenco: Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jeffrey Wright, Anthony Hopkins / Sinopse: Em um futuro próximo, um parque de diversões temáticos esconde um segredo inimaginável.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de outubro de 2015

Expresso do Amanhã

Título no Brasil: Expresso do Amanhã
Título Original: Snowpiercer
Ano de Produção:
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Weinstein Company, Anchor Bay
Direção: Joon-ho Bong
Roteiro: Joon-ho Bong, Kelly Masterson
Elenco: Chris Evans, John Hurt, Ed Harris, Tilda Swinton, Octavia Spencer, Kang-ho Song
  
Sinopse:
O ano é 2031. Tudo o que restou da humanidade está viajando em um trem de alta tecnologia. O mundo lá fora está completamente congelado e inabitável. Dentro dos vagões as classes sociais foram devidamente separadas. Os pobres ocupam os últimos vagões. Há fome e desespero entre eles. O ricos e abastados vivem de forma luxuosa nos vagões dianteiros. Comandando tudo está o criador do trem, o cultuado e admirado Sr. Wilford (Ed Harris). Para acabar com todas as injustiças o jovem Curtis (Chris Evans) resolve liderar uma rebelião contra tudo o que está acontecendo. Filme vencedor do Georgia Film Critics Association na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Tilda Swinton).

Comentários:
O enredo é obviamente uma grande metáfora sobre a sociedade humana. O trem representa justamente isso. Após o planeta se tornar inabitável todas as pessoas que sobraram são confinadas nesse trem de última geração. As classes pobres ficam na parte de trás, sem comida adequada e condições mínimas de sobrevivência. Os ricos ficam na parte dianteira com todo o luxo e glamour que se possa imaginar. Nem precisa pensar muito para entender que a divisão de classes vira um dos fundamentos de tudo o que se vê na tela. Isso porém não deve animar muito os que valorizam o Marxismo ou teorias socialistas derivadas de seus princípios. O roteiro não vai até o fundo dessa questão e não está preocupado em levantar um debate mais sério sobre o tema. Na verdade é uma história até básica, contada sob um viés que pode ser classificado até mesmo como surreal. Há vagões que espelham a vida em nossa sociedade e que soam absurdos se olharmos com um pouquinho de bom senso. Assim ao atravessar o trem em direção ao lugar onde supostamente vive seu criador, os revolucionários liderados por Curtis (Evans) vão se deparando com vagões de fina classe, alguns adaptados para serem bonitos aquários, restaurantes e outros para serem animadas pistas de dança. 

Tudo representando a futilidade e o vazio que impera nas classes ricas. Inicialmente ao tomar contato com a sinopse não me entusiasmei muito. Não gosto de filmes que passam o tempo todo tentando provar uma tese ou uma teoria social. Eles logo se tornam chatos, enfadonhos e panfletários, além de extremamente simplistas. É basicamente o que acontece aqui. O roteiro está tão empenhado em provar um ponto de vista que tudo o mais fica em segundo plano, até mesmo o bom cinema. A produção é até interessante por causa de uma direção de arte que valoriza um mundo ao mesmo tempo absurdo e surrealista, mas os efeitos digitais são fracos e nada convincentes. O elenco é encabeçado por Chris Evans, mas ele é logo ofuscado por dois veteranos que roubam o filme: John Hurt e Ed Harris. Quando contracena com esses mestres, o apagado Evans simplesmente desaparece em sua insignificância. Seu personagem também é pouco desenvolvido e nada complexo. Um herói pseudo revolucionário nada inspirador. Certamente apenas o trabalho de Hurt e Harris salvam "Expresso do Amanhã" nesse quesito. Isso porém é pouco para justificar um bom filme. O saldo final é infelizmente sensivelmente negativo.

Pablo Aluísio.