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Crimes em Hollywood
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Panamá
terça-feira, 12 de julho de 2022
Luta pela Fé
domingo, 21 de novembro de 2021
Pocahontas
O resultado, apesar de ser tecnicamente perfeito, deixou um pouco a desejar. Provavelmente a grande expectativa criada em torno do filme que sucederia "O Rei Leão" nos cinemas tenha sido responsável por grande parte disso. A animação nunca chega a ser marcante e foi de certa forma destruída pela crítica que não deixou barato, sempre procurando comparar o filme com a verdade histórica, o que sempre achei um exagero. "Pocahontas" nunca se propôs a ser um tratado de história da colonização americana, mas apenas uma animação divertida e romântica. Nesse caso quem errou feio foram os críticos, sempre tão pedantes e arrogantes. Não captaram a essência do filme e nem suas reais intenções.
Pocahontas (Pocahontas, Estadps Unidos, 1995) Direção: Mike Gabriel, Eric Goldberg / Roteiro: Carl Binder, Susannah Grant e Philip LaZebnik / Elenco: Mel Gibson, Christian Bale, Linda Hunt / Sinopse: A história de amor de um colonzador e uma nativa chamada Pocahontas, nos primórdios da América. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Música Original ("Colors of the Wind" de Alan Menken e Stephen Schwartz). Também vencedor do Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021
Gasparzinho
Título Original: Casper
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Amblin Entertainment,
Direção: Brad Silberling
Roteiro: Sherri Stoner
Elenco: Bill Pullman, Christina Ricci, Dan Aykroyd, Malachi Pearson, Rodney Dangerfield, Mel Gibson
Sinopse:
Um terapeuta da vida após a morte e sua filha encontram um jovem fantasma amigável quando se mudam para uma mansão em ruínas, a fim de livrar as instalações dos espíritos malignos. Gasparzinho é o seu nome!
Comentários:
Gasparzinho foi criado em 1939 pela dupla Seymour Reit e Joe Oriolo. Como se pode perceber é um personagem de desenhos animados e histórias em quadrinhos que está prestes a completar 100 anos de sua criação original! Eu me recordo de ter assistido nos anos 80 às primeiras animações do Gasparzinho, algumas delas produzidas na década de 1930. E se não estou enganado foram os mesmos animadores dos desenhos do marinheiro Popeye. E é muito curioso que tenham usado a imagem de um fantasma (que geralmente assusta as crianças) em um personagem infantil. Esse filme aqui foi uma homenagem a essa criação tão sui generis e tão tradicional da cultura pop. Produção de primeira, classe A, com ótimos efeitos digitais. O roteiro não procurou mexer nas características do Gasparzinho, sendo que ele continua sendo o bom e velho fantasminha camarada de sempre. O visual foi o mais próximo possível dos primeiros desenhos do personagem. A produção executiva foi de Steven Spielberg que controlou as principais decisões na realização dessa animação. Ao custo de 50 milhões de dólares, o filme faturou quase 300 milhões de dólares em bilheterias, mostrando que embora fosse um personagem bem antigo, Gasparzinho ainda continuava a ser adorado pelas crianças.
Pablo Aluísio.
domingo, 4 de outubro de 2020
Maverick
Adaptação para o cinema de uma antiga série de TV que fez muito sucesso na década de 1960. Aqui Mel Gibson se apropriou do personagem que foi consagrado por James Garner, para atuar ao lado de Jodie Foster nesse remake. Ele esbanja humor e simpatia em um western que definitivamente não se leva à sério. E é justamente essa a razão do filme ter recebido uma saraivada de críticas negativas em seu lançamento. Embora a série que lhe deu origem fosse também assumidamente bem humorada, seu tom de comédia não era tão acentuado como aqui nessa produção. E nesse época Mel Gibson era um dos atores mais populares do cinema americano. Ele era conhecido por seus filmes de ação. Ninguém estava esperando um western com toques de humor.
De fato “Maverick” nas mãos de Mel Gibson virou quase uma paródia, com aquela infinidade de sequências inverossímeis e piadas, muitas delas fora de hora. Faltou o timing certo. O que parece ter acontecido de fato foi uma tentativa do diretor Richard Donner em acrescentar ao filme aquele estilo mais alucinado da série “Máquina Mortífera”. Mel Gibson, por exemplo, repete seus maneirismos da famosa franquia. Atribuo também a má recepção ao fato dos fãs de filmes de western estarem esperando por algum filme que fosse o verdadeiro redentor do gênero, algo que definitivamente “Maverick” passa longe de ser. Esse é o tipo de roteiro que o espectador tem que criar um certo vínculo, embarcar em sua proposta, tomar uma atitude de cumplicidade pois caso contrário tudo vai por água abaixo.
Por outro lado, Mel Gibson e Jodie Foster pareceram estar se divertindo como nunca nas filmagens. Eles se tornaram grandes amigos no set de filmagens, algo que permanece até os dias atuais. Basta lembrar que em premiações como o Oscar ou o Globo de Ouro, eles quase sempre estão juntos. Esse "Maverick" também foi uma interessante experiência para a carreira dos dois. Mel Gibson nunca havia atuado em um faroeste antes. O mesmo podia se dizer de Jodie Foster. Para ela em especial, foi algo muito inusitado, com todo aquele figurino pesado, aqueles grandes vestidos. Interpretar uma mulher de uma época em que as mulheres não tinham o espaço dos dias de hoje, foi para a feminista Foster algo novo, curioso até. No saldo final “Maverick” até que diverte bem. Não é uma obra que vá satisfazer a todos os fãs de Western, principalmente aos mais tradicionalistas, os que gostam dos antigos filmes de John Wayne, mas pode virar um passatempo interessante se não se esperar muito dele. A produção é classe A, com ótimo design de produção. Figurinos, cenários, tudo feito com extremo capricho e bom gosto. Além disso o roteiro abriu espaço para homenagear o Maverick original, ou melhor dizendo, o ator James Garner. Foi um belo reconhecimento para esse veterano das telas de cinema e televisão.
Maverick (Maverick, Estados Unidos, 1994) Direção: Richard Donner / Roteiro: Roy Huggins, William Goldman / Elenco: Mel Gibson, Jodie Foster, James Garner / Sinopse: Maverick (Mel Gibson) é um pistoleiro tão bom com a mira quanto com as cartas. Participando de um torneio de pôquer dos mais competitivos e violentos, ele acaba conhecendo a bonita Annabelle (Jodie Foster), uma garota esperta e inteligente que tentará lhe passar a perna no jogo e no amor. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor figurino (April Ferry).
Pablo Aluísio.
sábado, 23 de novembro de 2019
O Ano que Vivemos em Perigo
Título Original: The Year of Living Dangerously
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Weir
Roteiro: David Williamson, Peter Weir
Elenco: Mel Gibson, Sigourney Weaver, Linda Hunt, Michael Murphy, Paul Sonkkila, Bill Kerr
Sinopse:
Durante uma revolução na Indonésia, na década de 1960, um jornalista acaba se apaixonando por uma mulher americana. No meio do caos e da guerra eles tentam construir uma história de amor. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Linda Hunt).
Comentários:
Esse filme é puro anos 80! Imagine unir em um mesmo elenco dois ícones cinematográficos daquela época (Mel Gibson e Sigourney Weaver) e com eles ainda bem jovens, no auge do sex appeal. A temperatura só poderia ficar alta mesmo. Palmas para o cineasta Peter Weir, um diretor que sempre admirei. Ele foi seguramente um dos diretores mais subestimados dos anos 80, pois fez excelentes filmes, com lindas fotografias, mas nunca conseguiu o reconhecimento que lhe era devido. O roteiro desse filme (também de autoria de Weir) tinha um subtexto político bem elaborado, ético e muito interessante, porém o que se sobressaía mesmo era o casal principal, soltando faíscas em cada cena. Dizem que Gibson e Weaver tiveram um caso durante as filmagens porém tudo foi devidamente abafado porque eles eram comprometidos. Que pena, deveriam ter assumido tudo publicamente, as revistas de fofoca iriam se divertir bastante. Deixando tudo isso de lado é bom reconhecer os méritos do filme como cinema. Um dos destaques mais lembrados veio da marcante atuação da atriz Linda Hunt, aqui interpretando um personagem masculino chamado Billy Kwan. Ela estava plenamente convincente como um homem em cena. Chega a impressionar. Não é a toa que levou o Oscar para casa!. Enfim, um filme bem indicado, com excelentes cenas e bela direção de fotografia. É sem favor algum uma das produções mais marcantes daquela década. Coisa fina.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 7 de maio de 2019
Mad Max 2: A Caçada Continua
Esse segundo filme da série é bem mais produzido do que o primeiro (que hoje em dia se parece mais com um filme amador!). Aqui há mais cuidados com figurinos, máquinas possantes (e mortais), além de maquiagem, efeitos especiais, etc. Claro, passados tantos anos algumas coisas ficaram datadas. O vilão, por exemplo, parece uma versão do Jason de "Sexta-feita 13", mas faça como os carros envenenados do mundo de Max e passe por cima desse tipo de coisa. Curta o filme não apenas pela ação desenfreada, como também por sua importância histórica. Afinal esses filmes que ainda hoje são lançados, com o mundo em ruínas, nada mais são do que novas versões para as boas e velhas aventuras violentas de Mad Max.
Pablo Aluísio.
sábado, 4 de maio de 2019
O Gênio e o Louco
O filme tem um tema que muito provavelmente não irá despertar a atenção de muitos espectadores. É obviamente algo mais intelectual, situado em um mundo não muito agradável, a das pessoas com problemas mentais, capazes de atos insanos de auto mutilação. De todos os personagens em cena, aquele interpretado por Sean Penn é o que desperta mais compaixão. Aqui temos um médico, um homem brilhante, que acaba sucumbindo à sua própria loucura, enquanto tenta se agarrar de alguma forma ao mundo da razão. Pelo brilhante trabalho de atuação, Penn acabou ofuscando Gibson, que afinal tem um papel secundário, embora importante, dentro da trama. O roteiro também revela um quadro de pouca ética entre os acadêmicos de Oxford, até porque eles começaram simplesmente a delegar suas funções, numa máxima de pouco esforço e trabalho. Quem acaba assim fazendo o trabalho árduo é um pobre coitado esquizofrênico, preso em uma prisão e na sua própria mente deteriorada. Quem poderia imaginar...
O Gênio e o Louco (The Professor and the Madman, Irlanda, 2019) Direção: Farhad Safinia / Roteiro: John Boorman, Todd Komarnicki / Elenco: Mel Gibson, Sean Penn, Natalie Dormer, Stephen Dillane / Sinopse: Dr. William Chester Minor (Sean Penn) é um médico americano que após um surto de esquizofrenia acaba matando uma pessoa inocente, que andava pelas ruas de Londres à noite. Condenado, é enviado para um manicômio psiquiátrico. James Murray (Mel Gibson) é um autodidata que passa a trabalhar no novo dicionário da universidade de Oxford. O destino acaba unindo a vida desses dois homens tão diferentes entre si.
Pablo Aluísio.
domingo, 4 de novembro de 2018
Air Strike
Como é um filme com muitos combates aéreos era de se esperar pelo menos que fossem bem feitos. Só que a computação gráfica é uma lástima. Em muitos momentos ficamos com a impressão de estarmos vendo um videogame comum.Os chineses erram em vários aspectos, mas nesse pelo menos esperava que eles acertassem um pouquinho. Não deu certo. E o Bruce Willis no meio dessa bomba? Obviamente ele está aí só pelo cachê que foi milionário. Ele aparece em uma ou outra cena, apenas colocando seu nome para aluguel. Arranjou até um lugar no elenco para a filha, Rumer Willis, que é péssima! O que me impressiona é ver o Mel Gibson envolvido em uma coisa dessas! Logo ele que como diretor sempre foi muito criterioso. Uma mancha na carreira dele como produtor de cinema. Para finalizar basta apenas dizer que tantos os fãs de Gibson como Willis estão dizendo lá fora, em fóruns de cinema, que esse é o pior filme da carreira deles! Se os próprios fãs dizem isso quem sou eu para discordar?
Air Strike (China, 2018) Direção: Xiao Feng / Roteiro: Ping Chen, Tie Dong Zhou / Elenco: Ye Liu, Bruce Willis, Adrien Brody, Rumer Willis, Seung-heon Song / Sinopse: Durante a II Guerra Mundial um militar americano linha dura, o comandante Jack (Willis), lidera e treina um esquadrão de pilotos chineses. Ao mesmo tempo alguns militares da China tentam atravessar o país em um caminhão que carrega algo muito precioso para a resistência.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 3 de julho de 2018
Até o Último Homem
A direção é de Mel Gibson. Após alguns anos em que ficou brigado com os principais nomes da indústria cinematográfica americana, ele retornou para dirigir essa produção. Gibson dividiu seu filme em dois atos bem distintos, na primeira parte mostrando aspectos da vida pessoal de seu protagonista e a segunda, já no campo de guerra na Europa, quando seu personagem principal acaba se tornando um herói no front. O segundo ato do filme é bem mais interessante. Gibson mostra muita habilidade em explorar as cenas de batalha. Por fim uma curiosidade histórica. Esse roteiro foi escrito originalmente para ser estrelado por Audie Murphy, um herói de verdade da guerra que havia virado astro de filmes de cowboy nos anos 50.
Até o Último Homem (Hacksaw Ridge, Estados Unidos, Austrália, 2016) Direção: Mel Gibson / Roteiro: Robert Schenkkan, Andrew Knight / Elenco: Andrew Garfield, Hugo Weaving, Vince Vaughn, Sam Worthington / Sinopse: O filme conta a história real do soldado Desmond Doss (Andrew Garfield). Ele é um jovem adventista do sétimo dia que se alista no exército americano durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Alegando objeção de consciência (de natureza religiosa), ele acaba se dispondo a ajudar os companheiros no campo de batalha, trabalhando como assistente médico. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Andrew Garfield), Melhor Direção (Mel Gibson), Melhor Edição (John Gilbert), Melhor Mixagem de Som (Kevin O'Connell e Andy Wright) e Melhor Edição de Som (Robert Mackenzie e Andy Wright).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
Rebelião em Alto Mar
Antes de embarcar Bligh resolve contratar seu amigo pessoal, Fletcher Christian (Mel Gibson), para ser seu homem de confiança dentro do navio. A viagem começa e durante a navegação o Capitão Bligh informa para sua tripulação que tem a vontade de contornar o Cabo Horn, um lugar terrível, cheio de tempestades, onde vários navios afundaram e homens morreram. Essa é a primeira decisão do Capitão que vai contra a vontade de seus marinheiros. A coisa porém não cessa por aí. Bligh se mostra um tirano, sempre açoitando e torturando os membros do navio pelos menores deslizes de disciplina.
Homem duro, pouco propenso a fazer concessões, o Capitão acaba vendo a situação piorar quando o navio finalmente chega nas paradisíacas ilhas do Taiti. Com lindas praias, frutas e mulheres nativas bonitas (e nuas), sempre prontas para transar com os tripulantes, a disciplina e a moral piora ainda mais. Após ficar algumas semanas nessas ilhas, o Bounty finalmente parte em direção à Jamaica, porém os marinheiros resolvem se revoltar contra o Capitão e seu método de comando. O motim, punido por enforcamento pela lei inglesa, logo se torna incontrolável, tendo como mentor justamente o imediato Christian, a quem o Comandante parecia confiar tanto, por considerá-lo seu amigo leal. A traição é duplamente violenta e mortal.
O elenco conta com grandes nomes. O primeiro deles, central em todos os acontecimentos, é Sir Anthony Hopkins, perfeito como o Capitão que perde o controle da situação do barco ao seu comando. Mel Gibson que trava um verdadeiro duelo de interpretação com Hopkins em cena, obviamente leva uma surra nesse aspecto, pois ele era ainda muito jovem quando atuou no filme. Melhor se sai o ícone do cinema e teatro inglês Laurence Olivier. Quando o filme começa o Capitão do Bounty é levado a uma corte marcial e Laurence interpreta seu superior, um almirante, que preside o julgamento. Daniel Day-Lewis também está na tripulação do navio, com o primeiro imediato do capitão que acaba perdendo seu posto durante a viagem. Não há muito espaço para Lewis brilhar, mas ele cumpre perfeitamente bem seu papel no meio de tantas feras da arte de atuar. Por fim Liam Neeson dá vida a um marinheiro bom de briga, meio animalesco, que se torna um pesadelo para seus superiores enquanto atravessa o Atlântico. Em suma, um filme realmente muito bom, com ótima fotografia, roteiro bem escrito, coeso e um time de atores de primeira linha. Imperdível para cinéfilos em geral.
Rebelião em Alto Mar (The Bounty, Estados Unidos, Inglaterra, 1984) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: Robert Bolt, baseado no livro histórico escrito por Richard Hough / Elenco: Mel Gibson, Anthony Hopkins, Daniel Day-Lewis, Laurence Olivier, Liam Neeson, Edward Fox / Sinopse: No século XVIII o Capitão William Bligh (Anthony Hopkins) é surpreendido por um motim em sua embarcação, o navio da armada inglesa HMS Bounty. Os amotinados liderados por Fletcher Christian (Mel Gibson) tomam o controle do navio alegando não mais suportar a tirania de seu comandante. Filme indicado à Palma de Ouro do Cannes Film Festival. Também indicado ao British Society of Cinematographers na categoria de Melhor Fotografia (Arthur Ibbetson).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Mel Gibson - Primeiros Filmes
Seu primeiro filme para o cinema foi "O Último Verão", uma fita sobre quatro amigos que resolvem viajar pela Austrália em busca da onda perfeita. Os personagens eram surfistas (inclusive Gibson) e o roteiro era, para ser bem educado, completamente primário. Um filme que foi renegado pelo próprio Gibson anos depois. Durante uma entrevista o ator, perguntado sobre seu primeiro filme, foi enfático, descartando a produção, a chamando de ridícula. Realmente o título original era bem adequado, "Summer City", pois esse era inevitavelmente um filme vazio de verão, com surf, praias, garotas e nada mais. Não era mesmo nenhuma obra cinematográfica mais relevante. Se não fosse pela participação de Mel Gibson no elenco esse filme já teria sido esquecido completamente.
Depois de "O Último Verão" Gibson faria mais um filme, dessa vez um telefilme para ser exibido exclusivamente no canal ABC da Austrália. O filme se chamava "The Hero" (até hoje sem nome oficial no Brasil). Era uma produção muito fraca, quase um documentário, sobre a vida de atores na Austrália. Foi tão ruim e decepcionante que Gibson chegou ao ponto de pensar em abandonar seus sonhos de se tornar um ator, de viver da arte de atuar.
O que salvou a carreira de Mel Gibson foi o fato do diretor George Miller se interessar por ele após assistir a "O Último Verão". O cineasta acreditou que havia finalmente encontrado o tipo ideal para seu novo projeto, um filme com roteiro insano mostrando um patrulheiro rodoviário tentando colocar ordem e justiça em um mundo pós-apocalíptico. Era uma proposta bem ousada, a ser filmada nas estradas mais desertas e inóspitas do interior australiano. Miller queria mostrar um mundo destruído, desolado e abandonado, cuja a lei deveria ser imposta com violência e insanidade. O nome do filme seria "Mad Max" (Louco Max) e poucos sabiam, mas esse seria um marco absoluto na história do cinema mundial. Mel Gibson foi então convidado para um teste, sem levar nada muito à sério. Mal sabia ele o que estava por vir...
O filme "Mad Max" foi uma produção barata que não negava suas origens. O filme foi produzido com apenas 200 mil dólares, tudo feito a toque de caixa. O diretor George Miller porém tinha uma visão inovadora, bastante original. Ele mandou confeccionar um belo cartaz do filme e viajou até os Estados Unidos para lançá-lo no circuito independente. Ele sabia que nesse meio o filme teria maior recepção.
E tudo correu de acordo com o que ele pensava. "Mad Max" passou a ser exibido em um mercado mais underground, que o transformou rapidamente em um cult movie. Além disso quando o filme finalmente foi lançado (em 1979) o mercado de cinema estava prestes a sofrer uma enorme transformação. A indústria se preparava para o lançamento de um novo aparelho doméstico, o videocassete, que iria mudar para sempre os hábitos dos cinéfilos.
"Mad Max" acabou assim se tornando um dos primeiros grandes sucessos de lançamento no recém inaugurado mercado de vídeos domésticos, VHS. Com esse novo meio de comercialização de filmes os produtores encontraram um novo meio de ganhar muito dinheiro com os filmes. O que antes se resumia nas bilheterias de cinema, agora mudava para um novo formato. O consumidor alugava o filme e levava uma fita para assistir em casa, no conforto do lar. Com isso "Mad Max" foi ficando cada vez mais popular. A boa receptividade chamou a atenção para Mel Gibson, o ator que interpretava Max. Embora fosse americano ele morava na Austrália. Seu agente o aconselhou a ir embora, vindo morar em Los Angeles.
Antes de ir embora para a América Mel Gibson rodou um novo filme na Austrália. O filme se chamava "Tim - Anjos de Aço". Esse roteiro deu oportunidade para Gibson mostrar que era muito mais do que apenas um patrulheiro rodoviário em um mundo destruído. Seu personagem se chamava Tim Melville, um rapaz com retardo mental que trabalhava em pequenos serviços, como jardineiro, etc. Interpretar alguém excepcional, com necessidades especiais, foi um grande desafio para Mel que pegou gosto pelo drama e pelos enredos mais edificantes. Claro, ele estava prestes a se tornar um dos mais populares atores do gênero ação nos Estados Unidos, mas ao mesmo tempo sempre iria procurar por desafios como esse em sua futura carreira.
Depois do sucesso de "Mad Max" no mercado de vídeo nos Estados Unidos, Gibson viu as portas do cinema americano se abrirem para ele. Antes de ir para a América porém Gibson precisou cumprir alguns contratos que havia assinado na Austrália. Ela já havia decidido ir embora, para morar em Los Angeles por alguns anos, mas sem perder sua ligação com a Austrália, que adorava. Inclusive com o dinheiro ganho em "Mad Max" ele comprou sua primeira pequena fazenda no país, algo que iria manter por muitos anos. Ele também queria continuar a trabalhar no cinema australiano, independente de qualquer coisa.
Um desses filmes de sua fase australiana final foi o filme de guerra "Força de Ataque Z". A história se passava na II Guerra Mundial, quando um comando de militares australianos embarcavam numa missão contra as forças do Japão imperial. Gibson interpretava uma capitão chamado John Kelly nessa produção que se não chegava a ser uma obra prima, pelo menos cumpria bem seus objetivos no quesito diversão. No elenco havia ainda outro bom ator que também iria fazer carreira no cinema americano, o versátil Sam Neill.
Outro filme de guerra dessa mesma época foi "Gallipoli". Era uma produção bem superior ao filme anterior. Enquanto "Força de Ataque Z" era um filme de ação sem maiores pretensões a não ser divertir o público, esse "Gallipoli" era um ótimo drama de guerra dirigido pelo talentoso e reconhecido cineasta Peter Weir. O filme se passava durante a I Guerra Mundial. Gibson interpretava um jovem australiano que era enviado junto de sua companhia para lutar nas areias escaldantes do front egípcio. O inimigo era representado pelas forças militares de uma Turquia ainda muito fanatizada e cruel. Esse filme pode ser considerado o primeiro grande filme da carreira de Mel Gibson. Tinha excelente produção, linda fotografia e um roteiro realmente muito bem escrito. Era o tipo de filme que Gibson queria fazer. Algo muito além das meras cenas de ação dos filmes anteriores.
A produção acabou sendo considerada o grande filme australiano do ano, sempre premiada em várias categorias do Australian Film Institute (uma espécie de Oscar australiano), entre eles melhor filme, direção e ator, com Gibson sendo premiado pela primeira vez em sua carreira. O filme teve tão boa repercussão de público e crítica que acabou sendo lançado nos cinemas brasileiros na época, algo bem raro em se tratando de filmes australianos. Isso demonstrava como havia sido bem recebido em todo o mundo. Por muitos anos Gibson diria que "Gallipoli" havia sido certamente o melhor filme de toda a sua carreira até aquele momento.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de fevereiro de 2017
Até o Último Homem
Título Original: Hacksaw Ridge
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Icon Productions
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Robert Schenkkan, Andrew Knight
Elenco: Andrew Garfield, Hugo Weaving, Vince Vaughn, Sam Worthington
Sinopse:
O filme conta a história real do soldado Desmond Doss (Andrew Garfield). Ele é um jovem adventista do sétimo dia que se alista no exército americano durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Alegando objeção de consciência (de natureza religiosa), ele acaba se dispondo a ajudar os companheiros no campo de batalha, trabalhando como assistente médico, porém se recusa a pegar em armas para matar o inimigo. Inicialmente sua postura lhe traz muitos problemas, inclusive quase o levando à corte marcial, porém uma vez no front ele acaba se destacando por causa de sua bravura e coragem. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Andrew Garfield), Melhor Direção (Mel Gibson), Melhor Edição (John Gilbert), Melhor Mixagem de Som (Kevin O'Connell e Andy Wright) e Melhor Edição de Som (Robert Mackenzie e Andy Wright). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator (Andrew Garfield) e Melhor Direção - Drama (Mel Gibson). Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Edição (John Gilbert).
Comentários:
"Hacksaw Ridge" parece ser o filme da redenção da carreira de Mel Gibson. Após anos de brigas e desavenças em Hollywood ele retorno ao topo, com um filme que é sucesso de bilheteria e crítica. Além disso conseguiu uma grande leva de indicações ao Oscar, mostrando que seu prestígio na Academia está de volta. De fato Gibson, que nunca foi bobo, acertou no alvo ao escolher a história certa para filmar. O que temos aqui é um dos capítulos mais curiosos e desconhecidos da guerra, a história de um pracinha que se recusava a lutar por causa de suas convicções religiosas. Nascido no interior dos Estados Unidos, ele se via obrigado por questões morais e patrióticas a ir para a guerra, mas uma vez no exército não admitia a possibilidade de matar o inimigo no campo de batalha. Acabou sendo enviado para uma das maiores carnificinas da guerra, na ilha de Okinawa, a porta de entrada para a invasão do Japão. Esse filme tem dois aspectos que merecem a atenção do espectador. Ele é basicamente dividido em dois atos. No primeiro somos apresentados à história pessoal de Desmond Doss antes dele seguir para a guerra, mostrando detalhes de sua vida pessoal, quando era apenas um civil. Nesse ato vemos um momento crucial na sua infância que o levou a se tornar uma pessoa bem religiosa, os problemas de relacionamento com seu pai (um homem corroído pela bebida e pelo fracasso) e o grande amor de sua vida, uma enfermeira do hospital de sua cidade.
No segundo ato, Doss finalmente entra para o exército. Sob o treinamento de um sargento durão chamado Howell (em boa interpretação de Vince Vaughn), ele tenta sobreviver aos desafios do campo de combate. A primeira parte do filme achei bem mediana, um tanto plastificada, principalmente pelos excessos de "bondadismo" (a síndrome do bonzinho) do protagonista. Ele não parece ser uma pessoa real (embora tenha existido de fato, como bem demonstrado nas cenas finais, onde há uma breve entrevista com ele). O grande mérito dessa produção vem no segundo ato, no campo de guerra, na dureza da batalha. Como diretor, Mel Gibson conseguiu produzir tomadas excelentes, cenas tão boas de combate assim não tinha visto desde "O Resgate do Soldado Ryan"! Não é à toa que o filme tem sido considerado um dos mais bem editados do ano, pois certamente a luta entre japoneses e americanos nas areias vulcânicas de Okinawa valem por todo o filme! Mesmo sob intenso bombardeio dos navios americanos, os soldados japoneses conseguiam sobreviver, por contar com uma extensa rede de túneis subterrâneos por toda a ilha. Tudo muito bem demonstrado em cena. Então é isso, certamente é um dos melhores filmes do ano, pois conta com excelente produção, direção e roteiro. Talvez fosse ainda melhor se Gibson tivesse investido ainda mais nas cenas de luta, mas do jeito que está passa longe de ser decepcionante. É sim um dos melhores trabalhos assinados por Gibson. Um dos filmes obrigatórios do próximo Oscar. Não deixe de assistir.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
Teoria da Conspiração
Título Original: Conspiracy Theory
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Richard Donner
Roteiro: Brian Helgeland
Elenco: Mel Gibson, Julia Roberts, Patrick Stewart, Cylk Cozart, Terry Alexander, Brian J. Williams
Sinopse:
Jerry Fletcher (Mel Gibson) é um sujeito que vê conspirações governamentais em praticamente tudo! Nada escapa de seu "radar" sobre teorias de conspirações das mais diversas. Ninguém o leva muito à sério, já que com os anos Fletcher acabou ganhando a fama de ser meio louco, até o dia em que ele resolve denunciar uma nova conspiração que se revela verdadeira! A partir daí sua vida vira um caos completo e ele passa a ser perseguido por pessoas que nem ele sabe quem realmente são! Filme premiado no ASCAP Film and Television Music Awards.
Comentários:
Esse filme é do tempo em que Mel Gibson era um dos maiores campeões de bilheteria do cinema. Todos os seus filmes eram lançados com uma grande campanha de marketing e invariavelmente se tornavam grandes sucessos. Ele estava sempre presente nas listas dos mais bem pagos de Hollywood, recebendo cachês milionários por cada novo filme que estrelava. Era um astro de primeira grandeza. O roteiro brinca com a figura do teorista de conspirações, algo muito comum nos Estados Unidos. Geralmente pertencente a certos grupos de pessoas paranoicas, esse tipo de pessoa enxergava teorias de todos os tipos envolvendo aliens, espiões, conspirações, mercado internacional, seja o que for. O grande vilão em todas as conspirações, como não poderia deixar de ser, era o governo americano. No Brasil esse tipo que era até bem raro está também se tornando bem comum. De qualquer forma o filme aposta mais uma vez no poder de atrair bilheteria do ex-astro Mel Gibson. E ele se saiu muito bem ao lado do diretor Richard Donner que o havia dirigido com grande êxito nos quatro filmes da franquia "Máquina Mortífera". Aqui o destaque vai para o roteiro, bem intrigado, cheio de reviravoltas, além é claro das boas cenas de ação (especialidades do cineasta Donner). De maneira em geral foi uma das grandes produções de Hollywood daquele ano. Mel Gibson era realmente um dos mais populares astros de todos os tempos. Pena que esses dias andam distantes, bem distantes.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Herança de Sangue
Título no Brasil: Herança de Sangue
Título Original: Blood Father
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Icon Entertainment
Direção: Jean-François Richet
Roteiro: Peter Craig, Andrea Berloff
Elenco: Mel Gibson, Erin Moriarty, Diego Luna, William H. Macy, Raoul Max Trujillo, Dale Dickey
Sinopse:
Após passar muitos anos preso, Link (Mel Gibson) finalmente consegue sair da prisão sob condicional. Ele começa a trabalhar como tatuador no próprio trailer onde vive, ao mesmo tempo em que ainda mantém esperanças de um dia reencontrar sua filha, Lydia (Erin Moriarty). Ela desapareceu há muitos anos após fugir da casa da mãe. Tudo segue normal até que um dia Lydia ressurge! Ela viveu por anos na Califórnia e se envolveu com um criminoso latino, Jonah (Diego Luna), membro de um cartel mexicano de traficantes de drogas. Após um assalto mal sucedido ela acabou baleando o próprio namorado. Agora ele e seus comparsas querem se vingar. Apenas o pai de Lydia poderá deter esse bando de criminosos.
Comentários:
Mais uma tentativa (mal sucedida) do ex-astro Mel Gibson em retomar sua carreira. Desde que brigou com produtores e estúdios (com acusações de racismo e antissemitismo para todos os lados), Gibson tem vivido praticamente em um semi ostracismo. Nunca mais atuou em grandes produções e seus filmes já não conseguem alcançar o mesmo sucesso que um dia tiveram. Na verdade os últimos filmes de Gibson mal conseguem chamar a atenção do grande público. Em certos aspectos ele virou uma espécie de pária da indústria cinematográfica americana. Os dias de "Mad Max" e "Máquina Mortífera" parecem atualmente bem distantes. Como ele não é mais comercialmente tão viável para Hollywood seus filmes vão ficando cada vez mais baratos e sem expressão. Afinal uma coisa acaba levando a outra. Assim esse novo filme segue o mesmo caminho do que se tem visto em termos de Mel Gibson ultimamente. O roteiro é por demais básico, baseado apenas em uma situação sem novidades, a do pai que tenta proteger a filha de criminosos que tentam matá-la.
As cenas de ação são mais do mesmo. Para não escrever que nada é muito interessante ou original, há um bom momento quando Gibson foge com sua filha em uma possante moto Harley-Davidson numa estrada no meio do deserto. Apesar de ser até bem feita serviu apenas para me deixar com saudades de "Exterminador do Futuro 2". Em relação ao elenco temos um Mel Gibson barbudo, tatuado, envelhecido, mas com boa forma física. Pelo visto os anos de alcoolismo não conseguiram (ainda) destruir fisicamente o ator. Ao seu lado, como um amigo, surge o talentoso William H. Macy em um papel completamente sem importância e desnecessário. Um desperdício completo. A filha de Gibson no filme, por sua vez, é interpretada pela atriz e "ídola" teen Erin Moriarty, tão bonitinha quanto chatinha. E por fim temos Diego Luna, que por um pequeno momento no começo de sua carreira chegou a ser considerado uma grande promessa latina em Hollywood. Pelo visto foi outro que definitivamente não deu em nada. Então é isso. Uma fita de ação sem brilho, sem novidades, totalmente banal. Esse parece ser mesmo o caminho a ser trilhado pelo ex-astro Mel Gibson, aqui colhendo todos os frutos podres de seu passado recente de excessos.
Pablo Aluísio.
sábado, 20 de fevereiro de 2016
Mad Max
Título Original: Mad Max
Ano de Produção: 1979
País: Austrália
Estúdio: Roadshow Entertainment
Direção: George Miller
Roteiro: James McCausland, George Miller
Elenco: Mel Gibson, Joanne Samuel, Hugh Keays-Byrne
Sinopse:
A visão de um futuro apocalíptico passado nos desertos da Austrália. O mundo está dominado por perigosas gangues de bandidos e foras-da-lei de todos os tipos. Para colocar um pouco de lei e ordem na região surge nas estradas desoladas o ex-policial Max Rockatansky (Mel Gibson). Vestido de couro da cabeça aos pés ele está determinado a impor novamente segurança pelas rodovias agindo como um verdadeiro policial, juiz e carrasco ao mesmo tempo. Filme premiado no Avoriaz Fantastic Film Festival na categoria de Melhor Direção (George Miller).
Comentários:
Junte um diretor australiano ousado, poucos recursos, um ator desconhecido e a vastidão do deserto localizado bem no centro da Austrália e o que você terá? Sim, um dos mais cultuados filmes de ação e ficção da história do cinema. A ideia era usar a desolação daquela região inóspita para mostrar um mundo pós-apocalíptico, após a humanidade ser praticamente quase toda destruída por guerras sem fim (que nunca são devidamente explicadas no roteiro). Nas estradas que sobraram vagam o ex-policial Mad Max e uma verdadeira fauna de psicopatas malucos e bizarros que lutam pelos bens mais preciosos naquele planeta devastado: água e combustível. Claro que a falta de recursos da produção se mostra muito nítido logo nas primeiras cenas, mas isso fica em segundo plano em razão da criatividade de George Miller. Certamente o filme trouxe seu nome para o primeiro plano e ele logo estaria dirigindo filmes em Hollywood. O mesmo aconteceu com Mel Gibson que até aquele momento só tinha aparecido em filmes australianos desconhecidos e medíocres. Depois de Max ele também foi para os Estados Unidos e lá emplacou uma carreira de grande sucesso comercial. Sendo o primeiro da franquia, esse "Mad Max" dos anos 1970 pode também ser considerado o primeiro de uma linhagem, pois filmes passados em um mundo destruído e sem esperanças se tornariam cada vez mais comuns, virando um verdadeiro subgênero de ficção. Quem diria que o louco Max iria fazer escola...
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
O Hotel de Um Milhão de Dólares
Título Original: The Million Dollar Hotel
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra
Estúdio: Icon Entertainment International
Direção: Wim Wenders
Roteiro: Bono, Nicholas Klein
Elenco: Jeremy Davies, Milla Jovovich, Mel Gibson, Julian Sands, Amanda Plummer, Gloria Stuart
Sinopse:
Em hotel de quinta categoria, daqueles bem decadentes mesmo, um corpo é encontrado em um dos quartos. Após uma investigação descobre-se que o sujeito morto é um figurão, um bilionário, que andava desaparecido. Para desvendar o que lhe teria acontecido entra em cena o detetive Skinner (Mel Gibson), que passa então a juntar as peças do quebra-cabeças desse estranho caso. Filme premiado no Berlin International Film Festival.
Comentários:
Um filme que chamou bastante atenção na época. A direção era do cult cineasta Wim Wenders, que aqui dava vida a um roteiro escrito pelo próprio Bono, do U2. O filme foi produzido pela Icon, a empresa cinematográfica de Mel Gibson, que também estava no elenco. Com tanta gente boa na ficha técnica era de se esperar mesmo por um excelente filme. Infelizmente devo dizer que o filme tinha muito estilo, muita classe, mas pouco conteúdo. É uma daquelas fitas que são tão desesperadas para se tornarem cult movies que acabam se tornando apenas chatas e enfadonhas. A estória não avança para lugar nenhum, tudo é meio sem propósito ou direção. Apesar dos nomes envolvidos o filme custou pouco (meros oito milhões de dólares), mas conseguiu se sair ainda pior nas bilheterias, rendendo ridículos 30 mil dólares em seu primeiro final de semana de exibição nos Estados Unidos. No final das contas "O Hotel de Um Milhão de Dólares" sofre por ser pretensioso demais e pedante além do limite. O fracasso, pelo menos nesse caso, foi mais do que merecido. Se existe uma só palavra que descreve esse filme essa palavra é seguramente "chato".
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Eternamente Jovem
Título Original: Forever Young
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Steve Miner
Roteiro: Jeffrey Abrams, Bruce Davey
Elenco: Mel Gibson, Jamie Lee Curtis, Elijah Wood
Sinopse:
Homem fica 50 anos congelado. Ele havia participado de uma experiência inovadora em razão do estado de saúde delicado de sua namorada, que havia entrado em coma por tempo indeterminado. Agora terá que enfrentar a nova realidade.
Comentários:
No começo da década de 1990 o ator Mel Gibson resolveu dar um tempo em seus filmes de ação e no seu devaneio Shakesperiano “Hamlet” para investir em um filme pequeno, de produção bem modesta, feito especialmente para o público feminino. Depois de “Máquina Mortífera 3” Mel queria mesmo era mudar um pouco de ares, investir em algo realmente diferente. “Eternamente Jovem” veio bem a calhar para o que ele estava procurando. Era basicamente um romance nostálgico com pequenas nuances de ficção. A estória começava em 1939 quando Daniel (Mel Gibson) se via na frente de uma grande tragédia em sua vida ao ver sua namorada sofrer um grave acidente de carro, entrando em coma profundo, sem perspectivas de um dia voltar à consciência. Desesperado ele resolve então partir para uma solução radical ao aceitar participar de uma experiência cientifica em que ele sofreria um processo de congelamento por um tempo determinado. Esse procedimento poderia de alguma forma ajudar no estado em que sua querida amada se encontrava. Os problemas porém começam a acontecer quando o projeto é cancelado de forma inesperada e Daniel completamente esquecido em seu estado de hibernação artificial.
Passam-se 50 anos até Daniel finalmente ser redescoberto por dois garotos que o encontram em um depósito abandonado. Após tanto tempo ele finalmente consegue retornar ao mundo – e está perfeitamente preservado, com a mesma aparência e estado de quando foi congelado há cinco décadas. O mundo porém é outro, cinqüenta anos depois tudo surge para Daniel como se fosse um novo mundo, uma nova realidade. Agora ele tentará entender os acontecimentos ao seu redor e nesse processo espera descobrir o que aconteceu com sua amada do passado, mesmo após tantos anos. O filme investe na idéia de que o amor não tem fronteiras de tempo e espaço e consegue sobreviver a tudo, inclusive a separações traumáticas. O personagem de Mel Gibson é um dândi romântico, um ilustre apaixonado por sua inesquecível namorada. Ele tenta se adaptar ao novo mundo mas nada consegue apagar o seu amor atemporal. Obviamente que os fãs tradicionais de Gibson, os mesmos que lotavam os cinemas para assistir aos seus filmes de ação, estranharam bastante “Eternamente Jovem”. Já as mulheres adoraram e garantiram um bom resultado nas bilheterias. O marketing do filme não tinha receios de investir no lado mais galã do ator e no final essa publicidade surtiu bastante efeito. Não há como negar que o argumento é charmoso e a produção bem realizada mas Gibson parece levemente desconfortável em seu papel que é muito romântico e passional – algo que nunca fez parte da personalidade do ator em sua carreira cinematográfica. De qualquer modo vale pelas boas intenções e pelo clima ameno e lírico. "Eternamente Jovem" é praticamente uma fábula moderna, com muitos closes nos olhos azuis de Gibson. As mulheres certamente não terão do que reclamar.
Pablo Aluísio.