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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Inimigo Público

Título no Brasil: Inimigo Público
Título Original: The Public Enemy
Ano de Produção: 1931
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: William A. Wellman
Roteiro: Kubec Glasmon, John Bright
Elenco: James Cagney, Jean Harlow, Edward Woods
  
Sinopse:
Tom Powers (James Cagney) quer vencer na vida e não importa como. Desde a infância ele começa a realizar pequenos furtos e crimes até que se torna um dos gangsters mais violentos e brutais de sua cidade. Com a proibição da venda de álcool em bares pelo país ele começa a transportar a bebida de forma clandestina, como contrabando, o que o torna um homem rico e poderoso dentro do mundo do crime, mas será mesmo que essa tentativa de subir na vida a todo custo dará realmente certo? Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (John Bright e Kubec Glasmon).

Comentários:
Se não for o mais clássico de todos os filmes de gangsters da história do cinema americano, certamente é um dos cinco mais importantes. Não precisa ir muito longe para entender que se trata de uma versão romanceada do grande gangster da época, Al Capone. Dizem inclusive que ele assistiu ao filme ao lado de seus capangas em Chicago e gostou bastante do resultado. Semelhanças biográficas não faltam. Assim como Capone o personagem Tom Powers interpretado por James Cagney, é um bandidinho que começa por baixo, roubando relógios baratos pelas ruas. Depois conforme o tempo vai passando ele vai subindo dentro da hierarquia do mundo do crime até que a sorte grande lhe bate finalmente a porta. A Lei Seca entra em vigor, proibindo a comercialização de bebidas alcoólicas e isso abre um mercado lucrativo para todos os bandidos da cidade que começam a ganhar muito dinheiro com o contrabando de bebidas. Powers e seu fiel e amigo comparsa Matt Doyle (Edward Woods) ganham assim muito dinheiro, a ponto de desfilarem com carrões pela cidade com loiras exuberantes a tiracolo. A namorada de Tom Powers, Gwen Allen, é interpretada pelo mito Jean Harlow, uma atriz que iria influenciar decisivamente na carreira de Marilyn Monroe algumas décadas depois. Ambas eram loiras platinadas, sensuais e que se envolviam com os homens errados. Também morreram jovens, no auge do sucesso. 

Outro ponto forte do filme vem de seu roteiro que explora muito bem a rivalidade que nasce entre Powers e seu irmão Mike (Donald Cook). Esse quer vencer na vida de forma honesta, estudando de noite e trabalhando de dia. Na visão de Tom porém ele não passa de um "otário" (como convém aos espertalhões em geral). Só que Tom não contava que iria acabar pagando muito caro por tentar subir na vida de todas as maneiras possíveis. Por fim, e não menos importante, devemos chamar atenção para uma cena especial quando James Cagney esfrega uma laranja na cara de sua amante durante um café da manhã luxuoso no hotel mais caro da cidade. Essa cena foi considerada extremamente perturbadora na década de 1930 e por causa da reação negativa em sessões testes a Warner decidiu colocar um prólogo moralista afirmando que o filme não tinha a proposta de glamorizar a vida dos criminosos, mas sim servir como um alerta, um aviso, com o que havia de errado na sociedade. Por essa razão temos um final tão significativo nesse aspecto, algo do tipo "Não tente seguir os passos do criminoso retratado nesse filme pois definitivamente o crime não compensa". Bom, pelo menos para James Cagney o crime compensou e muito, pelo menos nas telas de cinema, pois depois desse filme ele virou um mito na era de ouro de Hollywood. 

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de maio de 2019

O Homem das Mil Caras

Belo filme clássico. O que temos aqui é uma cinebiografia do ator Lon Chaney. É Hollywood olhando para si mesma, contando parte de sua história. Chaney não era um galã bonitão como Clark Gable e nem tampouco um comediante talentoso como Charles Chaplin. Fisicamente ele tinha a aparência de um homem comum, já entrando na velhice. Isso não o impediu de se tornar um dos atores mais populares de seu tempo. Para alcançar esse sucesso nas telas ele usava não apenas de seu talento dramático, mas também de seus talentos como maquiador, criando personagens apenas com suas ferramentas artísticas. Isso criou um estilo próprio de fazer cinema. Assim ele ficou muito popular interpretando figuras trágicas como o fantasma da ópera e o corcunda de Notre Dame. Tudo criado por ele mesmo, usando de figurinos e maquiagem em doses excessivas. Por isso os posters de seus filmes traziam o título de "O Homem das Mil Faces", já que ele conseguia se transformar em qualquer personagem, sejam piratas, orientais, palhaços sinistros, qualquer coisa que o roteiro de um filme pedisse. O filme assim celebra sua vida como ator, mas também mostrando muitos detalhes de sua vida pessoal, como o casamento conturbado e infeliz, a perda da guarda do seu filho e uma certa vergonha que tinha por causa de seus pais, que eram deficientes.

O roteiro que concorreu ao Oscar é primoroso. Consegue mesclar o lado profissional e pessoal desse ator de forma magistral. Não há espaços para vazios ou cenas gratuitas. Tudo tem uma razão de ser. E por falar em talento dramático uma das melhores coisas nesse clássico é o trabalho de James Cagney. Claro, se você gosta de cinema clássico imediatamente o associa a personagens de gangsters durões. Foi nesse tipo de filme que ele se tornou famoso no cinema. Só que aqui temos o ator em um papel dramático que exigiu muito dele em termos de dramaturgia. E ele se saiu excepcionalmente bem. Diria que ficou à altura do próprio personagem que retratou. Afinal de contas temos que salientar que apenas um grande ator conseguiria interpretar um grande ator do passado como Lon Chaney. Nesse aspecto James Cagney merece todos os nossos aplausos por seu brilhante trabalho nesse filme.

O Homem das Mil Caras (Man of a Thousand Faces, Estados Unidos, 1957) Direção: Joseph Pevney / Roteiro: Ralph Wheelwright, R. Wright Campbell / Elenco: James Cagney, Dorothy Malone, Jane Greer, Marjorie Rambeau / Sinopse: O filme conta a história do ator Lon Chaney, aqui interpretado pelo astro James Cagney. Um resgate histórico da obra e da vida desse grande ator da era de ouro do cinema mudo americano. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de abril de 2019

Honra a um Homem Mau

O jovem cowboy Steve Miller (Don Dubbins) chega nas vastas terras pertencentes ao criador de cavalos e rancheiro Jeremy Rodock (James Cagney). Rodock é um sujeito durão, já envelhecido mas polido nas durezas do velho oeste. Ele chegou no território do Wyoming há muitas décadas e onde não havia nada conseguiu construir um rancho próspero e bem sucedido. Jeremy resolve dar uma chance ao jovem Miller e ele passa a fazer parte do grupo de empregados do rancho. A situação anda tensa na região pois há uma série de roubo de cavalos, atos criminosos provavelmente cometidos por um velho sócio de Rodock. Onde não há a presença da lei os rancheiros resolvem punir os ladrões de uma forma nada sutil: os pendurando em árvores, numa morte lenta e penosa por enforcamento. 

James Cagney se notabilizou em sua carreira ao interpretar gangsters durões durante a lei seca. Como esquecer, por exemplo, seu marcante personagem em "Anjos de Cara Suja"? Ele foi tão popular quanto Clark Gable, Gary Cooper ou Spencer Tracy, mas ao contrário desses atores raramente interpretava mocinhos em filmes românticos. James Cagney era baixinho, atarracado e tinha cara de mau e assim fez sua carreira. Essa produção foi realizada quando ele já era um veterano venerado em Hollywood, prestes a se aposentar (o que aconteceria cinco anos depois). Seu personagem, o velho Jeremy Rodock, é seguramente a melhor coisa do filme que é muito bom, acima da média, mostrando como era a dura de criadores de cavalos naqueles tempos.

No meio das perseguições contra os ladrões de cavalos o roteiro ainda encontra espaço para inserir uma muito bem desenvolvida relação amorosa entre Rodock e Jocasta Constantine (Irene Papas) que não consegue se decidir entre assumir um relacionamento com o velho ou se enamorar por algum jovem cowboy. Isso acaba criando uma tensão entre todos os personagens do rancho, o que enriquece bastante a trama. O cineasta Robert Wise assim realiza mais um belo trabalho em sua filmografia. Um filme até bem humano, que consegue desenvolver uma boa carga dramática em um western dos mais bem realizados.

Honra a um Homem Mau (Tribute to a Bad Man, Estados Unidos, 1956)  Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Direção: Robert Wise / Roteiro: Michael Blankfort, Jack Schaefer / Elenco: James Cagney, Don Dubbins, Irene Papas, Vic Morrow, Lee Van Cleef / Sinopse: Rancheiro poderoso e cowboy vivem e lutam em uma terra sem lei  no velho oeste americano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O Amanhã Que Não Virá

Título no Brasil: O Amanhã Que Não Virá
Título Original: Kiss Tomorrow Goodbye
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Gordon Douglas
Roteiro: Harry Brown, Horace McCoy
Elenco: James Cagney, Barbara Payton, Helena Carter

Sinopse:
Ralph Cotter (James Cagney) é um prisioneiro condenado que decide fugir após uma distração dos guardas. Na fuga seu colega de cela acaba sendo morto. Isso porém não é problema para Cotter que está desesperado em ser novamente um homem livre, para dar continuidade em sua vida no crime. De volta às ruas, ele acaba se envolvendo em um roubo, mas após ser pego pelo inspetor de polícia descobre que ele pode ser corrompido por dinheiro. Isso coloca o policial nas mão de Cotter, que agora não vê mais limites para seus planos no mundo do crime.

Comentários:
James Cagney foi o mais adorado vilão do cinema americano. Baixinho, atarracado e com cara de mau, ele construiu toda a sua carreira interpretando bandidos, assassinos e gangsters, todos com raro brilhantismo. Na era de ouro do cinema clássico ele foi o mais famoso "homem mau" das telas de cinema. Aqui Cagney volta a interpretar um criminoso, um sujeito que em nenhum momento tenta se fingir de bonzinho ou ser dado a crises de consciência. Pelo contrário, seu personagem Ralph Cotter é um escroque assumido. Após gravar o inspetor de polícia negociando com ele uma propina ele começa a ter o tira nas mãos. Ao lado de um advogado também sujo (Luther Adler, em excelente atuação como Keith 'Cherokee' Mandon) ele acaba percebendo que não haverá mais limites para seus golpes no mundo da criminalidade. Como porém nada é perfeito, acaba cometendo dois erros, justamente ao se envolver com as mulheres erradas, a irmã de seu companheiro morto na fuga e a filha de um milionário e político influente. Quem conhece a carreira de James Cagney sabe que em todo filme seu personagem deveria protagonizar uma cena de extrema violência. Algumas vezes ele amassava uma fruta na cara de alguma mulher que ousasse lhe enfrentar. Aqui ele perde a cabeça após ser agredido por uma garota e lhe dá uma surra com toalhas de banho - imagine algo assim em plenos anos 1950, onde o moralismo era muito presente, inclusive em filmes. O público adorava até porque todos tinham pago para ver o lado mais perverso e cruel de Cagney e certamente saíam plenamente satisfeitos do cinema após verem cenas como essa.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Mister Roberts

Título no Brasil: Mister Roberts
Título Original: Mister Roberts
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Ford, Mervyn LeRoy
Roteiro: Frank S. Nugent, Joshua Logan
Elenco: Henry Fonda, Jack Lemmon, James Cagney, William Powell, Nick Adams, Betsy Palmer
  
Sinopse:
Segunda Guerra Mundial. Pacífico Sul. O Tenente 'Doug' Roberts (Fonda) serve em um velho cargueiro da Marinha americana. Ele a cada dia se sente mais frustrado pois sua embarcação não está relacionada diretamente a entrar em combate, se limitando a suprir as mercadorias das tropas aliadas naquela região. Com apenas 62 homens a bordo eles precisam aguentar as manias e ataques de maluquice de seu comandante, o capitão Morton (Cagney) que não parece disposto a facilitar a vida de ninguém. O que mais deseja Doug é ir embora do navio, para ser transferido para um destróier da armada, mas isso, como ele logo descobrirá, não será nada fácil. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Som. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Jack Lemmon).

Comentários:
Baseado numa peça de grande sucesso da Broadway, "Mister Roberts" é uma simpática comédia ambientada na Segunda Guerra dirigida pelo mestre John Ford. É interessante que Ford pouco se aventurou nesse estilo, mas o apelo de levar a famosa e bem sucedida peça teatral falou mais alto e ele aceitou o convite da Warner para dirigir o filme. Inicialmente a produção seria estrelada por Marlon Brando (como Mister Roberts) e Spencer Tracy (como o médico a bordo, Doc), mas por motivos variados eles não foram contratados. O destino tem suas próprias razões e isso foi muito bom, uma vez que a dupla Fonda / Powell funcionou muito bem. Henry Fonda inclusive havia estrelado a peça da Broadway e seria naturalmente, mais do que qualquer outro ator, o nome ideal para a adaptação cinematográfica. Já Lemmon acabou levando o único Oscar do filme, numa interpretação muito divertida do desastrado segundo tenente Frank Thurlowe Pulver, oficial da lavanderia de roupas e da moral da tripulação (imaginem que mistura esquisita!). O roteiro foi escrito por dois diretores, Frank S. Nugent e Joshua Logan, e tem realmente um timing excelente. 

O tenente Roberts (Fonda) passa o tempo todo em uma guerra surda e não declarada para com o esquisito e carreirista capitão do barco, Morton (Cagney) que é um sujeitinho cheios de manias, como a de cultivar uma palmeira no convés do navio, sem que ninguém pudesse nem ao menos tocá-la. Como o filme é baseado numa peça teatral alguns aspectos de palco acabaram passando para a tela, como por exemplo, o desenrolar de toda a estória acontecendo em praticamente apenas um ambiente (o próprio cargueiro decadente chamado de "banheira" por todos os tripulantes). É lá que tudo se desenvolve. Curiosamente Fonda interpreta o bom oficial, amigo de todos, um colega de farda que é acima de tudo um apoio contra os desmandos do capitão, de quem ninguém gosta de verdade. O final, quando o tenente Roberts finalmente consegue sua tão sonhada transferência da embarcação para um navio poderoso da esquadra e o seu destino que o aguarda, é um dos mais tocantes que já vi. Uma lição irônica e ao mesmo tempo realista da vida e da luta que aguardavam todos aqueles militares no maior e mais sangrento conflito armado de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Mister Roberts

Em 1955 o mestre John Ford rodou uma de suas poucas comédias na carreira. Ford se celebrizou na história do cinema por causa de seus faroestes clássicos, grandes produções que louvavam a coragem do pioneiro colonizador americano que foi para o oeste selvagem com o objetivo de construir uma nação. Quando os Estados Unidos entraram na II Guerra Mundial Ford se alistou para trabalhar no esforço de guerra. São suas as imagens mais impressionantes das grandes batalhas desse conflito, como as que mostram o desembargue das forças aliadas na Normandia no Dia D.

Esse filme "Mister Roberts" foi realizado dez anos após o fim da guerra. Nesse tempo já havia uma certa tranquilidade em tratar aquele conflito, onde muitos americanos morreram, de uma forma mais bem humorada, sem tanto heroísmo como era comum em filmes do gênero na época. Assim as câmeras de Ford se concentram na história de marinheiros que poderiam ser tudo, menos heróis de guerra ao velho estilo. Enquanto seus companheiros de farda lutavam em grandes e decisivas batalhas épicas contra as forças japonesas a tripulação desse velho cargueiro caindo aos pedaços (chamado de "banheira" por seus próprios marinheiros) se limitava a transportar papel higiênico, frutas e utensílios para as tropas que lutavam no front.

Essa aliás passa a ser a grande frustração do Tenente Doug Roberts (Henry Fonda). Ele se alistou para ser um herói, não para transportar papel higiênico. Pior do que isso é estar sob o comando de um louco varrido, o Capitão Morton (James Cagney), um oficial que só pensa em subir na carreira, tratando mal todos os seus subordinados, com uma estranha obsessão por uma palmeira que ele mantém a bordo do navio, longe do alcance de todos os seus homens. Essa obsessão maluca dá origem a uma das melhores (e mais divertidas) cenas do filme quando Doug em um ato de revolta joga a planta no mar! O que pode parecer um ato sem maiores consequências acaba virando o fim do mundo para seu capitão!

"Mister Roberts" foi a adaptação para o cinema de uma peça de teatro da Broadway que fez muito sucesso na década de 1940. Isso também trouxe certas características teatrais ao filme, principalmente em relação aos diálogos e a própria forma da dramaturgia do roteiro pois tudo se passa dentro do navio, sem muitas cenas externas. Melhor para Jack Lemmon que levou o Oscar. Percebam como ele manteve a postura teatral em sua atuação. Esse foi o segredo do prêmio que acabou levando para casa. No fim de tudo o grande interesse em assistir "Mister Roberts" é conferir como um grupo de atores não acostumados ao gênero comédia (com exceção do próprio Lemmon, é claro), dirigido por um diretor de épicos do velho oeste (John Ford) conseguiu realizar um filme tão bom e divertido como esse. Quem diria que tantos veteranos dramáticos teriam tanto êxito assim em uma produção como "Mister Roberts"...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Sangue por Glória

Título no Brasil: Sangue por Glória
Título Original: What Price Glory
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John Ford
Roteiro: Phoebe Ephron, Henry Ephron
Elenco: James Cagney, Corinne Calvet, Dan Dailey, William Demarest, Craig Hill, Robert Wagner

Sinopse:
Durante a Primeira Guerra Mundial, dois militares americanos servindo na França, o Capitão Flagg (James Cagney) e o Sargento Quirt (Dan Dailey), disputam o amor de uma bela francesa chamada Charmaine (Corinne Calvet). Ela é a filha do dono da taverna, tem bela voz e encanta a todos que a conhecem.

Comentários:
O fato do filme ser ambientado na Primeira Guerra Mundial, ser dirigido por John Ford e contar com James Cagney no elenco, pode levar algum cinéfilo a pensar que se trata de um daqueles épicos filmes de guerra do passado. Ainda mais com esse título pomposo de "Sangue por Glória". Não se trata disso. Não pense que vai encontrar grandes batalhas e grandes cenas de heroísmo. O filme, por mais incrível que isso possa parecer, está mais para comédia romântica. Tem música, cenas divertidas e personagens bem caricatos. O poster original do filme aliás entrega parte disso, é só prestar bem atenção. O tom é leve, embora de vez em quando (muito de vez em quando) mostre algum campo de batalha. James Cagney inclusive está muito bem em um tipo de papel que não era o seu habitual. O seu Capitão é do tipo nervosinho, mas que não dispenha uma boa garrafa de vinho francês. Na cena final, quando ele surge bêbado, o ator bem demonstra essa sua veia cômica. É um bom filme, mas o espectador precisa estar no clima certo. Se alguém for esperando um grande filme de guerra, com longas batalhas e cenas de ação, vai obviamente se decepcionar. Caso contrário, se quiser dar algumas boas risadas, então é o tipo ideal de programa para ver.

Pablo Aluísio.