quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Elvis Presley - On Stage, February 1970 - Parte 2

Elvis Presley - On Stage, February 1970 - Parte 2
Uma das músicas que mais gosto desse álbum é a bela "Sweet Caroline" de Neil Diamond. A apresentação dessa canção foi um dos pontos altos da temporada de fevereiro de 1970. Essa era uma música bem recente nas rádios pois ela havia sido lançada como single (com "Dig In" no lado B) poucos meses antes. Elvis, como todos sabemos, era fã incondicional da música de Diamond, a tal ponto que ao longo de sua carreira gravou várias canções desse artista. Para sua apresentação no palco em Las Vegas acabou criando uma coreografia própria que ficou excelente. O grande diferencial da versão de Elvis para a original de Diamond vem dos arranjos. A música na voz de Neil Diamond soava mais pueril, com uma sonoridade bem hippie. Com Elvis ela ficou mais marcante, fruto dos metais da orquestra. A singeleza do resto, principalmente em relação à letra, manteve-se. 

Outro detalhe técnico chama a atenção. Alguns autores afirmam que "Sweet Caroline" foi sugerida a Elvis ainda quando ele estava produzindo nas sessões do American Studios em Memphis, no ano anterior. Isso provém do fato de que a versão de Diamond foi produzida por Chips Moman (que também produziu aquelas sessões com Elvis) e Tommy Cogbill (que também tocou com Elvis naquela ocasião). Apesar de ter sido oferecida a Elvis e tudo mais o cantor não a gravou em estúdio. As razões de sua recusa seguem desconhecidas. Talvez a grande qualidade das outras canções tenha ofuscado "Sweet Caroline", quem sabe... Foi um erro de Elvis porque ele teria gravado a versão antes de seu autor e teria feito bastante sucesso nas paradas se a tivesse lançado como single, ainda em 1969. Depois disso o próprio Elvis foi surpreendido pela versão original de Neil Diamond que lançada como compacto pelo selo MCA fez bonito nas paradas, ganhando um disco de platina por suas vendas. Todo esse sucesso poderia ter sido de Elvis caso ela não a tivesse descartado no American. Tentando contornar a bobagem que havia feito Elvis resolveu levá-la para os palcos em Vegas, confirmando o velho ditado que diz "Antes tarde do que nunca".

Depois do lirismo da faixa anterior temos a vibração de "Runaway". Diante do propósito de só trazer canções inéditas para esse álbum, Elvis subiu ao palco em Las Vegas para cantar o hit "Runaway" de Del Shannon. Essa música foi número 1 na lista Billboard Hot 100 em fevereiro de 1961. Dois aspectos são dignos de menção. O primeiro é que a canção nunca havia sido gravada por Elvis em estúdio antes (por essa razão era inédita em sua discografia). O segundo é que ela na verdade não havia sido gravada em fevereiro de 1970 como constava na capa do LP original, mas sim em agosto de 1969, na sua primeira temporada de retorno aos palcos em Nevada. A RCA Victor quase a lançou no disco anterior, Elvis in Person, mas por precaução resolveu arquivá-la por mais algum tempo. Quando pintou o projeto desse novo LP ela se mostrou ideal para fazer parte de seu repertório. Ótima decisão. Segundo o próprio Del Shannon em uma entrevista essa canção acabou lhe trazendo uma das maiores alegrias de sua vida. Ele, como tantos outros milhares de admiradores de Elvis, fez questão de assistir o Rei do Rock ao vivo em Las Vegas. 

Para um artista que parecia só realizar concertos de dez em dez anos era uma oportunidade única, imperdível. Na noite em que estava na plateia Elvis parou repentinamente a apresentação e resolveu comunicar para os presentes que Del Shannon estava ali, naquela noite, lhe prestigiando. Shannon ficou completamente surpreendido, pois sequer havia comunicado ao staff de Elvis que iria assistir ao seu concerto. Depois de agradecer sua presença Elvis então mandou ver em sua própria versão do sucesso "Runaway", deixando Shannon emocionado. Depois o encontrou em seu camarim. Sobre esse encontro o autor declarou: "Assistir Elvis cantando minha canção foi muito emocionante. Depois ao encontrá-lo no camarim pude constatar como Elvis era educado, humilde e solícito. Ele me deixou emocionado. Nem quando os Beatles fizeram sua própria versão de Runaway pude ficar tão emocionado. Aquela foi uma das grandes noites de toda a minha vida. Uma lembrança que jamais esquecerei".

Pablo Aluísio. 

Pink Floyd - A Saucerful of Secrets

Pink Floyd - A Saucerful of Secrets
O fundador e criador do grupo Syd Barrett usou tantas drogas que embarcou numa viagem sem retorno. Com sua saída os demais membros do Pink Floyd ficaram meio perdidos, sem saber para onde iriam. Esse foi o segundo álbum do Floyd e o primeiro sem Barrett, imerso em sua própria loucura. Uma das boas decisões que o novo líder do Floyd Roger Waters tomou foi trazer o guitarrista David Gilmour para as gravações do disco. Além de músico extremamente talentoso, um dos maiores guitarristas da história do rock, ele também ajudou muito na composição e arranjo de novas músicas para o disco. Era sem dúvida o músico certo naquele momento mais do que complicado do Pink Floyd. Afinal eles corriam o risco até mesmo de serem demitidos pela direção da gravadora EMI. 

O mais curioso é que o grupo pensou seriamente em se tornar uma banda especializada em temas incidentais para trilhas sonoras de filmes. Pois é, com a saída de Barrett eles ficaram inseguros sobre o futuro, achavam que o Pink Floyd estava com os dias contados. Uma saída para sobrevivência seria tocar e compor músicas para filmes. O destino porém iria levar eles para outra direção, bem mais promissora e de sucesso. Em relação ao resultado final desse disco o considero bom. Não é uma obra-prima do grupo e tem seus deslizes, mas serviu para manter o Pink Floyd vivo, planejando um futuro. Eles ainda não tinham encontrado o caminho certo, mas já estavam indo em uma boa direção. 

Pink Floyd - A Saucerful of Secrets (1968)
Let There Be More Light
Remember a Day
Set the Controls for the Heart of the Sun
Corporal Clegg
A Saucerful of Secrets
See-Saw
Jugband Blues

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Pagaram com o Próprio Sangue

Título no Brasil: Pagaram com o Próprio Sangue
Título Original: Dragoon Wells Massacre
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Harold D. Schuster
Roteiro: Warren Douglas, Oliver Drake
Elenco: Barry Sullivan, Dennis O'Keefe, Mona Freeman

Sinopse:
A sexta cavalaria do exército americano é emboscada por guerreiros nativos selvagens em um despenhadeiro no meio do deserto do Arizona. Acuados, os soldados lutam pela própria sobrevivência mas apenas o Capitão Matt Riordan (Dennis O'Keefe) consegue escapar da chacina. Depois de recuperado é enviado novamente para a mesma região só que com uma missão muito mais perigosa: atravessar o território Apache escoltando um grupo de prisioneiros perigosos formado por assassinos e pistoleiros.

Comentários:
Costumo dizer que filmes sobre cavalaria sempre são no mínimo bons! E se foram realizados nos anos 1950 a coisa só tende a melhorar. Esse "Dragoon Wells Massacre" é de fato um dos mais realistas já feitos. Na época chegou a ser acusado de ser forte e violento demais. Revisto hoje em dia se mostra muito bem realizado e até mesmo atual. É brutal? Sim, mas aquela época era de brutalidade extrema! Os soldados da cavalaria não se apresentam como galãs com cabelos impecáveis mas ao contrário, surgem sujos, maltrapilhos e no limite de sua tolerância com tudo o que acontece ao redor. Os Apaches também se revelam como assassinos sem nenhum senso de misericórdia - uma visão que se apresenta muito mais adequada aos fatos históricos, fugindo da armadilha da imagem do "bom selvagem" que iria imperar no cinema americano nos anos que viriam. Os Apaches desse faroeste roubam, matam e estupram suas vítimas. Depois promovem rituais de sangue, tirando seus escalpos. Uma verdadeira barbaridade! E como na época da colonização rumo ao oeste americano não havia outra maneira de lidar com esses guerreiros os soldados da cavalaria nem pensam duas vezes e passam chumbo quente em quem aparecer com pele vermelha pela frente! O resultado é um western com muitas cenas de batalhas e conflitos no meio de um deserto empoeirado e hostil. Um programão para os fãs de faroeste, sem dúvida.

Pablo Aluísio.

Quando as Pistolas Decidem

Título no Brasil: Quando as Pistolas Decidem
Título Original: The Oklahoman
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Francis D. Lyon
Roteiro: Daniel B. Ullman
Elenco: Joel McCrea, Barbara Hale, Brad Dexter

Sinopse:
O Dr. John M. Brighton (Joel McCrea) é um médico idealista que resolve ir até as fronteiras mais distantes do oeste para com sua profissão ajudar as comunidades mais afastadas e isoladas. Depois que sua esposa morre precocemente sua mentalidade solidária se torna ainda mais forte e ele resolve então morar numa pequena cidade do Oklahoma ao lado de sua filha. A região porém passa por um momento de conflito, agravado pela descoberta de petróleo em terras indígenas. 

Comentários:
Ao lado dos pistoleiros, cowboys, índios e xerifes, o cinema americano procurou também destacar o idealismo de certos profissionais liberais como médicos na colonização do velho oeste. Esse certamente não foi o primeiro filme com esse tipo de tema a que assisti. De certa forma era algo até recorrente. Afinal de contas dentro do subconsciente do pioneiro americano certamente ficou a imagem desses corajosos homens que foram para uma terra hostil para basicamente ajudar ao próximo. McCrea está ótimo em seu personagem. Ele tinha uma imagem perfeita para esse tipo de papel. Um médico honesto e íntegro no meio de um conflito de pessoas sem qualquer ética pessoal, que nutriam apenas o desejo de ficarem ricos, seja de que forma fosse. O filme em si só não é melhor por causa dos modestos recursos da Allied Artists Pictures, um pequeno estúdio que já não existe mais, que produzia muitos westerns B durante os anos 50 e 60. Alguns bons, outros bem medíocres. Esse pelo menos se enquadra no primeiro grupo. No geral temos um bom faroeste, plenamente valorizado por seu enredo, muito interessante e relevante para o gênero.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

O Rochedo de Gibraltar

Título no Brasil: O Rochedo de Gibraltar
Título Original: Rocket Gibraltar
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Daniel Petrie
Roteiro: Amos Poe
Elenco: Burt Lancaster, Suzy Amis, Patricia Clarkson, Frances Conroy, Sinéad Cusack, John Glover

Sinopse:

Levi Rockwell (Lancaster) é um velho patriarca que decide reunir em seu aniversário todos os membros de sua grande família. Só que muitos deles estão passando por problemas em suas vidas. Usando de sua sabedoria adquirida pelos anos o velho Levi então decide ajudar cada um deles.

Comentários:
O tempo só fez bem para a carreira de Burt Lancaster. No começo de sua história em Hollywood ele era um jovem atlético, com origens no circo, que encarava qualquer cena de ação e aventura sem problemas. Conforme os anos foram passando Lancaster foi deixando esse tipo de filme de lado, assumindo riscos, atuando em dramas mais sofisticados, filmes com muita qualidade artística. E na velhice ele abraçou produções ainda mais relevantes, dramas sentimentais, com roteiros que procuravam passar belas mensagens sobre a natureza humana. Esse filme foi realizado com Burt Lancaster perto de anunciar sua aposentadoria do cinema, após décadas de trabalho árduo. É um filme sensível, muito bem conduzido, que mais uma vez coroou a filmografia desse grande ator e astro do cinema americano em seus anos dourados. Seja você admirador ou não de seus primeiros filmes esse é um item indispensável para se ter na coleção. É um mergulho na natureza humana e nas relações familiares.

Pablo Aluísio.

Estranhas Coisas de Paris

Título no Brasil: Estranhas Coisas de Paris
Título Original: Elena et les hommes
Ano de Produção: 1956
País: França, Itália
Estúdio: Franco London Films, Les Films Gibé
Direção: Jean Renoir
Roteiro: Jean Renoir, Jean Serge
Elenco: Ingrid Bergman, Jean Marais, Mel Ferrer, Jean Richard, Juliette Gréco, Pierre Bertin

Sinopse:
A princesa Elena Sokorowska (Ingrid Bergman) é uma nobre arruinada financeiramente que precisa arranjar um casamento para sair da pobreza. Acaba encontrando um velho industrial, mas ao mesmo tempo acaba também se apaixonando por um general amado pelo povo de Paris.

Comentários:
A atriz sueca Ingrid Bergman fez história em Hollywood. Basta lembrar de "Casablanca" para entender bem isso. Era uma bela e talentosa dama do cinema americano, só que nos anos 50 ela brigou com alguns estúdios e decidiu ir para a Europa rodar novos filmes por lá. Não foi uma boa ideia. Na França fez essa comédia romântica chamada "Elena et les hommes". O filme pode ser definido como um desastre em sua carreira. Com um roteiro bobo, machista, sem graça, Bergman tentou brilhar mais uma vez, mas tudo o que conseguiu foi ficar constrangida com a falta de qualidade artística do filme. O que era para ser algo mais sofisticado, acabou apelando para o pastelão e o humor físico. Ter uma atriz tão fina e educada no meio dessa bobagem toda acabou sendo muito embaraçoso. Os figurinos luxuosos tenta captar o glamour de Hollywood, mas falha nisso também. O diretor Jean Renoir só conseguiu rodar uma boa cena, logo a primeira, bem no meio de uma multidão pelas ruas de Paris. Depois disso o filme não acerta em quase nada. É lamentável que a querida Ingrid Bergman tenha entrado em um filme tão inexpressivo. Uma mancha em sua excelente filmografia.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de novembro de 2023

Imperador Romano Otão

Imperador Romano Otão
Depois da morte do imperador Galba subiu ao poder Otão. Ele não pertencia a nenhuma família tradicional romana. Não era um Patrício, membro da mais alta classe social do império. Muitos senadores o consideravam apenas um plebeu oportunista. E a classificação de assassino jamais deixou de manchar sua reputação, afinal ele era apontado como o principal conspirador da morte do imperador Galba e não poderia continuar no poder. Em pouco tempo o exército romano se aliou ao Senado para tramar a morte de Otão que de fato só ficaria três meses no poder absoluto, sendo morto logo em seguida. 

Essa foi uma fase de guerra civil em Roma. Com o fim da dinastia de Júlio César o título de imperador passou a ser disputado por generais e políticos e a arma para se chegar ao trono era a violência, a força bruta. O general que tivesse mais legiões ao seu lado vencia a luta para ser o novo imperador. Otão teve força no começo, quando Galba foi assassinado, mas não tinha homens suficientes para enfrentar as outras legiões que marchavam de volta a Roma para entronar seus próprios generais. Em apenas 1 ano o império teve três imperadores, sendo assassinados pelos que o sucediam. 

Otão tinha conseguido se tornar imperador porque contou, em um primeiro momento, com o apoio da guarda pretoriana, mas essa ligação era frágil. Ele vinha de uma família de bajuladores. Não tinha nobreza familiar. Seu pai havia caído nas graças do imperador Cláudio após contar ao imperador que havia um plano para matá-lo. Com a prisão dos conspiradores ele ganhou cargos importantes. Otão foi criado dentro do palácio imperial e era amigo de infância e juventude do jovem Nero que um dia também iria se tornar imperador romano. Por essa razão ele era visto pelo Senado como um homem de Nero que não poderia continuar no poder. Tinha que ser morto. 

Quando Nero foi morto e Galba o sucedeu, Otão participou das conspirações para matar o idoso imperador. Claramente agia por vingança pela morte de Nero. Era considerado tão sórdido quanto Nero e tentava vingar a morte do amigo. Após 3 meses no poder se viu cercado por legiões que tinham voltado da Germânia onde combatiam os bárbaros. Eram guerreiros experientes no campo de batalha. Voltavam para matar ou morrer. Abandonado pela guarda pretoriana que não tinha como enfrentar os legionários fora do palácio, Otão decidiu se matar, caindo em cima de sua própria espada. Sua cabeça foi cortada e jogada aos pés daquele que iria se tornar o novo imperador de Roma, Vitélio. 

Pablo Aluísio. 

Papa Linus

Papa Linus
No decorrer dos séculos muito foi perdido em termos de precisão histórica da Igreja. O Papa Lino foi o segundo Papa da história da Igreja Católica. Foi o sucessor de Sâo Pedro, considerado o primeiro Papa por ter sido o fundador da Igreja de Jesus Cristo. Como grande parte dos escritos originais se perderam nesses séculos pouca coisa segura há para se desvendar sobre esse segundo Bispo de Roma, Lino. Sabe-se que nasceu na Toscana, filho de um homem chamado Herculano. Foi um dos primeiros a se converter ao cristianismo. Na época a nova crença era considerada uma religião perigosa e subversiva pelos imperadores romanos. Há controvérsias se Lino teria conhecido ou andado ao lado de Pedro, mas pode-se afirmar com certeza que ambos viveram no mesmo tempo e na mesma cidade, foram contemporâneos. Como a igreja ainda era uma instituição perseguida não se sabe com precisão quando começou seu pontificado. Não havia documentos escritos para evitar execuções dos líderes do movimento.

Para alguns historiadores porém Lino não seria o único a ostentar o título de Bispo de Roma em sua época. Ao que tudo indica o poder de se levar adiante a palavra de Cristo em um império que a oprimia pertencia a três homens diferentes, Lino,  Anacleto e Clemente. Segundo ainda tradições antigas Pedro teria passado a missão de levar em frente a igreja de Roma diretamente a Clemente, só que esse tinha pouca ambição de ostentar esse título (não se sabe se sua atitude partia de um certo temor de ser morto por autoridades imperiais ou por pura modéstia pessoal). Assim Clemente por ser muito modesto retirou-se logo dessa função. Anacleto por sua vez desapareceu subitamente dos poucos registros que sobreviveram, ficando claro que a partir de determinado momento coube a Lino a condução da Igreja logo após as mortes de Pedro e Paulo.

Não se sabe também com precisão por quanto tempo Lino foi Papa. Há um certo consenso de que ele teria ficado no trono de Pedro por onze anos e oito meses. Apesar da perseguição das autoridades seu pontificado foi considerado pacífico e administrativamente organizado. Ele escreveu um dos primeiros documentos da Igreja, um regulamento que proibia as mulheres cristãs de irem aos cultos sem o véu. Depois que Nero descobriu que Lino era o suposto líder da nova Igreja que nascia, resolveu que ele deveria ser martirizado. Segundo algumas fontes Lino foi morto no ano 78, sob as ordens do cônsul Saturnino. Existe uma lenda que Lino teria feito um exorcismo em sua filha, expulsando um demônio evocando o poder de Jesus.

De qualquer maneira, mesmo sem confirmação histórica precisa, o fato é que o Papa Lino teria deixado uma obra escrita em grego sobre os martírios de São Pedro e de São Paulo, contando também parte de suas histórias. Tal obra teria sido de imensa importância histórica hoje em dia, mas certos estudiosos acreditam que eles sofreram adulterações ao longo da história, sendo os escritos originais perdidos para sempre. A tradicional história do conflito entre São Pedro e Simão, o Mago, teria sido tirado do livro original de Lino. Outra suposição é que os textos teriam sido queimados por autoridades romanas que estavam decididas a destruir o movimento cristão em Roma. Em termos históricos o pontificado de Lino coincide com a invasão e destruição do templo de Jerusálem pelo imperador romano Tito, um fato que causou grande comoção entre os cristãos de Roma. A luta de Lino nos primórdios do cristianismo lhe valeu a canonização. Hoje o Papa é reconhecido pela Igreja Católica como São Lino.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de novembro de 2023

O Quinto Elemento

Título no Brasil: O Quinto Elemento
Título Original: The Fifth Element
Ano de Lançamento: 1997
País: França, Reino Unido
Estúdio: Gaumont Films
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Bruce Willis, Gary Oldman, Milla Jovovich, Chris Tucker, Ian Holm, Luke Perry

Sinopse:
Nesse filme, cuja história se passa no ano de 2225, o ator Bruce Willis interpreta um motorista de táxi que se vê envolvido numa grande conspiração envolvendo grandes corporações após ajudar uma jovem que parece estar fugindo, lutando por sua vida a todo custo. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor efeitos sonoros (Mark A. Mangini). 

Comentários:
Tive a oportunidade de assistir no cinema, o que foi o ideal pois esse é um daqueles filmes em que o visual conta muito, ou melhor dizendo, conta tudo! E o que temos aqui é exatamente isso. Um filme visualmente belíssimo, contando cm figurinos extremamente bem elaborados, assinados por renomados estilistas de Paris, cenários futuristas originais e uma produção realmente de encher os olhos. Inclusive a direção de arte dessa ficção é de fato uma das melhores dos últimos 30 anos. Infelizmente o mesmo não se pode dizer de seu roteiro. Aqui o diretor se baseou em uma história original, criada por ele mesmo. É uma variação de velhas mitologias que já bem conhecemos, tudo misturado com uma certa paranoia sobre os avanços da ciência, principalmente em relação ao tema da tecnologia de manipulação genética. Funciona pouco nesse aspecto. Em suma, "O Quinto Elemento" é um filme lindo de se assistir, mas sem muito conteúdo por trás de toda aquela beleza cinematográfica que vemos na tela. 

Pablo Aluísio.

Eles Matam, Nós Limpamos

Título no Brasil: Eles Matam, Nós Limpamos 
Título Original: Curdled
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Tinderbox Films
Direção: Reb Braddock
Roteiro: Reb Braddock
Elenco: William Baldwin, Angela Jones, Bruce Ramsay

Sinopse:
Uma jovem latina, imigrante ilegal nos Estados Unidos, passa a trabalhar numa empresa que limpa a cena de crimes sangrentos. Para ela em especial parece ser o emprego ideal já que ela sempre curtiu essas histórias macabras envolvendo assassinos em série. 

Comentários:
Filme bacaninha de humor negro que chegou a ser até mesmo bem indicado e elogiado pela crítica em seu lançamento, lá nos hoje distantes anos 90. Eu aluguei o filme em VHS e não me arrependi. Apesar de não ser nada espetacular ou excepcional, essa foi uma daquelas produções independentes e despretensiosas da época que ousaram investir no novo, no inusitado, tudo feito com bom humor, mesmo que esse humor fosse mesmo bem negro, por causa das cenas de assassinatos, etc. E o mais interessante de tudo é que o roteiro foi escrito baseando-se na história real de uma imigrante colombiana que foi morar nos Estados Unidos nos anos 80. E sim, existem mesmo empresas de limpeza em Los Angeles especializadas em crimes violentos. No comercial as empresas prometem limpar todo o sangue, não deixar nada para trás! Pois é, nesse mundo existe de tudo mesmo! 

Pablo Aluísio.