Depois da morte do imperador Galba subiu ao poder Otão. Ele não pertencia a nenhuma família tradicional romana. Não era um Patrício, membro da mais alta classe social do império. Muitos senadores o consideravam apenas um plebeu oportunista. E a classificação de assassino jamais deixou de manchar sua reputação, afinal ele era apontado como o principal conspirador da morte do imperador Galba e não poderia continuar no poder. Em pouco tempo o exército romano se aliou ao Senado para tramar a morte de Otão que de fato só ficaria três meses no poder absoluto, sendo morto logo em seguida.
Essa foi uma fase de guerra civil em Roma. Com o fim da dinastia de Júlio César o título de imperador passou a ser disputado por generais e políticos e a arma para se chegar ao trono era a violência, a força bruta. O general que tivesse mais legiões ao seu lado vencia a luta para ser o novo imperador. Otão teve força no começo, quando Galba foi assassinado, mas não tinha homens suficientes para enfrentar as outras legiões que marchavam de volta a Roma para entronar seus próprios generais. Em apenas 1 ano o império teve três imperadores, sendo assassinados pelos que o sucediam.
Otão tinha conseguido se tornar imperador porque contou, em um primeiro momento, com o apoio da guarda pretoriana, mas essa ligação era frágil. Ele vinha de uma família de bajuladores. Não tinha nobreza familiar. Seu pai havia caído nas graças do imperador Cláudio após contar ao imperador que havia um plano para matá-lo. Com a prisão dos conspiradores ele ganhou cargos importantes. Otão foi criado dentro do palácio imperial e era amigo de infância e juventude do jovem Nero que um dia também iria se tornar imperador romano. Por essa razão ele era visto pelo Senado como um homem de Nero que não poderia continuar no poder. Tinha que ser morto.
Quando Nero foi morto e Galba o sucedeu, Otão participou das conspirações para matar o idoso imperador. Claramente agia por vingança pela morte de Nero. Era considerado tão sórdido quanto Nero e tentava vingar a morte do amigo. Após 3 meses no poder se viu cercado por legiões que tinham voltado da Germânia onde combatiam os bárbaros. Eram guerreiros experientes no campo de batalha. Voltavam para matar ou morrer. Abandonado pela guarda pretoriana que não tinha como enfrentar os legionários fora do palácio, Otão decidiu se matar, caindo em cima de sua própria espada. Sua cabeça foi cortada e jogada aos pés daquele que iria se tornar o novo imperador de Roma, Vitélio.
Pablo Aluísio.
História & Literatura
ResponderExcluirPablo Aluísio.
A verdade é que depois da morte brutal do Júlio Cesar em pleno senado, e pelos homens mais importantes da republica, tudo perdeu um pouco do sentido e aquele acordo social da alternância do poder simplesmente pelo respeito a instituição já não tinha mais força para sustentar os mandatos. Mesmo o Otavius que foi o sucessor imediato do Júlio Cesar e era um excelente politico a amado pelo povo ao ponto de receber o titulo de Augusto, se manteve no poder por força ditatorial, militar. O Cassius e o Brutus não tinham ideia do mal fariam a Roma ao praticaram aquele golpe de estado contra Julio Cesar.
ResponderExcluirO que aconteceu em Roma foi bem trágico. Saiu-se de uma República institucional para um império autoritário baseado em força e violência. Deu no que deu. É trágico porque os romanos sempre foram mestres em Direito, mas deixaram tudo de lado por ganância e poder!
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