segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Jogo de Espiões

Quando Brad Pitt começou a realmente fazer sucesso no cinema ele logo foi comparado a Robert Redford. Ambos, diziam os críticos, eram parecidos fisicamente e seguiam um mesmo estilo de personagem. Pessoalmente eu nunca achei, mas como parecia ser uma boa ideia reunir a dupla em um filme a Universal Pictures aceitou pagar os cachês milionários dos atores para que eles estrelassem esse "Spy Game". É interessante notar que quando o filme foi lançado havia um certo pensamento de que filmes sobre espiões estavam fora de moda, ultrapassados. Até porque poucos anos antes o muro de Berlim havia caído e não tinha mais muito sentido apostar nesse tipo de roteiro. Foi talvez esse o maior problema enfrentado pelo filme quando chegou aos cinemas.

A bilheteria foi morna e a repercussão nada animadora. A trama gira em torno de um agente da CIA veterano, Nathan Muir (Robert Redford), que é convocado pelo serviço de inteligência para salvar a vida do jovem espião Tom Bishop (Brad Pitt), que foi seu pupilo no passado. A "amizade" que os une é do tipo amor e ódio pois o personagem de Redford não consegue confiar plenamente em Pitt. Com uso de flashbacks em seu desenrolar o filme só se prejudica mesmo por sua falta de ritmo. Como escrevi naquela época o público não parecia mais interessado em jogos de espiões dos tempos da guerra fria. Muito provavelmente se o filme tivesse sido lançado antes, uns três anos antes, teria melhor sorte, quem sabe...

Jogo de Espiões (Spy Game, Estados Unidos, 2001) Direção: Tony Scott  / Roteiro: Michael Frost Beckner / Elenco: Robert Redford, Brad Pitt, Catherine McCormack, Marianne Jean-Baptiste / Sinopse: Um espião veterano é escalado para ajudar um episáo bem mais jovem, porém ao que tudo indica há mais interesses escusos em jogo, mesmo que muitos não saibam.

Pablo Aluísio.

Fantasmas da Guerra

Bom, no finalzinho da década de 1980 o ator Bruce Willis resolveu que iria investir também em filmes mais dramáticos, que lhe trouxesse mais prestígio como bom ator. Eu costumo dizer que o "Bruno" (seu apelido) passa longe de ser um canastrão. Seu problema foi que ele geralmente arrasava nas bilheterias em filmes de pura ação (Como "Duro de Matar") e assim foi aos poucos ficando estigmatizado como brutamontes e tudo o mais. Como eu acompanhei Bruce Willis desde os tempos da série "A Gata e o Rato" jamais o considerei apenas como um canastrão armado em filmes sem roteiro com muitas explosões. Tanto isso é verdade que poucos se lembram que Bruce Willis foi indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator justamente pela atuação nessa produção. De maneira em geral o que temos aqui é um drama sobre as marcas deixadas pela Guerra do Vietnã.

O personagem de Willis é um ex-combatente chamado Emmett Smith. Ele convive com sua jovem sobrinha Samantha (Emily Lloyd, sensação adolescente do cinema na época) numa cidadezinha do interior do Kentucky. O pai dela morreu nas selvas vietnamitas e ela quer descobrir tudo sobre ele, mesmo com a resistência de seu tio. Um filme dirigido por Norman Jewison que aposta nas relações humanas e nas dificuldades de se superar diversos traumas em nossas vidas. Um ótimo exemplo de que Bruce Willis sempre foi mais do que apenas seus filmes de ação poderiam levar a crer. Assim deixo essa preciosa dica para conhecer o lado mais dramático de Bruce Willis, algo que nos anos que viriam iria se tornar cada vez mais uma grande raridade!

Fantasmas da Guerra (In Country, Estados Unidos, 1989) Direção: Norman Jewison / Roteiro: Frank Pierson, baseado no livro de Bobbie Ann Mason / Elenco: Emily Lloyd, Bruce Willis, Joan Allen, Kevin Anderson / Sinopse: A história dos traumas e dramas de um ex-combatente da guerra do Vietnã que precisa lidar com a sobrinha adolescente que deseja conhecer mais sobre seu passado na guerra.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de dezembro de 2021

Justiça em Família

Ray Cooper (Jason Momoa) vive o maior drama de sua vida. Sua esposa está morrendo de câncer. Ao lado da filha pequena, ele vê surgir uma esperança, uma droga experimental que pode salvar a vida dela. Só que uma grande corporação de medicamentos compra a nova fórmula da droga e a tira do mercado, selando o destino de sua esposa. Por um lance de sorte Ray tem uma oportunidade de falar diretamente com o CEO da empresa durante uma entrevista dele na CNN. E deixa claro para o executivo que se sua espora morrer ele vai acertar contas. Vai caçá-lo até o fim de seus dias. Essa é a premissa inicial desse bom filme de ação intitulado "Justiça em Família". Embora haja muitas questões éticas envolvidas nessa história, como por exemplo, o direito do protagonista de partir para cima do responsável indireto pela morte da esposa, o filme se desenvolve muito bem. A história nunca desanda e tudo é mostrado com base em um realismo que anda raro em filmes de ação. Esse é um dos principais pontos positivos desse filme.

A única coisa que teria a criticar foi o fato de que o roteiro perdeu o ponto certo para encerrar o filme. A história deveria terminar na cena no alto do estádio de futebol americano. Se o filme acabasse ali teria sido perfeito, mas os roteiristas ainda colocaram mais 20 minutos de história depois desse que seria o clímax perfeito. Não era necessário. Além disso o plot twist envolvendo pai e filha certamente confundirá alguns espectadores. É bem bolado e tudo mais, entretanto penso ter sido dispensável. No geral, apesar desses tropeços, o filme se mantém muito bom. E se você gosta de cenas de lutas com armas brancas, com facas e punhais, o filme tem ótimas sequências nesse estilo, com destaque para a luta corporal no metrô e depois no chafariz. O personagem do assassino profissional também está muito bem construído no roteiro. Enfim, gostei bastante. No gênero de filmes de ação essa fita certamente se destacou nesse ano em termos de qualidade cinematográfica.

Justiça em Família (Sweet Girl, Estados Unidos, 2021) Direção: Brian Andrew Mendoza / Roteiro: Gregg Hurwitz, Philip Eisner / Elenco: Jason Momoa, Isabela Merced, Manuel Garcia-Rulfo / Sinopse: Após a morte da esposa, um homem comum decide se vingar dos executivos de uma grande corporação industrial de drogas que tiraram um remédio do mercado. Essa droga poderia ter salvo a vida dela.  

Pablo Aluísio.

007 - Permissão para Matar

Nessa aventura o agente secreto James Bond (Timothy Dalton) resolve trabalhar por conta própria, indo em busca de vingança contra um perigoso e sanguinário traficante de drogas internacional, responsável pela morte de um agente da CIA, velho amigo e companheiro de Bond em missões conjuntas realizadas no passado. Um jornada em busca de justiça de fundo bem pessoal por parte do famoso personagem criado por Ian Fleming. Apesar da proposta mais inovadora do roteiro, o fato é que não deu muito certo essa segunda atuação do ator Timothy Dalton como James Bond. A famosa franquia tentava se adaptar aos novos tempos e procurou trilhar um caminho mais realista para as aventuras do agente inglês nas telas. O público porém não comprou a ideia. Com uma bilheteria considerada fraca demais pelo estúdio o resultado morno do ponto de vista comercial selou o destino de Dalton na série. Ele foi demitido e os produtores foram atrás de um novo ator (que acabaria sendo Pierce Brosnan, que finalmente daria certo, conciliando público e crítica em torno de seu nome).

Assim o reinado de Timothy Dalton como James Bond só duraria dois filmes, fato que o colocaria à frente apenas de George Lazenby que realizou apenas um filme como Bond nos anos 1960 (o mal sucedido "007 – À Serviço Secreto De Sua Majestade"). Considero Dalton um bom ator, que segurou bem as pontas nesse momento de transição da franquia durante os anos 1980. Roger Moore estava velho demais para o papel e não havia ninguém ainda disposto a aceitar a responsabilidade de encarnar Bond nas telas. Um fato curioso é que Mel Gibson havia sido convidado para suceder Moore, mas recusou alegando que o personagem era "inglês demais" para seu gosto! Ele não gosta de ingleses, como todos sabemos. Esse filme, como o anterior, é bom, bem produzido e com roteiro bem escrito. Infelizmente os fãs queriam mesmo ver as antigas e fantasiosas estórias envolvendo Bond e não o aceitaram muito bem como alguém de carne e osso. De qualquer forma a direção do veterano John Glen manteve a qualidade do filme acima de qualquer crítica.

007 - Permissão para Matar (Licence to Kill, Estados Unidos, Inglaterra, 1989) Direção: John Glen / Roteiro: Michael G. Wilson, Richard Maibaum / Elenco: Timothy Dalton, Robert Davi, Carey Lowell / Sinopse: Um agente, amigo de James Bond, é assassinado por um perigoso traficante internacional de drogas. Depois desse crime James Bond decide ir atrás de vingança. Filme indicado ao prêmio da Edgar Allan Poe Awards.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de dezembro de 2021

Venom: Tempo de Carnificina

São tantos filmes sendo lançados pela Marvel que até mesmo personagens secundários dos gibis ganham sua própria franquia cinematográfica. É o caso desse Venom, um vilão dos quadrinhos do Homem-Aranha que se deslocou do universo do famoso herói para ter a sua exclusiva linha de filmes. Com a chegada desse segundo exemplar posso dizer que nenhum deles é lá grande coisa. São filmes para assistir com muita pipoca, visando unicamente tirar ali pouco mais de uma hora e meia de diversão descompromissada. No fundo é um daqueles filmes de monstros lutando entre si. Nada de novo desde os tempos dos primeiros filmes de Godzila no Japão. Só que aqui tudo turbinado por efeitos digitais de última geração aliado a um roteiro bem simples, pontuado com algumas pitadas de bom humor, muitas delas bem sem graça.

Eddie Brock, interpretado por Tom Hardy (que também produziu em parte o filme e ajudou no roteiro) é um jornalista investigativo que vai atrás de uma nova matéria com o serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson). O problema é que a matéria de Brock acaba levando a inúmeros corpos de vítimas de Cletus e isso o condena à pena de morte. Só que em um lance do acaso o psicopata também se contamina com a substância alien de Venom, o que dá origem a uma nova criatura chamada propriamente de Carnificina. O curioso é que nos quadrinhos essa saga do Carnificina foi bem criticada pelos especialistas na nona arte, mas no cinema até que rendeu uma boa diversão. Pelo visto os deuses da sétima arte são mesmo mais generosos.

Venom: Tempo de Carnificina (Venom: Let There Be Carnage, Estados Unidos, 2021) Direção: Andy Serkis / Roteiro: Kelly Marcel, Tom Hardy / Elenco: Tom Hardy, Woody Harrelson, Michelle Williams, Naomie Harris / Sinopse: Segundo filme da franquia Venom. Na história um perigoso psicopata se contamina com a substância vinda do espaço que deu origem ao Venom. Com isso surge uma nova criatura, um novo monstro, chamado Carnificina.

Pablo Aluísio.

Dunkirk

Título no Brasil: Dunkirk
Título Original: Dunkirk
Ano de Produção: 2017
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Elenco: Fionn Whitehead, Barry Keoghan, Mark Rylance, Barry Keoghan, Tom Glynn-Carney, Mark Rylance

Sinopse:
O filme mostra, em detalhes históricos precisos, a chamada retirada de Dunquerque quando barcos civis se arriscaram para salvar a vida de milhares de militares ingleses que batiam em retirada de Dunquerque, após um forte avanço das tropas alemãs do III Reich nazista.

Comentários:

Um dos melhores filmes sobre a II Guerra Mundial lançados nos últimos dez anos. O interessante (e estarrecedor) é que muita gente não entendeu as motivações do filme. Para os mais cínicos o filme retrataria um momento embaraçoso para os ingleses, quando eles tiveram que sair às pressas de Dunquerque, após o avanço das tropas nazistas. Não se trata disso. O filme tenta passar o valor da honra de muitos britânicos que se arriscaram para salvar a vida de seus patriotas. Muitos barcos civis se aventuraram no mar para ir até a praia de Dunquerque e de lá trazer os jovens soldados para casa. Não foi um ato de covardia, muito pelo contrário, mas sim um ato de coragem, de bravura, de muito patriotismo. Algumas produções já tinham tratado desse mesmo evento histórico, só que aqui se ganha contornos de uma melhor produção, com os avanços da atual tecnologia de efeitos especiais. Como se pode ver bem na cena dos aviões da Força Aérea real dando rasantes incríveis nas praias de Dunquerque. Enfim, temos aqui um grande filme sobre um grande momento da história da Inglaterra. Mostra bem os valores das pessoas que participaram desse momento único e histórico da Grã-Bretanha. Grande filme. Se você gosta de produções com enfoque na II Guerra Mundial então o filme se torna simplesmente obrigatório.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Assassino à Preço Fixo 2

Título no Brasil: Assassino à Preço Fixo 2 - A Ressurreição
Título Original: Mechanic - Resurrection
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Dennis Gansel
Roteiro: Philip Shelby, Tony Mosher
Elenco: Jason Statham, Jessica Alba, Tommy Lee Jones, Sam Hazeldine, Toby Eddington, Michelle Yeoh
  
Sinopse:
Dado como morto, o paradeiro do assassino profissional Arthur Bishop (Jason Statham) finalmente é descoberto. Ele está vivendo no Rio de Janeiro, com outra identidade. O criminoso internacional Riah Crain (Sam Hazeldine) então resolve chantagear Bishop. Ele deverá eliminar três alvos, caso contrário Crain irá matar pessoalmente a garota Gina (Jessica Alba) por quem Bishop está apaixonado. Assim Bishop se vê preso em uma armadilha, mas não sem antes ter algumas cartas mortais na manga.

Comentários:
Terceiro filme com o personagem do assassino Bishop. A primeira produção foi estrelada por Charles Bronson em 1972. Em 2011 tivemos o remake, já com Jason Statham como protagonista. Agora temos a sequência. É a tal coisa, quem vai em busca de algum filme de ação com o astro Statham já deve saber de antemão o que encontrará pela frente. Ele acabou se tornando o legítimo herdeiro dos filmes de ação ao estilo anos 80 e nesse nicho se sai muito bem. É curioso porque esse filme me fez recordar muito algumas produções de James Bond nos anos 70. Estou me referindo à estrutura do roteiro e a seu estilo. Há uma cena, no bondinho do Rio de Janeiro, que é muito parecida com uma sequência de "007 Contra o Foguete da Morte" de 1979. Seu desfecho completamente absurdo (quando ele pula em cima de uma asa delta que vai passando lá embaixo) reforçou ainda mais essa impressão. Outra cena que me chamou muito a atenção vem quando Bishop precisa eliminar um rico empresário australiano (um sujeito inescrupuloso que fez fortuna com tráfico de seres humanos). O tal milionário tem uma enorme piscina suspensa no alto de sua cobertura luxuosa. Essa sequência é de longe a melhor de todo o filme. 

Achei extremamente bem feita, rivalizando com qualquer cena de ação mais bem elaborada da franquia Bond. Realmente ótima. As semelhanças com os filmes de 007 não param por aí. O assassino profissional Bishop faz uma verdadeira tour mundial, passando por inúmeros países (tal como costuma acontecer com Bond). Ele passa pelo Brasil, Bulgária, Austrália, Tailândia e Camboja. As locações, como eram de se esperar, são lindas, o que trouxe uma bela fotografia para o filme. Por fim um aspecto que certamente chamará a atenção dos cinéfilos é a presença no elenco do ator Tommy Lee Jones. Ele é o último alvo do "mechanic". Usando um figurino bizarro, com direito a óculos hippie e barbicha, Jones parece se divertir muito com seu vilão. O espectador deve seguir seu exemplo, encarando o filme como uma grande e descompromissada diversão. Não levar nada à sério é o grande segredo para curtir mais essa eficiente fita de ação estrelada pelo ator Jason Statham.

Pablo Aluísio.

Hitman - Agente 47

Título no Brasil: Hitman - Agente 47
Título Original: Hitman: Agent 47
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Aleksander Bach
Roteiro: Skip Woods, Michael Finch
Elenco: Rupert Friend, Hannah Ware, Zachary Quinto
  
Sinopse:
No passado o governo americano desenvolveu um projeto genético ambicioso que procurava criar o assassino perfeito, sem emoção, sem remorso e sem culpa, apenas eficiência completa na execução de ordens. Com o cancelamento do programa o seu criador, o cientista Litvenko, simplesmente desapareceu, sem deixar vestígios. Agora dois grupos inimigos lutam para descobrir onde ele está se escondendo. A chave para achá-lo é sua filha, Katia (Hannah Ware), que pode saber onde ele vive.

Comentários:
No ano passado a indústria de games divulgou seu resultado financeiro anual. Para surpresa de muitos o mercado de videogames gera atualmente mais dinheiro do que o mundo do cinema. Uma verdadeira fortuna todos os anos. E dentro do universo dos games "Hitman" é um dos jogos mais populares. Basicamente o game é sobre um assassino profissional perfeito. Como as adaptações de quadrinhos e games andam em alta em Hollywood a Fox comprou os direitos de Hitman e produziu esse filme. Eu já havia assistido um filme anterior com o mesmo universo de Hitman, mas esse aqui é bem mais produzido. Até porque os estúdios da Twentieth Century Fox não colocariam sua marca em uma produção fraca ou mal feita. Realmente em termos de efeitos especiais, produção, etc não há o que reclamar. O filme conta com várias locações ao redor do mundo, entre elas Berlim na Alemanha e a exótica e distante Singapura. Tudo muito bem produzido. O problema é que assim como acontece nos games não há muito enredo para contar. São cenas e mais cenas de ação em sequência, sem qualquer perda de tempo para o espectador recuperar seu fôlego. A trama se resume a dois grupos inimigos tentando chegar no criador do programa Hitman. Ele está em algum lugar do mundo, escondido. Colocar as mãos em sua filha significa ter um passo à frente nessa caça. E termina por aí. Talvez os gamers venham a gostar do resultado final, quem sabe. Como cinéfilo o filme não me pareceu grande coisa. Na verdade é um produto bem vazio e sem substância.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Vingança & Castigo

Faroeste da Nefflix. Um Black Western. E o que significa esse termo? Basicamente um faroeste com personagens e atores negros. Um bom filme, com uma história bem escrita que faz o espectador manter o interesse no desenrolar de todos os acontecimentos. No enredo dois criminosos do velho oeste precisam acertar as contas com um passado sangrento. O pistoleiro de armas douradas Rufus Buck (Idris Elba) matou o pai e a mãe de Nat Love (Jonathan Majors) quando ele era apenas uma criança. O tempo passa e Nat forma seu próprio bando de criminosos especializados em roubos a bancos. Só que ele é surpreendido pela notícia de que Rufus está em liberdade novamente após ficar longos anos na prisão. Seus comparsas o libertam quando ele viajava de trem ao ser transferido para uma nova prisão em outro estado. Livre das correntes, Rufus reorganiza sua quadrilha e começa a espalhar o terror novamente no velho oeste. E Nat está disposto a matá-lo para vingar a morte de seus pais anos antes.

O ator Jonathan Majors que interpreta o ladrão de bancos Nat parece ser um tipo dócil demais para enfrentar o vilão Rufus de Idris Elba. Esse sim está ótimo em cena pois capturou muito bem o que o roteiro exigia dele. Seu vilão é um tipo desalmado, que mata uma pessoa como se esmaga uma mosca que está incomodando. O plot twist da cena final também me soou bem idealizado, fazendo uma ponte de ligação ainda mais forte entre os dois personagens. O filme tem ótimas sequências de ação e uma ambientação muito boa, ora lembrando em certos momentos do estilo do western spaghetti. A trilha sonora também é um ponto positivo, com temas que fogem um pouco do estilo tradicional de músicas que você esperaria ouvir nesse tipo de filme, mas que no final se encaixam bem no que vemos na tela. Enfim, um bom western contemporâneo, mostrando que esse gênero cinematográfico tão tradicional ainda vive.

Vingança & Castigo (The Harder They Fall, Estados Unidos, 2021) Direção: Jeymes Samuel, Boaz Yakin / Roteiro: Jeymes Samuel / Elenco: Jonathan Majors, Idris Elba, LaKeith Stanfield, Zazie Beetz / Sinopse: Dois pistoleiros precisam acertar as contas no velho oeste. Rufus Buck (Idris Elba) matou os pais de Nat Love (Jonathan Majors) na sala de jantar de sua própria casa. Agora que Rufus está novamente em liberdade, Nat planeja finalmente sua vingança de sangue.

Pablo Aluísio. 

Diablo

Título no Brasil: Diablo
Título Original: Diablo
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Lawrence Roeck
Roteiro: Carlos De Los Rios, Lawrence Roeck
Elenco: Scott Eastwood, Walton Goggins, Danny Glover
  
Sinopse:
Após o fim da guerra civil o soldado Jackson (Scott Eastwood) finalmente retorna para casa. Ele resolve levar em frente o rancho de sua família. O problema é que o lugar é atacado por uma quadrilha de bandoleiros mexicanos que levam sua jovem esposa como refém. Desesperado e com sede de vingança Jackson resolve seguir o bando, enfrentando os perigos e desafios de uma natureza hostil e selvagem. Filme premiado no San Diego Film Festival na categoria de Melhor Direção (Lawrence Roeck).

Comentários:
Apesar desse western ser estrelado pelo filho de Clint Eastwood (o que supostamente daria maior crédito a ele, já que Eastwood pai poderia muito bem opinar sobre a produção) o fato é que não há nada demais nesse faroeste. O roteiro é sem maiores novidades, reaproveitando o tema da busca obsessiva pela mulher raptada por bandoleiros mexicanos. O personagem interpretado por Scott Eastwood assim parte pelo oeste afora para salvar sua esposa, numa jornada ao molde tradicional, com toques de obsessão. Em sua jornada encontra ladrões, assassinos e nativos que o salvam da morte certa. O filho de Clint Eastwood, Scott Eastwood, procura seguir os passos de seu pai, um dos maiores ícones do western de todos os tempos. Em termos de elenco porém quem se destaca mesmo é o ator Walton Goggins. A primeira vez que vi Walton em cena foi na série Justified onde interpretava o criminoso alucinado Boyd Crowder. Depois ele foi ganhando cada vez mais papéis interessantes por causa de seu talento, até se tornar mais conhecido do público de cinema no filme "Os Oito Odiados" de Tarantino como o Xerife Chris Mannix. Ele é aquele tipo de profissional que realmente rouba as cenas em que atua. Pior para Scott Eastwood que embora seja muito parecido com seu pai quando jovem, não tem o mesmo talento para atuação. Além disso outro ponto que acaba se sobressaindo nessa produção é a linda fotografia. O diretor Lawrence Roeck resolveu filmar algumas tomadas de cima, nas alturas, com o uso de drones. Isso deu uma perspectiva bonita para as cenas, aproveitando toda a beleza natural daquelas florestas nevadas de pinheiros da região de Alberta, Canadá, onde foram filmadas. Em certos aspectos me lembrou de filmes de faroeste do próprio Clint Eastwood nos anos 70 como "O Estranho Sem Nome". Tecnicamente bonito (temos que admitir), contando com a boa atuação de Walton Goggins, o filme só peca mesmo pelo roteiro, sem novidades e derivativo demais. Se tivessem caprichado um pouco mais nesse aspecto as coisas certamente teria se saído melhor do que vemos. Do jeito que está é apenas um western ok, sem muita originalidade.

Pablo Aluísio.