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sábado, 9 de março de 2024

Anjos e Insetos

Título no Brasil: Anjos e Insetos
Título Original: Angels and Insects
Ano de Lançamento: 1995
País: Reino Unido
Estúdio: Playhouse International Pictures
Direção: Philip Haas
Roteiro: A.S. Byatt, Belinda Haas
Elenco: Mark Rylance, Kristin Scott Thomas, Patsy Kensit

Sinopse:
O filme é um estudo de uma família da pequena nobreza rural da Inglaterra vitoriana. William Adamson (Mark Rylance), um jovem cientista, é apresentado à família Alabaster por Sir Harald Alabaster (Jeremy Kemp), que também é fascinado por insetos. William se casa com a filha mais velha da família e estuda a quantidade de insetos no jardim da vila. Seus comportamentos estranhos - para a pequena nobreza - revelam ao mesmo tempo seus próprios fracassos e paixões.

Comentários:
Eu já escrevi aqui no blog, mais de uma vez, que aprecio bastante esses filmes ingleses ambientados na Inglaterra rural do século XIX, em pleno auge da Era Vitoriana. Aqui conhecemos verdadeiras sociedades conservadoras, não esses picaretas que existem na política brasileira que se dizem conservadores. Os verdadeiros seguidores dessa linha pensamento prezam pela estabilidade da sociedade, pelo respeito às instituições e tradições. Aqui temos um microcosmo dessa sociedade, onde todos vivem suas vidas sem importunar o próximo. Um destaque desse filme vem também de uma certa dose de erotismo, algo nem sempre presente nesse tipo de produção, mas que aqui se encaixou perfeitamente na proposta do roteiro. E antes que me esqueça, o filme também foi indicado ao Oscar na categoria de Melhor Figurino. Apenas um detalhe a mais de sua requintada boa produção. 

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de outubro de 2022

O Alfaiate

Aqui vai mais uma boa dica sobre o bom cinema inglês. Trata-se desse filme, chamado "O Alfaiate". Vejam, que história interessante. Um alfaiate inglês vai morar em Chicago nos anos 1930. Ele aprendeu o seu ofício nos melhores estabelecimentos comerciais de Londres. Um ofício que une técnica e arte ao mesmo tempo. Com o passar dos anos, ele foi se desiludindo, pois a moda do jeans chegou na Inglaterra. E em seu modo de pensar, não haveria como ser elegante vestindo aquele tipo de roupa. Estão ele parte para morar nos Estados Unidos. Agora pense um pouco. O que vem na sua mente quando eu falo em Chicago na década de 1930? Obviamente você vai lembrar dos grandes gângsters daquela época. Bandidos sim, mas bandidos muito elegantes e bem-vestidos. E essas pessoas passam a ser as principais clientes desse alfaiate inglês. 

Só que nessa proximidade, surgem problemas. Ele começa a deixar que recados, cartas e mensagens sejam trocados na parte interior de seu pequeno estabelecimento comercial. E aí já viu... ele acaba se envolvendo também com o submundo do crime de Chicago. O filme é muito bom e muito bem roteirizado. Em certos momentos, me lembrou de alguns filmes de Alfred Hitchcock. Com direito até mesmo a um corpo escondido dentro de um baú na sala principal. Lembrou de "Festim Diabólico"?. Pois é, exatamente isso. Bom filme, que mantém uma boa história e um desfecho que vai surpreender muita gente.
  
O Alfaiate (The Outfit, Inglaterra, 2022) Direção: Graham Moore / Roteiro: Graham Moore, Johnathan McClain / Elenco: Mark Rylance, Zoey Deutch, John Gumley-Mason / Sinopse: Um alfaiate inglês trabalhando na Chicago dos anos 1930, infestada por Gangsters, acaba se envolvendo com o submundo do crime.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de dezembro de 2021

Dunkirk

Título no Brasil: Dunkirk
Título Original: Dunkirk
Ano de Produção: 2017
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Elenco: Fionn Whitehead, Barry Keoghan, Mark Rylance, Barry Keoghan, Tom Glynn-Carney, Mark Rylance

Sinopse:
O filme mostra, em detalhes históricos precisos, a chamada retirada de Dunquerque quando barcos civis se arriscaram para salvar a vida de milhares de militares ingleses que batiam em retirada de Dunquerque, após um forte avanço das tropas alemãs do III Reich nazista.

Comentários:

Um dos melhores filmes sobre a II Guerra Mundial lançados nos últimos dez anos. O interessante (e estarrecedor) é que muita gente não entendeu as motivações do filme. Para os mais cínicos o filme retrataria um momento embaraçoso para os ingleses, quando eles tiveram que sair às pressas de Dunquerque, após o avanço das tropas nazistas. Não se trata disso. O filme tenta passar o valor da honra de muitos britânicos que se arriscaram para salvar a vida de seus patriotas. Muitos barcos civis se aventuraram no mar para ir até a praia de Dunquerque e de lá trazer os jovens soldados para casa. Não foi um ato de covardia, muito pelo contrário, mas sim um ato de coragem, de bravura, de muito patriotismo. Algumas produções já tinham tratado desse mesmo evento histórico, só que aqui se ganha contornos de uma melhor produção, com os avanços da atual tecnologia de efeitos especiais. Como se pode ver bem na cena dos aviões da Força Aérea real dando rasantes incríveis nas praias de Dunquerque. Enfim, temos aqui um grande filme sobre um grande momento da história da Inglaterra. Mostra bem os valores das pessoas que participaram desse momento único e histórico da Grã-Bretanha. Grande filme. Se você gosta de produções com enfoque na II Guerra Mundial então o filme se torna simplesmente obrigatório.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

O Bom Gigante Amigo

Título no Brasil: O Bom Gigante Amigo
Título Original: The BFG
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Walt Disney Pictures, Amblin Entertainment
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Melissa Mathison, Roald Dahl
Elenco: Mark Rylance, Ruby Barnhill, Penelope Wilton, Jemaine Clement, Rebecca Hall, Rafe Spall

Sinopse:
Uma menina órfã, certa madrugada, vê um gigante andando pelas ruas de Londres. E ele também vê a garota. Então decide levar ela para a Terra dos Gigantes, algo que mudará sua vida para sempre. Filme indicado ao BAFTA Awards e ao Annie Awards.

Comentários:
Depois de muitos anos o cineasta Steven Spielberg decidiu a voltar a dirigir um filme para os pequeninos, para as crianças. E o que eles mais curtem? Sim, gigantes, efeitos digitais de nova geração e aventuras. E colocar como protagonista uma criança também é uma decisão mais do que certa. E como se tudo isso ainda não fosse o bastante essa produção foi feita pelos estúdios Walt Disney. Todos os elementos presentes, não é mesmo? Só que infelizmente eu não considerei esse um grande filme de Steven Spielberg, Ele cercou-se de seus colaboradores mais habituais, como Kathleen Kennedy e John Williams, mas mesmo assim o resultado ficou apenas mediano. No meu ponto de vista o material original era meio fraco. Então nem com todo o talento de Spielberg e nem toda a competência da produção da Disney, iriam salvar o filme. E isso se refletiu também nas bilheterias, que foram mornas, nada espetaculares. Para quem um dia já assinou obras como "ET o Extraterrestre" realmente o gostinho de decepção fica na boca do espectador. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

À Espera dos Bárbaros

Gostei desse filme. É uma bem elaborada crítica contra o sistema colonial. O cenário é um forte localizado bem no meio do deserto, na fronteira mais externa do império. Bom, antes de mais nada cabe uma informação. O filme erra ao não informar a época, nem a nacionalidade do exército invasor. De qualquer forma, temos a figura do colonizador. É um símbolo. E tudo corre relativamente bem. O comandante do forte é um homem sensato, já velho, calejado pela experiência. Identificado apenas como "o magistrado" ele trata bem todos os povos daquela região. Interpretado pelo ator veterano Mark Rylance, ele é o verdadeiro protagonista do filme.

Tudo muda com a chegada de um novo coronel chamado Joll (Johnny Depp). O sujeito é arrogante, perverso e com ar de superioridade. A pura boçalidade de um colonizador que acredita que todos os nativos são seres inferiores a ele. O militar acredita numa suposta superioridade racial e cultural sobre todos e as coloca em cima da mesa. Também é obcecado, acreditando que está para se formar uma grande rebelião contra o forte. Tudo pura ilusão de sua cabeça. Ele então começa sistematicamente uma série de torturas e barbaridades cometidas contra os locais. Mata pessoas idosas, cega mulheres jovens, agride e humilha os homens, tudo em suas sessões de tortura sem fim. Pura insanidade. Um jovem oficial, igualmente psicopata, interpretado pelo ator Robert Pattinson, faz todo o serviço sujo. Enquanto tortura, ri de forma sádica.

Assim o filme desfila a tragédia de se tornar membro de um grupamento militar nas mãos de um completo imbecil. Depp, que pelo visto em seus últimos filmes, está se especializando em interpretar vilões, está muito bem em seu papel. Porém quem merece aplausos de fato é o veterano Mark Rylance como o sensato magistrado. Em uma época em que isso era solenemente ignorado por forças de ocupação, ele defende os direitos humanos das populações locais. A fina ironia do roteiro é que os invasores chamam os nativos de "bárbaros", porém a verdadeira barbaridade é cometida pelos colonizadores, mostrando a verdade face dessa moeda histórica que até os dias de hoje ainda incomoda.

À Espera dos Bárbaros (Waiting for the Barbarians, Estados Unidos, Itália, 2019) Direção: Ciro Guerra / Roteiro: J.M. Coetzee / Elenco: Mark Rylance, Johnny Depp, Robert Pattinson / Sinopse: Um oficial de um país colonizador começa a cometer barbaridades e torturas contra as populações locais de uma região distante e inóspita do império, causando revolta e indignação por onde passa.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Ponte dos Espiões

Quando um espião russo é preso nos Estados Unidos acusado por espionagem internacional, o Estado designa o advogado James B. Donovan (Tom Hanks) para lhe defender no tribunal. A sociedade americana exige a pena de morte para o soviético pois em pleno auge da guerra fria os ânimos estavam mais do que exaltados. Donovan porém pensa diferente. Ele não está disposto a apenas cumprir meras formalidades processuais, mas sim defender realmente seu cliente. Isso acaba lhe trazendo uma série de problemas, tanto do ponto de vista profissional como pessoal, já que sua família passa também a ser ameaçada. Esse é o novo filme de Steven Spielberg. Longe de seu auge criativo e artístico, Spielberg tem se empenhado em contar boas histórias ultimamente. Aqui ele dividiu claramente seu filme em dois atos bem delimitados. No primeiro acompanhamos o advogado Donovan tentando defender o espião russo em plena paranoia da guerra fria. No segundo ato o mesmo personagem precisa trocar o espião que salvou da pena capital por um piloto americano preso na União Soviética após ter seu avião abatido nos céus da Rússia. Assim o espectador na verdade acaba assistindo dois filmes em um só, começando como um drama de tribunal e terminando como um filme de espionagem dos tempos da cortina de ferro.

Steven Spielberg realizou um filme um tanto burocrático em minha visão. A primeira parte, por exemplo, poderia ter sido muito mais bem desenvolvida. Nela os profissionais do direito poderão acompanhar a aplicação de fundamentos processuais importantes na prática como o princípio do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa e finalmente da teoria em sede probatória, tão conhecida entre nós advogados, da prova ilícita por derivação (frutos da árvore envenenada ou “Fruits of the poisonous tree”). Pena que Spielberg não pareça muito empenhado em desenvolver essas questões o que daria um excelente argumento para todo o filme em si. Já na segunda parte o diretor também fica pelo meio do caminho. Ele perde muito tempo com as negociações de troca de espiões, tornando a duração do filme muito excessiva. Há um claro exagero nesse aspecto que no final não acrescenta muito. Para piorar essa falta de um corte melhor acaba o tornando o filme meio cansativo em sua parte final. Some-se a isso o pouco interesse das novas gerações sobre um quadro geopolítico que já não mais existe e você entenderá que o diretor perdeu mesmo a chance de realizar um excelente drama de tribunal (que deveria se concentrar apenas nisso, realçando valores jurídicos e democráticos dos mais importantes). De qualquer forma, como Spielberg ainda é um dos mais influentes cineastas de Hollywood, ele conseguiu meio à força arrancar seis indicações ao Oscar, mas sinceramente falando terá poucas chances na noite de premiação. Até porque o filme, embora correto, não é nem de longe comparado com as suas grandes obra primas do passado.

Ponte de Espiões (Bridge of Spies, Estados Unidos, Alemanha, 2015) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen, Matt Charman / Elenco: Tom Hanks, Mark Rylance, Alan Alda, Austin Stowell / Sinopse: James B. Donovan (Tom Hanks) é um advogado americano designado para defender um espião russo em plena guerra fria. Na outra linha narrativa uma avião de espionagem U2 é abatido nos céus da União Soviética, detonando uma crise diplomática entre as duas nações. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro, Melhor Ator Coadjuvante (Mark Rylance), Design de Produção, Música e Mixagem de Som.

Pablo Aluísio.