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sábado, 23 de agosto de 2025

A Onda

A Onda 
"A Onda" é um filme mais do que relevante nos tempos atuais. Essa produção do cinema alemão levanta várias questões de relevância social e política sobre a natureza do ser humano. O roteiro parte de uma premissa interessante: tentando atrair a atenção de seus alunos um professor resolve colocar em prática as aulas sobre "autocracia" que está lecionando. Para isso impõe para a sua classe todos os princípios e diretrizes que formam esse tipo de sistema ditatorial de Estado. Conceitos como disciplina, nacionalismo extremo, militarismo fanático e ordem baseada na violência de Estado saem das páginas dos livros para se tornar parte do cotidiano de cada um dos alunos. O problema é que embora utilizasse as bases da autocracia para que todos desenvolvessem um espírito crítico sobre o tema, o tiro acaba saindo pela culatra e os jovens que formam sua classe acabam tomando gosto pela coisa toda e invertem completamente seus valores, abraçando as ideias que deveriam criticar durante o curso que frequentam. 

"A Onda" é interessante pois demonstra que apesar de todas as lutas e todas as batalhas travadas contra regimes ditatoriais e fascistas ainda resiste no espírito humano as sementes que fizeram germinar ideologias perigosas e genocidas como o Nacional Socialismo (Nazismo) e o próprio Fascismo italiano. Como é brilhantemente exposto pelo professor, tudo o que se precisa para que regimes autoritários voltem à ordem do dia é uma crise, um líder carismático, palavras de ordem, símbolos e uma ideologia de intolerância para que tudo volte a tomar forma.

"A Onda" demonstra como é fácil moldar e formar a mentalidade das pessoas mais jovens, bastando para isso reforçar a identidade do grupo e o espírito de união, mesmo que fundados em valores totalmente distorcidos. Como o final trágico demonstra, em pouco tempo a personalidade pessoal e individual é anulada em favor do grupo, do pensamento coletivo, por mais absurdas e obtusas que sejam as ideias que dão base a todo tipo de ideologia de força. Um filme que nos faz pensar sobre a atual conjuntura mundial, pois estamos vivendo atualmente um momento de crise econômica mundial, muito próxima do contexto histórico que fez com que homens como Adolf Hitler subissem ao poder supremo em seus respectivos países.

E por falar em ditaduras históricas: um dos fatos mais relevantes desse filme em particular é que ele foi inteiramente rodado na Alemanha atual. Maior simbolismo do que esse não há. O país que levou o mundo à II Grande Guerra enfrenta seu passado de peito aberto e com extrema sinceridade em um tema extremamente melindroso e perigoso. A grande lição que temos sobre o filme a "A Onda" é justamente esse. Se para muitos os fantasmas do nazismo e do fascismo estão inteiramente soterrados em suas ruínas, para outros nunca se deve baixar a guarda, pois a qualquer momento esse tipo de ideologia pode despertar e ganhar terreno rapidamente, principalmente entre os jovens (e no caso do Brasil, curiosamente, entre os mais velhos também!). A natureza do ser humano jamais pode ser subestimada, tanto para o lado do bem como para o lado do mal absoluto. Assista "A Onda" e tire suas próprias conclusões.

A Onda (Die Welle, Alemanha, 2008) Direção: Dennis Gansel / Roteiro: Ron Jones, Johnny Dawkins, Ron Birnbach / Elenco: Jürgen Vogel, Frederick Lau, Max Riemelt / Sinopse: Professor decide fazer um verdadeiro experimento social com seus alunos, aplicando a metodologia do fascismo e do nazismo em sala de aula, o que acaba criando uma situação que logo foge completamente do controle. Filme com história baseada em fatos reais. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Assassino à Preço Fixo 2

Título no Brasil: Assassino à Preço Fixo 2 - A Ressurreição
Título Original: Mechanic - Resurrection
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Dennis Gansel
Roteiro: Philip Shelby, Tony Mosher
Elenco: Jason Statham, Jessica Alba, Tommy Lee Jones, Sam Hazeldine, Toby Eddington, Michelle Yeoh
  
Sinopse:
Dado como morto, o paradeiro do assassino profissional Arthur Bishop (Jason Statham) finalmente é descoberto. Ele está vivendo no Rio de Janeiro, com outra identidade. O criminoso internacional Riah Crain (Sam Hazeldine) então resolve chantagear Bishop. Ele deverá eliminar três alvos, caso contrário Crain irá matar pessoalmente a garota Gina (Jessica Alba) por quem Bishop está apaixonado. Assim Bishop se vê preso em uma armadilha, mas não sem antes ter algumas cartas mortais na manga.

Comentários:
Terceiro filme com o personagem do assassino Bishop. A primeira produção foi estrelada por Charles Bronson em 1972. Em 2011 tivemos o remake, já com Jason Statham como protagonista. Agora temos a sequência. É a tal coisa, quem vai em busca de algum filme de ação com o astro Statham já deve saber de antemão o que encontrará pela frente. Ele acabou se tornando o legítimo herdeiro dos filmes de ação ao estilo anos 80 e nesse nicho se sai muito bem. É curioso porque esse filme me fez recordar muito algumas produções de James Bond nos anos 70. Estou me referindo à estrutura do roteiro e a seu estilo. Há uma cena, no bondinho do Rio de Janeiro, que é muito parecida com uma sequência de "007 Contra o Foguete da Morte" de 1979. Seu desfecho completamente absurdo (quando ele pula em cima de uma asa delta que vai passando lá embaixo) reforçou ainda mais essa impressão. Outra cena que me chamou muito a atenção vem quando Bishop precisa eliminar um rico empresário australiano (um sujeito inescrupuloso que fez fortuna com tráfico de seres humanos). O tal milionário tem uma enorme piscina suspensa no alto de sua cobertura luxuosa. Essa sequência é de longe a melhor de todo o filme. 

Achei extremamente bem feita, rivalizando com qualquer cena de ação mais bem elaborada da franquia Bond. Realmente ótima. As semelhanças com os filmes de 007 não param por aí. O assassino profissional Bishop faz uma verdadeira tour mundial, passando por inúmeros países (tal como costuma acontecer com Bond). Ele passa pelo Brasil, Bulgária, Austrália, Tailândia e Camboja. As locações, como eram de se esperar, são lindas, o que trouxe uma bela fotografia para o filme. Por fim um aspecto que certamente chamará a atenção dos cinéfilos é a presença no elenco do ator Tommy Lee Jones. Ele é o último alvo do "mechanic". Usando um figurino bizarro, com direito a óculos hippie e barbicha, Jones parece se divertir muito com seu vilão. O espectador deve seguir seu exemplo, encarando o filme como uma grande e descompromissada diversão. Não levar nada à sério é o grande segredo para curtir mais essa eficiente fita de ação estrelada pelo ator Jason Statham.

Pablo Aluísio.