Bom, no finalzinho da década de 1980 o ator Bruce Willis resolveu que iria investir também em filmes mais dramáticos, que lhe trouxesse mais prestígio como bom ator. Eu costumo dizer que o "Bruno" (seu apelido) passa longe de ser um canastrão. Seu problema foi que ele geralmente arrasava nas bilheterias em filmes de pura ação (Como "Duro de Matar") e assim foi aos poucos ficando estigmatizado como brutamontes e tudo o mais. Como eu acompanhei Bruce Willis desde os tempos da série "A Gata e o Rato" jamais o considerei apenas como um canastrão armado em filmes sem roteiro com muitas explosões. Tanto isso é verdade que poucos se lembram que Bruce Willis foi indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator justamente pela atuação nessa produção. De maneira em geral o que temos aqui é um drama sobre as marcas deixadas pela Guerra do Vietnã.
O personagem de Willis é um ex-combatente chamado Emmett Smith. Ele convive com sua jovem sobrinha Samantha (Emily Lloyd, sensação adolescente do cinema na época) numa cidadezinha do interior do Kentucky. O pai dela morreu nas selvas vietnamitas e ela quer descobrir tudo sobre ele, mesmo com a resistência de seu tio. Um filme dirigido por Norman Jewison que aposta nas relações humanas e nas dificuldades de se superar diversos traumas em nossas vidas. Um ótimo exemplo de que Bruce Willis sempre foi mais do que apenas seus filmes de ação poderiam levar a crer. Assim deixo essa preciosa dica para conhecer o lado mais dramático de Bruce Willis, algo que nos anos que viriam iria se tornar cada vez mais uma grande raridade!
Fantasmas da Guerra (In Country, Estados Unidos, 1989) Direção: Norman Jewison / Roteiro: Frank Pierson, baseado no livro de Bobbie Ann Mason / Elenco: Emily Lloyd, Bruce Willis, Joan Allen, Kevin Anderson / Sinopse: A história dos traumas e dramas de um ex-combatente da guerra do Vietnã que precisa lidar com a sobrinha adolescente que deseja conhecer mais sobre seu passado na guerra.
Pablo Aluísio.