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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Diablo

Título no Brasil: Diablo
Título Original: Diablo
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Lawrence Roeck
Roteiro: Carlos De Los Rios, Lawrence Roeck
Elenco: Scott Eastwood, Walton Goggins, Danny Glover
  
Sinopse:
Após o fim da guerra civil o soldado Jackson (Scott Eastwood) finalmente retorna para casa. Ele resolve levar em frente o rancho de sua família. O problema é que o lugar é atacado por uma quadrilha de bandoleiros mexicanos que levam sua jovem esposa como refém. Desesperado e com sede de vingança Jackson resolve seguir o bando, enfrentando os perigos e desafios de uma natureza hostil e selvagem. Filme premiado no San Diego Film Festival na categoria de Melhor Direção (Lawrence Roeck).

Comentários:
Apesar desse western ser estrelado pelo filho de Clint Eastwood (o que supostamente daria maior crédito a ele, já que Eastwood pai poderia muito bem opinar sobre a produção) o fato é que não há nada demais nesse faroeste. O roteiro é sem maiores novidades, reaproveitando o tema da busca obsessiva pela mulher raptada por bandoleiros mexicanos. O personagem interpretado por Scott Eastwood assim parte pelo oeste afora para salvar sua esposa, numa jornada ao molde tradicional, com toques de obsessão. Em sua jornada encontra ladrões, assassinos e nativos que o salvam da morte certa. O filho de Clint Eastwood, Scott Eastwood, procura seguir os passos de seu pai, um dos maiores ícones do western de todos os tempos. Em termos de elenco porém quem se destaca mesmo é o ator Walton Goggins. A primeira vez que vi Walton em cena foi na série Justified onde interpretava o criminoso alucinado Boyd Crowder. Depois ele foi ganhando cada vez mais papéis interessantes por causa de seu talento, até se tornar mais conhecido do público de cinema no filme "Os Oito Odiados" de Tarantino como o Xerife Chris Mannix. Ele é aquele tipo de profissional que realmente rouba as cenas em que atua. Pior para Scott Eastwood que embora seja muito parecido com seu pai quando jovem, não tem o mesmo talento para atuação. Além disso outro ponto que acaba se sobressaindo nessa produção é a linda fotografia. O diretor Lawrence Roeck resolveu filmar algumas tomadas de cima, nas alturas, com o uso de drones. Isso deu uma perspectiva bonita para as cenas, aproveitando toda a beleza natural daquelas florestas nevadas de pinheiros da região de Alberta, Canadá, onde foram filmadas. Em certos aspectos me lembrou de filmes de faroeste do próprio Clint Eastwood nos anos 70 como "O Estranho Sem Nome". Tecnicamente bonito (temos que admitir), contando com a boa atuação de Walton Goggins, o filme só peca mesmo pelo roteiro, sem novidades e derivativo demais. Se tivessem caprichado um pouco mais nesse aspecto as coisas certamente teria se saído melhor do que vemos. Do jeito que está é apenas um western ok, sem muita originalidade.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Os Mortos Não Morrem

Título no Brasil: Os Mortos Não Morrem
Título Original: The Dead Don't Die
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio:  Animal Kingdom
Direção: Jim Jarmusch
Roteiro: Jim Jarmusch
Elenco: Bill Murray, Adam Driver, Tom Waits, Danny Glover, Chloë Sevigny, Tilda Swinton, Steve Buscemi

Sinopse:
Quando o eixo do planeta Terra muda misteriosamente de posição, coisas bem estranhas começam a acontecer em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, entre elas o fato dos mortos se levantarem de suas tumbas para aterrorizar os moradores da região.

Comentários:
Até hoje não entendi completamente essa fixação do cinema americano com zumbis. OK, são monstros clássicos dos filmes de George Romero, mas será que é necessário fazer tantos filmes sobre esses mortos-vivos? Penso que a fórmula se esgotou há muitos anos. Aqui temos mais um filme a explorar esse filão cinematográfico mais do que desgastado. O elenco é muito bom, fruto do prestígio que o cineasta Jim Jarmusch desfruta em Hollywood. Porém tirando esse aspecto há pouco a se elogiar em relação a esse filme. A tentativa de fazer humor negro logo perde gás, sobrando apenas mais um filme banal de zumbis para o espectador assistir. Quem ainda aguenta ver todos aqueles figurantes perambulando pelas ruas em busca de cérebros humanos? Eu mesmo já esgotei minha paciência com esse tipo de roteiro. Espero que roteiros melhores sejam aproveitados daqui pra frente. Enfim, esse filme é somente cansativo e sem nenhuma ideia original. Mais do mesmo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

A Lei de Hannah

Título no Brasil: A Lei de Hannah
Título Original: Hannah's Law
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Sony Pictures Television
Direção: Rachel Talalay
Roteiro: John Fasano
Elenco: Sara Canning, Billy Zane, Danny Glover, John Pyper-Ferguson, Greyston Holt, Ryan Kennedy,

Sinopse:
Quando criança, Hannah Beaumont (Sara Canning) testemunhou toda a sua família ser morta por um bando de pistoleiros e ladrões de cavalos. O tempo passa e ela se torna uma caçadora de recompensas. Em Dodge City acaba encontrando a região ideal para caçar criminosos procurados pois o local é infestado de foras-da-lei. E para sua surpresa ela acaba encontrando o paradeiro do mesmo bandido que matou seus pais, anos atrás. A vingança agora não tardará.

Comentários:
Telefilme produzido pela Sony para ser exibido em seus canais a cabo. Obviamente uma tentativa de resgatar o velho espírito dos antigos filmes de western, pena que nesse processo tudo o que temos é um festival de clichês requentados. Apesar do enredo se passar na lendária cidade de Dodge City todos os personagens são interpretados por atores e atrizes que mais parecem modelos de Beverly Hills. Ninguém tem cara de cowboy nesse filme. Wyatt Earp e Doc Holliday estão na estória mas ainda bem jovens, na faixa dos 20 anos de idade. A mocinha é interpretada pela atriz Sara Canning que parece ter saído de algum catálogo da Victoria's Secret. Tanta gente bonita acaba trazendo um artificialismo absurdo ao filme pois ao invés de nos passar a impressão de que estamos no velho oeste temos a sensação de estar assistindo a algo completamente falso, sem veracidade. É impossível acreditar por um só minuto que Sara Canning é uma pistoleira e caçadora de recompensas durona de Dodge City. No elenco de apoio temos o resgate de Billy Zane fazendo um criador de gados vilanesco e Danny Glover como o pai adotivo de Hannah que lhe ensinou tudo o que ela deveria saber para se manter viva. Glover aliás é o único personagem mais ou menos bem caracterizado pois o resto daquela moçada jovem e bonita que vai surgindo na tela não duraria nem um minuto viva no velho oeste.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de setembro de 2020

Jumanji - Próxima Fase

Eu sou do tempo do Jumanji com Robin Williams. Depois de muitos anos resolveram dar um reboot nessa franquia cinematográfica, começando praticamente do zero. O antigo jogo de tabuleiro do primeiro filme foi substituído por um videogame, até porque os jovens de hoje em dia nem sabem o que é um jogo de tabuleiro. Do elenco pioneiro não sobrou ninguém. Chegaram novos atores, alguns bem populares como The Rock e Jack Black para dar um gás a mais nesse novo filme. Deu certo, sucesso de bilheteria, os produtores partiram para essa continuação.

Esse segundo filme da nova fase foi outro grande sucesso comercial. Esse aliás foi o último filme da indústria cinematográfica americana a faturar mais de 1 bilhão de dólares em bilheteria nesse ano. Chegou nos cinemas pelo mundo afora em janeiro de 2020. Depois veio a crise da pandemia e o cinema mundial entrou em lockdown. Para um filme que custou mais de 120 milhões de dólares foi um lucro e tanto e quase ficou arquivado. Escapou de não se lançado na época certa por um triz. Houve alguns problemas de pós produção e sua estreia quase foi adiada. Se isso tivesse acontecido ainda hoje não teria sido lançado. Foi um jogo de sorte mesmo. Afinal em jogos é preciso ter sorte, claro!

"Jumanji - Próxima Fase" é um filme divertido, impossível negar. Aqui os roteiristas tiveram uma boa ideia de colocar dois idosos (vividos no filme por Danny DeVito e Danny Glover) como parte do time de jogadores. A falta de familiaridade deles com esse universo de games rende ótimos momentos de humor. Tecnicamente o filme é muito bem realizado. Destaco a cena com os macacos ferozes, enquanto os heróis tentam sobreviver a um jogo mortal de velhas pontes caindo aos pedaços. Lembrou os melhores filmes de Indiana Jones. O roteiro até abre margem para um certo sentimentalismo, mas a força vem mesmo da aventura ao velho estilo. È um filme divertido, rende bons momentos de mero entretenimento. Ideal para assistir em um domingo à tarde, depois de uma bela macarronada ao lado da família. Assista sem culpas.

Jumanji - Próxima Fase (Jumanji: The Next Level, Estados Unidos, 2019) Direção: Jake Kasdan / Roteiro: Jake Kasdan, Jeff Pinkner / Elenco: Dwayne Johnson, Jack Black, Danny DeVito, Danny Glover, Alex Wolff,Kevin Hart, Karen Gillan, Colin Hanks, Awkwafina, Nick Jonas / Sinopse: Spencer e seus amigos, acompanhados de seu avô e um amigo dele, antigo sócio de um restaurante, entram novamente no universo do game Jumanji, onde a principal regra é sobreviver em um mundo cheio de animais fantásticos e vilões poderosos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Grand Canyon

Título no Brasil: Grand Canyon - Ansiedade de uma Geração
Título Original: Grand Canyon
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan, Meg Kasdan
Elenco: Kevin Kline, Steve Martin, Danny Glover, Mary-Louise Parker, Mary McDonnell, Alfre Woodard

Sinopse:
Os destinos de várias pessoas vão se entrelaçando ao longo do tempo. E a vida de cada personagem enfrenta diversas situações delicadas e imprevisíveis. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor roteiro original (Lawrence Kasdan, Meg Kasdan).

Comentários:
Esse filme não pode ser definido como uma comédia como muitas vezes vi em manuais e guias de filmes. Não é muito por essa linha. Há diversas situações ocorrendo ao mesmo tempo. Kevin Kline, por exemplo, interpreta um sujeito rico cujo carro dá problemas, bem no meio de um bairro negro, com criminosos à espreita. Acaba sendo salvo por Danny Glover, um homem com muita experiência de vida que dirige um caminhão de guincho. Já Steve Martin, aqui de barba e bem diferente, é o executivo de cinema que precisa lidar com atrizes problemáticas. E as mulheres formam a maior parte do arco narrativo do filme, mostrando desde uma jovem com problemas de depressão até uma senhora casada que encontra um bebê no meio dos arbustos de um parque. Enfim, é um filme com várias pequenas histórias que acabam se interligando de uma maneira ou outra. Poderia ser um filme de Robert Altman, mas não é. É isso sim um bom drama dirigido e roteirizado pelo competente e talentoso Lawrence Kasdan. Um bom filme dos anos 90 que anda injustamente esquecido.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de março de 2020

Silverado

Excelente faroeste produzido em meados da década de 1980. "Silverado" surgiu em uma época em que os grandes estúdios tentavam revitalizar o gênero western. É bem sintomático chamar a atenção para o fato do filme ter sido produzido nos anos 80, quando não havia mais regularidade no lançamento de faroestes no cinema. John Wayne havia partido seis anos antes e deixado uma lacuna, um mercado de fãs de western sem novos lançamentos, sem novos filmes. O faroeste italiano ainda produzia filmes com regularidade, mas esses iam ficando cada vez mais baratos ao longo dos anos. A indústria americana de cinema parecia não investir mais em filmes de western, o que era algo a se lamentar.

Como os antigos astros já estavam velhos e aposentados, o jeito foi adaptar todo um elenco de novatos para encarar o desafio. O elenco é liderado por Kevin Kline cuja carreira foi construída em cima de comédias como “Um Peixe Chamado Wanda” e “Será Que Ele é?”, não tendo muito a ver com o estilo. Curiosamente ele acabou se saindo bem no filme. Danny Glover da série “Máquina Mortífera” também foi escalado. Sua escolha foi mais uma jogada comercial, para chamar mais atenção ao filme. Melhor se saem Brian Dennehy, que aqui repete um personagem bem parecido com o que fez em "Rambo", o xerife corrupto que abusa de sua autoridade e Scott Glenn, que lembrava fisicamente muito Clint Eastwood. Outro aspecto curioso de "Silverado" foi a presença de um jovem Kevin Costner, interpretando um garotão inconsequente que sempre se metia em problemas por onde passava. E pensar que alguns anos depois o próprio Costner iria dirigir e atuar em um clássico do western, "Dança com Lobos". Esse "Silverado" foi, de certa forma, seu ensaio no gênero.

O enredo de Silverado era uma miscelânea de vários e vários faroestes do passado. Uma espécie de homenagem aos aspectos mais valorizados da mitologia do velho oeste. Na estória acompanhamos um grupo de amigos que chega na cidade de Silverado, no Colorado (com locações reais no Novo México), agora dominada completamente por um xerife corrupto e seu grupo de capangas. Aterrorizando os moradores, o xerife, na realidade um antigo bandoleiro e pistoleiro se fazendo passar por bom cidadão, acabava literalmente tomando conta do lugar, se tornando proprietário do saloon local e das propriedades circunvizinhas à cidade. Para aumentar ainda mais seu domínio, ele não hesitava em matar, ameaçar e massacrar todos os que ousavam se opor ao seu poder.

A trilha sonora de "Silverado" foi assinada por Bruce Broughton e chamava atenção pela sua beleza. De fato a música incidental não deixava espaços em branco durante o filme, preenchendo tudo de forma bem suntuosa. Seu trabalho acabou sendo indicado ao Oscar. O diretor Lawrence Kasdan poderia ter dado mais agilidade ao filme, com um corte em sua duração – que muitas vezes soa excessiva – mas o saldo final foi inegavelmente positivo. "Silverado" fez sucesso de bilheteria e agradou ao público na época. Pena que mesmo sendo bem sucedido o filme não conseguiu redimir o gênero que ficaria ainda mais alguns anos na geladeira com poucas e esparsas novas produções em Hollywood.

Silverado (Silverado, Estados Unidos, 1985) Direção: Lawrence Kasdan / Roteiro: Lawrence Kasdan, Mark Kasdan / Elenco: Kevin Kline, Scott Glenn, Danny Glover, Kevin Costner, John Cleese, Rosanna Arquette, Brian Dennehy, Linda Hunt, Jeff Goldblum / Sinopse: Um xerife inescrupuloso e corrupto (Brian Dennehy) domina a pequena cidade de Silverado. Contra ele se opõem um grupo de cowboys e bandoleiros que vão enfrentar seu poder. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som (Donald O. Mitchell, Rick Kline e Kevin O'Connell) e Melhor Música - Trilha Sonora Original (Bruce Broughton)

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Bat 21 - Missão no Inferno

Título no Brasil: Bat 21 - Missão no Inferno
Título Original: Bat*21
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Peter Markle
Roteiro: William C. Anderson
Elenco: Gene Hackman, Danny Glover, Jerry Reed, David Marshall Grant, Clayton Rohner, Erich Anderson
  
Sinopse:
O avião de combate do tenente-coronel Iceal Hambleton (Gene Hackman) é abatido no campo inimigo durante a Guerra do Vietnã. Após sobreviver a uma queda violenta, ele fica à mercê do exército vietcongue atrás das linhas inimigas. Oficial da burocracia, ele não tem muita experiência de guerra, o que faz com que seja orientado por um piloto no ar, o capitão Bartholomew Clark (Danny Glover), que através do rádio ajuda o oficial em terreno hostil.

Comentários:
Assistir a esse filme me fez lamentar que o bom e velho Gene Hackman esteja aposentado nos dias de hoje. Ele foi um ator muito regular em sua carreira, atuando em mais de cem filmes (sim, ele sempre foi um workaholic da sétima arte!). Esse "Bat*21" cujo título original se utiliza do codinome do protagonista interpretado por Hackman, foi lançado em pleno auge dos filmes de guerra sobre o Vietnã. Na verdade foi um ciclo que se iniciou com o sucesso de público e crítica de "Platoon" de Oliver Stone (que havia vencido o Oscar no ano anterior). Essa nova safra de filmes, dessa absurda guerra sem sentido no sudeste asiático, tinha como característica uma certa dose de crítica contra o que havia acontecido. Basta lembrar de filmes como "Nascido Para Matar" de Kubrick para entender bem isso. Diante de tantos filmes socialmente críticos, havia também aqueles que apenas queriam contar uma boa estória, embalada por cenas de ação. É nesse segundo grupo que podemos colocar essa produção. Não tem discurso político, nem nada parecido. Está mais para "Rambo" (sem os exageros, é claro) do que para "Platoon". De qualquer forma é uma ótima opção para quem estiver em busca acima de tudo de uma boa diversão. Bem realizado, com elenco acima da média, é até hoje uma boa pedida no menu para quem gosta desse tipo de filme.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Silverado

Excelente faroeste produzido em meados da década de 1980. "Silverado" surgiu em uma época em que os grandes estúdios tentavam revitalizar o gênero western. É bem sintomático chamar a atenção para o fato do filme ter sido produzido nos anos 80, quando não havia mais regularidade no lançamento de faroestes no cinema. John Wayne havia partido seis anos antes e deixado uma lacuna, um mercado de fãs de western sem novos lançamentos, sem novos filmes. O faroeste italiano ainda produzia filmes com regularidade, mas esses iam ficando cada vez mais baratos ao longo dos anos. A indústria americana de cinema parecia não investir mais em filmes de western, o que era algo a se lamentar. Como os antigos astros já estavam velhos e aposentados, o jeito foi adaptar todo um elenco de novatos para encarar o desafio. O elenco é liderado por Kevin Kline cuja carreira foi construída em cima de comédias como “Um Peixe Chamado Wanda” e “Será Que Ele é?”, não tendo muito a ver com o estilo. Curiosamente ele acabou se saindo bem no filme. Danny Glover da série “Máquina Mortífera” também foi escalado. Sua escolha foi mais uma jogada comercial, para chamar mais atenção ao filme. Melhor se saem Brian Dennehy, que aqui repete um personagem bem parecido com o que fez em "Rambo", o xerife corrupto que abusa de sua autoridade e Scott Glenn, que lembrava fisicamente muito Clint Eastwood. Outro aspecto curioso de "Silverado" foi a presença de um jovem Kevin Costner, interpretando um garotão inconsequente que sempre se metia em problemas por onde passava. E pensar que alguns anos depois o próprio Costner iria dirigir e atuar em um clássico do western, "Dança com Lobos". Esse "Silverado" foi, de certa forma, seu ensaio no gênero.

O enredo de Silverado era uma miscelânea de vários e vários faroestes do passado. Uma espécie de homenagem aos aspectos mais valorizados da mitologia do velho oeste. Na estória acompanhamos um grupo de amigos que chega na cidade de Silverado, no Colorado (com locações reais no Novo México), agora dominada completamente por um xerife corrupto e seu grupo de capangas. Aterrorizando os moradores, o xerife, na realidade um antigo bandoleiro e pistoleiro se fazendo passar por bom cidadão, acabava literalmente tomando conta do lugar, se tornando proprietário do saloon local e das propriedades circunvizinhas à cidade. Para aumentar ainda mais seu domínio, ele não hesitava em matar, ameaçar e massacrar todos os que ousavam se opor ao seu poder.

A trilha sonora de "Silverado" foi assinada por Bruce Broughton e chamava atenção pela sua beleza. De fato a música incidental não deixava espaços em branco durante o filme, preenchendo tudo de forma bem suntuosa. Seu trabalho acabou sendo indicado ao Oscar. O diretor Lawrence Kasdan poderia ter dado mais agilidade ao filme, com um corte em sua duração – que muitas vezes soa excessiva – mas o saldo final foi inegavelmente positivo. "Silverado" fez sucesso de bilheteria e agradou ao público na época. Pena que mesmo sendo bem sucedido o filme não conseguiu redimir o gênero que ficaria ainda mais alguns anos na geladeira com poucas e esparsas novas produções em Hollywood.

Silverado (Silverado, Estados Unidos, 1985) Direção: Lawrence Kasdan / Roteiro: Lawrence Kasdan, Mark Kasdan / Elenco: Kevin Kline, Scott Glenn, Danny Glover, Kevin Costner, John Cleese, Rosanna Arquette, Brian Dennehy, Linda Hunt, Jeff Goldblum / Sinopse: Um xerife inescrupuloso e corrupto (Brian Dennehy) domina a pequena cidade de Silverado. Contra ele se opõem um grupo de cowboys e bandoleiros que vão enfrentar seu poder. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som (Donald O. Mitchell, Rick Kline e Kevin O'Connell) e Melhor Música - Trilha Sonora Original (Bruce Broughton)

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de março de 2019

Rebobine, por Favor

Comédia muito bobinha sobre dois sujeitos que acabam desmagnetizando as fitas VHS de uma velha locadora de bairro pertencente a um homem idoso e quase aposentado (interpretado pelo veterano Danny Glover). Um deles é Jack Black, com todos aqueles exageros que já conhecemos bem. O outro é meio "pancada da cabeça", aqui sendo vivido pelo ator igualmente "pancada na cabeça" Yasiin Bey. Depois do acidente, eles precisam consertar a besteira que fizeram, mas como? Da pior maneira possível, resolvendo refilmar de forma caseira os filmes que foram apagados. A piada do filme é basicamente essa.

Assim lá vai a dupla de idiotas refilmar obras como "Os Caça-Fantasmas", "Robocop", "2001", entre outros. Tudo feito sem dinheiro, usando um ferro velho, pelas ruas do bairro. Uma coisa pavorosa de mal feita. Quando essa piada perde a graça o roteiro tenta imitar filmes como "Cinema Paradiso" para trazer um pouco de pieguice e melancolia a um roteiro que nunca se encontra. Essa é a pior parte, quase me fez desistir do filme pelo meio do caminho. É muito apelativo, no péssimo sentido da palavra. Além disso há outros problemas. Sempre que deixam Jack Black solto demais nas comédias ele estraga tudo, isso não é novidade. A única coisa que não consegui entender foi como atrizes da categoria de Sigourney Weaver e Mia Farrow aceitaram papéis tão medíocres em uma besteira desse tamanho! Tudo bem, manter a carreira ativa no cinema é uma coisa, só que passar vergonha é outra completamente diferente. Não deveriam ter feito esse papelão.

Rebobine, por Favor (Be Kind Rewind, Estados Unidos, 2008) Direção: Michel Gondry / Roteiro: Michel Gondry / Elenco: Jack Black, Yasiin Bey, Danny Glover, Sigourney Weaver, Mia Farrow / Sinopse: Dois imbecis desmagnetizam todo o acervo de uma antiga locadora de fitas VHS. A loja pertence a um velho senhor idoso e humilde. Para desfazer a besteira que fizeram eles então decidem fazer versões caseiras dos filmes que foram apagados, causando muita confusão pelo bairro.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

O Predador 2 - A Caçada Continua

Título no Brasil: O Predador 2 - A Caçada Continua
Título Original: Predator 2
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Stephen Hopkins
Roteiro: Jim Thomas, John Thomas
Elenco: Danny Glover, Gary Busey, Kevin Peter Hall

Sinopse:
O veterano tenente Mike Harrigan (Danny Glover) da polícia metropolitana precisa lidar com um problema literalmente de outro mundo: um predador solto nas ruas de sua cidade. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Melhor Maquiagem e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Arnold Schwarzenegger não conseguiu entrar em um acordo com o estúdio para estrelar a sequência de "Predador", um dos grandes sucessos de bilheteria de sua carreira. O astro pediu 35 milhões de dólares para retornar ao seu papel, mas a Fox só estava disposta a desembolsar 25 milhões por seu passe. Sem acordo o jeito foi tentar salvar o roteiro. Para isso o estúdio contratou o roteirista Jim Thomas novamente, que junto ao seu irmão John voltaram para a máquina de escrever. Sem Schwarzenegger mudanças significativas tiveram que ser feitas. Um novo personagem central foi escrito e a ambientação foi transferida para a cidade grande. Saiu a selva e entrou a selva de pedra. Essa mudança brusca não agradou a todo mundo. No filme anterior havia todo um clima sufocante, ampliado pela própria paisagem selvagem, que caiu muito bem para o próprio habitat de caça do monstro de outro planeta. Aqui as coisas perderam parte de seu impacto visual. Afinal de contas perseguir o Predador no meio de uma rua movimentada de uma Metrópole americana não teve realmente a mesma graça. De bom mesmo apenas os caprichados efeitos especiais que exploraram bem o design do monstro (a maquiagem maravilhosa foi assinada pelo craque Stan Winston). Além disso o sempre competente Danny Glover tenta segurar as pontas da melhor forma possível. O filme foi bem morno em termos de bilheteria, mostrando que a Fox deveria mesmo ter contratado o brutamontes Arnold Schwarzenegger! No final das contas é apenas mediano, bem longe do impacto do primeiro filme.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

O Velho e a Arma

Durante o lançamento desse filme Robert Redford declarou em entrevista que ele seria o último que faria como ator. Dali para frente ele pensava apenas em dirigir. Como ator, segundo ele, não haveria mais nada que ele quisesse fazer. Já tinha chegado ao final da jornada. Depois da grande repercussão na mídia, ele até que se arrependeu um pouco do que disse, afirmando que quem sabe poderia algum dia fazer alguma participação especial em algum filme, mas nada que viesse a dar muito trabalho. De qualquer maneira, como protagonista, esse parece ter sido o último filme dele no cinema após uma longa e produtiva carreira.

Ele interpreta um velho ladrão de bancos. Um homem que passou a vida toda entrando e saindo da cadeia. Agora, com mais de 70 anos, ele decide formar uma nova quadrilha, só com veteranos. Usando de modos educados, tal como se fosse um verdadeiro cavalheiro, ele começa uma série de assaltos em pequenas agências bancárias do interior. Tudo feito sem violência, com calma, agindo como um verdadeiro gentleman.

Os assaltos começam a chamar a atenção da mídia que logo chama o grupo de "gangue dos velhotes". Para prender todos, um detetive é colocado no caso. O policial, interpretado por Casey Affleck, começa a se sentir humilhado por ser passado para trás por aqueles senhores da terceira idade. Tudo começa a ficar bem constrangedor, então ele se empenha ao máximo para localizar o líder e seu grupo. A pista que precisava acaba sendo dada pela filha de um deles, que entrega todas as informações que ele precisava.

É um bom filme, leve em certos aspectos, que não vai decepcionar aos fãs de Robert Redford. Claro, nunca poderia ser comparado aos clássicos do passado em sua filmografia, mas mantém o interesse e não aborrece em nenhum momento. É um filme rápido, com pouco mais de 80 minutos de duração. Apesar de ser um filme sobre ladrões de bancos, em nenhum momento há cenas de violência gratuita. Além do mais, para os cinéfilos, há um atrativo a mais. Para representar o passado do personagem de Redford algumas cenas de seus antigos filmes são inseridas, dando uma certa nostalgia dos tempos em que ele era um dos grandes galãs do cinema americano. Então é isso, se for mesmo sua despedida das telas como ator, não será um adeus melancólico ou vergonhoso. Muito pelo contrário.

O Velho e a Arma (The Old Man & the Gun, Estados Unidos, 2018) Direção: David Lowery / Roteiro: David Lowery, David Grann / Elenco: Robert Redford, Sissy Spacek, Casey Affleck, Danny Glover, Tom Waits / Sinopse: Levemente baseado em fatos reais, o filme conta a história de Forrest (Redford). Aos 74 anos de idade ele decide formar um novo bando para roubar pequenos bancos do interior. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Robert Redford).

Pablo Aluísio.

Os Anjos Entram em Campo

É uma produção Disney feito para a garotada que une sentimentos caros aos evangélicos americanos com o esporte dito nacional por lá, o beisebol. No enredo (bobinho) um garoto torce com paixão pelo pior time da liga. Uma equipe de beisebol que só perde, partida após partido. Até que um dia ele decide rezar e pedir a Deus que ajude aqueles jogadores. Dito e feito. O Senhor então envia um grupo de anjos (literalmente falando) para levantar a bola daquele time que só perde. Bom, deu para ver que o filme não é para todos. É mais especialmente indicado para o público infanto-juvenil, centrado em meninos de famílias religiosas.

O que vai interessar ao cinéfilo mais comum é o bom elenco de apoio, contando com atores que iriam se tornar bem populares como Matthew McConaughey. Ele inclusive não tem muito espaço a não ser interpretar um dos atléticos jogadores, mascando um chiclete atrás do outro (uma espécie de mania dos jogadores de beisebol). Fora essa curiosidade o filme vai interessar mesmo a poucos, a não ser que você adore beisebol, algo complicado de encontrar em nosso país.

Os Anjos Entram em Campo (Angels in the Outfield, Estados Unidos, 1994) Direção: William Dear / Roteiro: Dorothy Kingsley, George Wells / Elenco: Danny Glover, Christopher Lloyd, Matthew McConaughey, Adrien Brody, Brenda Fricker / Sinopse: Garotinho pede ajuda a Deus para seu time de beisebol que só faz perder, sendo o pior da temporada. Então uma ajuda divina vem em seu socorro, com anjos literalmente entrando em campo!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

A Cor Púrpura

Eu me recordo, olhando para o passado, que em meados dos anos 80 já era um grande fã de cinema. Desses de ir semanalmente assistir algum filme que estava entrando em cartaz. E ser fã de cinema nessa época era também ser fã do diretor Steven Spielberg.. Ele estava no auge, sendo chamado de "O Rei de Hollywood". Sua filmografia estava repleta de blockbusters, grandes sucessos de bilheteria. Também colecionava uma certa má vontade por parte dos críticos que o acusavam de ser o eterno "Peter Pan do cinema", ou seja, um diretor que se recusava a crescer, sempre apostando em filmes mais divertidos, de temática voltada para o público jovem. Foi com esse "The Color Purple" que Spielberg, pela primeira vez em sua carreira, foi atrás de um tema mais sério para seus filmes. Foi uma transição em seu modo de produzir cinema.

É um drama sobre uma mulher negra no sul racista dos Estados Unidos. O filme praticamente acompanha toda a sua vida sofrida, desde a infância até a idade adulta. È um retrato penoso do que era ser uma mulher negra e pobre naqueles tempos difíceis. A protagonista se chamava Celie Johnson e era interpretada pela atriz Whoopi Goldberg. Ver uma comediante como ela encarando um papel extremamente dramático como esse era tão estranho como ver Spielberg dirigindo um filme sobre racismo. Mesmo assim as coisas acabaram dando certo. O filme obviamente nunca rendeu nas bilheterias como os grandes sucessos de Spielberg, na verdade houve quem dissesse que ele tinha se tornado o primeiro fracasso de bilheteria do diretor, porém acabou agradando bastante aos críticos que passaram a partir daí a olhar o Peter Pan Spielberg com outros olhos. Valeu a pena para o diretor, sem dúvida.

A Cor Púrpura (The Color Purple, Estados Unidos, 1985) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Menno Meyjes, baseado no romance escrito por Alice Walker / Elenco: Whoopi Goldberg, Danny Glover, Oprah Winfrey, Rae Dawn Chong, Margaret Avery / Sinopse: O filme acompanha a vida de uma jovem negra e pobre no sul racista dos Estados Unidos, em uma época anterior à proclamação dos direitos civis em defesa da comunidade negra daquela nação. Filme indicado a 11 categorias do Oscar, entre elas melhor direção, melhor atriz (Whoopi Goldberg), melhor atriz coadjuvante (Margaret Avery e Oprah Winfrey), melhor roteiro e melhor fotografia (Allen Daviau). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Whoopi Goldberg).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Soldados Búfalos

Título no Brasil: Soldados Búfalos
Título Original: Buffalo Soldiers
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Turner Pictures
Direção: Charles Haid
Roteiro: Jonathan Klein, Frank Military
Elenco: Danny Glover, Timothy Busfield, Glynn Turman, David Jean Thomas, Timothy Busfield
  
Sinopse:
Após a guerra civil americana, um grupo de militares do exército americano, formado majoritariamente por negros conhecidos como "soldados búfalos", vai até um distante e hostil território ocupado pelos guerreiros apaches para capturar um líder nativo conhecido como Vittorio, que está espalhando medo e terror aos colonos brancos do Novo México. Filme indicado ao Primetime Emmy Awards e ao American Society of Cinematographers.

Comentários:
"Buffalo Soldiers" é um excelente telefilme que fez tanto sucesso e recebeu críticas tão boas em seu lançamento que acabou sendo lançado também no mercado de vídeo. No Brasil o filme chegou em VHS, já que naquela época ainda não havia disponível aos brasileiros o canal TNT (que produziu e exibiu o filme originalmente). Danny Glover interpreta o sargento Washington Wyatt que faz parte desse batalhão. É um filme muito bem produzido que não deixa de tocar no assunto da questão racial. Acontece que nessa tropa em particular não existem apenas negros, mas militares brancos também. Assim não é surpresa para ninguém que mais cedo ou mais tarde surjam ofensas racistas entre eles. Companheiros de farda, lutando pelo exército, nada disso consegue amenizar a questão racial. Os militares negros por sua vez acabam demonstrando seu valor justamente onde é necessário, no campo de luta contra os nativos. Essas chamadas "guerras indígenas" foram bem sangrentas, causando muitas mortes e para alguns historiadores também um amplo genocídio do povo índio. Tudo isso pode ser levado à debate em relação a essa produção, porém se você estiver apenas em busca de um bom faroeste, com boas cenas de ação, também não ficará decepcionado. O filme cumpre também seu papel no quesito diversão. Assim deixamos a dica desse bom filme, que hoje em dia segue pouco lembrado, mesmo para os fãs do gênero western.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Intruder A-6

Título no Brasil: Intruder A-6 - Um Vôo Para O Inferno
Título Original: Flight of the Intruder
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Milius
Roteiro: Stephen Coonts, Robert Dillon
Elenco: Danny Glover, Willem Dafoe, Brad Johnson, Rosanna Arquette, Tom Sizemore, J. Kenneth Campbell
  
Sinopse:
Em plena guerra do Vietnã, um grupo de pilotos da Marinha americana, usando aviões de combate, bombardeiros A-6 Intruder, são designados para destruir um depósito de armas em Hanoi, atrás das linhas inimigas. A missão, não autorizada oficialmente, se torna uma das mais perigosas e violentas de todo o conflito. Roteiro baseado no romance de guerra escrito por Stephen Coonts.

Comentários:
Na segunda metade dos anos 80 tivemos um ciclo de filmes sobre a Guerra do Vietnã. Esse "Intruder A-6 - Um Vôo Para O Inferno" é um herdeiro, já um pouco tardio, dessa fase do cinema americano. Porém ao contrário de filmes como "Platoon" ou "Nascido Para Matar", essa produção não teve qualquer pretensão de revisitar essa guerra de forma mais dramática ou profunda. Na verdade esse filme foi por outro lado, valorizando a ação e as cenas de combate, acima de tudo. Com uma boa dupla de protagonistas, interpretados por Danny Glover da franquia de sucesso "Máquina Mortífera" e Willem Dafoe, do próprio "Platoon", o filme tinha uma levada bem ao estilo das produções de ação de guerra dos anos 70. Nada de dramas, nada de tentar entender as razões da guerra ou porque ela se tornou um dos maiores fracassos militares da história dos Estados Unidos. Nada disso, apenas bombas, explosões, etc. Nesse ponto o filme até que funciona muito bem e logo se torna uma boa diversão. Por fim uma dica importante: fique de olho na grade de programação do Paramount Channel pois " Flight of the Intruder" tem sido constantemente reprisado por esse canal a cabo. É uma boa opção para quem gosta desse tipo de produção.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de março de 2017

Bem-Amada

Título no Brasil: Bem-Amada
Título Original: Beloved
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Akosua Busia
Elenco: Oprah Winfrey, Danny Glover, Yada Beener
  
Sinopse:
Durante o ano de 1873 a ex-escrava, agora liberta, Sethe (Oprah Winfrey), reencontra um velho conhecido, ainda dos tempos da escravidão numa grande plantation conhecida ironicamente como "Doce Lar". O velho  Paul (Danny Glover) que apenas um lugar sossegado e tranquilo para passar os últimos anos de sua vida. O que era apenas paz acaba se tornando misterioso com a chegada de uma jovem conhecida apenas como Beloved (Thandie Newton), que definitivamente não é uma garota normal, como todas as outras. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Figurino (Colleen Atwood).

Comentários:
O povo brasileiro em geral não sabe quem é Oprah Winfrey. Isso é fácil de entender já que ela é uma estrela da TV americana, mais conhecida em seu próprio país. Pois bem, uma tentativa de Oprah em atingir outros públicos foi justamente aqui nesse filme, que tem como tema central o período da escravidão negra nos Estados Unidos durante o século XIX. É em termos gerais um bom filme, com ótima produção, bela reconstituição histórica, tudo que um espectador de bom gosto poderia exigir. O roteiro, por mais curioso que possa ser, também tenta explorar um pouco do misticismo que havia nessas grandes plantações de algodão do sul, onde a mão de obra escrava enriquecia os senhores da plantação, donos das terras a perder de vista. Talvez para não polemizar muito, talvez para não ofender certa parcela de seu público, Oprah preferiu deixar de lado os temas mais relacionados à questão racial de lado. Não é um filme com um certo rancor dos brancos, nem levanta bandeiras ideológicas, no fundo é mesmo um bom drama, passado em uma época particularmente complicada para os afro-americanos. Vale a pena conferir. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Um Assassino à Solta

Título no Brasil: Um Assassino à Solta
Título Original: Switchback
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Jeb Stuart
Roteiro: Jeb Stuart
Elenco: Dennis Quaid, Danny Glover, Claudia Stedelin, R. Lee Ermey, Jared Leto, William Fichtner
  
Sinopse:
Um agente do FBI, Frank LaCrosse (Dennis Quaid), é afastado das investigações sobre um serial killer após esse colocar as mãos em seu próprio filho. Para o FBI ele não teria mais isenção e nem equilibrio emocional para seguir em frente na caçada, pois estaria envolvido pessoalmente com o criminoso. Indignado com a decisão de sua agência de investigação, o agente resolve ignorar as ordens superiores e parte em busca do psicopata.

Comentários:
Filmes sobre serial killers sempre são interessantes. Porém é necessário que a escolha do elenco seja mais criteriosa, pois certos atores não possuem a personalidade adequada para esse tipo de papel, afinal psicopatas são criminosos frios, desalmados e calculistas. Escalar um ator mais especializado em personagens bonachões e bondosos não parece ser uma escolha ideal. Mesmo assim, com esse pequeno deslize, não podemos deixar de gostar desse interessante thriller policial. Um filme ágil, com ótimas sacadas em seu roteiro e que conta com um elenco realmente excepcional. Além do sempre correto Dennis Quaid e de um inspirado Danny Glover em um papel bem diferente em sua carreira, o filme ainda contava com R. Lee Ermey, ator especializado em sargentos durões do exército (basta lembrar dele em "Nascido Para Matar") aqui atuando como um xerife linha dura e... pasmem, um ainda bem jovem Jared Leto dando o ar de sua graça. No geral é um bom filme, com cenas realmente bem criadas e desenvolvidas. Só não é melhor porque, como disse, há esse pequeno problema de casting (escalação de elenco) que quase leva tudo a perder.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Alguém Para Dividir os Sonhos

Para muitas pessoas os filmes sobre doenças mentais não são muito interessantes. Alguns até evitam assistir algo nesse sentido. A verdade é que muitos procuram o cinema apenas como diversão escapista e nada mais. Bom, se esse não for o seu caso, se você estiver mesmo interessado em assistir um bom drama sobre esquizofrenia (um mal terrível que acomete milhões ao redor do mundo) eu recomendo esse muito bom "Alguém Para Dividir os Sonhos". A trama gira em torno de Matthew (Matt Dillon), um jovem esquizofrênico que acaba reencontrando o prazer da vida ao encontrar com Jerry (Danny Glover), um pobre homem negro que vive há muitos anos nas ruas. Como Matthew é despejado de seu apartamento e acaba virando um sem-teto, ambos começam a se apoiar mutuamente. 

Já que é um veterano, Jerry vai ensinando a seu jovem pupilo como sobreviver nas ruas, transformando o que seria inicialmente uma amizade numa verdadeira relação entre pai e filho. Um roteiro muito tocante, humano, que investe nos que estão à margem da sociedade, na realidade dos pobres, dos abandonados, dos excluídos e dos doentes mentais. Também revela indiretamente a verdadeira face cruel do selvagem capitalismo americano, mostrando que naquela nação, ao contrário do que muitos pensam, também existe muita pobreza e injustiça social, principalmente para os que não se enquadram dentro de seu sistema social e financeiro. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards na categoria de Melhor Ator (Matt Dillon). Também indicado aos prêmios do Toronto International Film Festival e Stockholm Film Festival. 

Alguém Para Dividir os Sonhos (The Saint of Fort Washington, Estados Unidos, 1993) Direção: Tim Hunter / Roteiro: Lyle Kessler / Elenco: Danny Glover, Matt Dillon, Rick Aviles./ Sinopse: Um homem com problemas mentais se torna amigo de um negro. Juntos as complicações da vida cotidiana se tornam mais suportáveis.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Highland Park

No auge da indústria automobilística americana a cidade de Highland Park desfrutou de uma prosperidade sem igual. Isso porém foi na década de 1950. Quando as grandes montadoras foram embora da região a cidade caiu na mais profunda decadência e ostracismo econômico. Agora as principais avenidas retratam a falta de desenvolvimento urbano generalizado. Antigos centros comerciais estão em ruínas e a pobreza impera em cada esquina. É justamente nesse cenário desolador que vive um grupo de quatro amigos. Eles trabalham numa escola pública, também acertada em cheio pela crise. Para passar o tédio da vida cotidiana eles resolvem apostar na loteria. Ano após ano, eles apostam nos mesmos números, basicamente a mistura dos aniversários de todos eles. Agora, como era de se esperar, estão completamente desanimados, afinal em uma década nunca conseguiram ganhar um tostão furado. Definitivamente não são as pessoas mais sortudas do mundo. Um belo dia eis que a sorte finalmente bate na porta de todos eles e os números são milagrosamente sorteados! A sorte então inesperadamente sorri para aqueles velhos amigos de longa data... mas será mesmo que eles já podem celebrar, comprando tudo o que encontram pela frente? Assim começa esse filme, um misto de drama e comédia, que parece bem despretensioso e talvez por essa razão não consiga realmente decepcionar ninguém. Até porque ninguém deve esperar por algo além de um divertimento passageiro.

Muitos costumam dizer que o desespero chega na vida de um ser humano quando ele aposta todas as suas fichas em jogos de azar, como a própria loteria. Afinal de contas é mais fácil você ser atingido por um meteoro vindo de Marte do que acertar nos números vencedores. Mesmo assim todos os anos esse tipo de jogo cresce cada vez mais, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Por falar naquele país o cenário da cidade usado para esse filme impressiona pela desolação. Highland Park mais parece uma cidade que sofreu um ataque nuclear, tamanho a decadência econômica que se vê em cada lugar. Tudo abandonado, sujo, caindo aos pedaços. Mostra muito bem como a crise da economia americana atingiu certas regiões daquela nação. A tal prosperidade pulsante do sonho americano muitas vezes pode virar um pesadelo bem feio, realista e cruel. O elenco salva a fita de se tornar mais previsível do que ela é. O ator Billy Burke interpreta um diretor escolar muito bem intencionado que é colocado contra a parede por causa dos cortes de orçamento da prefeitura local, que está falida. Diante da falta de verba ele precisa cortar custos e demitir funcionários que há anos trabalham na escola. Pior para Ed (Danny Glover), que escapa de ser demitido por já estar aposentado. Sem ter como ocupar seus entediantes dias ele faz pequenos reparos na escola caindo aos pedaços, pelo simples prazer de ajudar e ter algo para fazer todos os dias. Ao ser designado pelo grupo para jogar mais uma vez nos mesmos números da loteria ele acaba cometendo o maior erro de sua vida... se bem que ir além disso seria estragar mais ainda as surpresas do enredo. Então é isso, "Highland Park" é um pequeno filme, simpático, mas também sem maiores novidades. Provavelmente no futuro será presença certa na "Sessão da Tarde" da Rede Globo.

Highland Park (Highland Park, Estados Unidos, 2013) Direção: Andrew Meieran / Roteiro: Christopher Keyser, Andrew Meieran / Elenco: Billy Burke, Danny Glover, Parker Posey / Sinopse: Quatro amigos jogam, durante 10 anos, nos mesmos números da loteria estadual. Durante todo esse tempo nunca ganharam absolutamente nada até um dia que os números finalmente são sorteados. O problema é que Ed (Glover) ficou com a responsabilidade de realizar a aposta - o que trará uma surpresa nada agradável para todos eles. Filme produzido pela Tribeca Films, do ator Robert De Niro.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Máquina Mortífera 4

Os policiais Martin Riggs (Mel Gibson) e Roger Murtaugh (Danny Glover) agora lidam com uma quadrilha chinesa especializada em levar imigrantes ilegais aos Estados Unidos. Quarta e até agora última aventura da franquia Máquina Mortífera, grande sucesso de bilheteria nos cinemas. Alguns detalhes chamam a atenção nesse filme. A primeira é que tudo está muito mais exagerado do que nos filmes anteriores. As explosões, perseguições, tiroteios, tudo parece ter sido elevado à nona potência. As cenas de ação surgem de forma bem gratuita, inclusive a cena inicial com um sujeito com lança chamas destruindo tudo por onde passa em uma rua movimentada de Los Angeles (quem é ele? Por que faz isso? Qual é o seu propósito afinal? Nada é explicado). Mais á frente um carro, dirigido pelos policiais, entra pelas janelas de um edifício e sai pelo outro lado do andar, levado tudo que encontra pela frente sem a menor cerimônia. Ainda há uma tentativa de desenvolver melhor mais a vida familiar do personagem de Mel Gibson (sua namorada está esperando o primeiro filho deles) mas é claro que nada é muito aprofundado. No quesito humor também tudo está mais acentuado. Para elevar ainda mais a quantidade de piadas por metro quadrado escalaram o ator e comediante Chris Rock como um detetive novato cheio de segundas intenções para com Murtaugh. Além disso servindo de bengala o personagem Leo interpretado por Joe Pesci retorna mais uma vez com sua infinidade de “oks” que chegam a dar nos nervos!

Além dos exageros “Máquina Mortífera 4” traz de novidade a presença do astro de filmes de artes marciais de Hong Kong, Jet Li. Esse foi um papel importante para ele nos Estados Unidos pois ajudou a popularizar seu tipo para o grande público americano. Seu personagem é um capanga que anda sempre com um terço a tiracolo. O que parece ser apenas um artefato religioso na verdade é uma arma mortal de estrangulamento. De resto o filme conta com praticamente a mesma equipe dos filmes anteriores, o que acabou criando um clima bem familiar nas filmagens. Na cena final dos créditos isso é deixado bem claro pelo diretor Richard Donner pois ele apresenta sua equipe como se todos fizessem parte de um grande álbum familiar. De certa forma o diretor previa que a franquia se encerraria por aqui (embora haja boatos de que um projeto para um quinto filme circule atualmente nos estúdios). Não sei se uma sequência seria uma boa idéia, até porque já se passou mais de uma década desse último filme e continuações tardias não costumam dar muito certo – vide o último Indiana Jones que parece não ter agradado ninguém. Enfim, se você curtiu os demais filmes da franquia provavelmente não ficará decepcionado com esse. É mais do mesmo, só que um tanto quanto exagerado.

Máquina Mortífera 4 (Lethal Weapon, Estados Unidos, 1998) Direção: Richard Donner / Roteiro: Shane Black, Jonathan Lemkin, Alfred Gough, Miles Millar, Channing Gibson / Elenco: Mel Gibson, Danny Glover, Joe Pesci, Rene Russo, Chris Rock, Jet Li / Sinopse: Os policiais Martin Riggs (Mel Gibson) e Roger Murtaugh (Danny Glover) agora lidam com uma quadrilha chinesa especializada em levar imigrantes ilegais aos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.