segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Um Domingo Qualquer

Velho treinador de futebol americano (Al Pacino) tem que lidar com o desfalque de seu principal quaterback (Dennis Quaid) em um momento crucial do campeonato. O novo dono da posição é um jovem negro e arrogante (Jamie Foxx) que não consegue lidar bem com a fama e o sucesso que acompanham sua repentina escalação ao time principal. Aqui temos uma parceria que há muito tempo se esperava: Al Pacino sendo dirigido por Oliver Stone. O problema é que o tema realmente é norte-americano demais. Stone não esconde em nenhum momento sua paixão pelo esporte, a ponto de transformar seus jogadores em guerreiros, verdadeiros gladiadores modernos. Tudo é focado nesse ponto. As cenas dos jogos são super produzidas, com edição alucinada. Pacino alterna momentos de histerismo completo com introspecção absoluta. Apesar da força de seu nome o filme realmente gira em torno do personagem de Jamie Foxx. Terceiro quaterback da equipe acaba assumindo a posição em um momento crucial do time (Miami Sharks). No começo fica inseguro (a ponto de vomitar em campo) e vacilante mas conforme vão passando os jogos se torna auto confiante a ponto de se tornar totalmente arrogante, desmerecendo os demais colegas de equipe e até mesmo o próprio treinador.

No fundo o roteiro de "Um Domingo Qualquer" foca sobre as características de personalidade que formam o caráter de um verdadeiro líder de equipe. Isso é bem demonstrado na relação do quaterback Foxx com os demais jogadores. A partir do momento em que se torna queridinho da mídia ele passa a se auto vangloriar em demasia e o pior começa a criticar abertamente outros membros do time. Obviamente que em um esporte coletivo isso é literalmente dar um tiro no pé! A direção de Oliver Stone (que faz pequenas aparições como um comentarista esportivo) é centrada muito em uma edição que de certa forma imita as transmissões de jogos de canais como ESPN. Tudo muito rápido, nervoso, tentando captar a paixão e o calor do momento das partidas. Funciona? Sim, em termos. Dramaticamente era de se esperar um melhor aproveitamento de Al Pacino em cena mas isso não acontece. Como eu disse Stone preferiu mesmo glorificar a NFL. Se você gosta de filmes esportivos pode vir certamente a apreciar. Já os que querem ver o talento de Al Pacino podem ficar um pouco decepcionados. No final vale a pena assistir embora não seja dos melhores trabalhos de Oliver Stone.

Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday, Estados Unidos, 1999) Direção: Oliver Stone / Elenco: Al Pacino, Cameron Diaz, Dennis Quaid, James Woods, Jamie Foxx, LL Cool J, Matthew Modine, Charlton Heston, Aaron Eckhart e Tom Sizemore / Sinopse: Um íntimo olhar sobre os bastidores do futebol americano, passando desde os jogadores até os treinadores, a mídia e os donos de times, que controlam o jogo como um grande negócio que lucra milhões de dólares todo ano.

Pablo Aluísio.

Uma Garota Encantada

Título no Brasil: Uma Garota Encantada
Título Original: Ella Enchanted
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Tommy O'Haver
Roteiro: Laurie Craig, Karen McCullah
Elenco: Anne Hathaway, Hugh Dancy, Cary Elwes, Vivica A. Fox

Sinopse:
Ella (Hathaway) vive no pior dos mundos. Seu pai se casou novamente após a morte de sua mãe e ela precisa aturar uma madrasta muito cruel e suas filhas odiosas. Ela segue obediente apesar dos maiores abusos e absurdos, até que descobre que está sob um feitiço feito por sua madrinha Lucinda que a faz obedecer a todos que a mandam fazer algo. Ella então decide ganhar o mundo, para ir atrás de sua madrinha pois apenas ela pode desfazer esse encanto. No caminho acaba conhecendo o príncipe de seus sonhos.

Comentários:
Se trata de mais uma das mil releituras e modernizações do mito Cinderella. Pessoalmente acho que essa estorinha de conto de fadas já ganhou sua versão definitiva no mundo do cinema e foi justamente o encantador desenho animado clássico da Disney mas em Hollywood eles nunca desistem realmente. A tal da reciclagem saiu dos manuais de ecologia e entrou dentro dos gabinetes de executivos de cinema, só isso explica tanto remake disfarçado tentando se fazer de algo novo e original. Os elementos da estorinha infantil estão todos aqui - a fada madrinha, a madrasta cruel e desalmada e suas filhas desprezíveis e até mesmo um príncipe encantador. Tudo com roupagem moderna para disfarçar um pouquinho. Esqueça, não é mesmo melhor do que o filme assinado pelo imortal Walt Disney. Se estiver com saudades da gata borralheira reveja o original ou então leia o livro. Cultura nunca fez mal a ninguém.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Os Excêntricos Tenenbaums

Título no Brasil: Os Excêntricos Tenenbaums
Título Original: The Royal Tenenbaums
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson, Owen Wilson
Elenco: Gene Hackman, Gwyneth Paltrow, Anjelica Huston, Ben Stiller, Owen Wilson, Luke Wilson, Bill Murray, Danny Glover

Sinopse:
Depois de uma vida em comum e três filhos o casal formado interpretado por Gene Hackman e Anjelica Huston resolve se separar. Com o fim do núcleo familiar os filhos também resolvem tomar seus próprios rumos em suas vidas. Chas (Ben Stiller) se torna extremamente rico pois tem um talento e tanto para o mundo das finanças. Margot (Gwyneth Paltrow) se dedica a escrever livros de sucesso. Por fim Ritchie (Luke Wilson) resolve abraçar os esportes e se torna um bem sucedido tenista profissional. Quando os pais resolvem reconstruir o casamento todos voltam a se reunir, trazendo de volta angústias, brigas e revanches do passado.

Comentários:
Excêntrico mesmo sempre foi o cinema de Wes Anderson. Esse texano tem um estilo tão próprio que não podemos nem ao menos o colocar em alguma categoria pois não consigo visualizar nenhum outro cineasta que tenha uma visão parecida com a dele. Basta lembrar dos singulares (e esquisitos) "A Vida Marinha com Steve Zissou", "Viagem a Darjeeling" e até mesmo da animação "O Fantástico Sr. Raposo" para compreender isso. Hoje em dia ele está mais em baixa mas na época de lançamento desse filme ele era um verdadeiro queridinho da crítica americana. Confesso que nunca fiquei muito satisfeito com seu tipo de humor diferenciado. Para falar a verdade sempre conferi seus filmes por causa dos excelentes elencos que ele conseguia reunir para suas produções. Quer um exemplo? Basta passar os olhos nos nomes que formam esse elenco. Simplesmente incrível. Mesmo assim o resultado não é muito gratificante. Em determinado momento o clima geral de nonsense começa a saturar e se vai perdendo a paciência. Mas isso ao que parece foi ignorado pela crítica que logo qualificou o filme como "obra prima"! Bobagem, isso é um exagero.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Shame

Uma vez que o casamento se tornou uma instituição fora de moda e cafona as pessoas nos dias atuais procuram alternativas para suprir suas necessidades emocionais e sexuais. "Shame" lida justamente com isso. No filme acompanhamos a rotina de Brandon Sullivan (Michael Fassbender), um nova-iorquino bem situado, com bom emprego e um apartamento bem localizado. Sua vida sexual e emocional se resume a breves encontros com garotas para sexo casual que conhece pela cidade. Seu cotidiano porém muda com a chegada de sua irmã Sissy (Carey Mulligan). Ela é bonita, atraente e assim como Brandon também adota um estilo de vida liberal. "Shame" na realidade é uma pequena crônica sobre a vida sexual do homem moderno. O personagem principal é um solteiro em Nova Iorque, com toda a liberdade moral e sexual a que tem direito. Assim não se furta em aproveitar todas as oportunidades que a grande cidade tem a lhe oferecer. O problema é que diante de tal grau de permissividade sua procura pelo sexo oposto logo acaba se tornando um ciclo vicioso sem limites. A realidade de Brandon em pouco tempo foge de seu controle e ele se torna um viciado em sexo anônimo e pornografia. É a velha metáfora de que a liberdade desacompanhada de responsabilidade e comprometimento pode facilmente se tornar lesiva.

O elenco de Shame é bom e o destaque vai para Carey Mulligan. Além de ser uma gracinha ela é talentosa e carismática. A atriz tem aparecido em diversas produções que se destacaram nos últimos anos como "Educação", "Drive" e "Não me Abandone Jamais". Sua personagem é muito interessante dentro da trama de "Shame" uma vez que logo cria uma desconfortável tensão sexual com seu próprio irmão dentro do apartamento onde vivem. Já Michael Fassbender está apenas correto. O diretor negro Steve McQueen (homônimo do famoso ator) escolheu uma produção naturalista, com uso de longos planos sequência. Sua opção em explorar o nu frontal dos atores pode vir a desagradar algumas pessoas mas particularmente achei uma decisão acertada uma vez que o filme tem como tema a sexualidade de seus personagens e como tal não poderia adotar atitudes de falso moralismo com eles. Aliás sua posição de não levantar qualquer bandeira moralista é um de seus pontos mais positivos. Em suma "Shame" tenta entender a vida sexual das pessoas que vivem dentro de uma sociedade tecnológica e liberal. Só o fato de levantar esse tema para debates já o torna extremamente válido.

Shame (Shame, Estados Unidos, 2011) Direção de Steve McQueen / Roteiro de Steve McQueen e Abi Morgan / Elenco: Michael Fassbender, Carey Mulligan e James Badge Dale / Sinopse: O filme mostra os anseios e problemas de ordem emocional e sexual de dois irmãos na Nova Iorque dos dias atuais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cowboys & Aliens

Eu gosto de Cowboys. Eu gosto de Aliens. Mas esse Cowboys e Aliens não passa de uma enorme bobagem. Uma aventura infantil e juvenil com roteiro quase inexistente e muitos efeitos especiais para esconder isso. Eu como fã do gênero western achei tudo um grande desperdício de paciência, tempo e dinheiro. O filme até que começa bem - Daniel Craig surge no meio de deserto sem lembrar de onde veio ou para onde vai. Encontra alguns vilões no meio do caminho e chega numa cidade perdida no meio do nada. Analisando assim poderíamos até pensar que estamos vendo um remake de algum faroeste com Clint Eastwood ou Randolph Scott mas a esperança logo que se vai, justamente quando os tais aliens surgem em cena. Nada tenho contra a ideia em si de fundir gêneros cinematográficos tão diversos, o problema é que esse tipo de coisa exige talento e inteligência. Definitivamente duas coisas ausentes por aqui. Muitas pessoas foram atraídas justamente pela proposta nada comum de unir ficção com faroeste mas certamente se decepcionaram pois o filme é uma típica produção vazia, sem qualquer conteúdo. Provavelmente em quadrinhos funcione melhor mas até nisso parece ter naufragado uma vez que muitos leitores da graphic novel que deu origem ao filme também reclamaram bastante do resultado nas telas. Ora, se nem aos leitores desse tipo de publicação o filme agradou para que serviu então esse "Cowboys & Aliens"?

Mas afinal alguma coisa se salva? Para falar a verdade mantive a atenção por pelo menos 30 minutos. Como fã de faroestes eu realmente queria que tudo desse certo mas passado esse tempo o filme desandou de uma vez, virando uma grande besteira digital. Parece que o produtor Spielberg perdeu toda e qualquer imaginação e originalidade com filmes como esse. Nos anos 80 ele produziu grandes filmes pipocas como "De Volta Para o Futuro" mas parece que perdeu a mão, o jeito da coisa para produzir esse tipo de diversão. Tudo não passa de uma salada indigesta ora roubando ideias de filmes clássicos de faroeste (como ir atrás do parente raptado), ora roubando de filmes famosos de ficção (o plágio mais óbvio é claro vem da franquia Predador). Tecnicamente falando o filme é bem feito, temos que reconhecer, mas o excesso de Aliens gerados digitalmente logo cansam também. Enfim, tudo se resume em uma grande bobagem mesmo que mais parece um videogame vazio. Não recomendo a pessoas maiores de 14 anos pois tudo parece ter sido feito para os mais jovens, crianças e pré adolescentes. Esses talvez achem alguma graça, quem sabe.

Cowboys & Aliens (Cowboys & Aliens, Estados Unidos, 2011) Direção: Jon Favreau / Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman / Elenco: Daniel Craig, Harrison Ford, Olivia Wilde / Sinopse: Cowboy (Daniel Graig) surge no meio do deserto sem se lembrar de nada. Em pouco tempo chega a um pequeno vilarejo onde enfrentará diversas aventuras que jamais sonhou imaginar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Os Descendentes

Sinceramente achei um filme de mediano para fraco, totalmente morninho. O filme em si se resume a duas situações: A esposa de George Clooney no filme está em coma irreversível e segundo seu próprio desejo deixado em uma declaração antes de estar nesse estado quer que seus aparelhos sejam desligados definitivamente. O segundo ponto é a venda de um imenso terreno no Havaí herdado por antepassados da grande família de Clooney (primos, primas, tios, tias e parentada em geral). No final as duas sub tramas irão se encontrar no clímax do filme. Como foi rodado nas ilhas havaianas há muitas tomadas belas das paisagens locais, trilha sonora cheia de músicas das ilhas e aquele ritmo cadenciado, sem muita pressa que acaba ficando chato.

O filme cai no marasmo várias vezes. Não consegui me interessar muito sobre a situação do personagem de Clooney. Esse aliás parece só funcionar em papéis mais relax, do tipo "quarentão garotão". Quando migra para personagens que exigem mais ele geralmente derrapa. É o que acontece aqui em minha opinião. Achei ele apático, meio disperso, como se não estivesse muito aí sobre tudo o que está acontecendo. Enfim, "Os Descendentes" é realmente um filme bem banal, com cara de telefilme sobre doença. Nada muito marcante e facilmente esquecível. Não merece as indicações que recentemente recebeu ao Oscar.

Os Descendentes (The Descendants, Estados Unidos, 2011) Direção: Alexander Payne / Roteiro: Alexander Payne e Nat Faxon / Elenco: George Clooney, Matthew Lillard, Judy Greer e Shailene Woodley / Sinopse: O filme conta a história de um rico proprietário de terras do Havaí que precisa reestabelecer sua ligação com as duas filhas depois que a sua esposa sofre um acidente de barco.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

The Beatles - Nova música dos Beatles?

Nova música dos Beatles?
O Paul McCartney soltou essa informação em uma recente entrevista na BBC. Haveria sim uma música inédita dos Beatles a ser lançada no mercado. Mas afinal que música seria essa? Acredita-se que seja a velha conhecida "Now and Then". Se for mesmo não tem novidade nenhuma nessa questão. 

Pior do que isso, essa canção já havia sido descartada por George Harrison no projeto Anthology. Seria a música trabalhada pelos 3 Beatles sobreviventes a ser lançado no "Anthology 3" nos mesmos moldes de "Free as a Bird" e "Real Love". Só que na época George Harrison achou a música fraca demais e disse que não iria trabalhar nela. Paul ficou desapontado e o CD saiu sem nenhuma novidade. 

Ao meu ver "Now and Then" é uma demo amadora muito mal acabada por John Lennon. Não haveria sentido em lança-la agora. John estava testando músicas para o álbum "Milk and Honey" e essa era uma das músicas que ele tentava finalizar. A questão é que se trata de um esboço, um borrão. Acredito que nem John Lennon estaria disposto a lança-la no mercado do jeito que estava. Era algo muito cru e primitivo. 

No caso acredito que Paul McCartney está pensando somente no lado financeiro da questão. Lançada como "A nova música dos Beatles" certamente iria vender muito e colocar os Beatles na mídia, como aliás já fez nesses últimos dias, sendo anunciada até mesmo no Jornal Nacional. Mas a despeito de tudo isso é bom ficar com as barbas de molho. Não tem muita novidade se formos pensar bem. 

Pablo Aluísio. 

Cinema 2024 - Abril de 2024


Cinema 2024 - Abril de 2024

Filmes em Cartaz - Abril de 2024:
Guerra Civil
Ghostbusters: Apocalipse de Gelo
Godzilla e Kong: O Novo Império
Planeta dos Macacos: O Reinado
Kung Fu Panda 4
Abigail
Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2
A Primeira Profecia
Duna: Parte 2

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Nova York Sitiada

Título no Brasil: Nova York Sitiada
Título Original: The Siege
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Lawrence Wright
Elenco: Denzel Washington, Bruce Willis, Annette Bening

Sinopse:
Após o rapto pelos militares dos EUA de um líder religioso islâmico, a cidade de Nova Iorque se torna o alvo de crescentes ataques terroristas. Anthony Hubbard (Denzel Washington), o chefe da Força-Tarefa de Combate ao Terrorismo do FBI em Nova York e a agente da CIA Elise Kraft (Annette Bening) se unem para caçar as células terroristas responsáveis ​​pelos ataques. Como os ataques continuam, o governo dos EUA decide declarar a lei marcial, enviando tropas norte-americanas, lideradas pelo general Devereaux (Bruce Willis), para as ruas de Nova York

Comentários:
Rever esse filme hoje em dia chega a ser assustador pois o roteiro de certa forma antecipa muito do que viria a acontecer em Nova Iorque em 2001. A cidade sendo alvo de vários atentados terroristas de proporções inimagináveis. Além do roteiro ter sido profético nesse ponto ainda temos um bom elenco, com atores perfeitamente inseridos em seus personagens. Um exemplo é Denzel Washington, como sempre muito competente em sua caracterização mais intelectual. Como contraponto a ele surge o personagem brutamontes de Bruce Willis, um militar linha dura que não está muito preocupado com agir com cautela, pelo contrário, o que ele pretende mesmo é usar da força e violência de forma irrestrita. Um ótimo filme de ação, muito bem escrito e realizado, que mostrou um cenário de caos para os americanos. Pena que eles próprios não levaram tudo muito a sério, se tivessem previsto aquilo como algo real provavelmente 11 de setembro jamais teria acontecido.

Pablo Aluísio.

A Morte de Donald Sutherland

A Morte de Donald Sutherland
Morreu o ator Donald Sutherland. Mais um talento que se vai. Eu sempre gostei do trabalho dele, sempre achei muito digno, mesmo quando fazia filmes ruins e de baixo orçamento, algo que não estava à altura de seu status. Mas é a tal coisa, as pessoas esquecem que ser ator é como uma profissão qualquer. Algumas vezes há bom material para se trabalhar, outras vezes não! São coisas da vida. E a única certeza da vida é a morte, infelizmente. 

Pois bem, no começo eu sempre o associei à sua imagem um tanto esquisitona. Era um tipo alto, magro, com um rosto fora dos padrões. Tinha até mesmo cara de gaiato. Talvez por isso o Diretor Robert Altman o tenha escalado para atuar em MASH. Depois do sucesso de crítica desse filme bem alternativo a carreira dele aconteceu em Hollywood. 

Mas engana-se quem pensa que aconteceu com ele virando um astro. Talvez por causa de sua aparência fora mesmo dos padrões de beleza de Hollywood, nessa indústria que preza sempre justamente nisso em um profissional, ele nunca se tornou um grande astro. Pelo contrário, virou um coadjuvante de luxo, algumas vezes estrelando um filme B aqui e acolá. E assim fez sua vida, com toda dignidade, não raro roubando os filmes em que aparecia no segundo plano.

Depois da idade madura ele passou a interpretar vilões mais velhos, sim, velhos, mas com ar de respeitabilidade, embora ele nunca perdesse aquele jeitão de esquisito dele. Personagens como o velho malucão perverso era com ele mesmo. O Donald Sutherland foi bem isso. Quem o via em qualquer fime, fosse bons ou ruim, jamais o esquecia. E durante muitos anos ele foi aquele tipo de ator em que as pessoas perguntavam: como era o nome dele mesmo? Não faz diferença, ele sempre será lembrado por seu talento, que é o que conta no final de tudo. 

Pablo Aluísio.