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sexta-feira, 19 de junho de 2020

Tempo de Glória

A guerra civil americana foi uma das mais devastadoras da história daquele país. Mais americanos morreram nessa guerra do que na I e na II Guerra Mundial juntas. Como se cantava numa famosa canção da época,aquele era um conflito onde irmão matava irmão, sem perdão. “Tempo de Glória” é um dos melhores filmes que retrataram aquele momento histórico. Como se sabe, um dos motivos que levaram o Sul a se rebelar contra a federação americana foi a abolição da escravidão. Naquela época os Estados Unidos estavam divididos não apenas politicamente, mas ideologicamente também. Havia o norte urbano e industrial, baseado na mão de obra operária livre e o sul rural, atrasado, dependente das extensas plantações de algodão, onde imperava a mão de obra escrava negra. Quando a abolição da escravidão foi proclamada, o sul procurou romper com a federação para a formação de estados independentes, confederados, que tivessem a liberdade de continuar ou não unidos de acordo com seus interesses políticos. Com a recusa do norte em aceitar essa situação, a guerra explodiu. “Tempo de Glória” se passa durante a Guerra Civil e mostra um dos primeiros batalhões formados exclusivamente por soldados negros, comandados por oficiais brancos. É a história daqueles que lutavam não apenas pela União, mas também por sua própria liberdade. É um filme historicamente bastante correto e humano que merece ser revisto sempre que possível. Além disso traz uma história real que merece ser conhecida pelas novas gerações.

O elenco é surpreendentemente excepcional. Matthew Broderick abandona seus personagens adolescentes em comédias juvenis (como "Curtindo a vida adoidado") para viver o primeiro grande papel adulto de sua carreira. Aqui ele interpreta o Coronel Robert Gould Shaw, o comandante do primeiro regimento formado por homens negros na Guerra da Secessão. O curioso em sua personalidade é que Shaw se sente bastante confuso com a incumbência de liderar os negros, sem se definir se isso era uma grande honra ou um tipo de punição por algo que tenha desagradado seus superiores. Porém conforme a guerra avança, ele vai descobrindo o real valor de todos aqueles homens que eram tão bravos quanto os melhores soldados brancos. Percebe-se nitidamente sua luta interna contra seus próprios preconceitos. E o fato dele superar isso e crescer como ser humano é um dos grandes méritos desse roteiro.

Outro destaque de peso do elenco é a presença do sempre competente e talentoso Denzel Washington. Esse faz parte daquele seleto grupo de atores que conseguem passar uma dignidade acima da média. Basta adentrar o set para percebermos que ali está um homem de valor, acima de tudo. É isso é basicamente o que seu personagem pede dentro do roteiro. Seu trabalho foi devidamente reconhecido e ele foi premiado com o Oscar de melhor ator coadjuvante. Morgan Freeman é outro ator excepcional em cena. Só o fato de termos esses dois grandes talentos já justificaria a importância do filme em si. Dois grandes profissionais da arte de representar. No final a conclusão que chegamos sobre tudo o que aconteceu durante a Guerra Civil americana é a de que não se pode parar os progressos da humanidade. A roda da história gira para frente e esse movimento não pode ser detido. A escravidão era um absurdo dentro daquele momento histórico em que os Estados Unidos viviam e qualquer um que a defendesse seria derrotado. “Tempo de Glória” mostra esse aspecto excepcionalmente bem. Um filme histórico que entretém e ensina ao mesmo tempo. Simplesmente obrigatório a todos que queiram entender os mecanismos e os preconceitos de todos aqueles homens que lutaram dentro daquela terrível guerra.

Tempo de Glória (Glory, Estados Unidos, 1989) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Marshall Herskovitz, Kevin Jarre / Elenco: Matthew Broderick, Denzel Washington, Morgan Freeman, Cary Elwes, Cliff De Young, Jane Alexander./ Sinopse: "Tempo de Glória" conta a história real do 54º Regimento de Massachusets, o primeiro batalhão do exército americano formado apenas por soldados negros. Sob o comando do Coronel Robert Gould Shaw (Matthew Broderick) o regimento lutou na Guerra Civil americana. Filme premiado com o Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Denzel Washington), Melhor Direção de Fotografia (Freddie Francis) e Melhos Som (Donald O. Mitchell, Gregg Rudloff).

Pablo Aluísio. 

sábado, 12 de novembro de 2016

Jack Reacher: Sem Retorno

Jack Reacher (Tom Cruise) é um ex-major do exército americano que vaga pelo país em busca de algum propósito para sua vida. Ao entrar em contato com uma militar baseada em Washington DC ele acaba simpatizando com ela. Surge um flerte casual entre ambos. Sem pensar muito Jack resolve ir até a capital do país para conhecê-la pessoalmente. Quem sabe ele não consegue um encontro ou algo assim. Quando chega lá acaba descobrindo que ela está presa, acusada de espionagem! Completamente surpreso, Reacher acredita que pode haver algo por trás de sua prisão. Ela provavelmente está sendo usada como bode expiatório, principalmente após ter descoberto um caso envolvendo crimes militares em uma base no Afeganistão. Tudo leva a crer que um carregamento de armas dado como desaparecido, foi vendido no mercado negro de tráfico internacional de armas. Ao começar a investigar o próprio Reacher porém se torna alvo de suspeitas de envolvimento com espionagem e traição ao país, tendo que fugir para sobreviver.

Segundo filme estrelado por Tom Cruise no papel do ex-militar Jack Reacher. Essa é uma nova franquia no qual o ator anda apostando suas fichas. Ele não apenas atua como também produz o filme. Os direitos dos livros foram comprados por ele, ou seja, é um projeto pessoal do próprio Cruise. O problema é que o filme, apesar de ser bem realizado, não foge muito da velha fórmula desgastada dos filmes de ação. Há uma pequena trama, de fácil entendimento por trás, que serve de pretexto para cenas e mais cenas de perseguição, tiroteios e coisas do gênero. Logo se torna cansativo pela repetição e falta de novas ideias. O primeiro filme também tinha esses mesmos defeitos, mas até que me agradou por ser mais objetivo. Esse aqui peca por trazer uma personagem bem irritante e inútil para o roteiro, uma adolescente que supostamente seria a filha de Reacher. A garota só serve para ficar aborrecendo o tempo todo o casal fugitivo - e de quebra enche a paciência também do espectador. Aborrescentes deveriam ficar fora desse tipo de filme. Outro defeito é a velha mania que alguns roteiros americanos apresentam de ofender a inteligência do público. Em determinada cena, por exemplo, Cruise e sua colega conseguem fugir de uma prisão militar do exército de alta segurança sem grandes problemas. Sinceramente, momentos como esse ultrapassam qualquer sinal de bom senso. Enfim, um filme apenas mediano que parece melhor do que realmente é por causa da massiva campanha de marketing utilizada em seu lançamento.

Jack Reacher: Sem Retorno (Jack Reacher: Never Go Back, Estados Unidos, 2016) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Richard Wenk, Edward Zwick / Elenco: Tom Cruise, Cobie Smulders, Aldis Hodge / Sinopse: Jack Reacher (Tom Cruise) é um ex-major do exército americano que acaba sendo envolvido em uma falsa acusação de espionagem de uma colega de farda. Assim ele tenta escapar da prisão (e provavelmente da morte) enquanto tenta desvendar a conspiração que existe por trás de tudo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Coragem Sob Fogo

Título no Brasil: Coragem Sob Fogo
Título Original: Courage Under Fire
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox 2000 Pictures
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Patrick Sheane Duncan 
Elenco: Denzel Washington, Meg Ryan, Lou Diamond Phillips
  
Sinopse:
O tenente-coronel Nathaniel Serling (Denzel Washington) é designado para investigar o passado da tenente Karen Emma Walden (Meg Ryan), morta durante a operação Tempestade do Deserto, quando os Estados Unidos invadiram o Iraque nos anos 1990. A Casa Branca quer honrar sua memória lhe dando postumamente a Medalha de Honra, a mais alta condecoração militar do país. O momento se mostra ótimo para isso pois ela seria a primeira mulher a ser honrada com a medalha, o problema é que Serling acaba descobrindo que ela não era exatamente a heroína que todos procuravam. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).

Comentários:
Achei bem morno para falar a verdade. De fato o filme prometia, havia uma boa trama envolvida (que aproveitava o momento histórico da intervenção americana no Oriente Médio), um diretor competente (Edward Zwick, quase sempre impecável) e uma dupla de protagonistas muito boa formada por Denzel Washington e Meg Ryan. Ele vinha de dois filmes que não tinham feito muito sucesso de bilheteria, "Assassino Virtual" e "O Diabo Veste Azul", ambos colocando em dúvida sua capacidade de se transformar em um astro do primeiro time de Hollywood. Ela também queria mudar um pouco o rumo de sua carreira após virar a nova "namoradinha da América" ao estrelar uma sequência de filmes do gênero comédia romântica. Assim tínhamos uma equipe muito boa de profissionais competentes do ramo, o problema é que infelizmente, mesmo com todos os ingredientes presentes algo acabou saindo errado, fazendo com que a fórmula não fosse muito bem sucedida. Foi o que aconteceu aqui. O filme não decola e fica girando em círculos. Mesmo com os atores empenhados em fazer tudo dar certo. Há farto uso de flashbacks e eles acabam cansando um pouco. É aquele tipo de filme que você assiste uma vez na vida e depois ou perde o interesse em revê-lo ou simplesmente o esquece completamente. Definitivamente não cumpriu tudo aquilo que havia prometido.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Um Ato de Liberdade

Título no Brasil: Um Ato de Liberdade
Título Original: Defiance
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Clayton Frohman, Edward Zwick
Elenco: Daniel Craig, Liev Schreiber, Jamie Bell
  
Sinopse:
Um grupo de judeus decide fugir para as florestas da Bielorrússia durante a ocupação nazista na Europa Oriental. Lá eles se unem a combatentes da resistência russa. Juntos decidem construir uma vila como forma de proteção em relação às tropas alemãs. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor trilha sonora incidental (James Newton Howard).

Comentários:
Tinha tudo para ser um grande filme. O roteiro era baseado em fatos reais, históricos até, havia um bom elenco capitaneado pelo próprio "James Bond" Daniel Craig, a produção de fato era muito bem realizada. Apesar de parecer ter todos os ingredientes presentes e no lugar certo, o filme não consegue decolar. Achei o resultado muito frio, distante, e isso não combina muito bem com o tema proposto. Era para ser algo bem mais visceral, impactante, sensibilizador. Não foi. Daniel Craig interpretando um personagem chamado Tuvia Bielski confirma o que já venho desconfiando há anos: ele não tem carisma! Craig é aquele tipo de ator que não cativa. Ele certamente é o tipo adequado para cenas de ação e brutalidade - o que talvez o tenha segurado como Bond por todos esses anos - mas fora isso não existe mais nada a explorar. Ele particularmente não tem grande talento dramático e falha em momentos mais tensos. Nesse filme há um grande drama humano envolvido, afinal a estória gira em torno de uma grande tragédia humanitária, mas Craig não esboça nenhuma emoção mais profunda. Sua expressão facial é quase sempre a mesma. Assim o que sobra é a frieza, que não se refere ao clima onde o enredo se passa, mas sim na superficialidade que no final se sobressai.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Lendas da Paixão

Depois das complicadas filmagens de “Entrevista com o Vampiro” (onde se fala na boca pequena que Brad Pitt e Tom Cruise não se deram nada bem) o agora astro Pitt embarcou em uma produção feita justamente para faturar em cima de sua notoriedade como celebridade e símbolo sexual. É algo que se repete em tempos em tempos em Hollywood. A cada geração surge um ator com look impecável que logo cai nas graças do público feminino. Inicialmente os estúdios correm para aproveitar e faturar muito em cima de seu visual, criando filmes bonitos de se ver, com ótima produção e temas supostamente edificantes (de preferência com muito romance). Depois esse novo astro começa a se cansar de ser visto apenas como um rostinho bonito feito sob medida para interpretar personagens galãs e tenta partir para outra. Com Brad Pitt a cartilha foi seguida à risca. No começo ele era apenas um jovem bonito, com longos cabelos loiros que enfeitiçava as mulheres. Depois tentou ganhar status de ator sério em produções mais ousadas como “Clube da Luta” ou “Os 12 Macacos”.

Esse “Lendas da Paixão” faz parte da fase em que Brad Pitt era apenas um rostinho bonito em evidência nas páginas das revistas femininas. De fato foi o primeiro filme em que se apoiou completamente em seu nome como apelo junto às platéias do sexo oposto. O roteiro não é grande coisa mas temos uma produção bonita, com tomadas ao estilo cartão postal e um elenco de apoio de peso (com direito à presença do grande ator Anthony Hopkins) para dar um suporte e status de filme importante. Particularmente nunca fui fã de “Lendas da Paixão”. Acho que realmente se trata de um filme um tanto quanto vazio em suas qualidades cinematográficas. Obviamente que não faço parte do público a que essa produção se destina mas de um modo em geral acho um produto que não marca, e que por isso envelheceu um pouco precocemente. Foi importante para Brad Pitt em um momento da carreira dele em que tinha que provar que poderia segurar um filme desse porte sozinho, como grande chamariz de bilheteria, mas fora isso não penso que tenha sido algo que contribuiu para seu desenvolvimento como ator – algo que faria brilhantemente nos anos seguintes, aceitando participar de filmes interessantes e relevantes. Já para quem está atrás do lado galã do ator penso que “Lendas da Paixão” é de fato o produto ideal. Se é isso que você busca só posso mesmo desejar uma boa sessão.

Lendas da Paixão (Legends of the Fall, Estados Unidos, 1994) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Susan Shilliday, William D. Wittliff / Elenco: Brad Pitt, Anthony Hopkins, Aidan Quinn / Sinopse: “Lendas da Paixão” narra a saga de uma família tipicamente americana durante os conturbados eventos históricos que se abateram sobre a nação durante o começo do século XX.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Diamante de Sangue

“Diamante de Sangue” expõe uma das maiores contradições do continente africano. Ao mesmo tempo em que possui algumas das maiores riquezas naturais do mundo é também o lugar mais miserável do planeta. O filme se passa em Serra Leoa e mostra essa dura realidade. Leonard DiCaprio interpreta Danny Archer, um sul-africano que se tornou contrabandista de diamantes. Seu objetivo é colocar as mãos em um raríssimo exemplar cor-de-rosa. Para isso ele conta com a ajuda de um nativo, o negro Solomon Vandy (Djimon Hounsou). Enquanto o Archer quer o precioso diamante para vender no mercado negro e assim ganhar uma fortuna, Vandy só deseja mesmo ajudar sua numerosa família. Já a jornalista americana Maddy Bowen (Jennifer Connelly) cruza o caminho de ambos com a intenção de escrever sobre o que ocorre em Serra Leoa antes que essas preciosas pedras entrem no mercado europeu e americano, onde serão negociadas por verdadeiras fortunas, sendo expostas em luxuosas lojas de jóias raras e finas.

Como disse certa vez um famoso economista: “Não existe almoço grátis no capitalismo”. De fato, mal sabem as mulheres o que se esconde por trás daquele anel de diamante dado por namorados ou maridos. O próprio nome “diamante de Sangue” é perfeito para definir os descaminhos que essas pedras cruzam desde o momento em que são descobertas em minas na África até o momento em que viram finos presentes de romances açucarados em países de primeiro mundo. Guerras, conflitos, exploração do trabalho humano, degradação, mortes... o filme tenta expor esse quadro, muitas vezes adotando um tom quase documental, outras vezes adotando as regras do entretenimento puramente Hollywoodiano. O resultado se mostra a meio caminho da plena conscientização das platéias e a mera diversão para as fãs de Leonardo DiCaprio, que de certa forma havia perdido um pouco o tom certo de sua carreira após o megasucesso de Titanic. Aqui felizmente ele volta a ser o que sempre foi em minha opinião, um ator talentoso e envolvido em projetos realmente relevantes.

Diamante de Sangue (Blood Diamond, Estados Unidos, 2006) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Charles Leavitt / Elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Connelly, Stephen Collins, Benu Mabhena, Ntare Mwine, Djimon Hounsou, David Harewood / Sinopse: Um contrabandista branco de diamantes e um nativo negro tentam colocar as mãos em um raro diamante cor-de-rosa em Serra Leoa durante a década de 90. Ao lado deles uma jornalista tenta documentar tudo para escrever sobre o caminho que essas pedras preciosas percorrem antes de chegar ao mercado dos países ricos. Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Ator para Leonardo DiCaprio.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

O Último Samurai

O diretor Edward Zwick dirigiu um dos melhores filmes sobre a Guerra Civil americana, “Tempo de Glória”. Em “O Último Samurai” ele voltou ao tema ou quase isso. O personagem principal do filme é um veterano dessa guerra que deixou milhões de mortes em solo americano, Nathan Algren (Tom Cruise). O veterano Capitão das tropas da União tenta conviver com os fantasmas desse conflito que ainda insistem em lhe assombrar. Mergulhado no alcoolismo não consegue mais visualizar nenhum objetivo de vida a alcançar. Sua salvação vem do outro lado do mundo, no Japão. Sociedade rigidamente hierarquizada e tradicional o país do sol nascente sofre com aquela que seria a última linhagem dos mitológicos guerreiros samurais. Rebelados, eles agora enfrentam as forças do Império. Para derrotar essa casta de forma definitiva o imperador Meiji resolve importar soldados americanos que lutaram na Guerra Civil, entre eles o atormentado capitão Nathan. O que se sucede depois é uma série de combates onde o estilo tradicional de guerra, fortemente enraizado em um milenar código de honra dos samurais, entra em choque com a tecnologia e o modo pragmático das táticas militares norte-americanas. Feito prisioneiro no campo de batalha, Nathan acaba ficando sob custódia do líder samurai Katsumoto (Ken Watanabe) e fica fascinado com a filosofia e o modo de vida desses combatentes. Não tarda a sofrer uma grande crise de consciência que o fará finalmente mudar de lado dentro do conflito.

Mais uma produção com ares de épico da carreira de Tom Cruise. Aqui ele vai até o Japão para combater a arte milenar dos samurais (famosos guerreiros nipônicos) mas acaba sendo seduzido por seu estilo de vida. É o velho choque de culturas entre o oriente e o ocidente, que tão bem já foi explorado pelo cinema em inúmeras produções. A produção é de primeira linha, com ótima fotografia e direção de arte. Tudo foi recriado com muito cuidado e capricho, sempre procurando ser o mais historicamente correto possível. Essa reconstituição histórica minuciosa é certamente uma das melhores coisas de “O Último Samurai”. Não é para menos, o projeto foi inteiramente desenvolvido para o astro Tom Cruise novamente brilhar nas bilheterias. O ator há muito é considerado um dos mais populares no Japão e o filme de certa forma aproveitou disso para faturar em cima de sua popularidade. O resultado comercial foi mais do que bem sucedido com 450 milhões de dólares de faturamento. O filme só não foi considerado um êxito completo porque Cruise e os realizadores tinham pretensões de tornar “O Último Samurai” um campeão também na Academia. Investindo pesado em marketing o estúdio tinha esperanças de que a produção conseguisse várias indicações e Oscars, até mesmo nas principais categorias, mas no final das contas não obteve sucesso nesse aspecto. A Academia sempre teve certo preconceito contra filmes que apelassem demais para a ação. Esse foi o pecado do roteiro, se focou demais nas cenas de combate, não desenvolvendo mais o lado dramático do argumento. Nesse processo acabou sendo esnobado nas premiações. No final das contas “The Last Samurai” só se tornou mesmo um sucesso comercial. De qualquer modo é um filme muito bom que merece ser redescoberto pelas jovens platéias.
   
O Último Samurai (The Last Samurai, Estados Unidos, 2003) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Marshall Herskovitz, John Logan, Edward Zwick / Elenco: Tom Cruise, Ken Watanabe, Billy Connolly, Tony Goldwyn, Masao Harada./ Sinopse: Nathan Algren (Tom Cruise) é um capitão veterano da guerra civil americana vai até o Japão para combater a arte milenar dos samurais (famosos guerreiros nipônicos) mas acaba sendo seduzido por seu estilo e filosofia de vida.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sobre Ontem à Noite...

Elenco: O filme se concentra no relacionamento dos ídolos juvenis (da época) Rob Lowe e Demi Moore. Como contraponto humorístico John Belushi faz o amigo de Rob que só quer curtir a vida, agindo como um adolescente eternamente. O trio se saí bem. Demi e Rob passam paixão nas cenas. Demi está no auge da beleza no filme e suas cenas com Rob são bem calientes e convincentes. Não são grandes atuações mas dentro da proposta do filme se saem bem.

Direção: Edward Zwick era na época (1986) um diretor quase estreante. Esse pode ser considerado seu primeiro filme de repercussão. Ele realizou um filme bem "anos 80" mesmo - cenas com linguagem de videoclip, contraluzes e sequências ambientadas com muitos sintetizadores ao fundo (pena que nenhum grande hit esteja presente na trilha).

Produção: Nada de muito relevante, embora a fotografia do filme tente pegar bons ângulos da cidade de Chicago. Isso porém só acontece esporadicamente. A maioria das cenas importantes são todas em ambientes fechados (por causa de sua origem teatral). O filme custou pouco e rendeu bastante, então até pelo tema não era de se esperar muito.

Roteiro e argumento: O roteiro foi escrito baseado numa peça teatral do ótimo David Mamet. Aliás essa foi a razão que me levou a assistir o filme hoje. Sou fã assumido de seu trabalho. Aqui ele tenta captar um romance vivido por um casal jovem em sua cidade natal, Chicago. Mais um vez se saiu muito bem, o filme tem bons diálogos e o tema do relacionamento entre ambos é mostrada de forma bem humana. Mamet nunca me decepcionou e não seria nesse filme que isso iria acontecer.

Sobre Ontem a Noite... (About Last Night..., Estados Unidos, 1986) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Tim Kazurinsky baseado na peça de David Mamet / Elenco: Rob Lowe, Demi Moore, James Belushi / Sinopse: Um casal jovem tenta manter um relacionamento sério em Chicago na década de 80.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Amor e Outras Drogas

Jamie (Jake Gyllenhaal) é um astuto representante de vendas de uma grande indústria de medicamentos. Em seu cotidiano ele se vê impelido a vender seu produto a todo custo, usando de todos os meios para que os médicos e os hospitais a que visita adotem as drogas que ele vende como padrão. Como recebe por comissão sua vida financeira depende diretamente disso. Numa dessas vendas acaba conhecendo Maggie (Anne Hathaway), uma charmosa jovem que no momento não está interessada em se relacionar com ninguém. Atitude que Jamie tentará mudar. "Amor e Outras Drogas" é uma comédia romântica que passeia por diversos estilos cinematográficos. Começa com um roteiro bem humorado, com doses generosas de cinismo e situações de duplo sentido. Depois vira um soft porn com muitas cenas de nudez, explorando de todas as formas o sex appeal do casal central. Por fim e pela terceira vez o filme tenta mudar novamente virando dessa vez um drama pesado onde os personagem vão ter que lidar com uma terrível situação. 

Em nenhum desses gêneros o filme chega a acertar direito, o roteiro está sempre fora de foco, procurando se encontrar mas nunca chega a um bom termo. A produção joga o tempo todo com a indústria farmacêutica. O personagem principal Jamie é no começo do longa um vendedor que só pensa no lado financeiro do mundo das drogas prescritas. Nunca se importa com o outro lado, a dos doentes e das pessoas que necessitam desses remédios para sobreviver. Para ele as drogas são apenas um meio para ganhar muito dinheiro e só. Apenas quando se vê atirado no outro lado é que ele cria real consciência do que efetivamente está lidando. O roteiro parece querer reforçar a crítica contra a indústria e o lado desumano da comercialização de medicamentos mas não desenvolve o tema a contento, se concentrando muito mais no lado romântico do casal. Faltou um pouco mais de trato nesse aspecto. Além disso some-se a isso o fato do filme ser longo além do necessário (para falar a verdade longo demais para uma estória que no fundo é simples). No final provavelmente vai desagradar a quem procura apenas uma comédia romântica leve e também aos que procuravam por algo com mais conteúdo. Esse problema é típico de filmes que atiram para todos os lados como esse "Amor e Outras Drogas".  

Amor e Outras Drogas (Love and Other Drugs, Estados Unidos, 2010) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Edward Zwick, Charles Randolph, Marshall Herskovitz, Jamie Reidy / Elenco: Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Oliver Platt, Hank Azaria, Josh Gad, Gabriel Macht / Sinopse: Jamie (Jake Gyllenhaal) é um astuto representante de vendas de uma grande indústria de medicamentos. Em seu cotidiano ele se vê impelido a vender seu produto a todo custo, usando de todos os meios para que os médicos e os hospitais a que visita adotem as drogas que ele vende como padrão. Como recebe por comissão sua vida financeira depende diretamente disso. Numa dessas vendas acaba conhecendo Maggie (Anne Hathaway), uma charmosa jovem que no momento não está interessada em se relacionar com ninguém. Atitude que Jamie tentará mudar.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Nova York Sitiada

Título no Brasil: Nova York Sitiada
Título Original: The Siege
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Lawrence Wright
Elenco: Denzel Washington, Bruce Willis, Annette Bening

Sinopse:
Após o rapto pelos militares dos EUA de um líder religioso islâmico, a cidade de Nova Iorque se torna o alvo de crescentes ataques terroristas. Anthony Hubbard (Denzel Washington), o chefe da Força-Tarefa de Combate ao Terrorismo do FBI em Nova York e a agente da CIA Elise Kraft (Annette Bening) se unem para caçar as células terroristas responsáveis ​​pelos ataques. Como os ataques continuam, o governo dos EUA decide declarar a lei marcial, enviando tropas norte-americanas, lideradas pelo general Devereaux (Bruce Willis), para as ruas de Nova York

Comentários:
Rever esse filme hoje em dia chega a ser assustador pois o roteiro de certa forma antecipa muito do que viria a acontecer em Nova Iorque em 2001. A cidade sendo alvo de vários atentados terroristas de proporções inimagináveis. Além do roteiro ter sido profético nesse ponto ainda temos um bom elenco, com atores perfeitamente inseridos em seus personagens. Um exemplo é Denzel Washington, como sempre muito competente em sua caracterização mais intelectual. Como contraponto a ele surge o personagem brutamontes de Bruce Willis, um militar linha dura que não está muito preocupado com agir com cautela, pelo contrário, o que ele pretende mesmo é usar da força e violência de forma irrestrita. Um ótimo filme de ação, muito bem escrito e realizado, que mostrou um cenário de caos para os americanos. Pena que eles próprios não levaram tudo muito a sério, se tivessem previsto aquilo como algo real provavelmente 11 de setembro jamais teria acontecido.

Pablo Aluísio.