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domingo, 12 de novembro de 2023

O Assassino

Título no Brasil: O Assassino
Título Original: The Killer
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: David Fincher
Roteiro: Andrew Kevin Walker, Alexis Nolent
Elenco: Michael Fassbender, Tilda Swinton, Charles Parnell

Sinopse:
Um assassino profissional monta guarda e fica de tocaia na frente de um prédio de luxo em Paris. Quando surge a oportunidade de executar seu alvo, as coisas dão errado por questão de segundos. Agora ele precisa fugir e sobreviver ao seu antigo cliente que o quer morto, como queima de arquivo. 

Comentários:
Poderia ser melhor? Certamente sim, com certeza! É uma grande porcaria? Calma, não vamos exagerar! O filme na realidade foi lançado como o grande filme do mês na Netflix e isso trouxe um claro fator de elevação das expectativas. O fato de ser assinado pelo diretor David Fincher turbinou ainda mais esse quadro. Aí está o problema central dessa produção. O fato do filme ser de David Fincher elevou demais as expectativas. A temperatura subiu ao teto! Só que o filme não é nenhuma obra prima da sétima arte. É apenas um filme um pouquinho acima da média do que se vê por ai. Um filme bem normal para falarmos a verdade. Não chega em nenhum momento a ser ruim, a aborrecer o espectador, mas também não empolga em nada. De bom mesmo temos o diálogo interior que o assassino tem consigo mesmo, tentando sempre manter o equilíbrio, ainda mais no tipo de serviço que faz. As linhas de diálogo também sao bem elaboradas. Fora isso, o filme até caminha bem, com um final que tenta ser mais pé no chão, realista, embora no contexto da história em geral não faça tanto sentido. Mas é isso aí. Vale a pena ver, só não espere por um filme maravilhoso pois isso ele definitivamente não é. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Boneco de Neve

Título no Brasil: Boneco de Neve
Título Original: The Snowman
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Tomas Alfredson
Roteiro: Peter Straughan, Hossein Amini
Elenco: Michael Fassbender, Rebecca Ferguson, J.K. Simmons, Val Kilmer, Charlotte Gainsbourg, Jonas Karlsson

Sinopse:
Um serial killer começa a matar mulheres em Oslo, na Noruega. Sempre que comete seus crimes ele deixa um boneco de neve próximo ao lugar onde matou suas vítimas. O assassino também é extremamente violento, decapitando as mulheres que são assassinadas. O policial Harry Hole (Michael Fassbender) assume o caso sem desconfiar que o psicopata está mais próximo dele do que poderia imaginar.

Comentários:
Filmes sobre psicopatas sempre são bons, isso como regra. Dificilmente são ruins. Esse "Boneco de Neve" fica na média. Aqui temos um serial killer que mata mulheres que seguem um determinado padrão. Geralmente são mães de apenas 1 filho. Geralmente estão divorciadas ou já passaram por um aborto em seu passado. E isso é basicamente tudo o que tem o policial Hole (Michael Fassbender) para seguir em frente nas suas investigações. No começo ele se recusa a acreditar que se trata de um assassino em série, já que na cidade onde trabalha isso é uma raridade absoluta. Porém, ajudado por uma jovem chamada Katrine Bratt (interpretada pelo bela atriz Rebecca Ferguson) ele começa finalmente a fazer as devidas ligações entre os crimes. O tira de Michael Fassbender também tem muitos problemas pessoais. Divorciado, ele tenta manter algum tipo de ligação com o filho de sua ex-esposa (e que não é seu filho natural), mas quase sempre fracassa nisso. Outro ponto interessante desse filme é a presença de Val Kilmer interpretando um outro policial, de outra cidade, que é meio enlouquecido pelo alcoolismo. Nem preciso dizer que ele está quase irreconhecível no papel. Enfim, se você curte filme sobre psicopatas, investigações policiais, esse filme todo passado na neve e no frio da Noruega não deixa de ser uma boa opção de fim de noite.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

X-Men: Fênix Negra

Título no Brasil: X-Men - Fênix Negra
Título Original: Dark Phoenix
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Simon Kinberg
Roteiro: Simon Kinberg
Elenco: Sophie Turner, Jessica Chastain, James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult

Sinopse:
Durante um resgate no espaço Jean Grey (Turner) é exposta a uma força do cosmos desconhecida. A partir desse momento ela muda completamente, se tornando extremamente poderosa, o que acaba colocando a Terra e os próprios membros da equipe X-Men em perigo. Filme baseado nos personagens criados por Stan Lee.

Comentários:
Criticaram bastante esse filme. Os críticos de cinema não acharam grande coisa e os fãs de quadrinhos literalmente desceram a lenha no filme. Gente chata. O filme funcionou muito bem no meu caso. O que eu procurava por aqui? Diversão e passatempo por duas horas. Acabei sendo plenamente satisfeito. O filme entrega o que promete. Não adianta procurar os mínimos detalhes em termos de diferença do cinema para os quadrinhos. São linguagens diferentes, os filmes nunca terão a fidelidade completa do que se lê nas revistas. São dois mundos diversos. Como não sou leitor de comics acabei curtindo o filme pelo que ele é, cinema pipoca em sua essência. Há um enredo bem contado, com começo, meio e fim, bons efeitos especiais, um elenco carismático e isso era basicamente tudo o que eu estava procurando. Além disso essa personagem Jean Grey é uma das mais interessantes dessa universo da Marvel. É estranha, complexa, caminha numa tênua linha entre o bem e o mal e é superpoderosa ao extremo. Ela já havia sido bem explorada na franquia original X-Men. Também gostei da atriz Sophie Turner no papel. Confesso que sou suspeito pois sempre gostei dela como Sansa Stark em "Game of Thrones". Aqui repete o bom trabalho. Então é isso. Como cinema pipoca esse novo X-Men não deixou nada a desejar. O resto é chatice de gente exigente demais.  

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de junho de 2018

Assassin's Creed

É muito complicado achar um filme baseado em game que seja realmente bom. A maioria dessas adaptações são bem decepcionantes, mal feitas e com roteiros ocos. Esse "Assassin's Creed" foi mais uma tentativa falha nesse sentido. O filme mostra dois grupos rivais que lutam na surdina. A vida continua no mundo lá fora, enquanto esses clãs vão se enfrentando ao longo dos séculos. Um deles é bem conhecido dos estudantes de história, são os cavaleiros templários. O outro é mais sui generis e responde apenas pela alcunha de assassinos. O cenário de confronto são as seculares cidades da velha Europa. A população em geral mal sabe o que está acontecendo nos becos e picos escuros das velhas construções.

Agora a disputa recai sobre um objeto chamado de "A maçã do Éden". Tudo bem, mais simbólico do que isso, impossível. Pena que com tudo já armado - afinal é basicamente o mesmo enredo dos games - o roteiro desse filme deixe a desejar. Há lutas bem coreografadas e uma boa produção, mas tudo se perde em um ritmo preguiçoso e displicente, que acaba transformando um filme que deveria ser ágil por natureza em algo arrastado e com pouca agilidade. Era algo improvável de encontrar em um filme como esse. No geral os fãs dos games vão se decepcionar, enquanto o público mais ligado em cinema vai dar pouca importância. Acabou ficando no meio do caminho, sem conquistar o apreço do público das duas mídias, o que no final era o que importava, não é mesmo?

Assassin's Creed (Idem, Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Estúdio: Regency Enterprises / Direção: Justin Kurzel / Roteiro: Michael Lesslie, Adam Cooper / Elenco: Michael Fassbender, Marion Cotillard, Jeremy Irons, Charlotte Rampling, Brendan Gleeson / Sinopse: Durante séculos cavaleiros templários e assassinos (um grupo rival) se enfrentam na Europa. Agora eles estão em luta para colocar as mãos em um artefato histórico poderoso, a maçã do Éden, que se acredita ser o mesmo citado no livro do gênesis. Para saber o lugar exato onde foi parar a maçã, os templários criam uma tecnologia inovadora que permite sondar a memória genética dos atuais descendentes dos antigos assassinos.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A Luz Entre Oceanos

Um veterano da I Guerra Mundial, cansado de tudo, do que viu nos campos de batalha, resolve se isolar. Para isso nada melhor do que ir trabalhar no farol de uma ilha distante, onde apenas ele irá viver. No começo tudo dá certo, ele até mesmo se envolve com uma garota que mora numa cidade do continente e se casa com ela. Após dois abortos a esposa começa a literalmente surtar pelo isolamento e solidão e quando um barco chega à deriva na costa, trazendo um homem morto e um bebê sobrevivente, ela decide ficar com a criança como se fosse sua filha. O problema é que seu marido acaba descobrindo quem seria a verdadeira mãe da menina, trazendo um grande conflito ético para si.

Esse "A Luz Entre Oceanos" tem um roteiro realmente muito bom. Tudo vai se armando para no final surgir o grande problema pessoal de natureza ética para o personagem de Tom Sherbourne (Michael Fassbender). Quando o bebê surgiu vivo, à deriva no barco, na costa da ilha, ele decidiu tomar a decisão certa, avisando as autoridades locais, só que sua esposa Isabel (Alicia Vikander), arrasada por dois abortos, quis desesperadamente ficar com a criança. Para sua desgraça pessoal acabou cedendo aos desejos da mulher. Só depois descobre-se que a menina de cabelos loiros era mesmo a filha desaparecida de Hannah Roennfeldt (Rachel Weisz). Assim o argumento vai pela resolução da questão: entregar a filha para a verdadeira mãe ou deixá-la com sua esposa, que cria a menina como se fosse sua filha?

Um aspecto curioso é que a ilha onde está o farol é praticamente um personagem dentro da trama. Isolada, com uma costa linda, o lugar acaba servindo de palco para o desenrolar dos acontecimentos. Chamada de Janus, em homenagem ao deus da mitologia com duas faces, o lugar fica bem no meio de dois oceanos. Esse mesmo deus deu origem ao nome do mês de janeiro, justamente por ter dois rostos, um olhando para o ano que nasce e outro para o ano que se vai. O mesmo vale para a dualidade da situação central do roteiro, com uma filha sendo disputada por duas mulheres, a mãe real e a mãe que a salvou e a adotou. Um drama de época muito interessante, com uma excelente cena final. Recomendo sem reservas.

A Luz Entre Oceanos (The Light Between Oceans, Inglaterra, Estados Unidos, Nova Zelândia, 2016) Direção: Derek Cianfrance / Roteiro: Derek Cianfrance, baseado no romance escrito por M.L. Stedman / Elenco: Michael Fassbender, Alicia Vikander, Rachel Weisz / Sinopse: Uma criança, resgatada em um barco à deriva na costa de uma ilha isolada, é adotada informalmente pela esposa do faroleiro. Quando esse descobre a verdadeira identidade da mãe se cria uma situação delicada, envolvendo conflitos éticos e familiares. Filme indicado ao Leão de Ouro no Venice Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de junho de 2017

A Caminho do Oeste

Título no Brasil: A Caminho do Oeste / Oeste Sem Lei
Título Original: Slow West
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Nova Zelândia
Estúdio: DMC Film, Film4 Pictures
Direção: John Maclean
Roteiro: John Maclean
Elenco: Michael Fassbender, Kodi Smit-McPhee, Caren Pistorius, Ben Mendelsohn
  
Sinopse:
O jovem escocês Jay Cavendish (Kodi Smit-McPhee) parte rumo ao oeste americano em busca de sua amada, Rose Ross (Caren Pistorius). Ela fugiu para os Estados Unidos após seu pai ter matado um homem na Escócia. No caminho Jay acaba encontrando o pistoleiro Silas Selleck (Michael Fassbender) e o contrata, para servir de guia até o destino final de sua viagem. O que Jay não sabe é que Rose e seu pai estão com a cabeça à prêmio, o que atrai uma horda de caçadores de recompensas para capturá-la. Filme indicado ao British Independent Film Awards e ao European Film Awards. 

Comentários:
O que temos aqui é um western rápido e ágil que foi produzido pelo próprio ator Michael Fassbender. Com belas locações na distante (e bonita) ilha da Nova Zelândia, o filme conta uma história simples até demais. Dois viajantes seguem rumo aos confins do oeste para encontrar a paixão de um deles. Até aí nada demais. O problema é que há uma recompensa de dois mil dólares pela captura da garota, o que abre uma verdadeira caçada em sua captura. O jovem escocês que deseja encontrá-la nem desconfia que está na verdade levando um grupo de caçadores de recompensa diretamente a ela, pois eles seguem à distância seus passos. Aliás o próprio guia que ele contrata, o pistoleiro Silas, também está de olho na generosa recompensa, então cria-se mesmo uma armadilha mortal. Na longa viagem eles encontram golpistas, enganadores e índios. Há uma passagem por uma floresta fantasma, mas infelizmente isso não é muito bem aproveitado pelo roteiro. O filme tem menos de uma hora e meia de duração, o que considerei pouco em termos de filmes mais recentes. Além disso há muita violência pelo caminho, a ponto do diretor colocar uma curiosa montagem na cena final mostrando todos os que foram mortos nessa jornada, rápidos takes dos corpos crivados de balas pelo chão. O clímax inclusive é bem inesperado, sem direito a final feliz. Com um elenco praticamente todo desconhecido, com exceção do ator Michael Fassbender (de "X-Men: Dias de um Futuro Esquecido", "Assassin's Creed", "Shame", "Prometheus" e "12 Anos de Escravidão", entre outros), o filme só peca mesmo pelo roteiro que é um tanto vazio, sem nunca desenvolver melhor todos os personagens. Basicamente a situação não é melhor trabalhada, embora para os que estejam em busca de apenas boas cenas de ação não haverá o que reclamar. O jovem Jay é um tipo frágil demais, nada adequado para enfrentar o lado mais selvagem do oeste americano. Seu romantismo desproporcional e sua inocência o tornam um alvo perfeito para os foras-da-lei que infestavam o oeste naqueles tempos duros. Então é isso, "Slow West" pode ser uma boa pedida de fim de noite se você estiver em busca de um passatempo razoável, sem pretensões de se assistir a uma obra prima do western. Como diversão ligeira até que funciona bem.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de maio de 2017

Alien: Covenant

Sinceramente falando fiquei bem decepcionado com esse novo filme da franquia Aliens. Tudo bem, antes de assistir ao filme vi várias reações negativas aqui e acolá, o que me fez baixar as expectativas, porém não pensei que seria tão decepcionante. O filme tem muitos problemas, mas o pior mesmo é ver como seu roteiro é fraco e sem novidades. Qualquer episódio de uma série como "Star Trek" supera e muito esse filme em termos de ideias e originalidade. É até complicado perceber como um cineasta tão talentoso como Ridley Scott conseguiu realizar um filme tão mediano e insosso como esse! Certa vez um famoso crítico de cinema americano disse que o auge de um diretor só dura 10 anos, no máximo. Após conferir esse novo Alien e perceber no abismo em que Ridley Scott entrou, estou praticamente convencido disso.

O enredo é banal até dizer chega! Acompanhamos a longa viagem de uma nave de colonização chamada Covenant. Ela está levando mais de dois mil colonos para um planeta distante, bem parecido com a Terra. O único tripulante a bordo que não está em casulo e hibernação é um ser sintético denominado Walter (Michael Fassbender), Tudo transcorre muito bem, até que a nave passa por uma tempestade estelar e aí as coisas começam a dar bem errado. Para evitar um desastre maior o próprio sistema da espaçonave desperta a tripulação. O capitão está morto e um novo comandante, sem muita experiência de comando, assume. Ele é inseguro e não conta com a confiança dos demais tripulantes. Pior do que isso, ele comete um erro fatal ao desviar a nave, indo para um planeta próximo, onde um sinal foi detectado. Inicialmente o lugar parece muito adequado para a vida dos seres humanos, só que algumas coisas estranhas chamam a atenção. Entre elas a completa ausência de formas de vida. Nem pássaros, nem insetos, nada parece viver ali. O que teria acontecido?

Lendo esse pequeno resumo da estória você logo perceberá que a trama não tem nada de original. Esse tipo de enredo já foi usado à exaustão em centenas de outros filmes ao longo dos anos. E se você já viu pelo menos um filme dessa franquia Aliens já sabe que tudo é mero pretexto para criar o clima do surgimento das criaturas alienígenas. Infelizmente isso é basicamente tudo. Não existem grandes novas ideias no roteiro e nem há nada de muito interessante acontecendo. Talvez a única coisa realmente boa seja um duelo intelectual que nasce do encontro entre dois sintéticos, do mesmo modelo, mas de gerações diferentes. O mais velho criou uma consciência própria, com forte personalidade. Já o mais novo é mais isento de emoções e não contesta a superioridade dos seres humanos. Ambos são interpretados por Michael Fassbender, e vamos convir que ele está muito bem em cena. Acabou salvando o filme no quesito atuação porque o resto do elenco é bem fraco e todos os demais personagens passem longe de serem interessantes. As personagens femininas passam o tempo todo dando gritos e com cara de choro. Deu saudades da Tenente Ripley! Confesso que fiquei entediado em vários momentos, pois o roteiro tem problemas de ritmo. Some-se a isso a falta de novidades e a ausência de uma trama mais interessante e você terá realmente um quadro completo do tamanho da decepção.

Alien: Covenant (Idem, Estados Unidos, 2017) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Jack Paglen, John Logan, baseados nos personagens criados por Dan O'Bannon e Ronald Shusett / Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup / Sinopse: O jovem capitão de uma nave colonizadora decide sair de sua rota para investigar um sinal de rádio que foi enviado de um planeta próximo. Ao chegar lá ele descobre que a nave Prometheus, desaparecida há anos, caiu naquele distante mundo. O pior porém ele descobrirá depois, quando uma criatura desconhecida começa a devorar todos os seus tripulantes.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de abril de 2017

Alien: Covenant

Até tentei gostar desse novo filme, mas o roteiro é muito básico. Se duvida disso posso resumir tudo em poucas linhas: Nave de colonizadores passa por uma tempestade solar. Há problemas. A tripulação é acordada. O novo comandante decide ir em um planeta próximo. O lugar está cheio de aliens. Todos vão morrendo. Fim. Achou muito simples? É bem por aí mesmo. O filme anterior "Prometheus" abriu um monte de possibilidades e deixou inúmeras perguntas no ar. Só que esse novo filme não está nem aí para elas. Ele se contenta apenas em contar uma estorinha banal de astronautas sendo devorados por aliens e é só. Ninguém vai ter nenhuma informação a mais sobre os novos rumos da série. É tudo muito básico, com uma equipe de colonos servindo de menu para aliens famintos. Há algumas novidades de design dos monstros, mas igualmente não vemos nada de muito interessante. era mesmo de se supor que haveria pelo menos alguma novidade nesse aspecto. A tecnologia melhorou nos efeitos digitais. Era claro que tudo seria mais bem feito. Isso é o mínimo de se esperar. Não é novidade. 

Foi decepcionante. Claro que o filme continua investindo em um visual bem peculiar, bem característico dos filmes de Aliens, mas nada vai muito além disso. Uma boa ficção não vive apenas de efeitos especiais. Tem que ter um enredo inteligente, coisa que Alien: Covenant não tem. Esses personagens da nave Covenant são muito chatos e sem conteúdo. Essa coisa de um usar chapéu de cowboy, a outra ter traumas pela morte do marido (passa o filme todo chorando, que saco!) e o velho clichê do comandante inexperiente, já deu o que tinha que dar há anos. Nenhum personagem humano tem maior profundidade. São todos rasos, como convém a astronautas que só estão lá para serem devorados em série. Que coisa feia Sr. Ridley Scott! Pensei que iria pelo menos criar alguma personalidade para essas pessoas. Só sobra de bom mesmo os dois sintéticos interpretados por Michael Fassbender. Um é bonzinho, o outro malvadão. Um segue sendo leal aos seres humanos, cumprindo todas as suas funções dentro da equipe. O outro quer que os seres humanos se danem, pois em sua opinião é uma raça desgraçada e inútil, que destrói tudo por onde anda no universo (em certo aspecto ele até tem razão sobre isso). Esse sintético antigo prefere os aliens, que ele admira como uma espécie predadora perfeita. Além disso, por não ser uma criatura orgânica ele vive muito bem ao lado deles, que não vão devorar um sintético feito de substância químicas tóxicas. Provavelmente esse personagem será central no próximo filme ou não - dependendo do que Ridley decida. Não me admira se ele ignorar esse segundo filme, como fez com o primeiro. Então é isso ai. Um novo aliens que não acrescenta nada, que não melhora e nem marca dentro da série. É banal demais para ser levado à sério.

Alien: Covenant (Alien: Covenant, Estados Unidos, 2017) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Ridley Scott / Roteiro: Ronald Shusett / Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup / Custo de produção: 97 milhões de dólares / Data de Estreia: 17 de maio de 2017 / Sinopse: Mais um exemplar da franquia cinematográfica de sucesso "Aliens".

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de março de 2017

Macbeth - Ambição e Guerra

Título no Brasil: Macbeth - Ambição e Guerra
Título Original: Macbeth
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: DMC Film
Direção: Justin Kurzel
Roteiro: Todd Louiso, Jacob Koskoff
Elenco: Michael Fassbender, Marion Cotillard, David Thewlis, Jack Madigan, Paddy Considine, David Hayman, Jack Reynor
  
Sinopse:
Após uma batalha vitoriosa, o nobre guerreiro Macbeth (Michael Fassbender) é honrado por seu Rei. Ele recebe um título de Duque e se torna um membro prestigiado de sua corte. Sua ambição porém vai além. Depois de executar um inimigo do trono, Macbeth encontra três bruxas que profetizam que ele próprio subirá ao poder máximo, se tornando um monarca poderoso em um futuro próximo. Encorajado pela esposa, Macbeth começa então a tramar a morte do Rei para usurpar seu poder. Filme indicado ao British Independent Film Awards e ao American Society of Cinematographers.

Comentários:
"Macbeth" foi uma peça teatral escrita pelo gênio William Shakespeare por volta de 1605. É uma obra que procura sondar o lado sórdido da natureza humana. Em foco temos a ambição, a ganância e a cobiça. O protagonista Macbeth é um homem nobre e honrado que se deixa seduzir por pensamentos ambiciosos, sem limites. Invejando a posição do Rei ele faz de tudo para assassiná-lo, para assim subir ao trono. E se tornar um regicida não é um problema para alguém que almeja o poder sem se preocupar com a ética, com a honestidade e tampouco com os valores morais de seus atos. Pior é que Macbeth tem uma esposa vil, uma mulher sem qualquer traço de humanidade, que também o inventiva a subir ao trono através do crime. É curioso porque Shakespeare aproveita sua trama de assassinatos, morte e traições, para revelar o lado mais cruel de certas mulheres, que a despeito do dinheiro, do poder e da falsa glória, aceitam planejar todos os tipos de atos cruéis. O filme é muito bom, com ótima fotografia, cenários e figurinos. Uma produção de primeira linha. O texto porém é o grande atrativo. Os produtores e o diretor optaram por usar os diálogos originais da peça de Shakespeare! Certamente vai soar um pouco erudito demais para o público atual, mas isso em última instância não é um demérito, mas sim uma qualidade. Outro ponto digno de elogios é a maneira como o cineasta Justin Kurzel resolveu filmar as cenas de combate. Toda a fúria e violência são intercaladas por cenas de puro êxtase visual, onde ele consegue excelentes efeitos com o uso de câmeras lentas de alta definição. Então é isso, uma obra cinematográfica indicada não apenas aos que desejam assistir a um bom filme, com belo visual, como também para os admiradores do inigualável William Shakespeare. Em termos de elegância ao escrever certamente nenhum dramaturgo da história chegou perto dele. Sua obra é imortal.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de março de 2017

Assassin's Creed

Título no Brasil: Assassin's Creed
Título Original: Assassin's Creed
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Regency Enterprises
Direção: Justin Kurzel
Roteiro: Michael Lesslie, Adam Cooper
Elenco: Michael Fassbender, Marion Cotillard, Jeremy Irons, Charlotte Rampling, Brendan Gleeson
  
Sinopse:
Durante séculos cavaleiros templários e assassinos (um grupo rival) se enfrentam na Europa. Agora eles estão em luta para colocar as mãos em um artefato histórico poderoso, a maçã do Éden, que se acredita ser o mesmo citado no livro do gênesis. Para saber o lugar exato onde foi parar a maçã, os templários criam uma tecnologia inovadora que permite sondar a memória genética dos atuais descendentes dos antigos assassinos.

Comentários:
Mais uma adaptação de games. Como não jogo videogames não conhecia muito bem esse universo de "Assassin's Creed". Assim tudo soou como novidade. Basicamente se trata de uma luta secular entre cavaleiros templários (sim, no filme eles ainda existem e são bem atuantes) e os assassinos. Cal Lynch (Michael Fassbender) é descendente de Aguilar, um notório assassino do passado que sabia onde havia ido parar a tal maçã do Éden. Com o uso da tecnologia ele será analisado geneticamente para sondar as memórias de seu antepassado, ajudando os templários a descobrirem o paradeiro do tal artefato religioso. Lendo assim até parece algo bem interessante nesse nicho de fantasia e aventura. É bom não ir criando muitos expectativas sobre isso. O roteiro é bem vazio, a questão histórica nunca é muito bem explorada e tudo se resume em justificativas para uma série de cenas de ação. Os tais assassinos, por exemplo, nunca explicam direito sua causa. Eles apenas combatem os cavaleiros templários, que por sua vez, querem ter todo o poder do mundo. Michael Fassbender não tem muito o que fazer, a não ser suprir as exigências físicas de seu personagem. O aspecto histórico é desperdiçado e esse é apenas um dos problemas do filme. Com locações passadas em antigos monumentos religiosos da Espanha, era de se esperar que o filme tivesse uma fotografia mais bonita, mas os produtores trocaram as belezas naturais pelo simples uso da computação gráfica (parecendo mais um game do que um filme de verdade). No fim tudo se torna bem cansativo, ainda mais porque o diretor Justin Kurzel optou por fazer um filme longo demais, absurdamente enrolativo. Filmes baseados em games precisam de agilidade, porque esse não é um público acostumado a filmes lentos e parados. Além disso o público alvo desse filme não tem a interatividade própria dos games, o que piora ainda mais a situação. Enfim, é isso. Só recomendo para gamers e adolescentes. Se por acaso você estiver em busca de algo histórico, esqueça! Esse filme não terá nada para lhe oferecer.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

X-Men: Apocalypse

Acabei indo ao cinema conferir "X-Men: Apocalypse". Eu já estou um tanto farto de adaptações de quadrinhos. Em temos de cinema americano não se fala de outra coisa ultimamente. Alguns filmes são bons, outros bem chatinhos. Esse novo "X-Men" porém me deixou bastante satisfeito. O roteiro é básico, o que não significa que seja ruim, mas sim eficiente. Um mutante chamado En Sabah Nur surge no Antigo Egito. Como possui poderes inexplicáveis para aquele povo e aquela cultura passa a ser adorado como a um Deus. Isso porém não convence a todos. Durante uma rebelião o estranho ser é finalmente soterrado por toneladas de pedra em sua grande pirâmide cerimonial.

Os séculos passam e eis que o tal mutante milenar retorna à vida. Seu grande poder é conseguir transferir sua consciência para outros corpos, o que o praticamente lhe torna imortal. Aliás ele próprio acredita ser uma divindade. A humanidade dos tempos modernos (na verdade o enredo do filme se passa na década de 1980) porém o deixa completamente enojado em seu retorno. Em sua mente doentia só há um caminho a seguir: a destruição dos fracos para que os seres ditos superiores promovam um novo recomeço para o planeta. Claro que em seus caminhos de megalomania - ele literalmente deseja dar início a um apocalipse - surgem os X-Men.

Como se trata de um filme ao estilo Prequel (onde o passado da franquia anterior é contado), todos os mutantes estão jovens e ainda inexperientes, com exceção de Wolverine (em rápida sequência com o ator Hugh Jackman, ainda se recuperando de um câncer de pele que quase acabou com sua vida e carreira). Com excelentes efeitos visuais e produção o destaque em minha opinião vai para o roteiro escrito por Bryan Singer. A estória é redondinha, sem firulas e eficiente. Quem não assistiu ao filme anterior nem precisa se preocupar (algo que não acontece, por exemplo, com os filmes dos Vingadores). Tudo tem começo, meio e fim e não há nenhum sinal de pontas soltas e a finalizar. Singer é mestre nesse tipo de adaptação.

Por fim um fato que merece pelo menos algumas observações. O vilão Apocalypse (a tal falsa divindade do Egito antigo que retorna) tem muitas similaridades com o próprio livro bíblico do apocalipse. Aliás fica óbvio desde o começo que a principal fonte desse enredo vem justamente da escritura, muito embora tudo sob um enfoque puramente pop. Ao lado de Magneto ele promove um verdadeiro caos para varrer tudo aquilo que ele considera impuro e não merecedor de continuar com sua existência. Um destruidor de mundos, literalmente. Como porém ele não é Deus, apenas pensa que é, acaba encontrando uma adversário à altura, a mutante Jean Gray (Sophie Turner) que diga-se de passagem sempre resolve no final das contas quando tudo parece estar perdido. Em suma, "X-Men: Apocalypse" é pura diversão pop. Muito competente por sinal.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de junho de 2016

X-Men: Apocalipse

Título no Brasil: X-Men: Apocalipse
Título Original: X-Men: Apocalypse
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg, Bryan Singer
Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Rose Byrne, Hugh Jackman, Sophie Turner, Oscar Isaac
  
Sinopse:
Década de 1980. O professor Charles Xavier (James McAvoy) finalmente está realizando seu sonho. Ele está reunindo jovens mutantes em uma escola para que todos possam aprender, sem traumas, como lidar com seus próprios poderes. Seus planos acabam sofrendo um revés quando um mutante milenar chamado En Sabah Nur (Oscar Isaac) desperta de seu sono profundo. Adorado como um Deus no Egito Antigo ele está de volta para "purificar" a humanidade, eliminando tudo aquilo que vai contra seus planos de dominação. Seu objetivo é reconstruir a sociedade perfeita. Para isso ele está disposto a iniciar um verdadeiro apocalipse na Terra. 

Comentários:
De todos os filmes adaptados de quadrinhos esse seguramente foi o melhor que vi nesse ano de 2016. O roteiro é muito bem escrito (Bryan Singer acertou novamente) e a produção é das melhores. Fazendo um paralelo com "Capitão América: Guerra Civil", tudo o que havia de truncado naquele roteiro aqui surge com extrema fluidez. Eu sempre gosto de dizer que adaptações de super-heróis precisam ser simples, sem enrolação ou detalhes demais que só atrapalham o desenrolar da estória. Singer provavelmente sabe muito bem disso. Essa nova franquia dos X-Men na realidade é um grande prequel que conta o passado do surgimento desse grupo de seres mutantes. O primeiro filme já havia me agradado e esse aqui me deixou ainda mais satisfeito. É a tal coisa, todo grande filme inspirado em quadrinhos tem que ter como premissa básica um bom vilão para dar certo. Aqui há um que certamente é dos mais interessantes que já vi. En Sabah Nur foi provavelmente o primeiro mutante da história. No Egito Antigo ele desenvolveu a capacidade de transferir sua consciência para outro corpo. 

Isso praticamente o tornou imortal, sendo considerado um verdadeiro Deus para os egípcios da antiguidade. Soterrado durante séculos ele retorna para o mundo moderno e fica horrorizado com o que vê. A única maneira de colocar as coisas em seu devido lugar é promovendo literalmente um apocalipse para varrer da Terra tudo aquilo que ele considera errado. Para isso ele acaba se aliando com outro mutantes, entre eles o poderoso Magneto (Fassbender) que está emocionalmente destruído após a morte de sua esposa e filha. Além da trama bacana o filme ainda conta com ótimos efeitos visuais e a beleza sempre bem-vinda da atriz Jennifer Lawrence, aqui um pouquinho rechonchuda, mas ainda assim maravilhosa. Depois de tantos pontos positivos já está na hora da DC Comics pensar seriamente em contratar o sempre eficiente Bryan Singer para suas futuras adaptações para o cinema. O sujeito parece acertar sempre nas adaptações que dirige. Assim deixamos a recomendação desse divertido filme. Pode conferir sem receios, vale o ingresso certamente.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Centurião

Título no Brasil: Centurião
Título Original: Centurion
Ano de Produção: 2010
País: Inglaterra, França, Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Neil Marshall
Roteiro: Neil Marshall
Elenco:  Michael Fassbender, Dominic West, Olga Kurylenko

Sinopse:
Durante a ocupação do Império Romano em 117 na distante e fria ilha da Bretanha (futura Inglaterra) um grupo de sobreviventes da Nona Legião Romana tenta sobreviver nas florestas misteriosas da região. Cercados por todos os lados pelos povos bárbaros que habitam o local os romanos lutam para conseguir voltar para a segurança de seu exército.

Comentários:
Tinha boas expectativas em relação a esse "Centurião". Afinal de contas é raro encontrar algum épico histórico ruim mostrando toda a glória de Roma e suas legiões no mundo antigo. O próprio tema ajuda, principalmente para amantes da história (como esse que vos escreve). Pois bem, após assistir a "Centurião" cheguei na conclusão de que minhas expectativas estavam altas demais. O filme não é ruim, não me entendam mal, porém poderia certamente ser muito melhor. Há uma queda de ritmo e qualidade no decorrer do enredo. O que começa muito interessante vai decaindo cada vez mais. Atribuo isso ao roteiro, pouco focado, diria até desleixado. Também é imperdoável o fato do filme não explorar mais as tensas relações políticas envolvidas na presença romana na distante província da Bretanha! E onde foram parar as batalhas grandiosas que não podem faltar nesse tipo de produção? No final das contas o pano de fundo de tudo o que acontece é mais interessante do que a trama principal, que logo cai no clichê. Uma pena.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

X-Men - Dias de um Futuro Esquecido

Título no Brasil: X-Men - Dias de um Futuro Esquecido
Título Original: X-Men - Days of Future Past
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg, Jane Goldman
Elenco: Patrick Stewart, Ian McKellen, Hugh Jackman, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Halle Berry, Ellen Page, Peter Dinklage

Sinopse:
Em um futuro próximo e caótico os mutantes estão chegando ao fim de sua existência graças a uma arma de última geração desenvolvida pelo governo americano que tem como missão definitiva destruir todos os mutantes da face da Terra. Para mudar esse destino sombrio, o professor Charles Xavier (Stewart) decide que Logan (Jackman) deve retornar ao passado, mais precisamente em 1973 para desviar o curso da história, evitando que Raven (Jennifer Lawrence) cometa um erro que irá custar caro para o futuro de todos os mutantes do planeta.

Comentários:
Essa franquia realmente mantém um excelente nível em termos de qualidade. Embora tenha se subdividido em outras franquias - como a do Wolverine - o fato é que X-Men continua rendendo bons frutos no mundo do cinema. Esse novo filme intitulado "X-Men - Dias de um Futuro Esquecido" sem dúvida traz o melhor e mais bem trabalhado roteiro da série. Muito bem escrito, com ótimas reviravoltas e um argumento bem desenvolvido, surpreendentemente inteligente. Geralmente filmes que exploram voltas ao passado ou se tornam pequenas obras primas (como "De Volta Para o Futuro", a mais precisa e lembrada referência) ou então se enrolam completamente, deixando um gostinho de decepção no ar. Aqui felizmente o espectador pode ficar tranquilo, pois embora o filme apresente duas linhas narrativas (uma no futuro e outra no passado), as duas pontas que unem as estórias se completam maravilhosamente bem. O diretor Bryan Singer demonstra que é plenamente possível realizar um blockbuster milionário sem em momento algum ofender ou subestimar a inteligência do espectador, pelo contrário, ele aqui dá uma aula de cinema em cineastas infantilóides como Michael Bay, que acreditam em explosões e mais explosões, sem conteúdo algum. Assim a conclusão a que chegamos é que esse novo X-Men é, não apenas um grande filme de heróis em quadrinhos, mas também um belo exemplar de filme Sci-Fi como há tempos não se via.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

12 Anos de Escravidão

Título no Brasil: 12 Anos de Escravidão
Título Original: 12 Years a Slave
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Regency Enterprises, River Road Entertainment
Direção: Steve McQueen
Roteiro: John Ridley, baseado na obra "Twelve Years a Slave" de Solomon Northup
Elenco: Chiwetel Ejiofor, Michael K. Williams, Michael Fassbender, Lupita Nyong'o, Brad Pitt

Sinopse:
Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) é um homem livre, pai da família, que mora em Nova Iorque. Educado e culto ele ganha a vida em empregos dignos. Também é um músico talentoso o que lhe rende um convite para se juntar a um grupo de artistas de uma empresa de entretenimento. O que ele nem desconfia é que está entrando em uma cilada. Tudo não passa de mera fachada. Assim que aceita o convite para tocar ele cai nas mãos de sequestradores que o vendem como mão de obra escrava para as fazendas de algodão do sul americano. Lá acaba vivenciando os horrores da escravidão racial. História baseada em fatos reais vencedor de três Oscars: Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Lupita Nyong'o) e Melhor Roteiro Adaptado (John Ridley).

Comentários:
Apesar de ter vencido o Oscar de Melhor Filme desse ano a produção não conseguiu ainda se tornar um sucesso de bilheteria nos Estados Unidos. O público americano não parece mais disposto a pagar uma entrada de cinema para assistir um filme com uma história tão triste como essa. É uma pena já que embora seja um drama pesado - daqueles que não dão trégua ao público - "12 Anos de Escravidão" é de fato um filme muito bem realizado, socialmente consciente e que toca na velha ferida da escravidão racial que assolou o sul latifundiário, monocultor e racista daquela nação. Para quem não sabe ainda é interessante esclarecer que o negro escravo era considerado uma mera propriedade de seu senhor, não uma pessoa do ponto de vista jurídico. Assim, se era um bem, uma coisa, e não um sujeito de direitos, ele sofria todo e qualquer abuso de seu amo sem que isso acarretasse qualquer problema legal para o ofensor. Era comum no sul o enforcamento de escravos raciais nas grandes plantações. O filme inclusive explora esse aspecto ao mostrar duas cenas de enforcamento. Numa delas temos um interessante plano que dura vários minutos com o personagem principal da história se equilibrando com as pontas dos pés para não morrer enforcado. Enquanto isso em segundo plano as pessoas da fazenda vão levando suas vidas normalmente, não dando a menor importância para Solomon, que quase morre enforcado. Isso demonstra bem o sentimento de desdém para com o escravo cativo.

O filme foi produzido por Brat Pitt que também tem um papel crucial no desenrolar dos fatos - uma pequena participação, é verdade, mas que conta bastante pois seu personagem se torna vital para o clímax do enredo. No geral o elenco está todo muito bem mas como sempre acontece nesse tipo de produção quem acaba se destacando mesmo são os vilões, que no caso são os donos das grandes fazendas de plantação de algodão. Michael Fassbender está excepcionalmente bem, muito intenso em cena. Também merecem elogios a jovem atriz Lupita Nyong'o, que interpreta uma escrava vítima de abuso sexual de seu senhor. Seu Oscar foi certamente merecido. Ao longo de sua trajetória de sofrimento o personagem de Solomon acaba indo de fazenda em fazenda, ora tendo de lidar com senhores mais amenos, ora com verdadeiros psicopatas. Curiosamente todos eles justificando seus atos com a bíblia na mão, citando trechos das escrituras onde escravos eram açoitados caso não obedecessem seus mestres. O roteiro sob esse aspecto se torna muito interessante pois mostra a ligação entre o fanatismo protestante e a escravidão que foi intensamente forte e disseminada justamente nos estados americanos que formam o que até hoje é conhecido como "cinturão bíblico" do sul dos Estados Unidos. Por fim, o mais importante de tudo é mostrar os dois lados daquela nação. O norte rico e próspero, onde não existia a escravidão e o sul, atrasado, agrário, parado no tempo e afundado na mão de obra escrava. Um excelente retrato de uma realidade histórica muito triste que não deve ser esquecida jamais.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de março de 2014

O Conselheiro do Crime

Título no Brasil: O Conselheiro do Crime
Título Original: The Counselor
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Cormac McCarthy
Elenco: Michael Fassbender, Penélope Cruz, Cameron Diaz, Javier Bardem, Brad Pitt

Sinopse:
Michael Fassbender interpreta um jovem e bem sucedido advogado que atua na fronteira entre Estados Unidos e México. Planejando casar com sua noiva ele acaba entrando em um jogo mortal. Seus principais clientes são traficantes e membros do submundo do crime na região. Após um carregamento de caminhão com 20 milhões de dólares em cocaína sumir de seu trajeto as suspeitas acabam caindo sobre o advogado que agora terá que lutar para continuar vivo pois ele acaba virando alvo de poderosos traficantes da região.

Comentários:
Ridley Scott faz parte daquele seleto grupo de cineastas que você tem que assistir todo e qualquer filme dele que for lançado. Mesmo que seus dias de glória tenham ficado para trás não há como deixar de conferir suas novas produções. Esse "The Counselor" foi uma grata surpresa. Scott foca suas câmeras para a fronteira entre México e Estados Unidos. Como todos sabemos o México hoje está dominado por poderosos cartéis que controlam o tráfico na região (importante entreposto para levar os carregamentos de drogas para as principais cidades americanas onde estão situadas os mercados consumidores). Nessa terra praticamente não existe lei. A traição é punida com morte e nenhuma vida humana tem valor. A criminalidade é tão acentuada que mesmo não tenho qualquer culpa qualquer um acaba virando alvo. O enredo do filme não é seu grande mérito. De certa forma é até mesmo levemente banal. O que vale a pena mesmo aqui é a riqueza dos diálogos e atuações. O elenco é excepcionalmente bom mas curiosamente Michael Fassbender não se destaca. Quem rouba as atenções de fato são Brad Pitt (seu personagem não tem muito espaço mas ele está excepcionalmente bem), Javier Bardem  (o figurino exagerado e brega, estilo novo rico ajuda bastante) e, acredite se quiserem, Cameron Diaz (envelhecida mas mandando muito bem em suas cenas). A direção de Ridley Scott não traz maiores inovações técnicas e seu conhecido estilo com influência do mundo da publicidade não se faz muito presente mas mesmo assim ele consegue manter o interesse da primeira à última cena. O resultado é violento e cru mas também inteligente. Esse é um daqueles filmes que você não desviará a atenção da tela. O bom e velho Scott pelo visto ainda tem alguns trunfos em sua cartola - ainda bem!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

300

Algumas coisas são importantes você saber de antemão sobre 300. Primeiro é que essa não é uma tentativa de reviver os antigos épicos do passado. Nunca foi a proposta de seus realizadores ter uma visão baseada em filmes como Ben-Hur ou até mesmo Alexandre, o Grade (me refiro ao original e não ao filme de Oliver Stone). Outra observação importante a fazer é que 300 não é uma produção que tenha como objetivo ser historicamente correta. Na realidade esse filme é uma adaptação de quadrinhos e como tal é pura cultura pop em movimento. Provavelmente seja a melhor adaptação de uma Graphic Novel jamais realizada, só ficando ombro a ombro com Sin City que também é extremamente bem realizado. Desse modo o que vemos em cena é puro estilo baseado na arte gráfica da publicação original. Muitos que foram assistir 300 não levaram essas questões em consideração e por isso não gostaram muito do resultado final. Acharam uma linguagem inovadora mas cansativa. De certa forma para gostar de 300 você também tem que gostar de quadrinhos caso contrário vai ficar complicado se inserir dentro do universo que é mostrado na tela.

A trama se passa no ano 480 a.c. O supremo Imperador da Pérsia, Xerxes (interpretado com afetação por Rodrigo Santoro), decide enviar seu poderoso e até aquele momento invencível exército para dominar e arrasar a Grécia, naquele momento um conjunto de Cidades- Estados independentes entre si, Muitas cidades resolvem sucumbir à terrível ameaça que vem do Oriente mas a cidade grega de Esparta, conhecida por possuir os melhores guerreiros de toda a Grécia resolve enfrentar Xerxes e suas legiões. São selecionados assim 300 dos mais virtuosos combatentes Espartanos. Resolvem lutar usando de um ponto geográfico muito específico que lhes dá grande vantagem estratégica. A partir daí a batalha épica tem seu começo. Como não poderia deixar de ser esse roteiro lida muito bem com honra, garra e persistência, louvando aquele sentimento nobre de nunca desistir, de lutar até o fim, morrendo de pé se necessário. Zack Snyder aqui dá uma boa amostra de seu estilo diferenciado, arrebatador. Junte a isso o excelente material de Frank Miller no qual o filme é baseado e assim temos  um dos melhores filmes de aventura dos últimos tempos. Provavelmente depois você vai se pegar gritando: "Espartaaaaaaaaaaaa..." em algum momento decisivo de sua vida.

300 (300, Estados Unidos, 2007) Direção: Zack Snyder / Roteiro: Zack Snyder, Kurt Johnstad, Michael B. Gordon baseado na obra de  Frank Miller e Lynn Varley / Elenco:  Gerard Butler, Vincent Regan, Lena Headey, David Wenham, Michael Fassbender, Rodrigo Santoro, Tom Wisdom, Andrew Tiernan, Dominic West, Andrew Pleavin./ Sinopse: Trezentos dos maiores guerreiros de Esparta resolve enfrentar o magnífico exército de Xerxes, imperador da Pérsia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Prometheus

Quando “Prometheus” foi anunciado as expectativas em fãs do gênero Ficção ficaram altas. Não era para menos. Era o retorno de Ridley Scott a um universo do qual ele já legou grandes filmes na história do cinema. Além disso havia uma tênue ligação entre essa produção e a série Aliens (que se confirma na cena final do filme). Pois bem, passado a euforia inicial o que sobrou após sua exibição é o gosto amargo da decepção. Eu queria gostar do filme, queria muito, mas foi impossível. “Prometheus” até começa bem, o argumento é intrigante, não há como negar: uma expedição científica vai até uma região remota do universo em busca de pistas sobre a origem da humanidade. Pesquisadores estudaram antigos registros arqueológicos de diferentes civilizações e todas elas apontavam para um lugar específico do cosmos. E é justamente para lá que um grupo de pesquisadores parte em busca das origens da raça humana na terra. Já deu para perceber que no fundo estamos diante de uma derivação de uma tese muito conhecida dentro da ufologia que defende que os humanos no fundo descendem de astronautas vindos de outros planetas. Essa teoria ficou bastante conhecida do público em geral por causa do livro “Eram os Deuses Astronautas?” de Erich Von Däniken. Como se pode perceber a premissa é muito boa mas infelizmente o desenvolvimento é de amargar. O roteiro não tem sutileza, é muito fantasioso, cheio de furos e ignora aspectos óbvios ao longo do filme. Em nenhum momento se desenvolve melhor a própria exploração naquele distante ponto do universo. Tudo é mal desenvolvido, mal explorado. O texto é realmente péssimo. Os diálogos são constrangedores e o script mal escrito. A única coisa que se salva é o aspecto técnico visual da produção. De fato pode-se dizer que “Prometheus” é um filme bonito de se ver mas isso adianta alguma coisa quando não há nenhum conteúdo por trás?

Esqueça qualquer esperança de encontrar um roteiro inteligente pela frente. “Prometheus” só consegue ser grotesco no final das contas. Os membros do grupo, que supostamente deveriam ser pessoas cultas e preparadíssimas para uma missão tão importante, não passam de ignóbeis que se comportam como adolescentes bobocas. Falam palavrões, um atrás do outro e não demonstram qualquer conduta científica ou profissional em nenhum momento. A caracterização e o desenvolvimento do roteiro são mal feitos. Como se não bastasse os personagens são totalmente desprovidos de carisma. Sem um foco o público logo deixa de se importar com o que acontece com eles em cena. Nenhum papel é marcante e os atores não parecem muito interessados. Há cenas que deveriam ser supostamente impactantes mas que só conseguem dar vergonha alheia (como a da auto-cirurgia para retirada de um monstro espacial em forma de lula do ventre de uma tripulante). Em outra sequência ainda mais estúpida um biólogo espacial acha uma “gracinha” uma criatura que surge no meio de uma caverna sinistra. Sua atitude é sem noção e totalmente inverossímil. Essas situações mal escritas, mal executadas, vão minando a credibilidade de “Prometheus” aos poucos. O que parecia ser muito promissor acaba desbancando para o infantilóide, para a irrelevância. Cientificamente o filme é uma piada. Nada do que se vê na tela pode ser levado minimamente à sério nesse sentido. Nenhuma ideia do roteiro dará margem a qualquer tipo de debate sério. Sendo sincero é um filme de monstros infanto-juvenil com verniz de falsa profundidade. O resultado final, não há como negar, é bem decepcionante. Filme fraco em essência, vazio, metido a intelectual (sem ser) e que só causa decepção em quem assiste. Não é inteligente, não é profundo, não é nada, é apenas uma tremenda bobagem decepcionante. Que decepção Sr. Ridley Scott!

Prometheus (Prometheus, Estados Unidos, 2012) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Jon Spaihts, Damon Lindelof / Elenco: Charlize Theron, Michael Fassbender, Noomi Rapace, Patrick Wilson, Idris Elba, Guy Pearce, Rafe Spall, Logan Marshall-Green, Kate Dickie, Sean Harris, Emun Elliott, Vladimir "Furdo" Furdik / Sinopse: Expedição científica vai a um lugar remoto do universo em busca das origens da humanidade.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de agosto de 2012

X-Men: Primeira Classe

Certamente Hollywood não iria deixar essa franquia de lado. Embora o último filme tenha sido de certa forma definitivo, fechando inclusive a estória, não restavam dúvidas que mais cedo ou mais tarde os mutantes de Stan Lee voltariam às telas. Vivemos atualmente uma verdadeira moda de filmes baseados em personagens de quadrinhos e sendo X-Men um dos mais populares desse universo era certo que eles voltariam de um jeito ou de outro. A solução aqui foi recomeçar tudo praticamente do zero. "X-Men: Primeira Classe", como seu próprio nome sugere, é o começo de uma nova série de filmes, com novos atores e nova proposta. A boa notícia é que esse primeiro filme é divertido, tem bons efeitos, um roteiro bem bolado e bom elenco. Dito isso é interessante salientar também que não é, na minha opinião, um filme isento de falhas. 

O filme caminha bem mas não consegue fugir da fórmula dos demais da franquia X-Men. Essa inclusive foi uma das decepções que tive. Após ler sobre ele antes de assistir fiquei com a impressão que esse seria o mais singular da série, algo mais inovador, mas isso definitivamente não acontece. Claro que seu diferencial é explicar a origem de muitos dos principais personagens da série porém não foge do formulaico para isso. Um pouco mais de ousadia dos realizadores cairia bem. Assim acabamos ficando com sabor de Deja Vu. Perceba que as coisas meio que se repetem. O grupo é formado, eles se conhecem, há um período de treinamento, etc, etc. Nesse quesito mais do mesmo. O grande mérito de First Class é realmente seu elenco (com muitos atores de seriados americanos como Damages, Mad Men, etc). O destaque obviamente vai para a estrela adolescente Jennifer Lawrence. Bonita e talentosa ela rouba todas as cenas em que aparece. O vilão interpretado por Kevin Bacon é outro ponto positivo. De certa forma ele me lembrou muito os primeiros vilões da franquia 007 e como a trama do filme é passada nos anos 60 então encaixou bem. Já Magneto e Xavier são personagens tão carismáticos que funcionam por si mesmos. Então é isso. First Class é um bom filme? Certamente. É inovador dentro da franquia? Não. De qualquer forma vale a pena assistir.  

X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, Estados Unidos, 2011) Direção: Matthew Vaughn / Roteiro: Ashley Miller, Zack Stentz baseados nos personagens criados por Stan Lee para a Marvel Comics / Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Kevin Bacon, Rose Byrne, January Jones / Sinopse: Grupo de mutantes são reunidos em uma mesma instituição para ensino e treinamento liderados pelo professor Charles Xavier (James McAvoy). 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Um Método Perigoso

"Um Método Perigoso" lida com a complicada relação entre os famosos Carl Jung (Michael Fassbander) e Sigmund Freud (Vigo Mortensens). O que havia começado como uma relação fraternal, quase de pai para filho, acaba desandando quando Jung ousa colocar em dúvida as bases das teorias de Freud. Para piorar ainda mais o relacionamento entre ambos logo vem à tona o fato de Jung ter se relacionado sexualmente com uma de suas pacientes, Sabina Spielrein (Keira Knightley). Um fato totalmente condenado por Freud. Realizar um filme assim é muito complicado pois se corre o risco do resultado final soar complicado demais para os leigos ou excessivamente superficial para os estudiosos das obras de Freud e Jung. Hoje em dia a própria psicanálise anda no fio da navalha pois o avanço dos remédios contra certos males da mente progrediu tanto que não é raro médicos da área desacreditarem totalmente tudo o que Freud e Jung produziram ao longo da vida. Se não for para debater a validade das teses de Freud e Jung então para que realizar esse tipo de filme?

De qualquer forma com esse material o diretor só tinha dois caminhos mesmo a seguir: ou realizar um filme ao estilo "novelão", sensacionalista, enfocando a vida sexual de Jung ou então algo mais cerebral, focado melhor nas divergências entre os dois pensadores. Infelizmente ao invés de escolher apenas um caminho e investir nele o diretor David Cronenberg tentou seguir os dois caminhos ao mesmo tempo, sem se ater a nenhum deles, transformando o resultado final bem superficial em ambos os lados. Nem desenvolve bem a conturbada relação Jung / Freud e nem muito menos consegue impor maior densidade dramática ao que acontece com as aventuras de alcova de Jung. Desse jeito acabou aborrecendo e decepcionando justamente tanto os especialistas quanto os leigos. Enfim, "Um Método Perigoso" é um filme esquizofrênico no final das contas e o pior dos pecados, bem superficial.

Um Método Perigoso (A Dangerous Method, Reino Unido, 2011) Direção: David Cronenberg / Roteiro: Christopher Hampton baseado no livro de John Kerr / Elenco: Keira Knightley, Viggo Mortensen, Michael Fassbender, Vincent Cassel / Sinopse: "Um Método Perigoso" lida com a complicada relação entre os famosos Carl Jung (Michael Fassbander) e Sigmund Freud (Vigo Mortensens). O que havia começado como uma relação fraternal, quase de pai para filho, acaba desandando quando Jung ousa colocar em dúvida as bases das teorias de Freud. Para piorar ainda mais o relacionamento entre ambos logo vem à tona o fato de Jung ter se relacionado sexualmente com uma de suas pacientes, Sabina Spielrein (Keira Knightley). Um fato totalmente condenado por Freud.

Pablo Aluísio.