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domingo, 28 de agosto de 2022

Pequena Grande Vida

A ciência descobre um jeito de diminuir o tamanho dos seres humanos. E assim surge uma nova Era, com pessoas medindo em torno de 15 cm de altura. E qual seria a vantagem de ficar desse tamanho? Ora, o roteiro explica que quanto menor as pessoas forem, menor será a poluição, menor será o desgaste do meio ambiente. E assim o protagonista do filme, interpretado por Matt Damon, decide também diminuir de tamanho. Ele é um cara esforçado, mas está cheio de dívidas e no mundo pequeno o custo de vida seria muito menor. Com o dinheiro que tem, ele teria uma bela casa e poderia viver até mesmo de renda, então ele decide diminuir de tamanho. A decepção começa logo, pois sua esposa foge da raia no último minuto. Ele fica pequenino e ela não. Mesmo assim, ele vai tentar levar a vida em frente nesse novo mundo. Ele passa a morar numa nova casa, do tamanho de uma casa de bonecas. E tenta seguir em frente mesmo decepcionado com a atitude da sua esposa. 

Esse filme é meio bobo para falar a verdade. Quando começou a premissa me pareceu interessante, sobre a vida de um ser humano pequeno. Mas logo se revela que o roteiro não vai a lugar nenhum. Eu pensei que haveria uma tipo de conspiração contra os pequeninos, mas o roteiro prefere ir pelo caminho do politicamente correto. Logo adota algumas bandeiras. Assim o roteiro foca numa mensagem sobre a destruição do meio ambiente. E também abraça uma agenda positiva em relação aos imigrantes que vão para os Estados Unidos de maneira ilegal. Surge até um romance entre o personagem de Matt Damon e uma refugiada. Nada muito inspirador e nada muito convincente. O filme na realidade começa bem, mas vai perdendo fôlego conforme vai passando. Seu final é bem chatinho. Enfim, uma perda de tempo.

Pequena Grande Vida (Downsizing, Estados Unidos, 2017) Direção: Alexander Payne / Roteiro: Alexander Payne / Elenco: Matt Damon, Christoph Waltz, Hong Chau / Sinopse: Homem comum decide diminuir de tamanho para viver numa cidade para pequeninos. E assim começa uma nova vida e uma nova busca por motivações para continuar a viver.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Eleição

Título no Brasil: Eleição
Título Original: Election
Ano de Produção:1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Tom Perrotta, Alexander Payne
Elenco: Matthew Broderick, Reese Witherspoon, Chris Klein, Jessica Campbell, Mark Harelik, Phil Reeves

Sinopse:
A vida do professor Jim McAllister (Matthew Broderick) se torna bem complicada quando ele resolve organizar as eleições estudantis em uma escola de ensino médio (High School, nos Estados Unidos). Uma das candidatas, a aluna Tracy Flick (Reese Witherspoon), se torna obcecada em vencer, transformando a vida de Jim em um verdadeiro inferno, ao estilo escolar!

Comentários:
Gostei bastante desse filme juvenil que conta com um elenco muito bom, a começar pela presença de Matthew Broderick. Na década anterior ele ficou conhecido por estrelar "Curtindo a Vida Adoidado", considerado por muitos como o melhor de seu estilo. Aqui ele volta para a escola, mas não como aluno que mata aulas, mas sim como um jovem professor que precisa lidar com a maluquinha aluna interpretada por Reese Witherspoon. Poucas vezes a vi em um papel tão adequado, já que Reese tem esse tipo mesmo, a de ser obcecada em vencer de qualquer jeito. Na própria carreira de atriz em Hollywood ela é bem conhecida por ter esse tipo de personalidade. Ainda bem jovenzinha, ela já demonstrava ter um talento diferenciado. Então tudo caiu como uma luva. O filme é bem produzido, dirigido e roteirizado e conseguiu para surpresa geral arrancar uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor roteiro Adaptado. Quem diria que uma comédia juvenil iria tão longe, em uma categoria tão nobre da Academia? Pois é... Foi algo bem surpreendente mesmo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

As Confissões de Schmidt

Título no Brasil: As Confissões de Schmidt
Título Original: About Schmidt
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema               
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Louis Begley, Alexander Payne
Elenco: Jack Nicholson, Kathy Bates, Hope Davis, Dermot Mulroney

Sinopse:
Baseado na novela de Louis Begley, o filme "About Schmidt" conta a parte final da vida de Warren Schmidt (Jack Nicholson). Após trabalhar duro por longos anos ele finalmente está aposentado. Sua tranquilidade porém é abalada após uma série de reveses pessoais. Sua esposa de mais de 40 anos de casamento falece subitamente. Para piorar sua filha deseja se casar com um homem que Schmidt considera completamente inadequado para ela. Tudo mostrando que, apesar dos anos passados, vários aspectos de sua vida familiar ainda precisam de reparos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Atriz Coadjuvante (Kathy Bates). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Roteiro (Louis Begley, Alexander Payne).

Comentários:
Jack Nicholson é de certamente um dos grandes atores da história do cinema. Sua carreira foi brilhante e os clássicos que fazem parte de sua filmografia são inigualáveis. O último filme de Jack foi lançado há seis anos e embora nunca tenha anunciado oficialmente sua aposentaria o fato é que tudo indica que ele não voltará mais a trabalhar no cinema. Uma pena pois qualquer filme estrelado por Nicholson era no mínimo interessante, mesmo que não apresentasse um grande roteiro ou uma direção à altura de seu maravilhoso talento. De todos os filmes lançados por Jack na fase final de sua carreira esse "As Confissões de Schmidt" é um dos mais representativos do momento pelo qual ele atravessava em sua própria vida pessoal. Quase uma autobiografia do fim de sua jornada. Depois que chega a aposentadoria o que resta? Essa é apenas uma das inúmeras perguntas que o roteiro desse filme tenta responder. É uma película da fase crepuscular da carreira de Jack Nicholson, que provavelmente ele se identificou muito. Depois de conquistar o mundo, criar uma família e se dedicar a ter um resto de vida na paz e tranquilidade, o que poderia sobrar para um homem como ele realizar? Jack deixa de lado sua personalidade explosiva e carismática para adotar uma linha mais triste, introspectiva, até mesmo depressiva. 

Há uma melancolia e falta de esperança que incomodam um pouco. Devagar porém vamos nos acostumando com a proposta e os personagens em cena e tudo parece ficar bem mais claro e limpo. Jack, genial como sempre, surpreende justamente por se despir de sua imagem pública para abraçar um personagem que de sua própria maneira é bem trágico e angustiado. O extremo oposto do que estamos acostumados a ver Jack Nicholson interpretar nas telas. Como sempre o talento do ator se faz presente pois ele interpreta seu Warren Schmidt com uma naturalidade incrível. Ao que tudo indica Jack quis mostrar que, em certas ocasiões, o menos é mais em termos de interpretação, tanto que foi indicado ao Oscar e venceu o Globo de Ouro por seu trabalho. Ele não procura impressionar o espectador com grandes gestos ou uma atuação exagerada, pelo contrário, abraça a delicadeza e a sutileza. O menor gesto causa um grande impacto. O resultado é que Nicholson foi novamente celebrado por seu trabalho. de forma extremamente merecida aliás. Não que isso venha a importar para ele nessa fase de sua carreira, pois no fundo é apenas a coroação de um profissional brilhante, como poucos surgidos na história de Hollywood. O velho Jack já superou tudo isso.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Nebraska

Título no Brasil: Nebraska
Título Original: Nebraska
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Vantage
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Bob Nelson
Elenco: Bruce Dern, Will Forte, June Squibb

Sinopse:
David Grant (Will Forte) é um vendedor de eletrodomésticos numa cidadezinha de Montana que todos os dias é chamado às pressas em casa para encontrar seu idoso pai pelas ruas da cidade. O velho colocou na cabeça que receberá um prêmio de 1 milhão de dólares em Lincoln, Nebraska, caso vá para lá para receber a bolada. Após resgatar seu pai várias vezes na estrada, David finalmente percebe que a única forma de acabar com a obsessão de Woody (Bruce Dern) é levá-lo para Lincoln, numa viagem, de uma vez por todas.

Comentários:
Outro finalista da categoria de melhor filme na Academia. Dentre os concorrentes foi o representante do cinema independente americano. Se trata de uma produção muito humana e tocante que mostra a viagem de um senhor idoso em busca de um prêmio que jamais existiu. Depois do velho fugir de casa inúmeras vezes e sair andando por ai, seu filho decide que é hora de levá-lo até lá - em Lincoln no Nebraska - para ele finalmente se convencer que tudo não passa de uma mera propaganda de revistas. No meio do caminho acaba encontrando novamente a relação pai e filho que tanto buscava. A linda fotografia em preto e branco mostra toda a imensidão do interior americano com suas fazendas e campos a perder de vista. Também traça um retrato pouco lisonjeiro dos habitantes dessas cidades, pessoas muitas vezes movidas por interesses mesquinhos. O ator Bruce Dern passou anos amargando papéis sem importância e tem aqui a grande chance de mostrar todo o seu talento. O curioso é que seu filho é interpretado pelo ator Will Forte do elenco do SNL, ou seja, um comediante que se sai excepcionalmente bem nesse drama que pode ser classificado como melancólico, embora também poético.

Todo o elenco está acima da média, o que era de se esperar, pois "Nebraska" é um filme fundado em cima de relações humanas e para que algo assim funcione é necessário um grupo de atores inspirados. Bruce Dern como o velho está perfeito. Cabelos despenteados, olhar perdido no horizonte, sem saber o que de fato está acontecendo, é uma daquelas atuações que marcam para sempre a carreira de qualquer ator. June Squibb interpreta sua esposa, uma velhinha com cara simpática, mas língua ferina, que não perdoa ninguém com seus comentários ácidos - nem mesmo os que já morreram (sua cena no cemitério é muito divertida). Assim como Dern ela também foi indicada ao Oscar por sua atuação. Além dessas o filme também foi indicado nas categorias de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. Seu maior destaque vem dos ótimos diálogos de um roteiro extremamente bem escrito que traz um retrato da América que envelheceu e não consegue mais enxergar um propósito de vida para si e seus habitantes. No final fica um gostinho de melancolia no ar, como se ficássemos preparados para os desafios da velhice, afinal envelhecer é um grande desafio, seja em que país for e seja em que sociedade se estiver inserido. Uma aula sobre o crepúsculo da vida que todos nós, um dia, viveremos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Sideways: Entre Umas e Outras

Sideways parte de uma premissa muito simples: dois amigos, Miles (Paul Giamatti) e Jack (Thomas Haden Church), partem para aproveitar a semana que antecede o casamento desse último. Miles planeja uma semana de turismo em vinícolas da região ao lado do amigo, degustando o que de melhor há em termos de vinho. Claro que mais cedo ou mais tarde todos os planos virão abaixo pois Jack está mais interessado nos rabos de saia que encontra pelo caminho do que propriamente em aproveitar de forma sofisticada sua última semana de solteirice. Já Miles tem seus próprios problemas. Divorciado, deprimido, acaba descobrindo que sua ex-esposa se casou novamente! O roteiro é, como se pode ver, bem simplório mas curiosamente em sua simplicidade consegue debater sobre temas importantes ao mesmo tempo em que desenvolve diversas situações de humor com os amigos. Não é uma comédia escrachada, tão em voga hoje em dia, mas sim um drama mesclado com pequenas situações de humor que satirizam os anseios e os dilemas que os homens enfrentam atualmente em seu dia a dia. Miles é o retrato disso - professor de colégio que tem aspirações a se tornar escritor mas que não consegue espaço no meio editorial por causa de "problemas de marketing" das editoras (talvez se ele lançasse um livro sobre vampiros adolescentes certamente seria publicado)!

O elenco do filme é todo bom com destaque para Giamatti que aqui repete seu tipo característico: homem de meia idade que não consegue concretizar seus sonhos e objetivos pessoais.. Já Thomas Haden Church (que lembra bastante Nick Nolte quando era mais jovem) consegue entregar uma boa caracterização de seu personagem: um ator de meia tigela que aproveita o pouquinho da fama que tem para traçar todas as garçonetes e empregadas que lhe cruzam o caminho. Para quem gosta de seriados um pequeno bônus: a presença de Sandra Oh que há muitos anos interpreta a Dra. Cristina Yang na série "Grey´s Anatomy". Enfim, "Sideways" é uma boa pedida. Uma boa direção de Alexander Payne que aqui se sai bem melhor do que em seu último filme, "Os Descendentes". Vale a pena conferir.

Sideways - Entre Umas e Outras (Subways, Estados Unidos, 2004) Direção de Alexander Payne / Roteiro de Alexander Payne baseado na novela de Rex Pickett / Elenco: Paul Giamatti, Thomas Haden Church, Virginia Madsen / Sinopse: Dois amigos, Miles (Paul Giamatti) e Jack (Thomas Haden Church), partem para aproveitar a semana que antecede o casamento desse último. Miles planeja uma semana de turismo em vinículas da região ao lado do amigo, degustando o que de melhor há em termos de vinho.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Os Descendentes

Sinceramente achei um filme de mediano para fraco, totalmente morninho. O filme em si se resume a duas situações: A esposa de George Clooney no filme está em coma irreversível e segundo seu próprio desejo deixado em uma declaração antes de estar nesse estado quer que seus aparelhos sejam desligados definitivamente. O segundo ponto é a venda de um imenso terreno no Havaí herdado por antepassados da grande família de Clooney (primos, primas, tios, tias e parentada em geral). No final as duas sub tramas irão se encontrar no clímax do filme. Como foi rodado nas ilhas havaianas há muitas tomadas belas das paisagens locais, trilha sonora cheia de músicas das ilhas e aquele ritmo cadenciado, sem muita pressa que acaba ficando chato.

O filme cai no marasmo várias vezes. Não consegui me interessar muito sobre a situação do personagem de Clooney. Esse aliás parece só funcionar em papéis mais relax, do tipo "quarentão garotão". Quando migra para personagens que exigem mais ele geralmente derrapa. É o que acontece aqui em minha opinião. Achei ele apático, meio disperso, como se não estivesse muito aí sobre tudo o que está acontecendo. Enfim, "Os Descendentes" é realmente um filme bem banal, com cara de telefilme sobre doença. Nada muito marcante e facilmente esquecível. Não merece as indicações que recentemente recebeu ao Oscar.

Os Descendentes (The Descendants, Estados Unidos, 2011) Direção: Alexander Payne / Roteiro: Alexander Payne e Nat Faxon / Elenco: George Clooney, Matthew Lillard, Judy Greer e Shailene Woodley / Sinopse: O filme conta a história de um rico proprietário de terras do Havaí que precisa reestabelecer sua ligação com as duas filhas depois que a sua esposa sofre um acidente de barco.

Pablo Aluísio.