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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Holland

Holland 
Filme muito bom, quase uma aula de sociologia aplicada. Na história a atriz Nicole Kidman interpreta a esposa de uma família que parece ser a ideal, estilo do modelo comercial de margarina! Você bem entende esse conceito. A família tradicional perfeita. O marido é médico, a esposa é dedicada, dona de casa perfeita e tudo mais. Um primor familiar! Essa é a fachada que se vê na sociedade. Só que isso, como bem sabemos, é mais raro de se encontrar na realidade social que um unicórnio na floresta! A esposa na realidade é bem insatisfeita com sua própria vida. O marido é um esquisitão na verdade e ela desconfia que ele tem uma amante na cidade vizinha e uma vida paralela que tenta esconder a todo custo. Só que sua modesta paranóia nem desconfia da realidade do maridão que é muito, muito pior do que ela ousaria imaginar. 

Para complicar ainda mais a situação de sua imagem de esposa perfeitinha, ela acaba encontrando um novo amor, um professor na mesma escola secundária onde leciona. Esse sujeito preenche suas carências afetivas, é um cara legal, bom ouvinte e o mais importante de tudo, a respeita como ser humano! Tudo o que seu marido não faz! Então o caldeirão está completo para derreter a fachada da família da margarina! Afinal, é tudo mentira mesmo! Ninguém e nenhuma família são perfeitas!

Esse filme é uma paulada na ideia irreal do American Way of Life que em tempos de Donald Trump está virando vinagre rapidamente. A pura verdade é que esse conceito de família conservadora e tradicional ruiu, nos Estados Unidos e basicamente em todo o mundo. Deixou de ser uma realidade social e virou pura hipocrisia! Tudo isso se tornou apenas mais um conceito, um símbolo cafona de um tempo que não existe mais. Pelo visto, como tese sociológica, o roteiro desse filme está mais do que atualizado com as mudanças da sociedade moderna do que poderia se pensar. Acaba jogando a família, a margarina, a imagem falsa, tudo na lata de lixo da história! Sinal dos novos tempos. 

Holland (Holland, Estados Unidos, 2025) Direção: Mimi Cave / Roteiro: Andrew Sodroski / Elenco: Nicole Kidman, Gael García Bernal, Matthew Macfadyen / Sinopse: A família perfeita americana esconde diversos segredos embaixo de sua imagem fabricada em sonhos surreais. E aos poucos essa fachada toda de perfeição começa a ruir quando esses segredos acabam sendo revelados. 

Pablo Aluísio.


quinta-feira, 14 de novembro de 2024

O Crime do Padre Amaro

Título no Brasil: O Crime do Padre Amaro 
Título Original: El crimen del padre Amaro
Ano de Lançamento: 2002
País: Espanha, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Tristar 
Direção: Carlos Carrera
Roteiro: Vicente Leñero
Elenco: Gael García Bernal, Ana Claudia Talancón

Sinopse:
Um jovem padre chega numa pequena cidade para começar a trabalhar. Logo chama a atenção das jovens do lugar pois é um rapaz jovem e bonito. E ele não demora muito a se relacionar às escondidas com uma adolescente. E as coisas ficam ainda mais complicadas quando a moça revela ao namorado de batina que está grávida dele! 

Comentários:
O escritor Eça de Queiroz nasceu, viveu e morreu em um dos países mais católicos do mundo, Portugal. Então ele certamente conhecia muito da hipocrisia dos religiosos. Sabia do que estava escrevendo. E essa história é uma pedra na janela da lalsa moralidade cristã. O protagonista é um padre... e também um canalha, um crápula, um hipócrita e acima de tudo um sujeito que não sente o menor remorso pelas coisas que faz. Tudo vale para não manchar sua carreira no clero! E o texto é tão bem escrito que você até mesmo simpatiza com ele no começo, para depois ver tudo desmoronar com suas atitudes infames! Imagine, um padre correr para uma clínica clandestina de aborto para esconder o fato de que engravidou uma adolescente! Poucas coisas seriam piores do que isso...  Assim a força da história original, do livro que deu origem a tudo, se mantém firme. É uma crônica sobre a hipocriria criminosa que reina em certos setores da religião. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Lobisomem na Noite

Esse é o especial de terror da Marvel para o Halloween deste ano. Quem acha que a Marvel não tem nada a ver com o gênero do terror desconhece sua história. Durante muitos anos, a editora manteve uma linha dedicada apenas para gibis de terror. Além do mais, terror é cultura pop e cultura pop é Marvel. Não tem como fugir desse ciclo. Curiosamente, nesse filme referencial, se priorizou uma homenagem aos antigos filmes de terror da Universal. Estou me referindo àqueles filmes de monstros da década de 1930. A Universal se notabilizou por ter feito os melhores filmes de terror daquela época, apenas com monstros clássicos. Por isso esse filme é todo em preto e branco, justamente para homenagear aqueles tempos pioneiros. Outro fato curioso é que se trata, na realidade, de uma média metragem com pouco mais de 50 minutos de duração. A intenção era justamente homenagear os antigos filmes de matinês que passavam nos cinemas americanos no século passado. 

A mistura de todas essas referências pop resultou num filme muito bom. É rápido e vai direto ao ponto, ou melhor dizendo, vai direto na jugular. No enredo nostálgico, um grupo de caçadores de monstros se reúnem numa velha mansão. Todos eles estão ali para saber quem vai herdar um artefato especial cujo dono faleceu. Quem tiver em mãos esse artefato, vai conseguir destruir qualquer monstro. E entre esses presentes há um sujeito que não é um verdadeiro caçador de monstros, mas sim um monstro disfarçado. Um lobisomem! O resto é uma divertida bobagem que vai agradar muito para quem gosta de filmes de terror de um passado hoje muito distante. Rápido e eficaz, esse filme não deixa nada a desejar em termos de diversão e referências nostálgicas da história do cinema.

Lobisomem na Noite (Werewolf by Night, Estados Unidos, 2022) Direção: Michael Giacchino / Roteiro: Heather Quinn / Elenco: Gael García Bernal, Laura Donnelly, Harriet Sansom Harris / Sinopse: Um lobisomem enfurecido toca o terror em uma velha mansão onde está sendo realizada uma reunião com grandes caçadores de monstros.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de março de 2022

Diários de Motocicleta

Título no Brasil: Diários de Motocicleta
Título Original: Diarios de motocicleta
Ano de Produção: 2004
País: Argentina, Chile
Estúdio: FilmFour Pictures
Direção: Walter Salles
Roteiro: Jose Rivera
Elenco: Gael García Bernal, Rodrigo de la Serna, Mía Maestro, Mercedes Morán, Jean Pierre Noher, Sofia Bertolotto

Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme conta a história de um jovem Ernesto Guevara que decide fazer uma grande viagem de motocicleta pela América Latina e em sua jornada acaba conhecendo o lado mais desigual da sociedade, com a camada pobre da sociedade sendo colocada à margem. E essa situação reforça e concretiza sua mentalidade socialista e humanista.

Comentários:
Premiado com o Oscar, esse filme é realmente muito bom. Uma visão bem interessante do jovem Che, quando ele ainda não era um revolucionário comunista lutando na Ilha de Cuba. Intelectual, interessado pelos problemas de sua comunidade, prestes a entrar na universidade de medicina, ele decidiu ver com seus próprios olhos a América Latina. isso rendeu um diário que anos depois se tornou um livro premiado, um verdadeiro best-seller. Claro que o filme renova e engrandece o mito em torno de Che Guevara, o que certamente vai irritar quem não possui um viés ideológico de esquerda. Ignore esse aspecto e veja o filme como pura obra de arte cinematográfica. Como puro cinema esse filme é realmente ótimo, sob qualquer ponto de vista.

Pablo Aluísio.