O tempo vai passando e as pessoas vão partindo. E isso também se reflete no mundo das artes. Artistas que acompanhamos ao longo de tantos anos se vão. Em termos de cinema tivemos duas perdas significativas nesses últimos tempos. O primeiro foi a despedida do grande Gene Hackman. Ele gostava de se definir como um operário do cinema. E de certa forma fez jus a isso, trabalhando em uma grande quantidade de filmes. Só que Hackman era muito humilde nesse aspecto porque ele foi de fato um grande ator! Basta lembrar de seus grandes momentos no cinema. "Operação França", "A Conversação", "Superman", "Os Imperdoáveis" e tantos outros filmes que ficaríamos aqui por horas relembrando.
Hackman interpretava o homem comum. Curiosamente, pouco antes de sua morte, tive a oportunidade de assistir a um filme dele que havia me passado em branco por anos. Trata-se de "Espantalho", uma produção dos anos 70 em que ele trabalhou ao lado de Al Pacino. Nesse filme Gene interpretou mais um homem comum, só que com um diferencial. Como sua vida real era muito dura, ele se permitia sonhar com grandes projetos. Claro, nunca iria realizar nenhum deles, mas os sonhos o mantinha vivo e feliz. Sem querer e sem saber, esse drama acabou sendo minha despedida do Gene Hackman. Uma despedida em grande estilo. Fiquei feliz nesse aspecto.
Outra perda recente foi a do ator Val Kilmer. Essa carreira acompanhei muito bem, desde os primeiros filmes. Eu me lembro muito bem de "Academia de Gênios", ainda nos anos 80. Nunca fez sucesso nos cinemas, mas era aquele tipo de filme ideal para as locadoras de vídeo. O mesmo se podia dizer da hilariante e brilhante comédia nonsense "Top Secret!". Depois disso ele foi o Ice Man de "Ases Indomáveis". Fica até complicado lembrar daquele jovem jogando voley na praia e se dar conta que ele morreu, já idoso, com muitos problemas de saúde, aos 65 anos de idade. O tempo passa rápido demais!
Em minha opinião o filme definitivo de Kilmer, aquele que sempre me fará lembrar dele, é "The Doors" de Oliver Stone. Sua interpretação de Jim Morrison foi praticamente sobrenatural. Dizem inclusive que Kilmer passou por dificuldades depois para se livrar do personagem. Interpretações viscerais como aquela realmente causam problemas aos seus intérpretes. Em suma são muitos filmes, a maioria deles aqui devidamente comentados em nosso blog. Muitos lembraram também de "Tombstone", "A Sombra e a Escuridão" e de "Batman Eternamente". Sim, bons filmes, estarão sempre nas lembranças de quem os assistiu. Então é isso. Somos todos mortais. Um dia todos partiremos. O legado desses artistas da atuação será sempre seus filmes e sua arte. Legado melhor eu não saberia citar. Descansem em paz!
Pablo Aluísio.
In Memoriam
ResponderExcluirGene Hackman e Val Kilmer
O Val Kilner fez alguns personagens memoráveis, uma possessão no caso do Jim Morrisin, que nao a toa lhe rendeu um Oscar de melhor ator, porém ficou doente e terminou nao resistindo. Triste, mas coisa da vida.
ResponderExcluirAgora, o Gene Hackman, ate pelo caráter dos personagens que interpretava, homens resolutos, fortes, implacaveis, teve um final muito melancólico, na verdade trágico. Me deu muita pena da forma que tudo ocorreu nessa sua morte. Merecia um final muito mais digno, menos cruel.
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ResponderExcluirGene Hackman teve uma das mais terríveis doenças que um ser humano pode enfrentar: O mal de Alzheimer. Como ele e a esposa viviam praticamente isolados, aconteceram todas aquelas circunstâncias trágicas que viemos a saber depois pelas investigações da polícia. De fato, sempre digo, idosos não podem ficar isolados, precisam do apoio de vizinhos, familiares, amigos, etc.
ResponderExcluirO Val Kilmer também enfrentou sérios problemas de saúde. Ele tinha um câncer agressivo, mas acabou falecendo de uma grave pneumonia. Triste. Sua aparição em Top Gun 2 deveria ter sido repensada. Entendo que o Tom Cruise quis lhe homenagear, mas sinceramente, não precisava daquele tipo de exposição.