segunda-feira, 5 de julho de 2021

Anjos da Lei

Outra série de sucesso nas décadas de 80 e 90 foi "Anjos da Lei". Essa série foi exibida entre os anos de 1987 a 1991 e ficou célebre por contar em seu elenco com um jovem Johnny Depp. E isso tudo é muito curioso porque se formos recordar a carreira desse ator vamos perceber que ele começou como ídolo teen nessa série, depois largou tudo e foi para o cinema onde atuou numa série de filmes independentes, verdadeiros cult movies. Só depois, bem mais tarde, é que ele retornou para o lado mais comercial, em franquias de grande sucesso como "Piratas do Caribe".

De qualquer maneira "Anjos da Lei" foi certamente a série que o colocou em evidência pela primeira vez. Havia um excesso de modismos nessa série, com os atores esbanjando figurinos ditos da moda na época, mas nem isso atrapalhou seu bom resultado. Era uma tentativa (que deu certo) onde se unia a fórmula das séries populares do estilo policial com os roteiros de séries juvenis. Atirando para dois públicos, a audiência correspondeu e a série fez um belo sucesso.

Anjos da Lei (21 Jump Street, Estados Unidos, 1987 - 1991) Direção: Kim Manners, Bill Corcoran, entre outros / Roteiro: Stephen J. Cannell, Patrick Hasburgh, entre outros / Elenco: Johnny Depp, Dustin Nguyen, Peter DeLuise / Sinopse: Grupo de jovens policiais se infiltram nas escolas de Los Angeles para prender traficantes de drogas, além de investigar outros tipos de crimes entre os estudantes.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de julho de 2021

Barrados no Baile

A série jovem mais popular e bem sucedida dos anos 90 foi sem dúvida "Beverly Hills, 90210", que aliás ganhou um título nacional cafona e fora de moda, já naqueles tempos, baseado numa música do Eduardo Dusek. Campeão de audiência nos Estados Unidos (e também no Brasil) esse foi um típico caso de série que acabou sendo vítima de seu próprio sucesso. O elenco de atores jovens pulou do anonimato completo para a fama praticamente da noite para o dia. Isso causou muitos problemas. Algumas das atrizes como Shannen Doherty começaram a causar rivalidades e brigas dentro do elenco, com crises de estrelismos e isso era tudo o que o veterano produtor Aaron Spelling não queria naquela altura de sua vida. Passou a demitir os que causavam brigas demais.

Mesmo com tantos atritos de bastidores a série conseguiu ter uma longa vida no ar. No total foram dez anos de exibição, quase 300 episódios divididos em 10 temporadas exibidas entre os anos de 1990 a 2000. O interessante é que no final, como era de se esperar, não havia mais histórias para contar, tudo já havia se esgotado e os atores que começaram como adolescentes já tinham se tornado adultos. O mais velho da turma, o "James Dean"  Luke Perry que começou a série com um vistoso topete ficou careca e aí não dava mesmo para continuar. Ainda assim, mesmo virando uma paródia de si mesmo, no final das contas o saldo foi positivo. Foi uma boa série juvenil, que inclusive gerou outras que tentavam seguir seus passos, mas sem alcançar o mesmo sucesso.

Barrados no Baile (Beverly Hills, 90210, Estados Unidos, 1990 - 2000) Direção: Daniel Attias, Chip Chalmer, entre outros / Roteiro: Darren Star, entre outros / Elenco: Jason Priestley, Shannen Doherty, Luke Perry, Jennie Garth, Ian Ziering, Brian Austin Green, Tori Spelling, Tiffani Thiessen / Sinopse: Dois irmãos que cresceram em um estado americano do frio norte do país se mudam para a ensolarada Califórnia, onde passam a conviver com uma nova turma de amigos da escola.

Pablo Aluísio.

Carro Comando

Quando a série original "Jornada nas Estrelas" chegou ao final muitos pensaram que o ator William Shatner jamais iria fazer outro programa de televisão. Que ele iria manter um certo status por ter sido o capitão Kirk. Mas que nada, assim que pintou uma oportunidade o canastrão Shatner aceitou sem nem pensar duas vezes a chance de atuar em outra série. Essa mentalidade de "guardar uma certa imagem" era puro romantismo de fãs de Star Trek. Shatner sabia que não podia contar apenas com os filmes para o cinema. Ele tinha que ir atrás de outros trabalhos, claro que sim!

E assim chegamos nessa série "Carro Comando" que por anos foi exibida pelo canal aberto brasileiro SBT. Não havia nada de muito especial nessa série policial, de maneira em geral seguia bem a fórmula das séries americanas mais convencionais, que por aqui no Brasil ganhou o apelido de "enlatados Made in USA". De bom mesmo havia a bela presença da atriz Heather Locklear que era tão bonita que parecia uma boneca Barbie. Imagine se uma beldade dessas iria convencer como uma policial de rua? Claro que não! Entretanto isso também fazia parte desse charme de séries americanas. O surreal também era um ingrediente nesse bolo.

Carro Comando (T.J. Hooker, Estados Unidos 1982 - 1986) Direção: Rick Husky, entre vários outros diretores / Roteiro: Rick Husky, entre vários outros roteiristas / Elenco: William Shatner,  Heather Locklear, Adrian Zmed / Sinopse: A série "Carro Comando" contava a história de um grupo de policiais trabalhando nas ruas de Los Angeles durante a década de 1980.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de julho de 2021

As Montanhas da Lua

Título no Brasil: As Montanhas da Lua
Título Original: Mountains of the Moon
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Bob Rafelson
Roteiro: Bob Rafelson
Elenco: Patrick Bergin, Iain Glen, Richard E. Grant, Fiona Shaw, John Savident, Peter Vaughan

Sinopse:
Com roteiro baseado no livro "Burton and Speke" de William Harrison, o filme conta a história real do explorador e aventureiro Sir Richard Francis Burton que liderou uma tumultuada expedição na África. Seu objetivo era encontrar os segredos do Rio Nilo. Filme premiado pelo Evening Standard British Film Awards.

Comentários:
Richard Burton (não vá confundir com o famoso ator) foi um verdadeiro Indiana Jones do mundo real. Ele passou praticamente toda a sua vida desvendando segredos dos lugares mais selvagens e inóspitos da Terra. Inclusive chegou a vir ao Brasil, onde se aventurou pela selva Amazônica. Esse filme porém conta outra história, não menos importante, quando ele começou a seguir o curso do Rio Nilo em busca de sua nascente. A expedição foi uma das maiores aventuras de sua vida. No calor escaldante do deserto ele e os membros da sua equipe enfrentaram doenças, atentados, violência e tudo o mais que você possa imaginar. Ele não era um sujeito fácil e apesar de ser um verdadeiro Lord inglês (inclusive com direito a usar o título de "Sir") não se acovardava diante das piores situações. Com uma vida tão rica em histórias era de se esperar mesmo que algumas delas se tornassem bons filmes. Esse aqui considero o melhor já feito sobre Richard Burton. Tem excelente fotografia, roteiro e reconstituição de época. O ator Patrick Bergin inclusive incorporou brilhantemente o personagem histórico. Assim se você aprecia esse tipo de história, poucos filmes vão ser tão bons como esse. Está mais do que recomendado.

Pablo Aluísio.

Tina

Você conhece Anna Mae Bullock? Provavelmente pelo nome não. Ainda garota foi abandonada pela mãe que foi embora com sua irmã mais velha para morar em St Louis, enquanto ela continuava a viver numa pequena casa no interior do Tennessee com a avó. Passam-se os anos, ela fica cada vez mais interessada em cantar bem no coral da igreja e com a morte de sua avó finalmente ruma em direção à cidade grande. Já era uma adolescente quando resolveu ir no show de Ike Turner (Laurence Fishburne), naquela época já um líder de uma banda prestigiada na região. Numa noite de microfone aberto acabou surpreendendo Ike com seu grande talento vocal. O cantor e compositor viu futuro naquela voz e resolveu investir nela. Da noite para o dia Anna Mae Bullock virou Tina Turner e o resto é história. Ao lado do agora marido Ike, Tina emplacou vários sucessos nas paradas. Dona de uma performance enérgica, com muita coreografia de palco e voz poderosa Tina logo se tornou uma artista de ponta dentro do cenário musical da época.

O problema é que Ike não era uma pessoa fácil de se viver. Irascível, violento e viciado em cocaína ele frequentemente espancava a esposa com violência extrema. Após anos de abuso ela finalmente resolve retomar os rumos de sua própria vida, se lançando numa carreira solo de muito sucesso. A sua terrível vida conjugal virou livro, escrito pela própria Tina e depois foi adaptada para o cinema nessa cinebiografia muito bem realizada contando sua trajetória rumo ao sucesso e sua complicada relação com o terrível Ike Turner, aqui em excelente e inspirada atuação de Laurence Fishburne. Gosto muito do título original dessa produção, "What's Love Got to Do with It”, não apenas o nome de uma das mais conhecidas músicas de Tina mas também uma pergunta muito relevante sobre tudo o que aconteceu entre ela e Ike. A cantora é interpretada com garra pela atriz Angela Bassett, que consegue fazer muito bem a transição de uma mulher insegura, submissa e aterrorizada, para uma mulher adulta, segura de si, que em determinado momento resolveu tomar as rédeas de sua vida novamente. Um excelente drama musical que mostra uma realidade que infelizmente é vivida por muitas mulheres em seus casamentos. Nesse ponto de vista “Tina” é uma lição de vida e superação, acima de tudo.

Tina - A Verdadeira História de Tina Turner (Tina - What's Love Got to Do with It, Estados Unidos, 1993) Direção: Brian Gibson / Roteiro: Kurt Loder baseado no livro escrito por Tina Turner / Elenco: Angela Bassett,  Laurence Fishburne, Rae'Ven Larrymore Kelly, Virginia Capers / Sinopse: Cinebiografia da cantora Tina Turner. De origem humilde ela acaba sendo descoberta pelo músico Ike Turner que ao seu lado forma uma das duplas mais famosas da década de 60. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Laurence Fishburne) e melhor atriz (Angela Bassett).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de julho de 2021

O Máskara

Título no Brasil: O Máskara
Título Original: The Mask
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Michael Fallon, Mark Verheiden
Elenco: Jim Carrey, Cameron Diaz, Peter Riegert, Peter Greene, Richard Jeni, Tim Bagley

Sinopse:
O bancário Stanley Ipkiss (Jim Carrey) tem uma vida das mais chatas e tediosas que se pode imaginar. E isso muda quando ele encontra uma antiga máscara que o transforma em um estranho ser, com atitudes completamente anarquistas e sem limites. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (Scott Squires, Steve 'Spaz' Williams).

Comentários:
Em minha opinião Jim Carrey sempre foi o sucessor de Jerry Lewis. O humor de ambos se parece muito, embora Carrey não tenha todo o talento de Lewis, também um excelente diretor e roteirista. No que se assemelham porém eles são bem equivalentes, principalmente na capacidade de transformar seu próprio rosto em um repertório infinito de caretas divertidas. O grande diferencial é que Carry pôde contar com a tecnologia digital, algo que nunca esteve à disposição de Jerry. Aqui ele deita e rola na pele de um personagem obscuro do mundo dos quadrinhos. Um sujeito pacato que acaba encontrando uma máscara antiga que ora funciona como um presente, ora como maldição. Os efeitos especiais (indicados ao Oscar) são excelentes, mesmo revistos hoje em dia, e o clima maluco do roteiro combina perfeitamente bem com a proposta de seu argumento. Na época os efeitos feitos por computador ainda eram considerados uma grande novidade e por isso o público ficou realmente surpreso com as possibilidades que essa tecnologia poderia proporcionar aos cineastas. O resultado é muito interessante, bom e eficiente, embora o personagem por excesso de exploração comercial (chegou-se a fazer um desenho animado e continuações ruins desse filme) tenha perdido o charme original depois de tanto desgaste e exposição. Por fim a fita foi a primeira em que a loira Cameron Diaz chamou realmente a atenção do público, principalmente na famosa cena da dança. Bom, se isso foi bom ou ruim para o cinema como um todo já é uma outra história...

Pablo Aluísio.

De Frente para o Perigo

Título no Brasil: De Frente para o Perigo
Título Original: Narrow Margin
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Peter Hyams
Roteiro: Peter Hyams, Earl Felton
Elenco: Gene Hackman, Anne Archer, James Sikking, M. Emmet Walsh, Susan Hogan, Nigel Bennett

Sinopse:
Um procurador distrital adjunto de Los Angeles é enviado para proteger uma mulher que acidentalmente testemunhou um assassinato da máfia. E dentro dessa situação delicada ela obviamente vira alvo dessa organização criminosa internacional.

Comentários:
Olhando para o passado chego na conclusão que os anos 90 foram mesmo os anos em que o cinema americano se dedicou à produção de excelentes thrillers. Se os anos 80 se tornaram a era de ouro dos filmes de ação, os anos 90 se tornaram a era de ouro dos filmes denominados de thrillers. Poderiam ser de suspense ou apenas de dramas de tribunais. Esse aqui fica ali em um meio termo dos mais interessantes. Além desse aspecto esse filme também nos leva a perceber como o cinema perdeu com a aposentadoria de um excelente ator como Gene Hackman. Durante anos ele foi um coadjuvante de luxo, entretanto também estrelou seus próprios filmes, a maioria deles de excelente qualidade cinematográfica. Assim deixo a dica desse "De Frente para o Perigo", um filme com a cara dos anos 90.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Mudança de Hábito

Título no Brasil: Mudança de Hábito
Título Original: Sister Act
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Emile Ardolino
Roteiro: Joseph Howard
Elenco: Whoopi Goldberg, Maggie Smith, Harvey Keitel, Kathy Najimy, Mary Wickes, Wendy Makkena,

Sinopse:
Uma cantora de boate é forçada a se refugiar dos criminisos que a perseguem em um convento. Disfarçada de freira ela passa então a movimentar as coisas no coro da irmandade, trazendo uma nova sonoridade que surpreende a todos. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Whoopi Goldberg).

Comentários:
Muito simpática essa comédia musical que fez um belo sucesso quando foi lançada. Há um bom roteiro, cenas musicais bem coreografadas e executadas, excelente repertório de canções e, claro, a presença carismática da atriz Whoopi Goldberg. Ela inclusive esteve recentemente no Brasil divulgando sua nova peça off Broadway que é... imagine você... a versão teatral desse mesmo filme. Pelo visto marcou bastante sua carreira, haja visto que ainda segue os passos da personagem irmã Deloris, uma trambiqueira que para fugir de inimigos perigosos entra no convento católico, se fazendo passar por freirinha. Ora, criada nas ruas, com toda a manha, modos e linguajares nada finos ou educados, ela acaba virando uma ovelha negra dentro do grupo. Assim o roteiro se baseia justamente nisso, no contraste entre o modo de ser a agir das demais religiosas e dela, que mais parece uma mulher grossa e vulgar, de rua mesmo. Verdade seja dita, Whoopi Goldberg nunca esteve tão bem em cena. Ela canta, dança, faz humor e encanta, provavelmente seja o papel de sua vida, onde ela teve realmente a oportunidade de mostrar todos os seus inúmeros talentos. Eu gostei bastante tanto desse filme original, como de sua continuação e sempre que me deparo com reprises por aí na TV paro um pouquinho o que estou fazendo para me divertir um pouco. Sinal de que o filme, apesar dos anos passados, ainda consegue divertir e entreter nas mesmas proporções. Vale a recomendação.

Pablo Aluísio.

Cruella

A tendência em Hollywood atualmente parece ser essa, a de fazer filmes de vilões. Basta lembrar do sucesso de "Coringa". Esse filme da Cruella resgata a vilã do desenho animado "101 Dálmatas". Uma personagem que nasceu na verdade dentro da literatura, nos primeiros livros infantis dessa história que depois foi adaptada para o mundo da animação pelos estúdios Walt Disney. Agora o roteiro tenta explicar as origens da vilã, as razões porque ela odeia tanto essa raça de cachorros e seus primeiros passos rumo ao que vemos no desenho original. E apesar de tudo posso dizer que assim como aconteceu com "Coringa", esse filme ficou muito bom, bem interessante, por vários motivos.

Parte desse bom êxito vem da dupla de atrizes que protagonizam o filme. Emma Stone interpreta a vilã. No começo uma garota que se vê numa situação terrível após a morte de mãe. Sem ninguém no mundo, órfã, ela começa a viver de pequenos golpes que dá ao lado de dois outros garotos. O tempo passa e ela luta pela sobrevivência. Acaba indo trabalhar com a estilista fria e cruel vivida pela igualmente ótima atriz Emma Thompson. Aliás que grande interpretação. Uma figura esnobe ao extremo. A veterana ficou perfeita nessa caracterização.

Além das ótimas atrizes principais, destaco mais dois aspectos dessa produção que fazem valer muito a pena assistir a esse filme. A primeira é a música. É uma sucessão de clássicos musicais dos anos 60 que simplesmente não param de tocar ao longo do filme. Atmosfera é tudo, muitas vezes se consegue isso com apenas boas canções escolhidas. E por fim, há a moda. Exagerada, kitsch, extrema. O filme gastou boa parte de seu orçamento na produção de figurinos exóticos, além de uma direção de arte muito caprichada. Com tudo isso esse "Cruella" se revelou um filme bem melhor do que eu poderia esperar.

Cruella (Cruella, Estados Unidos, 2021) Direção: Craig Gillespie / Roteiro: Craig Gillespie, Dana Fox, Tony McNamara / Elenco: Emma Stone, Emma Thompson, Joel Fry, Paul Walter Hauser, John McCrea, Mark Strong / Sinopse: Após a morte da mãe a pequena Estella passa a viver nas ruas de Londres como órfã. O tempo passa e ela começa a trabalhar para uma famosa estilista, sendo que  sua patroa tem ligação com seu próprio passado. E tudo isso vai resultar na criação de Cruella de Vil.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Mindhunter

Outra série enfocando o trabalho dos agentes do FBI no combate ao crime nos Estados Unidos. Essa é bem superior às demais séries policiais do momento. Muito bem roteirizada, com elenco acima da média e produção caprichada, "Mindhunter" em seu primeiro episódio apresenta a vida de um agente do FBI que tanto atua em campo como dando aulas para outros alunos que também se tornarão agentes do bureau de investigação do governo americano. Sua especialidade é a negociação de reféns. Logo nas primeiras cenas do primeiro episódio temos uma situação delicada dessas.

Um homem, em claro surto psicótico, toma de refém algumas pessoas em uma loja da cidade. O maluco exige a presença da esposa, caso contrário vai matar todas as pessoas inocentes. O FBI é chamado e logo começam as tensas negociações. Agora, fica claro, desde o começo como é complicado aplicar em uma istuação dessas toda a teoria aprendida nos livros de psiquiatria e psicologia forenses. A criminologia é uma grande ferramenta, mas nem sempre se aplica na prática. O primeiro episódio se passa no ano de 1977, quando o FBI procurava, mesmo que de forma ainda tímida, se atualizar com as modernas teorias da psicologia em relação a criminosos violentos. Enfim, excelente série, algo que fica demonstrado já nos primeiros momentos, nos primeiros episódios. Não deixe de assistir.

Mindhunter (Estados Unidos, 2017 - 2019) Direção: David Fincher, Carl Franklin, Andrew Douglas / Roteiro: John Douglas, Mark Olshaker / Elenco: Jonathan Groff, Holt McCallany, Anna Tory, Sonny Valicenti / Sinopse: A série acompanha os casos policiais de investigação e a vida pessoal do agente do FBI Holden Ford (Jonathan Groff). Especializado em psicologia e psiquiatria forense, ele tenta capturar criminosos e serial killers perigosos. Série indicada ao Emmy Awards. 

Pablo Aluísio. 


Mindhunter - Primeira Temporada - Episódios Comentados:

Mindhunter 1.02
Os agentes do FBI vão até a ensolarada Califórnia. Entre tantas palestras dadas a outros policiais, o agente Holden Ford (Jonathan Groff) decide aumentar seu campo de pesquisa. Ora, se seu objeto de estudo é o comportamento de criminosos, o que seria mais adequado do que falar com alguns deles? Mesmo sem autorização do FBI ele vai até uma prisão de segurança máxima para uma conversa com um serial killer conhecido como "O Assassino de colegiais". Um homem enorme, com mais de 2 metros de altura, que matou jovens alunas em crimes bárbaros. Ele arrancava a cabeça de suas vítimas e depois fazia sexo necrófilo com elas. Barra pesada. Só que para surpresa do agente ele encontra no assassino um tipo amigável, bom de papo, disposto a lhe ajudar em suas pesquisas. Quem poderia imaginar? / Mindhunter 1.02 (Estados Unidos, 201 ) Direção: David Fincher / Roteiro: Joe Penhall, John Douglas / Elenco: Jonathan Groff, Sonny Valicenti, Gary Warden, Holt McCallany.

Mindhunter 1.03
A palavra Mindhunter pode ser traduzida como "caçador de mentes". E é justamente isso o que faz o agente do FBI que começa a conversar com criminosos perigosos, atrás de entender como funciona suas mentes. Nesses episódios os agentes conseguem, pela primeira vez, traçar o perfil de um assassino que está matando mulheres mais velhas pelo subúrbio de uma cidade. Eles logo percebem que o criminoso em sua mente estaria se vingando na verdade de sua mãe, uma senhora idosa que sempre o humilhava na frente de outras pessoas. Assim ele passou a matar mulheres velhas que lembravam sua própria mãe. Um trauma psicológico desenvolvido por anos e anos, revelando a verdadeira identidade de assassino violento. Por fim as pesquisas se revelam tão interessantes que os agentes acabam aceitando a ideia de uma professora universitária que os incentivam a escrever um livro sobre o assunto. / Mindhunter 1.03 (Estados Unidos, 2017) Direção: Asif Kapadia / Roteiro:  Joe Penhall / Elenco: Sonny Valicenti, Jonathan Groff, Holt McCallany.

Mindhunter 1.04
Os dois agentes do FBI chegam em uma prisão de segurança máxima para entrevistar um jovem presidiário. No trato social parece ser um rapaz bem legal, comunicativo e tudo mais. Só que isso tudo encobre a monstruosidade de seus crimes. Ele matou e estuprou várias estudantes. E o gatilho para os crimes parece ter surgido após ele ser rejeitado por sua namorada, uma estudante universitária que decidiu acabar o namoro, partindo para outra direção em sua vida. E os crimes continuam fora da prisão. Uma jovem é encontrada morta em um lixão. Uma moça bonita, loira, de olhos azuis. Quem a encontrou acaba se revelando ser o principal suspeito. O motivo teria sido o mesmo, rejeição amorosa. Pelo visto os agentes começam a traçar um novo perfil desse tipo de criminoso. / Mindhunter 1.04 (Estados Unidos, 2017) Direção:  Asif Kapadia / Roteiro:  Joe Penhall  / Elenco: Sonny Valicenti, Marianne Bayard, Jonathan Groff. 

Mindhunter 1.05
As investigações sobre a morte daquela garota cujo corpo foi encontrado em um lixão segue em frente. E os agentes do FBI, em colaboração com a polícia da cidade, descobrem que o provável assassino foi justamente o namorado dela. Um sujeito meio estranho, medroso, dado a choros inconvenientes. Na verdade ninguém conseguia entender como uma bela mulher como aquela havia dado bola a um tolo como aquele. E tem mais, o cunhado dele (casado com sua irmã) também era um sujeitinho bem escroto. Aquele tipo que faz questão de dar em cima de todas as mulheres que conhece. E pelo visto ele ajudou a encobrir todo o crime. Provavelmente houve mais um assassinato envolvendo um homem desprezado, de alguma forma. A solução do caso? Será revelado nos proximos episódios. / Mindhunter 1.05 (Estados Unidos, 2017) Direção: Tobias Lindholm / Roteiro: Joe Penhall / Elenco: Sonny Valicenti, Alex Morf, Holt McCallany. 

Mindhunter 1.06
Um episódio fraco, o mais fraco da série até o momento. Tem pouco mais de 30 minutos de duração e basicamente serve para duas coisas: 1. mostrar aspectos pessoais da vida da doutora em psicologia que agora entra na equipe do FBI, mostrando que na verdade ela era lésbica e tudo mais e 2. Trazer a solução do caso da jovem que foi encontrada morta em um lixão. O caso fica em suspenso. O namorado faz um acordo com a promotoria e escapa da pena de morte. O cunhado dele praticamente se livra sem maiores problemas, embora tudo indique que ele teve uma participação maior no crime. Os dois agentes do FBI ficam bastante insatisfeitos com esse desfecho. Embora eles acreditassem numa determinada linha de investigação acabam cedendo às decisões do promotor do caso. / Mindhunter 1.06 (Estados Unidos, 2017) Direção: Tobias Lindholm / Roteiro: Tobias Lindholm / Elenco: Joseph Cross, Jonathan Groff, Holt McCallany. 

Mindhunter 1.07
Os dois agentes voltam para sua rotina de visitar criminosos violentos, condenados por crimes bárbaros. Eles vão encontrar um sujeito chamado Jerry Brudos. A ficha corrida (capivara) do criminoso é longa. Pedófilo, assassino, pervertido sexual, maníaco homicida. E um dos agentes decide provocar ele, levando de presença um par de sapatos femininos, daqueles bem sensuais, com salto agulha. O cara pira no presente. Fica excitadissimo e pior do que tudo, começa a se masturbar ali na frente dos agentes. Uma situação absurda, delicada e bizarra, tudo ao mesmo tempo. Mesmo com o constrangimento reinante, eles conseguem tirar o que queriam, mais um depoimento de um desses psicopatas, para fazer parte da amostra da pesquisa do qual participam. Insanidade pouca é bobagem! / Mindhunter 1.07 (Estados Unidos, 2017) Direção: Andrew Douglas / Roteiro: John Douglas / Elenco: Sonny Valicenti, Holt McCallany, Jonathan Groff, Happy Anderson (como o assassino condenado Brudus).  

Mindhunter 1.08
Esse episódio traz uma situação no mínimo curiosa. Um diretor de escola primária chama a atenção de pais e outros professores ao fazer cócegas nas crianças em seu gabinete. Ele também dá alguns centavos para elas. Tem coisa errada nesses atos? Muitos pensam que sim. E quando um dos agentes do FBI está na cidade ele acaba indo investigar esse caso fora dos padrões. Seu superior fica irado ao saber disso. Não seria um caso federal que despertasse o interesse do FBI. Além disso não havia sido cometido crime algum, apenas se pensava que algo estaria por vir nesse tipo de aproximação física entre um adulto e diversas crianças pequenas. Enfim, um caso complicado que acabou custando o emprego do tal diretor das cócegas! È melhor prevenir do que remediar! / Mindhunter 1.08 (Estados Unidos, 2017) Direção: Andrew Douglas / Roteiro: Joe Penhall / Elenco: Jonathan Groff, Marc Kudisch, Lindsey Shurmatz.  

Mindhunter 1.09
Agentes do FBI não podem fugir de um certo protocolo, ainda mais quando entrevistam criminosos violentos na prisão. O sujeito que eles vão se encontrar dessa vez é um assassino completamente escroto e completamente avesso ao fato de colaborar com o FBI. Recebe os agentes logo com um monte de palavrões e ofensas pessoais, termos homofóbicos e tudo mais. A entrevista é complicada e um dos agentes, para criar uma certa cumplicidade com o criminoso, diz algumas coisas que deveriam ficar fora do registros, fora das gravações. Só que esse tipo de coisa vai contra a lei, o que cria uma saia justa para os agentes envolvidos. Tem que andar na linha da lei, da moral e da ética profissional, sempre e sempre. Esse é o grande aprendizado da história desse bom episódio./ Mindhunter 1.09 (Estados Unidos, 2017) Direção: David Fincher / Roteiro: Joe Penhall, John Douglas / Elenco: Sonny Valicenti, Jonathan Groff, Holt McCallany.  

Mindhunter 1.10
Esse é o episódio final da primeira temporada da série Mindhunter. E como termina Mindhunter? Nesse episódio os agentes do FBI descobrem quem matou a garota de 12 anos, líder de torcida, que foi morta brutalmente perto de sua casa, que era localizada em um lugar mais afastado, perto dos bosques  O assassino estava trabalhando cortando árvores para a companhia de eletricidade da cidade. Tinha passado de crimes, mas havia escapado do detector de mentiras. Sò que o sistema de classificação de assasinos do FBI é aplicado no caso e se revela muito eficiente, desvendando o crime. Entretanto nem tudo vai bem para o agente Holden Ford. Seu namoro, que parecia tão promissor, provavelmente chegou mesmo ao seu final. Um episódio final bom, mas espero muito mais da segunda temporada - que vou assistir sem perder tempo. / Mindhunter 1.10 (Estados Unidos, 2017) Direção: David Fincher / Roteiro: Joe Penhall  / Elenco: Jonathan Groff, Holt McCallany, Joe Tuttle.  

Pablo Aluísio.