Os anos passam e eu não mudo minha opinião sobre Billy Wilder. Considero um dos diretores e roteiristas mais criativos e inteligentes da história de Hollywood. Mesmo quando fazia filmes menores as coisas eram bem acima da média do que se produzia na época em termos de humor. Esse filme aqui, por exemplo, é um de seus momentos menores. Um filme agradável de se assistir, com bom enredo, mas nada destacável em sua excelente filmografia. Jack Lemmon interpreta o filho de um milionário americano que morreu na Itália. Ao chegar lá para os preparativos visando levar seu corpo de volta aos Estados Unidos ele se depara com alguns "probleminhas". A burocracia italiana é infernal, cheio de detalhes irritantes. Tudo é lento, nada sai do lugar. É uma infinidade de carimbos para se colocar nos documentos de liberação do corpo! Os funcionários públicos são preguiçosos, sempre saindo para a hora do almoço! Nada parece funcionar direito em uma montanha de papeladas que não fazem o menor sentido! São certidões que dão origem a outras certidões de cores diferentes e por aí vai.
Como se isso não fosse o bastante, o personagem de Lemmon descobre que seu pai, um idoso com mais de 80 anos de idade, tinha uma amante. E que morreu ao seu lado em um acidente de carro. E essa amante tinha uma filha, que repetindo os erros de seu pai ele também começa a se sentir atraído (sendo que ele também é casado!). Então assim desenvolve-se a história com Lemmon tendo que administrar um monte de problemas que vão surgindo à sua frente, em um país distante, cuja língua ele não domina nada, etc. E o amor, quem diria, também estaria no ar, na música, nas poesias, nos monumentos históricos... Enfim temos aqui um bom e divertido filme. Apreciei. Afinal é um autêntico Billy Wilder, embora não seja (e devo admitir isso) nenhuma obra-prima de sua carreira.
Avanti! Amantes à Italiana (Avanti!, Estados Unidos, 1972) Direção: Billy Wilder / Roteiro: Samuel A. Taylor, Billy Wilder / Elenco: Jack Lemmon, Juliet Mills, Clive Revill / Sinopse: Um norte-americano vai até a Itália para trazer de volta o corpo de seu pai, que morreu em um acidente de carro naquele país. E logo ele vai descobrir que isso não será nada fácil de fazer.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirPablo Aluísio.
Eu acho uma coincidência tão grande que o serviço público sofra dos mesmíssimos defeitos do serviço público brasileiro. Ou será que serviço público é assim no mundo todo. Pela visão do Billy Wilder nesse filme, parece que não
ResponderExcluirCorr. Eu acho uma coincidência tão grande que o serviço público italiano...
ExcluirA burocracia do Estado cria problemas para vender soluções. É assim, pelo visto, no mundo todo. Nesse filme tem um personagem bem engraçado. Um funcionário público, sempre com os bolsos cheios de carimbo! O cara parece um daqueles tipos com TOC, sempre carimbando tudo por onde passa! rsrs
ResponderExcluirO carimbo já foi o símbolo maximo, o ícone, da burocracia.
ResponderExcluirWilder está no meu Top Five. O nível médio de suas obras é muito alto. Chama atenção sua versatilidade: famoso por comédias, dirigiu dramas e filmes de guerra. Um filme "menor" dele que adoro: Cinco Covas no Egito (1943).
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