sábado, 8 de dezembro de 2018

Alta Fidelidade

Fim de ano chegando é uma boa oportunidade para rever alguns filmes do passado, alguns que não assistia há quase vinte anos! É o caso desse "Alta Fidelidade" que só havia visto uma vez, em seu lançamento original. Continua sendo uma boa fita, valorizada por um roteiro muito bom, cheio de boas ideias e ótimos diálogos. O protagonista é um cara chamado Rob (John Cusack). Ele já está no seus trinta e poucos anos, mas nunca acertou nos relacionamentos. Quando leva mais um fora, dessa vez de uma garota em que ele apostava, tudo o leva de volta a uma reflexão sobre o seu próprio passado. Detalhe importante: Rob é dono de uma loja de discos de vinil. Ele sempre está fazendo listas, do tipo "top 5" sobre música em geral e decide rever e fazer sua própria lista de maiores foras que levou. Mais radical do que isso. Ele decide ir atrás de suas antigas namoradas para ver o que aconteceu com elas, o que estão fazendo da vida, talvez descobrir com isso o que estaria errado com ele mesmo em seus relacionamentos amorosos. Quem sabe elas poderiam dar uma pista...

Durante o tempo todo a chamada quarta parede é ignorada, o que faz com que Rob converse o tempo todo com o espectador. Claro que isso cria uma certa cumplicidade com o público, além de ser uma jogada marota do roteiro para criar carisma no personagem principal. O clima é de romantismo mais sarcástico, tudo embalado com um clima vintage, nostálgico, que vai bater forte em quem curte não apenas cinema, mas também música antiga. E de quebra o filme ainda traz um elenco coadjuvante muito bom, a começar por uma linda e ainda jovem Catherine Zeta-Jones. Ela foi a top 5 na vida de Rob, mas em seu reencontro parte daquele encanto se vai. Claro, para contrabalancear, também temos que aturar os excessos de Jack Black, mas nem ele consegue estragar esse bom filme sobre amor, discos de vinil e problemas pessoais, não necessariamente nessa ordem. Reveja e no mínimo tenha saudades de um tempo que já é passado distante para muitos... quem diria...

Alta Fidelidade (High Fidelity, Estados Unidos, 2000) Direção: Stephen Frears / Roteiro: D.V. DeVincentis / Elenco: John Cusack, Catherine Zeta-Jones, Jack Black, Tim Robbins, Lisa Bonet, Iben Hjejle, Todd Louiso, Joan Cusack / Sinopse: O filme acompanha a vida de Rob (Cusack) que tem uma loja de discos de vinil e muitos problemas de relacionamento com as mulheres, de seu passado e do seu presente. Filme premiado pelo Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (John Cusack).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Aquaman

O grande mérito de Aquaman é que pela primeira vez a DC Comics não ficou com receios de produzir um filme para o cinema que fosse a cara dos quadrinhos. Tudo é muito colorido, movimentado, ao espectador fica a impressão de que está mesmo vendo uma revista em quadrinhos. E isso se refere a praticamente tudo, inclusive a aventura e a trama que é meio bobinha, isso é certo, mas que funciona bem na tela. Isso não significa que o filme não tenha problemas, longe disso. Um deles é que aquele espectador que não comprar seu estilo não vai gostar nada, nada do que verá. O mundo debaixo do oceano, os figurinos exagerados, alguns parecendo mais fantasias de carnaval, quem não curtir esse tipo de coisa exagerada vai ficar muito irritado com sua direção de arte kitsch.

Só que isso nem é o grande problema do filme. Em minha opinião o grande erro foi escalar o grandalhão brutalizado Jason Momoa para interpretar Aquaman. Nos quadrinhos ele é um sujeito forte, tudo bem, mas também é um loiro com cara de galã e até bons modos. Com Momoa ele virou quase um bárbaro (quem lembrou do Conan?) que prefere sair no braço do que ter uma boa conversa. Além disso, não vamos deixar de dizer, não tem nada a ver com a beleza sofisticada de Nicole Kidman, sua mãe no filme. Ficou forçado. Porém como é um filme de pura ação e fantasia, poucos vão reclamar. O que vai valer no final das contas são os cenários exagerados (diria alguns até mesmo meio bregas) que desfilam pela tela. Nesse aspecto o filme até que funciona muito bem. É uma aventura colorida e escapista. Não espere nada muito além disso.

Aquaman (Estados Unidos, 2018) Direção: James Wan / Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick, Will Beall / Elenco: Jason Momoa, Patrick Wilson, Nicole Kidman, Amber Heard, Willem Dafoe, Dolph Lundgren, Yahya Abdul-Mateen II / Sinopse: Adaptação para o cinema das aventuras do personagem Aquaman, criado em 1941 por Paul Norris e Mort Weisinger, cuja primeira aparição nos quadrinhos se deu na revista More Fun Comics #73.

Pablo Aluísio.

Halloween

Michael Myers está de volta! 40 anos depois da estreia do primeiro filme da franquia "Halloween" os estúdios decidiram que não poderiam deixar passar essa data em branco. Assim tiraram o velho psicopata da aposentadoria para faturar mais alguns milhões nas bilheterias. E sob o ponto de vista comercial o filme deu muito certo mesmo, faturando quase 250 milhões de dólares - um número bem satisfatório em termos de filmes de terror, ainda mais quando se gastou apenas 10 milhões em sua produção. Lucro certo e de certa maneira bem fácil. É a força do nome de certas franquias que trazem esse tipo de retorno lucrativo para os produtores. Tiro certo e no alvo! Já sob o ponto de vista puramente cinematográfico... bem, não há outro veredito: o filme é fraco mesmo. Basicamente uma forçada de barra para trazer Myers de volta às ruas na noite de Halloween. Quando o filme começa um casal de jornalista investigativos decide ir até o manicômio onde Myers vive para tentar tirar pelo menos uma palavra de sua boca. Ele está há décadas sem falar nada, com ninguém, nem com seu médico. A tentativa de entrevista fracassa, mas o destino parece estar a favor de Myers. Quando ele é transferido para outro estabelecimento prisional o ônibus onde está derrapa e sofre um acidente. De repente o antigo matador está de volta às ruas, em plena liberdade. E o que ele faz quando isso acontece? Ora, simples de saber, ele sai matando a esmo pelas ruas da cidade.

Pior para Laurie Strode (Curtis). Ela foi uma de suas primeiras vítimas. Tem verdadeira obsessão com o passado, o que a tornou uma mulher completamente paranoica e estranha. Agora ela vai precisar defender não apenas sua filha, mas também sua neta, da sede de morte de Mike Myers. E o roteiro é basicamente isso. Claro que o final se revela logo dúbio, para deixar uma porta aberta para futuros filmes. Produtores não são bobos, eles esperam para ver o resultado comercial do filme. Como deu certo nas bilheterias é bem provável que uma nova leva de filmes venha por aí. Haja sangue jorrando...

Halloween (Estados Unidos, 2018) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Jeff Fradley, Danny McBride / Elenco: Jamie Lee Curtis, Judy Greer, Andi Matichak / Sinopse: Depois de ficar décadas aprisionado numa instituição para loucos homicidas, o assassino em série Michael Myers está de volta às ruas após seu ônibus de transporte sofrer um acidente. Andando solto na noite de Halloween ele finalmente vai saciar sua sede de sangue humano.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Um Refúgio

O filme se passa na Guerra Civil americana. Logo na introdução os produtores colocaram uma frase do general da União William Sherman, um dos mais notórios e infames carniceiros daquele conflito que devastou os Estados Unidos. Na opinião de Sherman a guerra sempre seria um lugar de crueldade e violência, não importando as outras coisas que se atribuíam a ela. Nesse ponto ele tinha razão, haja visto que ele promovia todos os tipos de atrocidades por onde passava. Foi certamente uma figura histórica desprezível. Pois bem, o filme mostra uma fazenda no sul prestes a ser invadida pelas tropas de Sherman. Sua tática era destruir não apenas os exércitos confederados, mas também o espírito dos sulistas. Para isso valia de tudo, até mesmo crimes de guerra como estupros, assassinatos à sangue frio e violência irracional. E é justamente isso que ocorre quando dois batedores do exército da União chegam em um pequeno povoado do sul.

Ao se depararem com a bela Augusta (Brit Marling) eles resolvem persegui-la, indo até sua fazenda no meio rural. O pior é que Augusta está praticamente indefesa. Os homens da casa foram embora lutar na guerra e lá ficaram apenas ela, sua irmã mais jovem que está doente e uma escrava negra. Os yankees estão chegando com toda a brutalidade conhecida e Augusta precisa defendê-las! Para isso conta apenas com um velho rifle e muita coragem. O roteiro explora basicamente essa situação e o faz muito bem.

Obviamente em temos de guerra era de se esperar por muita violência e isso certamente você encontrará no filme. Há inclusive cenas de estupro e assassinatos sumários. O ponto de vista de uma mulher, civil, tentando sobreviver a uma guerra insana como aquela, é o grande triunfo desse roteiro, porque ao invés de explorar as grandes batalhas ele foca sua ponto de vista para o medo e a agonia de quem está fora do campo de batalha, em casa, mas que teve que lidar com tudo após a própria guerra chegar em sua porta. Um bom filme, valorizado por algumas belas cenas como a que está no poster, com Augusta vendo o horizonte vermelho por causa das explosões no front de batalha.

The Keeping Room (Estados Unidos, 2014) Direção: Daniel Barber / Roteiro: Julia Hart / Elenco: Brit Marling, Hailee Steinfeld, Sam Worthington / Sinopse: Três mulheres tentam sobreviver em uma velha casa de fazenda do sul quando os primeiros soldados da União chegam na região durante a Guerra Civil Americana. Em tempos de vida ou morte apenas as mais fortes conseguirão sobreviver.

Pablo Aluísio.

Fúria em Alto Mar

Quando o filme começa dois submarinos, um americano e um russo, atravessam o mar embaixo de grossas camadas de gelo. De repente algo acontece com o submarino russo que vai ao fundo. Depois a embarcação americana é igualmente atacada por um torpedo e afunda. O que teria acontecido? Para a missão de investigação e resgate é enviado o capitão Joe Glass (Gerard Butler). Ele não tem muito experiência de comando, mas conta com uma boa tripulação em um submarino nuclear de última geração. Assim começa esse "Fúria em Alto Mar" que tinha tudo para dar certo. Boa produção, elenco muito bom, efeitos digitais bem feitos. Tudo parecia se encaixar. O problema vem do roteiro. É um velho problema desses novos filmes de Hollywood. Os roteiristas subestimam completamente a inteligência dos espectadores e começam a forçar a barra com situações bobas, juvenis, inverossímeis ao extremo.

Tudo bem fazer um filme sobre submarinos. Esse é aliás um dos estilos de filmes de guerra mais consagrados. O problema é fazer um filme bobo. Para se ter uma ideia do tamanho da bobagem, em determinado momento a missão do submarino comandado pelo personagem de Butler passa a ser ir até um dos mais seguros portos da marinha russa, onde está metade da frota daquele país, para resgatar o próprio presidente russo de um golpe militar! Que bobagem! Com isso nem mesmo a mais bem feita produção e nem mesmo o melhor elenco conseguem escapar da vergonha alheia. Se tivessem apostado numa trama adulta e séria, esse seria um grande filme sobre a marinha. Do jeito que ficou só aborrece e causa decepção!

Fúria em Alto Mar (Hunter Killer, Estados Unidos, 2018) Direção: Donovan Marsh / Roteiro: Arne Schmidt, Jamie Moss / Elenco: Gerard Butler, Gary Oldman, Common, Alexander Diachenko, Michael Nyqvist / Sinopse: Joe Glass (Gerard Butler) é o capitão de um submarino americano que é enviado para uma missão extremamente perigosa, que poderá até mesmo causar uma guerra nuclear entre as potências mundiais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

A Última Estação

Excelente filme que conta a história das últimas semanas de vida do escritor russo Leon Tolstói (Christopher Plummer). Ele ficou mundialmente conhecido ao escrever verdadeiras obras primas da literatura mundial como Guerra e Paz (1869) e Anna Karenina (1877). No filme seu editor e amigo de longa data manda um jovem rapaz chamado Valentin (James McAvoy) para trabalhar como seu secretário particular. Uma vez na casa de Leon Tolstói ele passa a vivenciar tudo o que estava acontecendo em sua vida pessoal, inclusive seu conturbado relacionamento com a esposa, Sofya (Helen Mirren), uma mulher de temperamento forte e explosivo. Um dos aspectos mais interessantes é que o velho escritor tinha planos de levar em frente um movimento baseado em uma nova forma de encarar a vida. Entre as coisas que pregava estava o desprendimento de coisas materiais. O problema é que ele próprio era um conde, membro da elite e da nobreza russa, vivendo em uma bela mansão, com muitos servos trabalhando em sua propriedade rural. Até que um dia ele acaba brigando com a esposa e decide colocar em prática seus ensinamentos, com consequências trágicas. Tudo o que se vê na tela foi baseado em fatos históricos reais.

Além de ter um ótimo roteiro, esse filme ainda conta com um elenco primoroso, a começar por Christopher Plummer, com longa barba grisalha e quase irreconhecível em sua caracterização de Tolstói; Helen Mirren dispensa maiores apresentações, uma das grandes damas do cinema atual. E completando o elenco de talentos temos até mesmo Paul Giamatti como o amigo de longa data e editor de Leon Tolstói. Ele tem uma posição interessante no meio de tantos personagens marcantes, porque no fundo almeja que o velho escritor doe todos os direitos autorais de sua obra para a humanidade, algo que enfurece a esposa do autor, afinal esse seria o grande tesouro para a família dele. Enfim, ótimo filme que conta uma história que se não fosse baseada em tudo o que aconteceu, poderia facilmente se passar por mais um romance escrito pelo próprio Tolstói.

A Última Estação (The Last Station, Inglaterra, Alemanha, Rússia, 2009) Direção: Michael Hoffman / Roteiro: Michael Hoffman, Jay Parini / Elenco: Christopher Plummer, Helen Mirren, James McAvoy, Paul Giamatti / Sinopse: No fim de sua vida, o escritor russo Leon Tolstói (Christopher Plummer) decide colocar em prática tudo aquilo que pregou em vida na sua obra literária. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Helen Mirren) e Melhor Ator (Christopher Plummer). Também indicado ao Globo de Ouro e ao Screen Actors Guild Awards nas mesmas categorias.

Pablo Aluísio.

Bel Canto

Um filme fraco, apesar de contar com um bom elenco. Na estória um grupo de pessoas influentes da alta sociedade se reúne para a apresentação da cantora lírica Roxanne Coss (Julianne Moore). Tudo acontece em Lima, no Peru. No meio do concerto um grupo de guerrilheiros de esquerda invade o lugar e toma todas as pessoas presentes de reféns. Exige como resgate a libertação de todos os presos políticos do país, além da presença do presidente da república. Duas reivindicações impossíveis de serem cumpridas. Enquanto o impasse ocorre todos os reféns ficam nas mãos dos guerrilheiros. E aí começa o grande erro do filme. O roteiro começa a simpatizar com o grupo criminoso. Eles são retratados como revolucionários de boa índole! Como assim? São sequestradores que ameaçam pessoas inocentes de morte! A cantora até mesmo começa a ensinar e dar aulas de canto para um dos paramilitares. A partir daí o filme despenca por causa de todas as suas péssimas intenções.

Mal realizado e com um roteiro absurdo desses tudo vai por água abaixo. Não há salvação. Nem o bom elenco salva o filme. Julianne Moore já fez tantos filmes bons ao longo de sua carreira que esse aqui vai se tornar apenas uma mancha em sua filmografia. Christopher Lambert, que chegou a ser bem popular nos anos 80, ressurge para um papel de refém sem maior importância. Até Ken Watanabe não tem muito o que fazer. Enfim, um filme realmente fraco e sem mensagem. Pura perda de tempo.

Bel Canto (Estados Unidos, 2018) Direção: Paul Weitz / Roteiro: Paul Weitz, Anthony Weintraub / Elenco: Julianne Moore, Ken Watanabe, Christopher Lambert, María Mercedes Coroy, Sebastian Koch / Sinopse: Roxanne Coss (Julianne Moore) é uma cantora lírica americana que vai se apresentar em Lima, no Peru e lá acaba refém de um grupo guerrilheiro de esquerda.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Operação Final

Esse filme da Netflix conta a história da captura do oficial nazista da SS Adolph Eichmann. Após o fim da II Guerra Mundial ele conseguiu fugir com sua família para a Argentina. Uma vez no novo país adotou uma nova identidade e começou a trabalhar numa fábrica da Mercedes-Bens em Buenos Aires. A vida do carrasco nazista seguiu em tranquilidade até que no começo dos anos 1960 um grupo de agentes israelenses conseguiu localizá-lo. A partir daí começaram os planos para raptá-lo com o objetivo de levá-lo para Israel onde finalmente seria julgado por seus crimes de guerra. Eichmann era conhecido como o "Arquiteto do holocausto" porque ele organizou de forma matemática e administrativa a matança dos judeus nos campos de extermínio. Era um homem frio e calculista que se empenhou pessoalmente na chamada "solução final", onde os judeus seriam exterminados de maneira industrial em campos de concentração e de extermínio espalhados por toda a Europa. Sua função era deixar a máquina de matança dos nazistas funcionando da maneira mais eficiente possível.

Embora seja um filme até pequeno em termos de orçamento, seu grande triunfo vem da presença do ótimo ator Ben Kingsley, Ele interpreta o nazista, trazendo de volta sua pesonalidade metódica, uma espécie de burocrata da morte em série. Jogando o tempo todo com um de seus raptores no cativeiro ele chega até mesmo a despertar a simpatia de um deles! E isso partindo de uma pessoa que viu sua própria irmã e sobrinhos sendo mortos em caminhões de gás nas florestas da Polônia. Um bom retrato de um dos grandes monstros da barbárie nazista.

Operação Final (Operation Finale, Estados Unidos, 2018) Direção: Chris Weitz / Roteiro: Matthew Orton / Elenco: Ben Kingsley, Oscar Isaac, Mélanie Laurent, Lior Raz / Sinopse: Em 1961, o Mossad, o serviço secreto do Estado de Israel, consegue localizar o paradeiro do criminoso de guerra nazista Adolph Eichmann. Ele vive escondido na Argentina. Assim uma operação é planejada com o objetivo de trazê-lo de volta a Israel, onde finalmente seria julgado pelos seus crimes cometidos no holocausto.

Pablo Aluísio. 

Aliens, o Resgate

Revi ontem esse pequeno clássico da ficção. Na verdade me lembro de ter assistido o filme no cinema, em seu lançamento original. Depois disso devo ter revisto na TV e foi só. Provavelmente fazia mais de 20 anos que tinha visto pela última vez. A mente esquece e muitas vezes ao revermos filmes assim e tudo volta soar como boa novidade - pelo menos em nossa mente esquecida. O filme continua muito bom, muito bem realizado. E para minha surpresa resistiu bem ao tempo, coisa rara em filmes de ficção. Os efeitos especiais não envelheceram, a não ser em pequenos trechos, pontuais, quando as naves sondam o planeta infestado pelos aliens. Alguns detalhes do enredo havia esquecido. Por exemplo, quando o filme começa a Ripley (Sigourney Weaver) descobre que ficou 57 anos hibernando em sua pequena nave de fuga. O filme assim começa onde "Alien, o Oitavo Passageiro" terminou. Ela fugiu da nave mãe e ficou vagando pelo espaço. Agora é resgatada, quase por acaso, por um missão de exploradores. Aliás detalhe importante: no mesmo planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme a companhia mineradora fundou uma colônia com mais de 150 habitantes. Claro, péssima ideia.

E é justamente para lá que Ripley retorna após a companhia descobrir que os colonos não entraram mais em contato. O que aconteceu? A tenente então desce novamente naquele lugar esquecido, mas dessa ela não está só. Agora vai com um grupo de fuzileiros altamente armados. E aqui vem o grande diferencial do primeiro filme para esse segundo. O diretor James Cameron deixou o clima de suspense do "Oitavo Passageiro" de lado e investiu na ação, na porrada. Afinal nessa época a moda era mesmo os filmes de ação como "Rambo" e "Comando Para Matar". Sim, Cameron injetou muitos litros de testosterona em seu filme.

Outro aspecto que o diretor turbinou foi a concepção dos próprios aliens. Agora não existe apenas um alienígena, mas dezenas deles, todos provindos de um ninho de aliens. Aliás Cameron também colocou na jogada a própria rainha-mãe das criaturas, que vê desesperada a Ripley tocando fogo em seus ovos com um lança-chamas. Porém temos que dizer também que o filme não é apenas porrada e ação. James Cameron em seu roteiro criou também a personagem de uma menina, a única sobrevivente da colônia. Ela serviu para trazer mais humanidade para Ripley. E também abriu um aspecto subliminar interessante no enredo, mostrando dois lados maternais, a da própria Ripley e obviamente a da rainha-mãe dos aliens. Tudo sutilmente jogado enquanto o massacre de aliens e humanos acontece. "Aliens, o Resgate" é bem isso, tudo potencializado, tudo elevado à nona potência.É seguramente o filme mais violento da série.

Aliens, o Resgate (Aliens, Estados Unidos, 1986) Direção: James Cameron / Roteiro: James Cameron, David Giler / Elenco: Sigourney Weaver, Michael Biehn, Carrie Henn, Paul Reiser, Lance Henriksen, Bill Paxton / Sinopse: Após ficar décadas vagando pelo espaço, Ripley (Weaver) é resgatada. Após se recuperar decide partir para uma missão de resgate no planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme. Lá a companhia fundou uma colônia de humanos, que agora não entra mais em contato. A missão de Ripley e seus fuzileiros é descobrir o que teria acontecido. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Sonoros (Don Sharpe) e Melhores Efeitos Especiais (Stan Winston, Robert Skotak, John Richardson e Suzanne M. Benson).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Mogli: O Menino Lobo

A animação original fez parte da minha infância. Porém havia muitos anos que tinha assistido e me lembrava muito pouco. Foi bem gratificante então assistir a essa nova versão, com atores em carne e osso e bichinhos falantes construídos com a mais moderna computação gráfica. Pois é, o estúdio Disney teve essa grande ideia, a de fazer novas versões de suas antigos clássicos da animação, agora no estilo mais convencional. Em breve teremos "O Rei Leão" e "Dumbo". Basta assistir a esse "Mogli: O Menino Lobo" para entender que vem coisa muito boa por aí! O filme é uma maravilha tecnológica. Venceu inclusive o Oscar de melhores efeitos especiais. É de uma perfeição técnica de encher os olhos. Ok, tudo o que diz respeito à marca Walt Disney é extremamente bem feito, mas esse aqui subiu um ponto na escala. Como se sabe na fábula do Mogli há muitos personagens animais, que falam e interagem como se fossem seres humanos. Nessa versão eles não são caricatos, mas sim mais próximos da realidade. Excelente escolha.

Some-se a isso o fato de que o elenco de dubladores, todos astros em Hollywood, fizeram um trabalho de pura perfeição. Eu nem havia prestado atenção nesse time antes de ver o filme, mas bastou o urso Baloo abrir a boca para reconhecer imediatamente a voz de Bill Murray! Muito divertido. E o que dizer de um Rei orangotango chamado Louie com trejeitos de Christopher Walken? Impossível não reconhecer o estilo único dele falar. Até mesmo a cobra Kaa ficou perfeita na interpretação vocal de Scarlett Johansson! Enfim, tudo muito bem realizado numa nova versão que ficou excelente, em todos os aspectos cinematográficos.

Mogli: O Menino Lobo (The Jungle Book, Estados Unidos, 2016) Direção: Jon Favreau / Roteiro: Justin Marks, baseado na obra do escritor Rudyard Kipling / Elenco: Neel Sethi, Bill Murray, Ben Kingsley, Christopher Walken, Scarlett Johansson, Idris Elba, Lupita Nyong'o / Sinopse: Após a morte de seu pai, o menino Mogli passa a ser criado por lobos. Sua vida na floresta é feliz, até a chegada do tigre Shere Khan que não aceita sua presença na selva. Ele quer vingança contra todos os homens e também seus "filhotes".

Pablo Aluísio.

O Mistério do Relógio na Parede

O filme conta a estória de um garoto que vai morar com o tio depois da morte de seus pais em um acidente de carro. O tal tio, interpretado pelo ator Jack Black, passa longe de ser um sujeito normal, dentro dos padrões. Ele mora numa velha casa, com fama de ser mal assombrada. Afirma que é apenas um mágico, porém o tempo vai revelando sua verdadeira face, pois na verdade ele é um bruxo, tal como se fosse um Harry Potter adulto. Aliás a comparação com o universo de Harry Potter vem bem a calhar pois fica fácil entender desde as primeiras cenas que o filme visa atingir mesmo o público fã de Potter. O problema é que passa longe de ser igual. Apesar do universo de magia e bruxaria estar em todos os lugares daquela velha mansão, o filme não consegue ter o mesmo carisma. Em determinado momento fica óbvio que faltam boas ideias, repetindo clichês cansativos. A produção é de primeira linha, com o melhor em termos de efeitos digitais, design de produção, cenários, carros antigos (o filme se passa nos anos 1950), etc. Só que tudo isso só serve para transformar o filme em algo bonito de se ver em termos puramente estéticos. Em termos de enredo tudo é um tanto vazio e desprovido de interesse. Também faltou maior sutileza ao diretor Eli Roth.

Para o cinéfilo mais veterano sobra o elenco para manter o interesse. Temos aqui a volta de Kyle MacLachlan, ator que teve uma certa popularidade nos anos 80 e 90. Ele andava muito sumido. Esse filme o traz de volta ao mercado do cinema. Cate Blanchett continua com sua conhecida elegância, mesmo em uma personagem até muito secundária, com pequenos toques de humor que nunca foi sua especialidade. Por fim há Jack Black. Conhecido por ser um comediante espalhafatoso, aqui ele está bem mais contido. É aquela espécie de ator do tipo "ame ou deteste". Nesse filme pelo menos poliram um pouco seus conhecidos exageros. Então é isso, um filme feito para os mais jovens, ali na faixa dos 13, 15 anos. Para quem for mais velho tudo vai soar meio chatinho.

O Mistério do Relógio na Parede (The House with a Clock in Its Walls, Estados Unidos, 2018) Direção: Eli Roth / Roteiro: Eric Kripke / Elenco: Jack Black, Cate Blanchett, Kyle MacLachlan, Owen Vaccaro / Sinopse: Garotinho vai morar com o tio após a morte dos pais. Ele vive numa velha casa, com fama de ser assombrada. Aos poucos o aspecto de magia que vive naquela velha casa vai revelar um outro universo para aquele jovem.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de dezembro de 2018

Legítimo Rei

Esse filme conta a história de Robert, The Bruce. Ele foi Rei da Escócia em um período muito turbulento da história de sua nação. Quando o filme começa Robert (Chris Pine) está ao lado do pai jurando lealdade ao Rei inglês Eduardo I. Após uma longa guerra os escoceses se rendem. O monarca inglês tenta ser benevolente, apaziguando os ânimos entre o povo orgulhoso da Escócia, só que os tributos continuam pesados, massacrando o povo, fomentando uma nova rebelião. Quando pedaços do corpo de William Wallace (o rebelde retratado no filme de Mel Gibson, "Coração Valente") são expostos por toda as cidades escocesas a rebelião explode novamente. Robert, The Bruce, se coroa Rei da Escócia e parte para uma nova guerra contra os ingleses, mesmo sem ter um exército organizado e mesmo sem ter o total apoio dos outros clãs escoceses. Uma rebelião sem muita organização, mas com muita vontade de finalmente expulsar os ingleses de suas terras.

Gostei de praticamente tudo nesse filme. O roteiro é sóbrio e tenta explicar (com sucesso) o contexto político daquela era. Os figurinos e os cenários também são extremamente corretos do ponto de vista histórico. Não é uma produção de encher os olhos como "Coração Valente", por exemplo, mas todos os elementos estão bem encaixados. É o primeiro filme produzido pela Netflix que me deixou plenamente satisfeito. Como gosto de história medieval a situação só melhorou em meu ponto de vista. E como curiosidade final os historiadores ingleses fizeram recentemente uma reconstrução facial desse Robert, The Bruce, através de seus restos mortais. Ficou bem interessante. Isso demonstra que ele foi acima de tudo uma figura histórica importante para os habitantes das terras altas escocesas. No mais, assista ao filme sem receios. Ele é muito bom.

Legítimo Rei (Outlaw King, Reino Unido, Estados Unidos, 2018) Direção: David Mackenzie / Roteiro: Bathsheba Doran, David Mackenzie / Elenco: Chris Pine, Stephen Dillane, Rebecca Robin, Billy Howle / Sinopse: Após celebrar a paz com o Rei da Inglaterra Eduardo I, Robert, The Bruce, Conde de Carrick, chefe de um importante clã da Escócia decide liderar uma nova revolta contra a presença dos ingleses em sua nação, dando origem a uma nova e sangrenta guerra.

Pablo Aluísio.

Uma Mulher Exemplar

Filme baseado em fatos reais, na história da pintora Catherine Weldon. Após ficar viúva, ela decide pegar o primeiro trem rumo ao oeste. Seu objetivo é pintar um retrato do famoso líder tribal Touro Sentado, o mesmo chefe nativo que comandou o ataque contra a sétima cavalaria, levando a morte o general Custer e todos os homens de sua companhia. Obviamente sua presença não é bem recebida. Os únicos brancos que vivem naquela região distante são militares, membros da cavalaria, que obviamente odeiam Touro Sentado e a sua nação Sioux. É um bom filme que procura contar essa história que nem é muito conhecida hoje em dia, embora os quadros pintados por Catherine Weldon sejam bem valorizados no meio cultural. O roteiro, embora pensado em termos históricos, também apresenta momentos de pura ficção, romance, principalmente ao colocar a pintora no centro das decisões políticas que eram tomadas naquela ocasião com a criação de reservas indígenas, etc.

Porém o que mais em incomodou foi a falta de uma caracterização melhor em relação aos dois personagens principais. Quando Catherine decidiu ir para o oeste, ela já era uma senhora idosa, bem mais velha do que a atriz Jessica Chastain. O mesmo acontecia com Touro Sentado, que naquela época também já era um ancião, uma pessoa de idade avançada, vivendo seus últimos dias. No filme porém os dois são retratados como pessoas jovens. A pior caracterização é a do chefe indígena, aqui interpretado pelo ator Michael Greyeyes. Ele é alto, forte, esbanjando saúde. Ora Touro Sentado era um senhor já debilitado pela saúde quando encontrou Catherine. Era de baixa estatura e estava morrendo. Assim assista ao filme, aprenda sobre seu enredo histórico, mas não deixe o senso crítico de lado. Nem tudo que acontece na tela, aconteceu de fato na história real.

Uma Mulher Exemplar (Woman Walks Ahead, Estados Unidos, 2017) Direção: Susanna White / Roteiro: Steven Knight / Elenco: Jessica Chastain, Michael Greyeyes, Ciarán Hinds, Sam Rockwell, Louisa Krause, Boots Southerland / Sinopse: Após ficar viúva, a pintora Catherine Weldon decide viver uma verdadeira aventura, indo até o velho oeste para encontrar e pintar um retrato do lendário cacique Sioux Touro Sentado.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de dezembro de 2018

Constantine: Cidade dos Demônios

Se você só conhece o personagem John Constantine daquele filme estrelado pelo Keanu Reeves e não tem tempo e nem paciência para ler os quadrinhos originais (que contam com um título mensal e dezenas de encadernados no Brasil), uma boa dica é assistir a essa animação lançada nos Estados Unidos. Chegou ao mercado lá fora como DVD especial e depois foi devidamente "picotada", sendo exibida na TV em episódios de curta duração. Esse tipo de lançamento tem sido cada vez mais comum, o que não deixa de ser uma boa oportunidade para ver esse tipo de personagem em seu universo original.

O Constantine original e um inglês loiro, com barba por fazer. Fumando um cigarro atrás do outro não se parece em nada com o visual de surfista havaiano do Keanu Reeves. Aqui ele resolve ajudar um amigo. Sua filha está em coma no hospital e ele pede para Constantine verificar se existe alguma causa sobrenatural exercendo poder sobre a menina. E obviamente existe, um demônio, velho conhecido dele, que agora quer um "favorzinho" em troca da alma da garota. E assim começa o combate entre o mal e o bem. E não vai ser algo bonito de se ver. Achei uma boa animação, bem realizada, tentando manter o espírito dos quadrinhos.

Constantine: Cidade dos Demônios (Constantine: City of Demons, Estados Unidos, 2018) Direção: Doug Murphy / Roteiro: J.M. DeMatteis, Steve Bissette / Elenco: Matt Ryan, Damian O'Hare, Laura Bailey / Sinopse: Animação onde John Constantine precisa enfrentar um demônio que está agindo em Los Angeles, exercendo possessão sobre uma garotinha indefesa, filha de um amigo.

Pablo Aluísio.

Alfa

Gostei do filme. Pensei que sinceramente não iria curtir já que o tema por si só não era muito fácil. No começo me lembrei de "A Guerra do Fogo", só que o enredo desse novo filme se passa um pouco mais à frente da história, há 20 mil anos. Um grupo de humanos decide sair para a caça. Entre eles está o líder e seu filho, um jovem adolescente, ainda inexperiente. A caçada vai ser seu ritual de passagem, só que ele cai de um penhasco e é dado como morto. Porém todos estavam enganados. Ele consegue sobreviver e ao lado de um lobo faz a longa jornada de volta para casa.

O filme tem, como era de se esperar, muita computação gráfica, mas que não toma conta do filme, pelo contrário, funciona apenas como ferramenta de narrativa. Outro ponto positivo é que o filme também mostra o momento em que o homem começou a domesticar animais, aqui representado pelo lobo que acompanha o protagonista em sua jornada e que depois é aceito dentro da tribo da qual faz parte. O roteiro é simples, conta uma história visceral e funciona perfeitamente. Também tem um belo visual, afinal dentro de um computador de última geração você consegue criar qualquer coisa, desde animais extintos (com destaque para a chamada megafauna da era do gelo) passando pela natureza daqueles tempos antigos, indo parar no próprio lobo que nas horas certas passa sentimentos até mesmo bem humanos.

Alfa (Alpha, Estados Unidos, 2018) Direção: Albert Hughes/ Roteiro: Daniele Sebastian Wiedenhaupt, Albert Hughes / Elenco: Kodi Smit-McPhee, Jóhannes Haukur Jóhannesson, Marcin Kowalczyk / Sinopse: Há vinte mil anos um jovem guerreiro precisa sobreviver ao ser deixado para trás numa Europa pré-histórica, com animais selvagens e clima hostil e inóspito, às vesperas de uma nova era glacial.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O Último Golpe

Nunca havia assistido a esse filme de Clint Eastwood. Realmente não é dos seus mais conhecidos, tendo feito pouco sucesso comercial em seu lançamento, o que fez com que Clint rompesse com a United Artists. Na época ele acusou o estúdio de não ter divulgado bem o filme. Pois bem, se trata de um road movie, onde Clint interpreta um ex-assaltante de bancos que agora se passa por pastor numa pequenina igreja de interior. Sua farsa cai por terra quando um velho conhecido, membro de um bando do que ele fez parte no passado, volta para acertar contas. Na fuga ele acaba conhecendo um jovem que se diz chamar Lightfoot. Esse personagem é interpretado por Jeff Bridges, em boa atuação que lhe valeu até mesmo uma indicação ao Oscar (o que sinceramente achei um pouco demais). Juntos eles acabam indo atrás do dinheiro do último roubo, que ficou escondido numa escola histórica, localizada numa cidadezinha.

O filme obviamente aposta bastante na ação. O roteiro escrito pelo diretor Michael Cimino não está preocupado em fazer arte, mas sim em divertir o público, por isso o filme apresenta bastante humor e aquele ritmo frenético que me fez inclusive lembrar dos filmes de Burt Reynolds nos anos 70 como "Agarre-me se puderes". É bem naquela levada. No geral achei interessante, bem realizado, movimentado, um veículo para Eastwood fazer sucesso novamente nos cinemas. Não pode ser considerado um dos melhores filmes de sua carreira, um clássico, etc, mas diverte sim e nem envelheceu tanto como se poderia pensar.

O Último Golpe (Thunderbolt and Lightfoot, Estados Unidos, 1974) Direção: Michael Cimino / Roteiro: Michael Cimino / Elenco: Clint Eastwood, Jeff Bridges, Geoffrey Lewis, George Kennedy, Gary Busey / Sinopse: O ladrão de banco Thunderbolt (Eastwood) se une ao jovem Lightfoot (Bridges) para roubar um banco de uma pequena cidade. Ao mesmo tempo tenta descobrir o paradeiro do dinheiro roubado em seu último assalto. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Jeff Bridges).

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de novembro de 2018

O Agente Secreto Matt Helm

Esse filme pode ser explicado em poucas frases, até porque a intenção dos produtores eram bem simples de entender. Eles quiseram apenas apertar um botão, transformando Dean Martin em James Bond. Isso mesmo. O roteiro, as armas modernas, a trama de espionagem, tudo parece uma cópia mais pobre e mais escrachada dos filmes de 007. Provavelmente a única coisa que parece se salvar é o próprio carisma imbatível de Dean Martin. Veja que enredo: Dean Martin interpreta um agente da contra espionagem americana chamado Matt Helm. Como disfarce ele se passa por fotografo, o que lhe dá a oportunidade de trabalhar com muitas mulheres bonitas! Claro, ele dá em cima de todas e invariavelmente se dá bem em suas cantadas (tempos politicamente incorretos aqueles!). A intenção é sempre levar a próxima garota bonita para a cama. Depois as descartar, sem maiores problemas.

Pois bem, a boa vida de Helm chega ao fim quando uma organização criminosa decide fazer uma sabotagem no lançamento de um foguete rumo ao espaço. Eles querem usar o foguete para contaminar uma grande área da costa oeste dos Estados Unidos com radiação. Para salvar o dia, então o indiscreto Matt Helm sai de sua alcova, cercado de lindas garotas, para desmantelar os planos do malvadões.

Tudo cheira a chanchada. Fica óbvio desde o começo que Dean Martin está apenas se divertindo no papel. Ele chega a tirar onda com seu amigo Frank Sinatra. Numa cena, enquanto dirige um carro, a garota ao seu lado liga do rádio e Sinatra surge cantando um de seus sucessos ao que Martin diz: "Esse cantor é péssimo, mude de estação!". O filme inclusive tem uma longa trilha sonora, só com músicas obviamente cantadas por Dean Martin. Também tem números de dança em excesso, com dançarinas de Las Vegas, o que me fez pensar que Dean Martin andou prometendo espaço demais para essas starlets no filme. Aliás todo rodado nos arredores de Las Vegas (onde Dino poderia continuar cantando de noite nos cassinos enquanto de dia rodava as cenas do filme de dia), esse primeiro Matt Helm não é para ser levado à sério de jeito nenhum. Sendo encarado dessa forma, até que é um passatempo divertido.

O Agente Secreto Matt Helm (The Silencers, Estados Unidos, 1966) Direção: Phil Karlson / Roteiro: Oscar Saul / Elenco: Dean Martin, Stella Stevens, Daliah Lavi / Sinopse: Para salvar a América de uma tragédia nuclear, apenas um homem poderia ser chamado, o agente secreto Matt Helm, interpretado pelo cantor Dean Martin. Filme baseado nos romances de espionagem escritos por Donald Hamilton.

Pablo Aluísio.

As Aventuras de Marco Polo

Um filme sobre o lendário Marco Polo, ainda mais sendo interpretado por Gary Cooper, certamente me deixou muito interessado. Pena que nada correspondeu ás expectativas. Tudo bem, se trata de um filme de aventuras do final da década de 1930, porém o roteiro, a produção e até mesmo os figurinos deixaram muito a desejar. O filme começa quando o pai de Marco Polo decide enviá-lo para uma longa jornada em direção à China. O objetivo é abrir uma rota comercial entre Veneza e o império chinês. Marco Polo é escolhido para liderar essa expedição. Importante lembrar que Marco Polo é considerado o primeiro europeu a ter contato com a civilização chinesa, isso ainda no século XI. Ele então embarca em seu aventura, mas as coisas começam muito mal. Durante uma tempestade no Mediterrâneo seu navio afunda. Ele é salvo por milagre, chegando a uma praia no Oriente Médio. Depois disso decide percorrer a jornada a pé mesmo, atravessando desertos, montanhas nevadas e todos os perigos.

O filme é historicamente incorreto. Afinal é apenas uma aventura de matinê e não estava mesmo nada programado para ser algo sério, de acordo com os fatos históricos. O figurino de  Gary Cooper é péssimo, algo que nada tinha a ver com as roupas da época, dos venezianos de seu tempo. Para piorar o roteiro logo derrapa em muitos clichês, envolvendo um bondoso imperador chinês, sua linda filha e um grão-vizir maléfico. Superficial, parece mesmo um produtor feito para adolescentes. Nem o romance entre Cooper e a filha do imperador consegue decolar. Por fim, para piorar tudo, o filme se passa na China, mas poucos são os atores orientais. Noventa por cento dos chineses que desfilam na tela são americanos com maquiagem para puxar os olhos. Assim sobra pouco para elogiar essa fraca aventura do passado.

As Aventuras de Marco Polo (The Adventures of Marco Polo, Estados Unidos, 1938) Direção: Archie Mayo / Roteiro: Robert E. Sherwood, N.A. Pogson  / Elenco: Gary Cooper, Sigrid Gurie, Basil Rathbone / Sinopse: Jovem, irresponsável e mulherengo, o veneziano Marco Polo é enviado por seu pai para a mais ambiciosa jornada de seu tempo. Ele deve chegar na China para estabelecer laços comerciais com aquela distante nação do oriente.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de novembro de 2018

Maria Antonieta

Não faz muito tempo li duas biografias sobre a rainha da França Maria Antonieta. O tema me interessou e como gosto de história decidi ler as obras. Com isso tive o interesse também de ver esse filme clássico sobre a monarca. Se trata de uma produção de 1938, com tudo o que de luxuoso e reluzente Hollywood tinha a oferecer naquela época. Cenários perfeitos, figurino classe A, reconstituição histórica muito bem realizada. Chegou-se ao ponto inclusive de se filmar várias cenas no próprio palácio de Versalhes, onde toda a história real aconteceu. Em termos de produção realmente não haveria nada do que reclamar. O ponto central sobre o filme seria o roteiro. Até que ponto ele seria historicamente fiel aos fatos? Como em Hollywood sempre houve uma tradição de romancear ao máximo eventos da história fui conferir o filme não esperando por grande coisa nesse aspecto. Para minha surpresa pude constatar que dentro do possível o roteiro seguiu sim, de forma fiel, a história da rainha. Em pouco mais de duas horas e quarenta minutos de duração esse clássico conseguiu contar de forma historicamente correta a biografia daquela que foi a última rainha da França. Claro que alguns detalhes foram alterados para dar maior agilidade dramática às cenas, mas nem isso estraga a adaptação. São detalhes que apenas um historiador especializado na história francesa conseguiria descobrir. Os fatos mais importantes de sua vida estão todos no filme, sem maiores equívocos.

A atriz Norma Shearer interpreta Maria Antonieta e se sai muito bem. A rainha tinha um comportamento extrovertido, frívolo, muitas vezes deslumbrada demais com seus gostos pessoais, principalmente no tocante a roupas e penteados extravagantes. Norma conseguiu trazer para a tela esse lado da rainha. Só senti falta mesmo dos famosos penteados no estilo pouf. Só em duas cenas se fizeram presentes. Acredito que o estúdio achou que seria um pouco demais, assim decidiram substituir por plumas mais elegantes. Um pequenino erro histórico, perdoável. E como era de se esperar o galã Tyrone Power repete sua persona cinematográfica ao dar vida ao conde Axel de Fersen, o grande amor da vida de Maria Antonieta. Galante e heroico, ele mantém toda a dignidade, mesmo sendo o amante secreto da rainha.

Para finalizar gostaria de chamar a atenção para as cenas finais. O diretor W.S. Van Dyke usou de uma bela sutileza narrativa. Ao invés de mostrar os horrores da guilhotina, ele decidiu ser mais sutil e discreto, respeitando o seu público. Nada de sensacionalismo sangrento. Usando de meros efeitos da edição de som conseguiu trazer todo o terror dessa verdadeira máquina de morte, sem ter que mostrar nada, o que foi bem-vindo. Não espere ver cabeças nobres rolando pelo chão vermelho de sangue. Também trouxe um aspecto importante ao filme ao mostrar o outro lado da revolução francesa que poucos pararam para pensar e refletir. O lado violento, cruel e sanguinário de seus participantes. Sobre isso foi extremamente feliz em sua composição da narração dos fatos históricos.

Maria Antonieta (Marie Antoinette, Estados Unidos, 1938) Direção: W.S. Van Dyke / Roteiro: Claudine West, Donald Ogden Stewart / Elenco: Norma Shearer, Tyrone Power, John Barrymore, Robert Morley / Sinopse: O filme conta a história da rainha francesa Maria Antonieta (1755 - 1793). Desde o momento em que ela fica sabendo de sua mãe, a rainha Maria Teresa da Áustria, que vai se casar com o futuro rei da França, até o dia de sua morte trágica por causa dos acontecimentos desencadeados pela revolução francesa. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Norma Shearer), Melhor Ator Coadjuvante (Robert Morley), Melhor Direção de Arte (Cedric Gibbons) e Melhor Música Original (Herbert Stothart).

Pablo Aluísio. 

A História de Elsa

Quem foi criança ou adolescente nos anos 70 no Brasil certamente vai se lembrar desse filme. Ele foi um dos maiores "clássicos" da Sessão da Tarde, sempre sendo reprisado nas tardes preguiçosas da semana. "A Historia de Elsa" conta a história real de um casal de americanos que acaba adotando uma leoa chamada Elsa. Eles são ligados ao meio selvagem, procuram desenvolver esse trabalho na África e acabam criando esse animal como se fosse um gatinho de estimação (algo que hoje em dia não é recomendado por especialistas na área). O curioso de tudo é que apesar de parecer um filme bem de rotina sobre animais, o filme acabou ganhando um grande prestígio entre a crítica americana em seu lançamento original, sendo vencedor até mesmo de dois prêmios Oscar naquele ano, algo que poucos sabiam quando o filme era exibido pela Rede Globo. Quem diria...

O filme recebeu duas estatuetas, ambas ligadas à parte musical da película. O maestro John Barry foi premiado duas vezes naquela noite. A primeira pela categoria de Melhor Música, essa chamada pelos americanos de Original Music Score se refere à trilha sonora incidental do filme, aquela trilha sonora que toca ao fundo nas cenas. Depois foi premiado na categoria de Música Original com a canção  "Born Free". Nada mal para esse grande compositor de tantos filmes, inclusive da franquia James Bond. Mais do que merecido pelo seu sempre caprichado trabalho.

A História de Elsa (Born Free, Estados Unidos, 1966) Direção: James Hill, Tom McGowan / Roteiro: Lester Cole, baseado no livro escrito por Joy Adamson / Elenco: Virginia McKenna, Bill Travers, Geoffrey Keen / Sinopse: O filme conta a história de uma família americana vivendo na África selvagem que acaba adotando uma pequena leoa órfã chamada Elsa. Filme baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A Volta dos Homens Maus

Mais um bom western estrelado por Randolph Scott. Ele interpreta um rancheiro que decide vender seu gado, sua propriedade, para ir embora, para outra cidade, onde está prestes a acontecer uma nova corrida ao ouro. Antes disso porém uma quadrilha de assaltantes a banco invade uma pequena cidade. No grupo se encontra até mesmo uma mulher, Cheyenne (Anne Jeffreys), que durante uma fuga acaba sendo baleada, indo parar no rancho de Scott. Ele decide ajudá-la. Não apenas a escondendo da patrulha que a persegue, como também pedindo ajuda ao médico local. Curada, ela decide finalmente se redimir daquela vida. Outro personagem interessante do filme - e o alívio cômico - vem do personagem interpretado pelo ator George 'Gabby' Hayes. Ele fez muitos filmes ao lado de John Wayne e John Ford, sempre interpretando velhinhos matutos e bons de briga. Aqui ele esbanja a mesma linha de humor que o tornou conhecido nos filmes de faroeste daquela época.

Outro ponto que vai chamar a atenção dos fãs de western vem da quadrilha de assaltantes a banco. Ela é formada por lendas do velho oeste como Billy The Kid, Sundance Kid, os irmãos Dalton. Clato que os roteiristas desse filme fizeram uma salada geral, juntando personagens históricos reais em um mesmo bando. Na realidade eles viveram em épocas e lugares diferentes e nunca se conheceram de fato. Porém para esse filme todos foram reunidos em prol da diversão do público. De maneira em geral gostei muito dessa produção. É bem realizado, tem um bom roteiro e um desfecho que segue a tradição de muitos filmes de western, com direito a um duelo bem no meio de uma cidade fantasma localizada no deserto.

A Volta dos Homens Maus (Return of the Bad Men, Estados Unidos, 1948) Direção: Ray Enright / Roteiro: Charles O'Neal, Jack Natteford / Elenco: Randolph Scott, Robert Ryan, Anne Jeffreys, George 'Gabby' Hayes, Jacqueline White / Sinopse: Quadrilha de pistoleiros e foras-da-lei se reúne em uma pequena cidadezinha do velho oeste para roubar o banco local. Enquanto isso um rancheiro decide vender tudo para entrar na corrida ao ouro que está sendo organizada rumo ao novo estado da Califórnia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Sabata Adeus

Título no Brasil: Sabata Adeus
Título Original: Indio Black, Sai Che Ti Dico: Sei Un Gran Figlio Di...
Ano de Produção: 1970
País: Itália, Espanha
Estúdio: Produzioni Europee Associati (PEA)
Direção: Gianfranco Parolini
Roteiro: Renato Izzo
Elenco: Yul Brynner, Dean Reed, Ignazio Spalla
  
Sinopse:
Sabata (Yul Brynner), o infame pistoleiro vestido de negro, resolve liderar um grupo de bandoleiros na perigosa tarefa de roubar um rico carregamento de ouro proveniente do império austro-húngaro em direção ao México. Para deter os impulsos criminosos de Sabata e seus homens a fortuna passa a ser protegida pelo Coronel Skimmel (Gérard Herter), um militar veterano e linha dura que está determinado a capturar e matar Sabata a todo custo.

Comentários:
Esse é o segundo filme presente no box The Spaghetti Western Collection. Como se sabe o personagem Sabata foi imortalizado nas telas pelo ator Lee Van Cleef em "Sabata, o Homem que Veio para Matar" (1969). Apesar do grande sucesso de bilheteria ele recusou todas as propostas para voltar ao papel. Estava com receios de ficar marcado apenas por um personagem. Assim os produtores tiveram que pensar em um substituto à altura. Resolveram então importar o russo Yuli Borisovich Bryner do cinema americano. Brynner naquela altura já estava consagrado graças a filmes de sucesso que realizou nos Estados Unidos como por exemplo o clássico western "Sete Homens e um Destino". Isso por si só já trazia grande publicidade para o filme. Além disso o fato de interpretar um personagem tão marcante como Sabata chamaria a atenção do público em geral de uma maneira ou outra. De fato o filme fez sucesso, mas também foi alvo de críticas, principalmente por causa de Brynner, acusado de não ter conseguido fazer um grande trabalho com o famoso pistoleiro do western spaghetti. Em minha opinião ele não se saiu mal, o problema é que o público realmente queria reencontrar Cleef do filme original. Tanto que atendendo aos apelos dos fãs Lee Van Cleef finalmente aceitaria fazer novamente Sabata em "Sabata Vem para Vingar" (1971), sua despedida final do personagem. Esse "Sabata Adeus" tem uma excelente produção (o filme foi rodado nos famosos estúdios de Cinecittà em Roma), mas realmente não criou um vínculo maior com seu público. Agora, passados tantos anos, temos uma boa oportunidade para fazer uma revisão mais imparcial sobre os méritos dessa obra cinematográfica.

Pablo Aluísio.

Vou, Mato e Volto

Título no Brasil: Vou, Mato e Volto
Título Original: Vado... l'Ammazzo e Torno
Ano de Produção: 1967
País: Itália
Estúdio: Fida Cinematografica
Direção: Enzo G. Castellari
Roteiro: Tito Carpi, Enzo G. Castellari
Elenco: George Hilton, Edd Byrnes, Gilbert Roland
  
Sinopse:
Quando um rico carregamento de ouro desaparece, provavelmente fruto do roubo de uma gangue de criminosos, três homens decidem ir atrás do tesouro roubado. Um bandoleiro, um banqueiro e um homem de passado incerto conhecido apenas como "o estranho". Juntos eles estão dispostos a lutar e enfrentar qualquer desafio para resgatar os 300 mil dólares em metal precioso que se encontram de posse dos ladrões.

Comentários:
Dando prosseguimento na análise dos filmes que fazem parte do box "The Spaghetti Western Collection" chegamos nesse curioso faroeste que nos Estados Unidos recebeu o título de "Any Gun Can Play". O filme é estrelado por George Hilton, o ator uruguaio que se passava por americano em filmes italianos! Mais internacional do que isso, impossível! Seu personagem novamente não tem nome, dando sequência na tradição do western spaghetti da época onde pistoleiros sem nome chegavam em cidades perdidas do velho oeste para trazer alguma justiça naquelas terras sem lei. Nesse tipo de caracterização o mistério em torno desse tipo de personagem já era a metade da atração do roteiro em si. Além disso, como convém a todo pistoleiro durão, quanto menos palavras tivesse a declamar em cena, melhor. Afinal de contas eram homens de ação e não de palavras. Em vista disso não era necessário também ter grandes atores em cena para encarnar esse tipo de papel. O sujeito, para falar a verdade, só precisava mesmo ter uma boa pinta de gringo para emplacar uma produtiva carreira no cinema italiano. Era bem o caso de Jorge Hill Acosta y Lara ou melhor dizendo George Hilton. Sob direção do bom cineasta Enzo G. Castellari (de outras conhecidas fitas do gênero como "Deus Criou o Homem e o Homem Criou o Colt", "Vou, Vejo e Disparo" e "Mate Todos Eles e Volte Só"), Hilton acaba convencendo. No geral é um bom spaghetti, valorizado ainda mais pelas boas sequências de ação e tiroteios.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A Renegada

Título no Brasil: A Renegada
Título Original: Woman They Almost Lynched
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: Allan Dwan
Roteiro: Steve Fisher, Michael Fessier
Elenco: Joan Leslie, John Lund, Brian Donlevy, Audrey Totter, James Brown 
  
Sinopse:
Sally Maris (Joan Leslie) é uma professorinha de ensino fundamental que decide ir até o velho oeste ensinar crianças. No meio da viagem sua diligência é atacada pela terrível quadrilha liderada por Charles Quantrill (Brian Donlevy). Levada para Border City ela tenta recomeçar sua vida, mas fica decepcionada ao saber que seu próprio irmão agora é dono de saloon na cidade. Uma atividade que ela considera indigna. Após ele ser morto numa briga com membros da gangue de Quantrill ela acaba herdando o estabelecimento, para escândalo das mulheres da região.

Comentários:
Bom western B da Republic Pictures que explora novamente a figura de Charles Quantrill (Brian Donlevy). Ele foi um personagem real da história americana, um bandoleiro que inicialmente se uniu às tropas confederadas durante a guerra civil, mas que depois foi renegado pelo próprio general Robert Lee por causa de sua brutalidade contra as populações civis das cidades às quais atacava. Nesse filme ele surge de forma romanceada, inclusive os famosos irmãos James, que faziam parte de seu bando, estão também completamente desvirtuados do que foram na vida real. Jesse James (Ben Cooper), por exemplo, é apenas mais um garoto valentão, um pistoleiro que apesar da pouca idade já matou muitas pessoas. O roteiro se desenvolve mesmo em cima das personagens de Sally Maris (Joan Leslie), uma garota do leste que vai ao velho oeste ensinar as crianças e acaba dona de saloon e Kate Quantrill (Audrey Totter), mulher de Quantrill, uma mulher tão violenta e boa do gatilho quanto seu próprio marido. Ela teria tido um caso amoroso no passado com o irmão assassinado de Sally e por essa razão cria-se logo uma grande rivalidade entre elas - com direito a uma briga violenta no saloon entre as duas mulheres, rolando pelo chão, puxando cabelos, etc! Acima de tudo "Woman They Almost Lynched" prova que a Republic também sabia produzir bons faroestes quando tinha material de qualidade em mãos.

Pablo Aluísio.

Mate Todos Eles e Volte Só

Título no Brasil: Mate Todos Eles e Volte Só
Título Original: Ammazzali Tutti e Torna Solo
Ano de Produção: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: Fida Cinematografica, Centauro Films
Direção: Enzo G. Castellari
Roteiro: Tito Carpi, Enzo G. Castellari
Elenco: Chuck Connors, Frank Wolff, Franco Citti
  
Sinopse:
Clyde Mac Kay (Chuck Connors) é um mercenário que resolve aceitar a proposta do exército confederado durante a guerra civil americana. Ele deverá se alistar no exército da União com seu bando, com o objetivo de roubar milhões de dólares em ouro das reservas do governo de Washington. A fortuna deverá ser usada pelos rebeldes para prolongar a guerra o máximo possível, evitando assim uma derrota humilhante.

Comentários:
De uma coisa não se pode acusar o Western Spaghetti: de não ter títulos imaginativos! O diretor Enzo G. Castellari então era bem criativo no momento de nomear seus próprios filmes. Aqui Castellari contou com a presença do americano de origem irlandesa Chuck Connors. A história dele é bem interessante. Connors foi um bem sucedido jogador de beisebol nos Estados Unidos antes de virar ator. Ele brilhou nos campos jogando para times populares como o Chicago Cubs e o Brooklyn Dodgers. Depois do sucesso como esportista decidiu que queria ser ator. Participou de filmes famosos como "Sangue de Apache" e "Da Terra Nascem os Homens". Percebendo que a concorrência era muito acirrada nos Estados Unidos resolveu tentar a sorte na Itália, realizando filmes de faroeste no velho continente. Acabou se dando bem, colecionando sucessos no Western Spaghetti. Essa foi uma das fitas que rodou. Anos depois ele teria sua carreira abalada após tabloides de Los Angeles divulgarem que ele era gay! De qualquer maneira nesse "Mate Todos Eles e Volte Só" ele está em seu tipo habitual nas telas, a do pistoleiro durão, de poucas palavras, que não leva desaforos para casa.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

O Quarto Andar

Esse é daquela série "filmes que ninguém viu e se viu, já esqueceu". O roteiro propõe a ser um suspense sobre uma jovem garota chamada Jane Emelin (Juliette Lewis). Ela acaba herdando o velho apartamento de seu avô. O que parece ser algo bom, acaba se revelando um presente de grego, já que o lugar esconde segredos. O próprio avô morreu em circunstâncias misteriosas e os vizinhos parecem saber de tudo, mas nada contam. Aliás são pessoas esquisitas e estranhas, uma verdadeira fauna de tipos bizarros. O filme tem boa premissa, mas falha em desenvolver seu enredo. O que se sobressai no final das contas é o bom elenco de apoio.

William Hurt, um ator sempre correto em cena, está especialmente sinistro. E o que dizer de Shelley Duvall? Ela sempre foi muito adequada para esse tipo de personagem. A simples aparição da atriz em corredores mal iluminados já garante o susto ao espectador. Enfim, não é um suspense nota 10, mas também passa longe de ser desprezível. O filme foi esquecido, quase que completamente, mas vale a espiada. A moral da história? Nunca se mude para lugares com um passado que você desconheça.

O Quarto Andar (The 4th Floor, Estados Unidos, 1999) Direção: Josh Klausner / Roteiro: Josh Klausner / Elenco: Juliette Lewis, William Hurt, Shelley Duvall / Sinopse: Um filme com trama envolvendo mistério e morte, com final surpreendente.

Pablo Aluísio.

Que Mulher É Essa?

O que falar desse filme? Eu me recordo que assisti no canal HBO, ainda no começo do canal. Não é definitivamente um filme que eu iria locar, por pura falta de interesse. Mesmo assim na TV a cabo acabei vendo. Nenhuma surpresa. É um filme com um roteiro bem básico, que se apoia muito (para não dizer totalmente) na beleza da atriz Liv Tyler. Assim temos um grupo de homens apaixonados por ela, cada um com uma visão diferente da garota. A Liv, que nunca foi boba nem nada, aproveita o plot para literalmente desfilar suas poses em cada cena.

A boa notícia é que ela estava mesmo no auge da beleza, ainda bem jovial e sensual. Cinematograficamente porém isso é muito pouco, pois não consegue sustentar um filme. Para piorar a distribuidora nacional escolheu um péssimo título nacional, com uma pergunta estúpida. Enfim, esse "One Night at McCool's" só é recomendado mesmo para os fãs incondicionais de Liv Tyler... se é que eles ainda existam nos dias de hoje!

Que Mulher É Essa? (One Night at McCool's, Estados Unidos, 2001) Direção: Harald Zwart / Roteiro: Stan Seidel / Elenco: Liv Tyler, Matt Dillon, Mary Jo Smith / Sinopse: A história de uma linda garota que usa de sua beleza para alcançar seus objetivos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Sedução Fatal

Um filme que poucos se lembram hoje em dia. É uma fita que se propõe a resgater em termos os elementos que fizeram o sucesso do cinema noir lá no passado, especialmente nas décadas de 1940 e 1950. Um ainda bem jovem Ewan McGregor interpreta um ex-espião, agora trabalhando como detetive particular, que segue os passos de uma estranha mulher, Joanna (Ashley Judd). Por onde ela passa deixa um rastro de mortes e crimes, o que fascina ainda mais o detetive.

Em seu rastro ele começa a colaborar indiretamente com a serial killer, apagando inclusive pistas essenciais para que os policiais a incriminem. Assim Ewan McGregor interpreta uma espécie de stalker (perseguidor) com desejos perigosos. O filme funciona apenas em parte. No começo quando o espectador começa a entender o enredo, tudo parece bem intrigante e diferente. Depois de um tempo o joguinho de sombras e escuridão começa a cansar. De uma maneira ou outra esse "Eye of the Beholder" pode ser uma boa opção para quem gosta do ator Ewan McGregor, aqui ainda em comecinho de carreira.

Sedução Fatal (Eye of the Beholder, Inglaterra, Canadá, 1999) Direção: Stephan Elliott / Stephan Elliott, baseado na novela policial escrita por Marc Behm / Elenco: Ewan McGregor, Ashley Judd, Patrick Bergin / Sinopse: Um detetive segue os passos de uma estranha mulher.

Pablo Aluísio.

Entrega a Domicílio

Todo mundo precisa começar de algum lugar. Não que o ator Paul Rudd seja um comediante excepcional, fora de série, nada disso. Aqui ele está em uma comédia romântica das mais bobinhas. O enredo é bobo, como tudo. Um jovem estudante, pensando estar sendo traído pela namorada, resolve lhe escrever uma carta terminando tudo. Nesse meio tempo ele descobre que está errado, que ela nunca o traiu. A partir daí ele começa uma corrida desesperada para evitar que a carta seja entregue a ela. Mais bobalhão impossível!

É um daqueles filmes bem descartáveis, que só não se torna uma perda completa de tempo por causa, entre outras coisas, da presença da atriz Reese Witherspoon no elenco. Ainda jovem, carismática - naquele estilo garota séria, quase psicótica e obsessiva com perfeição - a Reese salva o filme da ruína total. Provavelmente esse tipo de fita seja uma daquelas que ela hoje em dia deve sentir um pouquinho de vergonha por ter feito. Coisas da vida.

Entrega a Domicílio (Overnight Delivery, Estados Unidos, 1998) Direção: Jason Bloom / Roteiro: Marc Sedaka, Steve Bloom / Elenco: Paul Rudd, Christine Taylor, Reese Witherspoon / Sinopse: A vida de uma garota comum muda completamente quando ela cai em uma armadilha.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de novembro de 2018

A Rosa Púrpura do Cairo

Filme muito bom, de um tempo em que o diretor Woody Allen estava mais preocupado em fazer bom cinema do que se explicar para a imprensa por problemas de sua vida pessoal. Além disso esse é um tipo de filme bem mais realizado, com roteiro muito original e inteligente, bem ao contrário de seus últimos filmes que me soam cada vez mais artificiais, plásticos, sem substância. Steven Spielberg uma vez disse que um diretor de cinema só consegue manter o alto padrão de sua filmografia por no máximo uma década. Analisando os filmes de Allen chegamos nessa mesma conclusão. A boa notícia é que esse filme é de sua fase mais original e autoral, com um toque de mestre.

O filme conta uma estorinha pouco usual. Durante a década de 1930 uma espectadora pacata de cinema se vê diante de uma situação surreal. O seu personagem preferido de um filme salta da tela para o mundo real.  Jeff Daniels interpreta esse caçador branco que pula literalmente de um velho filme de aventuras para passar algum tempo no mundo das pessoas comuns. Claro, Allen aqui exercita a metalinguagem em um nível que nunca havia sido visto na sétima arte. Ainda bem que nesse processo acabou criando esse pequena obra prima cinematográfica.

A Rosa Púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo, Estados Unidos, 1985) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Mia Farrow, Jeff Daniels, Danny Aiello / Sinopse: Durante os anos 1930 um personagem de cinema resolve atravessar a tela, vindo parar no mundo real das pessoas comuns. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Woody Allen). Vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.

Pablo Aluísio.

O Garoto do Futuro

Outro filme que podemos chamar de pequeno "clássico" da Sessão da Tarde. Só nos anos 80 mesmo teríamos um filme como esse, da linha mais adolescente, só que com um roteiro muito esquisito (e ao mesmo tempo divertido). O ator Michael J. Fox interpretava um jovem colegial que tinha uma vida comum, normal, como muitos outros jovens de sua idade. Fase boa da vida, com colégio, namoradinha da escola, tudo seguindo numa boa, até que um dia ele descobre que é descendente de uma linha de lobisomens! Isso mesmo, ele em breve vai virar um monstro!

Só que seu pai o acalma, quem sabe virado em metade homem, metade lobo, ele não venha a se tornar o melhor jogador de basquetebol do colégio! Surreal, não é mesmo, mas muito divertido também. O roteiro brinca o tempo todo com a cultura pop. Outro aspecto a se considerar é que nesse mesmo ano Michael J. Fox faria o grande sucesso "De Volta Para o Futuro", assim o estúdio esperou o lançamento desse blockbuster para só depois lançar essa fita bem mais modesta, que acabou pegando carona no sucesso do filme de Zemeckis. Inclusive a distribuidora nacional sem o menor pudor resolveu apelar, criando o título "O Garoto do Futuro" que não tinha nada a ver com o filme que deveria se chamar mesmo "O Lobo Adolescente". Tudo para forçar uma barra com "De Volta Para o Futuro". Que coisa hein?

O Garoto do Futuro (Teen Wolf, Estados Unidos, 1985) Direção: Rod Daniel / Roteiro: Jeph Loeb, Matthew Weisman / Elenco: Michael J. Fox, James Hampton, Susan Ursitti / Sinopse: Scott Howard (Michael J. Fox) é um jovem adolescente colegial comum, como tantos outros, até o dia que descobre que sua família carrega a maldição da lua cheia e ele em breve também vai virar um lobisomem! O que fazer? Talvez se tornar o melhor jogador de basquete do time da escola... quem sabe...

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de novembro de 2018

Carlota Joaquina

Recentemente revi esse filme. Já tinha visto nos anos 90, quando ele foi lançado pela primeira vez. Naquela ocasião se disse que seria a retomada do cinema brasileiro após a era Collor. Foi um filme bancado quase que exclusivamente pela diretora Carla Camurati. Não é um filme historicamente preciso, nem essa foi a intenção da diretora. Ela assim aposta quase numa fábula, quando um escocês e uma garotinha conversam na praia e o assunto Brasil vem à tona. A partir daí ele começa a contar a história da vinda da família real portuguesa ao Brasil, obviamente com ênfase em Carlota Joaquina, a esposa de Dom João VI.

De fato há bom material sobre ela. Passou longe de ser uma rainha comum. Na verdade estava mais para megera e bruxa e Carla investe nisso, mas claro tudo sob um viés de muito bom humor. E no humor ninguém se destacaria mais do que Marco Nanini. Ele interpreta um rei caricato, sempre cambaleante, peruca despenteada e fora do lugar, escondendo sempre uma coxinha de galinha em sua roupa quase aos farrapos. É obviamente uma visão bem cartunesca, baseada em anos dessa imagem do improvável rei português. O roteiro porém acerta quando mostra que mesmo o monarca sendo um desastrado, covarde e até abobalhado, era capaz de tomar as decisões certas. O orçamento do filme foi pequeno, o que em alguns momentos fica claro na tela, mas mesmo assim o filme consegue convencer. Também com personagens históricos tão interessantes iria ficar mesmo complicado passar por cima da curiosidade natural em torno da história de nosso país.

Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (Brasil, 1995) Direção: Carla Camurati / Roteiro: Carla Camurati, Melanie Dimantas / Elenco: Marieta Severo, Marco Nanini, Marcos Palmeira, Antonio Abujamra, Beth Goulart, Ney Latorraca, Vera Holtz, Thales Pan Chacon / Sinopse: O filme traz uma visão bem humorada da vinda da família real portuguesa ao Brasil. O Rei Dom João VI, sua esposa Carlota Joaquina e toda a corte fugiram às pressas para a colônia após a ameaça de Napoleão Bonaparte em invadir as terras da nação lusa.

Pablo Aluísio.

Fúria Cannabis

O filme mostra o abismo em que a sociedade americana está afundada atualmente no tocante à questão das drogas. Os personagens são pessoas comuns, não criminosos, que acabam se envolvendo de uma forma ou outra com a chamada guerra das drogas. Um dos protagonistas é um jovem que fica desempregado. Sem dinheiro ele decide roubar alguns pés de maconha da plantação de um traficante. Tudo para revender e ter o que comer no fim do dia. A história se passa em uma das regiões mais pobres dos Estados Unidos, bem no meio do sul pantanoso.

Outro personagem curioso é um homem que viu sua vida acadêmica ser arruinada. Ele tinha tudo para vencer como professor universitário, era articulado e inteligente, mas no final deu tudo errado. Para sobreviver ele passa então a também vender maconha. E assim segue esse bom filme, mostrando pessoas que acabam se envolvendo no tráfico de uma forma ou outra. Embora existam boas cenas de ação, o principal mérito dessa produção é mostrar mesmo a vida barra pesada desse grupo de personagens sem futuro e sem esperança. Um bom retrato de uma América repleta de drogas e viciados, uma sociedade perdida nesse ponto de vista.

Fúria Cannabis (The World Made Straight, Estados Unidos, 2015) Direção: David Burris / Roteiro: Ron Rash, Shane Danielsen / Elenco: Noah Wyle, Jeremy Irvine, Minka Kelly / Sinopse: O filme mostra a realidade de pessoas comuns, empobrecidas, que vivem numa cidade do sul dos Estados Unidos. Para sobreviverem elas acabam entrando de uma forma ou outra no tráfico de drogas, em especial da maconha, nessas regiões.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Um Preço Acima dos Rubis

Eu sempre gostei dos filmes da atriz Renée Zellweger. Hoje em dia, como sabemos, ela destruiu sua imagem com uma série desastrosa de cirurgias plásticas que inclusive  mudaram suas feições, o que foi um absurdo completo. Nesse filme aqui, ainda bem, isso ainda não tinha acontecido. Renée Zellweger estava como sempre a conhecemos desde o começo de sua carreira, ou seja, era uma mocinha adorável. O interessante é que se trata de um drama até com tema meio pesado. Bem diferente da linha de seu trabalho na época, que ia de comédias românticas a filmes mais leves. Claro que ela estava mirando em prêmios maiores, como até mesmo o Oscar.

O tema do filme gira em torno de uma jovem mulher da comunidade judaica. Renée Zellweger interpreta Sonia Horowitz. Ela faz parte de uma uma família de judeus ortodoxos. Costumes fechados, rígidos, extremamente conservadores e tradicionais. No fundo ela sempre almejou por maior liberdade, mas como conseguir isso no meio daqueles parentes de costumes tão limitadores? Procurando por um pouco de independência pessoal, ela acaba indo trabalhar na joalheria do cunhado, ao mesmo tempo em que começa a se interessar por um homem latino, fora de seu meio social. Filme muito bom, embora, como já frisei, um pouco pesado, com forte carga dramática. Mesmo assim gostei bastante, principalmente pelos figurinos, pela direção de arte e reconstituição histórica. É um filme do tempo em que a Renée Zellweger ainda não tinha feito o grande erro de sua vida.

Um Preço Acima dos Rubis (A Price Above Rubies, Estados Unidos, 1998) Direção: Boaz Yakin / Roteiro: Boaz Yakin / Elenco: Renée Zellweger, Christopher Eccleston, Julianna Margulies / Sinopse: Jovem judia, nascida e criada numa comunidade fechada de judeus ortodoxos, sonha em ter mais liberdade e independência. Após ir trabalhar na joalheria de um parente acaba se apaixonando por um jovem artista latino. Filme indicado ao prêmio de melhor direção no Deauville Film Festival e melhor atriz (Renée Zellweger) no New York Film Critics Circle Awards.

Pablo Aluísio.

Taken

Título no Brasil: Taken
Título Original: Taken
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Television
Direção: Tobe Hooper, Breck Eisner, Bryan Spicer
Roteiro: Leslie Bohem
Elenco: Dakota Fanning, Matt Frewer, Emily Bergl, Heather Donahue, Adam Kaufman, Adam Kaufman

Sinopse e Comentários:
Foi com grande expectativa que os fãs de Steven Spielberg esperaram por essa série de TV. Afinal o programa era produzido pelo próprio Spielberg, através de sua companhia cinematográfica, a DreamWorks. Some-se a isso o fato do diretor estar voltando ao tema dos extraterrestres que tinham dado origem a dois clássicos absolutos do cinema sob sua direção, "ET- O Extraterrestre" e "Contatos Imediatos de Terceiro Grau".

Só que as expectativas não deram em nada. De certo modo essa série foi bem decepcionante. O tema central de seus dez episódios era o estranho fenômeno dos abduzidos. Pessoas que diziam ter sido levadas por naves espaciais de origem extraterrestre, onde eram submetidas a diversas experiências, inclusive com a implantação de chips debaixo de suas peles. A mesma roteirista escreveu os roteiros de todos os episódios, muitas vezes se baseando em depoimentos de pessoas reais. Ficou chato. A verdade é que muitas dessas estórias não passam de lendas urbanas um pouco mais elaboradas, com influência da cultura Sci-fi. Nada mais do que isso. Nem o fato de Spielberg ter contratado bons diretores, como Tobe Hooper, ajudou no resultado final. Achei realmente muito fraco em todos os aspectos.

Pablo Aluísio.