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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

O Exorcista: O Devoto

O Exorcista: O Devoto
Duas adolescentes, amigas de escola, vão até um bosque e lá, por mera brincadeira, fazem rituais antigos de invocação de espíritos. Algo dá muito errado e elas desaparecem por três dias. Após esse tempo, os pais e os policiais conseguem localizá-las em uma fazenda da região onde foram encontradas por trabalhadores locais em um celeiro. Só que em seu retorno elas estão diferentes, apresentando comportamento completamente fora dos padrões. Tudo indica que estão possuídas pelo Diabo, mas os pais resistem em aceitar essa explicação medieval da situação. Uma delas, cuja mãe precisou morrer para que ela nascesse, tem um pai cético que acaba tendo que rever seus conceitos cobre Deus, os demônios e a existência real do inferno. Essa é em síntese a premissa básica desse novo filme da franquia "O Exorcista". 

Um grupo de novos produtores compraram os direitos do uso da propriedade intelectual e esse filme se torna assim o primeiro de uma sequência que eles planejam terminar como uma trilogia moderna do tema. Pena que esse filme seja tão fraco. Não tem jeito, esse novo filme da franquia cinematográfica "O Exorcista" foi estragado por essa cultura Woke que impera atualmente em Hollywood. Tudo que é demais, estraga, vamos falar a verdade. Para se ter uma ideia na cena clímax do exorcismo há tanta gente no quarto onde o ritual está sendo feito que mais parece a reunião de uma assembleia de religiões. Em nome da diversidade não há apenas um padre católico, mas também um pastor, uma representante das religiões de matriz africana e etc, etc.  Só faltou mesmo um monge budista, um médium espírita e representantes de cada religião que existe... Brincadeiras à parte, que coisinha chata essa situação... Já deu para entender que todas as religiões estão no filme, mas precisava mesmo disso? Todo filme tem que ter esse tipo de coisa daqui em diante? Isso causa um travamento do desenvolvimento da história. Tudo em nome da tal diversidade. Ficou chato demais... E não fica nisso, tudo é intercalado com a cultura woke, até mesmo a caracterização dos personagens principais. Assim o filme foi mesmo estragado nesses termos. 

De qualquer forma ainda há bons momentos, mesmo que pontuais, como a cena de Katherine entrando no meio de culto evangélico, por exemplo. Lamento que boas cenas como essa são raras. Perdeu-se muitas boas ideias nesse roteiro que muitas vezes se revela genérico. E o final? Surge uma boa ideia na cena final, mas até nisso estragaram tudo. Não levaram adiante a escolha que deveria ser feita e quando ela é feita não vai em frente, fica sem sentido, inconclusiva! A bilheteria desse novo filme não foi boa, o que talvez venha a enterrar as pretensões de se produzir mais dois filmes. Pensando bem, isso até que não seria ruim, a não ser que os produtores repensem tudo o que estão fazendo. Tem que mudar daqui em diante. Ou fazem um bom filme de terror mesmo ou então vão continuar com esse discursinho ideológico chato. Façam suas escolhas. 

O Exorcista: O Devoto (The Exorcist: Believer, Estados Unidos, 2023) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Peter Sattler, David Gordon Green, Scott Teems / Elenco: Lafortune Joseph, Leslie Odom Jr., Gastner Legerme / Sinopse: Duas adolescentes são possuídas pelo demônio conhecido como Pazuzu. E eles acabam tendo um elo de ligação com a possessão da jovem garota que ocorreu nos agora distantes anos 70. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Halloween Ends

Mais um filme da franquia Halloween. Nos últimos anos os produtores dessa série de filmes andam exagerando na quantidade de produções lançadas. Nos últimos 4 anos, saíram 3 filmes novos!. É um pouco demais, até mesmo para filmes de terror caça-níqueis como esse. E os filmes de modo em geral, são bem fracos e derivativos sem nenhuma novidade digna de nota. Tudo pela bilheteria fácil mesmo. Afinal, o feriado de Dia das Bruxas é muito popular nos Estados Unidos, então nada mais conveniente do que um filme dessa marca sendo lançado nos cinemas nessas datas. O aspecto artistico, obviamente, fica em segundo plano. O importante é faturar ao máximo com a marca registrada nos cinemas. Algo que vem de longe. Desde os anos 70, com o primeiro filme. 

Esse aqui é bem ruim. Não traz nada de muito relevante. O assassino Michael Myers agora vive escondido nos esgotos da cidade. E um improvável seguidor de seus métodos cruéis e violentos surge. Nada mais do que o namorado da filha da personagem interpretada por Jamie Lee Curtis. É um gancho narrativo bobo e forçado para tentar trazer alguma novidade para essa história que já deveria ter terminado há muitos anos. Para se ter uma ideia, o assassino, se fosse uma pessoa real, estaria com mais de 80 anos de idade. Não iria conseguir matar mais ninguém! Então esse Mike Myers dos filmes virou uma espécie de super-vilão imortal. Enfim, várias ideas ruins em um filme igualmente muito ruim.

Halloween Ends (Estados Unidos, 2022) Direção: David Gordon Green / Roteiro: David Gordon Green / Elenco: Jamie Lee Curtis, Andi Matichak, Blaque Fowler / Sinopse: Após anos desaparecido, o assassino Mike Myers retorna para mais uma série de matanças na noite do Dia das Bruxas. E ele agora tem um seguidor. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Halloween Kills

Halloween é a franquia de filmes de terror que se recusa a morrer. E nessa retomada da abertura dos cinemas pelo mundo esse novo filme dessa velha linha de terror acabou se tornando mais um inesperado sucesso, frequentando a lista dos filmes mais vistos nessas últimas semanas. O filme até que começa bem. O roteiro cria uma ponte de ligação com o primeiro filme que foi lançado lá no distante ano de 1978. Acontece que o assassino Michael Myers está retornando para sua velha casa, onde matou sua irmã. E no caminho de volta acaba reencontrando vítimas que sobreviveram aos seus ataques no passado. E assim ele vai enfrentar todos aqueles que não conseguiu matar, em especial a personagem de Jamie Lee Curtis. Ela agora é uma avó, com problemas de saúde, mas ainda disposta a enfrentar seu antigo inimigo.

A produção tentou contratar o máximo de atores que atuaram no primeiro filme. Faz tanto tempo que os que eram garotinhos no filme original hoje já são quase idosos. Jamie Lee Curtis já está idosa, com longos cabelos brancos. O roteiro derrapa ao tentar seguir esse tipo de cronologia fiel. Isso porque não tem lógica. Se as vítimas do primeiro filme já são idosos hoje em dia o que se dirá do próprio Mike Myers? Ele já estaria com 70 ou 80 anos de idade. Mas isso é ignorado pois ele surge no filme com pleno vigor físico saindo no braço com jovens e tudo mais. Lógica zero. O pior acontece no final do filme. O roteiro tenta colocar Myers como uma espécie de criatura que encarna todo o mal e que por isso seria praticamente imortal. Com um final inconclusivo e absurdo, tudo o que foi mostrado antes no filme perde valor. Só sobra a ganância por mais continuações que estarão por vir.

Halloween Kills: O Terror Continua (Halloween Kills, Estados Unidos, 2021) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Scott Teems / Elenco: Jamie Lee Curtis, Anthony Michael Hall, Judy Greer, Andi Matichak / Sinopse: O assassino Mike Myers está de volta para sua velha casa na noite de Halloween. E ele continua a matar todos os que cruzam seu caminho.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Halloween

Michael Myers está de volta! 40 anos depois da estreia do primeiro filme da franquia "Halloween" os estúdios decidiram que não poderiam deixar passar essa data em branco. Assim tiraram o velho psicopata da aposentadoria para faturar mais alguns milhões nas bilheterias. E sob o ponto de vista comercial o filme deu muito certo mesmo, faturando quase 250 milhões de dólares - um número bem satisfatório em termos de filmes de terror, ainda mais quando se gastou apenas 10 milhões em sua produção. Lucro certo e de certa maneira bem fácil. É a força do nome de certas franquias que trazem esse tipo de retorno lucrativo para os produtores. Tiro certo e no alvo! Já sob o ponto de vista puramente cinematográfico... bem, não há outro veredito: o filme é fraco mesmo. Basicamente uma forçada de barra para trazer Myers de volta às ruas na noite de Halloween. Quando o filme começa um casal de jornalista investigativos decide ir até o manicômio onde Myers vive para tentar tirar pelo menos uma palavra de sua boca. Ele está há décadas sem falar nada, com ninguém, nem com seu médico. A tentativa de entrevista fracassa, mas o destino parece estar a favor de Myers. Quando ele é transferido para outro estabelecimento prisional o ônibus onde está derrapa e sofre um acidente. De repente o antigo matador está de volta às ruas, em plena liberdade. E o que ele faz quando isso acontece? Ora, simples de saber, ele sai matando a esmo pelas ruas da cidade.

Pior para Laurie Strode (Curtis). Ela foi uma de suas primeiras vítimas. Tem verdadeira obsessão com o passado, o que a tornou uma mulher completamente paranoica e estranha. Agora ela vai precisar defender não apenas sua filha, mas também sua neta, da sede de morte de Mike Myers. E o roteiro é basicamente isso. Claro que o final se revela logo dúbio, para deixar uma porta aberta para futuros filmes. Produtores não são bobos, eles esperam para ver o resultado comercial do filme. Como deu certo nas bilheterias é bem provável que uma nova leva de filmes venha por aí. Haja sangue jorrando...

Halloween (Estados Unidos, 2018) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Jeff Fradley, Danny McBride / Elenco: Jamie Lee Curtis, Judy Greer, Andi Matichak / Sinopse: Depois de ficar décadas aprisionado numa instituição para loucos homicidas, o assassino em série Michael Myers está de volta às ruas após seu ônibus de transporte sofrer um acidente. Andando solto na noite de Halloween ele finalmente vai saciar sua sede de sangue humano.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

O Que te Faz Mais Forte

O filme conta a história real do jovem Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal). Tentando reatar o namoro com sua antiga namorada ele descobre que ela estará correndo na maratona de Boston. Então resolve ir até lá, levando um cartaz de incentivo para a garota. Por um trágico evento do destino ele fica bem ao lado do lugar onde o terrorista plantou uma das bombas naquele atentado que ficou famoso na época. Quando a bomba explodiu Jeff acabou severamente ferido, perdendo as duas pernas. Imagine um rapaz como ele, com toda a vida pela frente, agora ter que encarar um destino desses! O roteiro assim vai se desenvolvendo, mostrando as lutas do dia a dia após perder suas pernas, as dificuldades de adaptação, além do conturbado relacionamento com a ex-namorada.

O curioso é que Jeff também acabou virando um símbolo da força da cidade de Boston em superar os atentados. Chamado de "A força de Boston" ele acabou sendo considerado um herói, sempre convocado para abrir grandes eventos, mostrando que Boston jamais iria sucumbir ao terror. Em termos narrativos o filme é bem convencional. Penso até que não poderia ser diferente. Há uma história edificante para contar e não haveria outro modo de fazê-lo. Cinematograficamente falando é o filme mais convencional da filmografia do ator Jake Gyllenhaal, logo ele que sempre procurou por filmes mais ousados e fora dos padrões. O seu Jeff é uma homenagem ao protagonista da vida real, uma pessoa que precisou superar muitos obstáculos para seguir sua vida em frente. Pela bonita mensagem a produção como um todo já está justificada por seus próprios méritos.

O Que te Faz Mais Forte (Stronger, Estados Unidos, 2017) Direção: David Gordon Green / Roteiro: John Pollono, baseado no livro "Stronger", escrito por Jeff Bauman / Elenco: Jake Gyllenhaal, Tatiana Maslany, Miranda Richardson / Sinopse: O filme conta a história real de Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal), uma das vítimas do atentado da maratona de Boston. Ao ir para a maratona, com a intenção de incentivar a ex-namorada, acaba sendo atingido em cheio pela bomba plantada pelos terroristas, perdendo as duas pernas com a explosão.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Joe

Depois de ficar alguns anos preso, por ter agredido um policial, Joe (Nicolas Cage) segue com sua vida. Ele mantém um pequeno negócio, onde recruta trabalhadores para envenenar árvores no meio da floresta. A intenção é retirar a mata original para a plantação de pinheiros. É um trabalho duro. Gary (Tye Sheridan) é um jovem desempregado que pede um emprego a Joe. A vida familiar dele é caótica, com sua mãe e irmã oprimidas por seu pai, um sujeito alcoólatra e violento. Tentando ajudar, Joe emprega o rapaz, mal sabendo que isso lhe trará vários problemas no futuro.

Gostei desse filme "Joe". É um dos poucos da recente safra da filmografia do ator Nicolas Cage que realmente vale a pena. Não sei bem a razão, mas Cage entrou em uma fase ruim, trabalhando em produções cada vez piores, algumas com roteiros ridículos. Bom ator certamente ele é, o que faltava era escolher melhor seus projetos. "Joe" é uma pausa muito bem-vinda na mediocridade de sua carreira mais recente. É um bom drama, com personagens interessantes e argumento coeso, que prende a atenção. O protagonista é um homem comum, um trabalhador que tenta ganhar a vida da melhor forma possível.

O diretor David Gordon Green optou por escolher uma narrativa lenta, contemplativa. Nada é muito apressado e o enredo se desenvolve em seu próprio ritmo. A vida de Joe tem muitos problemas, inclusive uma rixa violenta com um sujeito intragável, um bêbado de bar com quem sempre sai na mão quando se encontram. O cenário onde tudo se passa é uma pequena cidadezinha do sul do Texas, com aquele clima de decadência econômica que os americanos do interior conhecem muito bem. A própria atividade de Joe - a de envenenar árvores - é clandestina, pois ele é contratado pelas grandes madeireiras para fazer o serviço sujo, abrindo caminho para elas depois devastarem a floresta. Não é um personagem heroico, muito pelo contrário, é um membro da classe trabalhadora, tentando ganhar a vida. Esse realismo aliás é o grande mérito desse filme.

Joe (Joe, Estados Unidos, 2013) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Gary Hawkins, Larry Brown / Elenco: Nicolas Cage, Tye Sheridan, Gary Poulter / Sinopse: Joe (Cage), um ex-condenado, ganha a vida na floresta ao lado de seus contratados. Sua vida muda quando conhece um garoto com problemas familiares. Ao tentar ajudá-lo Joe acaba se envolvendo em uma situação no mínimo delicada e perigosa. Filme premiado pela Austin Film Critics Association e Venice Film Festival na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Manglehorn

Título Original: Manglehorn
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreambridge Films
Direção: David Gordon Green
Roteiro: Paul Logan
Elenco: Al Pacino, Holly Hunter, Harmony Korine
  
Sinopse:
A.J. Manglehorn (Al Pacino) é um sujeito comum que ganha a vida trabalhando com chaves. Ele tem um pequeno estabelecimento comercial e leva uma vida simples e pacata. Seu casamento chegou ao fim há muitos anos e seu único filho não é uma presença constante em seu dia a dia. Para espantar a solidão ele tem um animal de estimação que adora, mas que infelizmente agora está passando por problemas de saúde. Também tem um flerte casual com a caixa de banco Dawn (Holly Hunter), mas não tem coragem de ir em frente sobre essa situação. O que poucos sabem é que nas horas vagas o velho Manglehorn cultiva um antigo amor do passado, uma mulher que marcou definitivamente sua vida e que ele jamais conseguiu esquecer. Filme indicado ao Leão de Ouro no Venice Film Festival.

Comentários:
Al Pacino não parece disposto a se aposentar. Bom para ele e para o público que sempre admirou seu trabalho. Ultimamente Pacino tem optado por participar de filmes pequenos, mas com alguma mensagem mais relevante a transmitir. Infelizmente em Hollywood ainda se cultua a beleza, o sucesso e a juventude, não havendo muito espaço para filmes que mostrem a vida de pessoas mais velhas. Por essa razão Pacino escolheu participar dessa pequena produção que foca em outra direção, na velhice e na solidão de pessoas comuns. O seu personagem é um homem envelhecido que olha para o passado com uma certa nostalgia romântica. Ele tem alguns arrependimentos e remorsos a superar, entre eles o fato de não ter se casado com a mulher que ele sempre considerou o amor verdadeiro de sua vida. Embora tenha se casado anos depois com outra, ele jamais esqueceu um amor de sua juventude, uma garota chamada Clara, a quem ele dedica longas e apaixonadas cartas de amor. 

De vez em quando ele as envia, mas sem sucesso. Isso foi há tantos anos que ele nem sabe mais onde ela mora ou se ainda está viva. Mesmo assim o amor permanece. Ele sobreviveu a um casamento com uma mulher que ele não amava, ao nascimento de seu filho e ao passar dos anos. Sua vida é solitária, mas acaba percebendo que ainda existe esperanças ao conhecer Dawn (Holly Hunter), que trabalha no banco onde ele é cliente e que tem coisas em comum com sua personalidade, como o amor aos animais de estimação e uma existência também solitária. Na terceira idade essa pode ser sua última chance de ser feliz, mas será que vai conseguir esquecer mesmo o grande amor de sua vida? Como se pode perceber o forte aqui é o roteiro, muito humano e bem escrito. Pacino também está, como sempre, magnífico, apostando em um estilo de interpretação mais contido, de acordo com o papel que vive, a de um homem que começa a sentir o peso do passar dos anos. É um bom drama romântico que revive as esperanças na busca por um amor verdadeiro no meio de um mundo cheio de adversidades e desencontros, nessa longa jornada chamada vida.

Pablo Aluísio.