Mostrando postagens com marcador Jeff Daniels. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jeff Daniels. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Contrato de Risco

Título no Brasil: Contrato de Risco
Título Original: 2 Days in the Valley
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Herzfeld
Roteiro: John Herzfeld
Elenco: Jeff Daniels, Teri Hatcher, Danny Aiello, Charlize Theron, James Spader, Eric Stoltz, Keith Carradine

Sinopse:
No Vale de San Fernando, no condado de Los Angeles, dois assassinos profissionais, Lee Woods (James Spader) e Dosmo Pizzo (Danny Aiello), invadem uma casa à noite e entram em um quarto para executar mais um "serviço" pelo qual foram contratados, mas as coisas definitivamente não saem como era esperado. 

Comentários:
Filme policial bem legal dos anos 90. Para quem curte a série "Lista Negra" (Blacklist) vai ser mais do que curioso ver um ainda jovem James Spader esbanjando charme como um assassino profissional. Seu personagem é do tipo almofadinha de Wall Street. Bem elegante, vestido com trajes finos, cabelos bem penteados, óculos da moda. Bem ao contrário dos tiras que surgem em cena como tipos meio abobalhados, suarentos, confusos e nada profissionais. Agora, em termos de elenco, quem merece suspiros mesmo é a gata Charlize Theron. Se hoje em dia é uma mulher bonita, imagine com vinte e poucos anos, vestindo roupas sensuais (e algumas vezes seminua mesmo) em cenas quentes. É para deixar qualquer um de queixo caído. Então é isso. Deixo aqui uma boa dica de um filme bem legal dos anos 90, hoje em dia injustamente bem esquecido. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de maio de 2023

Godless

Godless
Quer uma boa dica de faroeste na Netflix? Eu indico essa minissérie chamada Godless. A história se passa em uma pequena cidade do velho oeste. É uma região de mineração e quando ocorre um grave acidente dentro dessa mina praticamente todos os homens morrem. Ficam apenas as mulheres, os idosos e as crianças. Uma situação delicada, ainda mais sabendo-se que uma quadrilha de bandoleiros liderados pelo assassino e "pastor" Frank Griffin (Jeff Daniels) está chegando na região em busca de vingança. Acontece que um dos bandidos de seu grupo fugiu com o dinheiro de um roubo a banco e ele se escondeu exatamente nessa região. Coloque na galeria de bons personagens também um xerife que está ficando cego e uma jovem viúva disposta a defender seu rancho de todas as formas. 

Western dos bons, com bom roteiro que valoriza cada personagem, dando espaço a cada um deles. Foi particularmente gratificante ver também um bom ator como Jeff Daniels voltando a fazer algo relevante. E ele está ótimo no papel desse bandido com inspirações religiosas. Uma bíblia e um colt ao lado, velho tema explorado nos antigos filmes de faroeste. Também vale salientar a boa presença da atriz Michelle Dockery que interpreta uma das personagens centrais, uma bela mulher, mas firme e forte que defende seu rancho de criação de cavalos. Quem está acostumado a vê-la na popular série inglesa Downton Abbey vai ter uma surpresa. A beleza feminina não significa fraqueza, muito pelo contrário. Enfim, gostei muito. Espero que a Netflix produza mais material nessa linha. Os assinantes agradecem. 

Godless (Estados Unidos, 2017) Direção: Scott Frank / Roteiro: Scott Frank / Elenco: Jeff Daniels, Michelle Dockery, Jack O'Connell, Merritt Wever, Thomas Brodie-Sangster / Sinopse: Uma quadrilha de bandoleiros liderados pelo procurado assassino Frank Griffin (Jeff Daniels) parte em direção a uma pequena cidade do velho oeste habitada apenas por mulheres, idosos e crianças. Ele quer vingança contra um de seus comparsas que fugiu levando todo o dinheiro de um roubo a banco. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de março de 2022

Deuses e Generais

Título no Brasil: Deuses e Generais
Título Original: Gods and Generals
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ronald F. Maxwell
Roteiro: Jeff Shaara, Ronald F. Maxwell
Elenco: Robert Duvall, Jeff Daniels, Stephen Lang

Sinopse:
Em 1863 os Estados Unidos passam por uma séria crise política. De um lado estados do norte, ricos, desenvolvidos e industrializados, anseiam pelo fim da escravidão negra nos estados do sul, rurais, atrasados, com mão de obra escrava e sistema de plantation de culturas de algodão. A diferença de opinião e visão sobre o futuro da nação acabou levando a uma guerra brutal com milhares de mortes para ambos os lados. Vencedor do prêmio MovieGuide Awards na categoria Melhor Ator (Stephen Lang).

Comentários:
A Guerra Civil americana segue como uma das mais sangrentas da história dos Estados Unidos. Esse excelente "Gods and Generals" tenta lançar uma luz sobre o quadro político e social que deu origem ao conflito ao mesmo tempo em que tenta mostrar seus principais personagens como pessoas reais, com sonhos, ambições e desejos. A Guerra Civil acabou transformando muito de seus generais em lendas. Basta lembrar de Robert E. Lee, o lendário general que assumiu o comando das tropas sulistas confederadas, aqui em bela interpretação de Robert Duvall. O interessante é que apesar de tanto tempo - mais de um século - desde o fim do conflito ainda há resquícios de rivalidade dentro dos Estados Unidos. Um fato que comprova isso foi que durante o lançamento do filme houve uma séria controvérsia entre os produtores e setores da sociedade sulista que acusaram o roteiro do filme de ser historicamente inverídico e manipulador dos fatos tal como ocorreram. De uma forma ou outra considero uma bela película, com capricho na reconstituição histórica em termos de figurinos, cenários e ambientações. Talvez por ter que retratar tantos personagens importantes o roteiro acabe de certa forma ficando um pouco disperso mas nada disso atrapalha no resultado final. Seja você confederado ou unionista o fato é que ao final da exibição saberá bem mais sobre os bastidores dessa guerral brutal que levou milhares de americanos à morte.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de junho de 2021

Totalmente Selvagem

Título no Brasil: Totalmente Selvagem
Título Original: Something Wild
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: E. Max Frye
Elenco: Jeff Daniels, Melanie Griffith, Ray Liotta, Margaret Colin, Tracey Walter, Robert Ridgely

Sinopse:
Uma mulher de espírito livre "sequestra" um yuppie para um fim de semana de aventura. Mas a diversão rapidamente toma um rumo perigoso quando seu marido ex-presidiário aparece. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor atriz (Melanie Griffith) e melhor ator (Jeff Daniels).

Comentários:
Poucos filmes trazem tantas marcas dos anos 80 como esse "Totalmente Selvagem". E não estou me referindo apenas aos figurinos, à trilha sonora, ao estilo daquela década, mas também em relação ao roteiro e à direção do cineasta Jonathan Demme. Ele merecia mesmo um prêmio por ter capturado tão bem a essência de uma época como vemos aqui, nessa película. E como todos sabemos um bom filme também passa necessariamente por um bom elenco. O casal protagonista está realmente ótimo. Jeff Daniels interpreta o engomadinho de Wall Street, todo certinho. Melanie Griffith, jovem e muito bonita, com peruca Chanel, é a garota que em termos de personalidade é o extremo oposto dele. E como se sabe, os opostos se atraem. No quadro geral é um filme simpático, divertido, com a cara dos anos 80. Nesse quesito provavelmente é o maior exemplo do cinema produzido naqueles anos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Testemunha Ocular

Título no Brasil: Testemunha Ocular
Título Original: I Witness
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Promark Entertainment Group
Direção: Rowdy Herrington
Roteiro: Colin Greene, Robert Ozn
Elenco: Jeff Daniels, James Spader, Portia de Rossi, Clifton Collins Jr, Wade Williams, Jordi Caballero

Sinopse:
Depois de 27 corpos serem descobertos em um túnel destruído em Tijuana, um homem tenta desvendar o mistério antes de se tornar a próxima vítima. Para seu infortúnio porém as coisas começam a ficar mais complicadas, com uma grande explosão de violência na fronteira entre Estados Unidos e México.

Comentários:
Filme muito bom, mostrando a questão da entrada dos cartéis mexicanos dentro dos Estados Unidos. Cada vez mais poderosos, essas quadrilhas cruzaram a fronteira, solidificando ramos de atividade criminosa além da faixa de fronteira. E o mais trágico é saber que o dinheiro que fortalecem grupos como esses, são provenientes da mesma sociedade americana que compra o produto (as drogas, em especial cocaína) desses narcotraficantes mexicanos. O elenco está todo afiado. Jeff Daniels, sempre um bom ator, dá vida ao homem que tenta encontrar uma saída naquele caos. Com barba e longos cabelos, mal parece o ator que surgiu nos anos 80 em filmes mais leves, sendo geralmente comédias. Ao seu lado no filme, só ator bom. Um ainda jovem (e com cabelos) James Spader interpreta mais um personagem dúbio, mais um em sua longa carreira de papéis de homens vis e perigosos. Ele sempre foi perfeito para esse tipo de papel. É um dos grande motivos para se assistir a esse filme. Em suma, gostei mesmo desse bom thriller policial, com muita violência e ação na fronteira americana. Vale a pena conhecer pelas atuações e pelo roteiro, bem acima da média.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Amores em Conflito

Título no Brasil: Amores em Conflito
Título Original: Sweet Hearts Dance
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Brightstar Films, Chestnut Hill Productions
Direção: Robert Greenwald
Roteiro: Ernest Thompson
Elenco: Don Johnson, Susan Sarandon, Jeff Daniels, Elizabeth Perkins, Kate Reid, Justin Henry

Sinopse:

Depois de vinte anos de casamento, Wiley Boon (Don Johnson) e sua esposa Sandra (Susan Sarandon), percebem que o relacionamento está indo de mal a pior. A ideia do divórcio então bate a porta da vida do casal que terá que superar todos esses problemas.

Comentários:
Esse filme é um drama familiar dos anos 80 com temática bem clara, focando no divórcio de um casal com 20 anos de casamento. Obviamente os traumas surgem quando um relacionamento de tanto tempo vai à falência emocional. Assim temos um daqueles roteiros que tentam mostrar os problemas que uma situação como essa pode causar. E nem sempre é algo fácil de resolver. Sempre há a busca por culpados, mesmo que eles não existam de fato. E o ressentimento que fica é o pior lado desse tipo de situação. Além de ser um bom drama, com roteiro bem escrito, ainda temos um elenco acima da média. Não deixa de ser curioso ver um ator como Don Jonhson, mais afinado com filmes policiais e de ação, atuando bem ao lado da veterana Susan Sarandon. Ativista, politicamente consciente e ótima atriz ela dá um banho de atuação no parceiro, mas no geral ambos estão até mesmo sintonizados. Um filme que merece um resgate, pois hoje em dia anda bem esquecido. 

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de novembro de 2018

A Rosa Púrpura do Cairo

Filme muito bom, de um tempo em que o diretor Woody Allen estava mais preocupado em fazer bom cinema do que se explicar para a imprensa por problemas de sua vida pessoal. Além disso esse é um tipo de filme bem mais realizado, com roteiro muito original e inteligente, bem ao contrário de seus últimos filmes que me soam cada vez mais artificiais, plásticos, sem substância. Steven Spielberg uma vez disse que um diretor de cinema só consegue manter o alto padrão de sua filmografia por no máximo uma década. Analisando os filmes de Allen chegamos nessa mesma conclusão. A boa notícia é que esse filme é de sua fase mais original e autoral, com um toque de mestre.

O filme conta uma estorinha pouco usual. Durante a década de 1930 uma espectadora pacata de cinema se vê diante de uma situação surreal. O seu personagem preferido de um filme salta da tela para o mundo real.  Jeff Daniels interpreta esse caçador branco que pula literalmente de um velho filme de aventuras para passar algum tempo no mundo das pessoas comuns. Claro, Allen aqui exercita a metalinguagem em um nível que nunca havia sido visto na sétima arte. Ainda bem que nesse processo acabou criando esse pequena obra prima cinematográfica.

A Rosa Púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo, Estados Unidos, 1985) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Mia Farrow, Jeff Daniels, Danny Aiello / Sinopse: Durante os anos 1930 um personagem de cinema resolve atravessar a tela, vindo parar no mundo real das pessoas comuns. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Woody Allen). Vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

The Catcher Was a Spy

É um drama de espionagem e suspense ambientado na II Guerra Mundial. Algo que não esperaria ser estrelado por um ator como Paul Rudd. Logo ele, o Homem-Formiga, sempre com uma piadinha na ponta de língua. Pois é, aqui não existe espaço para o humor. No filme, que é baseado numa história real, somos apresentados ao jogador de beisebol Moe Berg. Já veterano, quase aposentado do esporte, ele começa a procurar por outros caminhos na vida. Acaba sendo recrutado pela OSS, a agência de espionagem dos Estados Unidos antes da criação da CIA. Embora fosse conhecido mais como desportista, Berg também era um intelectual, com várias formações acadêmicas. Também falava vários idiomas, ou seja, era o tipo ideal para se tornar um agente de espionagem do governo americano.

Sua primeira missão acaba sendo uma das mais complicadas. Ele é enviado para a Suíça. Seu objetivo é encontrar e matar um importante cientista alemão que estaria comandando a criação da tão temida bomba atômica nazista. Não espere por nada parecido como James Bond, com muitas cenas de ação e aventura. Como tudo é baseado em fatos reais, a história se desenvolve de forma mais calma e verossímil. Outro aspecto melhor trabalhado pelo roteiro é a própria personalidade do protagonista. Solteirão e culto, havia uma suspeita que ele também fosse gay, algo sutilmente sugerido pelo roteiro quando ele viaja até o Japão e lá encontra um homem em um bar. Como resultado de tudo considerei o filme bom, bem produzido e com boas atuações. Nunca havia visto Paul Rudd em um filme sério, com ares mais dramáticos como esse. Não deixou de ser uma grande surpresa.

The Catcher Was a Spy (Estados Unidos, 2018) Direção: Ben Lewin / Roteiro: Robert Rodat, Nicholas Dawidoff / Elenco: Paul Rudd, Paul Giamatti, Jeff Daniels, Connie Nielsen, Guy Pearce, Tom Wilkinson / Sinopse: O filme conta a história real de um jogador de beixebol e acadêmico que durante os anos 1940 se tornou agente de espionagem do governo americano, tendo como missão executar um importante cientista alemão envolvido no desenvolvimento da primeira bomba atômica do III Reich.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A Série Divergente - Convergente

Título no Brasil: A Série Divergente - Convergente
Título Original: Allegiant
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Noah Oppenheim, Adam Cooper
Elenco: Shailene Woodley, Theo James, Jeff Daniels, Octavia Spencer, Naomi Watts
  
Sinopse:
Após a vitória dos rebeldes divergentes sobe ao poder Evelyn (Naomi Watts), que começa a tomar atitudes tirânicas, com execuções sumárias de inimigos e prisões arbitrárias. Cansada de tudo Tris (Shailene Woodley) decide explorar ao lado de seus amigos o mundo além dos muros da cidade, o que acaba revelando algo que ela nem sonhara existir.

Comentários:
Terceiro filme da saga Divergente. Depois do segundo filme, que foi bem mais ou menos, eu nem ia assistir esse terceiro filme, porém como diz o ditado se começou algo, termine. Assim resolvi conferir. É a tal coisa, a escritora Veronica Roth que escreveu os livros originais parece ter caído naquela velha armadilha de dar voltas sobre si mesma. No segundo filme tudo parecia resolvido, a trama tinha chegado ao fim, os rebeldes venceram os tiranos, mas... eis que tudo volta para a estaca zero. Uma vez no poder os revolucionários logo se tornam tão tirânicos como o regime anterior, sendo que não há outro caminho a seguir a não ser... uma nova guerra! Em poucas palavras: cansativo! Ok, estamos aqui na presença de um produto teen, feito para adolescentes, mas um pouquinho de criatividade ou inovação cairia muito bem. Voltar a contar a mesma estória de novo me soa uma grande picaretagem por parte dessa escritora. Deixando isso de lado devo dizer que até gostei da produção em geral. 

O filme tem bons efeitos visuais - mais do que os dois anteriores - e uma boa direção de arte. Só peca mesmo pelo roteiro, já que o livro original nunca fez muito sentido. Falando sinceramente essa trama é bem confusa, mal desenvolvida, sempre apelando para clichês de todos os tipos. De uma maneira ou outra, o fato é que essa terceira parte foi mal recebida por parte do público e crítica, o que fez com que a quarta parte no cinema fosse cancelada! (sim, as coisas ainda iriam em frente!). O estúdio porém resolveu que os fãs não ficarão sem o quarto filme, mas esse será produzido para ser exibido apenas na TV, em ritmo de orçamento modesto. Além disso o elenco original será todo substituído. A atriz Shailene Woodley (que inclusive foi presa recentemente nos EUA) está fora da quarta parte. Nada de gastos excessivos. A ordem agora é fazer um filme final, para encerrar o ciclo, porém sem gastar muito. Melhor assim, pois será mais fácil ignorar. A conclusão de tudo é simples: a série Divergente não terá mais futuro no cinema. Já era tempo. The End.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Dívida de Sangue

Título no Brasil: Dívida de Sangue
Título Original: Blood Work
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Michael Connelly, Brian Helgeland
Elenco: Clint Eastwood, Jeff Daniels, Anjelica Huston
  
Sinopse:
Ao perseguir um serial killer o agente do FBI Terry McCaleb (Clint Eastwood) acaba sofrendo um ataque do coração. Depois de recuperado volta à ativa e descobre uma ligação direta entre seu doador e os crimes que supostamente investigava. Agora ele parte, baseado em suas investigações, para finalmente capturar o assassino serial. Filme vencedor do Venice Film Festival na categoria de Melhor Direção (Clint Eastwood).

Comentários:
Clint Eastwood resolveu dirigir essa adaptação cinematográfica da novela policial escrita por Michael Connelly basicamente por ter se identificado com o personagem principal, um velho tira que começa a sentir o peso da idade e de problemas de saúde em sua profissão. E talvez por isso o roteiro tenha sido considerado um pouco lento demais. De fato, para aquele espectador acostumado a ver Eastwood na pele de Dirty Harry foi mesmo um pouco complicado lidar com uma interpretação onde o velho Eastwood parece estar sempre cansado, exausto, praticamente sem fôlego. Até mesmo para sacar sua arma o tira veterano de Clint sofre para se manter firme. Os dias de personagens durões indestrutíveis pareciam ter ficado realmente para trás. Mesmo assim recomendo o filme, isso pelo simples fato de ter sido dirigido por Eastwood. Ok, o ritmo já não é tão rápido e as cenas de ação não tão impactantes como antes, porém é de se reconhecer essa tentativa do ator em seu mostrar mais vulnerável em cena, mas humano. Olhando-se sob esse ponto de vista "Blood Work" é bem mais interessante do que se pensa. Afinal a idade chega para todos, mais cedo ou mais tarde. Enfim, fica a recomendação.

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Aracnofobia

Título no Brasil: Aracnofobia
Título Original: Arachnophobia
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Hollywood Pictures, Amblin Entertainment
Direção: Frank Marshall
Roteiro:  Don Jakoby, Al Williams
Elenco: Jeff Daniels, Julian Sands, John Goodman
 
Sinopse:
O Dr. Ross Jennings (Jeff Daniels) decide se mudar ao lado de sua família para uma casa no interior. Durante a mudança seu pequeno filho descobre uma aranha no meio das caixas. Depois que sua mãe decide levar o pequeno inseto para o celeiro as coisas começam a fugir do controle pois a estranha aranha se reproduz numa velocidade incrível, dando origem a um novo tipo de assassino da natureza. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror e Melhor Ator (Jeff Daniels).

Comentários:
Produzido por Steven Spielberg e dirigido pelo seu amigo de longa data Frank Marshall (juntos produziram inúmeros filmes ao longo dos anos) esse "Arachnophobia" uso do medo natural que as pessoas em geral possuem desses insetos de oito patas para criar tensão, suspense e terror. A fórmula é antiga, desde os anos 1950 o cinema sempre explorou esse tema - inclusive em produções onde os tais aracnídeos eram bombardeados por radiações e se tornavam monstros colossais de 15 metros de altura! Aqui obviamente não se chega a tanto, mas de maneira em geral o roteiro se aproveita de velhos clichês para capitalizar o medo do espectador. O resultado se mostra apenas mediano. As cenas iniciais que exploram um local remoto de uma floresta brasileira onde pesquisadores entram em contato pela primeira vez com os bichos se mostra mais interessante do que a segunda parte que se rende a velhos cacoetes de Spielberg (a família tradicional americana, etc, etc). Vale pela curiosidade, mas não é nenhuma obra prima do gênero.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Debi & Lóide

É óbvio que eu jamais indicaria esse filme para pessoas mais sofisticadas que gostem de um tipo de humor mais refinado, como o britânico, por exemplo. "Debi & Lóide" é produto de massa, nada sutil, totalmente escrachado e debochado, uma produção que não tem vergonha de apelar para literalmente tudo - sim, vale tudo nesse roteiro para fazer o espectador rir, sem constrangimentos. Dito isso, é bom frisar que essa comédia é mais indicada mesmo para o público adolescente. É um tipo de humor que apesar de em muitos momentos ser bem vulgar beira a infantilidade completa. Talvez por essa razão tenha feito tanto sucesso. Curiosamente ao longo dos anos o ator Jim Carrey tentaria se afastar desse tipo de comédia mais visceral para abraçar projetos mais artísticos e pretensiosos, afinal seu sonho sempre foi ser levado à sério como ator em Hollywood. Após sucessivos fracassos comerciais ele parece ter voltado ao mesmo ponto de antes em sua carreira, já que recentemente estrelou uma sequência tardia desse filme (que inclusive ainda não conferi).

Vinte anos depois ele retorna ao mesmo lugar! Do outro lado sempre achei muito interessante o timing para o humor de Jeff Daniels! Ele nunca foi um comediante de ofício, apesar de sua cara de bobão. Aqui ele conseguiu se sair excepcionalmente bem, mas mesmo assim jamais abraçou a comédia como o ponto focal de sua carreira. Para falar a verdade sempre deu prioridade para filmes mais dramáticos até! Então é isso, eis aqui um filme que não tem nenhum receio de ser completamente idiota. Se você procura por algo assim, boa sorte!

Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (Dumb & Dumber, Estados Unidos, 1994) Direção: Peter Farrelly, Bobby Farrelly / Roteiro: Peter Farrelly, Bobby Farrelly / Elenco: Jim Carrey, Jeff Daniels, Lauren Holly / Sinopse: Dois idiotas se envolvem nas maiores confusões. Filme vencedor do MTV Movie Awards na categoria de Melhor Comédia.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

A Vida em Preto e Branco

Título no Brasil: A Vida em Preto e Branco
Título Original: Pleasantville
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Gary Ross
Roteiro: Gary Ross
Elenco: Reese Witherspoon, Tobey Maguire, William H. Macy, Jeff Daniels, Joan Allen
  
Sinopse:
Fã de seriados antigos, em preto e branco, é tragado pela própria TV e ao lado da irmã são transportados para os episódios das séries antigas de que tanto gostam. Uma vez lá entendem o choque de costumes e moral existentes entre as décadas de 1950 (onde as estórias da série são ambientadas) e a sua própria cultura de vida e comportamento dos anos 1990 (onde vivem no mundo real). Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Música.

Comentários:
Um filme bem simpático, ideal para quem gosta desse clima mais vintage e nostálgico, mesmo que não tenha idade suficiente para ter vivido naqueles anos. No fundo é uma grande alegoria sobre a repressão que imperava naqueles tempos e a suposta liberdade de costumes e moral que começou a viver a sociedade americana após o advento da contra cultura. Pessoalmente considero a ideia muito boa, pena que não foi muito bem desenvolvida. Passados os momentos iniciais onde o espectador capta a mensagem subliminar do roteiro tudo começa a cair na vala comum e o pior é que em certos momentos a coisa resvala diretamente para a vulgaridade pura e simples. Mesmo assim, com esses tropeços eventuais, o filme como um todo ainda consegue se salvar. Em termos de elenco aqui vão algumas considerações breves. Reese Witherspoon está muito bonita naquele figurino clássico. Ela tem uma beleza toda particular e se saiu muito bem nessa transposição de época. Uma verdadeira Pin-up. Tobey Maguire continua o mesmo, fazendo o mesmo tipo de personagem filme após filme (nem quando encarou o Homem-Aranha ele conseguiu sair desse estilo). Seu papel não é grande coisa e ele não consegue se destacar. Sinceramente considero a fama de Tobey meio forçada após todos esses anos. Jeff Daniels é outro ator caricato. Ele parece ter caído de alguma comédia bem no meio do enredo. Não chega a ser desastroso, mas sua cara de sonso em determinados momentos nos faz soltar alguns bocejos. William H. Macy é quem no final das contas se sai melhor. Não canso de dizer que ele é de fato um ator raro, desses que nunca se tornaram astros, mas que costumam roubar todos os filmes dos quais participa. Então é isso, "Pleasantville" poderia ser bem melhor do que realmente é, porém não chega a ser uma decepção completa. Vale ao menos uma espiada.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

101 Dálmatas

Título no Brasil: 101 Dálmatas
Título Original: 101 Dalmatians
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Stephen Herek
Roteiro: Dodie Smith, John Hughes
Elenco: Glenn Close, Jeff Daniels, Joely Richardson

Sinopse:
Cruella De Vil (Glenn Close) é uma grã-fina completamente desalmada e cruel. Ela quer sempre os melhores vestidos, de acordo com a moda. Apaixonada por casacos de pele ela agora deseja fazer uma nova peça, completamente única e fashion, só que feita exclusivamente com peles dos cãezinhos dálmatas. Caberá a um simpático casal salvar os bichinhos do cruel destino que Cruella deseja. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz em comédias - musicais (Glenn Close).

Comentários:
Adaptação para atores em carne e osso do grande sucesso de animação da Disney "101 Dalmatians". Eu gosto de dizer que essa estorinha é completamente à prova de falhas. O livro infantil original foi escrito pela inglesa  Dorothy Gladys Smith (1896 - 1990) que tinha verdadeira paixão por sua criação de cães da raça Dálmata! A obra original foi escrita ainda nos anos 1950 e assim que foi publicada virou um sucesso imediato. Por ser tão britânico considero tudo muito charmoso, tanto o desenho da Disney que foi lançado em 1961, quanto essa nova versão no estilo live action. Obviamente que o grande diferencial vem novamente na presença maravilhosa de Glenn Close como a vilã Cruella De Vil. Close poderia cair na armadilha de fazer um trabalho caricatural, bem de desenho animado, o que não seria completamente inadequado, mas com inteligência foi por outro caminho. Desnecessário dizer que adorei seu tom, nem muito exagerado e nem muito menos minimalista. Ficou no tom certo, tudo bem equilibrado. Como filme em si não há o que reclamar. Já fora das telas o filme teve um efeito inesperado. Com o sucesso, muitos pais tiveram que comprar animais da raça dálmatas para seus filhos. O problema é que esse é um animal que exige cuidados especiais, por causa de seu temperamento e características próprias da raça. Sem saber lidar direito com os cães muitos foram abandonados, virando animais de rua. Uma pena realmente. De qualquer maneira não é culpa do filme em si, que é de fato uma diversão garantida para todas as idades.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Velocidade Máxima

Certamente um dos mais populares e bem sucedidos filmes de ação da década de 90. "Velocidade Máxima" (ou simplesmente "Speed", seu título original) mostrava que para se realizar um belo filme de adrenalina não se precisava de efeitos especiais de última geração ou produção milionária, bastando apenas ter uma boa ideia por trás. E é justamente isso que o roteiro explora. Na trama um sociopata decide promover um ato de terrorismo diferente. Ao invés de simplesmente detonar alguma bomba em um lugar a esmo como um terrorista qualquer ele decide colocar um artefato explosivo que ligado a um ônibus se torna acionado se o veículo diminuir sua velocidade abaixo dos 80 km/h. Isso seria complicado em qualquer lugar do mundo mas em Los Angeles a situação se torna ainda mais extrema e caótica. Com avenidas e ruas com tráfego intenso se torna quase impossível manter essa velocidade constante, o que torna tudo ainda mais desesperador.

Após a morte do motorista o volante é colocado nas mãos de uma passageira comum, Annie Porter (Sandra Bullock), que ao lado do oficial de polícia Jack Traven (Keanu Reeves) tentará manter todos a salvo. Sandra Bullock e Keanu Reeves contracenam praticamente sozinhos o tempo inteiro, dentro do ônibus, passando por diversas situações estressantes, no limite. O veterano Dennis Hopper também acrescenta bastante com sua presença, ora histérica, ora irascível mas que no final se revela bem divertida. "Speed" logo caiu nas graças do público e assim que estreou nos Estados Unidos se tornou imediatamente um campeão de bilheteria. O diretor holandês Jan de Bont foi aclamado como um gênio dos filmes de ação! Tudo de fato corria muito bem para ele, a ponto de dirigir outra fita bem interessante logo após o sucesso desse filme chamado "Twister" sobre um grupo de caçadores de furacões. Infelizmente o cineasta cometeu um grave erro pois aceitou rodar a continuação de "Velocidade Máxima" que se tornaria um dos maiores fracassos comerciais da década! Mas isso falaremos em um outra oportunidade em breve, até lá!

Velocidade Máxima (Speed, Estados Unidos, 1994) Direção: Jan de Bont / Roteiro: Graham Yost / Elenco: Keanu Reeves, Dennis Hopper, Sandra Bullock, Jeff Daniels / Sinopse: Um terrorista resolve instalar uma bomba em um ônibus na cidade de Los Angeles que explodirá assim que o veículo diminuir sua velocidade. Agora, um policial e uma simples passageira farão de tudo para evitar que a situação se transforme em uma grande tragédia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

As Horas

Três linhas narrativas. Três excelentes atrizes. Um grande filme. Assim poderia resumir esse maravilhoso “As Horas”. Na trama acompanhamos três estórias envolvendo três mulheres em épocas diferentes mas com algo em comum: a impossibilidade de alcançar a verdadeira felicidade. Na primeira estória surge a figura da consagrada autora Virginia Woolf (interpretada com maestria por Nicole Kidman, perfeita, no papel que lhe valeu o Oscar e o Globo de Ouro de melhor atriz). Grande talento nas letras ela vive um drama em sua vida pessoal. Sofrendo de uma forte depressão e outros problemas mentais não consegue mais ter o controle sobre sua própria vida. Ela é casada com um homem que parece estar disposto a fazer tudo por sua felicidade mas essa parece cada vez mais distante e inatingível. A vida perdeu o próprio sentido de ser. Enquanto escreve seu grande livro, “Mrs Dalloway” (publicado em 1925), ela vai afundando em seus próprios dramas pessoais até que resolve tomar uma atitude extrema. Na segunda estória, passada na década de 50, conhecemos Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa infeliz com a rotina de um casamento frustrante e banalizado. O marido a ama e tenta agradar mas ela, muito tímida e sempre melancólica, não consegue encontrar mais motivações para seguir em frente. Lendo “Mrs Dalloway” ela acaba se identificando com a forma de ver o mundo da protagonista do famoso romance.
   
A terceira e última linha narrativa de “As Horas” traz o espectador para a Nova Iorque dos dias atuais. É lá que vive a bem sucedida editora de livros Clarissa Vaughan (Meryl Streep). Ela tem um relacionamento estável com outra mulher há longos dez anos mas parece incapaz de esquecer o grande amor de sua vida, o escritor Richard (Ed Harris) que está morrendo de AIDS lentamente. Embora tenha uma vida complicada com agenda cheia ela não perde a oportunidade de visitá-lo, afinal ele é o amor platônico, idealizado, nunca superado de sua vida sentimental. Ela almeja organizar uma grande festa para trazer o prazer de viver novamente a Richard, mas esse, vendo o final se aproximando, tem outros planos. “As Horas” é um filme sensível mas também doloroso, pesado, não recomendado para pessoas que tenham algum tipo de depressão. O seu texto não procura amenizar o espectador nem trazer algum tipo de falsa esperança para as vidas frustrantes de seus personagens. No fundo todos parecem estar mergulhados na mesma melancolia de viver da personagem principal do livro de Virginia Woolf. São mulheres vivendo em tempos diferentes mas que compartilham o mesmo sentimento de frustração, infelicidade e falta de perspectivas em suas vidas. A falta da realização pessoal, a impossibilidade de alcançar uma existência plena são os temas centrais desse filme realmente marcante. Uma obra prima do cinema que merece todos os elogios e prêmios que recebeu em seu lançamento.

As Horas (The Hours, Estados Unidos, Inglaterra, 2002) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: David Hare, baseado no livro de Michael Cunningham / Elenco:  Meryl Streep, Julianne Moore, Nicole Kidman, Ed Harris, Toni Collette, Claire Danes, Jeff Daniels / Sinopse: Três mulheres vivendo em épocas diferentes passam pelo drama de não conseguir alcançar a verdadeira felicidade.  Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz (Nicole Kidman). Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Ed Harris), Melhor Atriz Coadjuvante (Julianne Moore), Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme Drama e Melhor Atriz Drama (Nicole Kidman).

Pablo Aluísio

sexta-feira, 9 de março de 2012

Laços de Ternura

Aurora Greenway (Shirley MacLaine) é uma viúva que não concorda com o casamento prematuro e impensado de sua única filha, Emma (Debra Winger). Aurora considera o genro, o professor Flap Horton (Jeff Daniels), um sujeito sem ambições e sem um grande futuro pela frente. Além de lidar com um casamento que desaprova Aurora ainda tem que aturar um vizinho espalhafatoso e fanfarrão, o astronauta aposentado Garret Breedlove (Jack Nicholson) que apesar da idade não deixa de aproveitar cada momento de sua vida, sempre se envolvendo com mulheres mais jovens em festas e bebedeiras. "Laços de Ternura" é um filme sobre relações humanas. Não apenas entre mães e filhas mas também sobre o complicado cotidiano de envolvimentos amorosos que nem sempre parecem o ideal. O roteiro muito bem escrito se foca em Aurora, uma mãe super protetora que acaba sufocando a própria filha, se metendo em demasia em sua própria vida conjugal, ligando a toda hora. Um tipo de mãe que muitas pessoas conhecem bem. A personagem Emma, a filha, também é muito curiosa. Remando contra a maré das conquistas femininas ela se torna uma esposa ao velho estilo, sem trabalho, sem profissão, apenas uma dona de casa com um monte de filhos ao redor (uma vida que para a maioria das mulheres hoje em dia seria um verdadeiro horror!). Além do mais descobre tarde demais que o pacato professor com quem se casou é um marido infiel e sonso que não perde a chance de dar em cima de suas alunas mais bonitas.

Todos os personagens.de "Laços de Ternura" são bem construídos mas nenhum consegue superar o astronauta interpretado por Jack Nicholson. É curioso que muita da personalidade do próprio Jack foi passado para seu papel em cena. Até no figurino (óculos escuros, roupas nada convencionais), o estilo de vida, o envolvimento com jovens garotas, enfim tudo remete ao próprio Jack Nicholson em sua vida pessoal. Por essa razão ele está particularmente bem à vontade em sua brilhante caracterização que aliás lhe valeu o Oscar de melhor ator coadjuvante, um prêmio mais do que merecido. Por falar em prêmios o papel de Aurora foi o mais premiado da carreira de Shirley MacLaine. Ela não apenas venceu o Oscar de melhor atriz por sua interpretação como também levou outros importantes prêmios na mesma categoria para casa como o Globo de Ouro e o BAFTA. O filme em si também abocanhou todos os demais Oscar importantes da noite (Melhor Filme, Diretor e Roteiro Adaptado), coroando de vez sua consagração. Em conclusão podemos afirmar que "Laços de Ternura" é um sensível e delicado drama sobre relacionamentos humanos, suas contradições e seus desgastes. Um bom estudo sobre os dramas cotidianos que são consequências de nossas escolhas ao longo da vida. Uma obra cinematográfica que merece ser vista (e revista) sempre que possível.

Laços de Ternura (Terms of Endearment, Estados Unidos, 1982) Direção: James L. Brooks / Roteiro: Larry McMurtry, James L. Brooks / Elenco: Shirley MacLaine, Debra Winger, Jack Nicholson, Jeff Daniels, John Lithgow, Danny De Vito / Sinopse: Aurora Greenway (Shirley MacLaine) é uma viúva que não concorda com o casamento prematuro e impensado de sua única filha, Emma (Debra Winger). Aurora considera o genro, o professor Flap Horton (Jeff Daniels) um sujeito sem ambições e sem um grande futuro pela frente. Além de lidar com um casamento que desaprova Aurora ainda tem que aturar um vizinho espalhafatoso e fanfarrão, o astronauta aposentado Garret Breedlove (Jack Nicholson) que apesar da idade não deixa de aproveitar cada momento de sua vida, sempre se envolvendo com mulheres mais jovens em festas e bebedeiras.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lista de Filmes - Edição V

Os Sete Suspeitos
Seis pessoas são convidadas anonimamente para jantar em uma mansão estranha, mas depois que seu anfitrião é morto, eles devem cooperar com a equipe para identificar o assassino enquanto os corpos se amontoam. Assisti a esse filme nos anos 80, ainda nos tempos das fitas VHS. Foi uma das primeiras fitas a chegarem seladas em nossas locadoras, acredito que tenha sido lançado inclusive no primeiro lote da CIC Vídeo no Brasil. É um filme interessante, claramente se inspirando nos livros da famosa autora de mistério e suspense Agatha Christie. Um filme interessante, bem roteirizado, que até hoje  pode ser indicado para quem curte esse tipo de roteiro. / Os Sete Suspeitos (Clue, Estados Unidos, 1985)  Direção: Jonathan Lynn / Roteiro: John Landis, Jonathan Lynn / Elenco: Tim Curry, Madeline Kah, Eileen Brennan.

Debi & Lóide 2
A Universal não iria desistir de filmar uma continuação de "Debi & Lóide", ainda mais depois do grande sucesso de bilheteria do primeiro filme. A dupla Jim Carrey e Jeff Daniels não queria voltar para uma sequência e só foram convencidos depois de uma oferta generosa de cachês.  Jim Carrey, por exemplo, levou 17 milhões de dólares para voltar ao papel de Lloyd. O filme até teve um bom retorno nas bilheterias dos cinemas, mas o consenso geral foi que esse segundo filme não tinha o roteiro tão engraçado como o primeiro, ao invés disso, passava bem longe do humor do anterior. E é bem sem graça mesmo, apesar do enredo abrir boas possibilidades como o fato de um deles agora ser pai e coisas do tipo. Eu particularmente não gostei. Achei realmente bem mediano. As risadas não surgiram como era esperado. / Debi & Lóide 2 (Dumb and Dumber To, Estados Unidos, 2014) Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly / Roteiro: Sean Anders, John Morris / Elenco: Jim Carrey, Jeff Daniels, Rob Riggle .

O Sexto Homem
Qual é a história? Um atleta universitário retorna dos mortos para ajudar o time de basquete de seu irmão a ganhar o título da NCAA. Filme fraco demais, uma comédia que não vai agradar nem mesmo aos que curtem os filmes do Marlon Wayans, aqui trabalhando longe de seu clã familiar. Como se sabe, ele se dá melhor quando está ao lado dos irmãos. Com roteiro muito bobo e elenco sem a menor graça, esse filme é aquele tipo de comédia que você faz força para chegar até o final, pensando em desistir do resto do filme diversas vezes. No Brasil foi exibido por meses no canal HBO. Acredito inclusive que nunca foi lançado nos cinemas brasileiros e se o foi, ficou em cartaz por poucos dias. Totalmente dispensável. / O Sexto Homem (The Sixth Man, Estados Unidos, 1997) Direção: Randall Miller / Roteiro: Christopher Reed, Cynthia Carle / Elenco: Marlon Wayans, Kadeem Hardison.

Abracadabra
Um jovem curioso muda-se para Salem, onde luta para se adaptar antes de acordar um trio de bruxas diabólicas que foram executadas no século XVII. Esse filme segue na mesma linha que "Convenção das Bruxas", ou seja, uma espécie de filme de bruxas, com elementos de comédia, especialmente direcionado para um público mais juvenil. O elenco traz duas boas atrizes, Bette Midler e Sarah Jessica Parker, ambas usando forte maquiagem para parecerem bruxas, da maneira mais caricata. Tem lá alguns momentos mais divertidos, mas no geral é uma grande bobagem. Para os produtores foi uma boa, custou bem pouco e alcançou uma boa lucratividade nos cinemas. Para quem viu, nada demais. A maioria já esqueceu que esse filme um dia existiu. Enfim, uma mera Sessão da Tarde com o selo Disney. / Abracadabra (Hocus Pocus, Estados Unidos, 1993) Direção: Kenny Ortega / Roteiro: David Kirschner, Mick Garris / Elenco: Bette Midler, Sarah Jessica Parker, Kathy Najimy.

Dummy: Um Amor Diferente
No mínimo curioso ver esse elenco desses nesse tipo de filme. Adrien Brody, em raro papel mais cômico, interpreta um sujeito que tem uma vida muito chata, um emprego tedioso e sem futuro. Seu sonho é ganhar a vida como ventríloco, se apresentando com seu boneco. Mas a maioria das pessoas acredita que isso é algo completamente fora de questão, uma bobagem, etc. O velho preconceito contra se ter uma vida de artista. Outra surpresa desse filme é ver a atriz Milla Jovovich atuando bem! Isso mesmo, considerada uma atriz fraca, ela aqui surpreende, interpretando uma mulher casca-grossa que não leva desaforos para casa. Além dela, outro ponto interessante do filme vem com a presença da sempre talentosa Vera Farmiga, sendo que essa, ao contrário da outra, sempre foi considerada ótima atriz. Então deixo a dica de um pequeno filme que muita gente não deu muita bola, mas que é inegavelmente muito bom e interessante. / Dummy: Um Amor Diferente (Dummy, Estados Unidos, 2002) Direção: Greg Pritikin / Roteiro: Greg Pritikin / Elenco: Adrien Brody, Milla Jovovich, Vera Farmiga, Illeana Douglas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Difícil Arte de Amar

Revi recentemente esse "A Difícil Arte de Amar". Me recordo que na primeira vez que vi não me deixou muito impressionado. Revendo me pareceu bem melhor agora. A verdade é que quando assisti pela primeira vez era muito jovem, tinha outros interesses e o tema do filme realmente não iria me atrair muito. Aqui temos basicamente uma estória de amor adulta, sem romantismos exacerbados, com clara intenção de retratar um relacionamento tal como na vida real. Os protagonistas Rachel (Meryl Streep) e Mark (Jack Nicholson) são sim apaixonados entre si mas ao mesmo tempo têm que lidar com a dureza da vida cotidiana (problemas de reforma na casa recém comprada após o casamento, dificuldades de grana, filhos chorando e enchendo o saco). O grande atrativo é justamente esse. Nem ele é um dândi romântico (pelo contrário é infiel, barrigudo e nada atraente) e nem ela é uma diva (anda mal arrumada, tem problemas com envelhecimento, filhos e tudo mais que conhecemos bem). No meio de tudo isso tentam manter um casamento meio falido e cambaleante. Igual a provavelmente 90% dos casais no mundo real.

Além do bom roteiro e argumento "Heartburn" tem como maior atrativo ver em cena dois dos grandes intérpretes do cinema americano: Meryl Streep e Jack Nicholson. Embora ambos estejam em grande forma deve-se reconhecer que o filme é de Meryl. Sem sinais de vaidade ela se entregou de corpo e alma a uma personagem sem nenhum glamour. Já Jack está ali como mera escada para Streep. Isso não é demérito e nem significa que ele esteja ruim em cena, pelo contrário, é uma consequência do próprio roteiro que foi concebido assim mesmo. Por fim, para os nostálgicos, o filme traz a famosa trilha sonora escrita e cantada por Carly Simon. A música tema foi um tremendo hit dos anos 80 e certamente todos vão se lembrar dela na primeira audição. Enfim, bom filme, com ótimas atuações mostrando a "vida como ela é".

A Difícil Arte de Amar (Heartburn, Estados Unidos, 1986) Diretor: Mike Nichols / Roteiro: Nora Ephron / Elenco: Meryl Streep, Jack Nicholson, Jeff Daniels, Maureen Stapleton, Milos Forman, Kevin Spacey / Sinopse: Rachel (Meryl Streep) e Mark (Jack Nicholson) são dois jornalistas que se conhecem em um casamento e, pouco tempo depois, se casam. Quando ela está na sua segunda gravidez, descobre que o marido tem um caso. O roteiro é uma visão autobiográfica da separação do casamento da roteirista Nora Ephron com Carl Bernstein (autor de Todos os Homens do Presidente) e foi baseado no best-seller da escritora.

Pablo Aluísio.