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sábado, 15 de dezembro de 2018

Deus Criou o Homem e o Homem Criou o Colt

Título no Brasil: Deus Criou o Homem e o Homem Criou o Colt
Título Original: Quella Sporca Storia Nel West
Ano de Produção: 1968
País: Itália
Estúdio: Daiano Film, Leone Film
Direção: Enzo G. Castellari
Roteiro: Sergio Corbucci, Tito Carpi, Francesco Scardamaglia
Elenco: Andrea Giordana, Gilbert Roland, Horst Frank

Sinopse:
No caminho de volta da Guerra Civil, Johnny Hamilton (Andrea Giordana) é visitado em seus sonhos pelo fantasma de seu pai, que permite que ele saiba que ele foi assassinado e que lhe pede para vingá-lo. De volta ao rancho da família, Johnny descobre que não apenas o seu pai foi morto, mas que Gertrude, sua mãe, se casou com o irmão de seu falecido marido Claude. Ele é agora o proprietário da fazenda e de todos os bens do falecido. Poderia ter sido ele o verdadeiro assassino de seu pai?

Comentários:
Com o sucesso comercial dos faroestes italianos o famoso diretor Sérgio Leone também resolveu atacar de produtor. Ele se tornou acionista de uma empresa cinematográfica, a Leone Film, e começou a produzir e depois exportar essas fitas para o exterior, em especial Estados Unidos e América Latina. O retorno financeiro foi excelente, haja vista que o cineasta sabia bem o que o povão queria consumir. Os roteiros muitas vezes eram simples pretextos para bem coreografadas cenas de violência, sendo que essa muitas vezes surgia na tela não com a proposta de ser realista, mas sim estilizada, exacerbada e visualmente atraente. Isso acabou dando origem a um gênero que até hoje serve de referência e fonte de influências. O primeiro filme produzido pela empresa de Leone foi "O Herdeiro de Satanás", seguido de mais aproximadamente 30 títulos, todos bem lucrativos. Outro nome importante desse momento do cinema italiano que fez parte da realização desse filme foi o de Sergio Corbucci, que criou a estória original e assinou o roteiro (que acredite, foi inspirado no clássico "Hamlet" escrito por William Shakespeare!). No Brasil, dando sequência a tradição de títulos nacionais enormes e divertidos, a fita recebeu o nome de "Deus Criou o Homem e o Homem Criou o Colt", o que causou problemas para os donos de cinemas pois era tão grande que mal conseguia caber nas marquises de seus estabelecimentos. De qualquer forma a fita fez bastante sucesso por aqui, a ponto de ficar vários meses em exibição nos chamados cinemas de bairro, que hoje em dia já não existem mais, infelizmente. Com preços promocionais, esses filmes faziam a alegria de grande parte de nossa população de baixa renda.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Vou, Mato e Volto

Título no Brasil: Vou, Mato e Volto
Título Original: Vado... l'Ammazzo e Torno
Ano de Produção: 1967
País: Itália
Estúdio: Fida Cinematografica
Direção: Enzo G. Castellari
Roteiro: Tito Carpi, Enzo G. Castellari
Elenco: George Hilton, Edd Byrnes, Gilbert Roland
  
Sinopse:
Quando um rico carregamento de ouro desaparece, provavelmente fruto do roubo de uma gangue de criminosos, três homens decidem ir atrás do tesouro roubado. Um bandoleiro, um banqueiro e um homem de passado incerto conhecido apenas como "o estranho". Juntos eles estão dispostos a lutar e enfrentar qualquer desafio para resgatar os 300 mil dólares em metal precioso que se encontram de posse dos ladrões.

Comentários:
Dando prosseguimento na análise dos filmes que fazem parte do box "The Spaghetti Western Collection" chegamos nesse curioso faroeste que nos Estados Unidos recebeu o título de "Any Gun Can Play". O filme é estrelado por George Hilton, o ator uruguaio que se passava por americano em filmes italianos! Mais internacional do que isso, impossível! Seu personagem novamente não tem nome, dando sequência na tradição do western spaghetti da época onde pistoleiros sem nome chegavam em cidades perdidas do velho oeste para trazer alguma justiça naquelas terras sem lei. Nesse tipo de caracterização o mistério em torno desse tipo de personagem já era a metade da atração do roteiro em si. Além disso, como convém a todo pistoleiro durão, quanto menos palavras tivesse a declamar em cena, melhor. Afinal de contas eram homens de ação e não de palavras. Em vista disso não era necessário também ter grandes atores em cena para encarnar esse tipo de papel. O sujeito, para falar a verdade, só precisava mesmo ter uma boa pinta de gringo para emplacar uma produtiva carreira no cinema italiano. Era bem o caso de Jorge Hill Acosta y Lara ou melhor dizendo George Hilton. Sob direção do bom cineasta Enzo G. Castellari (de outras conhecidas fitas do gênero como "Deus Criou o Homem e o Homem Criou o Colt", "Vou, Vejo e Disparo" e "Mate Todos Eles e Volte Só"), Hilton acaba convencendo. No geral é um bom spaghetti, valorizado ainda mais pelas boas sequências de ação e tiroteios.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Mate Todos Eles e Volte Só

Título no Brasil: Mate Todos Eles e Volte Só
Título Original: Ammazzali Tutti e Torna Solo
Ano de Produção: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: Fida Cinematografica, Centauro Films
Direção: Enzo G. Castellari
Roteiro: Tito Carpi, Enzo G. Castellari
Elenco: Chuck Connors, Frank Wolff, Franco Citti
  
Sinopse:
Clyde Mac Kay (Chuck Connors) é um mercenário que resolve aceitar a proposta do exército confederado durante a guerra civil americana. Ele deverá se alistar no exército da União com seu bando, com o objetivo de roubar milhões de dólares em ouro das reservas do governo de Washington. A fortuna deverá ser usada pelos rebeldes para prolongar a guerra o máximo possível, evitando assim uma derrota humilhante.

Comentários:
De uma coisa não se pode acusar o Western Spaghetti: de não ter títulos imaginativos! O diretor Enzo G. Castellari então era bem criativo no momento de nomear seus próprios filmes. Aqui Castellari contou com a presença do americano de origem irlandesa Chuck Connors. A história dele é bem interessante. Connors foi um bem sucedido jogador de beisebol nos Estados Unidos antes de virar ator. Ele brilhou nos campos jogando para times populares como o Chicago Cubs e o Brooklyn Dodgers. Depois do sucesso como esportista decidiu que queria ser ator. Participou de filmes famosos como "Sangue de Apache" e "Da Terra Nascem os Homens". Percebendo que a concorrência era muito acirrada nos Estados Unidos resolveu tentar a sorte na Itália, realizando filmes de faroeste no velho continente. Acabou se dando bem, colecionando sucessos no Western Spaghetti. Essa foi uma das fitas que rodou. Anos depois ele teria sua carreira abalada após tabloides de Los Angeles divulgarem que ele era gay! De qualquer maneira nesse "Mate Todos Eles e Volte Só" ele está em seu tipo habitual nas telas, a do pistoleiro durão, de poucas palavras, que não leva desaforos para casa.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de outubro de 2017

Keoma

Título no Brasil: Keoma
Título Original: Keoma
Ano de Produção: 1976
País: Itália
Estúdio: Uranos Cinematografica
Direção: Enzo G. Castellari
Roteiro: Luigi Montefiori, Mino Roli
Elenco: Franco Nero, William Berger, Olga Karlatos, Orso Maria Guerrini
  
Sinopse:
Após o fim da guerra civil o misterioso Keoma (Franco Nero) surge das ventanias do deserto de volta ao seu antigo lar. Para sua infelicidade descobre que o lugar está dominado por uma quadrilha de bandoleiros. Logo ele entende que precisará fazer algo e sozinho, pois não consegue confiar em absolutamente mais ninguém sob a face da Terra. Keoma veio para espalhar justiça e pavor entre os bandoleiros e malfeitores em geral, tudo isso feito ao seu próprio modo. 

Comentários:
Qualquer retorno de Franco Nero ao Western Spaghetti era comemorado pelos fãs do estilo. Isso porque ele foi um dos atores mais populares desse gênero cinematográfico tendo estrelado o filme de maior bilheteria do cinema italiano da época, "Django". Embora procurasse sempre desenvolver um trabalho paralelo ao faroeste o fato é que sempre retornava, até porque a oferta dos produtores era generosa. Ter Franco Nero estrelando filmes sobre o velho oeste era bilheteria certa. Em 1976 o Spaghetti já caminhava para seu fim, mas Nero deu o ar de sua graça novamente em "Keoma". Seu visual estava bem diferente, com longas barbas, como se fosse um caçador de ursos das montanhas. O diretor Enzo G. Castellari rejeitou a ideia de fazer um filme com bom humor e cenas pastelão como vinha ficando comum no Spaghetti. Ao invés disso determinou que o roteiro fosse mais realista, sem gracinhas estúpidas. Essa seriedade acabou atraindo Franco Nero para o projeto, já que ele próprio vinha se irritando com a mistura de cenas de comédia em filmes de western. Era algo que nunca lhe agradou. O curioso é que o roteiro também empresta uma dimensão surrealista ao personagem, como se ele fosse uma entidade de aspecto quase religioso e redentor. O uso de flashbacks também se mostra muito bem realizado. Destaque para o clímax do filme, que se tornou um marco do cinema italiano da época. Em suma, um filme diferente, que poucos realmente entenderam completamente em seu lançamento original, mas que hoje em dia ganhou um status de cult movie, por causa de suas boas ideias e produção com temática diferenciada.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Os Guerreiros do Bronx

Título no Brasil: Os Guerreiros do Bronx
Título Original: 1990 - I guerrieri del Bronx
Ano de Produção: 1982
País: Itália
Estúdio: Deaf Internacional Films
Direção: Enzo G. Castellari
Roteiro: Dardano Sacchetti, Dardano Sacchetti
Elenco: Mark Gregory, Fred Williamson, Vic Morrow

Sinopse:
Em uma cidade pós-apocalíptica de Nova York, um policial se infiltra no Bronx, que se tornou um campo de batalha para várias gangues de rua assassinas.

Comentários:
Voltando no  tempo, em minhas memórias afetivas de cinéfilo, eu me lembro bem dessa fita pegando poeira na locadora Betamax onde eu costumava alugar filmes todas as semanas. Pois é, acredite, era uma época de tanta fartura nas videolocadoras no Brasil que até mesmo filmes ao estilo trash como esse ganhavam lançamentos em nosso país. E se eu não estou enganado esse filme foi lançado por aqui pelo selo Look Vídeo. E deixando esse lado da nostalgia de lado é bom salientar que esse filme italiano nada mais é do que outro filho bastardo de "Mad Max", provavelmente um dos filmes mais influentes da história do cinema. Acabou dando origem a uma série sem fim de filmes passados em mundos pós-apocalípticos.

Pablo Aluísio.