sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Aquaman

O grande mérito de Aquaman é que pela primeira vez a DC Comics não ficou com receios de produzir um filme para o cinema que fosse a cara dos quadrinhos. Tudo é muito colorido, movimentado, ao espectador fica a impressão de que está mesmo vendo uma revista em quadrinhos. E isso se refere a praticamente tudo, inclusive a aventura e a trama que é meio bobinha, isso é certo, mas que funciona bem na tela. Isso não significa que o filme não tenha problemas, longe disso. Um deles é que aquele espectador que não comprar seu estilo não vai gostar nada, nada do que verá. O mundo debaixo do oceano, os figurinos exagerados, alguns parecendo mais fantasias de carnaval, quem não curtir esse tipo de coisa exagerada vai ficar muito irritado com sua direção de arte kitsch.

Só que isso nem é o grande problema do filme. Em minha opinião o grande erro foi escalar o grandalhão brutalizado Jason Momoa para interpretar Aquaman. Nos quadrinhos ele é um sujeito forte, tudo bem, mas também é um loiro com cara de galã e até bons modos. Com Momoa ele virou quase um bárbaro (quem lembrou do Conan?) que prefere sair no braço do que ter uma boa conversa. Além disso, não vamos deixar de dizer, não tem nada a ver com a beleza sofisticada de Nicole Kidman, sua mãe no filme. Ficou forçado. Porém como é um filme de pura ação e fantasia, poucos vão reclamar. O que vai valer no final das contas são os cenários exagerados (diria alguns até mesmo meio bregas) que desfilam pela tela. Nesse aspecto o filme até que funciona muito bem. É uma aventura colorida e escapista. Não espere nada muito além disso.

Aquaman (Estados Unidos, 2018) Direção: James Wan / Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick, Will Beall / Elenco: Jason Momoa, Patrick Wilson, Nicole Kidman, Amber Heard, Willem Dafoe, Dolph Lundgren, Yahya Abdul-Mateen II / Sinopse: Adaptação para o cinema das aventuras do personagem Aquaman, criado em 1941 por Paul Norris e Mort Weisinger, cuja primeira aparição nos quadrinhos se deu na revista More Fun Comics #73.

Pablo Aluísio.

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