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sábado, 17 de novembro de 2018

Carlota Joaquina

Recentemente revi esse filme. Já tinha visto nos anos 90, quando ele foi lançado pela primeira vez. Naquela ocasião se disse que seria a retomada do cinema brasileiro após a era Collor. Foi um filme bancado quase que exclusivamente pela diretora Carla Camurati. Não é um filme historicamente preciso, nem essa foi a intenção da diretora. Ela assim aposta quase numa fábula, quando um escocês e uma garotinha conversam na praia e o assunto Brasil vem à tona. A partir daí ele começa a contar a história da vinda da família real portuguesa ao Brasil, obviamente com ênfase em Carlota Joaquina, a esposa de Dom João VI.

De fato há bom material sobre ela. Passou longe de ser uma rainha comum. Na verdade estava mais para megera e bruxa e Carla investe nisso, mas claro tudo sob um viés de muito bom humor. E no humor ninguém se destacaria mais do que Marco Nanini. Ele interpreta um rei caricato, sempre cambaleante, peruca despenteada e fora do lugar, escondendo sempre uma coxinha de galinha em sua roupa quase aos farrapos. É obviamente uma visão bem cartunesca, baseada em anos dessa imagem do improvável rei português. O roteiro porém acerta quando mostra que mesmo o monarca sendo um desastrado, covarde e até abobalhado, era capaz de tomar as decisões certas. O orçamento do filme foi pequeno, o que em alguns momentos fica claro na tela, mas mesmo assim o filme consegue convencer. Também com personagens históricos tão interessantes iria ficar mesmo complicado passar por cima da curiosidade natural em torno da história de nosso país.

Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (Brasil, 1995) Direção: Carla Camurati / Roteiro: Carla Camurati, Melanie Dimantas / Elenco: Marieta Severo, Marco Nanini, Marcos Palmeira, Antonio Abujamra, Beth Goulart, Ney Latorraca, Vera Holtz, Thales Pan Chacon / Sinopse: O filme traz uma visão bem humorada da vinda da família real portuguesa ao Brasil. O Rei Dom João VI, sua esposa Carlota Joaquina e toda a corte fugiram às pressas para a colônia após a ameaça de Napoleão Bonaparte em invadir as terras da nação lusa.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Guerra de Canudos

Título no Brasil: Guerra de Canudos
Título Original: Guerra de Canudos
Ano de Produção: 1997
País: Brasil, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Rio Filme
Direção: Sergio Rezende
Roteiro: Paulo Halm, Sergio Rezende
Elenco: José Wilker, Cláudia Abreu, Paulo Betti, Marieta Severo, José de Abreu, Selton Mello
  
Sinopse:
Filme baseado em um fato histórico real, "Guerra de Canudos" recria o terrível conflito armado que aconteceu no interior do nordeste brasileiro entre as forças armadas e um grupo de pessoas liderados por um líder religioso carismático chamado de Antônio Conselheiro (José Wilker). Pregando o fim dos tempos, ele conseguiu reunir uma grande população em um pequeno vilarejo chamado Canudos. Pregando contra o fim da monarquia e se declarando independente do resto do país, Conselheiro acabou se tornando um alvo para o governo, dando origem a um massacre sem precedentes na história do Brasil. 

Comentários:
Eu gosto bastante desse filme. Aliás sou meio suspeito para opinar pois sempre gostei de filmes adaptados de eventos marcantes da história do Brasil. O beato Antônio Conselheiro acabou sendo um desses protagonistas da história que até hoje segue sendo motivo de muitas controvérsias. Teria sido ele um lunático, um fanático religioso ou um homem com uma visão de mundo bem a frente de seu tempo? O bom roteiro dessa produção prefere apenas contar corretamente todos os fatos históricos, sem se tornar panfletário de uma causa ou uma mera propaganda ideológica. Assim acabou encontrando o caminho certo para o bom cinema. Até porque a história desse homem místico já é por si só demais interessante. Outro aspecto digno de nota que também vale ressaltar é o fato de que o massacre de Canudos jamais foi esquecido, mesmo após dois séculos. Um dos momentos mais curiosos e singulares da história do nosso país também deu origem a um banho de sangue que mesmo hoje em dia jamais podemos compreender bem. Que Antônio Conselheiro era um homem estranho, com ideias fora do comum, isso todos os historiadores já sabem bem. Agora, era necessário mesmo uma verdadeira guerra apenas por ele pensar diferente do poder dominante? Afinal qual seria a importância de uma vilazinha no meio do semi árido nordestino para o resto de um país continental como o Brasil? Assista ao filme e tente entender ou encontrar todas essas respostas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cazuza: O Tempo Não Pára

Vamos falar um pouco de rock Brasil? Eu tive o privilégio de vivenciar o surgimento de todas essas bandas e cantores que fizeram parte de um dos momentos mais interessantes da música brasileira. Era a década de 80 e entre os mais populares ícones daquele geração estava Cazuza. A primeira vez que ouvi Cazuza foi através do disco nacional do Rock in Rio de 1985. Ele realmente foi um cantor de muitos recursos, que ia tão bem cantando rocks como outros gêneros musicais. Aliás uma das razões de sua saída do Barão Vermelho foi justamente essa, o grupo com Frejat à frente não queria abandonar o velho e bom rock e Cazuza queria alcançar picos bem mais altos, cantando MPB, Samba e tudo o que lhe agradasse. Infelizmente quando estava se sobressaindo, gravando excelentes canções de um rico repertório, sua vida chegou ao fim. Cazuza faleceu muito jovem e o Brasil todo acompanhou seu drama. Esse filme "Cazuza: O Tempo Não Pára" tentou assim capturar um pouco da essência desse artista tão popular em sua época.

Infelizmente uma pessoa com uma vida tão rica não poderia mesmo ser retratada de forma completa em um filme de poucos minutos. Isso é simplesmente impossível. No seu caso a situação fica ainda pior pois tive a oportunidade de ler o livro que inspirou a produção, o lírico e muito bonito "Só as Mães são Felizes" escrito pela mãe de Cazuza, Lucinha Araújo. O texto é emocionante pois no fundo é um depoimento sincero e aberto da mãe do cantor sobre seu relacionamento com o filho. Uma visão vista de dentro da vida familiar do cantor. Detalhes, passagens e fatos, por pura falta de tempo, foram ignorados aqui nesse filme. Mesmo assim, pelas limitações naturais do produto cinematográfico, não posso deixar de elogiar alguns aspectos dessa cinebiografia. A mais evidente de todas é o excelente trabalho de atuação do ator Daniel de Oliveira. Eu não o considero parecido fisicamente com Cazuza mas isso se torna um detalhe sem importância quando vemos seu total empenho em reproduzir em cena todos os menores maneirismos do cantor. Talvez fosse melhor que "Cazuza: O Tempo Não Pára" focasse apenas em um determinado evento específico da vida do músico, como fez a mais recente biografia nas telas de Renato Russo, "Somos Tão Jovens". Mesmo assim vale a recomendação. Cazuza certamente foi muito mais do que vemos nessa produção mas pela dignidade e honestidade desse filme não podemos deixar de recomendar para os fãs dele e da música de nosso país. 

Cazuza: O Tempo Não Pára (Idem, Brasil, 2004) Direção: Walter Carvalho, Sandra Werneck / Roteiro: Fernando Bonassi, baseado no livro de memórias de Lucinha Araújo / Elenco: Daniel de Oliveira, Marieta Severo, Reginaldo Faria / Sinopse: Cinebiografia do cantor e compositor Cazuza, ícone da geração do rock Brasil durante a década de 1980.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lista de Filmes - Edição VI

Eu
Marcelo (Tarcísio Meira) é um milionário brasileiro que sofre de crises de depressão e angústia. Procurando algum sentido na vida ele decide ir para uma bela casa de praia, cercado de mulheres sensuais e bonitas. Walter Hugo Khouri foi um dos cineastas mais interessantes do cinema brasileiro. Falecido em 2003, ele deixou uma filmografia importante. Praticamente todos os seus filmes traziam toques autobiográficos em seus roteiros, que aliás eram escritos pelo próprio Khouri. Esse aqui foi considerado até mais leve que outras obras anteriores de sua carreira. Nessa produção dos anos 80 o diretor teve a oportunidade de contar no elenco com um dos grandes nomes da TV brasileira, o eterno galã global Tarcísio Meira. Um bom filme, que transita bem por diversos gêneros cinematográficos. Foi lançado pela Embrafilme e até que fez bonito nas bilheterias, sendo um dos maiores sucessos da carreira do diretor./ Eu (Brasil, 1986) Direção: Walter Hugo Khouri / Roteiro: Walter Hugo Khouri / Elenco: Tarcísio Meira, Bia Seidl, Monique Lafond, Nicole Puzzi.

O Homem da Capa Preta
Ótimo filme nacional que conta uma história real, bastante curiosa, da política nacional. O protagonista é Tenório Cavalcanti (José Wilker), um político alagoano, conhecido por resolver problemas usando uma submetralhadora israelense que chamava de "Lourdinha". Foi vereador, deputado estadual, deputado federal e chegou a ser eleito governador do estado da Guanabara (atual Rio de Janeiro). O filme, como era de esperar, se baseia muito nas histórias folclóricas envolvendo esse personagem singular da história do Brasil. Ele fez sua carreira política em Duque de Caxias, uma região popular e violenta da cidade do Rio de Janeiro e como tal tinha que se prevenir de sofrer algum atentado. Por isso criou praticamente uma persona própria, sempre usando uma capa preta, andando armado e cercado de capangas. O filme é muito bom, muito embora quem esteja atrás da verdadeira história é melhor ir atrás de bons livros sobre ele, além de estudar o contexto histórico das décadas de 1930 e 1940, onde a maioria da história se passa. / O Homem da Capa Preta (Brasil, 1986) Direção: Sergio Rezende / Roteiro: Tairone Feitosa, José Louzeiro / Elenco: José Wilker, Marieta Severo, Jonas Bloch, Guilherme Karam.

Rock Estrela
No auge do rock Brasil, quando havia uma constelação de bons roqueiros brasileiros, o cinema também embarcou na moda, na onda. O resultado foi esse bom musical que era estrelado por um jovem e magro Léo Jaime, que inclusive cantava a música tema do filme. Por falar em música a trilha sonora era das melhores, contando com Tokyo (a banda do Supla), RPM (com o sucesso "Olhar 43"), Metrô (com a bonita "Johnny Love"), além de outros grupos menos conhecidos, mas divertidos, como o insano Dr. Silvana & Cia. O roteiro era obviamente bobinho e genérico, sem nada para passar. O grande interesse vinha mesmo dos números musicais, pois é um dos filmes nacionais que melhor retrataram aquela geração dos anos 80. Pena que com o fim da década o rock brasileiro também entrou em um funil, sendo esmagado por outros gêneros musicais como o sertanejo e o axé. / Rock Estrela (Brasil, 1986) Direção: Lael Rodrigues / Roteiro: Luís Carlos Góes, Lael Rodrigues / Elenco: Leo Jaime, Diogo Vilela, Andrea Beltrão, Celso Blues Boy, Guilherme Karam, Malu Mader, Paulo Ricardo.

Os Saltimbancos Trapalhões
Os Trapalhões, grupo de humor formado por Renato Aragão, Dedê Santana, Mussum e Zacarias, foi um dos maiores campeões de bilheteria do cinema nacional. As filas davam voltas e mais voltas nos quarteirões, para a alegria dos donos de cinemas de todo o Brasil. De todos os filmes que fizeram (e foram muitos!) eles ganharam o reconhecimento da crítica justamente por causa desse "Os Saltimbancos Trapalhões", considerado até hoje a verdadeira "obra-prima" dos Trapalhões no cinema. Além da sempre e eficiente direção do veterano J.B. Tanko, o filme ainda tinha uma maravilhosa trilha sonora com músicas compostas por Chico Buarque. Quem as cantou no filme foi a talentosa Lucinha Lins, que estava ótima em seu papel. O roteiro do filme homenageia o mundo do circo e seus artistas, algo que era muito familiar para Dedê, que havia crescido nesse meio artístico. Enfim, um momento bem nostálgico e simpático do cinema nacional, trazendo os Trapalhões em sua melhor forma artística. / Os Saltimbancos Trapalhões (Brasil, 1981) Direção: J.B. Tanko / Roteiro: Renato Aragão, Luis Bacalov, Sergio Bardotti, Chico Buarque / Elenco: Renato Aragão, Dedê Santana, Mussum, Zacarias, Lucinha Lins.

A Misteriosa Morte de Natalie Wood
Natalie Wood foi uma das estrelas mais conhecidas da era de ouro do cinema americano. Em novembro de 1981 ela morreu afogada. A versão oficial dizia que ela estava bêbada quando tentou passar de um barco para o outro. Escorregou, caiu entre as duas embarcações e morreu afogada. Com os anos surgiram várias histórias que desmentiam essa versão oficial de sua morte. Uma delas afirmava que seu marido teria algo a ver com o seu afogamento. Verdade ou mentira? De qualquer maneira essa minissérie (que depois foi compilada em DVD, assumindo o formato de um longa-metragem) tentou contar essa estranha história. É um bom filme, valorizado por um igualmente bom elenco, com destaque para a atriz Justine Waddell que fez um bom trabalho interpretando a trágica Natalie Wood. Um fato curioso é que o filme acabou indo parar na justiça, onde os produtores acabaram sendo processados por Robert Wagner, o marido de Natalie na ocasião de sua morte. / A Misteriosa Morte de Natalie Wood (The Mystery of Natalie Wood, Estados Unidos, 2004) Direção: Peter Bogdanovich / Roteiro: Elizabeth Egloff, Suzanne Finstad / Elenco: Justine Waddell, Michael Weatherly, Matthew Settle, Colin Friels. 

Atrapalhando a Suat
Assim como os Beatles, os Trapalhões também se separaram em um breve período nos anos 80. O que resultou daí foi a saída de Dedé, Mussum e Zacarias do programa da Globo. De um lado, sozinho, ficou apenas Renato Aragão e seu personagem mais famoso, o Didi. Os outros 3 comediantes fundaram uma companhia cinematográfica chamada Demuza (com as iniciais dos nomes deles) e produziram essa comédia que foi lançada nos cinemas brasileiros. Filme bem fraquinho, com produção muito modesta. Se serviu para alguma coisa, pelo menos voltou a reunir o quarteto que a partir daqui não mais voltaria a se separar. Curiosamente assisti a esse filme no cinema! Só me recordo porque fui ver! Talvez porque eu tinha 10 anos em 1983. Coisa de criança que adorava os Trapalhões! / Atrapalhando a Suat (Brasil, 1983) Direção: Victor Lustosa, Dedé Santana / Roteiro: Victor Lustosa, Gilvan Pereira / Elenco: Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Ataíde, João Bourbonnais, Paulo Copacabana.

Pablo Aluísio.