Um filme sobre o lendário Marco Polo, ainda mais sendo interpretado por Gary Cooper, certamente me deixou muito interessado. Pena que nada correspondeu ás expectativas. Tudo bem, se trata de um filme de aventuras do final da década de 1930, porém o roteiro, a produção e até mesmo os figurinos deixaram muito a desejar. O filme começa quando o pai de Marco Polo decide enviá-lo para uma longa jornada em direção à China. O objetivo é abrir uma rota comercial entre Veneza e o império chinês. Marco Polo é escolhido para liderar essa expedição. Importante lembrar que Marco Polo é considerado o primeiro europeu a ter contato com a civilização chinesa, isso ainda no século XI. Ele então embarca em seu aventura, mas as coisas começam muito mal. Durante uma tempestade no Mediterrâneo seu navio afunda. Ele é salvo por milagre, chegando a uma praia no Oriente Médio. Depois disso decide percorrer a jornada a pé mesmo, atravessando desertos, montanhas nevadas e todos os perigos.
O filme é historicamente incorreto. Afinal é apenas uma aventura de matinê e não estava mesmo nada programado para ser algo sério, de acordo com os fatos históricos. O figurino de Gary Cooper é péssimo, algo que nada tinha a ver com as roupas da época, dos venezianos de seu tempo. Para piorar o roteiro logo derrapa em muitos clichês, envolvendo um bondoso imperador chinês, sua linda filha e um grão-vizir maléfico. Superficial, parece mesmo um produtor feito para adolescentes. Nem o romance entre Cooper e a filha do imperador consegue decolar. Por fim, para piorar tudo, o filme se passa na China, mas poucos são os atores orientais. Noventa por cento dos chineses que desfilam na tela são americanos com maquiagem para puxar os olhos. Assim sobra pouco para elogiar essa fraca aventura do passado.
As Aventuras de Marco Polo (The Adventures of Marco Polo, Estados Unidos, 1938) Direção: Archie Mayo / Roteiro: Robert E. Sherwood, N.A. Pogson / Elenco: Gary Cooper, Sigrid Gurie, Basil Rathbone / Sinopse: Jovem, irresponsável e mulherengo, o veneziano Marco Polo é enviado por seu pai para a mais ambiciosa jornada de seu tempo. Ele deve chegar na China para estabelecer laços comerciais com aquela distante nação do oriente.
Pablo Aluísio.
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