Recentemente revi esse filme. Já tinha visto nos anos 90, quando ele foi lançado pela primeira vez. Naquela ocasião se disse que seria a retomada do cinema brasileiro após a era Collor. Foi um filme bancado quase que exclusivamente pela diretora Carla Camurati. Não é um filme historicamente preciso, nem essa foi a intenção da diretora. Ela assim aposta quase numa fábula, quando um escocês e uma garotinha conversam na praia e o assunto Brasil vem à tona. A partir daí ele começa a contar a história da vinda da família real portuguesa ao Brasil, obviamente com ênfase em Carlota Joaquina, a esposa de Dom João VI.
De fato há bom material sobre ela. Passou longe de ser uma rainha comum. Na verdade estava mais para megera e bruxa e Carla investe nisso, mas claro tudo sob um viés de muito bom humor. E no humor ninguém se destacaria mais do que Marco Nanini. Ele interpreta um rei caricato, sempre cambaleante, peruca despenteada e fora do lugar, escondendo sempre uma coxinha de galinha em sua roupa quase aos farrapos. É obviamente uma visão bem cartunesca, baseada em anos dessa imagem do improvável rei português. O roteiro porém acerta quando mostra que mesmo o monarca sendo um desastrado, covarde e até abobalhado, era capaz de tomar as decisões certas. O orçamento do filme foi pequeno, o que em alguns momentos fica claro na tela, mas mesmo assim o filme consegue convencer. Também com personagens históricos tão interessantes iria ficar mesmo complicado passar por cima da curiosidade natural em torno da história de nosso país.
Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (Brasil, 1995) Direção: Carla Camurati / Roteiro: Carla Camurati, Melanie Dimantas / Elenco: Marieta Severo, Marco Nanini, Marcos Palmeira, Antonio Abujamra, Beth Goulart, Ney Latorraca, Vera Holtz, Thales Pan Chacon / Sinopse: O filme traz uma visão bem humorada da vinda da família real portuguesa ao Brasil. O Rei Dom João VI, sua esposa Carlota Joaquina e toda a corte fugiram às pressas para a colônia após a ameaça de Napoleão Bonaparte em invadir as terras da nação lusa.
Pablo Aluísio.
Drama e Romance
ResponderExcluirCarlota Joaquina
Pablo Aluísio.
O Dom João certamente não era nenhum Augustus, mas acho que não era tão tolo quanto a "historia" oficial tenta faze-lo.
ResponderExcluirA imagem caricata prevaleceu, inclusive nos livros de história, mas ele era mais esperto e inteligente do que geralmente se mostra.
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