domingo, 18 de novembro de 2018

A Rosa Púrpura do Cairo

Filme muito bom, de um tempo em que o diretor Woody Allen estava mais preocupado em fazer bom cinema do que se explicar para a imprensa por problemas de sua vida pessoal. Além disso esse é um tipo de filme bem mais realizado, com roteiro muito original e inteligente, bem ao contrário de seus últimos filmes que me soam cada vez mais artificiais, plásticos, sem substância. Steven Spielberg uma vez disse que um diretor de cinema só consegue manter o alto padrão de sua filmografia por no máximo uma década. Analisando os filmes de Allen chegamos nessa mesma conclusão. A boa notícia é que esse filme é de sua fase mais original e autoral, com um toque de mestre.

O filme conta uma estorinha pouco usual. Durante a década de 1930 uma espectadora pacata de cinema se vê diante de uma situação surreal. O seu personagem preferido de um filme salta da tela para o mundo real.  Jeff Daniels interpreta esse caçador branco que pula literalmente de um velho filme de aventuras para passar algum tempo no mundo das pessoas comuns. Claro, Allen aqui exercita a metalinguagem em um nível que nunca havia sido visto na sétima arte. Ainda bem que nesse processo acabou criando esse pequena obra prima cinematográfica.

A Rosa Púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo, Estados Unidos, 1985) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Mia Farrow, Jeff Daniels, Danny Aiello / Sinopse: Durante os anos 1930 um personagem de cinema resolve atravessar a tela, vindo parar no mundo real das pessoas comuns. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Woody Allen). Vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.

Pablo Aluísio.

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