quarta-feira, 29 de setembro de 2021

O Pianista

Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) é um pianista clássico talentoso. Ele vive em Varsóvia. É um judeu polonês. Sua vida muda completamente quando a Alemanha invade a Polônia, dando começo ao maior conflito da história, a II Guerra Mundial. Assim que os nazistas dominam Varsóvia eles cercam os judeus da cidade em um gueto, onde ninguém poderia entrar ou sair. Depois começam a evacuar a cidade, levando os judeus para os campos de concentração. Quase de forma milagrosa Szpilman consegue sobreviver nesse mundo hostil, marcado por barbáries de todos os tipos. Os nazistas executam qualquer um, na frente de todos, pelas ruas da cidade. Szpilman porém segue firme, sobrevivendo um dia de cada vez.

Esse é um excelente filme. Foi aclamado em Cannes e até hoje é considerado uma das melhores obras cinematográficas do cineasta Roman Polanski. A mensagem básica que transmite é a de que nunca devemos desistir. Não importam os problemas, os desafios, os obstáculos, devemos sempre seguir em frente, enfrentando a vida de peito aberto. O personagem é antes de tudo um lutador e um sobrevivente. Ele se agarra na vida como poucos poderiam pensar fazer naquele período de grande aflição. E em termos de cenas destaco duas que são as mais expressivas do filme. A primeira quando o oficial nazista o poupa da morte ao saber que ele toca piano e a segunda, quando ele sai pelas ruas destruídas da cidade e vê ao longe a chegada do exército vermelho, com os russos libertando Varsóvia dos nazistas. São momentos para não esquecer, de tão belos que ficaram no filme.

O Pianista (The Pianist, Inglaterra, França, Alemanha, Polònia, 2002) Direção: Roman Polanski / Roteiro: Ronald Harwood / Elenco: Adrien Brody, Thomas Kretschmann, Frank Finlay / Sinopse: Com roteiro baseado no livro de memórias escrito pelo músico judeu Wladyslaw Szpilman, o filme "O Pianista" conta a história de um homem que consegue sobreviver á invasão nazista de Varsóvia. Contra todas as possibilidades ele vai conseguindo viver um dia de cada vez, bem no meio da insanidade do III Reich.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

O Segredo de Brokeback Mountain

Título no Brasil: O Segredo de Brokeback Mountain
Título Original: Brokeback Mountain
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus Features
Direção: Ang Lee
Roteiro: Annie Proulx, Larry McMurtry
Elenco: Jake Gyllenhaal, Heath Ledger, Michelle Williams, Valerie Planche, Dave Trimble, Larry Reese

Sinopse:
O filme conta a história do amor homossexual entre dois cowboys, Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal). Eles são apaixonados, mas como vivem em um meio rural machista e homofóbico, com forte preconceito, não podem assumir seus sentimentos pessoais um para com outro.

Comentários:
Filme que ainda levanta muitas polêmicas. O tema realmente é um tanto explosivo, afinal pensem bem, que símbolo seria mais forte do macho heterossexual americano do que o cowboy? Mexer com algo assim, o retratando como um homossexual, é deveras complicado para a mente de algumas pessoas. A aceitação parece nunca ser completa. Porém o filme deve ser visto por seus méritos puramente cinematográficos, com mente aberta. O fato da paixão se desenvolver entre dois homens é mero detalhe. Outro ponto muito positivo é que essa produção, queiram ou não, contribuiu apenas com sua popularidade para derrubar os muros do preconceito e da intolerância. Só isso já justificaria sua existência no meio cultural. E como puro cinema o filme também se sustenta muito bem. É um drama cuja história se prolonga no tempo, mostrando as incertezas e dores de um amor impossível.

Pablo Aluísio.

A Menina que Matou os Pais

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde o caso das mortes dos pais de Suzane von Richthofen iria virar filme, só que não podia antecipar que iria virar dois filmes! Isso mesmo, esse não é o único. Há ainda o segundo chamado "O Menino que Matou Meus Pais". Qual é a diferença entre eles? O primeiro é baseado no depoimento de Daniel Cravinhos, o segundo na versão da própria Suzane. Quem é do mundo jurídico sabe que em um tribunal de Júri surgem versões e mais versões sobre o crime, muitas delas dissonantes e contraditórias entre si. Então os produtores decidiram que iriam produzir dois filmes, um para cada versão contada.

Esse aqui, como já escrevi, é baseado nas palavras de Daniel Cravinhos. E o que ele tem a nos contar? Ele relembra seu namoro com Suzane von Richthofen, que ele conheceu nas aulas de aeromodelismo do irmão mais jovem dela, a resistência dos pais da garota por ele ser de uma classe social mais baixa e sem estudo universitário, as brigas para que eles ficassem juntos, etc. São três anos de namoro conturbado, tudo desencadeando naquele crime terrível quando Daniel e seu irmão mataram os pais de Suzane a pauladas. Quando o filme começou eu não levei muita fé na atuação dos jovens atores, eles pareciam um pouco nervosos, pelo menos eu tive essa percepção. Depois a coisa foi melhorando e quando o filme vai chegando ao final eles conseguem entregar um bom trabalho em cena. No final de tudo gostei do filme. O resultado é bem satisfatório.

A Menina que Matou os Pais (Brasil, 2021) Direção: Mauricio Eça / Roteiro: Ilana Casoy, Raphael Montes / Elenco: Leonardo Bittencourt, Carla Diaz, Kauan Ceglio / Sinopse: O filme conta a história do caso da morte dos pais da jovem Suzane von Richthofen. Ela, segundo o depoimento de seu namorado Daniel, armou um plano para matá-los a pauladas, durante à noite. Filme baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Cry Macho

Clint Eastwood não desiste e nem pensa em aposentadoria. Aos 91 anos de idade ele surge com esse novo filme nos cinemas. Minhas impressões são de que talvez seja a hora do ator e diretor pensar em descansar mesmo. O corpo humano tem seus limites. Clint surge na tela com os sinais do tempo. Ele está encurvado, com dificuldade de falar seus diálogos. O olhar algumas vezes fica perdido. Natural para uma pessoa de sua idade. Será que não seria hora mesmo de abandonar as telas? Eu penso que sim. Afinal Clint Eastwood já escreveu seu nome na história do cinema. Não precisa provar mais nada e há muitos anos. O roteiro o coloca até mesmo em situações de luta, algo que sinceramente não cabe mais a um idoso em idade avançada como ele.

O filme "Cry Macho" também não vai acrescentar muto em sua filmografia. É um filme meramente mediano. A história é simples. Ele é um velho cowboy que atende o pedido de seu ex-patrão (ele acabou de ser demitido!). O sujeito que que o personagem de Clint viaje até o México para trazer seu filho que vive com a mãe. Não vai ser fácil. A mãe do rapaz não quer que ele cruze a fronteira rumo aos Estados Unidos. Os federais ficam no encalço de Clint nas estradas da fronteira e ele mesmo precisa se livrar de vários problemas. Acaba reencontrando o amor com uma viúva, dona de um restaurante mexicano. Uma fita rápida, direta no ponto, mas sem grande carga dramática. Clint novamente esbanja carisma, mas o peso dos anos realmente se torna bem perceptível na tela.

Cry Macho: O Caminho para Redenção (Cry Macho, Estados Unidos, 2021) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Nick Schenk, N. Richard Nash / Elenco: Clint Eastwood, Dwight Yoakam, Daniel V. Graulau / Sinopse:  Mike Milo (Clint Eastwood) é um velho cowboy de rodeios, viúvo, que viaja até o México para trazer aos Estados Unidos o filho de seu ex-patrão que mora com a mãe. E os problemas logo surgem nas curvas das estradas da fronteira.

Pablo Aluísio.


domingo, 26 de setembro de 2021

A Era do Gelo

Título no Brasil: A Era do Gelo
Título Original: Ice Age
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Chris Wedge, Carlos Saldanha
Roteiro: Michael J. Wilson, Michael Berg
Elenco: Ray Romano, John Leguizamo, Denis Leary, Goran Visnjic, Jack Black, Cedric the Entertainer

Sinopse:
Em plena era do gelo, com grande parte do planeta congelado, um inusitado grupo de animais formado por uma preguiça, um tigre e um mamute decidem ajudar uma criança humana perdida a reencontrar sua tribo e seu lar.

Comentários:
Essa animação foi a primeira do que iria se tornar uma franquia de sucesso contando com 4 filmes (pelo menos dos que eu me lembro, pois certamente vi o quarto filme). Bom, se houve tantas continuações é sinal de que realmente fez sucesso. E o mais interessante disso é que há uma pitada da arte verde e amarela aqui, isso porque um dos diretores da animação é brasileiro. Estou em referindo ao talentoso Carlos Saldanha. Esse carioca também iria dirigir um filme que era na realidade uma declaração de amor para sua cidade natal, isso mesmo, ele foi o diretor responsável por outra animação de sucesso, "Rio" de 2011. Assim talentos não faltaram na elaboração desse desenho que acabou se tornando um dos maiores sucessos do estúdio Twentieth Century Fox no segmento das animações milionárias de Hollywood. Simpático e divertido, sem dúvida foi uma das melhores de sua safra.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de setembro de 2021

August

Título no Brasil: August
Título Original: August
Ano de Produção: 2007
País: Suécia
Estúdio: Strindberg Pictures
Direção: Stig Larsson
Roteiro: Peter Birro
Elenco: Jonas Karlsson, Gunilla Abrahamsson, Börje Ahlstedt, Emil Almén, Bergljót Arnadóttir

Sinopse:
A história do filme se passa em 1876. O dramaturgo August Strindberg vê mais uma de suas peças ser recusada pelo Royal Dramatic Theatre. Uma péssima notícia já que ele está sem dinheiro, devendo muito, com os credores lhe pressionando. E nesse momento tão delicado ele entra em desespero, pensando até mesmo em se matar!

Comentários:
Eu costumo dizer que é sempre um prazer conhecer filmes de outros países que saíam do circuito Estados Unidos e Inglaterra  Há filmes maravilhosos de países que até ontem estavam completamente fora da rota do que um espectador de cinema no Brasil estaria acostumado a assistir. E da gelada e distante Suécia temos esse filme excelente, contando a história real de um grande escritor de peças de teatro que em determinado momento de sua vida enfrenta uma daquelas situações ruins, pois fica sem dinheiro, desempregado, devendo muito na praça. Dedicar a vida para a arte tem seu preço, como bem afirma um dos personagens do filme. Porém o amor pela arte é tão grande que muitas vezes tudo é superado. E muitos artistas acabam produzindo o seu melhor quando justamente enfrentam essas épocas de aperto financeiro. Deixo então a dica desse bom filme sueco. Uma boa produção, contando uma história que inspira.

Pablo Aluísio.

Roma

Título no Brasil: Roma
Título Original: Roma
Ano de Produção: 2018
País: México
Estúdio: Esperanto Filmes
Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Alfonso Cuarón
Elenco: Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Diego Cortina Autrey, Carlos Peralta, Marco Graf

Sinopse:
Na década de 1970, na Cidade do México, vive a empregada doméstica Cleo (Yalitza Aparicio). Ela trabalha para uma família de classe média que passa por vários problemas. O patrão deixou a casa para ir morar com uma amante mais jovem. E ela também tem problemas pessoais, ao descobrir que está grávida de um namorado que ao saber disso simplesmente desaparece.

Comentários:
Esse filme surpreendeu de várias maneiras. Não apenas foi aclamado no Festival de Veneza e no Globo de Ouro, como também acabou vencendo em três categorias do Oscar nas categorias de melhor filme estrangeiro, melhor direção e melhor direção de fotografia (sendo duplamente premiado nessas categorias o diretor Alfonso Cuarón). E como se iisso tudo ainda não bastasse ainda foi indicado ao Oscar de melhor filme naquele mesmo ano. Enfim, um grande vencedor de festivais de cinema pelo mundo afora. E pensar que sua história é das mais simples e humanas, tendo como protagonista uma empregada doméstica mexicana pobre de um bairro classe média da Cidade do México. Nesse aspecto eu chamo atenção para o relacionamento especial com que ela tem com as crianças. Não e uma relação meramente profissional, mas de afeto e carinho, como convém aos povos latinos em geral. Um filme muito interessante em que muitas pessoas irão se identificar, de uma maneira ou outra.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Henrique VIII

Título no Brasil: Henrique VIII
Título Original: Henry VIII
Ano de Produção: 2003
País: Inglaterra
Estúdio: Granada Pictures
Direção: Pete Travis
Roteiro: Peter Morgan
Elenco: Ray Winstone, Charles Dance, Mark Strong, Joss Ackland, Sid Mitchell, William Houston

Sinopse:
O filme conta a história do Rei da Inglaterra Henrique VIII (1491 - 1547). Esse monarca europeu ficou conhecido por ter reinado no sistema absolutista de poder, onde seu desejo era lei. Também se imortalizou na história por ter matado várias de suas esposas, além de ter provocado o rompimento do reino da Inglaterra com o Vaticano, expulsando de seu país os membros do clero da Igreja Católica.

Comentários:
Henrique VIII foi o símbolo máximo do absolutismo inglês. Monarca da Dinastia Tudor se dizia profundamente cristão, chegando a escrever livros e teses teológicas, mas ao mesmo tempo não sentia qualquer remorso em mandar inimigos e até mesmo suas esposas para a decapitação por machado na Torre de Londres. Coitadas das que não lhe davam seu tão esperado herdeiro masculino do trono. Deixando um rastro de sangue e crimes, Henrique VIII também elevou o desenvolvimento de sua nação a patamares nunca antes sonhados pelo povo inglês. Esse tipo de contradição em sua história pode ser conferida nesse bom filme. Não chega a ser tão bom quanto os clássicos do cinema que enfocaram esse Rei, mas mantém um bom nível de interesse. Agora, há uma série até recente que superou tudo em termos dessa história, se trata de "The Tudors", que aproveito para deixar a dica. No mais esse filme me agradou, principalmente pela caracterização do monarca, aqui bem retratado, tal como era mesmo na vida real. Tudo ficou bem fiel, os historiadores não terão do que reclamar.

Pablo Aluísio.

Kinsey

Título no Brasil: Kinsey - Vamos Falar de Sexo
Título Original: Kinsey
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Bill Condon
Roteiro: Bill Condon
Elenco: Liam Neeson, Laura Linney, Chris O'Donnell, Peter Sarsgaard, Timothy Hutton, John Lithgow

Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Alfred Kinsey (Liam Neeson) foi um pesquisador que na década de 1940 decidiu realizar os primeiros estudos sobre sexualidade humana. Com a publicação dos resultados de suas pesquisas criou-se toda uma polêmica dentro da sociedade sobre os temas discutidos. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Laura Linney).

Comentários:
Hoje em dia o ator Liam Neeson pode ter se acomodado em uma série sem fim de filmes de ação, a maioria deles bem genérico, mas olhando até para um passado bem recente podemos encontrar filmes muito interessantes. Um deles é esse Kinsey sobre esse pesquisador que ousou, em um tempo cheio de tabus e preconceitos, realizar pesquisas sobre a sexualidade do ser humano. A academia, por mais incrível que isso poderia parecer, não havia ainda estudado esses temas com a devida seriedade. E nesse processo se descobriu coisas bem curiosas, como uma escala em que ele mostrava que os homens tinha uma sexualidade mais flexível do que poderia se imaginar. Para ele nenhum homem era exclusivamente heterossexual ou homossexual, havendo graus diferentes nessa escala de tendências sexuais. Ele também publicou pesquisas sobre a sexualidade feminina e sua mudança drástica após a maternidade. Enfim, um filme realmente muito bom, trazendo temas que ainda hoje são estudados e analisados em diversas universidades pelo mundo.

Pablo Aluísio.

Into the West

Título no Brasil: Into the West
Título Original: Into the West
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamwWorks Pictures
Direção: Robert Dornhelm, Sergio Mimica-Gezzan
Roteiro: Kirk Ellis, Craig Storper
Elenco: Joseph M. Marshall, Irene Bedard, Gil Birmingham, John Terry, Tonantzin Carmelo, Tyler Christopher

Sinopse:
Série que narra os conflitos e a vida de duas famílias no velho oeste americano. Uma delas é nativa, formada por índios que viram suas terras serem dominadas pelo homem branco. A outra família retratada é a de colonos que chegavam para trazer o modo e o estilo de vida do branco europeu no oeste selvagem.

Comentários:
Essa série foi produzida pelo estúdio de Steven Spielberg. O próprio diretor chegou a pensar em dirigir alguns episódios e só não o fez porque não encontrou espaço em sua agenda. Assim ficou apenas como produtor. E ter Steven Spielberg na produção é claramente um sinal de grande qualidade técnica. E nesse aspecto a série é impecável, com grandes planos da natureza do oeste dos Estados Unidos e uma reconstituição histórica simplesmente perfeita. O roteiro também acerta em mostrar os dois lados desse choque de civilizações. De um lado temos a visão dos povos nativos, do outro a perspectiva do homem branco que chegava para abrir fazendas de criação de gado. Tive o privilégio de assistir quando foi exibida pela primeira vez no canal HBO. Desde então nunca mais vi na programação. Se tiver oportunidade de assistir não deixe passar em branco, principalmente se você aprecia a história da conquista do oeste.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Contrato de Risco

Título no Brasil: Contrato de Risco
Título Original: The Deal
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Myriad Pictures
Direção: Harvey Kahn
Roteiro: Ruth Epstein
Elenco: Christian Slater, Selma Blair, Robert Loggia, Colm Feore, Angie Harmon, John Heard

Sinopse:
Em um mundo dos negócios brutal e violento, um homem comum tenta sobreviver aos jogos milionários da indústria do petróleo, ao mesmo tempo em que precisa escapar do envolvimento da máfia russa em suas transações internacionais.

Comentários:
O ator Christian Slate chegou a ser chamado em uma época de o "O novo Jack Nicholson" ou "O herdeiro de Jack Nicholson", todos títulos para animar qualquer um na carreira artística. Porém o sucesso no cinema nunca chegou. Tirando "Entrevista com o Vampiro" não me lembro agora de nenhum outro grande sucesso de bilheteria. Na verdade sua filmografia é recheada de filmes B praticamente desconhecidos. Ele sempre esteve no elenco coadjuvante, tentando emplacar. Nesse filme aqui deram uma chance a ele como ator principal. O resultado, embora bem produzido, também é bem morno. O filme foi definido como um "thriller político" mostrando o lado mais sórdido dos investidores de Wall Street. Tampouco empolga mesmo para quem estiver interessado nesse tipo de enredo, formado na Bolsa de Valores de Nova Iorque, etc. É um filme bem esquecível mesmo. Não seria dessa vez que o Christian Slater iria virar o Jack Nicholson.

Pablo Aluísio.

Quatro Irmãos

Título no Brasil: Quatro Irmãos
Título Original: Four Brothers
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Singleton
Roteiro: David Elliot, Paul Lovett
Elenco: Mark Wahlberg, Tyrese Gibson, André 3000, Garrett Hedlund, Terrence Howard, Josh Charles

Sinopse:
A mãe adotiva de quatro irmãos é morta em um assalto numa loja. O crime parece sem solução para o departamento de polícia. Então os irmãos liderados por Bobby Mercer (Mark Wahlberg) decidem investigar por conta própria. E também estão dispostos a fazer justiça pelas próprias mãos.

Comentários:
Considerei um bom filme. O roteiro me lembrou até mesmo de um velho faroeste chamado "Os Filhos de Katie Elder", aquele mesmo com John Wayne e Dean Martin. A premissa é completamente semelhante, com quatro irmãos se unindo novamente para ir atrás dos assassinos de sua mãe. Só que aqui saem os cavalos e o velho oeste e entra os subúrbios ao estilo barra pesada das grandes cidades americanas. Uma das coisas boas desse filme é que ele coloca irmãos brancos e negros no mesmo objetivo. Como todos eles foram órfãos e como elo em comum tinham apenas a mãe adotiva, ficou fácil para o roteiro trabalhar as diferenças entre eles, embora sempre tenha um elo de fraternidade e irmandade embaixo de toda aquela marra dos personagens. E para quem estiver em busca basicamente de boas cenas de ação também não haverá do que reclamar. Bem movimentado e bem produzido, esse "Quatro Irmãos" também vai satisfazer os fãs de filmes de ação.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

The Compleat Beatles

Título no Brasil: The Compleat Beatles
Título Original: The Compleat Beatles
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Delilah Films
Direção: Patrick Montgomery
Roteiro: David Silver
Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, Brian Epstein, George Martin

Sinopse:
Documentário lançado no Brasil em VHS mostrando toda a história do grupo de rock The Beatles, passando pelos primeiros shows, pelas apresentações no Cavern Club, a excursão por Hamburgo na Alemanha, o sucesso nos Estados Unidos. O filme traz a primeira entrevista coletiva dos Beatles na América, indo até os momentos finais do grupo, quando veio sua separação em 1970.

Comentários:
Quem era fã dos Beatles dos anos 80 e viveu a época das locadoras de vídeo VHS certamente vai se lembrar desse documentário "The Compleat Beatles". A razão é simples de entender. Durante muitos anos essa fita foi a única coisa disponível sobre os Beatles no mercado de vídeo no Brasil. E olha que era até um bom filme, trazendo muitas cenas antigas, até raras, dos Beatles em seu auge, quando a Beatlemania invadiu a América. Também trazia um roteiro interessante, bem escrito, mostrando todas as fases da carreira do grupo. Obviamente não era um produto completo, pois não havia como sintetizar toda a história dos Beatles em um únco documentário com com pouco mais de 2 horas de duração. De qualquer maneira era o que havia na época. Procurou, mesmo com falhas, suprir essa busca dos Beatlemaníacos nos anos 80. Por isso ainda hoje é querido pelos fãs que viveram aqueles tempos.

Pablo Aluísio.

Voltando aos Bons Tempos

Título no Brasil: Voltando aos Bons Tempos
Título Original: Let the Good Times Roll
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Cinema Associates
Direção: Robert Abel, Sidney Levin
Roteiro: Sidney Levin
Elenco: Chuck Berry, Little Richard, Bill Haley, Fats Domino, Chubby Checker, Bo Diddley, The Shirelles, The Coasters

Sinopse:
Documentário musical que celebra a vida e a obra musical da primeira geração do rock americano, surgida em meados dos anos 50. Cenas de arquivo da época são mescladas com apresentações desses rockstars durante a década de 1970. Um raro retrato de toda uma geração que mudou o mundo da música.

Comentários:
Excelente documentário que resgatou vários astros e grupos da primeira geração do rock americano, aquela mesma surgida durante a segunda metade dos anos 50. Praticamente todos estão no palco, com a ilustre ausência de Elvis Presley, que chegou a ser convidado para estar no filme, mas que não podia aparecer pois tinha contratos de exclusividade no cinema. O diretor Robert Abel inclusive havia trabalhado um ano antes com o Rei do Rock no também documentário "Elvis Triunfal" e fez o que for possível para Elvis aparecer nessa produção, mas foi em vão. Não tem problema pois Chuck Berry e seus clássicos imortais estão no filme, assim como Little Richard e seu vocal único, além da classe de Fats Domino e das lindas melodias de grupos como The Shirelles e The Coasters. Até mesmo houve espaço para o Twist de Chubby Checker (que não pertencia a essa primeira leva de veteranos do rock). Enfim, um belo registro de todos esses artistas inesquecíveis, captados onde eles reinavam, no palco.   

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Psicose 4

Título no Brasil: Psicose 4 - A Revelação
Título Original: Psycho IV - The Beginning
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Mick Garris
Roteiro: Joseph Stefano
Elenco: Anthony Perkins, Henry Thomas, Olivia Hussey, CCH Pounder, Warren Frost, Donna Mitchell

Sinopse:
No final de sua vida Norman Bates (Perkins) olha para o passado e relembra sua infância, seus primeiros anos, os problemas com a mãe abusiva e tudo o que passou. E ele também teme que seu filho tenha herdado algum legado de sua psicose assassina.

Comentários:
Esse foi o último filme da franquia Psicose. Uma despedida do ator Anthony Perkins em relação ao personagem Norman Bates, que o consagrou. Foi um filme complicado. Perkins já estava doente. Ele iria morrer de AIDS poucos meses depois de terminar seu trabalho nesse filme que pode ser considerado o seu último, já que os demais contavam apenas com pequenas participações do ator. Perkins percebeu que o filme não iria ficar muito bem realizado e por isso sugeriu à Universal que ele fosse lançado na TV e não no cinema. E assim foi feito. Psicose IV não é um bom filme, devo confessar, mas apesar de tudo contou com a despedida de Perkins, então claramente tem seu valor histórico. Revisto hoje em dia ele demonstra ainda mais sua fraca produção. Ainda assim para quem acompanhou "Psicose" por todos aqueles anos, vale a recomendação.

Pablo Aluísio.

A Lenda de Candyman

Mais um filme fraco a entrar na longa lista de filmes ruins de 2021. E olha que esse aqui está em quinto lugar entre as maiores bilheterias dessa semana nos Estados Unidos! O que será que anda acontecendo com os nossos vizinhos do norte? Pois bem, esse é mais um filme de terror. Na história existe uma entidade sobrenatural chamada Candyman. Essa expressão em inglês significa literalmente "O homem dos doces", o que explica o antigo conselho maternal para as crianças que dizia: "Não aceite doces de estranhos". Um pintor vai morar em uma região onde no passado houve vários relatos de coisas sobrenaturais. Muitos deles ligados a esse Candyman. Na verdade não apenas um ser espiritual, mas vários, todos ligados de uma forma ou outra à escravidão e crimes de ódio contra negros.

Esse pintor descobre que existe uma velha lenda que dizia que seria possível invocar o tal de Candyman. Bastava dizer seu nome cinco vezes diante de um espelho. Claro que vários personagens vão fazer isso ao longo do filme. Eles pensam que tudo não passa de uma brincadeira antiga, só que acabam se dando mal. No saldo final achei esse filme bem derivativo, não trazendo nada de novo no gênero. Até mesmo o Candyman me lembrou de outros assassinos de outras franquias de terror do passado. É algo meio genérico. Quando o filme termina você fica com aquela sensação de já ter visto essa história contada antes - e de maneira muito mais bem feita.

A Lenda de Candyman (Candyman, Estados Unidos, 2021) Direção: Nia DaCosta / Roteiro: Jordan Peele, Win Rosenfeld / Elenco: Yahya Abdul-Mateen II, Teyonah Parris, Nathan Stewart-Jarrett, Colman Domingo / Sinopse: Um pintor de quadros fica curioso e depois obcecado pela lenda de Candyman, sobre uma entidade sobrenatural que surge quando invocada através de um ritual. Basta falar seu nome cinco vezes na frente de um espelho. E quem o faz, geralmente se arrepende amargamente.

Pablo Aluísio.

Como Nasce um Bravo

Um bando de cowboys liderados por Tom Reese (Glenn Ford) finalmente cumpre seu trabalho. Eles estão chegando de uma longa jornada, onde trouxeram um grande rebanho de gado do Texas até Chicago. Agora querem descansar em um bom hotel da cidade. Nesse hotel trabalha Frank Harris (Jack Lemmon), um almofadinha da cidade grande. Ele está apaixonado por uma mexicana, filha de um rico fazendeiro da fronteira. Só que o romance não vai em frente, justamente por causa do pai, que não quer a filha casada com um americano. Quando ele descobre que a próxima viagem dos cowboys de Reese será realizada justamente em direção ao México, pede para ir junto, mesmo sem experiência em longa viagens como aquela, em cima de um cavalo, enfrentando as dificuldades da natureza, dos ataques de índios. Mesmo relutante Reese finalmente aceita levar Harris junto, só que na condição de sócio da cavalgada, uma vez que ele definitivamente está precisando de dinheiro.

"Como Nasce um Bravo" é um western muito, muito bom. Esse choque de realidades entre dois homens tão diferentes mantém o interesse da trama. Eles logo entram em conflito no caminho rumo ao México. Reese (Ford) é um tipo durão que está acostumado com os perigos de uma viagem como aquela. Sabe que certos valores precisam ser flexibilizados. Já Harris (Lemmon) quer seguir tudo numa certa linha, em um certo código de honra. O filme é interessante justamente por trazer Jack Lemmon em um faroeste. Não era a praia dele, mesmo assim se sai muito bem. Um filme que apreciei muito. Um belo momento da carreira do grande Glenn Ford.

Como Nasce um Bravo (Cowboy, Estados Unidos, 1958) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Frank Harris, Edmund H. North / Elenco: Glenn Ford, Jack Lemmon, Anna Kashfi, Brian Donlevy / Sinopse: Um grupo de cowboys viaja até o México para trazer um grande rebanho de gado para ser vendido em Chicago. E leva junto um almofadinha da cidade grande que vai precisar a aprender a ser um cowboy na prática, enfrentando os desafios de uma grande cavalgada como aquela.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Doutor Jivago

Título no Brasil: Doutor Jivago
Título Original: Doctor Zhivago
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: David Lean
Roteiro: Robert Bolt
Elenco: Omar Sharif, Julie Christie, Geraldine Chaplin, Rod Steiger, Alec Guinness, Tom Courtenay

Sinopse:
Baseado no famoso romance escrito por Boris Pasternak, o filme "Dr. Jivago" conta a história de um jovem médico russo, membro da burguesia, que vê seu mundo mudar completamente com a chegada da Revolução Russa. Depois que os Bolcheviques tomam o poder nada mais seria como no passado.

Comentários:
O cineasta David Lean foi um dos grandes mestres da sétima arte em seu tempo. Nesse filme ele aceitou o convite da MGM para transformar em cinema um best-seller maravilhoso que contava a história da revolução russa sob a perspectiva de um homem, um médico, que via as antigas estruturas da nação em que vivia serem modificadas praticamente da noite para o dia. O Dr. Jivago (em ótima interpretação do talentoso ator Omar Sharif) era um bom homem, que inclusive acreditava em certos valores dos novos tempos revolucionários, mas que com o tempo iria também presenciando os absurdos cometidos pelos comunistas que, ávidos de poder, cometiam todo tipo de atrocidades contra o seu próprio povo. Esse é um filme grandioso, épico, como era de praxe na obra do grande Lean. A reconstituição histórica é perfeita, tudo em harmonia com um roteiro primoroso e uma produção classe A. Sem dúvida esse filme é uma das grandes obras primas da história do cinema norte-americano. Simplesmente imperdível.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de setembro de 2021

Batman - O Longo Dia das Bruxas - Parte 1

Título no Brasil: Batman - O Longo Dia das Bruxas 1
Título Original:  Batman - The Long Halloween 1
Ano de Produção: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Chris Palmer
Roteiro: Tim Sheridan
Elenco: Jensen Ackles, Josh Duhamel, Naya Rivera, Troy Baker, Billy Burk, Frances Callier  

Sinopse:
Há um novo assassino em Gotham City. Ele sempre comete seus crimes em datas de feriados, como dia das bruxas, dia de ação de graças, natal, festas de fim de ano, etc. O Batman entra no caso para descobrir quem seria o assassino chamado de "Feriado". O herói mascarado desconfia que o Coringa esteja por trás dos crimes.

Comentários:
Essas animações da Warner em parceria com a DC Comics são muitas vezes superiores em qualidade aos próprios filmes de super-heróis que estão sendo lançados nos cinemas ultimamente. Duvida disso? Então dê uma olhada nessa adaptação da graphic novel "Batman - O Longo Dia das Bruxas". Ficou excelente em meu ponto de vista. Além disso é uma ótima dica para quem não tem tempo e nem paciência de ler a história original que foi publicada nos quadrinhos em diversas edições do Batman. Aqui o foco vai para o lado mais detetive do personagem, honrando assim as próprias origens do Batman que foi publicado pela primeira vez numa edição da revista em quadrinhos Detective Comics. Ele teria que descobrir quem seria o tal de "Feriado", um assassino que estaria matando membros da quadrilha do mafioso Falcone. Outro aspecto digno de nota é que essa animação foi dedicada em memória da atriz e dubladora Naya Rivera. Ela dublou a Mulher-Gato. Rivera morreu tragicamente, com apenas 31 anos de idade, ao se afogar em um lago na Califórnia.

Pablo Aluísio.

Corrida Maluca

Título no Brasil: Corrida Maluca
Título Original: Wacky Races
Ano de Produção: 1968 - 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: Hanna-Barbera
Direção: Joseph Barbera, William Hanna
Roteiro: Larz Bourne, Tom Dagenais
Elenco: Daws Butler, Don Messick, John Stephenson, Janet Waldo, Dave Willock, Paul Winchell

Sinopse:
Os mais engraçados e estranhos competidores disputam uma corrida completamente fora do normal. Série animada que teve 3 temporadas exibidas entre os anos de 1968 a 1970. Exibida em canais abertos no Brasil por vários anos.

Comentários:
Um dos grandes sucessos dos estúdios Hanna-Barbera. A premissa era das mais simples, com cada episódio narrando uma corrida maluca disputada em algum lugar do mundo. O que valia a pena era a galeria de personagens que desfilavam em alta velocidade pela tela. Foi um hit entre a criançada dos anos 60. Como as coisas naquela época só chegavam com atraso no Brasil as crianças de nosso país só vieram a curtir a Corrida Maluca nos anos 70. Virou revista em quadrinhos, álbuns de figurinhas e brinquedos, de todos os tipos. A marca também foi licenciada para doces, roupas e todo tipo de produto. Nos Estados Unidos foi lançado recentemente um box de luxo trazendo todos os episódios, mais entrevistas com os animadores, dubladores, etc. Era mesmo um ótimo desenho animado, deixando saudades em quem assistiu na época, se divertindo com as trapaças do Dick Vigarista, com a boneca Penelope Charmosa e com os demais corredores, cada um mais maluco do que outro. Bons tempos!

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de setembro de 2021

Tom & Jerry - O Filme

Título no Brasil: Tom & Jerry - O Filme
Título Original: Tom & Jerry
Ano de Produção: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Story
Roteiro: Kevin Costello
Elenco: Chloë Grace Moretz, Michael Peña, Colin Jost, Jordan Bolger, Somi De Souza, Pallavi Sharda

Sinopse:
Kayla (Chloë Grace Moretz) não tem tido muita sorte. Ela é demitida de outro emprego medíocre. Porém um dia as coisas tinham que mudar, para melhor e ela arranja um emprego em um hotel chique de Nova Iorque. E logo precisa enfrentar dois grandes problemas chamados Tom e Jerry que transformam a rotina do hotel numa tremenda confusão!

Comentários:
Mais uma versão moderna para esses personagens antigos criados por William Hanna e Joseph Barbera. Só que vamos ser sinceros, os tempos são outros. Os desenhos animados originais eram violentos, insanos, de pura anarquia. Não havia limites para os animadores. Agora, nos tempos em que vivemos, não se pode mais ousar tanto. Sobra assim cenas de gato e rato, mas bem mais polidas, diria bem inofensivas. Além disso devo dizer que apesar da presença da gracinha Chloë Grace Moretz, o filme é bem fraco e - heresia completa - bem sem graça. Essa mistura de atores reais e animação já deu melhores frutos. Além disso não achei a animação tão boa assim. Eu acredito que tudo tem seu lugar na história. Os desenhos de Tom e Jerry pertencem a outro tempo, a outro contexto cultural. Requentar algo assim é complicado. Melhor mesmo é rever o material original. Você que nunca viu vai se surpreender com a criatividade e a anarquia que reinavam neles.

Pablo Aluísio.

Domino - A Caçadora de Recompensas

Título no Brasil: Domino - A Caçadora de Recompensas
Título Original: Domino
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema, Scott Free Productions
Direção: Tony Scott
Roteiro: Richard Kelly, Steve Barancik
Elenco: Keira Knightley, Mickey Rourke, Edgar Ramírez, Rizz Abbasi, Delroy Lindo, Mo'Nique

Sinopse:
Domino Harvey (Keira Knightley) é uma modelo da agência Ford. Mesmo com futuro promissor pela frente ela decide jogar tudo para o alto para assumir uma posição na vida que ninguém poderia esperar. Ela se torna uma caçadora de recompensas.

Comentários:
Esse filme fez parte da fase final da carreira do diretor Tony Scott. Ele morreu tragicamente quando decidiu tirar sua própria vida. Ao que tudo indica sofria de depressão há anos e chegou em seu limite. Só podemos lamentar. Menos talentoso que seu irmão Ridley, mas com um grande faro para filmes mais comerciais e pop, Tony Scott aqui dirigiu seguramente um de seus filmes menos interessantes. Tive a oportunidade de ver no cinema e não achei grande coisa. "Domino" é um daqueles filmes de ação com edição ágil e veloz, mas que não consegue esconder sua falta de conteúdo. As cenas de ação são muito boas, mas os personagens são bem rasos e sem profundidade. E isso foi um grande desperdício pois o elenco contava com bons atores. A atriz Keira Knightley sempre foi muito talentosa, mostrando isso nos diversos filmes de época ao longo de sua carreira. Mickey Rourke, mesmo já bombado e desfigurado por cirurgias plásticas desastrosas, sempre foi um bom ator. Porém como Scott decidiu criar um filme de ação um tanto genérico, essa dupla acabou desperdiçada, assim como a boa produção. É um filme que não surpreende e nem causa surpresas. No final das contas é bem sem graça.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Maligno

Já cheguei na conclusão que essa safra de filmes de 2021 é uma das piores de todos os tempos. Provavelmente tudo fruto da pandemia que colocou a indústria cinematográfica de joelhos. Entretanto nem isso explica uma sucessão de filmes tão fracos e ruins. Esse terror chamado "Maligno" foi produzido pela Warner, sinônimo de boa produção. Só que as boas notícias param por aí. Atualmente ocupando a terceira posição entre os filmes mais vistos nos cinemas americanos, esse filme é uma grande decepção. O roteiro não esconde: ele bebe diretamente na linhagem dos filmes trash. Duvida? Ora, poucas vezes vi algo tão bizarro como o desfecho da história desse filme. Essa coisa de gêmeo me deu náuseas...

E a historia até começa de forma convencional. Uma série de assassinatos surgem no horizonte. As vítimas tem algo em comum. São médicos de um antigo hospital onde experiências bizarras teriam sido feitas. Corte no tempo. O espectador acompanha a história de uma mulher grávida que sofre abusos físicos e mentais do marido. Após mais uma agressão ele é brutalmente morto. Qual seria a ligação entre as duas linhas narrativas do filme? Obviamente não vou aqui estragar as surpresas do roteiro, mas pode ficar certo que vem bizarrice pela frente. Eu considero James Wan um bom diretor de filmes de terror. Seus filmes anteriores como "Sobrenatural" e "Invocação do Mal" atestam isso. Só que aqui não tem jeito. Ele errou a mão... e errou feio! Um filme de terror que impressiona mais pelo lado bizarro de sua história do que propriamente pelas boas ideias.

Maligno (Malignant, Estados Unidos, 2021) Direção: James Wan / Roteiro: James Wan / Elenco: Annabelle Wallis, Maddie Hasson, George Young / Sinopse: O filme conta a história de uma mulher que tem um passado obscuro. Ela não se lembra nada do orfanato onde cresceu e até ser adotada, aos oito anos de idade, não se recorda de absolutamente nada. Nem que teve um irmão gêmeo. Só que tudo parece retornar de forma violenta e insana em sua vida.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Lansky - A Mente do Crime

O cinema já explorou a vida de mafiosos de ficção e mafiosos do mundo real. Meyer Lansky foi um mafioso real, homem de confiança de Lucky Luciano e Bugsy Siegel, um dos assassinos mais cruéis e conhecidos da máfia nos Estados Unidos. Fez parte de várias famílias mafiosas, se destacando por seus crimes nos clãs Genovese e Luciano. Foi também uma das figuras centrais na construção dos cassinos de Las Vegas. Foi dele inclusive a ideia de transferir parte da fortuna gerada pela cidade do pecado para o exterior, para bancos estrangeiros, quando o FBI cercou os esquemas da Cosa Nostra na costa oeste. Também montou uma filial criminosa da máfia em Miami, na Flórida, o que acabou também sendo sua ruína.

Esse é um filme muito bom, baseado em um livro escrito pelo jornalista Dennis Eisenberg chamado "Meyer Lansky: Mogul of the Mob", um verdadeiro best-seller nesse mundo de livros sobre os principais mafiosos americanos. Além disso o ator Richard Dreyfuss está muito bem no papel do protagonista. É curioso que Dreyfuss sempre se saiu muito bem em papéis mais voltados para o humor, mas quando necessário também se dava muito bem em dramas mais sérios. Esse filme retrata a história desse mafioso que foi um dos poucos que sobreviveram nesse meio. De fato ele não morreu assassinado, mas sim de câncer, já na década de 1980. Foi sem dúvida um sobrevivente do crime organizado.

Lansky - A Mente do Crime (Lansky, Estados Unidos, 1999) Direção: John McNaughton / Roteiro: Eli Landau / Elenco: Richard Dreyfuss, Yosef Carmon, Mosko Alkalai / Sinopse: O filme conta a história real do mafioso Meyer Lansky, um assassino da máfia que viveu na era de ouro do mundo do crime organizado nos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

O Caçador de Troll

Filme produzido na Noruega ao estilo falso documentário. Logo no começo somos informados de que tudo o que se verá na tela realmente aconteceu, que as fitas foram achadas no meio de uma região deserta e que não se sabe onde foram parar os jovens que aparecem nas cenas. Velha lorota que já conhecemos bem desde os tempos de "A Bruxa de Blair". Pois bem, isso também faz parte do jogo nesse tipo de filme. O interessante é que ao contrário de outros filmes de terror que seguem por esse tipo de narrativa e que se tornam chatos demais, esse aqui até que considerei bem divertido. Afinal essa coisa de Troll, com os monstrengos bem realizados em computação gráfica, até que vira um bom passatempo para um filme de noite sem nada melhor para assistir.

No enredo um grupo de jovens universitários decide fazer um documentário sobre caçadores de ursos. Encontram um deles por acaso, mas o sujeito chamado Hans tem cara de poucos amigos e fica irritado por eles o estarem seguindo por onde ele vai. Então depois de muitos aborrecimentos decide abrir o jogo com os jovens. Ele não é caçador de ursos coisa nenhuma. Ele caça mesmo Trolls. E o que diabos é um troll? Um ser muito popular e frequenta no folclore dos países escandinavos. Seres grotescos, alguns deles gigantescos, que vivem escondidos nas florestas e nas montanhas. E então uma vez aberto o jogo todos partem na caçada em torno dessas criaturas que todos pensavam ser apenas contos de carochinha. E a partir dessa premissa de realismo fantástico o filme se desenvolve. Olha, até curti muito, apesar de todas as expectativas negativas que tive que encarar antes do filme começar.

O Caçador de Troll (Trolljegeren, Noruega, 2010) Direção: André Øvredal / Roteiro: André Øvredal / Elenco: Otto Jespersen, Robert Stoltenberg, Knut Nærum / Sinopse: Um grupo de jovens universitários noruegueses decide seguir os passos de um homem que eles acreditam ser um caçador de ursos. Só que eles estão enganados. Na verdade ele caça Trolls, de todos os tipos e tamanhos, escondidos nas montanhas e nas florestas do norte gelado da Noruega.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

O Cavaleiro Verde

Na corte do Rei Arthur surge um estranho cavaleiro. Ele adentra o recinto onde se encontra a távola redonda e desafia um dos cavaleiros de Arthur a lhe enfrentar. Não é um homem comum, mas parecendo uma entidade sobrenatural. Esse primeiro desafio é vencido, mas o tal cavaleiro verde afirma que voltará, um ano depois, na noite de natal, para um decisivo e último combate. O cavaleiro de Arthur, chamado Gawain, aceita o novo desafio e parte para uma jornada em busca de glórias, lutas e o confronto final com o gigante verde de origem desconhecida. Pois é, temos aqui mais um filme passado nos tempos do Rei Arthur, mas não pense que encontrará um filme convencional pela frente.

"O Cavaleiro Verde" é um daqueles filmes que tem muito estilo, muito clima, mas que se esquece de que o cinema é acima de tudo a arte de se contar uma boa história. O diretor David Lowery exagerou na dose do realismo fantástico. O filme muitas vezes se arrasta, mais parecendo um sonho do que algo concreto. Como a história foi baseada em antigos contos e canções medievais, ele tentou trazer esse clima para o filme. Não deu muito certo ao meu ver. O filme certamente vai soar cansativo e arrastado para o público atual. Há bons momentos, como o roubo na floresta e o surgimento de uma estranha mulher, que parece não mais existir em nosso mundo, mas esses são pontuais. O filme como um todo tem mesmo esse hiperdimensionamento de clima, com trilha sonora evocativa soando aos ouvidos o tempo todo. Acaba mesmo cansando quem o assiste.

O Cavaleiro Verde (The Green Knight, Irlanda, Canadá, Estados Unidos, 2021) Direção: David Lowery / Roteiro: David Lowery / Elenco: Dev Patel, Alicia Vikander, Joel Edgerton / Sinopse: Baseado nos contos Arthurianos, o filme conta a história de um dos cavaleiros do Rei Arthur que decide aceitar o desafio de enfrentar uma estranha criatura, que não parece ser desse mundo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Hércules

Mais uma boa animação da Disney. Aqui a fonte de inspiração foi a mitologia grega. Dizem que as religiões de povos antigos acabam se tornando mitologias com o passar dos séculos. E no caso da Grécia, de Roma e do Egito Antigo, isso mostrou-se verdadeiro. Pois bem, esse personagem Hércules foi até bastante explorado pelo cinema, principalmente nos anos 60, quando deu origem a um sem número de filmes B, geralmente rodados na Europa, com halterofilistas anônimos dando vida a esse semideus da mitologia. Por isso até fiquei surpreso quando a Dinsey avisou que seu longa-metragem anual iria trazer esse personagem grego que no cinema havia virado sinônimo de filme ruim e barato.

A animação, como era de esperar, ficou muito boa, tecnicamente muito bem realizado e produzido. Em termos de estúdios Disney, nenhuma surpresa. Não há animações mal realizadas em seu catálogo. O traço também ficou excelente, procurando por um desenho mais estilizado, usando como fonte de inspiração antigos vasos gregos com deuses e guerreiros. Inclusive se deram ao luxo de chamar o grande Charlton Heston para narrar o filme. Isso deu um tom épico ao desenho animado. Nada mal. Eu pessoalmente acredito que (mais uma vez) o vilão roubou o desenho pra si. Estou me referindo ao deus do submundo Hades. Dublado na versão original por James Woods, ele é certamente a melhor coisa dessa animação. Impagável em todos os sentidos.

Hércules (Hercules, Estados Unidos, 1997) Direção: Ron Clements, John Musker / Roteiro: Ron Clements, John Musker / Elenco: Tate Donovan, Josh Keaton, Danny DeVito, James Woods, Charlton Heston (narrador) / Sinopse: Hércules, jovem com força fenomenal, filho de Zeus, precisa enfrentar inúmeros desafios para sobreviver aos ataques de Hades, o deus do submundo e da escuridão.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de setembro de 2021

O Lagosta

Filme maluco! Para se ter uma ideia vou tentar resumir em uma sinopse a maluquice do roteiro. Colin Farrell interpreta um arquiteto que após longos anos se vê divorciado e sozinho. Ele então decide ir se hospedar em um hotel onde está sendo realizado uma espécie de "tratamento" para pessoas solitárias. Também é um tipo de programa para que homens solitários conheçam mulheres solitárias para quem sabe recomeçar uma vida a dois. Até aí, tudo bem, faria algum sentido. Porém a coisa toda pira quando descobrimos que todo participante precisa escolher um animal para se identificar. Ele escolhe ser uma lagosta. Caso não encontre uma mulher para viver ao seu lado ele será abatido em uma caçada humana. Abatido como um animal qualquer. Achou absurdo? E o que dizer quando ele foge para uma floresta onde vivem homens e mulheres solitárias que são caçados e que não aceitam relacionamentos entre eles. É proibido!

Não adianta procurar por muito sentido. Não há mesmo. O que pude deduzir de todas as situações bizarras é que se trata de uma crítica contra a sociedade que de certa maneira estigmatiza pessoas solteiras, solitárias ou divorciadas. Pode ser uma interpretação válida. Afinal toda obra de arte, seja ela qual for, tem que ter pelo menos um mínimo sentido, mesmo que seja soterrado embaixo de toneladas e toneladas de bizarrice. E isso vai até o final do filme que tem uma cena completamente nonsense, onde o personagem de Farrell resolve arrancar seus próprios olhos para ficar igual à sua amada, que é cega! Pois é, meus caros, esse filme é para poucos. Chegar ao seu final é um grande exercício de paciência e paixão pelo cinema. A maioria, creio eu, vai largar o filme lá pela metade.

O Lagosta (The Lobster, Estados Unidos, 2015) Direção: Yorgos Lanthimos / Roteiro: Yorgos Lanthimos, Efthymis Filippou / Elenco: Colin Farrell, Rachel Weisz, John C. Reilly, Jessica Barden / Sinopse: Após o divórcio, homem solitário se hospeda em um hotel para fazer parte de um estranho programa para pessoas solitárias. Ele tem um prazo para achar uma nova companheira, caso contrário as coisas vão ficar realmente ruins para ele.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de setembro de 2021

End of the Century

Eu nunca fui fã dos Ramones. Nunca entrei em uma loja de discos no passado, por exemplo, para comprar algo deles. A Punk Music nunca foi a minha praia. Porém reconheço plenamente o trabalho deles. Até curto algumas músicas. Por essa razão me senti plenamente imparcial quando assisti a esse documentário musical sobre a banda. E mesmo para quem não é fã pode-se dizer que é um filme dos mais interessantes. Isso porque mostra a trajetória do grupo, desde sua formação, passando pelo sucesso em seu nicho, até o fim do grupo, quando tudo explodiu. Muitas brigas entre os integrantes, uns roubando as mulheres dos outros, divergências políticas e tudo mais.

Fiquei surpreso em descobrir que um dos membros dos Ramones era um conservador republicano, até bem reacionário. Como um punk poderia pensar politicamente dessa forma? Fiquei até mesmo comovido com a trajetória do baterista dos Ramones, o Dee Dee, um sujeito meio marginal que afundou pesamente nas drogas. No fundo eles foram um espelho desse movimento onde a maioria das músicas tinham 3 notas. Onde o barulho e a postura rebelde e revoltada valia muito mais do que tocar bem. Os Ramones, pensando bem, devem ter sido ótimos para seus fãs na época. Agora, para quem é mais adulto e gosta de boa música realmente o apelo deles não vai muito longe.

End of the Century (Estados Unidos, 2003) Direção: Jim Fields, Michael Gramaglia / Roteiro: Jim Fields, Michael Gramaglia / Elenco: Johnny Ramone, Joey Ramone, Dee Dee Ramone, Tommy Ramone, Rick Rubin / Sinopse: Documentário musical contando a história do grupo punk Ramones. Imagens raras e entrevistas completam o painel da trajetória do grupo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Mulheres Perfeitas

Imagine uma cidade onde todas as mulheres parecem perfeitas. Donas de casa impecáveis, resolvidas emocionalmente, felizes, bem cuidadas, com o cabelo arrumado e a maquiagem sempre maravilhosa. Nada de reclamações ou bobagens feministas. É nesse mundo completamente nos eixos que de repente uma nova garota chega. Todas as esposas são exemplares, todas se encaixam naquele modelo que todo homem sonha para si, que almeja um dia encontrar. Em Stepford todas as mulheres são exemplares. Lindas, bonitas, grandes donas de casa e nem um pouco feministas ou descontentes. Mas afinal, o que estaria acontecendo de errado por lá? Esse filme "Mulheres Perfeitas" passou em branco quando foi lançado nos cinemas mas revisto hoje em dia soa bem curioso. Classificar o filme como uma ficção não seria muito correto, embora seu desfecho mostre claros sinais de tratar-se de uma produção com sabor Sci-fi. No fundo é uma crítica ao próprio machismo, que sempre espera um ser perfeito na companheira que escolheu como esposa. Como pessoas perfeitas não existem, o tom surreal da produção serve como denúncia e sátira ao mesmo tempo.

O filme foi estrelado pela atriz Nicole Kidman que está mais bonita do que nunca. Usando uma maquiagem e um figurino que imita o estilo das pin-ups americanas dos anos 50 ela se destaca por sua beleza impressionante (ela fica muito bem nesse estilo retrô). "The Stepford Wives" foi dirigido por Frank Oz. Muitos certamente não se lembrarão assim de nome, mas os fãs de "Star Wars" não esquecem o fato dele ter sido a voz do mestre Jedi Yoda em cinco dos seis filmes da franquia. O que poucos sabem é que ele, além de ser um ator e animador bem produtivo (mais de 100 filmes no currículo), também sempre se revelou um diretor talentoso, bastando lembrar de "A Pequena Loja dos Horrores" (remake em tom de musical com a famosa planta carnívora) e "A Cartada Final" (o último filme da carreira de Marlon Brando). Infelizmente "Mulheres Perfeitas" não fez sucesso. O público americano não gostou da proposta do filme, isso porém não o impede de ser revisto com outros olhos hoje em dia. É uma produção curiosa, diria até ousada, que vale a pena ser redescoberta.

Mulheres Perfeitas (The Stepford Wives, Estados Unidos, 2004) Estúdio: Paramount Pictures, DreamWorks SKG / Direção: Frank Oz / Roteiro: Ira Levin, Paul Rudnick / Elenco: Nicole Kidman, Bette Midler, Matthew Broderick / As mulheres de uma cidade no interior dos Estados Unidos parecem perfeitas! São lindas, companheiras, fazem todo o serviço de dona de casa sem reclamar, dão apoio aos maridos. Certamente algo não parece muito certo ou normal!

Pablo Aluísio.

O Último Jantar

Um grupo de jovens progressistas, universitários, decide que é bom trocar ideias com pessoas que pensam diferente deles. Então começam a promover jantares com pessoas de pensamento de direita, conservadores, etc. Um deles é declaradamente neonazista e aí as coisas fogem do controle. Ele descobre que um dos progressistas é judeu. E decide que vai matá-lo a facadas depois do jantar. Só que esse reage e em legítima defesa mata o apoiador de Hitler. Depois disso os demais amigos progressistas param para pensar e chegam na conclusão de que a morte do neonazista foi algo positivo. O mundo se tornou melhor com sua morte. Que tal matar outros desse tipo?

Filme interessante, de um certo humor negro. que já nos anos 90 explorava esse tema da polarização que hoje em dia domina completamente o meio político, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. O roteiro explora algumas questões importantes. Será que é válido tentar conversar com um radical de extrema direita, com um neonazista? Afinal essas pessoas não são dadas ao debate intelectual porque o que elas desejam mesmo é a eliminação física de seus oponentes. E o que dizer de um debate democrático com uma pessoa que defende o fim da democracia? São questões bem relevantes que esse filme tenta responder, mesmo que seu enredo, em certos momentos, possa parecer mais bobo do que realmente é.

O Último Jantar (The Last Supper, Estados Unidos, 1995) Direção: Stacy Title / Roteiro: Dan Rosen / Elenco: Cameron Diaz, Annabeth Gish, Bill Paxton, Ron Perlman, Charles Durning, Mark Harmon, Ron Eldard / Sinopse: Grupo de jovens progressistas convida pessoas de direita para debater suas ideias com eles. Até que as coisas começam a fugir do controle.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

O Pai da Noiva 2

O primeiro filme com Steve Martin, "O Pai da Noiva", nada mais era do que um simpático remake de um filme clássico estrelado por Spencer Tracy. Mostrava as confusões e sentimentos conflitantes que se abatia sobre um pai nas vésperas de casamento de sua única filha. Além dos enormes gastos havia ainda a triste constatação por parte do pai de que sua amada garotinha havia crescido, se casaria com um homem e sairia de casa para sempre. O filme original sempre foi considerado uma das mais cativantes produções da era de ouro de Hollywood. Embora inferior o remake com Steve Martin também era muito bom, acima da média. Tinha uma mistura de ternura e comédia que funcionava muito bem. Como fez grande sucesso o estúdio, obviamente visando lucro fácil, resolveu investir em uma sequência. Péssima decisão...

Esse "O Pai da Noiva 2" é um prato requentado que tenta contar a mesma estória duas vezes. O pior é que não contente em ser oportunista ainda exagera no tom, quebrando uma das coisas que era um dos maiores méritos do filme anterior, a sutileza e a fina elegância. Nessa continuação tudo parece bem fora do convencional, os roteiristas sem rumo a tomar resolveram até mesmo criar uma absurda história em que o sr. George Banks (Martin) se descobriria pai naquela altura de sua vida! Que grande bobagem! Até o personagem Franck Eggelhoffer (Martin Short) que tanto sucesso fez no filme anterior retorna, de forma bem gratuita aliás. O equívoco é tão claro que até mesmo a fina e elegante Diane Keaton se perde no meio de muitas caras e bocas. Em suma, não adiante perder tempo com essa continuação. Se o enredo lhe atrair de alguma forma prefira ver o clássico original com Spencer Tracy ou então o próprio filme com Steve Martin, que ainda pode ser considerado bom, acima de tudo. Esse aqui é obviamente desnecessário e equivocado.

O Pai da Noiva 2 (Father of the Bride Part II, Estados Unidos, 1995) Estúdio: Sony Pictures / Direção: Charles Shyer / Roteiro: Albert Hackett, Frances Goodrich / Elenco: Steve Martin, Diane Keaton, Martin Short / Sinopse: O Pai da noiva do primeiro filme, o Sr. Banks (Martin), descobre para sua grande surpresa que será pai novamente pois sua esposa está grávida! A paternidade tardia certamente virará sua vida de cabeça para baixo!

Pablo Aluísio. 

Crimes de Paixão

Joanna Crane (Kathleen Turner) é uma bela mulher. De dia ela trabalha como estilista de moda, em um ambiente fino e requintado. Muito luxo e glamour. De noite ela se transforma completamente. Usa roupas ousadas, sensuais, uma peruca loira estilizada e trabalha como garota de programa de luxo. Os problemas começam a acontecer quando ela passa a ser ameaçada por dois homens. Um deles um sujeito casado, infeliz com sua esposa. O outro é um homem perturbado mentalmente, com vários traumas e complexos de natureza sexual. Para Joanna o importante a partir de agora é se manter vida diante dos perigos de se envolver com pessoas que não estão bem de saúde mental. De repente o sexo e a insanidade se unem em uma mistura extremamente perigosa.

O filme pode, de forma bem sarcástica, ser definido na seguinte frase: " A linda Kathleen Turner encontra Norman Bates" ou quase isso, uma vez que o roteiro do filme realmente explora esse tipo que ficou bem estigmatizado do ator Anthony Perkins. Para quem não lembra ele foi o dono do pequeno e sinistro Bates Motel em "Psicose" de Alfred Hitchcock. Claro que esse "Crimes de Paixão" não pode ser comparado com aquele clássico do cinema de suspense. Porém também não se pode negar suas qualidades cinematográficas. É sem dúvida um dos bons filmes desse nicho que foram produzidos nos anos 80. O resto é bobagem.

Crimes de Paixão (Crimes of Passion, Estados Unidos, 1984) Direção: Ken Russell / Roteiro: Barry Sandler / Elenco: Kathleen Turner, Anthony Perkins, Bruce Davison, John Laughlin / Sinopse: Bela e sofisticada mulher que tem uma vida dupla precisa lidar com dois homens bem problemáticos que surgem em sua vida. E ela corre risco de vida com eles.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

88 minutos

Título no Brasil: 88 minutos
Título Original: 88 Minutes
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Millennium Films, Randall Emmett
Direção: Jon Avnet
Roteiro: Gary Scott Thompson
Elenco: Al Pacino, Alicia Witt, Ben McKenzie

Sinopse:
Jack Gramm (Al Pacino) é um renomado psicanalista de casos forenses envolvendo criminosos infames e serial killers. Trabalhando como consultor do FBI ele consegue desvendar inúmeros casos misteriosos. Sua vida porém começa a correr risco quando ele próprio se torna alvo de ameaças de morte. Esse certamente será o caso da vida de Gramm pois ele terá que descobrir quem seria o autor das ameaças para salvar a sua própria vida.

Comentários:
É a tal coisa, se fosse um filme policial qualquer certamente seria uma boa fita mas pelos nomes envolvidos o gostinho de decepção fica no ar. Até porque não é todo dia que temos produções policiais estreladas pelo grande Al Pacino. Assim logo que um filme como esse é anunciado a tendência natural do cinéfilo é elevar suas expectativas ao máximo. Em pouco tempo vem na mente clássicos como "Serpico" e outros trabalhos geniais do ator.  Agora imagine a decepção ao chegar no cinema e conferir um policial apenas ok, com ares de rotina e enredo lá não muito inspirado. Aliás um dos pontos fracos da produção vem justamente da atuação de seu principal astro (Pasmem, senhoras e senhores!). Isso mesmo, Pacino não está bem. Ele soa cansado, desmotivado, passando uma carga de marasmo incrível ao espectador. Nada empolgado, sua atuação é uma das mais fracas da carreira. Como se isso não fosse ruim o bastante o roteiro muitas vezes cai no lugar comum e o clima de tédio invade a tela. Essa coisa de ter 88 minutos para desvendar a identidade do assassino é muito clichê. Eu não sei o que se passa na cabeça de executivos de estúdio que conseguem contratar esse tipo de ator e não conseguem fazer algo nem ao menos acima da média. Sob esse ponto de vista não há para onde correr, "88 Minutos" é de fato uma enorme decepção.

Pablo Aluísio.

Trazido pelo Mar

Um filme de época muito interessante. A história é bem romanceada, mas se mantém coesa durante todo o filme. O drama começa quando um navio russo naufraga nas águas geladas da costa norte da Inglaterra. Quase toda a tripulação morre, sobrevivendo apenas um marinheiro. Resgatado por moradores na praia, ele consegue sobreviver, quase milagrosamente. Aos poucos vai se recuperando e se apaixona por uma jovem chamada Amy Foster (Rachel Weisz), uma bela mulher. E o romance floresce cada vez mais entre ela e o marujo russo, só que o passado volta para atormentar Yanko Gooral (Vincent Perez).

Eu gosto de filmes assim, como histórias passadas no século XIX, grandes navios de madeira que afundam, amores impossíveis. Esse século em especial, que iria ser conhecido como a era vitoriana, foi muito rico em literatura romântica. E esse filme segue bem por essa caminho. Além da boa produção eu destacaria também um elenco simplesmente excelente. Veja, temos aqui a sempre ótima Rachel Weisz. Hoje posso afirmar, sem medo de errar, que nunca assisti uma interpretação ruim dessa atriz. Ela é excepcional e sabe muito bem escolher os filmes em que vai trabalhar. Outro nome que considero excepcional é o de Ian McKellen. A classe de seu trabalho está acima de críticas. Por fim ainda há a presença de Kathy Bates. Assim, resumindo, temos boa história e bom elenco, além de uma produção muito boa. Precisa de alguma coisa a mais?

Trazido pelo Mar (Swept from the Sea, Inglaterra, Estados Unidos, 1997) Direção: Beeban Kidron / Roteiro: Tim Willocks / Elenco: Rachel Weisz, Vincent Perez, Ian McKellen, Kathy Bates / Sinopse: Baseado no conto " "Amy Foster" de Joseph Conrad conta a história de amor de um marinho russo que sobreviveu ao naufrágio de seu navio e uma jovem inglesa no século XIX.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Sid e Nancy - O Amor Mata

Produção baseada em fatos reais o drama musical "Sid e Nancy" resgata os últimos momentos de vida do ídolo punk Sid Vicious, baixista da banda ícone do movimento  Sex Pistols. Ao lado de sua namorada Nancy Spungen ele foi ao fundo do poço no mundo das drogas. O punk nasceu como resposta ao rock progressivo na Inglaterra. Na época se difundiu a ideia de que o progressivo havia deixado de lado o verdadeiro espírito do rock ao abraçar músicas complexas, com melodias extremamente estruturadas e complicadas. Para os punks o rock deveria ser simplesmente visceral, com poucos acordes e muito barulho. A atitude era mais importante do que a riqueza musical. Afinal que jovem pobre e iletrado da classe trabalhadora inglesa conseguiria tocar alguma música do Pink Floyd em sua guitarra surrada? Para isso era necessário anos e anos de estudo e prática, algo que era impensável para os jovens punks que queriam mesmo era formar uma banda da noite para o dia, explodindo nas paradas. Assim os punks se voltaram para os primeiros rocks dos anos 50 que eram simples, diretos e tinham bastante atitude rebelde. O punk nasceu justamente dessa nova forma de ver a música jovem. Quanto mais revoltado melhor, mesmo que as bandas tivessem apenas conhecimentos rudimentares de seus instrumentos.

"Sid e Nancy - O Amor Mata" mostra claramente como eram radicais os primeiros punks. Radicais não apenas no aspecto musical mas na vida também. E nisso entrava o vício em drogas pesadas. Os punks como o retratado Sid Vicious simplesmente não tinham limites em seu consumo de drogas. Sid, cujo sobrenome era bem adequado, não passava de um pobre dependente químico mas naqueles loucos anos do surgimento do punk isso era também visto como algo positivo pelos jovens que seguiam o movimento até que ele extrapolou totalmente sua própria civilidade. O destaque desse filme certamente vai para a inspirada atuação de Gary Oldman. Acredito que hoje em dia todos os cinéfilos reconheçam o grande talento de Oldman. Infelizmente ele não tem tido grandes oportunidades como no começo de sua carreira mas mesmo assim se destaca onde atua, até mesmo em personagens coadjuvantes. Assim para quem gosta de seu trabalho o filme fica mais do que recomendado pois ele consegue literalmente sumir na pele de Sid Vicious, o trágico músico que sucumbiu completamente na tragédia das drogas pesadas.

Sid e Nancy - O Amor Mata (Sid and Nancy, Inglaterra, 1986) Direção: Alex Cox / Roteiro: Alex Cox, Abbe Wool / Elenco: Gary Oldman, Chloe Webb, David Hayman, Debbie Bishop / Sinopse: Sid Vicious, baixista da banda punk inglesa "The Sex Pistols" , entra fundo no mundo das drogas pesadas ao mesmo tempo em que leva seu romance com Nancy Spungen ao limite. Sua viagem alucinada trará trágicas consequências para o casal.

Pablo Aluísio.

Dorothy Dandridge

Filme biográfico sobre uma artista norte-americana negra que sofreu toda sorte de preconceitos, mas que mesmo assim superou tudo para ser premiada pelo Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante no clássico filme "Carmen Jones". Foi uma pessoa importante, tanto no campo das artes (em especial cinema e música) como também em relação aos direitos civis da população afro descendente dos Estados Unidos. Para se ter uma ideia muitas vezes ela se apresentava em grandes casas de shows e não tinha direito sequer de ir ao banheiro, pois esses eram reservados aos brancos. O preconceito racial em sua mais clara essência. Importante lembrar que os Estados Unidos continuavam segregados, mesmo depois da guerra civil e do fim da escravidão. As escolas, as casas de shows e até mesmo as igrejas eram separadas. Onde branco entrava, negros não eram admitidos. O maior dos absurdos.

O resultado que temos é inegavelmente um bom filme. A atriz Halle Berry se esforçou bastante, obviamente esperando por uma indicação ao Oscar. Não deu certo por vários motivos, mas o principal foi o fato do estúdio ter mudado os planos no meio das filmagens. Ao invés de ser lançado nos cinemas o filme acabou sendo comprado por uma emissora de TV a cabo. Com isso ela só concorreu mesmo ao Emmy - e venceu na categoria de melhor atriz! Para Berry, mesmo sendo uma vitória, foi também uma decepção, pois ela não chegou ao tão sonhado Oscar.

Dorothy Dandridge - O Brilho de uma Estrela (Introducing Dorothy Dandridge, Estados Unidos, 1999) Direção: Martha Coolidge / Roteiro: Earl Mills / Elenco: Halle Berry, Brent Spiner, Klaus Maria Brandauer / Sinopse: Cinebiografia da cantora e atriz Dorothy Dandridge (1922 - 1965). Vivendo em uma época de preconceito racial, ela conseguiu romper barreiras e limites que eram impostos contra artistas negros nos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Ruas de Fogo

Título no Brasil: Ruas de Fogo
Título Original: Street of Fire
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: Walter Hill, Larry Gross
Elenco: Michael Paré, Diane Lane, Rick Moranis, Amy Madigan, Willem Dafoe.

Sinopse:
As ruas das grandes cidades estão dominadas por gangues de motoqueiros, ladrões e criminosos em geral. Sem condições de impor a lei o Estado simplesmente se retirou das ruas, deixando tudo nas mãos dos mais fortes. Quando retorna de uma viagem o jovem Tom Cody (Michael Paré) descobre que sua namorada, uma cantora de rock underground, se tornou refém de uma das gangues. Sem pensar duas vezes, armado apenas de uma velha espingarda ele resolve ganhar as ruas em busca da amada. Agora, as ruas realmente serão de fogo!

Comentários:
Mais anos 80 do que isso impossível! Esse filme fez sucesso no Brasil no comecinho das locadoras em nosso país. Foi um campeão de vendas nos tempos do VHS! Depois disso virou uma espécie de pequeno cult mas sinceramente o filme não tem muita coisa a não ser um festival de roupas esquisitas, cabelos estranhos e outras bizarrices dos anos 80. O curioso é que isso hoje em dia se tornou justamente o grande charme da produção, uma vez que o clima de nostalgia vai bater forte para quem viveu naquela época. Outro ponto a se elogiar é a trilha sonora, com músicas que fizeram muito sucesso nas paradas FM. O filme é bem rico nessa questão. Os saudosistas vão aplaudir quando os primeiros hits começarem a tocar durante a história. O ator Michael Paré foi lançado para se tornar um astro mas não deu muito certo. O público não comprou a ideia de transformar ele num novo galã ao estilo Tom Cruise. Como a carreira não foi em frente ele se tornou um workaholic de filmes B e Z. A filmografia de Paré tem mais de 80 filmes onde ele atua desde coadjuvante de luxo até estrela de bombas constrangedoras. No Brasil ele ainda conseguiu emplacar um outro sucesso nos cinemas, uma fita de ação chamada "Execução Sumária" mas pouca gente se lembrará disso. Já o diretor Walter Hill encontraria o sucesso ao lado do brutamontes austríaco Arnold Schwarzenegger no violento "Inferno Vermelho", outro filme que é a cara dos 80´s. Enfim se quiser matar as saudades daquela década esse "Ruas de Fogo" certamente será o programa ideal. 

Pablo Aluísio.