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domingo, 6 de agosto de 2023

Congo

Título no Brasil: Congo
Título Original: Congo
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Marshall
Roteiro: John Patrick Shanley
Elenco: Laura Linney, Tim Curry, Dylan Walsh, Ernie Hudson, Grant Heslov, Joe Don Baker

Sinopse:
Um CEO megalomaníaco envia seu filho para o perigoso Congo africano em busca de uma fonte de diamantes. Quando o contato com seu filho e a equipe é perdido, sua nora é enviada atrás deles com um novo grupo de resgate. História original de autoria de Michael Crichton.

Comentários:
O roteiro foi adaptado de um famoso livro do escritor Michael Crichton. Por isso havia uma certa expectativa de que viria um bom filme pela frente. Só que é a tal coisa. Algumas histórias funcionam muito bem na literatura, mas não caem bem numa tela de cinema. É justamente o que aconteceu com essa produção. Outro aspecto digno de nota é que há um excesso de efeitos digitais. Isso foi causado por uma certa explosão de empolgação em relação às possibilidades que os efeitos digitais proporcionariam no mundo do cinema. Então tudo é usado em excesso, criando uma poluição visual na tela. A se lamentar apenas o bom elenco. São bons atores, mas perdidos no meio de uma história confusa envolvendo gorilas, seres humanos e alta tecnologia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Kinsey

Título no Brasil: Kinsey - Vamos Falar de Sexo
Título Original: Kinsey
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Bill Condon
Roteiro: Bill Condon
Elenco: Liam Neeson, Laura Linney, Chris O'Donnell, Peter Sarsgaard, Timothy Hutton, John Lithgow

Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Alfred Kinsey (Liam Neeson) foi um pesquisador que na década de 1940 decidiu realizar os primeiros estudos sobre sexualidade humana. Com a publicação dos resultados de suas pesquisas criou-se toda uma polêmica dentro da sociedade sobre os temas discutidos. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Laura Linney).

Comentários:
Hoje em dia o ator Liam Neeson pode ter se acomodado em uma série sem fim de filmes de ação, a maioria deles bem genérico, mas olhando até para um passado bem recente podemos encontrar filmes muito interessantes. Um deles é esse Kinsey sobre esse pesquisador que ousou, em um tempo cheio de tabus e preconceitos, realizar pesquisas sobre a sexualidade do ser humano. A academia, por mais incrível que isso poderia parecer, não havia ainda estudado esses temas com a devida seriedade. E nesse processo se descobriu coisas bem curiosas, como uma escala em que ele mostrava que os homens tinha uma sexualidade mais flexível do que poderia se imaginar. Para ele nenhum homem era exclusivamente heterossexual ou homossexual, havendo graus diferentes nessa escala de tendências sexuais. Ele também publicou pesquisas sobre a sexualidade feminina e sua mudança drástica após a maternidade. Enfim, um filme realmente muito bom, trazendo temas que ainda hoje são estudados e analisados em diversas universidades pelo mundo.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Dave - Presidente por um Dia

Título no Brasil: Dave - Presidente por um Dia
Título Original: Dave
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ivan Reitman
Roteiro: Gary Ross
Elenco: Kevin Kline, Sigourney Weaver, Frank Langella, Kevin Dunn, Ben Kingsley, Laura Linney, Arnold Schwarzenegger     

Sinopse:
Um misterioso sósia presidencial chamado Dave é recrutado pelo Serviço Secreto para se tornar um substituto momentâneo do Presidente dos Estados Unidos. Claro que algo assim vai dar origem a todo tipo de problemas e mal-entendidos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme - Comédia ou Musical.

Comentários:
Na falta de filmes novos, por causa da pandemia, nada melhor do que pesquisar no acervo de filmes antigos para encontrar algo para ver (ou rever). Esse filme tem um grande e talentoso elenco. Só não consigo ver onde eles foram aproveitados. Sim, em minha opinião esse filme não passa de uma comédia bem descartável. O Ivan Reitman na direção só acertou em cheio mesmo em "Irmãos Gêmeos". Fora isso seus filmes não são lá grande coisa. Esse aqui ainda contou com a boa vontade da crítica dos anos 90, o que o fez ser indicado ao Globo de Ouro na categoria melhor comédia ou musical. Seu roteiro chegou até mesmo a receber uma honrosa indicação ao Oscar na categoria de melhor do ano - algo raro de acontecer com comédias. De minha parte nada disso se justifica. O filme é fraco mesmo. O Kevin Kline está bem mais à vontade do que a Sigourney Weaver, que nunca teve jeito para o humor. Pior mesmo foi desperdiçar uma dupla de atores geniais formada por Frank Langella e Ben Kingsley. Nesse ponto o Ivan Reitman realmente não mereceu perdão.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de julho de 2020

A Vida de David Gale

Título no Brasil: A Vida de David Gale
Título Original: The Life of David Gale
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Alan Parker
Roteiro: Charles Randolph
Elenco:  Kevin Spacey, Kate Winslet, Laura Linney, Melissa McCarthy, Rhona Mitra, Gabriel Mann

Sinopse:
Após ser acusado do estupro de uma de suas alunas, o professor David Gale (Spacey) vê sua vida desabar. E após a morte de uma colega que trabalhava ao seu lado numa ONG de direitos humanos, a coisa piora ainda mais. Ele é preso e acusado de um crime que o leva para o corredor da morte. Três dias antes da data de sua execução decide receber a jornalista Bitsey Bloom (Winslet) para contar a sua versão dos fatos.

Comentários:
Bom filme que discute nas entrelinhas de seu roteiro a questão da pena de morte. Seria esse tipo de penalidade adequada para o mundo em que vivemos? Kevin Spacey novamente dá show de interpretação em seu personagem. Ele está no corredor da morte, acusado do homicídio de uma colega de trabalho, mas alega completa inocência. Faltam apenas 3 dias para sua execução. A jornalista, interpretada pela atriz Kate Winslet vai até a prisão para ouvi-lo. E fica convencida de sua inocência. Porém haverá tempo para salvá-lo da pena capital? Mais importante do que isso, ele é inocente ou culpado do crime pelo qual foi julgado e condenado? É um bom roteiro, que tem uma causa a defender, porém devo dizer que apesar do bom desenvolvimento de toda a história quando o filme chega ao seu final há uma certa decepção. Isso porque o roteiro vai longe demais para provar seu ponto de vista. Uma situação como a que é revelada em suas cenas finais realmente estrapola o bom senso, é inverossímil demais. De qualquer forma é bom dizer que até esse ponto chegar o filme já terá valido a pena. E o mais curioso de tudo é perceber como a situação atual do ator Kevin Spacey, que praticamente foi banido de Hollywood após uma série de acusações, encontra semelhanças com as do personagem que interpreta nesse filme. A vida, nesse caso, realmente imitou a arte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

O Amante

Liam Neeson interpreta o marido que sempre pensou ter a esposa perfeita. Bonita, bem sucedida profissionalmente, inteligente, ela teria todas as qualidades que um homem gostaria de encontrar em uma mulher. Só que um dia, por mero acaso, ele acaba ouvindo uma mensagem no celular da esposa. Um desconhecido lhe fazia promessas de amor, com pitadas de sensualidade. Obviamente alguém bem íntimo dela. Lógico que algo assim planta a semente da desconfiança em seus pensamentos. Pior acontece quando ele vai até o laptop da esposa e descobre que existe uma pasta chamada "amor" protegida por senha.

O ciúme começa a envenenar sua mente. Após passar dias obcecado, tentando romper a senha, ele finalmente consegue. Dentro da pasta muitas fotos da esposa com o amante, em hotéis, viagens de barco e algumas delas até mesmo de intimidades com o amante. Todas as suas suspeitas são confirmadas e da pior maneira possível! A sua cabeça explode de vez! Por 12 anos a esposa que ele considerava perfeita o traiu com um amante!

Então o marido decide rastrear tudo do caso. Encontra o nome e o endereço do amante e vai até ele. Esse personagem é interpretado pelo "latin lover" Antonio Banderas, que não demora a se mostrar como um grande cafajeste, explorador de mulheres. O plano do marido traído passa a ser de vingança, de matá-lo, mas seria essa a melhor opção? "O Amante" não deixa de ser um filme interessante, que mexe com os instintos masculinos mais primitivos. O homem que descobre ter sido traído por longos anos faz aflorar seus sentimentos mais violentos. É um enredo de basicamente apenas três personagens, o marido, a esposa e o amante. Filme curto que vai direto ao ponto. Poderia ter tido um final mais visceral, porém os roteiristas optaram por algo mais sensato. Afinal não seria bom plantar ideias erradas nas mentes daqueles que viveram a mesma situação do filme.

O Amante (The Other Man, Estados Unidos, 2008) Direção: Richard Eyre / Roteiro: Richard Eyre, Charles Wood / Elenco: Liam Neeson, Antonio Banderas, Laura Linney / Sinopse: Homem que pensava ter o melhor e mais perfeito casamento do mundo descobre que sua esposa teve um amante por longos 12 anos! Obcecado com a traição, ele decide ir atrás do amante, para conhecê-lo, descobrir o que levou sua esposa a trai-lo e talvez matá-lo para lavar sua honra com sangue!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Animais Noturnos

Título no Brasil: Animais Noturnos
Título Original: Nocturnal Animals
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus Features
Direção: Tom Ford
Roteiro: Tom Ford
Elenco: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Laura Linney, Michael Sheen
  
Sinopse:
Baseado no romance escrito por Austin Wright, o filme "Animais Noturnos" conta a história de Susan Morrow (Amy Adams). Trabalhando em uma galeria de arte, ela começa a se sentir frustrada em sua vida pessoal e profissional. Sua galeria não vai bem e seu marido vai se tornando cada vez mais distante. Nesse ponto de sua vida ela começa até mesmo a se questionar se o ama de verdade e se tomou a decisão certa ao se casar com ele. Ao receber o manuscrito do novo livro escrito por seu ex-marido, Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal), ela começa a entrar em uma grande crise existencial sobre as escolhas que fez ao longo de sua vida. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Michael Shannon). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Aaron Taylor-Johnson).

Comentários:
Muito se falou sobre a injustiça de não se ter indicado a atriz Amy Adams ao Oscar. Ela realmente está em uma fase excepcional na sua carreira, sendo que em 2016 ela poderia ter sido facilmente indicada ao prêmio de melhor atriz tanto por seu excelente trabalho em "A Chegada" como por esse "Animais Noturnos". Ambas as indicações seriam merecidas. Em relação a esse papel, ela se sobressai ao interpretar uma mulher que em determinado momento de sua vida fica em dúvida sobre as escolhas que fez. Ela teve uma paixão no passado que foi boicotada por sua família, já que o rapaz era um escritor fracassado e pobre. Certamente ela gostava bastante dele, mas pressionada pela mãe, que dizia ser sua escolha um homem considerado romântico e fraco demais, acabou optando por um bonitão que conheceu na universidade, um sujeito frio e bastante vazio. Com problemas na empresa (ela dirige uma galeria de arte), tudo piora quando seu ex resolve lhe mandar o manuscrito de seu novo romance, intitulado "Animais Noturnos" para ela ler em primeira mão. O livro é inclusive dedicado a ela. 

Assim o roteiro começa a explorar duas linhas narrativas: a primeira com Amy lendo o tal romance e a segunda mostrando a própria história do manuscrito escrito por Edward, o escritor fracassado, interpretado por Jake Gyllenhaal. Com isso temos na verdade dois gêneros cinematográficos convivendo no mesmo filme, com um drama existencial em primeiro plano (a vida da personagem de Amy Adams) e a trama de assassinato e brutalidade, exposta no livro que ela lê. Tudo muito bom, bem costurado por um roteiro extremamente eficiente. No quadro geral o filme se destaca por explorar o lado do arrependimento, da busca por uma redenção pelos erros do passado. O próprio enredo do manuscrito que a protagonista lê é, no fundo, uma metáfora sobre a conturbada relação que ela teve com seu autor no passado. O personagem que se sobressai lá é um pai de família que se vê numa situação extrema e que em seu final precisa provar que não é um fraco, um homem sem brio. Tudo o que a mãe de Adams o acusava de ser. Tecnicamente bem acima da média, com subtexto inteligente, esse filme certamente merecia um melhor reconhecimento por parte da academia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Sully: O Herói do Rio Hudson

Esse filme deveria ter estreado no fim de semana passado, porém o desastre aéreo que vitimou os atletas do Chapecoense fez com que a distribuidora resolvesse adiar por uma semana sua estreia nas telas de cinema do Brasil. Para o estúdio seria muita falta de sensibilidade colocar um filme sobre uma queda de avião depois daquela tragédia da vida real. Pois bem, agora finalmente os brasileiros poderão conferir essa produção. A má notícia é que embora conte uma história interessante o filme não é grande coisa, infelizmente. O problema básico aqui é a estrutura do roteiro. Para quem não sabe do que se trata, o filme conta a história real de um voo que partindo de Nova Iorque acabou sendo atingido por aves que vinham em direção contrária ao avião. As turbinas explodiram e o piloto (o Sully do título) precisou fazer uma manobra arriscada, pousando o grande avião nas águas geladas do Rio Hudson. Uma boa estrutura de roteiro seria contar isso de forma cronológica. Não é o que acontece. Assim que o filme começa já encontramos o comandante Sully (Tom Hanks) se recuperando da queda. Ele é considerado um herói pela imprensa, porém um comitê de aviação é formado para investigar o que aconteceu.

O roteiro assim se desenvolve em cima das reuniões desse comitê, com Sully tentando se defender das acusações de que ele tinha condições de procurar por uma pista de pouso de um aeroporto próximo, ao invés de levar o avião para o meio do rio. Todos os aspectos mais interessantes da história vão surgindo apenas em flashbacks que mostram o passado e nisso o roteiro se perde. Não há clímax na verdade. O acidente é mostrado na segunda parte do filme, o que faz com que sua parte final seja destituída de carga dramática. Tom Hanks é um ótimo ator. Ele é aquele tipo de presença que faz valer o filme. O problema é que o comandante Sully é um protagonista sem carisma. Veterano, com cabelos grisalhos, ele parece ser uma pessoa austera, dura, séria, de poucas palavras. Até no momento do acidente ele parece demonstrar pouco calor humano. Hanks assim vê sua capacidade de cativar o público perder parte de seu potencial. Essa austeridade parece ter sido seguido à risca pelo diretor Clint Eastwood que também criou uma obra seca demais. Em suma, é um filme que não cativa e nem emociona. Conta apenas sua história de forma eficiente.

Sully: O Herói do Rio Hudson (Sully, Estados Unidos, 2016) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Todd Komarnicki, baseado no livro "Highest Duty", escrito por Chesley 'Sully' Sullenberger / Elenco: Tom Hanks, Aaron Eckhart, Laura Linney / Sinopse: O filme conta a história da queda de um avião nas águas do Rio Hudson. O comandante Sully (Hanks) precisou fazer uma manobra única para evitar a morte dos 155 passageiros. Filme premiado no Hollywood Film Awards na categoria de Melhor Ator (Tom Hanks).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O Mestre dos Gênios

Título no Brasil: O Mestre dos Gênios
Título Original: Genius
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Riverstone Pictures
Direção: Michael Grandage
Roteiro: John Logan
Elenco: Colin Firth, Jude Law, Nicole Kidman, Guy Pearce, Laura Linney, Dominic West, Vanessa Kirby
  
Sinopse:
O filme narra a história real do editor de livros Maxwell Evarts Perkins (Colin Firth). Trabalhando em uma editora de Nova Iorque ele acaba trabalhando ao lado de alguns dos maiores escritores da história americana como F. Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway. Recebendo dezenas de textos novos todos os dias para analisar, ele acaba se interessando por um novo romance escrito por um jovem desconhecido chamado Thomas Wolfe (Jude Law). Com imenso talento para escrever, ele é um tipo explosivo, complicado de se lidar no dia a dia. Mesmo assim Maxwell resolve contratá-lo, iniciando a partir daí um relacionamento dos mais marcantes da história da literatura. Filme indicado ao Urso de Ouro do Berlin International Film Festival.

Comentários:
Esse é exatamente o tipo de filme que mais sinto falta nos dias atuais. Apostando em um roteiro mais sofisticado, inteligente e sutil, o texto aposta suas fichas no conturbado relacionamento profissional entre um famoso editor de livros e um jovem escritor, cheio de ideias inovadoras e com muita vontade de se consagrar no mundo da literatura. Certamente não é o tipo de produção que vai arrecadar milhões nas bilheterias, mas certamente será aquele tipo de filme que vai lhe trazer muito prazer em assistir, ainda mais se você faz do hábito da leitura um companheiro em suas horas vagas. E não estamos aqui falando de literatura de bolso de baixa qualidade ou importância, mas sim de alguns dos escritores mais importantes da literatura mundial em todos os tempos. O filme traz para a tela três deles: F. Scott Fitzgerald (em plena crise de criatividade, passando por um sério problema pessoal com o gradual processo de enlouquecimento de sua esposa), Ernest Hemingway (ainda expansivo como só ele sabia ser, prestes a escrever sua maior obra prima, "Por Quem os Sinos Dobram") e finalmente o novato do trio, o esfuziante Thomas Wolfe (chegando ao ponto de ser um figura constrangedora por causa de seu temperamento explosivo). O ponto de ligação de todos eles era justamente o veterano editor Maxwell Perkins (em contida interpretação do sempre correto Colin Firth). 

O enredo se passa na década de 1940, em um tempo em que os lares sequer tinham televisão (e onde todos se reuniam ao redor do rádio para ouvir as notícias e as radionovelas). Há uma deliciosa narrativa explorando a vida (muitas vezes sofrida) de todos esses consagrados escritores, mostrando que ser um editor naqueles tempos pioneiros não era certamente algo fácil, pois além de trabalhar bastante nos próprios livros, esse ainda tinha que ser amigo pessoal, psicólogo e braço direito. Era realmente um tipo de relação muito próxima, que ultrapassava em muito a mera aproximação profissional. Todo o elenco está bem, porém o destaque mesmo vai para Jude Law. O seu Thomas Wolfe lhe abre as melhores oportunidades de declarar os mais bem escritos diálogos do filme. Já o mesmo não se pode falar da estrela Nicole Kidman. Ela interpreta uma mulher perturbada psicologicamente por ter se envolvido com Wolfe, chegando ao ponto inclusive de tentar suicídio na própria editora de seu amado! De qualquer forma, mesmo em papel reduzido, Kidman acrescenta sempre algo nos filmes em que trabalha. Então é isso. Essa é uma boa indicação para quem esteja procurando por um tipo de produção mais sofisticada, como escrevi. Um filme de muito bom gosto, ótima produção, excelente direção de arte e reconstituição de época, que seguramente vai satisfazer até mesmo o gosto dos cinéfilos mais exigentes. É sem dúvida um filme altamente recomendado.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de junho de 2016

A Família Savage

Título no Brasil: A Família Savage
Título Original: The Savages
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Tamara Jenkins
Roteiro: Tamara Jenkins
Elenco: Laura Linney, Philip Seymour Hoffman, Philip Bosco
  
Sinopse:
Wendy (Laura Linney) e Jon (Philip Seymour Hoffman) são dois irmãos que precisam lidar com uma situação mais do que complicada. Seu velho pai está senil, praticamente demente, e eles precisam tomar uma decisão sobre interná-lo ou não em um asilo. Como era de se esperar o problema desperta velhos traumas, antigas lembranças amargas, que só faz tornar tudo ainda mais sofrido e amargo. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Laura Linney) e Melhor Roteiro Original (Tamara Jenkins).

Comentários:
É realmente algo a se lamentar bastante a morte precoce do ator Philip Seymour Hoffman. Eu sempre o considerei um dos mais talentosos de sua geração. Ele faleceu em 2014, vítima de uma overdose de drogas. Tudo muito trágico. Uma boa oportunidade agora de rever seu trabalho vem nesse excelente drama familiar "The Savages". O roteiro com toques autobiográficos da diretora e roteirista Tamara Jenkins mostra dois irmãos precisando solucionar o terrível problema de como lidar com um pai com problemas de demência, após a morte de sua segunda esposa. Eles tiveram uma educação distante e até mesmo negligente por parte dele e agora precisam tomar a melhor decisão sobre ele, como por exemplo, o internar em um asilo de velhos. O personagem de Hoffman é a de um sujeito torturado, com seus próprios problemas pessoais, pois não consegue nunca terminar o livro que seria o mais importante de sua vida. Sua irmã Wendy não é melhor resolvida, cheia de traumas da infância e adolescência. Ao ter que lidar com seu pai tudo parece voltar, inclusive os anos de um passado bem distante. É um excelente drama, também muito triste por mostrar uma realidade que atinge muitas famílias. Assim se você se identifica de alguma forma com essa estória não deixe de assistir. Provavelmente aprenderá uma bela lição de vida.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Quebra de Confiança

A história desse filme é baseada em fatos reais. Tudo começa quando o FBI começa a desconfiar que o veterano agente Robert Hanssen (Chris Cooper) está repassando para os russos importantes informações da segurança interna dos Estados Unidos. Para comprovar as suspeitas a própria agência arma uma complexa rede de agentes e recursos para pegar Hanssen em flagrante. Para isso eles convocam o jovem agente Eric O'Neill (Ryan Phillippe), recém ingresso na agência de investigação, para se fazer passar por seu assistente pessoal. Como ambos são católicos e possuem as mesmas origens, o FBI acredita que Eric acabará entrando mais a fundo nos segredos e na intimidade de Hanssen. Logo nos primeiros momentos porém Eric descobre que essa missão não será nada fácil. O velho agente, calejado pela experiência, é bastante cuidadoso, minucioso e até mesmo paranoico. Ele desconfia que o FBI está fechando o cerco sobre ele e por isso jamais abaixa a guarda, mas Eric persiste, demonstrando que nenhum segredo é realmente cem por cento seguro e imune a falhas.

Gostei bastante desse filme. Esse gênero de espionagem ultimamente já não é mais tão explorado, com raras exceções, então quando você se depara com uma fita realmente boa desse estilo, valorizada por um roteiro inteligente, o melhor mesmo é comemorar. O texto foca bastante no relacionamento conturbado dos dois protagonistas. O velho Robert Hanssen é um mestre em contraespionagem, porém o FBI passa a desconfiar que ele virou agente duplo, repassando informações aos russos. Apenas a proximidade e a amizade de Eric poderá desvendar o que realmente se passa em sua carreira. Eu já tive  várias oportunidades de escrever dizendo que não gosto do trabalho do ator Ryan Phillippe. Ele é fraco e pouco complexo em suas atuações. Aqui ele jamais chega a atrapalhar o filme porque temos em cena Chris Cooper em atuação inspirada. Seu personagem é muito bem desenvolvido do ponto de vista psicológico. Ele parece estar sempre em conflito existencial. Ao mesmo tempo em que tenta ser um bom católico cultiva perversões sexuais bizarras. Externamente passa a imagem de um agente impecável, com quase 25 anos de bons serviços prestados ao FBI, enquanto que nas sombras joga dos dois lados, tanto dos americanos como dos russos. É certamente um personagem com uma personalidade dividida e atormentada, um belo presente para qualquer grande ator. O filme no geral é realmente muito bom, valorizado por enfocar o mundo da espionagem de uma maneira mais humana e relacional.

Quebra de Confiança (Breach, Estados Unidos, 2007) Direção: Billy Ray / Roteiro: Adam Mazer, William Rotko / Elenco: Chris Cooper, Ryan Phillippe, Laura Linney, Dennis Haysbert / Sinopse: Após muitos anos de trabalho no FBI, o agente Robert Hanssen (Chris Cooper) começa a ser alvo de uma investigação interna da agência após surgirem indícios de que ele estaria passando informações secretas aos russos. Para ficar em sua cola e de forma mais próxima possível o FBI coloca o jovem agente Eric O'Neill (Ryan Phillippe) como seu assistente pessoal para que ele possa relatar todos os seus passos no dia a dia. Filme indicado ao Village Voice Film Poll na categoria de Melhor Ator (Chris Cooper).

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Candidato Aloprado

Tom Dobbs (Robin Williams) é um comediante, apresentador de talk show, que durante um dos programas solta uma piada dizendo que vai se candidatar à presidência dos Estados Unidos. O que era para ser apenas um comentário divertido porém começa a ganhar a simpatia do público. Milhões de E-mails são enviados à emissora e Dobbs resolve levar mais adiante a sua sátira, se candidatando pra valer ao cargo como candidato independente. Em pouco tempo ele começa a subir de verdade nas pesquisas se tornando um dos favoritos do eleitorado. Muito bem, com esse título nacional o espectador pode vir a pensar que se trata de uma comédia das mais escrachadas, porém não é bem isso. "Man of the Year" ("O Homem do Ano", em tradução literal) certamente usa o humor em seu enredo, porém tenta ao mesmo tempo mostrar aspectos importantes do mundo da política americana. O diretor Barry Levinson, que também assinou o roteiro, tenta emplacar assuntos mais importantes entre as improvisações de Robin Williams.

Um deles é o esgotamento e a saturação da política tradicional, com a bipolaridade que existe nos Estados Unidos (sempre com dois candidatos, um dos republicanos, outro dos democratas), usando cada vez mais discursos padrões e sem novidades. Quando um comediante chega nesse meio e começa a falar algumas verdades, mesmo que sob o verniz do humor, ele logo dispara na preferência do povo. Já conhecemos bem esse tipo de cenário pois o Brasil já elegeu humoristas para cargos públicos. O descontentamento do eleitor acaba virando voto de protesto, dando enormes votações a pessoas que não teriam a menor chance em uma situação comum e normal. Outra questão que é colocada em cena é a eleição via urna eletrônica. No filme o personagem de Robin Williams acaba se beneficiando de erros de programação das máquinas que captam os votos dos eleitores! Isso demonstra que os americanos não estão nem um pouco dispostos a trocar o voto de papel pelo das urnas digitais, como temos no Brasil. E a razão é muito simples de explicar: elas são facilmente burláveis ou então podem ser manipuladas. Assim o roteiro, sem querer, acaba mostrando aspectos que andam muito em voga no Brasil atualmente em termos de política: a saturação completa da política tradicional e seus partidos sem representação, completamente desacreditados e desmoralizados e a sempre presente sombra da manipulação das eleições ao se usar de meios computadorizados para a captação e contagem de votos. Fora isso o que temos é uma boa comédia, nada excepcional e nem extremamente engraçada, mas que pelo menos serve para levantar interessantes tópicos como esses para discussão.

Candidato Aloprado (Man of the Year, EUA, 2006) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Barry Levinson / Elenco: Robin Williams, Christopher Walken, Laura Linney, Jeff Goldblum, Tina Fey, Amy Poehler, Lewis Black, Rick Roberts / Sinopse: Um comediante (Williams) resolve se candidatar à Presidência dos Estados Unidos e descobre que seu modo sincero de falar a verdade acaba conquistando eleitores em todo o país, o tornando favorito para vencer as eleições presidenciais. Filme indicado ao prêmio da Political Film Society. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Uma Virada do Destino

Michael McCann (Steve Martin) tem boas razões para odiar o mundo. Depois de muitos anos de casado acaba descobrindo que o filho que criava não era seu. Sua esposa o havia traído anos atrás. Isso faz com que seu mundo venha abaixo. Humilhado, ele decide se mudar para uma pequena cidade, para morar sozinho, longe de tudo e todos, remoendo suas mágoas. O que parece ser um destino solitário e amargo acaba mudando da noite para o dia quando uma garotinha entra em sua vida. Ele adota a menina e vê uma nova chance para recomeçar, até que o passado da criança volta para estragar tudo novamente.

Steve Martin, entre comédias de sucesso e filmes apenas medianos, para não dizer medíocres, ele procurou sobreviver em Hollywood da melhor forma possível. Esse aqui até que não é tão mal. O roteiro é redondinho e bem familiar, o que acabou agradando ao público. Filmes com crianças também dificilmente desagradam. Assim Martin acabou conseguindo uma bilheteria até que muito boa em seu lançamento. Apesar de hoje em dia estar meio datado vale a pena uma espiada, por causa das boas intenções de seu roteiro. Além disso Steve Martin sempre compensa com seu carisma natural.

Uma Virada do Destino (A Simple Twist of Fate, Estados Unidos, 1994) Direção: Gillies MacKinnon / Roteiro: Steve Martin / Elenco: Steve Martin, Gabriel Byrne, Laura Linney / Sinopse: Comédia romântica dos anos 90 estrelada pelo ator e comediante Steve Martin.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Poder Absoluto

Título no Brasil: Poder Absoluto
Título Original: Absolute Power
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: David Baldacci, William Goldman
Elenco: Clint Eastwood, Gene Hackman, Ed Harris, Laura Linney 

Sinopse:
Luther Whitney (Clint Eastwood) é um ladrão profissional que decide roubar a mansão de um bilionário americano em Barbados. Bem no meio do "serviço" acaba percebendo que há um casal no local, na verdade a jovem esposa do ricaço nas mãos de seu amante. Mal sabe Luther que o homem na realidade é o próprio presidente dos Estados Unidos, Allen Richmond (Gene Hackman), que fará de tudo para que todas as pistas de sua presença no lugar sejam apagadas, inclusive riscar do mapa o próprio Luther Whitney!

Comentários:
Um dos raros filmes dirigidos por Clint Eastwood que não foram bem sucedidos na bilheteria. Não chegou a ser propriamente um fracasso comercial, mas tampouco se revelou um investimento lucrativo. No geral apenas cobriu seus custos e nada mais. A primeira coisa que chama atenção aqui é a associação da produtora de Clint (Malpaso Productions) com a Castle Rock que é especializada mesmo em filmes de terror B. Uma sociedade pouco provável, no mínimo. De qualquer maneira mesmo dirigindo em uma companhia menor, Clint conseguiu reunir um elenco e tanto, só formado por feras como Gene Hackman e Ed Harris que muito provavelmente só aceitaram o convite por causa do prestígio de Clint em Hollywood. Essa conclusão é a que chegamos ao reconhecermos que o roteiro não é o forte do filme. Aliás "Absolute Power" é muito na média para um filme dirigido por Clint. Talvez por isso muitos tenham achado mesmo uma grande decepção. Não diria que chega a isso, apenas que é um policial sem surpresas, que se rende muito facilmente aos mais batidos clichês do gênero. De qualquer forma como é Clint na direção vale a pena ver pelo menos uma vez na vida.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de junho de 2014

O Show de Truman

Título no Brasil: O Show de Truman
Título Original: The Truman Show
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Peter Weir
Roteiro: Andrew Niccol
Elenco: Jim Carrey, Ed Harris, Laura Linney

Sinopse:
Truman Burbank (Jim Carrey) aparenta ser um sujeito dos mais comuns. Vendedor de seguros, ele vai levando uma vida típica de um americano como qualquer outro de sua idade. O que ele não sabe é que sua vida na realidade é um reality show, assistido por milhões de telespectadores ao redor do mundo. Sua família e seus amigos na verdade são atores contratados para contracenar com Truman sem que ele nem ao menos saiba disso. Filme indicado a três Oscars nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Ed Harris), Melhor Direção (Peter Weir) e Melhor Roteiro Original (Andrew Niccol). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Jim Carrey), Melhor Ator Coadjuvante (Ed Harris) e Melhor Trilha Sonora Original (Burkhard von Dallwitz e Philip Glass).

Comentários:
Mais uma grande aposta de Jim Carrey em ser levado a sério como ator. Na época ele acreditava que iria vencer o Oscar de Melhor ator por essa performance. O interessante é que se olharmos para trás vamos perceber que em seus anos de maior popularidade, Carrey tentou mudar os rumos de sua carreira, abraçando filmes mais ousados, deixando um pouco de lado as comédias escrachadas de lado, para ser reconhecido como um ator de verdade, de talento. Apesar de todas as suas boas intenções seus planos acabaram não dando em nada. Hoje em dia ele tem se voltado para as mesmas comédias bobas do começo de seu sucesso, dessa vez não para ganhar os críticos, mas sim para salvar mesmo sua carreira do desastre. Até contracenar com pinguins digitais ele já andou topando. Apesar de tudo isso temos que dar o braço a torcer pois "O Show de Truman" é de fato um bom filme, uma crítica muito precisa sobre a proliferação dos chamados reality shows e do poder de manipulação da mídia levada às últimas consequências. A crítica até gostou e resenhas elogiosas pipocaram nos principais meios de comunicação mas o público cativo de Carrey, o mesmo que lhe proporcionou polpudas bilheterias ao longo dos anos, não curtiu muito, achando que tudo soava cerebral demais e pouco engraçado. Realmente, "The Truman Show" não é uma comédia, está mais para um drama melancólico, algo que efetivamente espantou seus fãs mais antigos e fiéis.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O Exorcismo de Emily Rose

Título no Brasil: O Exorcismo de Emily Rose
Título Original: The Exorcism of Emily Rose
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Screen Gems, Lakeshore Entertainment
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Paul Harris Boardman, Scott Derrickson
Elenco: Laura Linney, Tom Wilkinson, Shohreh Aghdashloo

Sinopse:
Emily Rose (Jennifer Carpenter) é um jovem universitária de 19 anos que começa a manifestar uma série de estranhas atitudes. Desesperada, sua família procura por um exorcista, o padre Moore (Tom Wilkinson). Após uma série de rituais de exorcismo a garota acaba morrendo. Levado a julgamento o sacerdote católico agora contará em sua defesa com o trabalho da advogada Erin Bruner (Laura Linney) que tem uma posição muito cética em relação a dogmas religiosos. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria "Melhor Filme de Terror".

Comentários:
Bom e interessante filme baseado em fatos reais. O pano de fundo do enredo é um tenso julgamento realizado após a morte de um jovem garota. Ela teria morrido enquanto estava passando por um processo de exorcismo promovido por um padre católico. Após sua morte a situação se complica pois o tribunal começa a debater se sua morte foi causada pelo rito ou não. Não vá esperando nada parecido com o clássico "O Exorcista". Há uma preocupação do filme em ser o mais fiel possível aos fatos reais do evento que chocou e virou noticia nos jornais americanos na época. No elenco fazendo o papel de Emily Rose temos a atriz Jennifer Carpenter. Bom, provavelmente você não ligará o nome à pessoa mas assim que começar a assistir ao filme certamente reconhecerá a irmã do Dexter - isso mesmo! Ela interpretou a irmã do mais famoso psicopata da tv e depois nos bastidores acabou casando com ele, não com o Dexter, é claro, mas com o ator que o interpretava, Michael C. Hall. Já voltando para essa produção deixamos a recomendação se você estiver em busca de um filme que trate sobre o tema de uma forma mais realista e pé no chão, baseado em fatos históricos e não apenas em literatura de ficção. Sob esse ponto de vista não há como negar que "O Exorcismo de Emily Rose" é realmente acima da média, muito interessante e até mesmo, porque não, instrutivo. Um curioso retrato da forma como a milenar Igreja Católica lida com o tema. PS: se você tiver curiosidade sobre o fato real procure na net pelo nome de Anneliese Michel (o nome real da garota). No Youtube inclusive há áudios gravados durante seu exorcismo.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

A Família Savage

Título no Brasil: A Família Savage
Título Original: The Savages
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Tamara Jenkins
Roteiro: Tamara Jenkins
Elenco: Laura Linney, Philip Seymour Hoffman, Philip Bosco, Peter Friedman

Sinopse: 
Jon Savage (Philip Seymour Hoffman) e Wendy Savage (Laura Linney) são irmãos. Sua família nunca foi muito unida ou amorosa. Agora adultos cada um segue sua vida. Wendy tem uma vida amorosa complicada, morando em Nova Iorque, ela é apaixonada por um homem casado. Já Jon também tem seus próprios conflitos. Sua namorada é imigrante e está prestes a perder seu visto de permanência nos Estados Unidos. Cada vive sua vida e mal sabe o que está acontecendo com o outro mas de uma hora para outra precisam se unir novamente para decidir o destino de seu pai, idoso, que está apresentando sinais de demência. O encontro depois de tantos anos acaba em um violento acerto de contas entre todos os parentes.

Comentários:
Excelente drama familiar que expõe o talento do ator Philip Seymour Hoffman. Esse é um filme de atuações precisas, diálogos muito bem construídos, fruto do excelente texto da roteirista e diretora Tamara Jenkins que inclusive confessou em entrevistas que parte do enredo foi baseado em suas próprias experiências pessoais. No geral temos uma bela obra cinematográfica, um belo filme, feito de pequenos momentos em que cada espectador acaba se identificando de uma forma ou outra com os personagens. A velhice, as pequenas diferenças entre irmãos, que crescem com os anos e tomam proporções imensas e os problemas emocionais que vão se agravando com o passar do tempo, são temas caros a essa produção. O clima indie e ao mesmo tempo opressor do meio oeste americano completam um quadro perfeito de um filme que fica em nossa cabeça mesmo após muito tempo de termos assistido. Considero um dos melhores dramas familiares já realizados. O roteiro, muito bem escrito, que mostra irmão e uma irmã tentando reconstruir os cacos de uma história familiar muito conturbada e complicada se revela um primor. Revirando o passado eles acabam encontrando a si mesmos. Philip Seymour Hoffman está maravilhoso como o irmão que não consegue lidar muito bem com seu passado. Um filme que não teve a repercussão merecida e que precisa ser redescoberto pelos fãs desse grande ator. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

John Adams

Quem foi John Adams? Nascido em 30 de outubro de 1735 em Braintree, Massachusetts, esse simples homem do campo entraria para a história como o segundo presidente dos Estados Unidos da América. Considerado um dos fundadores da nação, Adams se notabilizou por seu amor ao direito e à liberdade e também por ser um homem de gestos simples e pacatos, bem ao contrário de um Thomas Jefferson, por exemplo, que era muito interessado na vida luxuosa das cortes mais ricas do velho continente. Personagem geralmente colocado à sombra de outras grandes figuras de seu tempo vemos aqui um belo retrato de sua real face nessa muito bem produzida minissérie do ótimo canal HBO. Recriação histórica perfeita não deixa de mostrar também o lado mais humano e pitoresco desse grupo de fazendeiros, pequenos profissionais liberais e proprietários rurais que cansados das altas taxas cobradas pelo império britânico resolveram abraçar ideais de liberdade e se uniram em prol do nascimento de uma nova nação, livre e dona de seu destino.

Em termos de qualidade de produção não há o que reclamar. Simplesmente maravilhosa. Até porque sendo produzida pela HBO não poderíamos esperar por algo diferente. Um dos produtores executivos inclusive é o ator Tom Hanks, que regularmente tem participado de ótimas minisséries enfocando partes da história americana. Pois bem, o mais importante de obras como essa é a constatação de que a história nem sempre é chata ou enfadonha, pelo contrário pode ser muito construtiva.  Através da história do homem que foi o segundo presidente dos EUA conhecemos as raízes do surgimento da revolução americana, seus personagens principais (Washington, Franklin e Jefferson) e como aquele país foi formado. Os demais presidentes americanos enfocados também viram um atrativo à parte. O realismo também é muito louvável, principalmente quando vemos John Adams tentando governar uma jovem nação de dentro de uma Casa Branca ainda sendo construída, com um grande lamaçal ao redor! Afinal naquele momento histórico ainda havia a busca pelo reconhecimento internacional por sua existência como país independente. E pensar que a maior potência do mundo nasceu de um bando de fazendeiros que não queriam mais pagar altos impostos ao Rei da Inglaterra. Quem diria!

John Adams (Idem, Estados Unidos, 2008) Direção: Tom Hooper / Roteiro: Michelle Ashford, David McCullough / Elenco: Paul Giamatti, Laura Linney, John Dossett / Sinopse: John Adams (Paul Giamatti) é um cidadão da colônia inglesa de Massachusetts que abraça os ideais de uma revolução em busca da independência das treze colônias britânicas na América. Ao lado de Washington, Franklin e Jefferson entre outros, ele resolve ajudar a escrever e assinar a declaração de independência dos Estados Unidos da América.

Pablo Aluísio.                                                                           

domingo, 7 de abril de 2013

Um Final de Semana em Hyde Park

Geralmente quando ouvimos falar em grandes nomes da história ignoramos o fato de que, apesar de suas posições, eles eram acima de tudo pessoas, seres humanos, assim como você e eu. Na escola aprendemos que Franklin Delano Roosevelt (1882 – 1945) foi o presidente americano que salvou seu país da grande depressão e que enfrentou o nazismo na Alemanha ao lado dos aliados durante a II Guerra Mundial. Os livros de história porém ignoram o homem Roosevelt, se agarrando mais ao mito histórico. Uma boa amostra do lado mais humano desse líder americano pode ser encontrado nesse excelente “Um Final de Semana em Hyde Park”. O filme se concentra no fim de semana em que Roosevelt recebeu em sua casa de campo o Rei inglês George VI (Samuel West) e sua jovem esposa. Esse monarca inglês inclusive já foi tema de um outro belo filme recente, “O Discurso do Rei”. Aqui temos o choque cultural que nasce do formalismo tipicamente britânico com o jeito bem despojado dos norte-americanos. Roosevelt, que adorava uma estória picante e piadas marotas recebeu um nervoso e tímido rei britânico que estava ali em essência para pedir ajuda aos EUA na guerra que se avizinhava na Europa. Hitler e a Alemanha estavam prestes a declarar guerra à Inglaterra. O encontro, como se vê, teve repercussões históricas que marcaram todo o século XX, mas no filme tudo é retratado com uma leveza cativante.

O encontro é narrado por uma prima de Rooosevelt, Daisy (Laura Linney), através de escritos que foram encontrados em seus pertences pessoais após sua morte. Essa intimidade que o texto do roteiro dá ao espectador é uma das melhores coisas de Hyde Park. Nos sentimos realmente dentro da intimidade do presidente. Apesar de ter sido saudado como um dos melhores presidentes da história dos EUA, sua vida pessoal era no mínimo caótica. Mantinha um casamento de fachada com sua esposa, Eleanor (que era lésbica), ao mesmo tempo em que mantinha várias amantes, entre elas sua secretaria particular e sua própria prima, Daisy, personagem central na trama do filme. É muito curioso acompanhar Roosevelt nesse fim de semana pois ao mesmo tempo em que tem que lidar com o Rei inglês tem também que apagar os incêndios que seus vários casos extraconjugais causam em sua vida privada. Bill Murray como Roosevelt está fantástico (quem diria?) e disponibiliza uma das melhores atuações de sua carreira. O elenco de apoio  também é todo bom, incluindo ai  Laura Linney como Daisy, uma moça ao mesmo tempo deslumbrada, tímida e perturbada com a personalidade emocional instável de seu primo presidente. Enfim, aqui temos uma aula de historia que não se aprende na escola, um retrato de um dos homens mais importantes do século passado que a despeito de seus grandes feitos surge mais humano do nunca.

Um Final de Semana em Hyde Park (Hyde Park on Hudson, Estados Unidos, 2012) Direção: Roger Michell / Roteiro: Richard Nelson baseado nos escritos deixados por Daisy Roosevelt / Elenco: Bill Murray, Laura Linney, Olivia Williams, Olivia Colman, Elizabeth Marvel, Samuel West, Eleanor Bron, Blake Ritson / Sinopse: O Presidente americano Franklin Roosevelt (Bill Murray) resolve convidar o Rei Inglês George VI para passar o fim de semana na casa de sua mãe em Hyde Park. Na pauta da conversa o apoio que a Inglaterra precisa dos EUA na iminente guerra na Europa contra as forças nazistas de Hitler.

Pablo Aluísio.