Produção baseada em fatos reais o drama musical "Sid e Nancy" resgata os últimos momentos de vida do ídolo punk Sid Vicious, baixista da banda ícone do movimento Sex Pistols. Ao lado de sua namorada Nancy Spungen ele foi ao fundo do poço no mundo das drogas. O punk nasceu como resposta ao rock progressivo na Inglaterra. Na época se difundiu a ideia de que o progressivo havia deixado de lado o verdadeiro espírito do rock ao abraçar músicas complexas, com melodias extremamente estruturadas e complicadas. Para os punks o rock deveria ser simplesmente visceral, com poucos acordes e muito barulho. A atitude era mais importante do que a riqueza musical. Afinal que jovem pobre e iletrado da classe trabalhadora inglesa conseguiria tocar alguma música do Pink Floyd em sua guitarra surrada? Para isso era necessário anos e anos de estudo e prática, algo que era impensável para os jovens punks que queriam mesmo era formar uma banda da noite para o dia, explodindo nas paradas. Assim os punks se voltaram para os primeiros rocks dos anos 50 que eram simples, diretos e tinham bastante atitude rebelde. O punk nasceu justamente dessa nova forma de ver a música jovem. Quanto mais revoltado melhor, mesmo que as bandas tivessem apenas conhecimentos rudimentares de seus instrumentos.
"Sid e Nancy - O Amor Mata" mostra claramente como eram radicais os primeiros punks. Radicais não apenas no aspecto musical mas na vida também. E nisso entrava o vício em drogas pesadas. Os punks como o retratado Sid Vicious simplesmente não tinham limites em seu consumo de drogas. Sid, cujo sobrenome era bem adequado, não passava de um pobre dependente químico mas naqueles loucos anos do surgimento do punk isso era também visto como algo positivo pelos jovens que seguiam o movimento até que ele extrapolou totalmente sua própria civilidade. O destaque desse filme certamente vai para a inspirada atuação de Gary Oldman. Acredito que hoje em dia todos os cinéfilos reconheçam o grande talento de Oldman. Infelizmente ele não tem tido grandes oportunidades como no começo de sua carreira mas mesmo assim se destaca onde atua, até mesmo em personagens coadjuvantes. Assim para quem gosta de seu trabalho o filme fica mais do que recomendado pois ele consegue literalmente sumir na pele de Sid Vicious, o trágico músico que sucumbiu completamente na tragédia das drogas pesadas.
Sid e Nancy - O Amor Mata (Sid and Nancy, Inglaterra, 1986) Direção: Alex Cox / Roteiro: Alex Cox, Abbe Wool / Elenco: Gary Oldman, Chloe Webb, David Hayman, Debbie Bishop / Sinopse: Sid Vicious, baixista da banda punk inglesa "The Sex Pistols" , entra fundo no mundo das drogas pesadas ao mesmo tempo em que leva seu romance com Nancy Spungen ao limite. Sua viagem alucinada trará trágicas consequências para o casal.
Pablo Aluísio.
Publicado originalmente no blog Music!
ResponderExcluirPablo Aluísio
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O rock progressivo tornou o rock muito erudito, por isso o Punk tentou fazer o rock voltar as suas raizes de três acordes e gritaria seca.
ResponderExcluirO resultado dessa equação é que ficamos sabendo que o Elvis era Punk.
O rock nasceu simples, foi ficando complexo e virou "sinfonia" e "Música clássica" com o Progressivo. Os jovens não conseguiam mais tocar rock como nos primórdios. Daí surge o Punk, justamente nessa busca do espírito original do rock.
ResponderExcluirExato. O Elvis foi o Punk do seu tempo sem saber, ou sequer conhecer o termo. Justo ele, um caipira, carola.
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