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domingo, 8 de outubro de 2023

Brincando de Seduzir

Título no Brasil: Brincando de Seduzir
Título Original: Beautiful Girls
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Ted Demme
Roteiro: Scott Rosenberg
Elenco: Timothy Hutton, Matt Dillon, Natalie Portman, Mira Sorvino, Rosie O'Donnell, Uma Thurman

Sinopse:
O pianista de jazz Willie Conway (Hutton), residente em Nova York, volta para sua pequena cidade natal, Knights Ridge, em Massachusetts, para uma reunião do ensino médio. A viagem serve tanto para ir ao reencontro aos seus parentes como também para rever seus velhos amigos e amores dos tempos de colégio. É também uma oportunidade única de resolver velhos problemas que ficaram no passado. 

Comentários:
Filme muito legal que capta bem aquele período da vida das pessoas quando os seus planos sobre o futuro não estão dando muito certo e eles precisam rever seus velhos conceitos, analisar novamente suas próprias vidas. O protagonista do filme retorna para sua cidade natal depois de alguns anos tentando uma carreira de pianista em Nova Iorque. Ele basicamente vive de se apresentar em bares pela cidade, algo muito longe de seu antigo sonho de ser um pianista clássico se apresentando em prestigiadas casas de concertos. A cruel realidade é que sua vida não deu muito certo. De volta ao antigo lar, ele reencontra os velhos amigos e antigas paixões dos tempos do ensino médio. A maioria dessas pessoas nunca saiu da cidadezinha onde sempre moraram. Então fica a dúvida, ele deve desistir dos seus sonhos de músico para retomar um velho romance ou voltar para Nova Iorque e tentar mais uma vez dar certo como pianista? Filme muito bom, leve, com um elenco ótimo, com todos ainda bem jovens e bonitos, esbanjando carisma em cena. Enfim, um otimo programa para um fim de noite nostálgico dos anos 90. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

A Traição do Falcão

O filme é baseado numa história real das mais interessantes. Durante a década de 1970 dois jovens amigos, Christopher Boyce (Timothy Hutton) e Daulton Lee (Sean Penn), resolvem cometer uma loucura em troca de dinheiro fácil. Chris era filho de um ex-agente do FBI que resolveu lhe arranjar um emprego numa empresa de computação que tinha como cliente a própria agência de inteligência americana, a CIA. Tendo acesso a informações secretas e valiosas, ele então resolve ao lado do amigo ir atrás de grana rápida, procurando vender essas informações para os soviéticos (na época, em plena guerra fria, o principal rival americano no mundo era a União Soviética). Claro que algo assim acabaria mal. O roteiro tenta explicar como dois jovens americanos, bem nascidos, de famílias estruturadas, de bom padrão de vida, entraram em um jogo tão perigoso. O personagem de Timothy Hutton tem como principal diversão treinar falcões (daí o título muito bem bolado do filme). Já Sean Penn brilha como o amigo drogado, inconsequente e metido a malandro que acaba se dando muito mal pelas escolhas feitas. Na época ele se destacava nas manchetes por ser o jovem namorado da cantora Madonna. De vez em quando acabava indo em cana por agredir jornalistas, algo que combinou muito bem com o tipo desprezível que interpretava aqui nas telas.

Na vida real tanto Chris como Lee foram descobertos após investigações da CIA e do FBI. Acusados de traição à pátria pegaram penas pesadas, inclusive perpétua, ou seja, acabaram com suas vidas por um ato impensado próprio de adolescentes sem experiência de vida, pensando serem intocáveis ou espertos demais para se darem mal. Estão até hoje presos! Bom filme valorizado pela interpretação da dupla protagonista e pelo clima retrô de uma época muito paranóica no mundo. Um retrato mais do que interessante do clima que se vivia nos anos 70 e 80.

A Traição do Falcão (The Falcon and the Snowman, Estados Unidos, 1985) Direção: John Schlesinger / Roteiro: Robert Lindsey, Steven Zaillian/ Elenco: Timothy Hutton, Sean Penn, Pat Hingle / Sinopse: Dois jovens norte-americanos, com acesso a documentos secretos, decidem vender material de informação do governo dos Estados Unidos aos soviéticos. Filme premiado pelo National Society of Film Critics Awards na categoria de Melhor Ator (Sean Penn).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Kinsey

Título no Brasil: Kinsey - Vamos Falar de Sexo
Título Original: Kinsey
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Bill Condon
Roteiro: Bill Condon
Elenco: Liam Neeson, Laura Linney, Chris O'Donnell, Peter Sarsgaard, Timothy Hutton, John Lithgow

Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Alfred Kinsey (Liam Neeson) foi um pesquisador que na década de 1940 decidiu realizar os primeiros estudos sobre sexualidade humana. Com a publicação dos resultados de suas pesquisas criou-se toda uma polêmica dentro da sociedade sobre os temas discutidos. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Laura Linney).

Comentários:
Hoje em dia o ator Liam Neeson pode ter se acomodado em uma série sem fim de filmes de ação, a maioria deles bem genérico, mas olhando até para um passado bem recente podemos encontrar filmes muito interessantes. Um deles é esse Kinsey sobre esse pesquisador que ousou, em um tempo cheio de tabus e preconceitos, realizar pesquisas sobre a sexualidade do ser humano. A academia, por mais incrível que isso poderia parecer, não havia ainda estudado esses temas com a devida seriedade. E nesse processo se descobriu coisas bem curiosas, como uma escala em que ele mostrava que os homens tinha uma sexualidade mais flexível do que poderia se imaginar. Para ele nenhum homem era exclusivamente heterossexual ou homossexual, havendo graus diferentes nessa escala de tendências sexuais. Ele também publicou pesquisas sobre a sexualidade feminina e sua mudança drástica após a maternidade. Enfim, um filme realmente muito bom, trazendo temas que ainda hoje são estudados e analisados em diversas universidades pelo mundo.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de abril de 2021

Gente como a Gente

Título no Brasil: Gente como a Gente
Título Original: Ordinary People
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Redford
Roteiro: Judith Guest, Alvin Sargent
Elenco: Donald Sutherland, Timothy Hutton, Mary Tyler Moore, Judd Hirsch, M. Emmet Walsh, Elizabeth McGovern

Sinopse:
A morte acidental do filho mais velho de uma família abastada prejudica profundamente os relacionamentos entre a mãe amarga, o pai bem-humorado e o filho mais novo, cheio de culpa. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção (Robert Redford), melhor ator coadjuvante (Timothy Hutton) e melhor toteiro adaptado.

Comentários:
O ator Robert Redford decidiu migrar para a direção e se deu muito bem. Essa foi aliás sua estreia como diretor de um filme. Agora imagine ser o grande vencedor do Oscar justamente com o primeiro trabalho na direção? Pois foi justamente isso que aconteceu com Redford. Não poderia ser melhor. E ele escolheu um excelente material, um drama familiar mostrando a devastação de uma família americana após a morte sem sentido de um de seus membros. É um drama bem humano, mostrando a vida de pessoas comuns (Ordinary People, do título original em inglês). Um dos maiores destaques do filme foi a atuação do jovem ator Timothy Hutton, também premiado com o Oscar por seu excelente trabalho de interpretação. Anos depois ele explicaria que Robert Redford trabalhou pessoalmente com ele. Antes de rodar cada cena Redford o instruía com cuidado, para que a cena saísse da melhor maneira possível. O resultado se vê na tela nesse drama profundo, sobre a morte e a devastação daqueles que ficaram nessa vida, tentando lidar com a morte de uma pessoa querida. É um filme sobre luto e superação de traumas. Filme excelente, grande momento da carreira de Robert Redford e de todos os demais envolvidos nesse grande trabalho para o cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de agosto de 2020

A Maldição da Residência Hill

Outra série de terror que merece destaque é essa produção da Netflix com título original de "The Haunting of Hill House". Essa série foi lançada em outubro de 2018 e contou com 10 episódios em sua primeira temporada. É uma maneira de resgatar o clima dos antigos filmes de terror, em especial dos que eram produzidos na Inglaterra. O roteiro explora a vida de uma família que no passado morou em uma velha mansão mal assombrada. O tempo passa e cada um deles leva uma marca psicológica de tudo o que vivenciou naquele lugar sinistro. Criada pelo produtor e roteirista Mike Flanagan, responsável por outros bons momentos do terror no cinema como "Doutor Sono" e "Ouija: Origem do Mal", é um daquelas boas opções da Netflix para quem deseja tomar alguns sustos na madrugada. Segue abaixo comentários sobre os episódios.

The Haunting of Hill House 1.01 - Steven Sees a Ghost 
A família Crain decide mudar de ares. Sair da agitação das grandes cidades para ir morar no campo, em um lugar mais tranquilo. Uma antiga mansão está sendo vendida por um preço muito interessante e eles nem pensam duas vezes, compram o lugar. Só que obviamente por ser uma casa velha ela precisa de muitas reformas. Os piores problemas porém são de outra natureza. Desde as primeiras noites passadas naquele casarão (que mais parece um mausoléu), coisas estranhas começam a acontecer. Passos na velha madeira da casa, sombras escuras nas paredes, vultos sombrios, gritos e sussurros de crianças que não existem. O medo se torna tão grande que o pai simplesmente coloca os filhos no carro e vão embora correndo dali.

Em outra linha temporal, agora no presente, vários membros da família Crain precisam lidar com a herança psicológica de terem vivido naquele lugar sombrio. Steven, o mais velho, agora é um escritor de sucesso de livros de terror e suspense. Só que ele não acredita em nada do que escreve. Não acredita em fantasmas. Seu irmão mais jovem tem problemas com drogas e sua irmã luta contra um problema mental. Pior do que isso, em um surto ela decide voltar para a velha mansão de Hill House, o que colocará todo o ceticismo de Steven em dúvida. Bom episódio inicial, onde se apresenta os personagens e a linha básica da história. Os sustos estão garantidos. / The Haunting of Hill House 1.01 - Steven Sees a Ghost (Estados Unidos, 2018) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Mike Flanagan, baseado no livro escrito por Shirley Jackson / Elenco: Henry Thomas, Timothy Hutton, Annabeth Gish, Michiel Huisman, Carla Gugino. 

The Haunting of Hill House 1.02 - Open Casket  
Esse episódio é bem focado em cima da personagem Shirley Crain (Elizabeth Reaser). Ela é a irmã mais velha. Tem um necrotério que administra ao lado do marido. Ela faz o serviço de tanatopraxista. E o que isso significa? São aqueles profissionais que melhoram a aparência dos mortos para o enterro. Nesse episódio ela tem o serviço mais difícil de sua vida, pois vai trabalhar no corpo da própria irmã que se matou. Não é uma coisa fácil de realizar. E nos flashbacks do passado vemos ela e a irmã, ainda crianças, morando na velha casa mal assombrada. Shirley acha uns gatinhos sem mãe no galpão por trás da velha casa e leva para seu quarto. E isso, claro, acaba abrindo portas para o sobrenatural. / (Estados Unidos, 2018) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Shirley Jackson, Mike Flanagan / Elenco: Michiel Huisman, Carla Gugino, Henry Thomas. 

The Haunting of Hill House 1.03 - Touch
Esse episódio é todo focado na personagem Theodora Crain (Kate Siegel). Ela é psicológa infantil e recebe como cliente uma menininha que diz ver um monstro que ela chama de "Senhor Sorriso". Após visitar sua casa, Theodora que é sensitiva, descobre que na verdade o que acontece dentro do porão daquela residência é abuso sexual envolvendo o pai adotivo e a criança. Algo terrível, terrível. Ao mesmo tempos o espectador é transportado para o passado, onde encontramos Theodora na infância. Ela começa a sentir coisas, ver sombras do sobrenatural e descobre que todas as pessoas que toca lhe trazem recordações e vivências de quem tocou. E isso se torna um problema. Por isso o episódio se chama Touch (Toque, em português). Pois sua sensibilidade no sobrenatural se revela mais forte ao toque. Destaque nesse episódio para a cena em que seu pequeno irmão entra em um elevador de comida e vai parar no porão da velha casa, onde uma horrível criatura o aguarda! Bons sustos! / The Haunting of Hill House 1.03 - Touch (Estados Unidos, 2018) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Mike Flanagan / Elenco: Kate Siegel, Michiel Huisman, Carla Gugino, Henry Thomas. 

The Haunting of Hill House 1.04 - The Twin Thing  
Mais um bom episódio dessa série que no Brasil recebeu o título de "A Maldição da Residência Hill". Esse episódio foca na figura do frágil e atormentado Luke. Na infância ele viu diversas aparições paranormais, inclusive um estranho homem vestido de negro, de chapéu escuro, que sempre surgia de costas para ele. O tempo passa, ele vira um adulto com dependência química que tenta superar o vício em drogas. Só que as coisas não são fáceis. Ele não tem emprego, nem dinheiro e nem casa, se tornando praticamente um morador de rua. Ele acaba indo atrás de seu irmão Steven, que vive de escrever livros de terror, mas o reencontro não é dos melhores. Esse informa a Luke que sua irmã se matou. Para Luke porém isso não é a verdade. E o que realmente aconteceu fica para os próximos episódios. / The Haunting of Hill House 1.04 - The Twin Thing (Estados Unidos, 2018) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Mike Flanagan / Elenco: Michiel Huisman, Carla Gugino, Henry Thomas. 

The Haunting of Hill House 1.05 - The Bent-Neck Lady
Esse episódio é todo centrado em cima da personagem Nell Crain (Victoria Pedretti). Você deve lembrar lá nos primeiros episódios quando os irmãos descobrem que ela morreu enforcada quando voltou mais uma vez para a Hill House. Pois bem, essa história é toda explicada aqui, mostrando momentos de sua vida, seu relacionamento com um especialista de sono, a morte dele, os ataques noturnos de pãnico, os problemas psicológicos, até a terrível noite em que ela decide enfrentar todos os seus medos, visitando as ruínas da velha mansão. Eu achei um dos melhores episódios da série, bem assustador mesmo, principalmente quando se descobre a verdadeira identidade da visão que ela sempre teve, desde criança, da senhora do pescoço torto. Assista e tenha bons sustos (eles estão garantidos nesse episódio). Nota 10. / The Haunting of Hill House 1.05 - The Bent-Neck Lady (Estados Unidos, 2018) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Meredith Averill, Mike Flanagan / Elenco: Victoria Pedretti, Michiel Huisman, Carla Gugino, Henry Thomas. 

The Haunting of Hill House 1.06 - Two Storms 
Essa série é excepcionalmente boa! Esse episódio é uma amostra bem disso. O terror mostrado aqui é psicológico, muito profundo e por isso mesmo muito aterrorizante. Tudo se passa no enterro de Nell Crain. Ela se matou na mansão Hill (assista ao excelente episódio anterior). Agora, no funeral, os familiares se reúnem e as coisas começam a sair dos trilhos. Muito ódio, muita raiva represada. Dedo na cara, tomada de satisfações, um clima realmente péssimo. Um ambiente tóxico. E no meio das discussões é mostrado, também em flashback, uma noite na mansão, quando os filhos eram crianças e há uma grande tempestade. Eu digo e repito, se você gosta de terror poucas séries são tão boas quanto essa "The Haunting of Hill House". Simplesmente excelente. Sem mais. / The Haunting of Hill House 1.06 - Two Storms (Estados Unidos, 2018) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Mike Flanagan / Elenco: Michiel Huisman, Carla Gugino, Henry Thomas. 

The Haunting of Hill House 1.07 - Eulogy
Continua o funeral da irmã que se matou na mansão Hill. E tudo continua confuso e sobrenatural, inclusive com a aparição da falecida nos momentos menos esperados, como na hora que o caixão finalmente desce em sua cova. Ela surge do nada, tentando puxar o irmão para ficar junto dela no caixão, em seu lugar de repouso eterno. O mano, claro, fica mais do que apavorado! No flashback, mostrando o passado, vemos como a mansão Hill ficou assolada de mofo e fungos pelas paredes. Infiltração da chuva? Nada disso, nada mais, nada menos, do que um homem (antigo morador da casa) que foi "emparedado" vivo em uma das salas da velha mansão mal-assombrada. Seus restos mortais são finalmente encontrados, décadas depois. Triste e lamentável fim. / The Haunting of Hill House 1.07 - Eulogy (Estados Unidos, 2018) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Charise Castro Smith, Mike Flanagan / Elenco:  Michiel Huisman, Carla Gugino, Henry Thomas. 

The Haunting of Hill House 1.09 - Screaming Meemies
Nesse episódio é contado a história da mãe dessa família tão problemática. O que aconteceu no passado? Somos então levados a um longo flashback. A família acaba de se mudar para Hill House. Tudo parece bom e normal até que mãe começa a ter problemas durante o sono. Ela tem pesadelos horríveis, conhece e interage com seres do mundo sobrenatural. Uma delas mora na casa, lhe dá conselhos para deixar seus filhos protegidos (os piores possíveis). E há também uma garotinha, amiga imaginária do filho mais novo. Todos sabemos que esses amigos imaginários em filmes de terror escondem outra coisa. Na maioria das vezes são almas atormentadas. Enfim, um episódio muito revelador, que ajuda a explicar a fuga da família, às pressas, daquela antiga casa - algo que vemos no primeiro episódio da série, aliás. / The Haunting of Hill House 1.09 - Screaming Meemies (Estados Unidos, 2018) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Meredith Averill / Elenco: Michiel Huisman, Carla Gugino, Henry Thomas. 

The Haunting of Hill House 1.10 - Silence Lay Steadily
Como termina essa série "A Maldição da Residência Hill"? Esse é o último episódio. Quem pensa que a série é simples, está muito enganado. O roteiro complexo desse momento resume bem isso. É um baita de um roteiro bem escrito, baseado em um terror psicológico de extrema qualidade. Poucas vezes vi algo tão coerente nesse sentido. E assim somos apresentados na conclusão da história. A mãe que matou deliberadamente seus filhos para nunca mais se separar deles. A irmã que se matou em uma noite de alucinações. O pai que para salvar os demais filhos aceita viver espiritualmente para todo o sempre e a agonia do ser, do existir. Quando o filho escritor dele fecha às portas atrás de si também deixa uma multidão de seres espirituais perdidos dentro daquela mansão. Foi um final digno de todos os aplausos. Essa série definitivamente não é brincadeira de criança. É melancólico, pesado, amargurante. / The Haunting of Hill House 1.10 - Silence Lay Steadily (Estados Unidos, 2018) Direção: Mike Flanagan / Roteiro: Mike Flanagan / Elenco: Michiel Huisman, Carla Gugino, Henry Thomas.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de maio de 2018

Todo o Dinheiro do Mundo

Um filme que tem pouco a ver com o restante da filmografia assinada por Ridley Scott. Provavelmente seja o seu filme mais diferente, o que não quer dizer que figure entre os melhores. É um filme sobre o sequestro do neto de um bilionário americano chamado J. Paul Getty (Christopher Plummer). O rapaz passa férias em Roma quando é cercado por criminosos que o levam para dentro de uma velha Kombi. De lá ele é levado para o cativeiro. Em pouco tempo os sequestradores entram em contato com sua mãe pedindo 17 milhões de dólares de resgate. O problema é que ela não tem dinheiro. O avô que é magnata do ramo de petróleo não se dá bem com ela e nem com o marido, seu filho, por coisas que aconteceram no passado. Ai entra o pior de tudo: o velho é um sujeito duro, quase desalmado, que ama mais suas obras de arte e mansões do que seus parentes de sangue. Ele não está nem um pouco disposto a pagar resgate. E agora, o que pode acontecer com o jovem? Provavelmente será executado.

No geral é um filme frio. O único sinal de maior emoção vem da atriz Michelle Williams que interpreta a sofrida mãe do garoto sequestrado. Mais um papel de coitadinha em lágrima de Michelle! Desde que o marido dela, o ator Heath Ledger, morreu de uma overdose de drogas em 2008, os estúdios não sabem oferecer outro tipo de papel para a loira. Uma pena porque é boa atriz. Já em termos de atuação acontece o esperado. O filme é completamente roubado nesse quesito pelo veterano Christopher Plummer. Seu bilionário é um sujeito mais do que frio, é gélido, embora tente passar uma imagem simpática. O típico ricaço materialista que não está se importando em conservar muitos valores humanos. Enquanto o neto está sendo torturado em um cativeiro pelos sequestradores, que inclusive arrancam uma de suas orelhas para enviar pelo correio, o velho bilionário está se deliciando em comprar mais uma obra de arte da renascença! Essa inspirada interpretação valeu a Christopher Plummer mais uma indicação ao Oscar. Com 88 anos de idade ele acabou entrando para o Guiness Book como o ator mais velho a concorrer ao maior prêmio do cinema! Um reconhecimento merecido por seu trabalho de atuação nessa película.

Todo o Dinheiro do Mundo (All the Money in the World, Estados Unidos, Itália, 2017) Direção: Ridley Scott / Roteiro: David Scarpa, baseado no livro escrito por John Pearson / Elenco: Christopher Plummer, Michelle Williams, Mark Wahlberg, Romain Duris, Timothy Hutton, Charlie Plummer / Sinopse: John Paul Getty III (Charlie Plummer), o neto de um magnata do petróleo americano, é sequestrado em Roma. Os criminosos passam a exigir 17 milhões de dólares por sua vida, mas o velho bilionário não parece muito empenhado em pagar o resgate. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Christopher Plummer). Igualmente indicado na mesma categoria no Globo de Ouro, além de ser indicado também nas categorias de Melhor Atriz (Michelle Williams) e Melhor Direção (Ridley Scott).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de março de 2017

A Filha do General

Título no Brasil: A Filha do General
Título Original: The General's Daughter
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Simon West
Roteiro: Christopher Bertolini
Elenco: John Travolta, Madeleine Stowe, Timothy Hutton, James Woods, James Cromwell
  
Sinopse:
Após a morte misteriosa de uma capitã, filha de um figurão militar, o tenente Paul Brenner (John Travolta) é designado por seu comandante para descobrir a autoria do crime e as razões do assassinato. Ao lado da advogada Sara Sunhill (Madeleine Stowe), o tenente vai desvendando toda a complexa rede que envolve a morte da jovem militar. O que ele acaba descobrindo é algo muito mais surpreendente do que ele poderia inicialmente supor.

Comentários:
Ao longo da carreira o ator John Travolta participou de alguns filmes marcantes, outros nem tanto, verdadeiras bombas. É um ator irregular. Esse "A Filha do General" fica no meio termo pois até teve um certo sucesso, sendo bem sucedido comercialmente no mercado de vídeo VHS - já que nos cinemas apresentou uma bilheteria modesta. O que vale aqui, o seu principal mérito, vem do roteiro, mais claramente falando, de sua trama. É aquele tipo de história que começa levando o espectador para um lado, depois para outro, tudo para no final surgir aquela grande reviravolta que ninguém esperava! Em alguns momentos esse tipo de maniqueísmo do roteirista fica um pouco cansativo, mas se você conseguir superar isso pode vir a se divertir. O diretor inglês Simon West é especialista nesse tipo de filme pois já dirigiu produções como "Con Air - A Rota da Fuga", "Lara Croft: Tomb Raider" e "Os Mercenários 2". É considerado um cineasta muito bom no gênero ação. Por isso deixamos, mesmo com certas reservas, a dica desse bom filme estrelado por John Travolta. Vale uma espiada.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de dezembro de 2012

O Escritor Fantasma

A primeira constatação sobre "Escritor Fantasma" é a de que Polanski definitivamente não perdeu a mão. Ainda continua um cineasta muito competente e com pleno domínio da arte de se dirigir um filme. "Escritor Fantasma" realmente me envolveu da primeira à última cena (coisa que anda cada vez mais rara). Embora seja uma ficção todos sabem que é baseado quase que inteiramente no ex-primeiro ministro inglês Tony Blair, que em sua gestão foi tão submisso aos interesses de George W Bush que ficou conhecido como "O Poodle de Bush". Realmente, para quem é tão cioso de suas tradições o povo inglês deve ter realmente ficado assustado com esse político totalmente medíocre que enviou tropas britânicas para o Oriente Médio sem motivo justificado.

O elenco está ótimo mas destaco duas presenças magníficas. A primeira é a de Tom Wilkinson. Ele tem duas cenas no filme mas rouba todas as atenções. Seu personagem é um poço de simpatia e cortesia mas no fundo é a chave central de toda a trama. Sua cena com McGregor em sua casa é uma pintura de interpretação de alto nível. Outra presença marcante é a de Eli Wallach. Pouca gente vai reparar no velhinho que mora no litoral e que dá valiosas informações ao personagem de McGregor. Pois saibam que aquele velhinho é um dos atores mais consagrados da história de Hollywood, com uma lista enorme de filmes importantes no currículo. O único senão que tenho a fazer ao filme é a morte do primeiro ministro. Achei desnecessária e de certa forma sensacionalista em um roteiro que vinha se desenvolvendo de forma tão sutil. Mas isso é o de menos - "O Escritor Fantasma" é sem dúvida um excelente filme. Valeu velho Polanski.

O Escritor Fantasma (The Ghost Writer, Estados Unidos, Inglaterra, 2010) Direção: Roman Polanski / Roteiro: Robert Harris, Roman Polanski, baseados no livro homônimo de Robert Harris./ Elenco: Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Eli Wallach, Kim Cattrall, Olivia Williams, Tom Wilkinson, James Belushii, Timothy Hutton, Jon Bernthal, Robert Pugh, Daphne Alexander, Jaymes Butler./ Sinopse: Adam Lang (Pierce Brosnan), primeiro-ministro da Inglaterra. resolve contratar os serviços de um ghostwriter (autor que escreve em nome de outra pessoa uma obra literária, omitindo seu nome dos créditos) interpretado por Ewan McGregor. O problema é que existe toda uma conspiração mundial em andamento o que poderá colocar inclusive sua própria segurança em risco.

Pablo Aluísio

sábado, 5 de janeiro de 2008

American Crime

American Crime 1.01 - Pilot
Nova série criada, roteirizada e dirigida por John Ridley (o roteirista de "12 Anos de Escravidão", entre outros filmes). A trama desse episódio piloto começa quando Russ Skokie (interpretado por um envelhecido Timothy Hutton) descobre que seu filho e a esposa dele foram violentamente agredidos durante um assalto em sua residência. Ele não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo. Ela, após ter sido violentada, ainda luta por sua vida com ajuda de aparelhos em um hospital da cidade. Um evento devastador para todos os envolvidos. A situação é ainda mais delicada porque após longos anos de seu divórcio Russ precisa reencontrar sua ex-esposa, uma mulher com muitas mágoas provenientes de um casamento desastroso no passado. O filho assassinado do casal era fuzileiro naval e tinha uma reputação impecável, o que acaba deixando todos os familiares ainda mais transtornados. A polícia, por sua vez, tem poucas pistas seguras. O que se sabe é que um dos assaltantes tinha aparência hispânica, um latino provavelmente, e estava dirigindo um velho carro que em pouco tempo consegue ser rastreado nas investigações. A partir desse ponto o castelo de cartas começa a ruir rapidamente. Um dos envolvidos no crime acaba sendo localizado pelos detetives dirigindo o próprio veículo que foi usado no crime. Um jovem latino, tal como os relatos apontavam. Seu envolvimento acaba chocando seu próprio pai, um homem que procura viver uma vida honesta e íntegra, trabalhando dia a dia em sua pequena oficina de conserto de carros. O caso ainda envolve um negro, com histórico de violência, viciado em metanfetaminas com sua namorada branca e um pequeno patife das ruas que vive de pequenos golpes com cartões de crédito roubados. Gostei bastante desse episódio piloto. Achei tudo muito bem roteirizado e dirigido. O argumento toca sutilmente no problema racial sempre em voga nos Estados Unidos. Em determinado momento a mãe do rapaz assassinado questiona as leis americanas pois seu filho estava servindo à pátria e acaba sendo morto por um imigrante ilegal, mostrando as chagas que ainda existem dentro da sociedade daquela nação. / American Crime 1.01 - Pilot (EUA, 2015) Direção: John Ridley / Roteiro: John Ridley / Elenco: Timothy Hutton, W. Earl Brown, Felicity Huffman.

American Crime 1.02
Essa nova série se baseia nas tensões sociais e raciais que ainda persistem em existir hoje em dia dentro da sociedade americana. Um casal de jovens é brutalizado por um crime sem explicação. Ao que tudo indica os criminosos fazem parte de uma gangue formada por latinos e negros. Após as investigações realmente membros dessas etnias são presos, inclusive um jovem latino, filho de um imigrante que sempre buscou levar uma vida honesta e digna dentro dos Estados Unidos. Agora ele vê tudo ruir da noite para o dia. Seu filho acabou alugando o próprio carro de seu pai para uma gangue e essa foi acertar contas com um veterano de guerra americano e sua namorada. A polícia desconfia que tudo não passou de um acerto de contas entre traficantes rivais, mas essa tese é contestada de forma veemente pela mãe do jovem morto. O roteiro deixa bem claro nas entrelinhas que ela tem uma personalidade racista bem enraizada em sua alma, a tal ponto de se sentir completamente desconfortável quando é atendida por uma detetive negra do departamento de polícia! Sem pensar muito racionalmente ela praticamente se desespera em busca de um policial que seja branco e americano como ela! O roteiro também não se contenta em apenas explorar o crime bárbaro em si, mas também mostrar os dramas das famílias das vítimas. O pai do jovem assassinado é interpretado por Timothy Hutton. Cinéfilos de outrora vão reconhecer ele de filmes como "A Traição do Falcão" e "A Janela Secreta". Excelente ator, ele agora tenta o caminho da TV depois de um hiato na carreira no cinema. Seu personagem é um misto de fracasso pessoal e profissional, exarcebado por um crime que ele tenta compreender, mas sem sucesso. "American Crime" é uma excelente dica para que estiver em busca de uma nova série para assistir que tenha qualidade e consistência dramática. Com nove indicações ao Emmy é uma ótima pedida para o fim de noite. / American Crime 1.02 - Episode Two (EUA, 2015) Direção: John Ridley / Roteiro: John Ridley / Elenco: Felicity Huffman, Timothy Hutton, W. Earl Brown.

Pablo Aluísio.